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segunda-feira, abril 27, 2015

Pragmatismo (que pode valer campeonatos)

Empatámos com o CRAC 0-0 na Luz e mantivemos a distância de três pontos com quatro jornadas por disputar. O que quer dizer que, como temos vantagem no confronto directo, bastam-nos três vitórias para sermos campeões. Muita cabeça fria para os próximos jogos e manter a concentração é que se pede e se espera a partir de agora. Já demos abébias que cheguem e falharmos em duas destas quatro partidas seria imperdoável.

Quando vi que o Salvio não ia jogar, fiquei logo de pé atrás. Entrou o Talisca, porque o Ola John no Restelo foi uma miséria e as melhorias foram nulas. Mas entre um e outro, que venha o Diabo e escolha! O que me tranquilizou um pouco foi que o Flopetegui, num jogo em que tinha absolutamente que ganhar, jogou com dois trincos (Casemiro e Ruben Neves), dois médios-centro (Oliver e Evandro), um extremo (Brahimi) e um ponta-de-lança (Jackson)! Ou seja, para quem precisava desesperadamente da vitória, estamos conversados acerca do sinal que deu para dentro do campo. Foi sem surpresa que na 1ª parte as equipas tivessem entrado com bastante medo uma da outra e praticamente não tivesse havido oportunidades. A excepção foi um ressalto na área em que o Jackson aproveitou para mostrar os seus dotes no râguebi. Felizmente.

Na 2ª parte, as equipas arriscaram um pouco, mas não muito mais. O Flopetegui lá colocou o Quaresma e o Hernâni, mas não houve grande melhorias. O Talisca, que tinha sido uma nulidade absoluta na 1ª parte, teve uma cabeçada perigosa num livre logo de início, mas a grande oportunidade surgiu praticamente no fim, quando o Fejsa, entretanto entrado, quase do mesmo sítio resolveu imitar o Jackson. Infelizmente. O CRAC praticamente não criou perigo, mas foi com alívio que vi o Sr. Jorge Sousa apitar para o final, porque nunca na vida me esquecerei do minuto 92. E ele deu três de compensação

Num jogo tão pobre em termos atacantes, foram os jogadores mais defensivos que sobressaíram. Especialmente o Samaris, que tem amortizado a passos largos a fortuna que custou. Grande jogo igualmente do Luisão e, principalmente, do Jardel, que revela uma confiança e uma autoridade que eu nunca imaginei. Ainda por cima, enfrentando como adversário o melhor ponta-de-lança do campeonato. Grande Jardel! Teremos um grande problema até o Salvio voltar, porque o Talisca fez uma 1ª parte hedionda: apático, sem reacção, a perder todos os lances e sem capacidade de luta. Um desastre. O Gaitán lá teve um ou outro toque de classe, mas não muito mais, e o Jonas e o Lima destacaram-se pelo poder de luta, mas sem criarem desequilíbrios.

Fica uma última palavra para os meus caros consócios que criticam a nossa exibição neste jogo. Vamos lá reavivar a memória: esta foi a equipa que há pouco mais de um ano derrotou o CRAC na Luz para o campeonato.

(Imagem roubada por aí na net)

Elucidados? E poderia acrescentar que também saíram o Cardozo e o André Gomes, que o Fejsa e o Ruben Amorim estiveram ¾ da temporada lesionados e que o Salvio também não jogou. Volto a perguntar: está tudo esclarecido?

Já tive a minha conta de campeonatos em que fomos claramente a equipa com melhor nota artística, mas o título não ficou na Luz. Sim, estou a falar dos dois do Vítor Pereira. Já chega, ok? É que poderíamos estar hoje a lutar pelo tetra e o quinto título em seis anos, em vez de ser pelo bicampeonato. E o que nos faltou nessas duas épocas foi também algum do pragmatismo que mostrámos nesta partida. É óbvio e notório que este ano o CRAC tem melhor plantel do que nós, e só temos que dar muitas graças a quem teve a brilhante ideia de contratar o Flopetegui. Que se mantenha lá por muitos e bons anos, é o que desejo! Ou alguém tem dúvidas que bastaria trocar os treinadores para recebermos o CRAC já campeão nesta jornada? É que eu não tenho nenhumas! Portanto e concluindo, o Jorge Jesus fez muitíssimo bem em ter montado a equipa desta forma! Mostrou que aprendeu com os erros passados e isso é sempre de realçar (hoje possivelmente já não faria entrar o Rodrigo para o lugar do lesionado Aimar, quando tinha o Matic no banco, estando nós a ganhar 2-1 ao CRAC na 2ª parte, dando azo a um golo sofrido de contra-ataque(!) e à proençada perto do fim na época de 2011/12). Foi calculista, resultadista e pragmático? Sim e por mim está óptimo assim!

Eu também teria gostado de uma vitória robusta em que reduzíssemos aqueles seres reles à sua real insignificância, mas gosto ainda mais de ser campeão. E muito mais ainda de ser bicampeão. Sim, foi pena termos quebrado a série de mais de seis anos(!) a marcar consecutivamente em casa em jogos para o campeonato, mas foi por causa de um bem maior, que há mais de 30 anos que não conquistamos. Não perder era fundamental! Conseguimos isso e estamos de parabéns. Agora, é pensar na final de Barcelos.

P.S. – Aquela cena no final, a ser verdade, em que o Flopetegui simula estar a cumprimentar o Jesus e lhe diz que lhe dará um murro se ele voltar a trocar o seu nome, define-o como homem: reles, sem carácter, vil e nojento. E que não sabe perder (se fosse homenzinho, poderia perfeitamente ter-lhe dito isso no cumprimento inicial). Está perfeito no clube onde que está.

quarta-feira, abril 22, 2015

Sechs Mal Danke!

6-1. Épico!

P.S. - Só não gostei do empate da 2ª parte…

domingo, abril 19, 2015

Campeões Nacionais de Hóquei em Patins

Ao derrotar o fcp por 5-1, a nossa equipa de hóquei em patins conquistou brilhantemente o 22º título do nosso palmarés. Até agora, a duas jornadas do final do campeonato, com um registo impressionante de 23 vitórias e apenas 1 empate! A todos os responsáveis (jogadores, equipa técnica e dirigentes) que nos proporcionaram esta enorme alegria, o meu enorme agradecimento. VIVA O BENFICA!

São Jonas

Vencemos em Belém por 2-0 e, a uma semana do clássico com os assumidamente corruptos, mantivemos a distância de três pontos. Esta segunda volta tem sido uma constante: grandes exibições em casa e performances muito sofríveis (e sofridas) fora. Mas o mais importante, a vitória, foi conseguido e, portanto, desta vez não nos podemos queixar muito.

Estava com bastante receio desta partida por vários motivos: o Belenenses está a fazer um campeonato bem melhor do que os últimos; nos jogos fora, nós temos estado muito abaixo do que fazemos na Luz e o resultado é sempre imprevisível; Jonas e Gaitán estiveram em dúvida durante a semana toda. Afinal, quem nem sequer foi para o banco foi o Salvio (lesão muscular), motivo para mais um stress extra mesmo antes de entrar para a bancada. À semelhança de Vila do Conde, marcámos muito cedo (6’) através do inevitável Jonas, a aproveitar muito bem o ressalto decorrente de uma mau atrasado de um adversário. No entanto, em vez de ter o condão de nos tranquilizar e fazer partir para uma exibição convincente e segura (como acontecia no ano passado), este golo foi um oásis em toda a 1ª parte (fotocópia completa de Vila do Conde). O Belenenses reagiu muitíssimo bem, criou-nos alguns calafrios (nomeadamente um livre directo do Carlos Martins – que era só o que mais faltava, depois de nos ter roubado o campeonato de há dois anos, vir agora tramar-nos este…!), sempre a bombear bolas para a áreas nas faltas e só nos derradeiros 10’ da 1ª parte é que nos voltámos a lembrar que existia uma baliza do outro lado do campo.

Como temos sempre sofrido golos nos últimos jogos, eu estava nervosíssimo, porque com o empate sempre ali à espreita não estava a ver maneira de voltarmos a marcar. Felizmente, o intervalo fez-nos bem e regressámos mais tranquilos para a 2ª parte. Aos 60’, o Gaitán resolve fazer um dos seus centros/passes cortados, a bola chega ao Jonas, que mata no peito e fuzila o Ventura. Grande golo e um enorme suspiro de alívio! Suspiro esse que quase engoli, quando pouco depois o Pizzi inventou no meio-campo e o Carlos Martins rematou mesmo a rasar o poste. O que valeu foi que o Luisão pôs as orelhas do Pizzi a arder e ele não voltou a repetir a graça. Até final, ainda deu para apanhar um susto num atraso de cabeça do Jardel que o Júlio César agarrou com dificuldade e irritar-me com o Jesus que arriscou demasiado ao manter o Samaris em campo (se levasse amarelo não jogava frente ao CRAC) durante mais 22’(!) a seguir ao nosso segundo golo. Acho que não havia necessidade nenhuma, correu bem, é verdade, mas poderia não ter corrido. Já nos descontos, o Júlio César fez uma fabulosa defesa por instinto a um remate na pequena-área!

Em termos individuais, óbvio destaque para o Jonas, que está com 16 golos e a apenas um do Jackson Martínez na tabela dos melhores marcadores. Grande jogador, enorme inteligência a jogar futebol e ainda por cima goleador. Um regalo à vista e um privilégio tê-lo no nosso clube! Menção também para o Gaitán que, mesmo sem estar a 100%, é absolutamente essencial no nosso jogo, para o Jardel, que se fartou de cortar bolas, e para o Samaris, que se conseguiu conter e ainda saiu com a bola dominada um bom par de vezes. Pela negativa, novamente o Ola John, que teima em não aproveitar estas oportunidades, ao não aplicar a sua velocidade e a adornar os lances, mesmo quando o jogo não lhe está a correr bem (coisa que me tira completamente do sério, então aquela bola no final da 1ª parte quando resolveu dar um toque de calcanhar numa jogada de perigo…!). O Pizzi praticamente não esteve em campo na 1ª parte, mas à semelhança de jogos passados subiu de rendimento na 2ª.

Temos agora uma semana para descansar e pensar no clássico. É essencial conseguir recuperar o Salvio, porque já se viu que não há mesmo alternativas válidas. Temos dois resultados que são bons para nós, sendo que uma vitória praticamente acaba com o campeonato. Já o poderíamos ter feito em Paços de Ferreira, pelo que espero que agora, com o estádio cheio a apoiar a equipa, não deixemos passar esta oportunidade.

domingo, abril 12, 2015

Onda vermelha

Goleámos a Académica por 5-1 e mantivemos a distância para o CRAC. Foi mais uma excelente tarde, com uma exibição de encher o olho e uma vitória incontestável e justa. Que só pecou por não ter sido mais volumosa.

Tal como se disse no resumo da BTV, quem não sabia o que eram os “15 minutos à Benfica”, pôde tirar as dúvidas neste sábado. Entrámos a todo o gás e inaugurámos o marcador aos 8’ pelo Jardel depois de um centro bem executado pelo Pizzi na sequência de um canto. Aos 11’, alargámos a vantagem noutro bom centro, desta feita do André Almeida, para uma cabeçada plena de poder do Jonas. A Académica mal podia respirar e aos 19’ o jogo ficou resolvido de vez com o 3-0 através de um penalty bem marcado pelo Lima, depois de uma falta também sobre ele próprio. Com a vitória praticamente garantida aos 20’, desacelerámos o que é perfeitamente normal. Até ao intervalo, é de salientar um remate de muito longe do Samaris, que o guarda-redes não defendeu à primeira, e uma grande jogada atacante, com o Gaitán a isolar magistralmente o Maxi, mas o Cristiano a fazer bem a mancha.

A 2ª parte principiou-se praticamente com o 4-0, num bis do Jonas, depois de uma combinação atacante do brasileiro com o André Almeida. A partir daqui, assistimos a mais umas quantas oportunidades por parte da nossa equipa: o Jonas falhou aquele que seria o seu golo mais fácil, o Salvio e o Lima também não conseguiram marcar, ao contrário da Académica, que fez o chamado “golo de honra” aos 80’ no único lance de perigo criado em todo o jogo. Confesso que este golo me chateou sobremaneira, porque o CRAC já estava a ganhar em Vila do Conde e assim os nossos quatro golos positivos ficariam reduzidos a dois. No entanto, quatro minutos depois aconteceu um dos momentos altos da partida, com o Fejsa, regressado ao fim de um ano(!) de paragem, a fazer o 5-1 num remate colocadíssimo já dentro da área. Curiosamente, foi o seu primeiro golo com a gloriosa camisola. Pouco depois, deu-se a estreia do Jonathan Rodriguez, mas o uruguaio mal teve tempo para tocar na bola.

Destaque óbvio para o Jonas, pelo bis (que deveria ter sido hat-trick…!), pelo Gaitán, por ser quem faz a equipa toda mexer, para o Samaris, que está numa forma impressionante (mas terá de ter MUITO cuidado no Restelo por causa dos amarelos). Amarelo esse que o Maxi provocou para limpar frente ao Belenenses, algo que era importantíssimo com vista ao jogo contra o CRAC. O André Almeida substitui o castigado Eliseu e deu boa conta do recado. O Pizzi foi outro que esteve muitíssimo bem e cuidado com os seus passes longos…!

Para a semana teremos um desafio que não se afigura nada fácil, mas espero que o mini-Estádio da Lux que será o Restelo possa ajudar a equipa a conseguir a desejada vitória. Aliás, jogando nós praticamente em casa na esmagadora maioria dos campos, não se percebe esta disparidade tão grande entre as nossas exibições dentro e fora da Luz. Está na altura de nivelar por cima as duas.

domingo, abril 05, 2015

Fortaleza

Vencemos o Nacional por 3-1 e, no mínimo, iremos manter a vantagem de três pontos sobre o CRAC. Regresso ao Estádio da Luz, regresso das exibições de gala, com o pequeno contra de termos sofrido o primeiro golo para o campeonato desde… 21 de Setembro! Foram quase sete meses sem termos visto a nossa baliza violada na Luz.

Numa tarde de bastante calor, a nossa equipa não entrou tão rápida quanto é habitual, mas mesmo assim fomos criando situações de golo, com um remate do Gaitán ao lado, uma cabeçada do Jonas para uma boa defesa do Gottardi e outra do Lisandro ao lado num canto. O Nacional mal passava do meio-campo e foi com naturalidade que chegámos à vantagem quando começámos a acelerar o jogo: grande jogada pela direita entre o Maxi e o Salvio, e centro deste para o Jonas facturar. Foi aos 21’ e dez minutos depois alargámos o marcador num cruzamento milimétrico do Gaitán para o Lima cabecear para dentro da baliza. Atacámos, ao contrário do que é habitual para a baliza sul na 1ª parte, mas esta esperteza do Nacional na moeda ao ar não lhes serviu de nada, porque, para além dos golos, até ao intervalo tivemos mais umas quantas belas combinações atacantes, com o Jonas a finalizar duas delas para as mãos do Gottardi, que, se entrassem, seriam golos magníficos.

Apesar das duas substituições do Nacional ao intervalo, a 2ª parte iniciou-se da mesma maneira, ou seja, connosco a tentar o terceiro para acabar de vez com o jogo. Continuámos ter oportunidades, com destaque para um cabeceamento do Salvio à vontade, na sequência de um centro magistral do Gaitán, que deveria ter tido melhor destino. Aos 59’, lá fizemos finalmente o terceiro, num golão do Jonas de fora da área depois de um passe da direita do Salvio. A partir daqui, fomos baixando gradualmente o ritmo e o Nacional reduziu aos 74’ pelo Tiago Rodrigues (que felizmente recuperou da ‘gastroenterite’, perdão, gastroenterite que o impediu de defrontar o seu clube de origem há duas semanas…) num remate bem colocado de fora da área, depois de uma perda de bola do Eliseu em zona defensiva. A equipa intranquilizou-se um pouco, algum público (inexplicavelmente) assobiou e o Nacional teve outro remate perigoso ao lado logo a seguir. O Jesus já tinha feito entrar o Talisca para o lugar do Jonas e foi aquele que, com um remate para defesa do Gottardi, teve o condão de fazer renascer o nosso espírito atacante e consequentemente o controlo do jogo. Tivemos mais oportunidades pelo Jardel e Lisandro no mesmo lance, um livre para a área, e uma finta magistral do Salvio foi pena ter sido defendida pelo guarda-redes, caso contrário seria um golo que percorreria todas as estações de televisão. Nota negativa apenas para a lesão na mão do Talisca que o obrigou a sair mais cedo.

Em termos individuais, óbvio destaque para o Jonas pelo bis (e novo domínio de bola magistral, ainda na 1ª parte, em que a recebe pelas costas!) e para o Salvio, que me parece em melhor forma, mais solto e menos complicativo (e aquela finta final também paga um red pass). O regresso do Gaitán é fundamental, porque não só joga como faz todos os outros subirem o seu nível exibicional. O Pizzi teve uma 1ª parte muito discreta, mas subiu bastante na 2ª. O Lisandro substituiu sem problemas o castigado Luisão e o Eliseu, depois de tantas tentativas, lá conseguiu levar o amarelo para limpar frente à Académica. Não sei se o Maxi também não deveria ter feito o mesmo, porque daqui a três jogos recebemos o CRAC e, se vamos a Belém com ele tapado, temo muito que não alinhe nessa partida fundamental. E, teoricamente, o encontro frente à Briosa será mais acessível do que frente ao Belenenses. Em princípio, o Salvio e o Jonas poderão defender-se melhor quanto aos amarelos nesses dois jogos.

É abissal a diferente da nossa equipa nos jogos em casa e fora, o que também não deixa de ser preocupante. Como bem referiu o JG, basta ganharmos as partidas todas em Lisboa até final da época para sermos campeões. Claro que isso implica ir ganhar a Belém e vencer o CRAC, mas para isso é imperioso que nesses encontros bastantes difíceis nos mantenhamos com a concentração que temos demonstrado na Luz. No entanto, vamos com calma, porque abébias como a de Paços e de Vila do Conde, não se podem voltar a repetir.