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sexta-feira, maio 06, 2011

Indesculpável

Ao fim de 29 jogos consecutivos e seis meses depois, escolhemos o pior jogo possível para voltarmos a não fazer golos frente a equipas nacionais: perdemos 0-1 em Braga e fomos eliminados na meia-final da Liga Europa. Independentemente das vicissitudes que cada jogo tem, é uma VERGONHA que o Benfica seja eliminado em dois jogos por uma equipa como o Braga e que deixe escapar desta maneira a ida a uma final europeia, onde já não mete os pés há 21 anos.

Com um árbitro estrangeiro, que amarelou o Sílvio logo aos 2’, custa a acreditar que não tenhamos tido equipa para ultrapassar o Braga. Sofremos o golo aos 18’, num canto em que o Jardel vê o Custódio a saltar à sua frente sem reagir. Erro crasso e muito difícil de entender. Mas isto foi aos 18’! Ou seja, tínhamos 72’ para marcar um golo! E o que revelámos foi uma inoperância total, uma tristeza a jogar à bola, uma incapacidade de lutar contra a adversidade que só nos pode envergonhar como benfiquistas. Sim, lutámos, mas não o suficiente. Sim, atirámos uma bola ao poste e criámos outras situações que o guarda-redes adversário, Artur, defendeu e bem. Mas nunca demos a sensação que íamos comer a relva, se necessário fosse (e era!), para atingir a final. E isso não se compreende. Era a porra de uma final europeia!

A equipa não superou o facto de estar em desvantagem e custa a acreditar como não estava mentalmente (e fisicamente) preparada para isso. Andamos a poupar jogadores no campeonato há quase um mês para a equipa apresentar estes paupérrimos índices físicos?! Aqui está outra coisa que eu gostaria muito de ver explicada...

Em termos individuais, o Coentrão e o Luisão foram dos poucos que lutaram contra a adversidade. Também não desgostei do Cardozo, que ganhou bolas de cabeça, lutou, mas acabou por não ter nenhuma oportunidade de rematar com perigo à baliza (excepção ao livre muito por cima). Claro que o Aimar fez imensa falta, já que o Carlos Martins não tem estofo para saber o que deve fazer à bola nas diferentes situações de jogo. Confesso que, a partir do amarelo ao Maxi aos 59' que o tiraria da final, perdi logo aí as esperanças de uma possível conquista da Liga Europa, porque não nos estava a ver ganhar ao CRAC com o Luís Filipe ou Airton a lateral-direito. E esse amarelo, perfeitamente escusado, denuncia muito do estado de espírito dos jogadores do Benfica. Um grande incapacidade de inverter o rumo negativo das coisas e a consequente perda da cabeça.

A época foi negra, a conquista da Taça da Liga não mascara absolutamente nada e a frustração de termos perdido o acesso a duas finais da maneira que perdemos é algo que nunca mais me vou esquecer. Um verdadeiro pesadelo!

sexta-feira, abril 29, 2011

Na frente

Vencemos o Braga por 2-1 e estamos em vantagem para o jogo da 2ª mão da meia-final da Liga Europa. Perante o que se passou no jogo, concordo com o Jesus quando diz que a vantagem é curta e que dois golos de diferença reflectiriam melhor o que se passou em campo. Mas como nesta Liga Europa sofremos sempre golos nas primeiras mãos em casa e como estamos numa incrível sequência de 15(!) jogos seguidos a sofrer golos, acho que acabou por ser um bom resultado.

Entrámos bem na partida, com algumas naturais cautelas, mas o primeiro sinal de perigo foi do Braga, com um remate de longe do Sílvio ao lado da baliza. A partir daí, controlámos a partida e o Cardozo esteve em destaque pela menor pontaria: atirou por cima e depois ao poste quando só tinha o guarda-redes pela frente. Deveríamos ter ido para o intervalo a ganhar, embora não tivéssemos criado assim tantas oportunidades, porque o Braga é uma equipa que sabe defender e, claro, sem Salvio e Gaitán a nossa velocidade nas alas é muito menor.

Na 2ª parte, o jogo acelerou um bocado, mas sempre connosco a fazer maior pressão. O Cardozo atirou novamente ao poste de cabeça, só que desta feita na recarga o Jardel fez o seu primeiro golo pelo Benfica aos 50’. O mais difícil estava feito e, se conseguíssemos quebrar a série negativa de jogos a sofrer golos, conseguiríamos um óptimo resultado. Infelizmente, isso não aconteceu. Pouco depois, aos 53’, uma falta do Aimar, de que resultou um amarelo que o vai impedir de jogar a 2ª mão, proporcionou o golo do empate ao Braga. Livre batido pelo Hugo Viana e desvio de cabeça do Vandinho, que estava quase no limite da área. Visto posteriormente na televisão, fiquei com a ideia que o Roberto poderia ter sido mais lesto a reagir, porque o remate de cabeça é quase fora da área e a bola não foi muito ao ângulo. O que valeu foi que aos 59’ pagámos na mesma moeda. Livre à entrada da área e o Cardozo atirou uma bomba lá para dentro! Ainda havia meia-hora para jogar, mas a nossa capacidade física não deu para mais. Não conseguimos criar mais nenhuma oportunidade, excepção feita a um cabeceamento do Luisão num canto já perto do final. O que valeu foi que defendemos relativamente bem e conseguimos segurar a vantagem.

Houve alguns jogadores que se destacaram, mas vou referir especialmente o Cardozo que nos deu o golo da vitória, atirou duas bolas aos postes e fartou-se de lutar. Espero que o golo lhe volte a dar confiança para os próximos jogos. O Coentrão confirma a cada jogo que passa que, se não é o melhor lateral-esquerdo do mundo, anda lá muito perto. O Aimar também fez uma grande partida e vamos sentir muito a falta dele em Braga. Tivemos três jogadores com problemas físicos durante a semana (Carlos Martins, César Peixoto e Gaitán), mas acabaram por jogar os três, tendo o argentino alinhado na 2ª parte. No entanto, sentiu-se a falta de ritmo e por alguma razão nenhum deles fez os 90’. Espero que em Braga estejam todos a 100%, porque se assim for, acho que temos grandes hipóteses de chegar à desejada final.

Temos uma vantagem curta, mas é uma vantagem. Se o Aimar não vai jogar, o Vandinho também não. O Maxi é que tem que ter muito cuidado, porque é um jogador insubstituível e está tapado de amarelos. Aliás, não percebo este critério da Uefa de não limpar os amarelos no final das fases de grupo. Com tantos jogos que se têm que disputar, é quase inevitável que um ou outro jogador falhe a final. E é uma injustiça. No próximo Domingo voltará a equipa B em Olhão e espero que os titulares recuperem bem para 5ª feira. Temos uma possibilidade imperdível de voltar a uma final europeia 21 anos depois.

sexta-feira, abril 15, 2011

Desassete anos depois...

Voltámos a uma meia-final de uma competição europeia ao eliminarmos o PSV com um empate em Eindhoven (2-2). Desde a gloriosa época de 1993/94 que não metíamos lá os pés e agora só o Braga nos separa da desejada ida a Dublin. No entanto, este jogo com o PSV não foi nada fácil e as coisas estiveram até tremidas na 1ª parte quando sofremos dois golos quase seguidos. O golo do Luisão perto do intervalo foi essencial para nos acalmar e a partir daí a eliminatória estava mais ou menos controlada. De MUITO negativo, tenho que destacar a lesão do Salvio que, com a fractura de um dedo do pé, terá terminado a época. É uma ENORME perda para nós e vai ser tremendamente difícil substitui-lo.

Até entrámos bem na partida e criámos duas situações pelo Gaitán e Saviola, só que não fomos felizes na concretização. Duas desconcentrações defensivas originaram os dois golos do PSV, aos 17’ e 26’. E só não sofremos o terceiro pouco depois, porque o Roberto fez bem a mancha depois de um enorme erro do Maxi Pereira. Pelo meio, um lance para cartão vermelho transformado em amarelo provocou a tal lesão do Salvio, que lhe poderá custar o resto da época. Tudo parecia correr mal, nós não nos encontrávamos em campo e o Carlos Martins, que substituiu o argentino, entrou muito mal no jogo. No entanto, acabou por ser ele já no período de compensação a conquistar e a marcar o livre do qual resultou o golão do Luisão. As coisas alteravam-se num minuto e íamos para intervalo bastante mais descansados.

O PSV acusou imenso o golo e na 2ª parte praticamente não criou perigo. Nós controlávamos os acontecimentos e começámos a criar hipóteses para ampliar a vantagem, nomeadamente através de remates do Gaitán e Luisão, este de cabeça. Uma grande jogada do César Peixoto fez com que fosse derrubado na área e o Cardozo concretizou o respectivo penalty (marcado rasteiro para o meio da baliza… Até nem consegui festejar bem, tão próximo esteve o Isaksson tocar com os pés na bola…) aos 63’. A eliminatória ficava resolvida de vez e foi pena que tivéssemos desacelerado com o aproximar do final do jogo, porque poderíamos bem ter saído da Holanda com uma vitória.

Em termos individuais, destaco o César Peixoto e o Luisão. Este pelo magnífico golo que marcou e que foi vital para a nossa qualificação, e o Peixoto, porque fez um jogo tacticamente perfeito e foi preponderante no 2º golo. Também voltei a gostar do Jardel (ao contrário dos comentadores da SIC, vá lá saber-se porquê…) e o Javi García foi importante na segurança a meio-campo, em especial depois dos dois golos sofridos. Nas próximas duas semanas, teremos três partidas decisivas: CRAC para a Taça de Portugal, final da Taça da Liga e 1ª mão frente ao Braga. Continuamos com hipóteses de ganhar três troféus este ano, o que o tornará glorioso, resta saber como a equipa vai reagir fisicamente e, em especial, como vai sentir a falta do Salvio…

sexta-feira, abril 08, 2011

Grande passo

Vencemos o PSV por 4-1 e estamos muito bem lançados para chegar às meias-finais de um competição europeia pela primeira vez nos últimos 17 anos. Foi uma exibição de gala, a fazer lembrar as célebres noites europeias na velha Luz, e em que poderíamos ter resolvido a eliminatória de vez. Ficámos a dever a nós próprios pelo menos o dobro dos golos que marcámos e, não fora mais um frango do Roberto num jogo decisivo (um muito triste hábito), se não tivéssemos consentido golo nenhum aos holandeses, acredito que isto já estava arrumado. Desta maneira, temos que manter a concentração e mentalizarmo-nos para marcar golos na Holanda para a tranquilidade ser total.

Entrámos muitíssimo bem na partida, com imensa velocidade, trocas rápidas de bola e a criar inúmeras oportunidades. O Saviola atirou ao poste logo no início e o nosso caudal ofensivo chegou a ser avassalador. Alguma aselhice na finalização, más decisões na altura do último passe e uma grande defesa do Isaksson a um remate fora da área do Cardozo fizeram com que só tivéssemos marcado aos 37’ pelo Aimar num remate rasteiro com o pé esquerdo, depois de o Cardozo não ter conseguido acertar na bola na sequência de um centro do Gaitán. Antes do intervalo, fizemos o 2-0 através do Salvio, num toque genial de calcanhar depois de uma boa jogada do Fábio Coentrão.

Voltámos para a 2ª parte com vontade de aumentar a vantagem e, logo aos 52’, o Salvio bisou numa óptima jogada individual pela direita, que culminou com um remate rasteiro. 3-0 era um resultado que praticamente resolvia a eliminatória, mas mesmo assim tentámos aumentar a vantagem. Só que, com a ânsia de ir para a frente, permitimos ao PSV algumas transições ofensivas perigosas que felizmente não chegaram à baliza, porque o Luisão e o Coentrão (por duas vezes) não deixaram. O Roberto fez uma grande defesa por instinto num remate depois de um cruzamento ao segundo poste e o Isaksson não lhe quis ficar atrás e defendeu uma bola impossível do Cardozo. Alguns jogadores davam sinais de cansaço e o Jesus lançou o César Peixoto e o Jara para os lugares do Aimar e Gaitán. Só que os holandeses marcaram logo a seguir, aos 80’, no tal lance em que o Roberto não agarra uma bola relativamente fácil e permite ao avançado do PSV recargar com êxito. Num ápice, os 0-4 que seriam precisos para nos eliminar passaram a 0-2. Felizmente, um mínimo de justiça foi reposta já nos descontos com uma grande jogada do Maxi Pereira, que assistiu o Saviola para o 4-1.

Em termos individuais destacam-se o Salvio, claro, ou não tivesse marcado dois golos (lamento muito, senhores dirigentes do Benfica, mas o argentino É para comprar MESMO!), o Coentrão e o Maxi, que foram duas gazuas nos respectivos corredores, além de terem feito assistências para golo. O Aimar também esteve muitíssimo bem, assim como o Saviola. O Cardozo não teve um jogo muito conseguido, mas com qualquer outro guarda-redes teria marcado dois golos. O Jardel, que substituiu o Sidnei, foi uma óptima surpresa, muito seguro e ganhando quase todos os lances de cabeça. Para mim, ganhou o lugar. O Javi García foi o batalhador do costume no meio-campo e o Luisão o patrão habitual. Em termos negativos, infelizmente e mais uma vez, tenho que falar do Roberto. As defesas do outro mundo que faz são ensombradas pelos frangos. Sinceramente não sei o que faria se fosse o Jesus, mas tenho pesadelos só de imaginar que podemos perder alguma competição por causa de um frango dele… Seria absolutamente inglório.

Agora está na altura de os titulares descansarem e os Luíses Filipes, Felipes Menezes, e afins entrarem em campo na Figueira da Foz no próprio Domingo. Apesar da boa vantagem, não podemos facilitar na segunda mão, até porque o melhor jogador deles (Toivonen) não jogou cá e provavelmente jogará lá. Se marcarmos um golo, e quanto mais cedo melhor, a coisa fica resolvida. Com o descanso de uma semana, espero a equipa na máxima força na Holanda e mentalizada para continuar esta caminhada europeia que poderá ser histórica.

sexta-feira, março 18, 2011

A sonhar

Empatámos em Paris (1-1) e pelo segundo ano consecutivo estamos nos quartos-de-final da Liga Europa. Foi uma qualificação muito difícil em que a nossa capacidade de sofrimento foi de realçar, visto que infelizmente falhámos algumas oportunidades na 2ª parte que nos teriam permitido encarar a parte final da partida com bastante mais calma. Mas estamos entre as 16 melhores equipas da Europa e isso é que é importante.

A jogar com o nosso onze-tipo, entrámos de uma forma muito calculista e não assumimos o jogo da maneira convincente que habitualmente fazemos. Alguns erros no último passe inviabilizaram a criação de oportunidades, mas também não deixámos o Paris Saint-Germain criar perigo. Fomos eficazes na medida em que abrimos o marcador aos 27' na primeira oportunidade com um golo do Gaitán, que fintou o guarda-redes com os olhos! Olhou para a área como se fosse centrar e rematou directo à baliza. O Edel deu um passo para o lado aquando do olhar do Gaitán e depois já não conseguiu corrigir a posição. Um golão! Mas o Nenê criava muitos problemas ao Maxi Pereira e o PSG conseguiu empatar aos 34’ num bom remate fora da área do Bodmer. Até ao intervalo, controlámos as operações de um modo mais eficaz.

Na 2ª parte entrámos bastante melhor e foi uma pena que não tivéssemos marcado as várias oportunidades que criámos. O Saviola e o Cardozo, por mais do que uma vez, não estiveram felizes na finalização. Com o passar dos minutos, o PSG ia acreditando e nós íamos naturalmente recuando. Os últimos minutos foram de alguma preocupação, valeu-nos num lance uma grande defesa do Roberto e em muitos outros a imperialidade do Luisão. As substituições do Jesus melhoraram a equipa e não há nada a dizer da justeza da nossa qualificação.

Em termos infividuais, o melhor foi indiscutivelmente o Fábio Coentrão. Que pulmão inesgotável! Quando precisávamos de acelerar o jogo, era a ele que recorríamos. O Gaitán foi essencial pelo golo que marcou e mostrou pormenores de classe, como já vem sendo normal, mas não está no seu auge físico. O Luisão também não sabe jogar mal e o Roberto foi importantíssimo pela tal defesa já perto do fim. O Cardozo fez um jogo muito sofrido e fartou-se de batalhar. O Salvio não está em tão boa forma como no passado, mas melhorou em relação às últimas aparições na equipa. O Maxi teve vida difícil na 1ª parte, mas o Nenê eclipsou-se na 2ª. O Sidnei fez uma partida razoável, mas teve uma falha imperdoável na 2ª parte quando não intercepta uma bola que depois ia dando golo, com um francês a falhar isolado. O Aimar não foi tão genial como habitualmente e o Saviola foi indiscutivelmente o pior do Benfica, raramente tomando a melhor decisão com a bola nos pés. O Martins entrou bem, assim como o mal-amado do César Peixoto.

Houve grandes surpresas nesta fase e as equipas com maior nome foram quase todas eliminadas (Manchester City, Zenit, Ajax e Liverpool). O CRAC B, perdão, Braga conseguiu o grande feito de eliminar este último e, se eu pudesse escolher, seria contra eles: temos contas a ajustar desde há duas semanas e parece-me a equipa mais acessível de todas. Quanto aos outros adversários possíveis temos o CRAC, Twente, PSV, Spartak Moscovo, Dínamo Kiev e Villarreal. Ou seja, bem vistas as coisas e num plano meramente teórico, existe uma grande possibilidade de irmos longe na competição. De todos estes adversários, o CRAC e o Villarreal parecem-me os mais difíceis. É preciso cuidado com os russos/ucranianos que estão fisicamente bem, porque só começaram a época agora. E os holandeses são os dois primeiros classificados do respectivo campeonato. Mas acho mesmo que temos equipa para todos eles e temos a vantagem de poder rodar a equipa no campeonato para estarmos bem em termos físicos. Esse aspecto foi fundamental para o sucesso destes oitavos-de-final e espero jogos futuros da Liga outra vez com a equipa B como titular. Temos uma real possibilidade de matar um borrego com quase 50 anos…


P.S. - Não, não queria o CRAC já pelo facto de, se assim acontecesse, termos quatro(!) jogos em eles em 18 dias. O meu sorteio ideal seria CRAC B - Benfica e CRAC - Villarreal.

sexta-feira, março 11, 2011

Difícil

Derrotámos o Paris Saint-Germain por 2-1 e estamos em vantagem nos oitavos-de-final da Liga Europa. Infelizmente, mais uma vez sofremos um golo em casa, o que pode complicar as contas no jogo da 2ª mão, mas como o Benfica já há muito tempo que não fica em branco, estou confiante que iremos passar aos quartos-de-final.

Entrámos muito mal na partida, desconcentrados, sem conseguir impor o nosso ritmo e com imensas dificuldades em encontrar espaços para ter a bola. Mesmo assim tivemos uma grande oportunidade pelo Gaitán que o guarda-redes contrário, Édel, defendeu bem. O PSG não só defendia com muito rigor, como era perigoso no contra-ataque e foi assim que chegou à vantagem aos 14’ pelo Luyindula, que no entanto partiu de posição duvidosa. Os minutos a seguir foram um pesadelo, com passes transviados e duas ou três oportunidades para os franceses alargarem a vantagem, incluindo uma bola ao poste. A partir da meia hora finalmente estabilizámos o nosso jogo e começámos a criar perigo na baliza contrária. O guarda-redes fez uma bela defesa a um livre do Cardozo e conseguimos empatar aos 41’ num óptimo passe do Carlos Martins, que desmarcou o Maxi Pereira na área e este rematou de primeira colocadíssimo. Até final da 1ª parte, pareceu-me que houve um penalty sobre o Javi García, que foi completamente abalroado na área pelo Édel e outro defesa na sequência de um lançamento lateral.

A 2ª parte foi diferente, mas não nos minutos iniciais em que os franceses tomaram conta do jogo, mas sem criarem o perigo do 1º tempo. A partir dos 55’, começámos a ir para cima do PSG e, com as entradas do Jara e Aimar para os lugares dos esgotados Salvio e Gaitán, aumentámos ainda mais a pressão. Aos 71’ assistimos a um momento que não desdenharia ao Xistra: o Sr. Pavel Kralovec da Rep. Checa não vê um penalty do tamanho do mundo sobre o Saviola. Nem ele nem nenhum dos quatro(!) árbitros assistentes… Inacreditável! O que valeu foi que fizemos o 2-1 aos 81’ numa jogada construída pelos dois homens vindos do banco: passe do Aimar e bom trabalho do Jara a ganhar espaço para poder rematar à baliza. No tempo restante, tentámos controlar a partida para não sofrer mais nenhum golo, mas tivemos ainda um remate do Saviola, que passou ligeiramente por cima.

Em termos individuais, o melhor do Benfica foi sem dúvida nenhuma o Maxi Pereira. Tem um pulmão inesgotável e foi o grande dinamizador da nossa manobra atacante. Até porque o Salvio e o Gaitán estão mal em termos físicos e não conseguiram ser as gazuas habituais. O Carlos Martins foi outro que fez uma boa exibição, assim como o Javi García, que é um jogador imprescindível no nosso meio-campo. As entradas do Jara e Aimar foram essenciais para a nossa vitória. Quanto aos outros, exibiram um nível regular, exceptuando o Sidnei que esteve completamente desastrado.

Espero sinceramente que só o Roberto seja titular frente ao Portimonense. A equipa está muito cansada e teremos uma partida muito difícil em Paris. Em boa condição física, não tenho dúvida que ganharemos e nos qualificaremos. A sobrecarga de jogos está a fazer-se sentir nos nossos principais jogadores e é altura de apostar definitivamente na Liga Europa como o grande objectivo da época. E, além disso, o Portimonense é treinado pelo Carlos Azenha…

sexta-feira, fevereiro 25, 2011

Imparável

A primeira vitória (2-0) de sempre na Alemanha ao fim de 20 deslocações permitiu-nos eliminar o Estugarda e passar aos oitavos-de-final da Liga Europa. Conseguimos a 16ª vitória consecutiva em todas as competições e concordo com o Jesus quando ele diz que estamos a jogar melhor que o ano passado.

Estava com receio por termos tido apenas três dias de descanso desde a ida ao WC, mas o que é facto é que não se notou nada durante o jogo todo. Estamos com uma frescura física invejável, o que aliado à técnica da maioria dos nossos jogadores nos faz ser uma equipa temível. Entrámos muito fortes na partida, a assumir o jogo para tentar marcar um golo que nos desse uma maior margem de conforto. Um belo remate do Gaitán e uma perdida do Coentrão isolado mostraram que estávamos na Alemanha para matar o borrego. O Estugarda teve um ou dois remates bem direccionados, mas o Roberto esteve muito seguro. Chegámos à vantagem aos 31’ num fantástico remate rasteiro do Salvio fora da área, depois de um canto do Aimar. Até ao intervalo controlámos a partida e não permitimos veleidades aos alemães.

Na 2ª parte, voltámos a entrar fortes porque um segundo golo aumentava a nossa margem de segurança de um para três(!) golos. Poderíamos tê-lo feito logo a abrir, mas o guarda-redes defendeu bem um remate do Jara depois de uma excelente jogada do Aimar. Logo a seguir foi o Gaitán a proporcionar outra boa defesa ao Ziegler, que acabou por sair lesionado deste lance depois de um choque fortuito com o nosso nº 20. O Estugarda criava pouco perigo e nós continuávamos a falhar golos. O Luisão atirou por cima da barra, depois de um livre do Aimar, quando só tinha o guarda-redes pela frente. Não desistíamos e alguns minutos volvidos foi o Cardozo a proporcionar ao Ulreich uma das melhores defesas da noite. A seguir foi a vez de o Estugarda ter as duas únicas oportunidades na 2ª parte, ambas pelo japonês Okazaki, que atirou rente ao poste na primeira e permitiu com que o Roberto fizesse a defesa da noite a um cabeceamento na segunda. Até que aos 78’ marcámos finalmente num grande livre do Cardozo. Estava tudo resolvido e ainda tivemos mais uma chance pelo Carlos Martins, mas o Ulreich voltou a defender bem.

Todos os jogadores estiveram a um altíssimo nível, mas destaco individualmente o Jara, que substituiu à última hora o Saviola. Fartou-se de lutar, as coisas estão a sair-lhe muito bem e a confiança a aumentar. Outro que voltou a fazer uma grande exibição foi o Gaitán, que continua com pormenores de génio. O Aimar também esteve fantástico, numa posição mais recuada do que é normal, a dar maior apoio ao Airton, que apesar de não ser o Javi García não destoou. O Cardozo voltou aos golos e às boas exibições. O Luisão e o Maxi Pereira continuam em super-forma, o Coentrão sempre em alta-rotação, o Sidnei menos certo que no campeonato, mas sem comprometer, e uma palavra também para o Roberto, que fez novamente uma enorme defesa quando a eliminatória ainda não estava garantida. Quanto ao Salvio, se incluímos uma opção de compra aquando do empréstimo, não vejo o que é que o homem tem que fazer mais para que possamos accioná-la. O Carlos Martins entrou bem, mas sinceramente acho que deveria ser multado pelo Benfica por causa daquele amarelo: a eliminatória já estava ganha e o lance nem tinha nada a ver com ele. Foi uma estupidez atroz!

Entre as equipas apuradas para os oitavos-de-final, só nós e o… Glasgow Rangers é que não éramos cabeças-de-série. Iremos agora defrontar o Paris Saint-Germain e acho que somos favoritos. Repito que acho que a Liga Europa deverá ser o maior objectivo da época (já sei que se tem que pensar jogo a jogo…), porque das competições que dependem directamente de nós é a mais importante. Voltar a uma final europeia seria um sonho! Dito isto, resta-me acrescentar que, da forma que estamos a jogar e com uma partida às 18h, será uma grande injustiça se o estádio não estiver praticamente cheio frente ao Marítimo.

P.S. – O CRAC sofreu bastante, já não pode dizer que é invencível na Europa, mas lá eliminou o Sevilha (acho elucidativo que nenhum dos resumos tenha apresentado uma oportunidade flagrante dos espanhóis para fazer o 0-2 muito perto do final…). O Braga marcou o 2º golo em fora-de-jogo, viu uma bola no seu poste em tempo de compensação, mas lá irá defrontar o Liverpool. Quanto aos lagartos, aconteceu o previsível: na Escócia empatou perto do fim, no WC perdeu a eliminatória em tempo de compensação, num erro inacreditável da defesa. Façam o que quiserem, mas por favor mantenham lá o Paulo Sérgio durante só mais uma semana…!

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Vantagem escassa

Vencemos o Estugarda por 2-1 na 1ª mão dos 16 avos-de-final da Liga Europa e obtivemos assim a 14ª(!) vitória consecutiva em todas as competições. Mas provavelmente esta terá sido a mais difícil de todas elas. O resultado está longe de ser tranquilizador e esperam-nos grandes dificuldades no jogo da próxima semana.

Teremos tido provavelmente a pior 1ª parte da era Jorge Jesus. Entrámos desconcentrados, sem conseguir ligar o nosso jogo e a dar imensos espaços ao Estugarda, que se foi aproximando com perigo da nossa baliza. Foi sem surpresa que fizeram o 0-1 aos 21’ num chapéu do Harnik ao Roberto. Uma desatenção do Sidnei e do Coentrão permitiu ao extremo-direito adversário aparecer isolado frente ao guarda-redes. Demorámos a responder e nunca o fizemos verdadeiramente na 1ª parte. Perto do intervalo, houve penalty do guarda-redes sobre o Coentrão, mas o árbitro holandês, Sr. Eric Braamhaar, resolveu transformá-lo em amarelo para o nosso jogador. Até final da 1ª parte, ainda criámos algumas dificuldades aos alemães através de uma série de cantos consecutivos, mas sem conseguir rematar à baliza.

A 2ª parte foi totalmente diferente. O Estugarda praticamente não existiu em termos atacantes, não porque não tenha tentado, mas devido ao facto de estarmos muito mais concentrados na defesa. Nós partimos para cima deles e houve altura da partida em que foi um verdadeiro sufoco. Tudo começou num livre directo do Cardozo, que passou perto do poste logo a abrir o 2º tempo. O guarda-redes adversário, Ulreich, também deu nas vistas ao defender remates perigosos do Coentrão, Aimar e Gaitán. Até que finalmente aos 70’ marcámos o merecido golo através do Cardozo, num remate à entrada da área e sem balanço. O Estugarda mal respirava e dava a entender que ainda não era ao 35º jogo oficial da época que iríamos empatar. E não empatámos mesmo, porque aos 81’ um grande remate fora da área do Jara, que ainda tocou num defesa, caiu para lá da linha de golo, mas pelo sim pelo não o Cardozo foi lá meter bola dentro da baliza. A Uefa atribui o golo ao argentino, mas ainda bem que o Tacuara foi lá confirmá-lo, porque nunca fiando... O jogo foi frenético até final, ainda sofremos uma bola no poste num livre, mas também tivemos pelo menos três ocasiões para marcar mais um golo. Os remates do Felipe Meneses e do Cardozo saíram por cima e ao lado, respectivamente (o brasileiro fez o remate à vontade dentro da área e eu ia tendo um AVC ao ver a bola no 3º anel), e a cabeçada do Javi García à figura. Com um bocadinho de sorte poderíamos ter adquirido uma vantagem mais descansada naqueles últimos minutos.

Individualmente destaco o Cardozo, não só pelo golo (e meio...) que marcou, mas porque se fartou de lutar e ganhar bolas de cabeça aos alemães. O Jara, que substituiu o amarelado Saviola, foi muito esforçado, fartou-se de chatear os alemães e também molhou o bico. O Gaitán, Aimar e Coentrão estiveram brilhantes a espaços. Muito batalhador, mas com um jogo menos conseguido (parece-me cansado) foi o Salvio, que acabou substituído pelo Carlos Martins. Só não percebi a atitude do Roberto a atrasar a reposição em jogo depois do 2-1, que contrastou com a vontade da equipa de pressionar para marcar mais um. Terá sido uma falha de comunicação, porque o nosso guarda-redes fez isso mais do que uma vez e não vi nenhum sinal do banco a repreendê-lo. Mas o Carlos Martins estava ansioso por ir para a frente e quando saiu o Jara entrou o Felipe Meneses em vez do Airton... Ou seja, houve sinais contraditórios.

Temos quatro dias de descanso até à ida ao WC e depois entramos numa semana terrível com quatro jogos em dez dias. Tal como já
escrevi, acho muito difícil não fazermos uma gestão do plantel e, como a permanência na Europa é fundamental, eu não sei mesmo se não começaria já no WC. Especialmente os extremos, tão essenciais na nossa manobra atacante, que precisam de estar frescos para poderem fazer as mudanças de velocidade que criam os desequilíbrios. E nomeadamente o Salvio parece-me já em perda física. É uma decisão difícil, mas eu faria uma ou outra alteração nos jogos do campeonato. De qualquer maneira, até porque os lagartos também jogaram hoje em Glasgow, não espero outra coisa na próxima 2ª feira que não a 17ª vitória consecutiva em provas nacionais.

P.S. – As restantes equipas portuguesas tiveram sortes diferentes. O CRAC foi ganhar a Sevilha (1-2) através de um golo em fora-de-jogo e um erro inacreditável de um defesa contrário! Isto depois de o Kanouté ter falhado o 2-1 de baliza aberta! Metem-me ainda mais nojo pela sorte inacreditável que têm neste tipo de jogos. Muito dificilmente não se apurarão. Os lagartos empataram no último minuto(!) em Glasgow, mas acho que vão passar um mau bocado em casa. O Braga perdeu (0-1) na Polónia e, como acho que o Lech Poznan irá marcar um golo cá, não os estou a ver passar a eliminatória.