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segunda-feira, julho 27, 2020

Vitória no derby

Vencemos a lagartada no sábado (2-1) na Luz na última jornada deste triste campeonato e não só os impedimos de ficar em 3º lugar (o Braga venceu o CRAC em casa por 2-1), como ainda vimos o Carlos Vinícius suceder ao Seferovic como o melhor marcador da Liga.

 

No primeiro derby que falhei ao vivo na Luz desde o 3-0 do Mourinho e João Tomás (2000/01) (e esperemos bem que seja o último jogo sem adeptos no estádio), e perante uma das mais fracas equipas da lagartadaque me lembro, o nosso triunfo só peca por escasso (ao contrário do que disse o Rúben Amorim no final). É certo que os lagartos entraram melhor do que nós, mas isso só durou uma dezena de minutos. A partir daí, perante a insistência deles de sair a jogar desde a baliza, mas sem jogadores de qualidade para o fazerem, pressionámo-los, começámos a recuperar a bola no último terço do campo e só a inépcia na altura do remate impediu que fôssemos marcando golos. Felizmente nas bolas paradas fomos mais eficazes e inaugurámos a cotnagem aos 28’ através de uma cabeçada do Seferovic a responder a uma assistência também de cabeça do Rúben Dias na sequência de um canto. Até ao intervalo, ainda vimos o mesmo Rúben Dias a cabecear ao poste noutro canto.

 

Na 2ª parte, forçámos novamente nos minutos iniciais e o Jardel, Gabriel (no mesmo lance) e Cervi tiveram óptimas ocasiões para marcar, mas ou o guarda-redes, ou pontapés na atmosfera ou remates muito tortos impediram-nos de avolumar o marcador. Perante isto, a lagartada reagiu, também atirou uma bola ao poste pelo ainda júnior Tiago Tomás num falhanço incrível do Jardel e aos 69’ conseguiu a igualdade pelo Sporar num remate cruzado de pé direito na sequência de um contra-ataque. Entretanto, já o Carlos Vinícius tinha entrado e foi ele que aos 88’ fez o 2-1 a desviar de pé esquerdo um cruzamento teleguiado do Pizzi, conseguindo assim o seu 19º golo (para a Liga são 18, porque o Sr. Fábio Veríssimo resolveu roubar-lhe um golo frente ao Marítimo) e conquistando o troféu de melhor marcador.

 

Em termos individuais, o Pizzi está nos dois golos, mas continua a ser exasperante na forma como sucessivamente joga para o lado e para trás em jogadas de ataque nossas, emperrando-as sobremaneira, a equipa melhorou bastante (outra vez) com a entrada a meio da 2ª parte do Florentino (não percebo porque é que não foi titular...), o Tomás Tavares na esquerda mostrou-se mais fiável do que o Nuno Tavares (espero que continue assim para a final da Taça) e o Carlos Vinícius mereceu ficar com o troféu de goleador deste campeonato.

 

Em condições normais, teríamos obrigação de golear esta lagartada. A diferença entre os plantéis é abismal, mas ainda assim arriscámos bastante (desacelerando muitas vezes o jogo quando só estava 1-0) e só perto do final garantimos os três pontos. Que não adiantaram nada em relação à nossa classificação, mas os derbies são sempre para ganhar! Para a semana, teremos a partida mais importante da temporada, mas sinceramente não estou nada confiante para a final da Taça. Oxalá me engane, mas a única diferença entre estes jogos do Nélson Veríssimo em relação aos últimos do Bruno Lage é que a bola resolveu entrar. A (pouca) qualidade exibicional mantém-se inalterada.

quarta-feira, julho 22, 2020

Expectável

Vencemos o já despromovido Aves (4-0) em sua casa, numa partida que esteve em risco de não se realizar por causa dos graves problemas financeiros da SAD do Aves, que não paga salários há seis meses e nem sequer o seguro obrigatório para que a equipa possa jogar. Ou seja, alguns anos depois do triste episódio com a U. Leiria, a história repete-se no futebol português. Obrigou-se os clubes a fazerem SADs, estas podem não ser controladas por eles e depois temos situações como a do Belenenses e, pior ainda, esta do Aves. Vem alguém do estrangeiro sem qualquer identificação com o clube nem com o futebol português, compra a SAD e depois, quando o dinheiro falta, é só fechar a porta e o clube e respectivos adeptos que se lixem. Triste, muito triste!

 

Voltando ao jogo, e depois de um primeiro minuto em que os jogadores do Aves não se mexeram em sinal de protesto, começámo-lo praticamente a ganhar com o golo do Rafa aos 4’ num grande passe do Pizzi, que isolou o extremo. Perante uma equipa que, decorrente daqueles problemas todos, nem sequer treinou todos os dias, esperava-se que isto fosse o mote para uma superioridade mais evidente da nossa parte. Puro engano. Estivemos, como em partidas anteriores, muito lentos de processos e o Aves teve uma atitude muito digna, embora sem conseguir criar grande perigo para a nossa baliza.

 

Na 2ª parte, o Aves quebrou fisicamente e nós praticamente resolvemos o jogo com o 2-0 aos 52’ num penalty muito bem marcado pelo Pizzi (ena, ena!!!), que assim passou para a frente dos melhores marcadores com 18 golos, tendo o Carlos Vinícius e o Paulinho do Braga menos um golo. Começou a haver substituições e inexplicavelmente o Veríssimo tirou o C. Vinícius de campo. É certo que o brasileiro não estava a fazer um jogo brilhante, mas está na luta pelos melhores marcadores e, com a classificação já definida e o jogo quase ganho, o nosso treinador acha que é boa ideia tirá-lo de campo aos 64’...?! Sinceramente, não percebi...! A cinco minutos do fim, o Gonçalo Ramos estreou-se com a camisola principal do Benfica e as coisas não lhe poderiam ter corrido melhor: bis aos 87’ e 93’! O primeiro, num desvio de calcanhar muito a propósito na sequência de um livre para a área, e o segundo, num remate sem hipóteses depois de uma assistência do também entretanto entrado Dyego Sousa.

 

Em termos individuais, destaque óbvio para o Gonçalo Ramos e para a influência do Pizzi no marcador, com um golo e uma assistência. O Florentino teve igualmente uma prestação positiva, ao contrário do seu colega de sector, o Gabriel, demasiado lento com a bola. O Svilar, que se estreou na baliza esta temporada, foi apenas um espectador.

 

Iremos receber a lagartada para a despedida do campeonato, antes da final da Taça frente ao CRAC. Eu sei que as atenções mediáticas estão todas viradas para o Jesus, mas é bom que a ‘estrutura’ se capacite que o segundo troféu mais importante do calendário nacional ainda está em disputa. E é fundamental nós ganharmo-lo!

quarta-feira, julho 15, 2020

De feição

Vencemos ontem o V. Guimarães por 2-0 e não permitimos que o CRAC fosse campeão no sofá. Terá de (pelo menos) empatar hoje com a lagartada em Mordor para o conseguir. De qualquer maneira, será apenas uma questão de tempo até o campeonato mais mal perdido da nossa história ter um epílogo.

 

A grande diferença entre o Benfica do Bruno Lage (desde a retoma da Liga) e o do Nélson Veríssimo é... a sorte. Contra o Boavista, marcámos na primeira vez em que fomos à baliza, contra o V. Guimarães, quando inaugurámos o marcador aos 37’ pelo Chiquinho (correspondendo na área a um centro rasteiro do Nuno Tavares), o jogo só não estava já perdido, porque o Vlachodimos fez duas defesas do outro mundo e ainda vimos uma outra bola do Marcus Edwards a bater na barra e no poste. Tão simples quanto isto! De resto, durante boa parte do primeiro tempo, continuou o nosso futebol muito lento e sem ideias. Porém, ontem as coisas começaram a melhorar a partir dos 33’, quando o Veríssimo fez sair (e bem) o já amarelado Weigl (que depois do cartão teve duas entradas imprudentes que o colocaram na iminência da expulsão) e fez entrar o Florentino. Florentino, esse, que já não jogava para a Liga desde o jogo do Santa Clara nos Açores em... Novembro! O miúdo entrou muitíssimo bem, não só estando sempre no caminho da bola quando ela estava com o adversário, como fazendo um par de passes verticais que abriram brechas na retaguarda contrária. Precisamente aquilo que... ninguém tem conseguido fazer nos últimos tempos!

 

Depois do intervalo, o jogo mudou completamente com o V. Guimarães a ser muito menos perigoso e nós a controlarmos os tempos do jogo. No entanto, como não marcámos logo o segundo golo para arrumar a questão, nos últimos 20’ o V. Guimarães veio para cima de nós e ainda passámos por alguns calafrios. O que nos valeu foi que o Vlachodimos continuou seguro e a única bola que entrou na nossa baliza foi rematada por um adversário em fora-de-jogo (mas deu para comprovar que continuamos a defender pessimamente as bolas parada!). Praticamente na jogada a seguir, fizemos finalmente o segundo golo aos 87’ pelo entretanto entrado Seferovic, a corresponder bem a um centro do também substituto Rafa. Marcámos sempre depois de podermos ter sofrido e, de facto, o jogo não nos poderia ter corrido melhor.

 

Em termos individuais, destaque óbvio para o Vlachodimos, sem o qual estaríamos certamente agora a lamentar mais três pontos perdidos, para o Florentino, que foi o grande responsável pela nossa melhoria exibicional (ele estava em muito má forma quando saiu da equipa, mas porquê tanto tempo até ter nova oportunidade...?!), e para o Chiquinho, que longe de ser um craque continua a ser o melhor do plantel naquele lugar.

 

Temos mais dois jogos para cumprir calendário (Aves e lagartada) antes da final da Taça de Portugal, infelizmente o único dos grandes objectivos da época que ainda podemos conquistar. Mas temos absolutamente de o conseguir!

segunda-feira, julho 13, 2020

Tropeção (outra vez...)

Empatámos na passada 5ª feira em Famalicão (1-1) e deixámos o CRAC a apenas um ponto do título (venceu em Tondela por 3-1). Já se esperava uma partida difícil, mas até nem foi dos nossos piores jogos. No entanto, continuamos numa senda terrível, agora com 15 jogos e apenas três vitórias...

 

Com a mesma equipa que derrotou o Boavista, entrámos fortes na 1ª parte e o Cervi poderia ser inaugurado o marcador logo nos minutos iniciais com um remate rasteiro que o Defendi defendeu com o pé. Pouco depois, o argentino caiu na área e inacreditavelmente o Sr. Jorge Sousa mostrou-lhe... o amarelo! O Famalicão equilibrou as coisas, chegou a colocar o Vlachodimos à prova, mas fomos nós a colocar-nos em vantagem aos 37’: jogada do Cervi na esquerda, centro rasteiro para a área, o remate do Seferovic foi defendido pelo Defendi, mas o Pizzi na recarga só teve de encostar.

 

Na 2ª parte, o Famalicão naturalmente reagiu, porém as melhores oportunidades foram nossas com o Pizzi e o Cervi a verem defesas interceptar remates seus que dariam o 0-2. Nos últimos 20’, o Famalicão carregou mais, o Fábio Martins atirou ao poste de ângulo difícil, um disparate do André Almeida só não deu o empate, porque o remate do Walterson saiu a rasar, mas aos 84’ aconteceu mesmo a igualdade através do Guga: jogada pela direita, em que o entretanto entrado Samaris não conseguiu evitar o centro atrasado, e remate sem hipóteses para o Vlachodimos.

 

Em termos individuais, voltei a gostar do Chiquinho, cuja não-titularidade a número 10 se confirma como o grande equívoco do Bruno Lage. Todos os outros estiveram a um nível mediano, mas esforçado.

 

Faltam três jogos para acabar o martírio deste campeonato que eu espero seja objecto de profunda reflexão por quem de direito. Vamos conseguir perder um campeonato que esteve ganho... Não me venham faltar do trauma do Kelvin. Este é muito pior! Nunca me conformarei com isto.

segunda-feira, julho 06, 2020

Vitória, finalmente!

Vencemos no sábado o Boavista na Luz (3-1) e regressámos finalmente aos triunfos, com o terceiro nos últimos 14 jogos! No entanto, como o CRAC atropelou ontem o Belenenses SAD em Mordor (5-0), os seis pontos (sete na prática) de vantagem mantiveram-se, o que faz com que eles estejam a apenas duas vitórias de ganharem um campeonato que esteve mais do que nas nossas mãos. (Vai custar muito conformar-me com isto...)

 

Com o Veríssimo, adjunto do Bruno Lage, no banco, entrámos bastante mal na partida, com o Boavista a dominar, embora sem criar grandes oportunidades. A grande diferença em relação a partidas anteriores foi a nossa enorme eficácia: marcámos na primeira vez em que fomos à baliza aos 11’, numa bola lançada pelo Gabriel para o André Almeida, que o guarda-redes Helton Leite não conseguiu agarrar, tendo o nosso defesa-direito rodado bem e atirado para a baliza já de ângulo relativamente difícil. A partir daqui, o jogo mudou. O Boavista deixou praticamente de conseguir passar de meio-campo e nós tivemos uma série de oportunidades, muitas delas bem defendidas pelo Helton Leite (negou-nos o golo umas boas três ou quatro vezes). Todavia, aos 31’, fizemos o 2-0 noutra assistência do Gabriel para uma óptima cabeçada do Pizzi. O jogo estava bem encaminhado, mas todos nos lembramos de Portimão e, portanto, foi com satisfação que vi o 3-0 em cima do intervalo (42’), num remate rasteiro do Gabriel ao canto inferior esquerdo da baliza. Pouco antes disso, o Boavista tinha marcado um golo numa bola parada, mas o jogador estava fora-de-jogo.

 

Mesmo para o estado actual do Benfica, convenhamos que não seria fácil dar cabo de uma vantagem de três golos ao intervalo e a 2ª parte acabou por ser muito mais calma. Não insistimos tanto no ataque e sofremos um golo aos 68’ outra vez numa bola parada (cada lance destes é praticamente um penalty contra nós...), através do Dulanto num remate por cima do Vlachodimos (que me pareceu poder ter feito mais), mas também tivemos um golo anulado (do entretanto entrado Carlos Vinícius) por fora-de-jogo.

 

Em termos individuais, destaque para o Gabriel pelas duas assistências e pelo golo, mas para mim o melhor em campo foi o Chiquinho, que é definitivamente o único elemento do plantel a conseguir fazer a posição 10 de maneira satisfatória. Dá imensa fluidez ao nosso jogo, procura sempre a melhor solução de passe e só é pena que não tenha golo. Caso contrário, muito provavelmente não o teríamos para o ano.

 

O campeonato está obviamente perdido, mas temos mais quatro jogos para nos prepararmos convenientemente para a final da Taça de Portugal. Temos um óptimo histórico em finais contra o CRAC e, especialmente esta época, depois de lhes termos oferecido o campeonato, não podemos falhar esta conquista.

terça-feira, junho 30, 2020

Fim da linha

Perdemos ontem na Madeira com o Marítimo (0-2) e, com a vitória do CRAC em Paços de Ferreira (1-0), ficámos a seis pontos (na prática sete) de distância, o que, com cinco jornadas para jogar, significa o adeus definitivo ao título. No final da partida, o Bruno Lage pediu naturalmente a demissão, que foi aceite pelo presidente do Benfica.

 

Não vale muito a pena referir que nem entrámos nada mal, tivemos três oportunidades claríssimas para marcar (Chiquinho e Carlos Vinícius na 1ª e Seferovic na 2ª parte), antes de sofrermos dois golos praticamente iguais aos 74’ e 78’, com o lateral Nanu a dar cabo da nossa defesa em contra-ataque (para além disto, o Marítimo meteu mais duas vezes a bola na nossa baliza, mas em fora-de-jogo). O que fica para a história é o resultado e o terramoto (já esperado) que se seguiu (a bem da verdade, esse terramoto já se estava a antever há bastante tempo).

 

Gostava muito de perceber o que se passou nesta época. Porque não é de todo normal. Depois de um campeonato brilhantemente conquistado no ano passado, arrancamos a época com 5-0 aos lagartos para a Supertaça, fazemos a melhor primeira volta de sempre (só com três pontos perdidos) e ganhamos em 18 das 19 primeiras jornadas. Nas últimas dez, ganhamos dois jogos...! Desbaratámos uma vantagem de sete pontos! S-E-T-E  P-O-N-T-O-S! Foi um descalabro completo acerca do qual é OBRIGATÓRIO darem-nos explicações! A culpa não pode ser só do Bruno Lage. Fiquemos a aguardar. (Eu vou fazê-lo sentado, pelo sim, pelo não...)

quarta-feira, junho 24, 2020

Ponto final

Perdemos ontem na Luz com o Santa Clara (3-4) e, com a vitória do CRAC frente ao Boavista (4-0) em Mordor, dissemos adeus ao título. Claro que “só” estamos a três pontos (na prática quatro) deles e faltam seis jornadas. Mas sejamos honestos: quem tem duas vitórias em 12(!) jogos e está há cinco jogos seguidos na Luz sem ganhar (parece que isto não acontecia desde... 1931!) não merece ser campeão. Mais acrescento: quem desbaratou uma vantagem de sete(!) pontos e tem feito uma segunda volta absolutamente miserável (se só considerarmos esta, devemos estar pouco acima da linha de água...), não merece MESMO ir festejar para o Marquês.

 

O Bruno Lage, pelos vistos, não aprende com os próprios erros, e voltou a colocar o Taarabt a nº 10 num jogo na Luz, desta feita com o Seferovic no papel de ponta-de-lança. A 1ª parte não foi tão má quanto a do Tondela (também seria difícil), mas uma perda de bola infantil do Nuno Tavares à saída da nossa área, na sequência de um canto aos 44,’ resultou no golo do Santa Clara, apontado pelo Anderson Carvalho.

 

A 2ª parte foi de loucos e um hino a quem gosta de futebol. Pois, eu adoro futebol, mas já disse ‘n’ vezes que para isso vejo os Mundiais e os Europeus, e os jogos da Champions ou a final da Taça de Inglaterra. Quanto ao Benfica, quanto mais monótono forem os jogos, melhor! Daquela monotonia em que chegamos ao intervalo a ganhar por 2-0, marcamos o terceiro no início da 2ª parte e fica tudo na paz de Eusébio até final. Ora, ontem passou-se o inverso disso! Entraram o Carlos Vinícius e Zivkovic (não jogava para o campeonato desde Março de... 2019 e em quinze meses teve 60’ em campo em Dezembro para a Taça da Liga...!), e tivemos uma óptima reacção com o Rafa a fazer a igualdade logo aos 50’. Parecia que o momentum estava a nosso favor, mas o enésimo erro defensivo da época numa bola parada colocou o Santa Clara novamente na frente aos 57’ (num canto, o Rúben Dias não chegou à bola, o Weigl não saltou e o Zaidu Sanussi cabeceou sem oposição no meio deles). Não obstante isso, reagimos novamente em grande e um bis de cabeça do C. Vinícius em apenas dois minutos (63’ e 65’) colocou-nos à frente do marcador pela primeira vez. Depois desta reviravolta, estava tudo a nosso favor, certo...? Seria certo se tivéssemos dado a estocada final no jogo, mas numa boa jogada colectiva o centro do Nuno Tavares foi demasiado atrasado e a bola foi para canto (caso tivesse sido bem feito, era só o Rafa encostar...). O Santa Clara mostrou sempre um futebol muito desinibido, mas teve uma grande ajuda do Rúben Dias para chegar à igualdade aos 81’. Ponto prévio: para mim, é MAIS DO QUE falta atacante sobre o nosso central (num lançamento lateral, o adversário atirou-se completamente para cima dele), mas de qualquer maneira que diabo é que passou pela cabeça do Rúben Dias para levantar o braço e tocar assim de leve na bola...?!?! Era para protestar que era falta...?! O respectivo penalty foi marcado pelo Cryzan. Ainda poderíamos ter chegado à vitória, mas um remate do C. Vinícus em boa posição saiu ao lado e outro do Zivkovic, ainda desviada por um defesa, foi defendido pelo guarda-redes. Aos 95’, aconteceu o golpe de teatro com o 3-4 através do Zé Manuel, que deixou o Weigl para trás e foi correndo com pouca oposição até rematar já na área, com a bola a ser desviada pelo Nuno Tavares (se fosse ao contrário, não seria golo...), não dando hipóteses ao Vlachodimos.

 

Em termos individuais, o C. Vinícius regressou aos golos e a dobrar, mas de pouco serviu. O Nuno Tavares deve ser o lateral que melhor centra, mas tem erros defensivos e deficiências de controlo de bola inadmissíveis num jogador do Benfica. O Zivkovic entrou bem, mas gostaria que alguém me explicasse o que se passou durante 15 meses com este jogador...

 

Faltam seis jogos e, a continuar assim, vai ser muito penoso e arriscamo-nos a quebrar vários recordes negativos. (Se a lagartada ganhar, ficará a 12 pontos de nós com 18 para disputar. Ah, ok, se empatarmos sempre todos os jogos conseguiremos manter o 2º lugar. Menos mal...!) Claramente a mensagem do Bruno Lage deixou de passar e ele não consegue dar a volta à situação. Posto isto, já se percebeu que ele não será o nosso treinador para a próxima época. Não vamos ser campeões e ainda vamos ver se não seremos humilhados na final da Taça. A grande questão é o que fazer até lá. O problema é bastante complicado, mas isto tem de levar um abanão. E já!

quinta-feira, junho 18, 2020

Balão de oxigénio

Vencemos ontem o Rio Ave em Vila do Conde (2-1) e, com o inesperado empate anteontem do CRAC na Vila das Aves (0-0), estamos outra vez colados a eles no 1º lugar, mas sempre com a desvantagem no confronto directo (atenção, Liga mudem lá essa estupidez de só considerarem os resultados do confronto directo na última jornada!). Era um jogo que já se previa difícil, dado que o Rio Ave é das equipas que melhor futebol pratica, o que se confirmou com o nosso golo da vitória a surgir a três minutos do fim e perante nove adversários.

 

Tal como em Portimão, não entrámos mal, com uma pressão no campo todo que nos fez dominar nos primeiros 20’. O Bruno Lage teve de reformular a defesa com as lesões do Jardel e Grimaldo, e o castigo ao André Almeida, e entraram os Tavares para as laterais (Tomás e Nuno) e o Ferro. Para além disso, o Carlos Vinícius deu lugar ao Dyego Sousa e o meio-campo foi reforçado com o Gabriel em detrimento do Cervi. Tivemos algumas oportunidades neste período, mas sofremos um golo praticamente na primeira vez em que o Rio Ave atacou: o Ferro fez uma falta desnecessária perante um adversário de costas para a baliza (aliás, este tipo de faltas idiotas foram ontem uma constante dos nossos centrais), a bola foi bombeada para a área e o Dyego Sousa (um pouco puxado pela camisola) assistiu involuntariamente de cabeça o Taremi para este, também de cabeça, só ter de encostar aos 26’. O panorama complicava-se sobremaneira, até porque o Rio Ave equilibrou a partida e poderia ter feito o segundo golo pouco depois com outro remate do Taremi que, caso não tivesse sido desviado pelo peito do Nuno Tavares, teria entrado na baliza do Vlachodimos. Em cima do intervalo, o Rafa marcou depois de uma óptima jogada do Taarabt na direita, mas o VAR invalidou o golo porque o Dyego Sousa (que tentou tocar na bola) estava com o pé 17 cm(!) à frente do defesa. A minha posição em relação a isto mantém-se: acabem com este VAR e com as linhas! Se a olho nu há dúvidas acerca da posição do avançado, faz-se o que se fazia há muito tempo: favorece-se a equipa que ataca. Ponto final! Anular um golo que resulta de uma jogada fantástica por 17 cm (como se essa distância fosse fundamental para se ganhar uma vantagem indiscutível, ainda por cima de um jogador que acaba por nem sequer tocar na bola!) é um crime lesa-futebol! E sim, também diria isto se fosse contra nós.

 

Para a 2ª parte, entrou o Seferovic em vez do Dyego Sousa e foi o suíço logo a criar perigo com uma cabeçada ao poste num livre lateral do Pizzi. À passagem da hora de jogo, o Seferovic isolou o Rafa, mas a bola saiu ligeiramente comprida e o guarda-redes defendeu com o peito a tentativa de picar a bola do nº 27. Pouco depois, o Rio Ave começou o seu hara-kiri com o Al Musrati a derrubar o Rafa, impedindo um perigoso contra-ataque nosso, tendo levado o óbvio segundo amarelo. Praticamente na jogada subsequente, igualámos a partida aos 64’ com um cruzamento rasteiro da esquerda do Nuno Tavares para o Seferovic encostar lá para dentro. Entretanto já tinha entrado o Carlos Vinícius para o lugar do Taarabt e aos 73’ o Rio Ave completou o seu suicídio com o vermelho directo ao Nuno Santos por ter pontapeado (ainda que inadvertidamente) o peito do Pizzi. Tínhamos mais de 20’ para conseguir marcar um golo contra nove jogadores, mas inexplicavelmente o Bruno Lage só mexeu aos 81’ (Chiquinho no lugar do Gabriel) e preparava-se para o fazer aos 87’(!), quando marcámos o golo da vitória. Não se compreende a razão para estarmos com quatro defesas perante nove adversários, com, por exemplo, o Cervi no banco que podia fazer todo o lado esquerdo. Felizmente lá conseguimos o golo da vitória numa cabeçada do Weigl num canto do Pizzi e as substituições perderam a relevância, mas o Bruno Lage arriscou em demasiada a não fazer tudo ao seu alcance para marcarmos. Não se percebe...!

 

Em termos individuais, o Weigl voltou a fazer um bom jogo, abrilhantado com o facto de ter marcado o golo da vitória. O Pizzi esteve melhor do que em partidas anteriores (também pior era difícil...) e o Seferovic voltou finalmente aos golos, apesar de ter tido um falhanço inacreditável de cabeça ainda com o jogo empatado. O Nuno Tavares fez uma assistência, mas revela preocupantes deficiências no domínio da bola (por mais de uma vez, ela fugiu pela lateral...). O lado (bastante) negativo é que continuamos a defender muito mal as bolas paradas.

 

Depois de uma só vitória em 10 jogos, espero que este triunfo dê a equipa a confiança necessária para melhorar em termos exibicionais, o que não deixará de se reflectir nos resultados. Mas é bom que estejamos conscientes de que, pelo caminho que o jogo levava, apesar de as expulsões terem sido mais do que justas, 11 para 11 dificilmente teríamos ganho.

sexta-feira, junho 12, 2020

Inexplicável

Empatámos (2-2) na 4ª feira em Portimão e, com a vitória do CRAC em casa frente ao Marítimo (1-0), estamos agora a dois pontos (na prática três) do primeiro lugar. Desde a semana passada frente ao Tondela que as minhas ilusões tinham acabado, pelo que isto é apenas um ponto final nas nossas pretensões ao título, fruto desta hedionda segunda volta. Também convenhamos que quem tem uma vitória nos últimos sete jogos para o campeonato (dez jogos na totalidade das competições) não merece de todo ser campeão.

O Bruno Lage fez sair o Gabriel da equipa e entrar o Cervi, passando o Rafa para segundo avançado. E a nossa 1ª parte foi do melhor que se viu nos últimos largos jogos. Mal deixámos o Portimonense passar de meio-campo e marcámos dois golos através do Pizzi (18’) e André Almeida (31’). De negativo só nova lesão do Jardel que teve de ser substituído pelo Ferro. O Weigl estava muito bem no meio-campo, a jogar simples e a dar muita fluidez ao nosso jogo, o Cervi na esquerda sempre muito activo, o Rafa no meio desastrado na finalização, mas com desmarcações e acelerações que confundiram a defesa, correu praticamente tudo bem. Saímos para o intervalo com uma superioridade indiscutível sobre uma equipa que é penúltima classificada com apenas três vitórias e 17 golos marcados em 25 jornadas. O jogo estava praticamente ganho, certo?

Errado! Muito errado! Porquê? Porque simplesmente ao intervalo resolvemos ficar no balneário e não entrar em campo na 2ª parte. Só isso pode explicar o descalabro da 2ª parte. Vimos o mesmo filme, só que ao contrário. Mal passámos do meio-campo, não tínhamos bola e deixámos o Portimonense manobrar a seu bel-prazer, até fazer os inevitáveis dois golos aos 66’ e 77’. Pouco antes do primeiro, perdemos o Grimaldo por lesão (vamos lá a ver se não acabou a época...) e o André Almeida tinha tido uma paragem cerebral, que o fez protestar com o Carlos Xistra por um amarelo (justo) ao Weigl, tendo levado também um amarelo que o vai fazer perder o encontro de Vila do Conde. Ou seja, a nossa defesa frente ao Rio Ave promete...! Aproveitando o facto de a Liga ter aprovado as cinco substituições até final da época, ainda entraram o Seferovic, Dyego Sousa e Gabriel, mas fomos muito pouco racionais na procura do golo. Não foi mau, o que se passou foi simplesmente inadmissível!

Os destaques na 1ª parte já os fiz, é melhor mesmo não dizer nada em termos de exibições na segunda... Com este resultado, já não nos basta um empate do CRAC para ficarmos na frente. É preciso dois ou uma derrota. Mas o maior problema será mesmo nós ganharmos os oito jogos que faltam. É que não se está mesmo a ver como... Depois dos recordes positivos da época passada, o Bruno Lage prepara-se para bater os recordes negativos nesta. Ou há um milagre, ou vai ser um final de época muito penoso...

sexta-feira, junho 05, 2020

Inconcebível

Depois de uma pausa forçada de três meses, por causa da pandemia do COVID-19, o campeonato voltou finalmente, mas com jogos à porta fechada. Estando nós um ponto atrás do CRAC, foi com enorme alegria que pudemos ver na 3ª feira a derrota deste em Famalicão (1-2). Portanto, iríamos receber ontem o Tondela na Luz (que dor não poder estar presente...!!!) com a perspectiva de passar para a liderança isolada e de só dependermos de nós até final para ser campeões. Repito: em casa! Com o Tondela! Com o devido respeito por eles, a bandeja não poderia ser servida com uma mão ainda mais beijada. Toda a gente percebia que, passado todo este tempo, seria um golpe muito grande infligido no CRAC que, ainda por cima, tem graves problemas financeiros, que se irão agudizar ainda mais se não forem à Champions. Como é que nós respondemos a este cenário tão favorável...? Empatando 0-0!!! Repito: empatámos 0-0(!) em casa(!) com o Tondela! Lamento imenso ter de dizer isto, mas quem desperdiça uma oportunidade destas não merece ser campeão. Especialmente depois de já ter dado cabo de uma vantagem de sete pontos!

Como se calcula, a minha vontade de falar do jogo é praticamente nula. Depois de tanto tempo de paragem, esperava-se que alguns dos problemas que a equipa vinha revelando tivessem sido ultrapassados. Nomeadamente, o facto de estarmos com uma só vitória em oito jogos. Agora são nove, dois dos quais em casa frente ao Moreirense e Tondela...! Bastaria ter ganho estes dois (como era MAIS DO QUE obrigação) e estaríamos agora com quatro pontos de vantagem na frente. Ou seja, parece que não passou tempo nenhum. Estamos no mesmo patamar do início de Março. Evolução zero, apesar de termos conseguido recuperar o Gabriel e o André Almeida neste período, e não termos agora nenhum lesionado. Assim não dá.

Como tal já sucedeu na Luz em jogos passados, perante adversários que passam o tempo todo a defender, vou escrever isto dez vezes para ver se o Bruno Lage mete de uma vez na cabeça:

- O Taarabt não pode jogar como segundo avançado.
- O Taarabt não pode jogar como segundo avançado.
- O Taarabt não pode jogar como segundo avançado.
- O Taarabt não pode jogar como segundo avançado.
- O Taarabt não pode jogar como segundo avançado.
- O Taarabt não pode jogar como segundo avançado.
- O Taarabt não pode jogar como segundo avançado.
- O Taarabt não pode jogar como segundo avançado.
- O Taarabt não pode jogar como segundo avançado.
- O Taarabt não pode jogar como segundo avançado.

Não só ele rende muito mais no meio-campo, como assim desperdiçamos 45 minutos sem gente suficiente na frente. Chegou a haver lances em que o Carlos Vinícius estava sozinho na área rodeado de defesas contrários. Por outro lado, como também é uma questão que se arrasta há muito tempo, vou escrever isto cinco vezes para ver se o Bruno Lage mete de uma vez na cabeça:

- O Pizzi está completamente fora de forma e não nos podemos dar ao luxo de jogar com dez durante 83’.
- O Pizzi está completamente fora de forma e não nos podemos dar ao luxo de jogar com dez durante 83’.
- O Pizzi está completamente fora de forma e não nos podemos dar ao luxo de jogar com dez durante 83’.
- O Pizzi está completamente fora de forma e não nos podemos dar ao luxo de jogar com dez durante 83’.
- O Pizzi está completamente fora de forma e não nos podemos dar ao luxo de jogar com dez durante 83’.

Gostaria de dizer ainda que o Weigl estava outra vez a subir de rendimento quando foi substituído e, não jogando o Gabriel desde Fevereiro, seria bastante expectável que este não durasse fisicamente o tempo todo. Confirmou-se. [Suspiro...!] Por outro lado, antes da pausa o Samaris tinha entrado na equipa e até tinha sido dos melhores jogadores, com a capacidade de empurrar a equipa para a frente. Onde estava ele agora? Na bancada... A única nota positiva foi o regresso em relativa boa forma do Jardel.

Teremos agora duas deslocações difíceis seguidas, a Portimão e Vila do Conde, mas sinceramente depois do que se passou ontem perdi as esperanças todas no título. Não se podia desperdiçar uma oportunidade de ouro destas. NÃO SE PODIA!

O balanço da época far-se-á no final, mas tanto com o Fernando Santos como com o Rui Vitória cometeu-se um erro (o mesmo) que, caso esta temporada termine como infelizmente se antevê, eu espero não se cometa agora.

P.S. 1 – Ninguém está mais chateado do que eu com o que se passou neste jogo, mas daí a fazer um ignóbil ataque com pedras ao autocarro do Benfica, quando ia a caminho do Seixal (provocando estilhaços que atingiram o Weigl e o Zivkovic), vai a distância entre ter cérebro e não ter. Digo sempre o mesmo em situações semelhanças: a humanidade seria muito melhor se a Control e a Durex tivessem tido mais lucro.

P.S. 2 – Já se acabava com aquela ideia peregrina de a classificação oficial da Liga, em caso de igualdade, ser ordenada com a diferença de golos até à última jornada e só depois entrar em consideração o confronto directo, não...?! Não é suposto a classificação representar a todo o momento a realidade (caso o campeonato acabasse nessa altura)? Sim, em todo o lado menos em Portugal...!

segunda-feira, março 09, 2020

Angustiante

Empatámos em Setúbal (1-1) no sábado e só não dissemos já adeus ao título, porque o Rio Ave foi empatar (também 1-1) a Mordor duas horas depois. Caso o CRAC tivesse ganho, ficaria três pontos (na prática quatro) à frente e teria o campeonato no bolso. Mesmo assim, pela amostra da nossa lamentável exibição em Setúbal, dificilmente festejaremos em Maio, mas pelo menos a manutenção de um ponto de desvantagem serviu para não estragar completamente o meu aniversário no dia de ontem (cujo dia mais épico foi sem dúvida este!).

O Bruno Lage colocou o Weigl e o Rafa no banco, fazendo avançar o Cervi e Chiquinho, sendo o meio-campo constituído pelo Samaris e Taarabt. No entanto, a nossa 1ª parte foi absolutamente inenarrável! Jogámos a uma só velocidade: parados e paradinhos! É que nem sequer fomos lentos...! Sim, o V. Setúbal fechou-se a sete chaves e só teve uma oportunidade de golo (por acaso até a melhor), mas o Bruno Lage não pode vir dizer que a nossa 1ª parte não foi assim tão má, porque o V. Setúbal quase não passou de meio-campo! Não pode! Fizemos uma 1ª parte hedionda, com uma única verdadeira oportunidade de golo (cabeçada do Samaris num canto). Nunca conseguimos contrariar a defesa do V. Setúbal, que nem sequer fez antijogo. Ou seja, temos de estar mais que preparados para equipas que só defendam. Chegar a Março e criticar o adversário, porque se limita a defender (ainda por cima sem fazer antijogo) não é admissível. Se não conseguimos superar isso, não merecemos ganhar títulos, meu caro Bruno Lage. É tão simples quanto isto.

A 2ª parte não poderia ter começado pior, com o golo do adversário logo no primeiro minuto: nossa equipa amorfa e o Carlinhos a aparecer no meio correspondendo a um passe da direita para desfeitear o Vlachodimos. Pensei “já fomos”, porque da maneira como (não) estávamos a jogar, não estava a ver como iríamos marcar. No entanto, respondemos aos 51’ através de um penalty a castigar cotovelada sobre o Rúben Dias num canto (falta vista pelo VAR e assinalada pelo Sr. João Pinheiro). Depois de ter falhado dois penalties frente ao Moreirense, o Pizzi continuou a marcá-los e atirou para o lado direto da baliza, contrário ao que costuma fazer, tendo batido o Makaridze. Nem estávamos a jogar mal e até marcámos outra vez (só que o Carlos Vinícius estava fora-de-jogo), mas o Bruno Lage achou por bem fazer entrar o Rafa para o lugar do Chiquinho. Não concordei com o timing da substituição e não acho de todo que tenhamos melhorado com ela, porque o Rafa está longe da melhor forma e o último passe continua a não sair. A pouco menos de 20’ do fim, entraram o Weigl e o Dyego Sousa para os lugares do Samaris e Cervi, e foi o avançado a assistir a partir da esquerda o Pizzi para este falhar um golo certo, atirando clamorosamente por cima da baliza quase da marca de penalty. Aos 75’, tivemos a grande hipótese de dar a volta ao jogo: depois de, neste mesmo estádio há uns anos, não ter visto um penalty do tamanho do mundo muito perto do final, o Sr. João Pinheiro viu uma clara mão de um defesa que desviou um remate do Grimaldo. O Pizzi voltou à marca de penalty, mas eu não estava nada confiante. Infelizmente não me enganei e o nº 21 falhou o terceiro penalty em dois jogos consecutivos, atirando ao lado. Aliás, em dois destes três nem acertou na baliza! Até final, ainda tivemos uma óptima oportunidade num remate do Grimaldo que o parvalhão do Makaridze defendeu para canto e uma cabeçada do Dyego Sousa também defendida pelo guarda-redes.

Em termos individuais, não houve ninguém que se tenha destacado positivamente. O Taarabt parece estar a perder o gás, o Samaris começou bem com as suas variações de flanco, mas depois de levar amarelo ficou condicionado até sair pouco depois, e os centrais não tiveram muito trabalho, mas o golo adversário foi na sua zona de acção. Quanto ao Pizzi, deveria mesmo passar algum tempo no banco até para sua própria salvaguarda. Está numa péssima forma, sem confiança nenhuma, não consegue passar por um adversário e, por favor, já chega de ser ele o marcador de penalties! É que, mesmo a jogar pessimamente, caso ele tivesse concretizado os quatro penalties de que dispôs nos últimos dois jogos estaríamos três pontos à frente do CRAC...

O panorama está muito negro para nós. Ou mudamos radicalmente ou isto vai ser um suplício até final. Não nos estou a ver com capacidade para irmos ganhar a Famalicão ou a Vila do Conde, mas como alguém me disse, a jogar desta maneira, nem ao Tondela em casa ganhamos! Uma vitória nos últimos oito jogos é algo que nos deveria envergonhar a todos! O que se passa, Benfica...?!

terça-feira, março 03, 2020

Descalabro

Empatámos em casa ontem frente ao Moreirense (1-1) e perdemos a liderança do campeonato, estando agora um ponto atrás do CRAC (2-0 ao Santa Clara nos Açores). Foi há menos de um mês (8 Fevereiro) que fomos a Mordor com sete pontos de vantagem. Repito: s e t e  p o n t o s de vantagem! Quatro jogos depois, oito pontos foram ao ar, com a agravante de cinco deles terem sido na Luz! Foi um mês verdadeiramente horripilante, em que, para piorar ainda mais as coisas, fomos eliminados precocemente das competições europeias. E o único aspecto positivo, a qualificação para a final da Taça de Portugal, foi conseguida de uma maneira muito lisonjeira e graças a São Vlachodimos.

O Bruno Lage tinha dito que para este jogo era “Samaris e mais dez” e o grego correspondeu sendo um dos melhores em campo. O Moreirense defendeu muito na 1ª parte e nós tivemos bastantes dificuldades em conseguir superá-los, até porque o Taarabt fugia da zona de finalização e o Carlos Vinícius estava invariavelmente sozinho no meio de ‘n’ defesas contrários. Para (não) ajudar, nem sempre empregávamos a velocidade necessária e estávamos coxos do lado direito, porque o Tomás Tavares parecia que tinha uma corda a impedi-lo de progredir até à linha de fundo. Mesmo assim, ainda tivemos umas quantas boas oportunidades, com o C. Vinícius a ultrapassar o guarda-redes, mas a ficar com pouco ângulo, tendo o remate sido interceptado por um defesa, um remate do Pizzi na direita que o Pasinato defendeu para canto e, na melhor jogada da 1ª parte, com o Rúben Dias a iniciar e finalizar com um remate de carrinho, que passou rente ao poste. Quase em cima do intervalo, foi o Grimaldo a atirar ao poste num centro-remate, com a recarga do Rafa a ser cortada por um defesa. Do outro lado, houve dois jogadores do Moreirense que apareceram frente-a-frente com o Vlachodimos, mas da primeira vez este foi rapidíssimo e conseguiu sair aos pés do avançado contrário, e da segunda o cabeceamento passou por cima da barra.

Na 2ª parte, poderíamos ter simplificado muito as coisas logo no reinício. Aos 47’ o Tomás Tavares centrou da direita e um defesa cortou a bola com o cotovelo aberto. No penalty respectivo, o Pizzi atirou excepcionalmente para o lado direito da baliza, enganando o guarda-redes, mas a bola... saiu ao lado! Logo a seguir, entrou finalmente na baliza através do Rafa, todavia o lance foi invalidado pelo VAR, porque o Pizzi fez um carrinho em que atirou a bola ao poste, mas esta bateu-lhe na mão, antes de sobrar para o nº 27. A partida parecia enguiçada e por volta da hora de jogo o Bruno Lage fez sair o Weigl para entrar o Dyego Sousa. O Samaris já tinha amarelo, mas o que é facto é que estava a jogar melhor que o alemão e o Lage decidiu arriscar a sua continuidade. (Eventualmente poderia ter saído o Ferro, recuando o Weigl para o centro da defesa...) No entanto, o balde de água fria surgiu aos 67’ com o golo do Moreirense: jogada pelo lado esquerdo com centro para a área, o Ferro (lá está...) não cortou o lance (quiçá com medo de mais um autogolo) e o Fábio Abreu entrou de rompante nas suas costas, atirando sem hipóteses para o Vlachodimos. As coisas ficaram muito negras e o Bruno Lage não ajudou nada no banco (para variar...): fez entrar (e bem) o Cervi, mas tirou o Rafa que, apesar de não estar a fazer um jogo brilhante, é sempre imprevisível, e, pior ainda, colocou o Jota no lugar do... Taarabt! Saía o único jogador nosso que parte para cima dos adversários e arrisca a fintar e criar desequilíbrios... Quer dizer: em Mordor acabámos com os três pontas-de-lança em campo e o Pizzi a lateral-direito, ontem todos os defesas ficaram em campo até final...! Incompreensível! O C. Vinícius teve um remate por cima, depois de assistido pelo Grimaldo na esquerda, mas pouco mais perigo criámos, porque... não havia ninguém para desequilibrar a defesa! Num contra-ataque venenoso, o Moreirense só não fechou o jogo, porque o remate do Pedro Nuno isolado saiu ao lado. Em cima dos 90’, o Cervi antecipou-se a um defesa na área e foi pontapeado por trás. O Sr. Fábio Veríssimo assinalou o respectivo penalty, o C. Vinícius ainda pegou na bola, mas o Pizzi quis marcar novamente o penalty. Atirou, como de costume, para o lado esquerdo da baliza, muito pouco colocado, o guarda-redes defendeu, mas felizmente para a frente e o nº 21 fez o empate. Teve uma sorte enorme no ressalto! Até final, o Dyego Sousa e o Pizzi ainda remataram, mas o Pasinato defendeu sem muitas dificuldades. Acabou assim um jogo em que era fundamental ganharmos e só não perdemos por pouco...

Em termos individuais, gostei do Samaris, que é o jogador mais parecido com o Gabriel a variar o flanco com passes em profundidade. Continuo sem perceber, porque é que o Lage só agora se lembrou dele... O Taarabt não esteve tão bem como em jogos anteriores, mas neste momento é dos poucos que arrisca desequilibrar. Foi das pouquíssimas vezes que assobiei contra nós, mas não me consegui conter na altura da sua substituição! (Será que o Lage não vê o mesmo jogo que nós vemos...?!) E, por favor, alguém eu diga ao Tomás Tavares que pode (e deve) subir pelo flanco direito para criar desequilíbrios, especialmente em jogos como este...! Obrigado.

Claro que só estamos a um empate de voltar à liderança, mas sinceramente o panorama apresenta-se-nos muito negro. Perder oito pontos em menos de um mês e deixar de depender de si próprio para chegar ao título tem um enorme efeito negativo em nós e positivo nos outros. Não nos estou a ver com capacidade para inverter isto. O plantel parece descrente e joga sob brasas, e o treinador está a ter uma série de opções a partir do banco nos últimos jogos que só estragam a equipa. Não percebo como é que ninguém lá dentro vê isto... Conseguimos dar cabo de uma vantagem de sete pontos em apenas quatro jogos e maioritariamente em casa...! Vai custar muito perder um campeonato assim.

terça-feira, fevereiro 25, 2020

Importante

Vencemos ontem o Gil Vicente em Barcelos (1-0) e mantivemo-nos na liderança do campeonato com um ponto de vantagem sobre o CRAC, que marcou aos 87’ frente o Portimonense em casa (1-0). Foi uma vitória fundamental num campo onde os outros dois tinham perdido e para mais no meio de uma jornada europeia na Liga Europa.

O Bruno Lage mexeu na equipa e colocou o Samaris no meio, avançando o Taarabt para trás do Carlos Vinícius, com o Rafa na esquerda. E o que se pode dizer é que fizemos uma boa 1ª parte, com o Samaris em destaque no meio-campo com duas ou três variações de flanco muito boas. Tivemos uma boa oportunidade logo nos minutos iniciais, mas o Pizzi atirou à malha lateral quando já tinha pouco ângulo. Fizemos o único golo da partida aos 15’ num livre, em que a bola sobrou para a esquerda, o Taarabt centrou e o C. Vinícius de cabeça não deu hipóteses ao Denis. O Gil Vicente reagiu bem e logo a seguir poderia ter chegado ao empate, mas o desvio do avançado depois de uma bola metida na área saiu ligeiramente ao lado. Até ao intervalo, o Vlachodimos fez mais um par de boas defesas que permitiram manter as nossas redes invioladas. Quanto a nós, também tivemos ocasiões, mas geralmente falhávamos no último passe.

Fruto do jogo na 5ª feira, esperava alguma quebra física da nossa parte no segundo tempo. Felizmente isso não se verificou muito, embora o Gil Vicente como seria expectável tenha atacado mais. Todavia acabámos por estar mais seguros a defender do que em partidas anteriores e o Vlachodimos foi dando conta do recado como tem sido hábito. O jogo poderia ter sido mais tranquilo se tivéssemos marcado logo no reinício, mas um defesa desviou para canto um remate do C. Vinícius que ia com boa direcção. Contra-atacámos algumas vezes, mas o último passe voltou a não estar perfeito (o Rafa teve pelo menos duas ocasiões em que falhou redondamente passes que não eram nada difíceis). A nossa melhor ocasião foi um disparo do Taarabt à trave, depois de passar a bola por cima de um adversário naquilo que seria um golão! Para os minutos finais, o Bruno Lage fez entrar o Dyego Sousa, Cervi e Chiquinho, que ajudaram a conter o último fôlego do Gil Vicente.

Em termos individuais, destaque pelo C. Vinícius pelo golo e pela outra ocasião em que só não marcou, porque o defesa desviou a bola, para o Samaris pela consistência que emprestou ao meio-campo e pela participação nas acções ofensivas (aliás, gostaria que o Bruno Lage me explicasse porque é que um jogador que foi fundamental para o título no ano passado tem tido tão poucas oportunidades esta época), para o Taarabt, embora ache que o marroquino esteja mais à vontade como nº 8 do que como 10, e claro para o Vlachodimos, que terá uma enorme quota de responsabilidade em tudo o que de bom conseguirmos esta temporada. O Pizzi esteve melhor do que em partidas anteriores, assim como o Ferro. Também gostei muito da entrada do Dyego Sousa, bastante mais activo do que o Seferovic, e naturalmente do Cervi, pese embora o seu falhanço só com o guarda-redes pela frente já na compensação. Não tão bem esteve o Rúben Dias, que perdeu pelo menos por duas vezes a bola em sítio proibido.

A meio da jornada europeia, estes jogos são ainda mais difíceis do que é normal. Demos uma resposta melhor do que nos últimos tempos e isso é bastante positivo. Teremos agora o Shakhtar na 5ª feira e o tempo de descanso entre os jogos vai ser muito curto. Espero que a equipa consiga dar a volta à eliminatória, porque seria muito frustrante se saíssemos já da Europa.

segunda-feira, fevereiro 17, 2020

Inglório

Perdemos no sábado frente ao Braga na Luz (0-1) e, com a vitória do CRAC em Guimarães no dia seguinte (2-1), temos agora somente um ponto de vantagem sobre eles. Em pelo menos 75% dos jogos desta época fizemos exibições piores, mas ganhámos, o que torna este desaire particularmente doloroso. Não só isto, como o facto de numa semana vermos esfumar-se uma vantagem confortável de sete pontos.

Entrámos muito bem na partida e o Rafa aproveitou um erro de um central para se isolar logo nos primeiros minutos, mas o remate saiu ligeiramente ao lado. Aliás, na 1ª parte demos um show de golos falhados, com o Cervi também a ganhar a bola a um defesa e a rematar ao lado e o Carlos Vinícius a cabecear por cima depois de um bom centro do Pizzi (a única coisa de jeito que fez na etapa inicial). Em cima do intervalo, o Braga criou perigo pela primeira vez, mas o Vlachodimos fez bem a mancha a um adversário que de repente lhe surgiu isolado pela frente numa bola parada (não se percebe como é que a nossa defesa permite lances destes em todos os jogos). Na sequência do canto, um enorme balde de água fria caiu sobre as nossas cabeças com o golo de cabeça do João Palhinha, que deixou o Ferro nas covas.

Tentámos inverter a injustiça do marcador na 2ª parte e o C. Vinícius atirou ao poste, depois de uma boa iniciativa individual a passe do Grimaldo. O Braga defendeu-se bem durante grande parte do segundo tempo e só numa grande jogada individual do Pizzi (a única coisa de jeito que fez nos segundos 45’) voltámos a criar perigo, mas o Matheus defendeu para canto. Com o passar do tempo, o Braga começou a fazer contra-ataques perigosos e por mais de uma vez foi o Vlachodimos a permitir-nos continuar na discussão do resultado. À semelhança de Mordor, quando o Bruno Lage começou a mexer na equipa ficou tudo estragado. Deve ter um fetiche qualquer com o Seferovic, que tem que ser o primeiro a entrar. Ainda por cima, com o Pizzi a arrastar-se e o Rafa a quebrar fisicamente, foi o Cervi a sair aos 62’ o que lhe valeu uma enorme assobiadela. Para piorar as coisas, aos 79’ fez sair o Weigl para entrar o Chiquinho. O alemão tinha acabado de fazer um passe longo que isolou o Pizzi e era dos que mais fazia a bola rolar, e com esta substituição o Taarabt, que era o único a quebrar linhas e levar a bola para a frente, recuou para trinco e ficou longíssimo da baliza. Resultado? Deixámos de criar perigo. Na fase do desespero aos 86’ saiu o Tomás Tavares para entrar o Dyego Sousa. Novamente três ponta-de-lança em campo, novamente sem uma única bola a chegar à frente. Porquê? Porque não havia ninguém para a pôr lá! Esta táctica pode parecer excelente em termos teóricos e o Lage explicou-a mais uma vez na conferência de imprensa, mas o que é facto é que na prática não resulta. Viu-se em Mordor e comprovou-se outra vez no sábado. Por favor, alguém que diga ao nosso treinador que três pontas-de-lança, com o Seferovic a descair para a extrema-esquerda, o Pizzi a defesa-direito e o Taarabt a trinco é obviamente uma confusão de todo o tamanho e um enorme favor que fazemos aos adversários. Se estamos rotinados para jogar de determinada maneira, e até nem o fizemos mal durante grande parte do jogo, para quê isto...?!

Em termos individuais, destaque mais uma vez para o Vlachodimos que só não defendeu o indefensável. O Taarabt foi dos mais esclarecidos e deveria ter ficado a jogar mais perto da baliza até final do jogo. O Cervi lutou muito como de costume e, quando saiu, deixámos de jogar pelo corredor esquerdo. Quanto aos menos, o Rafa parece cansado e o Pizzi continua a decair a olhos vistos.

Confesso que cheguei a sonhar com a possibilidade de fazermos alguma gestão no campeonato em favor da Liga Europa. Afinal, tínhamos sete pontos de vantagem. Em apenas duas jornadas, tudo se esfumou e o panorama está muito negro. A lesão do Gabriel veio complicar muito as nossas contas pelo equilíbrio que dava ao meio-campo. Ainda por cima, as competições europeias regressam já esta semana e o plantel parece muito curto para a carga de jogos que vamos ter.

P.S. – Foi obviamente NOJENTO o que se passou em Guimarães com o Marega. Qualquer pessoa que tenha neurónios percebe isso. Mas não foi caso único e, naquele mesmo estádio, o Nélson Semedo sofreu algo semelhante (em menor proporção) há uns anos. Espero que agora haja finalmente coragem para se pôr cobro a isto em definitivo e irradiar permanentemente dos estádios os energúmenos desta estirpe.

domingo, fevereiro 09, 2020

Frustrante

Perdemos com o CRAC em Mordor (2-3) e vimos a nossa vantagem reduzida a quatro pontos (que na realidade são três, porque eles têm vantagem no confronto directo). Foi um resultado inglório, porque deu sempre a sensação de que fornecemos oxigénio a um adversário que estava quase a ficar sem ele.

Com o impedimento do Gabriel, o Bruno Lage colocou a esperada dupla Weigl e Taarabt no meio-campo, mas inovou ao tirar o Cervi e dar a titularidade ao Chiquinho, desviando o Rafa para a esquerda. E começámos a perder o jogo logo aí: o argentino tem sido dos nossos melhores jogadores, dá uma ajuda tremenda ao Grimaldo e, curiosamente ou talvez não, os três golos do CRAC surgiram todos pelo nosso lado esquerdo. Não entrámos nada bem na partida e cedo fomos encostados às cordas. Deixámos o caceteiro do Pepe surgir isolado na sequência de um livre e o que valeu foi a sua má pontaria de cabeça, mas logo aos 10’ ficámos em desvantagem através de um golo do Sérgio Oliveira depois de o Otávio ter trocado os olhos ao Grimaldo e centrado para a área. Reagimos bem e igualámos aos 18’ pelo inevitável Carlos Vinícius numa recarga a um bom cabeceamento do Chiquinho defendido para cima pelo Marchesín na sequência de um centro do Rafa na direita. Na televisão vê-se o nosso avançado mais do que em linha, mas o inefável VAR validou o golo por 5 cm! Não acabem com esta bosta que não é preciso...! O jogo equilibrou-se, mas o Sr. Artur Soares Dias começou a condicionar-nos no meio-campo com amarelos, nomeadamente ao Taarabt e Weigl. Se não percebo como é que ninguém responsável do Benfica instruiu o marroquino sobre as provocações que ia ter e para se afastar dela a sete pés, porque seria sempre um candidato natural a ver cartões, o alemão nem sequer tocou no adversário (acho muita piada o VAR servir para ver 5 cm de foras-de-jogo, mas para corrigir um amarelo claramente mal mostrado, que pode resultar num segundo amarelo e expulsão, já não serve...!). Claro que a nossa pressão no meio-campo baixou logo e o CRAC chegou novamente perto da nossa baliza, com um remate do Sérgio Oliveira ao lado. Aos 38’, num livre para o CRAC do lado direito a bola foi centrada para a área, o Soares empurrou o Ferro, cabeceou, o nosso jogador abriu os braços com o empurrão e, de costas para a bola, toca nela. O Sr. Tiago Martins no VAR (lembramo-nos muito bem dele, certo...?!) chamou o Sr. Artur Soares Dias e eles assinalaram o óbvio em Mordor: penalty para o CRAC! I N A C R E D I T Á V E L!!! O Alex Teles não deu hipóteses ao Vlachodimos. A um minuto do intervalo, novamente pelo lado esquerdo(!) da nossa defesa, o Marega bateu o Ferro em velocidade, cruzou para o meio e o Rúben Dias interceptou a bola para... dentro da nossa baliza. Chegávamos ao intervalo com uma desvantagem muito complicada.

No entanto, a 2ª parte começou bastante bem e reduzimos logo aos 50’ novamente pelo C. Vinícius, com um remate cruzado de pé esquerdo já dentro da área, depois de assistido pelo Rafa, que foi desmarcado num passe longo do Rúben Dias. O CRAC abanou claramente com o nosso golo e só através de contra-ataques conseguiu criar perigo, apanhando-nos em contrapé. Em contra-ataques e nas bolas paradas, claro, em que mais uma vez deixámos o Pepe sozinho na área, mas o remate saiu muito torto. O Taarabt estava a arriscar muito o segundo amarelo, tinha que sair, mas o Bruno Lago apostou na entrada do Seferovic. O suíço está claramente fora de forma e demonstrou-o mais uma vez, colocando-se em fora-de-jogo numa boa jogada do Rafa e não conseguindo chegar a tempo a um centro do C. Vinícius, o qual, se fosse ao contrário, teria certamente feito o empate (para além disto, no último minuto de compensação, deixou a bola ir para canto, arriscando-se a que o árbitro acabasse com a partida, em vez de rematar...!). Noutra ocasião, foi um remate do Chiquinho à entrada a área a dever ter tido melhor destino. Do outro lado, valeu-nos o Vlachodimos num remate do Luis Díaz e o Ferro a interceptar outro remate deste mesmo jogador já perto do final. O Bruno Lage fez ainda entrar o Samaris para o lugar do amarelado Weigl, mas já não percebi a entrada do Dyego Sousa aos 85’ em vez do lesionado André Almeida. Com três pontas-de-lança(!) em campo e o Chiquinho a defesa-direito, fizemos hara-kiri nos minutos finais. O jogo teve seis minutos de compensação e, caso conseguíssemos milagrosamente o empate, queria ver como conseguiríamos manter o resultado nesse tempo todo. Isto para além de, como é evidente, a bola não ter chegado em condições lá à frente, não só porque não havia ninguém para a pôr lá, como os avançados chocavam uns com os outros.

Em termos individuais, destaque somente para o C. Vinícius. Dois golos em Mordor não é para todos e só é pena que não tenham servido para nada. O meio-campo foi condicionado muito cedo, mas o Taarabt foi enquanto jogou o único que conseguia transportar a bola para a frente. O Chiquinho também subiu de produção quando recuou para lá na 2ª parte. Quanto aos menos, há uma série deles: Grimaldo fez das piores exibições defensivas de sempre, o Ferro foi um passador, o Pizzi continua a passar despercebido em 2020 e o Seferovic não acrescenta nada.

Tínhamos uma oportunidade de outro de dar quase xeque-mate no campeonato, mas ao invés permitimos o ressuscitar de uma equipa quase moribunda. No entanto, essa equipa só nos ultrapassará se nós deixarmos e deslizarmos não uma, mas duas vezes. Está tudo nas nossas mãos, mas antes de voltarmos ao campeonato teremos um jogo importantíssimo já esta 3ª feira em Famalicão. Uma não-ida ao Jamor especialmente depois do resultado deste encontro seria um revés enorme e poderia ter consequências muito negativas no resto da época.

domingo, fevereiro 02, 2020

Stressante

Vencemos o Belenenses SAD na 6ª feira por 3-2 e, com o habitual passeio do CRAC em Setúbal (4-0), iremos a Mordor no próximo sábado com sete pontos de vantagem. Foi uma partida em que não soubemos gerir a vantagem que obtivemos antes do intervalo e que se tornou bastante complicada.

Não entrámos muito bem na 1ª parte, parecendo algo amorfos. De tal maneira que na primeira meia-hora, só um livre do Grimaldo pôs à prova o André Moreira. Também num livre, o Silvestre Varela obrigou o Vlachodimos a uma óptima defesa. Aos 31’ adiantámo-nos no marcador depois de um slalom fantástico do Taarabt, que passou por entre cinco jogadores adversários, abriu na esquerda, o Cervi colocou a bola na cabeça do Carlos Vinícius que atirou à barra, mas teve o grande mérito de ir atrás da recarga e rematar cruzado, sem hipóteses para o guardião contrário. Um golão! Pouco depois, foi o Rafa a obrigar o André Moreira a uma das melhores defesas do encontro. Aos 38’, alargámos a vantagem na sequência de um canto do Pizzi na esquerda, cabeça do André Almeida no segundo poste para o meio e o Taarabt a fuzilar o guarda-redes. Chegávamos ao intervalo com o jogo bem encaminhado.

No entanto, na 2ª parte assistimos a uma cópia do que se passou em Paços de Ferreira, ou seja, desacelerámos bastante com dois golos de vantagem. Com a diferença que o Beleneses SAD mostrou ser mais perigoso que os pacenses e poderia ter reduzido logo dez minutos depois do recomeço, mas o desvio ao segundo poste do Licá saiu felizmente ao lado. O Vlachodimos foi importantíssimo para manter as nossas redes invioladas por mais do que uma vez, mas nada pode fazer aos 70’ num centro da esquerda do Varela e autogolo do Ferro a meias com o Licá. Um pouco antes já o Chiquinho tinha entrado para o lugar do Pizzi e foi o mesmo Chiquinho a dar-nos alguma tranquilidade aos 78’, ao fazer o 3-1, depois de um passe do Rúben Dias para o meio, toque primoroso do C. Vinícius a isolar o nº 19, que contornou o guarda-redes e não se desconcentrou com a presença de um defesa, atirando para a baliza deserta. Parecia que podíamos respirar até final, mas aos 87’ o Rafa fez aparentemente falta na área sobre o Varela e o Licá reduziu para 3-2. Até ao último apito do árbitro, ainda permitimos que o Belenenses SAD se acercasse da nossa baliza com algum perigo, tendo-nos valido a saída da área de cabeça do Vlachodimos numa das vezes.

Em termos individuais, destaque para o Taarabt por ter enchido o campo, especialmente na 1ª parte, valorizada com um golo e a participação fundamental noutro. Também o C. Vinícius foi essencial, pois fez um golo e uma assistência. Gostei igualmente do Weigl, mais na 1ª do que na 2ª parte, porque deu imensa fluidez ao nosso jogo, libertando sempre a bola jogável para a frente. O Vlachodimos continua a ser dos jogadores mais fundamentais do plantel e é bom que rezemos a Eusébio para que nada lhe aconteça até final da época... Muito menos exuberante do que o costume esteve o Pizzi e o Rafa também já fez jogos melhores.

Antes da ida a Mordor, teremos a 1ª mão das meias-finais da Taça de Portugal frente ao Famalicão na Luz nesta 3ª feira. Escusado será dizer que temos obrigação de estar no Jamor em Maio. Assim sendo, e dado que a 2ª mão é já para a semana, apenas três dias depois de ir a casa do CRAC, seria de todo conveniente que fizéssemos um resultado que nos desse alguma tranquilidade (para tal, ajudaria muito que o Bruno Lage resolvesse jogar com um guarda-redes na Taça...).

segunda-feira, janeiro 27, 2020

Cruzeiro

Vencemos ontem em Paços de Ferreira (2-0) e estamos provisoriamente com dez pontos de vantagem perante o CRAC que, depois de um pleno fantástico na Taça da Liga (quatro finais, quatro derrotas!), só jogará amanhã em Mordor com o Gil Vicente. Depois da importante vitória no WC e do alargamento da diferença para o 2º classificado para sete pontos, eu estava na expectativa de como a equipa reagiria a isso num jogo perante um adversário menos cotado e a resposta foi muito boa.

O Bruno Lage só promoveu uma alteração com a entrada do Rafa para o lugar do Chiquinho. O Paços já não sofria golos há uma série de minutos, mas logo à passagem da dezena de minutos o Grimaldo num livre proporcionou ao Ricardo Ribeiro uma óptima defesa. Na sequência do respectivo canto, foi o Carlos Vinícius a atirar de cabeça à barra. Perto dos 20’, voltámos a assistir ao inenarrável VAR: tivemos um golo anulado pelo facto de o C. Vinícius estar aparentemente 4 cm em fora-de-jogo! Quatro centímetros!!! Nem vou aqui falar do ridículo que é alguém pensar que (supostamente) 4 cm adiantado num jogo de futebol é uma vantagem decisiva para se marcar um golo, mas do facto de ainda ninguém responsável ter respondido a uma singela pergunta: quantos frames tem um pontapé na bola? É que certamente não é só um, pelo que anular um golo por 4 cm é completamente idiota, porque depende da altura do toque na bola em que se pára a imagem. E aposto que estará dentro da margem de erro. Além de que não deveria haver linhas nenhumas: vê-se a olho nu e, se houver dúvidas, faz-se como sempre se fez: favorece-se a equipa que ataca. Seja qual for. Andar a medir centímetros em lances destes é matar o futebol e a sua emoção! Acabe-se com esta fantochada! JÁ! Felizmente não nos desconcentrámos com esta decisão e o Rafa teve um remate já em posição difícil para nova defesa do guarda-redes. Continuávamos a tentar, mas estava difícil meter a bola na baliza e, quando já se perspectivava o nulo ao intervalo, uma óptima abertura do Rúben Dias para o Rafa aos 39’ desbloqueou finalmente o marcador a nosso favor: o nº 27 tirou um defesa do caminho já na grande-área e rematou sem hipóteses para o guarda-redes. Em cima do intervalo, foi o Ricardo Ribeiro a voltar a impedir um golo nosso a um remate de pé esquerdo do Pizzi.

Se a 1ª parte tinha acabado bem, a 2ª começou na mesma toada: aos 47’ fizemos o 0-2 noutro passe longo desta feita do Ferro, que apanhou a defesa do Paços em contrapé e desmarcou o Rafa na direita, este centrou rasteiro para a área onde o C. Vinícius atirou sem hipóteses para o Ricardo Ribeiro. O Pizzi também se fez à bola, mas felizmente não lhe tocou, porque caso contrário não teria sido golo. Claro que este golo nos acalmou ainda mais e tirou algum do dinamismo que o Paços poderia ter trazido do intervalo. No entanto, acho que poderíamos ter jogado mais no meio-campo adversário, porque durante grandes períodos limitámo-nos a controlar o jogo sem criar lances de perigo. Vimos novo golo anulado, desta feita bem, porque se percebe o fora-de-jogo do C. Vinícius mesmo sem linhas. A menos de um quarto-de-hora do final, o Lage começou a fazer substituições e entraram o Taarabt e o Seferovic para os lugares do Pizzi e C. Vinícius. E foi o suíço a falhar escandalosamente o 0-3 na pequena-área(!), já em cima dos 90’, depois de um centro do Grimaldo e com o guarda-redes completamente fora da jogada.

Destaque individual óbvio para o Rafa, que nem fez um jogo por aí além, mas com um golo e uma assistência também não precisava de mais. Também gostei da segurança do Weigl no meio-campo, que, mesmo com um amarelo injusto ainda na 1ª parte, conseguiu nunca dar azo a pudesse levar o segundo. O Gabriel também fez um jogo pendular, assim como todo o nosso quarteto defensivo, com o Ferro a merecer uma menção especial, depois de uma série de jogos menos conseguidos.

Esta exibição deu todo o ar de estarmos em velocidade de cruzeiro, o que seria óptimo nesta altura. Estamos com muita confiança, a criar muitas oportunidades e a dar poucas veleidades atacantes aos nossos adversários. Receberemos o Belenenses SAD nesta 6ª feira, no último jogo para o campeonato antes da ida a Mordor. Muito do que será o campeonato definir-se-á nas próximas duas semanas.

domingo, janeiro 19, 2020

Rafa

Vencemos no WC por 2-0 na passada 6ª feira e, com a magnífica ajuda do Braga que foi ganhar a Mordor por 2-1, temos agora sete pontos de vantagem sobre o CRAC. Foi uma vitória que nos assenta bem, dado que fomos bastante superiores à lagartada na 1ª parte, sendo a 2ª mais equilibrada.

O Bruno Lage apresentou a equipa-tipo dos dias de hoje, mas o colocou o Weigl e Gabriel no meio-campo, com o Taarabt no banco. Com 16 pontos de vantagem sobre a lagartada, entrámos a todo o gás, possivelmente motivados pelo resultado em Mordor que tinha acabado de acontecer. O Cervi logo no segundo minuto teve uma boa oportunidade, mas a bola acertou no peito e na cara de um defensor contrário, depois de uma assistência do Carlos Vinícius, que já tinha passado pelo guarda-redes, Luís Maximiano. Pouco depois, foi o mesmo C. Vinícius a rematar por cima em boa posição e o Pizzi permitiu ao guardião contrário uma boa defesa num remate com o pé esquerdo. Todavia, a melhor ocasião do primeiro tempo foi da lagartada, num falhanço comprometedor do Ferro, que deixou o Rafael Camacho isolar-se e atirar ao poste já de ângulo difícil. Uma cabeçada do Gabriel num canto permitiu nova defesa ao Luís Maximiano, assim como do outro lado foi o Vlachodimos a rechaçar também uma cabeçada do Rafael Camacho. Até ao intervalo, o André Almeida teve duas ocasiões na sequência de bolas paradas, mas em ambas atirou ao lado.

Na 2ª parte, pareceu que acusámos o esforço de termos jogado há apenas três dias e baixámos muito o ritmo. A lagartada tentou vir para cima de nós, mas sem criar grandes oportunidades. Um remate do Doumbia defendido pelo Vlachodimos para canto terá sido a melhor oportunidade. A certa altura, pela forma como estávamos a jogar, parecíamos satisfeitos com o empate, mas a cerca de 15’ do fim entrou o Rafa para o lugar do Chiquinho e tudo mudou. Aos 80’, na sequência de um lançamento lateral, a bola vai para a área, há uma confusão de jogadores a tentar ficar com ela, até que sobra para o C. Vinícius que tenta furar, acabando por dar um toque para o lado para o Rafa que estava liberto e atirou rasteiro sem hipóteses para o guarda-redes. Foi o delírio na nossa bancada, mesmo apesar de o Sr. Hugo Miguel ter demorado três minutos(!) a validar o golo, porque esteve a ouvir o VAR Sr. Jorge Sousa tentar descobrir alguma ilegalidade. Infelizmente para eles não conseguiram. Como é natural, a lagartada acusou muito o golo e só chegou perto da nossa baliza num remate acrobático do Mathieu, que saiu muito por cima. Como as claques deles tinham-se entretido a atirar tochas para o relvado nos primeiros cinco minutos da 2ª parte, mais o VAR no nosso primeiro golo, mais as substituições, houve dez(!) minutos de tempo de compensação. A um minuto do final deste, acabámos definitivamente com as dúvidas com o 0-2 numa assistência do entretanto entrado Seferovic para o Rafa rematar de trivela num golão!

Em termos individuais, destaque óbvio para o Rafa, que já leva o que contar aos netos. Dois golos a dar a vitória no WC fica sempre bem no currículo. Gostei igualmente bastante do Rúben Dias, imperial no centro da defesa. Toda a equipa esforçou-se imenso, o Gabriel conseguiu controlar os ímpetos com um amarelo ainda na 1ª parte e só o Ferro me parece muito em baixo de forma, só não tendo mais uma vez comprometido porque o poste estava lá.

Acabamos a primeira volta com sete pontos de avanço para o segundo classificado (e 19 para a lagartada!). Sinceramente, não me lembro de alguma vez isto ter acontecido. No entanto, nunca é demais recordar (como já fizeram os nossos responsáveis) que no ano passado também tínhamos esta desvantagem pontual nesta altura e fomos campeões. Portanto, todo o cuidado é pouco. Mas lá que foi uma 6ª feira em cheio, lá isso foi!

segunda-feira, janeiro 13, 2020

A ferros

Vencemos o Aves na passada 6ª feira por 2-1, mas como o CRAC também triunfou em Moreira de Cónegos (4-2) ficou tudo na mesma na frente no campeonato. Ao contrário do que seria expectável (estávamos a defrontar o último classificado), foi uma partida extremamente difícil em que aos 75’ estávamos a perder por 0-1 e só marcámos o golo da vitória aos 89’.

Com o amarelo forçado do Taarabt, estreou-se o Julian Weigl e o Gabriel avançou para a posição 8. Para além disso, o Lage também deu a titularidade ao Jota e Seferovic, em vez do Cervi e Carlos Vinícius, e o André Almeida regressou finalmente depois de lesão. Entrámos algo relaxados e isso custou-nos um golo sofrido aos 22’ pelo Mohammadi, depois de dar um nó cego ao Ferro. Aliás, nos dois últimos jogos, o Ferro foi batido naquele tipo de lance três vezes! Situação a rever com urgência. Reagimos como seria de esperar, mas aí entrou em cena a nossa tremenda falta de pontaria e também um Beunardeau, que deve ter feito das melhores exibições da carreira. Os primeiros 45’ revelaram que precisamos mesmo de encontrar uma alternativa ao C. Vinícius que dê algum rendimento, porque o Seferovic está numa fase muito má, em que simplesmente não consegue acertar na baliza num misto de falta de confiança e bastante aselhice. Por outro lado, o Jota continua a desperdiçar as oportunidades que lhe estão a ser dadas, ainda por cima no seu lugar de origem (na esquerda do ataque). Mesmo assim, poderíamos ter chegado ao intervalo já com o resultado virado, mas um defesa tirou em cima da linha uma bola picada pelo Pizzi e o guarda-redes fez bem a mancha ao Chiquinho noutra ocasião.

Na 2ª parte, entrou o C. Vinícius para o lugar do inoperante Jota e as coisas melhoraram um pouco. O Gabriel, que tinha estado péssimo, subiu bastante de produção, especialmente a partir da hora de jogo, quando recuou para 6 com a saída do Weigl para a entrada do Cervi. Continuávamos a criar oportunidades, o Aves mal passava do meio-campo, mas a bola teimava em não entrar. Ainda apanhámos um susto quando o André Almeida viu o cartão vermelho num carrinho, mas depois de consultar as imagens o Sr. Carlos Xistra reverteu a decisão para amarelo. Aos 76’, conseguimos finalmente a igualdade num penalty sobre o C. Vinícius, que o Pizzi bateu bem. O nosso forcing final resultou já no último minuto, com um centro do Cervi para a área, o C. Vinícius a ajeitar para o André Almeida rematar rasteiro perto da marca de penalty, com um defesa a desviar ligeiramente a bola desfeiteando o Beunardeau. Foi o delírio no estádio! Até final, conseguimos manter a vantagem, se bem que com um ou outro lance que poderia ter sido melhor defendido.

Em termos individuais, realce para o C. Vinícius que acaba por estar nos dois golos, embora não tenha marcado nenhum, para o André Almeida precisamente pelo golo da vitória, mas o melhor do Benfica terá mesmo sido o Rúben Dias, que não só esteve intransponível na defesa, como ainda foi lá à frente criar um par de oportunidades e isolar o Seferovic na 2ª parte, para um falhanço incrível do suíço só com o guarda-redes pela frente. A estreia do Weigl não foi má, percebe-se que o alemão tem óptimos pés e excelente qualidade de passe, resta saber se consegue ser igualmente um tampão no meio-campo.

Perder pontos contra o último classificado em casa não estava nos planos de ninguém, mas foi por pouco que não aconteceu. Vamos ao WC com os mesmo quatro pontos de vantagem e, seja qual for o resultado, sairemos de lá isolados no 1º lugar. Mas seria muito importante seguirmos neste rumo vitorioso, pelo menos até à ida a Mordor.

segunda-feira, janeiro 06, 2020

Lisonjeiro

Vencemos em Guimarães no sábado por 1-0, mas como o CRAC ganhou no WC ontem (2-1) ao fim de 10 anos, tudo se mantém igual na frente connosco quatro pontos à frente deles e com a lagartada agora a 16 pontos de distância.

O primeiro jogo depois da pausa de Natal é sempre complicado e, por isso, em muitos anos anteriores tem sido da Taça da Liga. Este ano o calendário determinou não só que fosse do campeonato, como ainda por cima uma ida a Guimarães. Os vitorianos fizeram boa figura na Liga Europa, têm um óptimo treinador (Ivo Vieira) e, portanto, esperava-se uma partida difícil. E confirmou-se: tirando a do CRAC, foi a mais complicada desta época. Marcámos aos 23’ na praticamente única oportunidade flagrante de golo que tivemos: jogada iniciada e concluída pelo Cervi, bola para o Chiquinho, este a abrir na direita no Pizzi, que centrou recuado para o argentino dominar e rematar rasteiro de pé direito, com o Douglas a dar a sensação de que podia ter feito mais, mas possivelmente a ter a visão tapada por um defesa. Até ao intervalo, limitámo-nos a ver o V. Guimarães jogar, que teve um trio de oportunidades, tendo-nos valido o Vlachodimos.

Quando se esperava que assentássemos o nosso jogo na 2ª parte e que o V. Guimarães abrandasse um pouco a pressão, só este segundo factor se verificou e mesmo assim só por volta dos 70’. Raramente conseguimos sair transição ofensiva, porque nos faltou alguma velocidade na frente e alguma exactidão no passe. Numa dessas poucas vezes, o Carlos Vinícius arrancou pela esquerda e rematou rasteiro para defesa com o pé do Douglas. Na nossa baliza, o V. Guimarães não teve tantas oportunidades como na 1ª parte, mas mesmo assim o Vlachodimos continuou a safar-nos, inclusive num lance em que foi ele próprio a largar uma bola fácil para depois fazer uma defesa por instinto que impossibilitou o empate. Com a aproximação do final da partida, o V. Guimarães abrandou o ritmo (também seria impossível aguentá-lo durante os 90’) e nós conseguimos controlar melhor, especialmente depois da entrada do Samaris a cerca de dez minutos do fim. Já em tempo de compensação, o Gabriel teve um livre de longe muito perigoso, com o Douglas a defender por cima da barra.

Em termos individuais, destaque para o Cervi pelo golo e pela ajuda defensiva que deu, para o Taarabt por ter enchido o campo todo e pelo Chiquinho, que não parou quieto um segundo. Ao invés, o Pizzi terá feito dos jogos menos conseguidos desta temporada, mas fica com mais uma assistência no currículo. Uma palavra final para o Vlachodimos, que nos garantiu os três pontos.

Conseguimos passar num sítio onde nem todos vão ganhar, sem fazermos uma grande exibição e até com alguma sorte. Se formos ao Marquês em Maio, este vai ser dos jogos que mais contribui para isso. Confesso que ontem estava com alguma esperança que a lagartada mostrasse que servia para alguma coisa, mas viu-se que não (aquele idiota do Vietto ainda vai ter que explicar como é que se falha dois golos daqueles de baliza aberta...). Paciência, mantemo-nos com os quatro pontos e seria importante que, quando fôssemos a Mordor daqui a cinco jornadas, ainda os conservássemos.

P.S. – Não percebo, sinceramente, como é que se acha que se favorece a equipa a deitar tochas para o relvado a meio de um jogo. Queria ver quem é que se responsabilizava se tivéssemos sofrido um golo nos minutos adicionais de compensação que houve por causa disso...