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segunda-feira, maio 08, 2006

Horrível

Escolhemos o último jogo da época para fazer a pior exibição do ano. Perdemos 3-1 em Paços de Ferreira e vamos ter que começar a nova época mais cedo para jogar a pré-eliminatória da Liga dos Campeões. É difícil arranjar palavras para descrever o que vi, já que foi tudo tão mau que nem dá vontade de escrever. Para um ano tão irregular como este não poderíamos ter acabado pior. E como a última impressão é a que fica…

O Sr. Koeman resolveu tirar mais um “coelho da cartola” e colocar a titular o Karyaka que não jogava há quatro (!) meses. Mantivemos os três trincos da semana passada, mas desta vez jogámos com quatro defesas. Tivemos as habituais dificuldades em transportar jogo e o Miccoli voltou a estar muito sozinho na frente. Durante a 1ª parte, o Karyaka foi curiosamente dos menos maus juntamente com o italiano. Esta aparente aleatoriedade com que o Sr. Koeman escolhe os jogadores de certeza que não espanta só os adeptos. Porque é que o Karyaka esteve quatro meses sem tocar na bola? Porque é que aparece, e logo a titular, no último jogo da época? Da 1ª parte salvou-se o grande golo do Manuel Fernandes (que se estreou a marcar no campeonato…) e uma boa jogada do Miccoli que cruzou para o russo falhar o 2-0 perto da baliza.

Na 2ª parte só as camisolas é que entraram em campo. O Sr. Koeman diz que uma das coisas que nos perturbou foi o facto de o Paços de Ferreira ter retardado o reinício do jogo em quatro minutos! Sem comentários… O Paços de Ferreira entrou com muito mais vontade, chegava sempre primeiro à bola e foi sem surpresa que os golos apareceram. O 1º logo aos cinco minutos resultou de um lance inacreditável do Moretto. Se o golo sofrido pelo Ricardo na semana passada foi um grande frango, o que dizer deste? Foi a 1ª vez que vi um guarda-redes deixar passar a bola por baixo do corpo quando sai aos pés do avançado e chega primeiro à bola. Não deu para acreditar! Finalmente o Moretto sofre um golo num erro clamoroso. É que dá pelo menos um desses por jogo e até agora tinha sido bafejado pela sorte. Cheguei a pensar que havia ali algo de sobrenatural. Logo a seguir o Miccoli desmarca-se e permite uma grande defesa ao guarda-redes. E foi o nosso canto do cisne aos 10 minutos da 2ª parte!

A partir daqui o Paços pressionou mais e marcou o 2º golo num remate de longe em que me pareceu que o Moretto se lançou tarde à bola. No entanto, as maiores culpas vão para o nosso meio-campo, que deixou o adversário rematar à vontade. Entretanto, já tinham entrado o Mantorras e o Marco Ferreira para os lugares do Karyaka e Beto, mas a nossa produção não melhorou. E eis senão quando o Sr. Koeman volta a inventar: tirou o Miccoli para colocar o Marcel! O treinador do Paços deve ter respirado de alívio. O Marcel voltou a ser igual a ele próprio com a camisola do Benfica, ou seja uma nulidade absoluta. Já perto do fim, o Manuel Fernandes pôs-se a brincar perto da nossa área, perdeu a bola e o Paços marcou o 3º golo, num lance em que a bola ainda é desviada pelo Ricardo Rocha (como de costume). Foi o culminar de uma exibição lamentável onde faltou quase tudo: garra, querer, classe, determinação, vontade.

Ficam ainda mais algumas questões no ar: porque é que o Simão e o Nuno Gomes foram convocados se nem sequer saíram do banco perante o nosso paupérrimo jogo? Será que nos vamos dar ao luxo de dispensar o Quim e ficar com o Moretto? Enfim, o balanço da época será feito num outro post, mas pelo que vi hoje se o Sr. Koeman se for embora não ficarei nada triste. Estou-lhe muito agradecido pela nossa campanha na Champions e por ter morto alguns borregos cá dentro, mas não estou a ver que tenha condições para continuar para o ano.

segunda-feira, maio 01, 2006

100 dias

Na despedida de jogos na Luz deste ano ganhámos por 1-0 ao V. Setúbal num jogo fraco como tem sido habitual ultimamente. O Koeman inovou a táctica e jogámos com apenas três defesas, mas não se notaram nenhumas melhorias em relação ao resto da época. Claro que a falta de alguns jogadores importantes, como o Simão e o Nuno Gomes, contribuiu para isso, mas tínhamos obrigação de ter jogado um pouco melhor perante mais uma grande assistência na Catedral (51.448 pessoas). No entanto, quando perante um adversário mais acessível, e num jogo em casa, se joga com três trincos (eufemisticamente denominado na comunicação social “o meio-campo da Liga dos Campeões”) não se pode esperar grande coisa.

Não entrámos nada bem no jogo, muito lentos na transição para o ataque e com o Miccoli sozinho na frente perante adversários muito mais possantes. O tal meio-campo não tinha, obviamente, ninguém para transportar jogo e muitas vezes tinham que ser os defesas a fazer lançamentos em profundidade para a frente. Por outro lado, o Léo estava a actuar a extremo-esquerdo, na direita estava o voluntarioso, mas inconsequente, Marco Ferreira e o Manduca escondeu-se bastante. Resultado: poucas oportunidades de golo. Todavia, acabámos por ter sorte a meio da 1ª parte e, num canto bem marcado pelo Miccoli, o Anderson marcou de cabeça, com a bola ainda a tabelar na barra antes de entrar. Perante o que tínhamos feito, o golo caiu literalmente do céu.

Na 2ª parte entrámos com mais velocidade e o jogo melhorou um pouco. Tivemos algumas oportunidades flagrantes, como um remate do Manduca e outro do Léo que o defesa atirou contra a barra, mas como vem sendo habitual, e o Koeman frisou isso mesmo na conferência de imprensa, não conseguimos marcar o golo da tranquilidade. No entanto, defensivamente estivemos irrepreensíveis e o V. Setúbal não criou nenhuma oportunidade. As substituições também não trouxeram nada de novo, tendo o Karagounis curiosamente entrado mal no jogo. Perdeu algumas bolas infantis no meio-campo que deram origens a ataques contrários, mas mesmo assim não percebo porque é que o Koeman não lhe dá mais oportunidades de início, já que a qualidade está lá. Ainda para mais quando em campo está o… Beto.

Individualmente, há que destacar o Moretto, que continua a ser o guarda-redes que melhor joga com os pés em Portugal. Já falhou uma série de remates e não há maneira de sofrer um golo na sequência de um deles. Numa partida tão fraca é difícil seleccionar um jogador que se tenha destacado dos demais. O Miccoli foi outra vez dos melhorzinhos e espero bem que fique para o ano. O Léo também é outro grande profissional, mas é um defesa e não um extremo. O Manduca esteve mais activo na 2ª parte do que na 1ª, mas não tem perfil para actuar a “10”. Na defesa, o Anderson marcou mais uma vez (numa só época, já tem quatro vezes mais golos do que o Ricardo Rocha…), o Luisão esteve seguro como de costume e o Ricardo Rocha intransponível. No meio-campo, para o bem e para o mal, o Beto continua igual a ele próprio, e o Petit e o Manuel Fernandes estiveram regulares. Por fim, o Marco Ferreira bem tenta, mas não consegue passar da mediania.

Agora, só daqui a cerca de 100 dias é que voltaremos a ver o Glorioso ao vivo na Luz. O que vale é que há um Mundial pelo meio, mas já começo a sentir saudades…

P.S. (1) – A boa nova da jornada é a provável descida do V. Guimarães, depois de perder 3-1 em casa do clube regional. Fico bastante contente por algumas razões: fizeram um (anti)jogo nojento na Luz para a Taça; contra o Benfica sabem fazer cordões humanos, mas contra os outros não; ontem, o 1º golo é na sequência de (mais) um penalty inexistente (o Jorginho já ia a cair quando é tocado), e depois de uma jogada em que ele estava fora-de-jogo, no 2º o Lucho estava fora-de-jogo e o que seria o 2-2 já muito perto do final é mal anulado por fora-de-jogo. Alguém ouviu o V. Guimarães protestar contra a arbitragem? Haveria de ser com o Benfica…

P.S. (2) – Para acabar bem este post (e a propósito do Rio Ave – lagartos), nada melhor que algo para nos fazer rir: Ricardo!

quarta-feira, abril 26, 2006

Boda aos pobres

Um fim-de-semana prolongado por terras do Gerês impediu-me de postar mais cedo sobre o nosso empate na Madeira frente ao Nacional por 1-1. Só consegui ver em directo a última meia-hora (shame on me!), mas tenho o jogo todo gravado e faço tensões tenções de vê-lo até ao final da semana. Pelo relato, resumo e A Bola do dia seguinte, percebi que a nossa 1ª parte não fugiu muito à pobreza franciscana dos últimos tempos. Tivemos uma oportunidade de golo pelo Simão e pouco mais.

Na 2ª parte, houve o golão do Miccoli e o falhanço de cabeça do Manduca (semelhante ao do Mantorras frente ao Marítimo) e a partir do que tive oportunidade de ver em directo aconteceu o que já aqui critiquei por várias vezes: a falta de killer instinct. Irritei-me profundamente com a ronha que o Benfica fez com a vantagem mínima. Não percebo como é que não se tenta alargar a diferença para dois golos para, depois sim, gerir o jogo. É que se estava mesmo a ver o que poderia acontecer. Este ano não cedemos muitas vezes pontos nos últimos minutos, mas defender 1-0 é sempre um enorme risco. Pode haver um lance fortuito que deite tudo a perder, como o canto que deu o golo do empate aos 88 minutos. Quase parti o hall do hotel, onde estava a ver o jogo, com a fúria!

Individualmente não posso fazer grandes comentários por enquanto, mas espero que a lesão do Simão não seja grave para que possamos despedir-nos dele convenientemente no próximo jogo na Luz. Muito lhe devemos nestes cinco anos em que usou a gloriosa camisola e merece uma última ovação em campo.

Quando tudo parecia perdido, eis que os lagartos nos oferecem logo a seguir uma benesse que nos permite ainda sonhar com o 2º lugar. A Naval, que nos roubou quatro pontos este ano, foi a Alvalade tirar dois. Os lagartos não jogaram nada e cada dia que passa descobrem sempre um novo penalty que ficou por assinalar (no próprio dia era um, ontem o presidente já falava em três!). O Sá Pinto foi expulso por palavras e vai ter o final de carreira que merece, passando os dois próximos jogos na bancada. Nas suas duas últimas aparições em campo, foi para a rua duas vezes. Coincidência?

P.S. – Se tivéssemos feito a nossa obrigação frente aos clubes da Madeira, já estaríamos em 2º lugar...

segunda-feira, abril 17, 2006

Estranhamente fácil

A nossa vitória por 2-0 no Bessa (ao fim de 10 anos voltámos a triunfar na casa do Boavista!), juntamente com o empate dos lagartos na Amadora, permite-nos ter algumas esperanças em chegar ainda ao 2º lugar (se não fosse aquele empate com o Marítimo na semana passada...). Foi um jogo bastante mais fácil do que se estava à espera e aproveitámos bem a fase menos positiva do Boavista para matar o segundo borrego contra equipas da cidade do Porto. Não deixa de ser curioso que tenhamos esta performance contra as equipas da invicta (quatro jogos, quatro vitórias) e não consigamos ser campeões.

A 1ª parte foi fraquinha no seguimento da maioria dos jogos que temos feito nos últimos tempos. Desta vez, o Koeman fez-me a vontade e colocou o Karagounis de início, mas o grego continua a desperdiçar as oportunidades que tem a titular e passou ao lado do jogo. Tão ao lado que foi substituído ao intervalo pelo Geovanni e a diferença notou-se bem no 2º tempo. Tivemos um período inicial de 10 minutos de alguma velocidade com dois remates perigosos (Léo e, principalmente, Manduca), mas ficámo-nos por aí. O Boavista também não criou oportunidades, com excepção de um remate do João Pinto já perto do intervalo, pelo que a 1ª parte foi muito enfadonha.

Na 2ª parte melhorámos imenso para o que muito contribuiu o golo logo aos 51 minutos. Foi o que valeu marcar bem um livre (pelo Simão) para dentro da área, já que a bola foi desviada pelo Tiago e traiu o Khadim. Quando se marca livres assim, tensos e na direcção da baliza, têm-se grandes hipóteses de ser bem sucedido, bastando um pequeno toque para a bola entrar. A partir daqui, o jogo ficou praticamente ganho, porque o Boavista nunca se mostrou capaz de criar oportunidades de golo. Infelizmente, não aproveitámos para fazer contra-ataques com a frequência desejada e deixámos o Boavista ter mais posse de bola. Para os adeptos (ou pelo menos para mim) isto é muito stressante, já que controlar um jogo com a vantagem mínima provoca sempre calafrios, mas a posteriori há que admitir que estamos cada vez melhor nesta arte de segurar resultados. Logo a seguir ao nosso golo, um remate do Miccoli proporcionou a Khadim a melhor defesa do jogo, mas só voltaríamos a marcar perto do fim pelo Mantorras, na sequência de uma abertura muito boa do Simão que o isolou. O angolano é um caso sério de eficácia e é, pelo 2º ano consecutivo, o nosso avançado que precisa de menos tempo para marcar um golo (menos de 90 minutos). Pode ser que o Koeman já não o ache dispensável agora... Esta produtividade não pode ser fruto do acaso e, apesar de alguns lance onde me irrita solenemente (como os fora-de-jogo infantis), o Mantorras é um jogador que personifica bem o espírito do Benfica: “um clube lutador”. Aliás, isto é bem verdade.

Em termos individuais o Simão esteve em destaque, já que participou directamente nos dois tentos, mas continua a falhar golos incríveis isolado frente ao guarda-redes. O Manuel Fernandes também jogou bem e continua a subir de forma. Com a lesão do Léo no final da 1ª parte (e a do Ricardo Rocha mesmo antes do jogo começar), tivemos que adaptar o Beto a defesa-direito e ele curiosamente não esteve nada mal. O Nélson foi outro que se apresentou um pouco melhor do que nos últimos jogos. A entrada do Manduca permite-nos ter um pouco mais de velocidade do que com o Robert, mas a verdadeira posição dele continua a parecer-me que é a extremo-esquerdo e só quando o Simão se for embora é que ele deverá ter a sua oportunidade aí. O Miccoli esteve bastante isolado na 1ª parte, muito por culpa do Karagounis que não o apoiou como deveria, mas na 2ª falhou um golo de cabeça que, apesar de não ser fácil, um jogador da categoria dele tinha obrigação de marcar. Menos positivo esteve o Anderson, que me pareceu desconcentrado principalmente na 1ª parte (aquele atraso ao Moretto que parou nos pés de um avançado...), confirmando que nunca reentra bem na equipa depois de estar um jogo fora.

No final do jogo lá tivemos os 15 minutos de fama habituais de quem nos defronta. O Carlos Brito queixou-se da arbitragem, nomeadamente da falta de critério nas faltas. Não poderia estar mais de acordo: na 1ª parte há pelo menos três faltas atacantes do Boavista que o Bruno Paixão não assinalou e que deram origem a ataques algo perigosos (incluindo o tal remate do João Pinto), e perto do final o Tiago deveria ter sido expulso por uma rasteira bárbara (reminiscências do estilo Jaime Pacheco?) sobre o Simão. Isto já para não falar do golo anulado ao Manduca em que me parece que ele estava em jogo. E termino com uma pergunta: porque é que a Sport TV repetiu até à exaustão o suposto lance de penalty do Nélson e não deu uma única repetição de um lance exactamente igual na grande-área deles sobre o Luisão pouco depois?

P.S. – A ser verdade a notícia sobre o salário do Robert ser o mais alto do plantel, o que obviamente não é bem aceite pelos jogadores mais carismáticos, isso explica muito do que foi a nossa 2ª volta. E, se assim for, é um erro abissal da SAD.

segunda-feira, abril 10, 2006

Desaproveitada

Perdemos uma soberana oportunidade de ficar a dois pontos do 2º lugar ao empatarmos (2-2) em casa com o Marítimo. E poderia ter sido pior, porque a 12 minutos do fim estávamos a perder por 2-0. Assim, ficámos a quatro pontos dos lagartos, o que torna a tarefa da entrada directa na Champions muito complicada. Felizmente o Braga perdeu em Setúbal e deveremos ter pelo menos o 3º lugar assegurado, já que ficámos com seis pontos de vantagem sobre eles.
O Koeman fez entrar o Nélson, Robert e Marcel para a equipa principal e deixou o Karagounis e o Geovanni no banco. A nossa 1ª parte foi muito má, mas curiosamente até entrámos bem no jogo, com alguma velocidade nos minutos iniciais. Infelizmente, foi sol de pouca dura. Tivemos uma grande oportunidade num bom remate do Marcel, que o guarda-redes defendeu para a barra, mas a partir dos 10 minutos fizemos tudo muito lentamente. O Marítimo pouco perigo criava, mas aproveitou um canto para se colocar em vantagem, numa altura que o Ricardo Rocha estava fora do campo. O jogador deles saltou à vontade e cabeceou para o 2º poste, onde estava o Léo no início do canto. Todavia, enquanto a bola ia no ar, o nosso defesa deu inexplicavelmente dois passos para o lado e, quando a bola passou, ele já não estava no poste. Tivesse ele mantido a posição e não seria golo. Até ao final da 1ª parte, ainda deu para o Miccoli levar uma grande chapada dentro da grande área, mas sem que o Sr. Augusto Duarte assinalasse o respectivo penalty e expulsão.

Na 2ª parte mostrámos mais vontade, mas as coisas persistiam em não correr bem. Ao quarto-de-hora, o Koeman tirou o Marcel e o Nélson e colocou o Karagounis e o Mantorras, ficando nós a jogar com três defesas. Todavia, a 20 minutos do fim aconteceu um balde de água fria com o 2º golo do Marítimo, num lance em que o Manuel Fernandes defende muito mal a linha lateral, é batido pelo Evaldo que centra à vontade, o Luisão falha o corte e o Léo não acompanha o Zé Carlos, que bate o Moretto. Triplo erro defensivo! A partir daqui toda a gente achava que o jogo estava perdido, mas mais com o coração do que com a cabeça, como é normal nestes casos, conseguimos uma recuperação assinalável. Aos 79 minutos, o Petit aproveita um alívio para a entrada da área para, sem deixar a bola cair no chão, fuzilar o guarda-redes. A esperança renascia e o que é certo é que até ao fim do jogo tivemos pelo menos três flagrantes oportunidades: o Mantorras cabeceou na pequena-área e o Marcos defendeu sobre a linha (não me pareceu que a bola tivesse entrado); o Miccoli em fora-de-jogo introduziu a bola na baliza na sequência de um cabeceamento do Manduca, mas o Luisão chocou (fora da área) com o guarda-redes no início da jogada e não se percebeu se o árbitro marcou falta ou fora-de-jogo; e aos 92 minutos nova bola na barra cabeceada pelo Mantorras. O árbitro deu seis minutos de compensação (mais que justificados) e aos 94 surgiu um penalty indiscutível por mão de um defesa. O Simão, muito concentrado, livrou-nos da derrota.

Com um deficiente jogo colectivo, é difícil destacar algum jogador individualmente, mas o Ricardo Rocha terá sido dos menos maus e ainda teve tempo para sofrer um penalty que foi transformado em falta atacante. O Moretto continua um susto a jogar com os pés, mas tem a estrelinha do lado dele já que ainda não foi hoje que sofremos um golo por causa disso. O Nélson precisa de ser operado rapidamente, porque a pubalgia e a hérnia não o deixam jogar o que sabe. O Luisão e o Léo tiveram as falhas que apontei, todavia foram generosos como habitualmente. O Petit não está de facto em boa forma, mas marcou um golo memorável. O Manuel Fernandes esteve regular, apesar das culpas no 2º golo deles. O Simão e o Miccoli estiveram mais discretos do que habitualmente, mas são jogadores dos quais se pode sempre esperar um golpe de asa que nos resolva o jogo. O Karagounis e o Mantorras vieram dar mais dinamismo à equipa e continuo sem perceber a insistência do Koeman em sentar o grego no banco.

E deixo para o fim, propositadamente, os dois novos “Michael Thomas” ou “Paulo Almeidas” do plantel: Marcel e Robert. O brasileiro nem entrou mal no jogo, ganhou algumas bolas de cabeça e teve o tal lance à barra, mas assim que começou a ter intervenções menos boas, a contestação iniciou-se. Quanto ao francês é um caso ainda pior. É certo que o homem não é de grandes corridas, mas esteve longe de ser um dos piores em campo. É verdade que os livres e cantos não lhe saíram bem, mas teve alguns pormenores bastante bons e fez alguns centros perigosos que foram desaproveitados. Além disso, defendeu mais do que é normal. Não obstante, foi muito assobiado (tal como o Marcel) na altura da substituição. Com uma pressão destas sobre os nossos próprios jogadores, não sei como é que os benfiquistas esperam que eles rendam. Ao primeiro falhanço são logo assobiados. A paciência é uma virtude, mas infelizmente não do povo português.

As duas próximas jornadas são fulcrais, já que temos duas saídas dificílimas: Bessa e Choupana. Era essencial chegarmos ao 2º lugar, ainda por cima porque estamos em ano de Mundial e alguns dos nossos jogadores vão ter férias mais curtas. Começar a época antes de todos os outros e ainda ter de disputar uma pré-eliminatória é algo a evitar a todo o custo.

P.S. – O Manú foi expulso “por palavras” no Gil Vicente – E. Amadora. Que conveniente… Com quem é que joga o Estrela para a semana?

domingo, abril 02, 2006

Economode

Mais uma vitória na véspera do jogo mais importante da época. Apesar de um mau início de jogo, com um golo sofrido muito cedo, a justeza do nosso triunfo em Belém por 2-1 é incontestável. Conseguimos dar a volta ao marcador ainda na 1ª parte e na 2ª, a exemplo do que já sucedera frente ao Braga, limitámo-nos a controlar (nem sempre bem) a partida, embora devido à vantagem mínima tivesse sido um jogo de algum sofrimento para os adeptos.
Finalmente quebrei o enguiço este ano! Tinha ido ver o Glorioso fora duas vezes (Manchester e Braga) e tínhamos perdido ambos os jogos, pelo que à terceira foi de vez. Ainda por cima tive o privilégio de ter a companhia do meu amigo D’Arcy, o que tornou o serão futebolístico quase perfeito (faltou só que os lagartos não tivessem ganho em Guimarães). Confesso que com o golo sofrido logo aos oito minutos (no estádio pareceu-me frango do Moretto, mas a TV mostra que o remate do José Pedro foi bem colocado, embora desse a ideia que o nosso guarda-redes se poderia ter lançado mais cedo) vi a minha vida andar para trás. Queres ver que eu dava azar ao Glorioso fora de casa?! Quando, pouco depois na sequência de uma excelente abertura do Miccoli, o Nuno Gomes demora séculos a rematar e por via disso deixa-se desarmar e lesiona-se com alguma gravidade (é quase certo que falhe Barcelona), ainda mais apreensivo fiquei. O jogo não nos estava a correr nada bem, mas eis senão quando o Beto faz a sua jogada da época, conduz a bola por entre três adversários e já dentro da área liberta no momento exacto para o Miccoli que, só com a recepção tira o defesa do caminho, remata em arco e obtém um magnífico golo. Poucos minutos volvidos, o Miccoli conduz um ataque e passa ao Karagounis que remata fora da área e estreia-se a marcar pelo Benfica. Mais uma vez no estádio pareceu-me que o Marco Aurélio teve algumas culpas, mas a repetição na televisão mostra que o remate é ligeiramente desviado por um jogador do Belenenses. Estava dada a volta ao resultado antes do intervalo e até ao final da 1ª parte poderíamos ter acabado com o jogo quando, na nossa melhor jogada, o Miccoli desmarca o Simão que remata cruzado (de ângulo já difícil) ao lado.

Como o D’Arcy e eu suspeitávamos, na 2ª parte o Benfica preparava-se para deixar correr o marfim à espera do fim do jogo. E assim foi. O Belenenses entrou muito pressionante e durante 15 minutos encostou-nos às cordas. Ao contrário do que seria desejável, nós nem sequer tentávamos o contra-ataque. Estávamos já com a cabeça em Barcelona, o que era uma atitude muito perigosa só com a vantagem mínima no marcador. O Koeman mexeu na equipa e para minha surpresa tirou o Karagounis e colocou o Geovanni. Trocou um médio por um avançado, quando eu esperava que saísse o Miccoli, até para o poupar para a próxima 4ª feira. Todavia, por esta altura o gás do Belenenses já se tinha esgotado, mas nós também não estávamos interessados em dar a estocada final na partida. O nosso único lance de perigo na 2ª parte foi uma boa jogada do Léo, a menos de dez minutos do fim, que culminou num remate em arco à barra, com o Marcou Aurélio a seguir a trajectória da bola com os olhos. No entanto, mesmo no último minuto de descontos o Belenenses tem uma boa oportunidade com o Meyong isolado na área a cabecear por cima. Era uma grande penalização para nós, mas era o que daria estar a fechar a loja com apenas 2-1.

Individualmente, o Miccoli destacou-se porque participou nos dois golos e mexeu com o nosso ataque todo. A sua qualidade é indesmentível, vale bem os cinco milhões de euros da cláusula de opção, mas o grande problema são as sucessivas lesões musculares que tem. Será um bom investimento? Confesso que estou indeciso. O Beto também fez um bom jogo e está decididamente a viver a sua melhor fase no Benfica. O Luisão foi imperial nas alturas, apesar de na 1ª parte ter sofrido um pouco com o Meyong. O Simão também está de volta à boa forma e a ajuda defensiva que deu na 2ª parte foi de louvar (magistral a forma como se desenvencilhou do Rui Jorge junto à linha lateral perto da nossa área). O Geovanni entrou muito bem no jogo e o resto da equipa esteve num nível razoável. Dada a lesão do Nuno Gomes, deveremos jogar com Simão, Miccoli e Geovanni na próxima 4ª feira, mas eu não sei se não guardaria um destes dois para a 2ª parte, já que a sua velocidade pode causar muitos estragos à defesa do Barça. Vai ser muito difícil e espera-se um sofrimento atroz, mas como diria o José Torres “deixem-me sonhar”.

P.S. – Acho piada como os treinadores adversários aproveitam o jogo frente ao Benfica para cascar nas arbitragens. Contra o clube regional (principalmente) e os lagartos são roubados até mais não, mas ficam sempre calados. Dos lances que o Couceiro reclama, o do Petit não me parece penalty, porque ele vai à bola ao mesmo tempo que o José Pedro (aliás, este na flash interview, quando questionado, nem sequer se lembrou desta jogada). O do Manduca foi mesmo à minha frente e pareceu-me que ele bateu com o ombro na bola. Na televisão fica-se com mais dúvidas, mas infelizmente não houve imagem desse lado para tirá-las. Mesmo assim, admito que possa ter sido penalty. Porém, a diferença de critério do Pedro Henriques da 1ª para a 2ª parte é que foi de realçar. Na 1ª deixou jogar como habitualmente, mas na 2ª cada vez que o jogador do Belenenses caía era falta. Aliás, o próprio Couceiro reconheceu isto.

domingo, março 26, 2006

Muito importante

As nossas cabeças já só pensam no jogo da próxima 3ª feira, mas esta partida frente ao Braga era mais importante do que o jogo frente ao Barça. A nossa vitória por 1-0 permitiu-nos distanciar cinco pontos dos bracarenses, consolidar o 3º lugar e colocar pressão nos rivais que ainda não jogaram. Independentemente do resultado deles, espero que este triunfo nos coloque pelo menos na pré-eliminatória da Champions do próximo ano (daí a importância deste jogo), porque com a carreira que já fizemos esta temporada seria uma decepção ficarmos de fora na próxima época.

Finalmente houve um jogo que nos correu bem. Um golo do Nuno Gomes (aleluia!), com ressalto num defesa, logo ao minuto e meio de jogo, ajudou-nos e de que maneira. O desvio é muito bom, mas o centro do Robert é ainda melhor. O francês pode não correr muito (e não o faz, é certo), mas tem excelentes pormenores e tem sido decisivo em algumas partidas. Aquele pé esquerdo põe a bola onde quer e sinceramente prefiro um jogador que não corra muito mas faça a bola circular do que um maratonista que volte com a bola ao sítio de partida. Para este jogo, o Koeman deixou o Geovanni e o Nélson (que não se treinou durante uns dias) no banco já a pensar no Barça. O Ricardo Rocha jogou na direita e foi um dos melhores da equipa, tanto a defender como a apoiar o ataque. Tivemos 20 minutos iniciais muito bons, mas depois limitámo-nos a controlar o jogo, o que fizemos bem, sem dúvida, mas esta estratégia deixa-me sempre com o coração nas mãos, porque num lance de bola parada ou numa jogada furtuita arriscamo-nos a sofrer um golo. Felizmente, o Braga não criou muitas oportunidades e não passámos por situações complicadas. A partir da entrada do Karagounis e com o segundo amarelo ao Luís Filipe no último quarto-de-hora, o jogo acabou. O grego é mestre a esconder a bola e o Braga deixou de atacar.

Na altura mais importante da época, temos alguns jogadores a voltar à boa forma, como é o caso do Simão e do Manuel Fernandes. O Léo foi dos melhores, como habitualmente, e a defesa (excepto o guarda-redes) esteve bem. Aliás, temos um grande problema com o guarda-redes. Hoje houve duas situações de apuros graças ao Moretto, na sequência de bolas despejadas para a área em que ele anda sistematicamente aos papéis. Espero que esta insistência num tipo que há duas épocas era suplente do Felgueiras em vez do suplente da selecção vice-campeã da Europa não nos saia cara no futuro, nomeadamente já na próxima terça. O Beto também entrou muito bem para o lugar do Petit (outra poupança a meio da 2ª parte). O Nuno Gomes lá voltou aos golos, mas infelizmente não pode jogar frente ao Barça. Quero ver a falta que o ponta-de-lança desse jogo (Geovanni ou Miccoli) vai ter dele. É certo que ele me tem exasperado nos últimos tempos devido à sua falta de pontaria e à pouca apetência para rematar à baliza, mas espero (embora duvide) que a sua ausência não seja notada daqui a três dias.

Um última referência para mais uma excelente assistência na Luz: 49.628 espectadores. Nos jogos disputados em casa este ano estamos com uma média de 42.427 pessoas o que é verdadeiramente notável. Espero que isto continue assim na próxima época, já que o estádio da Luz cheio é uma das melhores visões que se podem ter. Que a enchente da próxima terça-feira seja inspiradora dos jogadores para mais uma noite europeia à Benfica. “Não há duas sem três”…

segunda-feira, março 20, 2006

E se…?

Tudo se perspectivava para mais um jogo a zeros quando no 2º minuto de compensação uma das figuras mais preponderantes da conquista do campeonato passado nos oferece a vitória em Vila do Conde: Mantorras. Quando a bola entrou na baliza, senti um misto de satisfação e revolta. Satisfação porque ganhámos (mais que merecidamente, acrescente-se) um jogo em que tivemos outra vez inúmeras oportunidades de golo, mas em que a bola parecia que não queria entrar. Revolta porque se quem nos deu a vitória hoje não tivesse sido injustiçado como foi, possivelmente não estaríamos na posição que estamos.

Em mais um jogo de sentido único, o Benfica voltou a ser o cúmulo do desperdício. Tivemos pelo menos cinco (!) oportunidades, em que os nossos jogadores estiveram cara-a-cara com o guarda-redes, que não concretizámos (três do Simão, uma do Nuno Gomes e outra do Robert). Criamos bastante jogo atacante, mas estamos muito nervosos e a baliza tem sido muito pequena nos últimos tempos. Ou é o guarda-redes contrário que faz uma exibição do outro mundo (o que nem foi o caso hoje) ou são os nossos avançados que falham, o que é certo é que estamos com um défice de golos que não é normal. O Nuno Gomes está em muito má forma, principalmente no que toca a acertar na baliza. O Miccoli passa mais tempo no estaleiro do que em campo. O Geovanni joga 20 minutos a ponta-de-lança e depois passa para extremo. O Mantorras tem sido ostracizado. O Marcel, sem comentários… Não há muito mais a dizer do jogo de hoje senão que a nossa vitória peca por escassa. O Rio Ave pouco atacou e lances de perigo para nós foram inexistentes, excepto os que foram criados pelo nosso próprio guarda-redes.

Continuo sem perceber algumas das opções do Koeman, nomeadamente a titularidade do Manduca em detrimento do Karagounis. Mais uma vez, quando o grego entrou, o nosso jogo melhorou. Estou farto de dizer que o Karagounis tem que ser titular desta equipa, porque é o único que transporta a bola para a frente em condições (quem é que fez o passe para o Simão no lance do nosso golo?!). A nossa defesa esteve razoável até porque o trabalho foi quase inexistente. Curiosamente, o Léo foi quem esteve pior em relação aos últimos jogos e teve uma falha que poderia ter disso comprometedora logo no início do jogo. O Nélson teve um remate perigoso e está a subir lentamente de forma. O Petit e o Manuel Fernandes praticamente só tiveram que atacar. O Simão foi dos jogadores mais activos, mas teve falhanços imperdoáveis sozinho frente ao guarda-redes. O Geovanni, enquanto esteve a ponta-de-lança, ainda mexeu um bocadinho, mas depois eclipsou-se. O Manduca foi dos piores, principalmente ao nível do remate (duas boas situações, dois passes ao guarda-redes), e demonstrou outra vez que é muito melhor como substituto do que como titular.

Durante o jogo de hoje, lembrei-me deste “e se” em relação à nossa época: e se o Koeman tivesse partido do princípio que os jogadores novos que chegaram tinham que provar que eram melhores do que os que já cá estavam e que ajudaram à conquista do campeonato passado? E se o Koeman não lhes tivesse dado prioridade nas suas escolhas? Estou a pensar fundamentalmente nos seguintes casos:
2) E se o Koeman não tem tirado (injustamente) o Quim da baliza para colocar o Moretto com apenas três treinos? O golo (mal) anulado que sofremos hoje resulta em mais uma falha imperdoável dele, que por sua vez vem na sequência de um lance ridículo em que ele tenta dominar a bola de peito, mas consegue deixá-la fugir para canto. Ainda não houve nenhum jogo que possamos dizer que perdemos por causa do guarda-redes (também não deve demorar muito…), mas esta substituição foi importante pelo que significou em relação ao balneário e à sua quebra de coesão.
3) E se o Koeman não tivesse renegado o Mantorras para a bancada durante dois (!) meses em detrimento do Marcel? Toda a gente se recorda de como o angolano foi importante no ano passado e este ano já lhe devemos quatro pontos. Foras-de-jogo à parte, ficou mais uma vez exemplificada a sua mais valia. A sua movimentação no golo é brilhante e a forma como coloca o pé à bola também.

Foi por pouco que as ínfimas esperanças que temos de revalidar o título não foram por água abaixo, mas por agora temo-nos de concentrar em manter o 3º lugar. Para a semana contra o Braga é imperativo vencer para aumentar a distância e só espero que esta vitória nos dê um pouco mais de confiança em termos de finalização.

P.S. – O golo anulado ao Rio Ave pareceu-me uma má decisão do fiscal-de-linha. É um lance duvidoso, mas dá a sensação que a bola não saiu pela linha-de-fundo. Todavia, comparar este lance difícil de ajuizar com os dois lances CLAROS que nos prejudicaram na semana passada (comparação que alguns irão fazer certamente) é uma prova de desonestidade intelectual. Ou então de acefalia.

segunda-feira, março 13, 2006

Acabou

O empate (0-0) cedido frente à Naval 1º de Maio significou o adeus ao campeonato. Agora, com oito jornadas para jogar e sete e cinco pontos para recuperar dos nossos rivais, só um milagre nos poderá valer. Ainda por cima, temos o calendário mais difícil dos três grandes. Neste jogo aconteceu-nos um pouco de tudo: aselhice, falta de sorte, pouco empenho (na 1ª parte) e o Sr. Carlos Xistra que conseguiu não ver (ou melhor, viu mas não assinalou) um penalty do tamanho do MUNDO sobre o Léo a 10 minutos do fim.

Depois da jornada épica frente ao Liverpool, o Koeman decidiu manter quase a mesma equipa de Anfield (só o Ricardo Rocha entrou para o lugar do engripado Luisão). Foi um grande erro, já que fomos ao mercado em Dezembro precisamente para que a rotatividade fosse possível em jogos de ressaca europeia como este. E o Koeman até tem optado por ela durante a 2ª volta, mas estranhamente isto não aconteceu neste jogo. A equipa mostrou-se muito cansada, especialmente na 1ª parte, quando jogámos ora devagar ora parados. Eu sei que com Luisão, Petit e Miccoli de fora não seria fácil rodar muito, mas duas ou três substituições de jogadores não teriam feito mal nenhum, por exemplo a entrada de início do Karagounis (o Nuno Gomes está roto), do Nélson (o Alcides acabou por se lesionar durante a partida) e do Manduca (para o lugar do Robert) poderia ter permitido maior velocidade logo no início do jogo. Assim não aconteceu e a 1ª parte, à semelhança da Amadora, foi uma lástima.

Na 2ª parte pressionámos mais como era nossa obrigação e criámos diversas oportunidades de golo que, maioritariamente por aselhice, não concretizámos. Logo aos 10 minutos há um jogador da Naval que é (bem) expulso por ter cortado a bola com a mão impedindo assim que o Nuno Gomes se isolasse. A partir daí, a Naval abdicou do ataque e nós massacrámos até ao fim do jogo. O Nuno Gomes tem um bom remate defendido pelo guarda-redes com o pé, mas a maior perdida de todas é a do Anderson que, depois de um livre do Simão defendido pelo guardião contrário contra o poste, conseguiu no ressalto dentro da pequena-área(!) atirar a bola para fora. O Geovanni também tem uma boa jogada que me parece cortada pelas mãos do Nelson Veiga para canto (só contra o clube regional é que um lance cortado pelo peito deste jogador é transformado em penalty). O Karagounis também tem dois bons remates defendidos pelo guarda-redes e o Simão remata ao lado numa recarga fora da área. A 10 minutos do fim, o Léo escapa-se pela esquerda e é claramente derrubado pelo defesa. O árbitro, a cinco metros do lance, não marca penalty. A reunião do presidente do clube regional com o presidente da Comissão de Arbitragem dá finalmente os seus frutos. Aliás, basta ver neste site quem é que tem sido mais prejudicado pelas arbitragens. No último minuto de compensação, o Marcel junta mais uma perdida escandalosa à colecção delas que anda a fazer no Benfica.

Quando um dos melhores jogadores do Benfica é o Beto, está tudo dito. O Simão esteve igualmente bem e fartou-se de criar lances de perigo. No global a equipa teve muito querer, mas muito pouca arte para bater o guarda-redes contrário. No entanto, sinceramente não percebo as opções do Sr. Koeman. Então, o Luisão estava com gripe e não se chamou mais ninguém, tendo ficado só com seis jogadores no banco em vez de sete?! O que é que se passa com o Mantorras? Será que ninguém explicou ao Sr. Koeman que ele foi DECISIVO na conquista do campeonato passado, não só ao marcar golos importantíssimos como a ganhar inúmeras faltas perigosas à entrada da área?! O que é que o Marcel já fez pelo Benfica? Porque é que ele é convocado e o angolano não? Eu passo-me com os foras-de-jogo idiotas que o Mantorras apanha, mas caramba a diferença entre ele e o Marcel é abissal! Por outro lado, o Moretto continua a não dar confiança à equipa. Teve duas intervenções inacreditáveis neste jogo, em que cedeu canto em duas bolas facílimas de agarrar. Teremos o Quim no banco até quando? Será preciso perdermos algum jogo por culpa do Moretto?

O Koeman já nos deu muitas alegrias este ano, mas a sua gestão de balneário deixa muito a desejar. Trocar alguns “novos heróis” por jogadores medianos, que há três meses que não convencem, é inexplicável. Ao menos, os outros foram campeões. E com isto tudo o campeonato está perdido. Resta-nos tentar a Taça de Portugal para ver se ganhamos mais alguma coisa este ano. E, já agora, manter um lugar no campeonato que dê acesso à Liga dos Campeões. Depois do que fizemos nesta prova este ano, seria muitíssimo frustrante ficarmos de fora para o próximo.

domingo, março 05, 2006

Vitória contra 14

Conseguimos o milagre de ganhar (2-1) num campo muito difícil como é o do E. Amadora, que este ano já tinha derrotado os outros dois grandes. Ainda por cima, a vitória é tanto ou mais meritória dado que tivemos que jogar contra 14. Daí que eu fale em milagre, porque a arbitragem do Sr. Paulo Costa foi de encomenda. Já se percebeu o que o presidente do clube regional foi fazer à comissão de arbitragem da Liga na semana passada. Desde foras-de-jogo inacreditáveis assinalados aos nossos avançados (contei pelo menos uns quatro), a faltas à entrada da área não assinaladas (pelo menos duas, sendo a do lance do Robert na 2ª parte escandalosa) e passando por um critério disciplinar que o fez não expulsar (nem sequer amarelar) um jogador do E. Amadora aos quatro minutos por agressão bárbara à perna do Petit (jogador esse que viria a marcar o golo adversário e que é emprestado pelo clube regional, olha quem!) mas que o levou a mostrar uma série de amarelos aos nossos jogadores, tivemos uma excelente demonstração de como se cozinham resultados sem ter que assinalar penalties ou anular golos. Uma arbitragem à la época pré-“Apito Dourado”.

Todavia, isto não serve de desculpa para o fraco jogo que fizemos. Então na 1ª parte foi um desastre completo. O Koeman disse que se houvesse algum jogador a pensar em Liverpool sairia logo nem que fosse aos quatro minutos, mas assim sendo teria de substituir 90% da equipa. Por outro lado, acho que o holandês não esteve bem na equipa inicial. Sem o Simão, lançou logo de início o Geovanni, que não jogava há um mês, vem de uma lesão muscular e só fez dois treinos. Igualmente titular foi o Karagounis, que efectuou uma longa viagem e jogou pela selecção grega duas vezes também durante a semana. Contra avançados rápidos e baixinhos não sei se teria sido preferível colocar o Nelson em vez do Alcides, que nos fazia além disso ganhar profundidade atacante. Enfim, nada garante que com estas alterações as coisas fossem diferentes, mas o que é certo é que a 1ª parte foi para deitar fora. Sofremos um golo na sequência de uma falta inexistente e num lance em que o Moretto tem muitas culpas. Aliás, continuo sem perceber a insistência nele, que não dá segurança nenhuma à defesa. Na 2ª parte teve uma saída em falso e largou uma bola que só não entrou por imperícia do avançado da Amadora. E o Quim continua no banco…

Na 2ª parte fomos ligeiramente mais rápidos e chegámos ao empate em mais um remate do Robert, para grande desespero dos comentadores (especialmente o Joaquim Rita), que se tinham fartado de dizer mal dele durante o 1º tempo. O francês pode não correr muito, mas faz a bola correr (que é substancialmente mais importante) e tem esta capacidade de rematar sempre com perigo. Continuem a dizer mal dele… Só não percebo é porque é que não é ele a marcar TODOS os nossos lances de bola parada. Com as entradas do Manduca e principalmente do Miccoli exercemos maior pressão e o italiano fez três remates e todos acertaram na baliza. Num deles tivemos a melhor ocasião do jogo, já que depois do Bruno Vale ter feito uma boa defesa o Manduca acerta no poste na recarga. Finalmente no início do tempo de descontos um bom lançamento do Robert para a frente encontra o peito do Nuno Gomes a amortecer para o Miccoli que faz golo, com um excelente remate que ainda toca num defesa e sofre um desvio que o afasta do guarda-redes. Vitória muito sofrida, mas que se aceita pela nossa 2ª parte.

Individualmente, o destaque vai para o Miccoli, Robert (que pode jogar a passo, mas esteve nos dois golos) e Manuel Fernandes (que todavia continua a emperrar muito o nosso jogo, ao fazer sempre mais uma finta do que é necessário). Na defesa, os centrais permitiram algumas veleidades aos adversários, mas o Alcides e o Léo estiveram bem. O Petit foi generoso como sempre, mas o Nuno Gomes está numa altura de menor fulgor e só com a entrada o Miccoli se pode soltar mais. Foi uma vitória importante até pelo modo com o foi obtida e que espero que nos moralize para Anfield. Vai ser um inferno, mas temos que tentar marcar um golo. Se o conseguirmos, tudo é possível. Mas se formos eliminados já fizemos mais do que a nossa obrigação. Qualquer que seja o desfecho da eliminatória, devemo-nos é concentrar no campeonato que é o nosso verdadeiro objectivo.


P.S. - Com o empate no Boavista-Braga subimos para o 3º lugar. Vindo de uma série de sete vitórias consecutivas, o Boavista não só não ganhou como viu ainda três jogadores habitualmente titulares (entre os quais o João Pinto) levarem cartões que os impedem de defrontar o clube diferente na próxima jornada. O árbitro do jogo foi o Sr. Lucílio Baptista, outro grande artista da nossa praça. Lá está mais uma coincidência...

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Có-có-ró-có!

Obrigado, Baía! Com um frango descomunal na sequência de um livre marcado quase do meio-campo pelo Robert (até que enfim que marca os livres!), que talvez só o Sr. Olegário Benquerença tivesse dúvidas sobre se a bola entrou ou não, esteve indelevelmente ligado à nossa vitória por 1-0. Este triunfo foi mais que merecido, mas peca por escasso já que fomos a única equipa que quis ganhar o jogo.

Como se esperava de um homem teimoso até à última, o Adriaanse veio jogar com três defesas, enquanto no Benfica a única alteração em relação ao Liverpool foi a entrada do Karagounis para o lugar do Beto. Até ao nosso golo a partida foi enfadonha e a culpa foi maioritariamente nossa, porque jogámos sem velocidade que era essencial para ultrapassarmos uma defesa de apenas três homens. A importância de ter um jogador que possa decidir um encontro num pontapé-livre ficou hoje mais uma vez demonstrada e o Robert já justificou a sua contratação pelo Benfica. É um grande frango, mas o arco que a bola descreve fez lembrar os livres do Roberto Carlos. A seguir ao golo melhorámos a nossa produção e, antes do intervalo e só com o Baía pela frente, o Nuno Gomes tem um falhanço clamoroso e imperdoável, na sequência de um passe magistral do Simão. Tivesse ele marcado o 2-0 o jogo teria acabado por aí.

Na 2ª parte controlámos a partida e o clube regional praticamente não teve oportunidades. Todavia, acho que deveríamos ter feito mais para tentar marcar o golo da tranquilidade. Neste aspecto, o Nuno Gomes salientou-se pela negativa, com uma série e maus passes no meio-campo que inviabilizaram lances de contra-ataque. Notou-se alguma fadiga, o que será normal por causa do intenso jogo de 3ª feira passada. Perto do final há um lance duvidoso na grande-área do clube regional em que parece que o Petit foi puxado e impedido de chegar à bola. Claro está que o Sr. João Ferreira nada assinalou o que foi conforme a uma arbitragem muito habilidosa, com uma série de faltas duvidosas a favorecer o clube regional.

Em termos individuais começa a ser cansativo e repetitivo, mas lá tivemos os três suspeitos do costume em destaque: Luisão, Léo e Petit. O Quaresma só teve um lance em que criou perigo e teve que ser do lado direito da nossa defesa, porque pela esquerda era impossível. O Luisão esteve imperial no jogo aéreo e os outros dois brasileiros da defesa (Alcides e Anderson) também estiveram muito concentrados. O Manuel Fernandes sobe lentamente de forma, mas continua muito lento a soltar a bola, o que emperra muito a nossa fluidez atacante. O Karagounis não fez um jogo de “encher o olho”, mas tem muita classe e é muito importante para definir o timing dos nossos ataques. O Simão também lutou muito e notou-se uma melhoria da sua produção em relação aos jogos anteriores. O Robert (ainda) não é constante nos 90 minutos, mas vê-se que é um excelente jogador (aquele toque de calcanhar para o Léo, perto da linha lateral, na 2ª parte é delicioso) e tem a capacidade de desequilibrar nas bolas paradas. O Nuno Gomes batalhou imenso, ganhou bastantes bolas de cabeça, mas esteve péssimo em termos de passe e não pode falhar um golo daqueles. O Marco Ferreira não entrou muito bem e manifestou igualmente deficiências a soltar devidamente a bola. Ao invés, o Beto foi importante para segurar o ataque final do adversário.

Em suma, foi uma vitória justíssima e ainda nos mantemos com algumas esperanças na revalidação do título. Não podemos é relativizar os jogos menos importantes, já que nos que foram decisivos até agora (clube regional por duas vezes, Manchester e Liverpool) tivemos um aproveitamento de 100%. Infelizmente não chega e é preciso vencer também os outros para se ser campeão.

P.S. – Espero que o autocarro do clube regional chegue rápido ao Porto, porque se a claque chegar antes dele nem quero pensar no vai acontecer ao pobre do carro do Adriaanse. Perder duas vezes na mesma época com o Benfica é algo de imperdoável para aquelas bandas e nem a possível conquista do campeonato poderá limpar esta nódoa!

domingo, fevereiro 19, 2006

Péssimo ensaio

Começou muito mal a nossa semana decisiva com a derrota por 2-0 em Guimarães. Pior do que a derrota foi a exibição do Benfica que não criou tantas oportunidades de golo como nos últimos jogos e nunca demonstrou verdadeira capacidade para ganhar. Não estava com um bom pressentimento para este jogo, porque quer se queira com não, com o Liverpool e o clube regional aí à porta, os jogadores poderiam encarar esta partida de ânimo mais leve. Por outro lado, o Guimarães estava motivado com a vitória da semana passada no Marítimo e tem uma massa adepta que empurra o clube. Para (não) ajudar à festa, choveu copiosamente durante o encontro todo, o que em termos teóricos não era nada benéfico para o nosso tipo de jogo, como se veio a confirmar.

Se foi por causa destas condicionantes ou não, o que é facto é que entrámos pessimamente na partida e a primeira meia-hora foi de domínio absoluto do Guimarães. O Moretto fez duas boas defesas e há dois cabeceamentos para fora de jogadores do Guimarães, que saltaram à vontade na nossa área, antes do primeiro golo num remate de sorte de 30m. O Ricardo Rocha ainda tenta cortar de cabeça, mas acaba por dar um efeito à bola que entra na baliza. Reagimos lentamente, mas acabámos por marcar um golo pelo Marcel que infelizmente estava fora-de-jogo. Antes disso, há um lance do Léo que me parece de penalty, já que ele foi empurrado por um defesa e pouco depois o Guimarães deveria ter ficado a jogar com 10, porque o Cléber tem uma entrada violenta sobre o Nuno Gomes que seguia na direcção da baliza, apesar de estar ladeado de dois defesas. Enfim, pormenores que infelizmente não chegam a ser as coincidências que refiro no post anterior.

Na 2ª parte entrámos melhor e mantivemos alguma pressão sobre o Guimarães. Todavia, não criámos grandes oportunidades de golo, sendo as duas mais flagrantes do Nuno Gomes, que se as tivesse marcado, como era sua obrigação, talvez o resultado tivesse sido outro. O Guimarães praticamente não existiu na 2ª parte e da única fez que foi lá à frente matou o jogo a 20 minutos do fim, aproveitando um mau corte o Ricardo Rocha que acaba por estar ligado aos dois golos. Pouco depois entrou o Karagounis e ganhámos alguma consistência no meio-campo, mas já era tarde demais. Não fizemos um jogo bem conseguido e considero que o Koeman cometeu dois erros: o Beto deveria ter jogado no lugar do Manuel Fernandes que, ameaçado pelo 5º amarelo, foi muito menos lutador do que é costume o que se reflectiu na suavidade que o nosso meio-campo revelou; o Karagounis deveria ter entrado de início, já que ficou mais uma vez demonstrado que precisamos de um jogador que saiba transportar a bola para a frente e colocá-la jogável nos avançados. Por falar em avançados, jogámos com 10 porque o Marcel continua a ser um corpo estranho na equipa. Fez um jogo razoável em Leiria e daí para cá tem sido uma nulidade. Por outro lado, se o Koeman já sabia que ia jogar com dois pontas-de-lança, porque é que não convocou o Mantorras para o ter no banco?! Em vez disso, o Koeman optou por convocar o Karyaka que não joga há dois meses. O resultado é que só fizemos duas substituições e o angolano teria sido muito útil para entrar para o lugar do inofensivo Marcel. Incompreensível…

Na próxima 3ª feira recebemos o Liverpool e as perspectivas não são as mais animadoras. Hoje vi um pouco do jogo deles contra o Manchester para a Taça e teremos pela frente um adversário que simplesmente não dá espaços para jogar. A velocidade terá de ser a arma principal, mas a falta do Geovanni pode deitar tudo a perder (aliás, o Rafa Benitez já mostrou contentamento ao saber desta ausência). Atravessamos uma fase má na altura crucial da época. Os jogadores mais importantes como o Simão e o Nuno Gomes estão em baixo de forma e três derrotas nos últimos quatro jogos do campeonato não auguram nada de bom. Haverá outro milagre como o do Manchester?

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Doze

É por jogos com formações como o Penafiel que eu sou defensor de um campeonato com 12 equipas (para não dizer dez) a quatro voltas. A nossa vitória por 4-0 é inquestionável e nem sequer fizemos um bom jogo. O Penafiel é que é tão fraquinho que não tivemos que carregar no acelerador. Com menos equipas no campeonato, este tornar-se-ia mais competitivo e com melhores jogos. Era preferível receber o Braga em casa duas vezes do que ter que receber o Penafiel uma só. Os jogos seriam certamente mais interessantes.

O Koeman voltou a mexer na equipa ao colocar o Nuno Gomes no banco e jogando somente com o Petit como médio mais recuado. O Karagounis alinhou em vez do Manuel Fernandes e o Robert também entrou de início. Na frente o Geovanni voltou a ser o ponta-de-lança com o Manduca nas suas costas. Este foi um dos erros do nosso treinador. Na 4ª feira, o Manduca fez o seu melhor jogo pelo Benfica, mas actuando a extremo. Contra o Penafiel voltou à posição de 2º avançado e foi uma nulidade. Uma outra opção que não me agradou foi a manutenção do Alcides na direita em vez do Nélson. O jogo contra o último classificado pedia velocidade nos extremos, algo que o brasileiro é incapaz de dar. O Karagounis também me desiludiu um pouco depois da excelente performance da Taça, mas a não ser que tivesse algum problema físico achei que poderia ter continuado para a 2ª parte. Na etapa inicial fizemos uma partida muito pausada confiantes que o golo iria acabar por surgir. O que aconteceu, mas não sem antes o Penafiel ter obrigado o Moretto à 1ª das suas duas melhores defesas do jogo. Uma grande abertura do Petit isolou o Geovanni, que não falhou. Espero que o Koeman se capacite de vez que o Geovanni tem lugar a titular neste Benfica e naquela posição. Na 2ª parte melhorámos um pouco, com o Nuno Gomes e o Manuel Fernandes em vez do Manduca e Karagounis. Graças a um autogolo na sequência de um canto matámos o jogo a meia-hora do final. Sempre num ritmo pausado e sem grandes correrias aumentámos a vantagem, com um golo do Nuno Gomes, e mesmo no fim o Simão fechou o marcador. No golo do Nuno Gomes houve alguns comentadores que alegaram falta de fair-play do Benfica por o Léo não ter atirado a bola para fora, já que estava um jogador do Penafiel deitado no chão na sua grande área. Resta dizer que no lance anterior os jogadores do Penafiel continuaram a jogar e não colocaram a bola fora. Assim sendo...

Individualmente há que destacar o Léo e o Petit que foram os únicos que mantiveram um nível uniforme durante todo o jogo. O Léo é um óptimo defesa-esquerdo e cada vez menos se percebe a opção do Koeman de deixá-lo no banco contra os lagartos. O Petit joga sempre da mesma maneira quer seja contra o Manchester quer seja contra o Penafiel. O Simão também não fez turismo durante a partida, apesar de as coisas nem sempre lhe terem saído bem (especialmente os livres). Na defesa foi tudo muito calmo com o Luisão a ser imperial como de costume e a mostrar que as críticas que lhe têm feito são muito injustas, porque é o melhor central a alinhar em Portugal. Quanto ao Anderson não gostei tanto já que esteve desastrado nalguns cortes, embora sem comprometer. O Robert também alinhou os 90 minutos, mas foi baixando de produção e acabou o jogo em dificuldades físicas. Como já tínhamos feitos as três substituições teve que se manter em campo (eis a desvantagem de se ter feito duas trocas logo ao intervalo).

Este jogo foi um oásis no deserto, já que era o único desta altura em que poderíamos respirar um pouco. Segue-se uma sequência muito difícil (Guimarães, Liverpool e clube regional) em que se vai decidir muito do que será a nossa época. A equipa já esteve a jogar melhor do que agora, mas mantemos as esperanças intactas em todas as competições. Só temos que estar confiantes.

domingo, fevereiro 05, 2006

Massacre infrutífero

Nem sempre a melhor equipa ganha. A nossa derrota por 3-1 em Leiria tem duas explicações: Costinha e falhas defensivas. Criámos mais oportunidades, jogámos melhor, fomos massacrantes em grande parte do jogo, mas mesmo assim saímos derrotados. Estes são os jogos que mais me custam perder. Os profetas da desgraça virão provavelmente culpar o Koeman, os jogadores, o presidente ou sabe-se lá quem mais. Mas quem tem dois olhos na cara, sabe ver e não se deixe contaminar pelas opiniões que saem na comunicação social pode verificar que acima de tudo tivemos muito azar neste jogo.

O Koeman trocou cinco jogadores em relação ao jogo contra os lagartos e viu-se a diferença. Com o Nelson à direita, o Léo à esquerda, o Manuel Fernandes no meio-campo, o Marcel com o Nuno Gomes na frente e dois extremos nas alas fizemos uma meia-hora inicial do melhor que se tem visto esta época. Infelizmente em apenas dois lances, a U. Leiria atira uma bola ao poste e faz um golo contra a corrente do jogo. Até aí também nós tínhamos rematado à barra pelo Manuel Fernandes, o Nuno Gomes falha um golo incrível logo nos minutos iniciais e o Costinha tinha começado o seu festival a remates do Robert e Marcel. O resultado ao intervalo já era muito injusto. Na 2ª parte também entrámos bem, só que a U. Leiria teve um lance perigoso logo no início num contra-ataque em que o Moretto volta a sair mal da baliza e o Maciel falha um golo isolado. Logo a seguir o Costinha volta a fazer uma defesa incrível a um remate do Robert, mas pouco depois o Luisão tem uma fífia descomunal e dá-se o 2-0. Trememos um pouco, demorámos algum tempo a recompormo-nos, mas voltámos a carregar nos últimos 20/25 minutos exercendo uma pressão sobre a baliza adversária em que só por manifesto azar não marcámos mais de um golo. O Marcel tem mais um bom cabeceamento para outra defesa impossível do Costinha e noutro lance, desmarcado pelo Nuno Gomes, tenta o chapéu, mas o guarda-redes leiriense volta a desviar a bola da baliza. O 2-1 chega a pouco menos de 10 minutos do fim, num grande golo do Manduca a corresponder a um excelente passe do Robert. Ainda acreditei no empate e o Marcel teve-o nos pés, numa óptima iniciativa individual em que passa a bola por cima da defesa, mas infelizmente remata por cima só com o Costinha pela frente. A três minutos do fim outro contra-ataque da U. Leiria resulta no 3º golo com grandes culpas do Nelson, que pára a pedir o (inexistente) fora-de-jogo em vez de tentar perturbar o remate do Maciel. Estou convencido de que se o Nelson tem ido à bola, o Maciel não teria feito golo. Uma situação DEFINITIVAMENTE a rever.

Cheguei ao fim do jogo com um sabor amargo na boca. Tudo fizemos e merecíamos tê-lo ganho. Lutámos bastante, mas cometemos erros indesculpáveis na defesa Curiosamente foram os jogadores da espinha-dorsal que pior estiveram. O Luisão tem grandes culpas no 2º golo, o Nuno Gomes pouco fez e não pode falhar um golo daqueles logo no início do jogo, o Simão passou ao lado da partida e só nos minutos finais deu um ar da sua graça. Só se salvou o Petit que no seu estilo habitual tentou empurrar a equipa para a frente, mas viu-se muito só na luta a meio-campo, já que o Manuel Fernandes fez um jogo irregular. O miúdo é muito melhor que o Beto a transportar a equipa para a frente, mas tem que ter mais atenção às compensações defensivas (para o comentador da TVI passou de bestial a besta da 1ª para a 2ª parte. Ahhh, coerência!). O Nélson teve uma entrada desastrada no jogo, tendo falhado completamente as primeiras intervenções, mas depois lá recuperou e fez uma partida razoável, assim como o Léo. O Robert fez o melhor jogo pelo Benfica até agora, mas tem mesmo que jogar à esquerda. Ainda por cima com o Simão numa fase de menor fulgor há razões para que as suas posições sejam trocadas. O francês sempre que rematou à baliza fê-lo com perigo, o que também aconteceu quando cobrava as bolas paradas. O Manduca, que entrou para o lugar do Léo (numa substituição muito arrojada do Koeman, mas que se impunha já que estávamos a perder por 2-0), pouco se viu, mas marcou um excelente golo.

Infelizmente, é muito provável que esta derrota faça esvaziar a química entre os adeptos e a equipa. É sempre assim quando há maus resultados, independentemente da forma como jogámos. A fronteira entre bestiais e bestas é muito ténue e, emprenhados pelos ouvidos através da comunicação social e sem sentido crítico, os adeptos geralmente voltam costas à equipa quando ela mais precisa. Na próxima 4ª feira temos um jogo importantíssimo com o Nacional para a Taça. Com os bilhetes a preço único de 5€ para sócios e 10€ para não-sócios é preciso uma razão de força maior para não se ir apoiar a equipa. Estou muito curioso para ver quantos adeptos estarão no estádio. Ao menos estas alturas dão para se perceber quem são os verdadeiros benfiquistas…

domingo, janeiro 29, 2006

A conquista da época

Ponto prévio: a vitória dos lagartos no Estádio da Luz por 3-1 é perfeitamente justa. Foram de longe a melhor equipa em campo e demonstraram mais vontade de vencer do que nós, que fizemos um dos piores jogos da época. É sabido que as equipas pequenas fazem das partidas frente ao Benfica os grandes jogos da época. Ainda por cima, os lagartos têm como objectivo primeiro de todos os anos ganhar ao Benfica e só depois é que vem a conquista de títulos. Daí que os seus adeptos devam estar eufóricos, porque a temporada já está ganha. Posto isto, não percebo como foi possível o Benfica ter preparado tão mal este jogo, principalmente em termos mentais. Deveríamos estar capacitados para ter de enfrentar um adversário que vinha dar tudo por tudo na Luz. Em vez disto, fizemos um jogo desastrado e desconcentrado, e a equipa deixou-se envolver na (perigosa) euforia dos adeptos devido à série de vitórias seguidas que vínhamos obtendo.

Estes lagartos são de facto uma raça muito especial. Quando tudo parece perdido não há como um jogo frente ao Benfica para os espicaçar. Quantas vezes foram eles a casa do clube regional em condições semelhantes e ficaram longe de comer a relva como o fizeram hoje (e geralmente fazem sempre) frente a nós? Agora que ganharam os dois jogos frente ao Benfica, já podem dedicar-se a lutar contra as equipas do seu campeonato (Nacional, Braga, V. Setúbal, etc.) tal como disse o presidente do Nacional, numa declaração que ninguém dos lagartos rebateu (concentrados que estão sempre no colo do Benfica). E se for preciso perderem em casa para ajudar o clube regional a continuar à nossa frente, não tenhamos dúvidas que a maioria dos seus adeptos irá defender esta solução. Já no ano passado muitos deles ficaram aborrecidos com a vitória em casa frente ao clube inominável, porque isso era favorável ao Glorioso.

Curiosamente até entrámos bem no jogo, pressionantes como de costume, apesar de não termos criado grandes situações de golo. Foi “sol de pouca dura”, os lagartos rapidamente tomaram conta do meio-campo, porque o Manduca não recuava para apoiar o Petit e o Beto e assim ficávamos em inferioridade numérica naquela zona nevrálgica do terreno. Para além disto, perdemos a maioria das bolas disputadas, o que não é nada habitual. Os lagartos pareciam que estavam em superioridade numérica, tal a facilidade com que recuperavam o esférico. Perante isto, caiu do céu o indiscutível penalty a nosso favor (é preciso ser muito cego para levantar uma faixa a dizer “Apito Encarnado” como a claque dos lagartos fez na altura da grande penalidade). O Simão desta vez atirou para o lado esquerdo do guarda-redes, enganando-o. Quando se esperava que o golo nos tranquilizasse e pudéssemos explanar o futebol que temos vindo a exibir, nada disto aconteceu. Os lagartos voltaram à carga e até ao intervalo foi uma sorte não terem marcado golos, já que tiveram mais de uma oportunidade para isso.

Na 2ª parte, quando se esperava uma reacção do Benfica ao rumo do jogo, tudo se manteve na mesma. Superioridade lagarta no meio-campo, pressão sobre a nossa defesa e nós sem conseguirmos sair decentemente para o ataque. O Koeman finalmente mexeu na equipa e colocou o Manuel Fernandes (saindo o inoperante Manduca) para tentar equilibrar as coisas, mas o sentido de jogo pouco mudou. E foi com naturalidade que os lagartos chegaram ao empate num penalty que no estádio me pareceu precedido de pé em riste do Liedson sobre o Beto, mas que confirmei na televisão que é apenas a lentidão deste que fez com que tenha pontapeado o adversário em vez da bola. Pouco depois, o Beto saiu e estreou-se o Marcel numa tentativa óbvia do Koeman de ganhar o jogo. Logo na altura esta substituição pareceu-me um pouco precipitada, porque estávamos finalmente em igualdade numérica no meio-campo e com ela poderia correr-se o risco de desequilibrar a equipa. Foi o que acabou por acontecer. Apesar de termos dois pontas-de-lança, o que é certo é que a bola quase não chegou a condições a nenhum deles. Os lagartos continuavam mais personalizados e um erro crasso do Alcides permitiu que a bola pontapeada pelo Ricardo chegasse ao Liedson, que teve um bom trabalho sobre o Luisão e depois marcou um grande golo. Ainda tentámos reagir, mas já foi mais com o coração do que a cabeça. E foi na sequência de um lance em que o Marcel falha a conclusão depois de um cabeceamento do Luisão, que outro grande erro do Alcides fez com que o Liedson se isolasse, contornasse o Moretto (que foi muito pouco lesto a sair dos postes) e acabasse com as dúvidas acerca do vencedor.

O jogo de ontem serviu (espero eu) para acabar de vez com algumas opções estranhas do Koeman. As coisas tinham corrido razoavelmente até agora, mas tendo o Benfica os dois melhores laterais a actuar em Portugal (Nélson e Léo), sempre achei estranho que não jogassem os dois, cada um na sua posição de origem. Com a exibição do Alcides ontem, espero que este assunto fique arrumado de vez. O grande erro do Koeman não foi ter actuado com ele desde o início (como disse, as coisas até tinham corrido bem), mas antes não o ter substituído ao intervalo, já que na 1ª parte o lado direito da nossa defesa foi um passador. Por outro lado, o Manduca ainda não justificou ser titular do Benfica. Pode ser uma boa solução para o banco e sempre que foi o substituto entrou bem no jogo, mas isto nunca aconteceu quando alinhou de início (e já lá vão três partidas). O Anderson também fez um jogo péssimo e fez-me ter saudades do Ricardo Rocha, que tem contra si o facto de se fazer (quase) sempre expulsar em jogos grandes. De futuro, e apesar disto, dar-lhe-ia uma oportunidade porque me parece um jogador mais musculado que o Anderson e que consequentemente impõe mais respeito aos adversários.

Espero que esta derrota não se torne em algo mais do que aquilo que é: um percalço na luta pelo título. É certo que, se o clube regional ganhar, a diferença volta a aumentar para seis pontos, mas ainda só agora é que começou a 2ª volta. Outros celebram as vitórias frente ao Benfica como as grandes conquistas do ano (ainda falam dos 7-1 numa época em que nós fizemos a dobradinha), para nós este deverá ser apenas um desaire corrigível. Afinal de contas, ao contrário de outros clubes, ainda podemos ganhar tudo esta época…

segunda-feira, janeiro 23, 2006

A 7ª consecutiva

Ganhar com relativa tranquilidade, mesmo sem jogar bem, parece que é a nossa receita para este ano. A vitória por 3-1 frente ao Gil Vicente em Barcelos teve a novidade de ser a primeira para o campeonato em que demos a volta ao marcador (a única até agora em toda a época tinha sido frente ao… Manchester United!). É natural que, com o plantel que temos agora, estejamos mais exigentes em relação às exibições do Glorioso, mas enquanto formos ganhando está tudo bem.

Todavia, tenho que dizer que não gostei da maneira como jogámos. Demos mais facilidades defensivas do que é habitual, não estivemos tão bem na recuperação da posse de bola e houve alguma desconcentração e relaxamento a seguir a estarmos em vantagem no marcador, apenas amenizada na parte final em que contra-atacámos com perigo. O jogo começou praticamente com um lance idiota do Simão que fez um penalty desnecessário sobre o Carlitos. Um jogador do Benfica, principalmente com as responsabilidades de um capitão, não pode ter uma entrada daquelas na grande-área, numa situação do jogo em que o adversário ainda tinha defesas pela frente e não apresentava perigo imediato. Apesar da boa estirada do Moretto, lá se foi o recorde de oito jogos em branco. No entanto, a nossa reacção foi boa e pouco depois houve um penalty a nosso favor, que confesso que achei algo duvidoso. Há efectivamente mão do jogador do Gil Vicente que corta a bola, só que ela vem ressaltada do seu pé quase à queima-roupa e não me pareceu que fosse intencional. O Simão atirou como de costume para o lado direito do guarda-redes, que se estirou para o lado contrário. A dez minutos do final da 1ª parte veio o 2º golo, no melhor lance do jogo e um dos melhores que construímos na época até agora. O Petit abre para a direita, o Nuno Gomes centra atrasado e no limite da grande-área o Geovanni remate de primeira sem hipótese para o guarda-redes. Na 2ª parte tivemos um golo anulado logo de início por fora-de-jogo milimétrico do Nuno Gomes e, quando o Gil Vicente estava a tentar equilibrar as coisas, acontece o golo mais ridículo do campeonato. Um atraso para o guarda-redes (que dizem as regras de bom senso nunca deve ser feito na direcção da baliza), este falha o pontapé e a bola entra nas redes! A partir daqui ficámos com o jogo praticamente ganho, mas, em vez de isso permitir alguma tranquilidade para jogarmos melhor e tentarmos aumentar o resultado, permitimos a resposta do Gil Vicente, que chegou a enviar uma bola ao poste. Na parte final melhorámos, no entanto ainda deu para me chatear com o Nuno Gomes, que não pode falhar daquela maneira três lances de baliza aberta, que a serem concretizados lhe ajudariam e de que maneira a distanciar-se nos melhores marcadores.

Quanto à equipa inicial, o Koeman preparou algumas alterações para este jogo. Por exemplo, o Manduca jogou em vez do Miccoli, mas foi uma relativa desilusão em relação ao que tinha jogado nas partidas em que entrou como substituto. E, ao contrário do que eu esperava, não veio para a ala para permitir ao Geovanni ir para ponta-de-lança. Outra alteração foi a entrada do Alcides para defesa-direito, derivando o Nelson para a esquerda, por causa do bom jogo de cabeça do Gil Vicente, o que se confirmou durante grande parte da partida. Por fim, devido ao castigo do Beto alinhou o Manuel Fernandes que mesmo sem fazer uma exibição por aí além, demonstrou que é muito melhor que o brasileiro, especialmente na transição para o ataque. Em termos individuais não houve nenhum jogador que se destacasse muito acima dos outros. O Nélson terá sido o mais regular e é notável que a sua produção seja constante quer na direita quer na esquerda. O Luisão foi importante nos cortes que fez a alguns cruzamentos perigosos para a área. O Moretto esteve algo indeciso na saída a dois ou três cruzamentos, um aspecto definitvamente a rever. No ataque, o Nuno Gomes esteve bem a servir os companheiros, mas muito mal na finalização. O Simão redimiu-se do penalty cometido ao concretizar o nosso e é sempre importante pelo grau de incerteza que coloca nos defesas adversários pela sua movimentação. O Geovanni esteve algo discreto na direita, mas lá marcou o seu golito quando esporadicamente foi para o meio. Quanto aos substitutos, o Robert fez uma boa assistência para um dos falhanços do Nuno Gomes e o Marco Ferreira teve um bom lance pela direita em que infelizmente centrou para ninguém.

Com um autogolo de um defesa da Naval, o clube regional ganhou e manteve os três pontos de distância. Todos os outros adversários que estavam logo atrás de nós (lagartos, Braga e Nacional) perderam pontos, o que acabou por ser positivo. Para a semana há derby e estou confiante. Todavia, temos que jogar um pouco melhor do que o que temos vindo a fazer. A partida não se afigura fácil, já que irá ser o jogo da época para os lagartos que, se perderem, ficam definitivamente arredados do título. Contudo, com a equipa que temos e pelo que os lagartos têm demonstrado, se não ganharmos será uma grande desilusão.

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Capitães decisivos

Os três golos que marcámos contra a Académica permitiram-nos alcançar a sexta vitória consecutiva para o campeonato, feito que já não alcançávamos há cinco anos. Se ganharmos para a semana em Barcelos igualamos a senda vitoriosa de 1998/99. Os golos contra a Briosa foram apontados pelos nossos três capitães (Simão, Luisão e Nuno Gomes) e, graças à magnífica vitória do Estrela da Amadora frente ao clube regional (2-1), estamos agora a apenas três pontos do 1º lugar, o que quer dizer que finalmente (e pela primeira vez desde há muito tempo) dependemos só de nós para voltarmos a ser campeões.

Este jogo já foi um pouco melhor do que o da semana passada contra o Paços de Ferreira, apesar de a Académica nos ter criado mais problemas. Marcámos logo aos quatro minutos através de um penalty muito contestado pelos academistas, mas no estádio deu-me a sensação que tinha sido e as imagens televisivas confirmaram-no. A bola ressalta do pé do defesa para o ar e é a mão dele que provoca o contacto com a bola. Fizemos 10 minutos bastante agradáveis, mas depois baixámos de rendimento com a consequente subida no terreno da Académica. O nível da 1ª parte foi bastante baixo e só tivemos mais uma grande oportunidade num óptimo passe do Beto (olha quem!) a isolar o Nuno Gomes, que permite a defesa do guarda-redes. A 2ª parte foi melhor já que estivemos mais consistentes no ataque, mas mesmo assim passámos por alguns calafrios na defesa. Houve outro lance a merecer grande contestação da Académica. Dentro da nossa área há um remate que bate no cotovelo do Luisão. No estádio pareceu-me penalty, mas em casa vi que estava errado já que o remate é a menos de meio metro (!) do Luisão e este não abre os braços para defender. Apesar de termos criado alguns bons lances de ataque, só conseguimos marcar o golo da tranquilidade a pouco mais de 10 minutos para o final. Na sequência de um canto há uma boa insistência do Nuno Gomes, que tem um pontapé-de-bicicleta em balão para a área perto da linha-de-fundo (não parece que a bola tenha saído) e acaba por fazer uma assistência para o Luisão concretizar de cabeça na sua baliza preferida (lembras-te Ricardo?). O último golo foi o melhor de todos: excelente centro do Manduca e um golo de cabeça à ponta-de-lança do Nuno Gomes mesmo no final do tempo de descontos.

A exibição foi razoável, mas não homogénea tanto em termos de equipa como individualmente. O Moretto fez duas magníficas defesas (a um chapéu e a um pontapé-de-bicicleta) e começa a justificar o alarido à volta da sua contratação. A defesa esteve regular (7º jogo sem sofrer golos), com o Nélson outra vez em bom plano principalmente em termos ofensivos. O Léo, como é seu hábito, também se fartou de apoiar o ataque e nos jogos em casa, perante equipas teoricamente mais fracas, os nossos dois laterais têm que ser estes. No meio-campo o Petit esteve ao seu nível habitual, mas o Beto não, o que quer dizer que jogou melhor que o costume (quanto a mim foi mesmo o nosso melhor jogador na 1ª parte, o que quer dizer muito acerca da nossa exibição nesse período). Como levou o 5ª amarelo não joga para a semana, o que deverá permitir o regresso do Manuel Fernandes ao onze. A grande surpresa da equipa inicial foi a exclusão do Geovanni em favor do Robert e pelo que se viu é uma experiência a não repetir. O francês foi o pior jogador em campo e pareceu totalmente desfasado dos colegas. Jogou grande parte do tempo à direita, o que não o favorece, mas quando passou para a esquerda continuou a fazer asneiras. Quando entrou o Geovanni viu-se logo a diferença. Além disso, o Robert teve uma atitude que não lhe ficou nada bem, que foi antecipar-se ao Miccoli e Simão na conversão de um livre (à semelhança do que fez o Roger ao Van Hooijdonk há alguns anos e que tantos problemas despoletou). O Simão esteve um pouco apagado na 1ª parte, mas melhorou na 2ª e foi muito eficaz no penalty. O Miccoli lutou bastante e jogou um pouco melhor do que contra o Paços de Ferreira, mas continua sem estar feliz na concretização. O Nuno Gomes voltou aos golos e foi novamente um dos melhores da equipa. O Manduca entrou bem outra vez e foi decisivo no 3º golo. O Manuel Fernandes substituiu o Beto e notou-se que está com falta de ritmo. O jogo correu-nos bem, a equipa esteve regular e a vantagem de ter um plantel bastante melhorado é que estamos sempre à espera de algo diferente dos jogadores que entram.

P.S. - O Estrela deu uma grande alegria a todos os desportistas ao derrotar o clube regional. O 2º golo do Estrela tem entrada directa para o anedotário nacional, já que é um frango descomunal do Vítor Baía que tenta defender com o pé, mas vê a bola passar-lhe por baixo do mesmo. Confesso que quando o clube regional reduziu para 2-1 aos 15 minutos da 2ª parte nunca pensei que não chegasse pelo menos à igualdade, até porque um dos fiscais-de-linha estava a ser um grande reforço (3-0 ao Estrela anulado por fora-de-jogo inexistente, pelos menos três cantos inventados a favor do clube regional), mas felizmente que isso não aconteceu. 1º lugar, here we go!

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Benfica – 2 – Paços de Ferreira – 0

No regresso do campeonato depois das férias natalícias, mantivemos a nossa senda vitoriosa, mas sem as (boas) exibições do final do ano passado, tal como o nosso próprio treinador reconheceu. Mas o mais importante foi termos alcançado a 5ª vitória consecutiva para o campeonato e o 6º jogo seguido sem sofrer golos. Se quisermos ter esperanças de alcançar rapidamente o clube regional é fundamental ganharmos todos os jogos deste mês, já que temos mais dois em casa e vamos a Barcelos. É de primordial importância chegarmos a Fevereiro, e à eliminatória com o Liverpool, com a distância pontual em relação ao clube regional reduzida (ou mesmo superada).

O jogo de hoje mostrou que a pausa natalícia não nos fez muito bem, já que a equipa pareceu algo perra. Não jogámos com muita velocidade, o que perante uma equipa que quando defendia o fazia sempre com bastantes jogadores (mas que conseguiu jogar um futebol agradável, não se remetendo à táctica do autocarro) foi meio-caminho andado para a fraca exibição. Com o Simão finalmente de volta à equipa (até quando?), o Koeman surpreendeu ao colocar o Moretto a titular. Da mesma maneira que no ano passado não entendi o Trapattoni quando, depois do malfadado jogo do Restelo, tirou o Moreia (que tinha sido o nosso melhor jogador) e colocou o Quim, não posso deixar de criticar esta opção do Koeman. Ok, “o treinador é que sabe”, mas não me parece justo que se substitua um guarda-redes que vinha de quatro jogos sem sofrer golos por outro que acabou de chegar. Não está em causa a qualidade do Moretto (grande defesa mesmo no fim do jogo), mas para a coesão de um plantel não me parece saudável que se mexa assim sem razão aparente num posto tão específico e cuja performance é fácil de aferir. Para além disto, o Koeman deslocou o Nélson para a esquerda colocando o Alcides na direita e o Léo no banco. O resto da equipa foi igual ao que tem sido habitual, mas a grande diferença é que agora se olha para o banco e se vê apenas estas opções: Manuel Fernandes, Karagounis, Robert, Manduca e Mantorras. E ainda ficaram de fora o Nuno Assis e o Karyaka. Não há fome que não dê em fartura!

Sem querer estar sempre a bater na mesma tecla, tenho que dizer que para mim o maior problema no jogo de ontem foi a manutenção do Beto a titular. A fluidez do nosso jogo atacante é nitidamente prejudicada por isso e com o Manuel Fernandes e o Karagounis no banco não se compreende muito esta opção. Defensivamente ele até esteve bem, mas a um trinco do Benfica pede-se um pouco mais do que apenas cortar a bola. Ainda conseguiu fazer um ou outro passe lateral em condições, mas organizar jogo não pode ser tarefa dele. Quanto aos reforços, o Robert ainda está em “processo de adaptação” ao futebol português (um eufemismo para não dizer que em meia-hora não fez nada de relevante), levou um cartão amarelo escusado e pareceu um pouco nervoso. O Manduca esteve mais mexido e poderia inclusive ter marcado um golo de cabeça. Quanto à restante equipa, a defesa esteve um pouco mais nervosa que o habitual e a permitir algumas veleidades ao adversário, o que não tem sido normal (faltou o Luisão), o Nélson destacou-se ao marcar o nosso 1º golo com a ajuda de um ressalto num defesa, o Simão teve um remate genial ao poste e fez a assistência para o 2º golo, os pontas-de-lança (Miccoli e Nuno Gomes) não estiveram felizes, particularmente o italiano, e o Geovanni mostrou novamente que é a ponta-de-lança que rende mais (em 12 minutos naquela posição conseguiu marcar um golo).

Em suma, uma vitória em velocidade de cruzeiro num jogo com a maior assistência da época em jogos para o campeonato (53.145 espectadores). Parece que o Benfica finalmente percebeu como se leva as pessoas ao estádio. A ideia do “pack Janeiro” foi um sucesso, como tinha sido a de oferecer um bilhete de borla a quem adquirisse um no jogo contra o Boavista. Se temos um estádio para 65.000 pessoas, é um desperdício só estarem 30.000 a assistir. Este ano temos uma média de 41.290 espectadores em jogos efectuados no nosso estádio, o que é bastante satisfatório. Espero bem que continuemos assim.

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Legal e justo

Este ano tem sido assim: a uma série de três/quatro jogos sem vencer, junta-se uma nova série de quatro jogos vitoriosos. Este triunfo em Setúbal foi o 4º consecutivo para o campeonato, depois de um mês de Novembro em que não conseguimos nenhum, e estamos provisoriamente no 2º lugar do campeonato a três pontos do clube regional. A vitória de hoje foi mais do que justa, já que, após uma 1ª parte bastante fraca, entrámos muito bem na 2ª e tivemos pelo menos meia-dúzia de oportunidades de golo (Karagounis x 2, Mantorras x 2, Geovanni e Nuno Gomes). Felizmente lá conseguimos marcar aos 89 minutos pelo inevitável Nuno Gomes, num lance ABSOLUTAMENTE legal mas que os antibenfiquistas vão de certeza usar para a insuportável e mentecapta teoria do colo. O Nuno Gomes ajeita a bola com o peito e com este movimento acaba por mexer o ombro, mas NÃO toca na bola com este. É um lance semelhante ao penalty que foi (mal) assinalado a nosso favor em Braga, em que o movimento do corpo do jogador nos pode induzir em erro, mas em que não há toque nenhum com o braço/ombro. Com a bola dominada, o Nuno Gomes tem um potente remate cruzado com a canela (!) da perna esquerda e faz um grande golo (embora tenhamos que admitir que teve alguma sorte, já que não acerta em cheio com o pé na bola).

Independentemente deste lance, durante toda a partida só uma equipa quis vencer. Na 1ª parte, o V. Setúbal ainda fez uns quantos contra-ataques, sem no entanto criar uma verdadeira oportunidade de golo, mas na 2ª mal passou do meio-campo. Na nossa equipa com o castigo do Alcides, o Koeman colocou o Karagounis de início, jogando igualmente o Ricardo Rocha em vez do Léo, que já seguiu de férias para o Brasil devido a problemas pessoais. O grego esteve bastante discreto durante os 45 minutos iniciais, não conseguindo dar fluidez atacante ao nosso jogo, já que dava sempre um toque a mais na bola. Na 2ª parte, trocou de posição com o Geovanni, passando para a esquerda e melhorou imenso. Todavia, foi a partir da entrada do Mantorras para o lugar do Miccoli, cuja forma física ainda não é a ideal (apesar disso, lançado em profundidade tem um domínio de bola magistral e coloca-a na baliza, mas vê o lance mal invalidado por fora-de-jogo), que a nossa pressão aumentou e o Moretto mostrou que é um grande guarda-redes. O Mantorras (a subir de forma) tem inclusive a melhor oportunidade do jogo a cinco minutos do fim em que, isolado pelo Nuno Gomes, remata com o pé esquerdo às malhas laterais.

Em termos individuais destacou-se o Nuno Gomes, pois foi dele o golo da vitória (pelas minhas contas é já o 12º ponto ganho só com golos dele). A defesa quase não foi posta à prova, já que o V. Setúbal praticamente não atacou. Todavia, o Nelson parece-me num momento de menor fulgor, mas a dupla de centrais permanece insuperável (sete horas e meia sem sofrer golos). No meio-campo gostei do Beto, que cortou várias bolas (embora continue um desastre a passá-las), e do Geovanni que, apesar da morte do pai, quis jogar e voltou a ser dos melhores da equipa (no golo, é dele o passe para o Nuno Gomes). O Ricardo Rocha saiu lesionado (espero que não seja nada de grave) e o Dos Santos entrou bem, conseguindo vários centros perigosos (não sei porque é que não jogando o Léo, não joga ele, já que é muito mais ofensivo que o Ricardo Rocha e na maioria dos jogos a iniciativa atacante é nossa).

Com este importante triunfo fizemos o pleno neste mês: cinco jogos, cinco vitórias. Vamos lá a ver se não perdemos esta embalagem depois do Natal e Ano Novo, já que os dois próximos jogos serão em casa e podemos conseguir algo que não sucede desde 2000: seis vitórias consecutivas para o campeonato. Quando voltarmos a entrar em campo, espero que o Simão já esteja novamente apto e, já agora, que tenhamos uns reforçozitos na reabertura do mercado. Para mim, um extremo e um ponta-de-lança (que tenha presença na área e bom jogo de cabeça) são fundamentais. Quanto ao guarda-redes acho que não temos necessidade de alguém para tirar o lugar ao Quim, mas sim de um jogador que possa suprimir a sua eventual falta sem muita perda de qualidade. Por exemplo, porque não resgatar o Yannick ao Marselha (onde não joga)? Para fazer um ou dois jogos basta e não tínhamos que gastar dinheiro.

domingo, dezembro 18, 2005

Dois autocarros

A nossa vitória por 1-0 frente ao Nacional foi bastante difícil, mas mais do que merecida. Fomos a única equipa a querer ganhar o jogo durante os 90 minutos e tivemos que lutar contra não um, mas dois autocarros, como disse (e bem) o Koeman. Não percebi a estratégia do Nacional que, estando confortavelmente instalado no 2º lugar com 30 pontos, veio defender o resultado (especialmente na 1ª parte) como se disso dependesse a sua manutenção na Liga. Verificou-se na 2ª parte que até são uma equipa que sabe jogar e criar perigo, pelo que não se compreende bem a estratégia dos dois autocarros.

Começámos muito bem a partida e tivemos dez minutos iniciais excelentes, em que a poderíamos ter logo resolvido. Duas oportunidades do Miccoli e uma do Petit poder-nos-iam ter dado uma vantagem segura, mas depois desse período o(s) autocarro(s) estacionaram definitivamente e foi muito difícil arranjar espaços para jogar. Em relação ao jogo da semana passada, o Luisão reentrou na equipa e o Miccoli também, tendo saído o Ricardo Rocha e o Nuno Assis. Todavia, verificou-se que estando os lesionados recuperados não se justifica a manutenção do Alcides como defesa-direito (no banco estavam o Nuno Assis, Karyaka e Karagounis). Como já aqui escrevi algumas vezes, o Nélson perde bastante da sua eficácia jogando a extremo e nesse sentido a presença do Alcides é redundante (como foi expulso neste jogo, em Setúbal o Nelson deverá voltar à defesa). Com a entrada do Miccoli, o Geovanni deixou de ser o homem mais avançado, mas mesmo assim demonstrou que continua em boa forma, sendo um dos mais participativos no jogo. Curiosamente na 2ª parte não estivemos tão bem e aqui o mérito deverá ser dado ao Nacional que finalmente se lembrou que existia uma baliza do outro lado do campo. Teve inclusive uma grande oportunidade quando enviou uma bola à trave, no seguimento de um contra-ataque perfeito. Todavia a pouco mais de 15 minutos do fim, surgiu o golo salvador. Na sequência de um livre, o Luisão salta com o guarda-redes, a bola sobra para o Nuno Gomes que sela a nossa vitória. O lance do Luisão é polémico e não me custa nada admitir que é falta sobre o guarda-redes, mas também na 1ª parte há um penalty sobre o Luisão (o Ávalos apoia-se completamente nele, não o deixando saltar) que não foi assinalado. Enfim, o Sr. Jorge Sousa tem muito pouca classe e a prova disso são os inúmeros cartões amarelos que mostrou (quem vê a ficha do jogo, pode achar que houve wrestling na Luz). Até ao final controlámos completamente o jogo e o Nacional não teve uma única oportunidade de golo. Globalmente a nossa exibição foi mais fraca do que nos últimos dois jogos, mas mesmo assim o Geovanni foi (novamente) dos melhores, bem secundado pela dupla de meio-campo (Petit e Beto), que se fartaram de recuperar bolas e pelo Anderson, que voltou a destacar-se na hora de defender, mas desta vez não criou perigo no ataque.

Três ideias finais em jeito de conclusão: 1) como não foi contra o clube regional, o treinador do Nacional (Manuel Machado) já se pode queixar que foi prejudicado pelo árbitro. Isso até pode ter sido verdade na lance do golo, mas há o tal lance do Luisão na 1ª parte e no livre que dá origem ao golo parece-me que, que já dentro da grande-área, há mão de um jogador na barreira. Além disso, como se pode ver aqui ainda temos uns quantos pontos que nos são devidos graças a erros de arbitragem; 2) outro aspecto que importa reter é que estamos há quatro jogos para o campeonato sem sofrer golos; 3) por outro lado, com o Natal por perto, a direcção do Benfica teve a excelente ideia de convidar uma série de crianças e tivemos ainda mais gente (52.089) no estádio do que contra o Boavista. Esta cortesia para com as crianças é deveras importante, pois há que implantar o benfiquismo desde cedo, já que são elas os futuros adeptos do clube (quantos de nós não começaram a ir à bola ainda pequenos?!)

Na próxima 4ª feira temos um encontro complicadíssimo em Setúbal que espero que se realize mesmo (como estão com os salários em atraso, os jogadores do V. Setúbal ameaçaram fazer greve), pois ganhar na secretaria não é algo que me agrade de todo.