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sexta-feira, janeiro 29, 2021

Apurados

Vencemos ontem o Belenenses SAD por 3-0 e apurámo-nos para as meias-finais da Taça de Portugal. Depois de uma fase negativa, em que estivemos três jogos sem vencer, voltámos aos triunfos numa partida decisiva para a segunda competição mais importante em que estamos envolvidos e em que o nosso histórico das últimas duas décadas é absolutamente lamentável.
 
Com alguns regressados da Covid-19 (Gilberto, Vertonghen, Grimaldo e Waldschmidt), outros depois de alguns jogos de fora (Gabriel), mas sem o Jesus no banco (soube-se no final que também está infectado), entrámos de forma muito dinâmica no jogo e criámos algumas situações de perigo, embora nenhuma de golo iminente. Num contra-ataque rápido, o Belenenses SAD criou a sua única oportunidade de golo pelo Cassierra que, em superioridade numérica optou felizmente pelo remate, tendo o Svilar defendido a dois tempos. Logo a seguir, o Darwin teve uma boa iniciativa individual em que passou por alguns adversários e rematou em arco, com o André Moreira a defender para canto. O Waldschmidt teve dois lances em que poderia ter feito melhor, especialmente ao nível da recepção de bola, mas aos 32’ inaugurámos mesmo o marcador aos 32’ através do Darwin, que aproveitou uma falha incrível da defesa do Belenenses SAD e ficou com a baliza escancarada para marcar o golo mais fácil da carreira. Alguns minutos volvidos, o Rafa teve um remate em boa posição que saiu por cima, no entanto, aos 37’ foi ele mesmo a fazer o 2-0, depois de uma assistência de cabeça do Jardel na sequência de um canto do Grimaldo. Numa altura em que o jogo já estava mais equilibrado, conseguíamos uma vantagem preciosa na melhor altura. Até ao intervalo, não aproveitámos uma ou outra transição rápida, devido invariavelmente a erros no último passe.
 
Na 2ª parte, entrou o Pizzi para o lugar do Waldschmidt, que teve um ligeiro toque no tornozelo no final da primeira. O Belenenses SAD entrou mais dominante e com mais posse de bola, mas nunca conseguiu incomodar verdadeiramente o Svilar. No entanto, mesmo essa posse de bola acabou aos 59’ com a entrada do Weigl para o lugar do Gabriel. A diferença entre os dois é abissal e o brasileiro não pode de todo jogar a seis, porque se farta de perder bolas e, na zona em que é, causa-nos imensos problemas escusados. Espero ter ficado absolutamente claro de uma vez por todas que o lugar é do Weigl e ponto final. Connosco a ter mais posse de bola, fomo-la circulando com alguma desenvoltura e acabámos de vez com o jogo aos 72’, numa boa iniciativa do Rafa, que flectiu da direita para o meio, e isolou o Cervi, que picou a bola com grande classe sobre o guarda-redes. Até final, ainda deu para o Jardel tirar de cabeça o ponto de honra do Belenenses SAD e um defesa adversário defender sobre a linha um remate de recarga do entretanto entrado Chiquinho.
 
Em termos individuais, o Rafa esteve em grande nível com um golo, uma assistência e um sem-número de arrancadas pela direita. Outro que está em boa forma é o Cervi, que coroou a sua exibição com um grande golo e só espero que não seja o da despedida, porque seria inexplicável que o vendêssemos ainda por cima por um valor abaixo do da compra. O Darwin esteve uns furos acima dos outros jogos e o Weigl entrou muito bem para fechar o nosso meio-campo. Em relação ao Taarabt, não esteve tão inenarrável como nas partidas anteriores, mas continuo na minha a achar que o Chiquinho é bem melhor do que ele (já para não falar do Pizzi).
 
Iremos agora defrontar o Estoril nas duas mãos das meias-finais. Com o devido respeito, será absolutamente impensável que não atinjamos a final da Taça. Depois da vergonhosa final da época passada, temos aqui uma boa oportunidade para começar a inverter a tendência a nosso favor e assim honrar a nossa história.

terça-feira, janeiro 26, 2021

Vergonhoso

Empatámos ontem com o Nacional (1-1) na Luz e corremos o risco de ficar a seis pontos da lagartada, caso ela hoje vença no Bessa. Em relação ao CRAC, venceu em Faro (1-0) e ficou dois pontos à nossa frente.
 
Provavelmente nunca um título de um post deste blog serviu para tantas situações. Em primeiro lugar, e mesmo antes de o jogo começar, foi absolutamente nojenta a atitude do Nacional de não aceitar a nossa proposta de adiamento da partida, dado que temos 10(!) casos positivos de Covid-19 no plantel, incluindo sete titulares (Vlachodimos, Gilberto, Otamendi, Vertonghen, Grimaldo, Everton e Waldschmidt). A partir disto, vou torcer ardentemente para que desçam até aos distritais o mais rapidamente possível. Se há coisa que me causa uma repulsa absoluta é este tipo de demonstrações de falta de fair play. Não há muito tempo, os madeirenses aceitaram o adiamento do jogo frente ao V. Guimarães, que tinha seis casos positivos... Ainda me revolta mais o facto de terem sido recompensados por isso.
 
Mesmo com a equipa muito remendada, entrámos bastante bem e durante os primeiros 15’ o jogo foi todo nosso. Marcámos por duas vezes pelo Chiquinho, mas só aos 14’ é que valeu, dado que no lance anterior o João Ferreira na direita estava ligeiramente fora-de-jogo. A jogada do 1-0 começou num centro largo para área do Cervi, com alívio de um defesa para fora dela, onde o Pizzi insistiu pela direita, centrou e o Chiquinho de cabeça não perdoou. Esperava que isto fosse o início de um esmagamento bem merecido do Nacional, mas incompreensivelmente abrandámos muito o ritmo a partir daqui. No entanto, controlámos relativamente bem na defesa e o Nacional não chegou a pôr à prova o Svilar, que substituiu o Vlachodimos e Helton Leite.
 
Na 2ª parte, continuámos a vergonhosamente dormir na forma e o Nacional empatou aos 48’ através do Bryan Róchez, que bateu sem dificuldade o João Ferreira e marcou de cabeça na sequência de um canto muito mal defendido do nosso lado (o jogador que faz o centro recebe a bola na área completamente sem marcação!). O jogo ficou partido e nós não conseguimos logo a seguir impor novamente um ascendente perante os madeirenses. O Jorge Jesus mexeu na equipa, mas mal, porque tirou o Darwin e Rafa para colocar o Gonçalo Ramos e Pedrinho. Ora, é certo que o uruguaio não estava a fazer um jogo brilhante, mas o Seferovic esteve inenarrável (segundo uma estatística que ouvi, perdeu 21(!) bolas no jogo todo) e do Rafa nós esperamos sempre um lance decisivo, coisa que ainda não vimos o Pedrinho fazer. Estas substituições não melhoraram nada a equipa e, curiosamente (confirmando que há sempre uma primeira vez para tudo) foi só com a entrada do Taarabt aos 77’ que fizemos o pressing final desejável. Antes disso, a única situação de perigo foi uma arrancada do Gonçalo Ramos na direita com um remate cruzado defendido pelo Daniel Guimarães. Perto do final, o Seferovic teve uma perdida escandalosa depois de um lance ganho pelo Taarabt na direita, em que, sem o guarda-redes na jogada, o suíço vê o seu remate interceptado por um defesa.
 
Em termos individuais, o melhor do Benfica foi indiscutivelmente o Cervi. Jogando novamente a lateral-esquerdo teve um dinamismo que não foi seguido por mais ninguém e não foi por ali que as coisas correram mal. Aliás, vejo com péssimos olhos uma hipotética saída dele do Benfica, porque raros são os jogadores que não têm muitos minutos e quando entram dão este tipo de resposta. Também o Chiquinho confirmou que merece bastantes mais oportunidades do que o Taarabt, tendo feito uma boa 1ª parte, apesar de ter baixado na segunda. E pouco mais de positivo há a dizer. No espectro oposto, o João Ferreira será certamente um óptimo rapaz, mas é para esquecer. Tem imensas culpas no golo sofrido e erros de passe absolutamente incríveis. Aliás, a quantidade de passes que nós falhámos nesta partida daria um caso de estudo.
 
Estamos muito desfalcados, mas exigia-se outro tipo de resposta, ainda por cima perante um adversário que comportou desta maneira inenarrável. Teremos o Belenenses SAD já na 5ª feira para a Taça e depois a ida ao WC na 2ª. Serão dois jogos absolutamente decisivos para a nossa temporada e veremos em que condições de plantel os vamos disputar.
 
P.S. – A exibição do Benfica foi muito fraca, mas é uma autêntica VERGONHA que o Sr. Rui Gomes Costa e o VAR Nuno Almeida não tenham marcado uma evidente mão na bola na área do Nacional, pouco depois de eles terem empatado. Aliás, fizemos o 15º jogo para o campeonato e não temos um único(!) penalty a nosso favor. E, para ajudar à festa, em Faro o Corona aliviou muito bem uma bola com o braço na sua área, sem nada ser assinalado. Tudo isto é inadmissível e assim (também) se explica a diferença pontual que há hoje.

quinta-feira, janeiro 21, 2021

Desfalcados

Perdemos (1-2) com o Braga em Leiria nas meias-finais da Taça da Liga e ainda não é desta que vamos recuperar o troféu de uma competição em que temos dominado (embora com este seja já o quinto ano em que não o ganhamos...). É mais um objectivo falhado da época, não há dúvida, embora tenhamos de olhar para isto de forma honesta: quando a Covid-19 ataca toda a nossa defesa titular, incluindo os dois substitutos dos laterais (seis jogadores, portanto), e mais a totalidade da equipa técnica, tirando o Jesus, estávamos longe das melhores condições para disputar esta partida.
 
Com o João Ferreira, Todibo, Jardel e Cervi à frente do Helton Leite, fomos dominados logo nos minutos iniciais, mas sem o Braga conseguir criar grande perigo. No entanto, reequilibrámos pouco depois e até tivemos um remate do Darwin à malha lateral. Ambas as duas equipas estavam interessadas em marcar e foi o Braga a consegui-lo primeiro num cruzamento-remate largo do Ricardo Horta para área com o Abel Ruiz a conseguir desviar a bola ligeiramente de cabeça. O nosso guarda-redes ficou sem saber se se fazia ao cruzamento-remate ou à tentativa de cabeçada dos dois jogadores do Braga, estando um deles fora-de-jogo. Portanto, para mim, o golo deveria ter sido anulado pelo Sr. Fábio Veríssimo e VAR Sr. Rui Gomes Costa, porque aquela tentativa de jogar a bola claramente influenciou a movimentação do Helton Leite. Mas como era a nosso favor o VAR deixa passar... Expectável! Apesar de alinharmos com dez (o Taarabt é um corpo morto na equipa), não estávamos a jogar mal, mas é claro que na defesa tivemos algumas dificuldades, nomeadamente num lance em que deixámos o Fransérgio cabecear ao lado em boa posição. Nos últimos cinco minutos da 1ª parte, fomos para cima do Braga: o Darwin adicionou mais uma à sua bonita colecção de bolas aos ferros, com um defesa a tirar de cima da linha de golo o desvio do Rafa a passe do Cervi, o guarda-redes Matheus fez uma enorme defesa a uma cabeçada do Seferovic num canto e aos 44’ o David Carmo empurrou claramente o Darwin na área. O Pizzi não falhou o respectivo penalty, mesmo apesar do saltinhoirritante antes de tocar na bola que me faz ter quatro AVCs...
 
Na 2ª parte, poderíamos ter passado para a frente logo no reinício, com uma óptima jogada individual do Darwin, que assistiu o Pizzi para o remate deste fora da área proporcionar mais uma grande defesa ao Matheus. Numa bola parada, vimos o Fransérgio atirar ao poste de cabeça e aos 59’ o Braga recolocou-se na frente através do Tormena, também de cabeça, depois de novo centro do Ricardo Horta. No lance que precedeu o centro, o Helton Leite deveria ter socado a bola para mais longe, porque a deixou à mercê do Ricardo Horta. Com meia-hora para jogar, o jogo partiu-se um bocado porque, verdade seja dita, o Braga tentou marcar o golo que decidiria a meia-final de vez e até conseguiu colocar a bola na baliza, mas o Fransérgio estava fora de jogo. Quanto a nós, fizemos três substituições de uma vez aos 70’, mas o Pedrinho e Ferro entraram mal na partida, e só o Everton deu algum dinamismo à equipa. No entanto, o grande problema é que só aos 76’ jogámos efectivamente com onze, com a saída do Taarabt para entrada do Chiquinho. Apesar da nossa vontade, o Braga defendeu-se bem e não tivemos engenho para levar, pelo menos, o jogo para os penalties.
 
Em termos individuais, voltei a gostar do Weigl no meio-campo, embora pessimamente acompanhado pelo Taarabt. A sério, caro Jesus, já experimentávamos ali outro jogador, não...? Só naquela de jogarmos com onze, pode ser? O Cervi fez uma óptima partida a lateral-esquerdo e, se sair agora, será um dos jogadores de quem eu terei mais pena: não só dá sempre tudo em campo, como, apesar da baixa estatura, para mim seria o substituto do Grimaldo na lateral-esquerda. Prefiro-o de longe ao Nuno Tavares. O Rafa teve algumas das suas arrancadas típicas e o Pizzi não começou mal, mas foi diminuindo de produção ao longo da partida. Não se percebe, no entanto, que tenha saído aos 92’ para dar lugar ao Gonçalo Ramos. Não se poderia ter feito esta substituição mais cedo...? Quanto ao Helton Leite, acho que poderia ter feito mais em ambos os golos e o Vlachodimos pode continuar tranquilo, porque o lugar nunca deixará de ser dele.
 
O principal problema da Covid-19 é que só daqui a 10 dias poderemos contar com os jogadores infectados. Ou seja, na véspera de ir ao WC! Entretanto, temos dois jogos, incluindo a eliminatória da Taça de Portugal, para disputar. As coisas não vão ser fáceis, mas parece-me inquestionável que estamos a melhorar o nosso nível exibicional. Esperemos é que os resultados acompanhem essa melhoria.

segunda-feira, janeiro 18, 2021

Desperdício

Empatámos em Mordor (1-1) na passada 6ª feira, mas, como o Rio Ave também empatou pelo mesmo resultado no WC, ficou tudo igual na frente do campeonato. Para as expectativas que tinha, tanto o resultado, como principalmente a exibição, foram bastante melhores do que eu esperava.
 
O Jesus inovou, como costumava acontecer cada vez que ia a Mordor, mas desta feita correu bem: o Grimaldo avançou no terreno e o Nuno Tavares entrou para a lateral esquerda, e o Seferovic fez companhia ao Darwin, tendo o Everton e o Waldschmidt ficado no banco. O jogo começou dividido, mas a primeira oportunidade foi nossa numa jogada do Darwin pela esquerda, com o Seferovic a rematar de primeira ao lado. Aos 17’ inaugurámos o marcador, num centro largo do Nuno Tavares na esquerda, excelente assistência de primeira do Seferovic para o Grimaldo para este, com um pequeno toque à saída do Marchesín, passar a bola por cima dele. O CRAC respondeu aos 25’ com a igualdade, num lance em que o Gilberto poderia ter feito mais perante o Corona na esquerda, este assistiu o Taremi cujo remate ia para fora(!), se não tivesse ressaltado no Marega e entrado no canto inferior direito da baliza do Vlachodimos. A vaca do costume para quem não a merece. (E depois querem que uma pessoa acredite em divindades...!) Pouco minutos volvidos, tivemos uma enorme oportunidade, com o Darwin a atirar rasteiro ao poste depois de um centro do Pizzi na direita e a falhar igualmente o ressalto de pé esquerdo. Até ao intervalo, ainda poderia ter havido mais golos, dado que o Luis Díaz rematou em arco ao lado e o Darwin permitiu a defesa com o ombro pelo Marchesín, depois de uma boa arrancada do Rafa da direita para o centro e assistência do Grimaldo para o uruguaio.
 
A 2ª parte foi praticamente uma réplica da 1ª, com as duas equipas a tentarem ganhar. Pouco depois do reinício, houve um lance na área entre o Mbemba e o Darwin que, se fosse na nossa, seria certamente penalty. Mas obviamente que não seria neste jogo que este linda corrente de ainda não termos tido um penalty a nosso favor para o campeonato seria quebrada... À passagem da hora de jogo, o Rafa teve uma excelente chance para marcar, mas o guarda-redes contrário fez bem a mancha. Dez minutos depois, foi uma cabeçada do Marega numa bola parada a colocar o Vlachodimos à prova. A cerca de 15’, o Taremi fez um carrinho ao tornozelo do Otamendi e o Sr. Luís Godinho, depois de alertado pelo VAR, trocou o amarelo pelo óbvio vermelho. Mesmo a jogar com dez, o CRAC ainda criou perigo novamente pelo Marega com mais uma boa defesa do Vlachodimos. Até final, e depois de o Jesus ter finalmente arriscado um pouco nas substituições, o Vertonghen e o Gilberto de cabeça, e o entretanto entrado Everton num remate ainda assustaram o CRAC, mas o resultado não se alterou mais.
 
Em termos individuais, o Weigl foi o melhor em campo. Aliás, eu já tinha achado imensa graça àqueles que diziam que o alemão não servia, porque não era intenso, não defendia bem, etc. e tal. É só notar na fluidez do nosso jogo com ele em campo, porque não só raramente a bola fica muito tempo nos seus pés, como ainda mais raro os passes vindos dele não chegam ao seu destino. Outros que sobressaíam foram o Rafa e o Pizzi. Ter jogadores com alguns anos de casa nestes jogos ajuda sempre, porque percebem melhor do que os outros o que está em causa. O extremo deu imensa velocidade às nossas acções atacantes e o Pizzi foi, curiosamente, bastante mais pragmático a jogar do que é costume. Mais uma vez ficou provado que, sem o Tarrabt a emperrar todo o nosso jogo no meio-campo, as coisas funcionam bastante melhor. (É só comparar este jogo com a Supertaça...) A defesa (Gilberto, Otamendi, Vertonghen e Nuno Tavares) esteve muito concentrada, Vlachodimos incluído, e conseguiu controlar bem os movimentos imprevisíveis do Marega e Corona, principalmente. O Grimaldo marcou o golo e, mesmo jogando adiantado, já se sabe que não é por ali que o ataque não funciona. O Darwin teve umas quantas acelerações e ainda atirou uma bola ao poste, e o Seferovic fica na história do jogo pela magnífica assistência para o Grimaldo. O Waldschmidt e o Everton, se calhar, deveriam ter entrado mais cedo, até porque estávamos a jogar contra dez, e o Chiquinho por mim seria o substituto natural do Pizzi.
 
Depois de quatro jogos, voltámos a não perder contra o CRAC e desperdiçámos até uma boa oportunidade para ganhar. O que saltou logo à vista nesta partida, por contraponto às quatro anteriores, foi a nossa atitude em campo. Já se sabe que eles, sempre que nos defrontam, vêm com os dentes de fora e garras afiadas, e nós conseguimos finalmente igualá-los nesse aspecto. Arrisco-me a dizer que na 6ª feira ganhámos tantos duelos individuais como nos quatro jogos anteriores em conjunto. Espero é que esta atitude seja para manter até final da época, porque, como temos um plantel superior aos demais, será meio caminho andado para as conquistas que tanto ambicionamos.

quarta-feira, janeiro 13, 2021

Em frente

Goleámos ontem o Estrela na Reboleira (4-0) e qualificámo-nos para os quartos-de-final da Taça de Portugal. Perante uma equipa do Campeonato de Portugal (o terceiro escalão do futebol português), tivemos muito mais dificuldades na 1ª parte do que na 2ª, em que o resultado se foi avolumando.
 
Com a ida a Mordor já nesta 6ª feira, o Jorge Jesus aproveitou para rodar a equipa e, dos titulares frente ao Tondela, só o Seferovic repetiu a dose. Com o Pedrinho em destaque na direita, tivemos um bom fogacho inicial que, infelizmente, foi apenas isso mesmo, um fogacho. A partir dos 10’, o Estrela equilibrou, os jogadores rápidos do ataque deram algum trabalho ao Jardel e ao estreante Todibo, mas as melhores ocasiões acabaram por ser nossas, com o Pedrinho (excelente toque de calcanhar do Gonçalo Ramos a desmarcá-lo) e o Seferovic a falharem-nas algo escandalosamente. Aos 42’, inaugurámos finalmente o marcador, através do Chiquinho, numa recarga a mais em enorme falhanço do Seferovic que conseguiuacertar no guarda-redes quando tinha a baliza escancarada, depois de uma óptima abertura do Pedrinho para o Diogo Gonçalves na direita centrar com a-propósito para a área.
 
Na 2ª parte, o Estrela ressentiu-se do esforço físico de nos condicionar os movimentos na 1ª e começou a abrir muitos buracos na sua defesa, também, obviamente, porque quis ir à procura do golo do empate. Nós entrámos muito fortes com uma cabeçada de raspão ao lado do Todibo e um remate algo displicente do Seferovic em óptima posição, que foi interceptado por um defesa, a darem o mote para o 2-0 que surgiu aos 51’ pelo suíço (finalmente!), depois de um centro atrasado do Diogo Gonçalves na direita. Mesmo assim a bola teve de ressaltar num defesa e pareceu-me que sem ele não entraria... Logo a seguir, o Estrela reduziu, mas o VAR anulou por fora-de-jogo de sensivelmente meio metro. O Waldschmidt entrou para o lugar do Gonçalo Ramos e terminámos com as (poucas) dúvidas que havia aos 62’, num bis do Chiquinho na área, depois de uma assistência do Pedrinho. Aos 66’, fechámos a contagem pelo Waldschmidt, a rematar ao ângulo depois de ser isolado pelo Pedrinho. Até final, ainda assistimos a dois falhanços incríveis do Waldschmidt (embora em fora-de-jogo, mas a fazer lembrar o Bryan Ruiz...) e do também entretanto entrado Ferreyra, que perdeu uma quase irrepetível oportunidade de voltar a marcar golos com a camisola principal do Benfica. O que se repetiu, à semelhança da eliminatória anterior frente ao Vilafranquense, foi a incompreensível decisão de o Jesus lançar titulares em campo com o jogo decidido, neste caso, o Rafa, Grimaldo e Weigl. Para quê...? Anda a fazer trapézio sem rede para ver se fica sem mais titulares, é isso?
 
Em termos individuais, o melhor em campo foi o Pedrinho, praticamente o único que emprestou algum dinamismo à equipa. Menção também obviamente para o Chiquinho, com um bis, apesar de ter jogado a maior parte do tempo a extremo-esquerdo. Aliás, acho-o bastante melhor e não percebo porque não joga mais vezes no lugar do Sr. Emperra, aka Taarabt, que não é por jogar contra uma equipa de um escalão inferior que vai deixar os seus créditos por mãos alheias...! Exasperante, mais uma vez... O Diogo Gonçalves acabou por fazer duas assistências, mas continua a não dar muitas garantias no lado direito da defesa. Gostei da estreia do Todibo, especialmente para quem vem de tantos meses parado, embora me pareça que tem o péssimo hábito de sair a fintar desde a defesa. De qualquer maneira, aparentemente cinco centrais não chegam para o Jesus e preparamo-nos para ir buscar um sexto...
 
Com a eliminação da lagartada na Madeira frente ao Marítimo (0-2), já não os iremos apanhar na meia-final e, portanto, com os quartos em casa e as meias a duas mãos será indesculpável que não cheguemos à final. A segunda competição nacional mais importante tem de voltar a ser nossa!

terça-feira, janeiro 12, 2021

Retoma(zita)

Vencemos na passada 6ª feira o Tondela por 2-0 na Luz e tudo se mantém igual na frente, dado que os rivais também triunfaram (a lagartada 2-0 no Nacional e o CRAC 4-1 em Famalicão). Motivos profissionais fizeram com que só conseguisse fazer este post hoje, mas o jogo também não foi propriamente um portento de futebol.

O Jesus fez regressar o Pizzi ao onze, passando o Taarabt para o banco e a equipa melhorou. Mesmo assim, a 1ª parte foi complicada, porque o Tondela se fechou muito na defesa e nós não circulámos a bola com a velocidade devida. Dois remates do Darwin, um deles de calcanhar, e um de primeira do Gilberto foram as únicas oportunidades que tivemos. E até nem se pode dizer que tivéssemos posto muito à prova o guardião contrário, Niasse, apesar de termos ganho algumas bolas na saída a jogar do Tondela, infelizmente desperdiçadas por más opções de passe. Do outro lado, o Vlachodimos deve ter apanhado um frio de todo o tamanho.
 
Na 2ª parte, acelerámos mais e chegámos a vantagem aos 54’ numa boa abertura do Pzizi para o Darwin e este a centrar para o Seferovic marcar o seu sétimo golo no campeonato. O fiscal-de-linha ainda assinalou fora-de-jogo, mas o VAR viu que o suíço estava 111cm (!) em jogo. Nos minutos seguintes ainda tentámos marcar mais um com algum empenho, mas isso foi-se esvaindo ao longo do tempo. O Jesus fez as substituições mais tarde do que o habitual, mas foi só com a entrada do Waldschmidt para a saída do esgotado Seferovic no último quarto-de-hora que voltámos a melhorar (haver alguém que saiba jogar atrás do ponta-de-lança faz toda a diferença...). Mesmo apesar de termos controlado o Tondela com sucesso na maior parte do tempo, a cinco minutos do fim poderíamos ter tido um enorme balde de água fria se não fosse o Vlachodimos, que foi gigante perante o adversário que lhe apareceu isolado à frente. Como é que pudemos ter o adversário criar tal oportunidade perto do final da partida...?! Em cima dos 90’, o Darwin meteu a bola na baliza, mas teve o enésimo golo anulado por fora-de-jogo e, com quatro minutos depois da hora, marcámos finalmente o golo da tranquilidade através do Waldschmidt com a segunda assistência do Darwin, tendo o Pizzi novamente estado na jogada.
 
Em termos individuais, destaque para o Darwin com duas assistências, para o Otamendi que terá feito a melhor exibição com a camisola do Benfica e para o Vlachodimos, que tem indiscutivelmente a sua impressão digital nestes três pontos. O Rafa deu algum dinamismo, mas tem de melhorar o timing do soltar a bola. Espero que o Jesus se tenha apercebido de vez que o Weigl é o seis do Benfica e que a equipa joga, de facto melhor, quando não tem ninguém a emperrar o jogo a meio-campo...
 
Ganhámos, é o mais importante, e a exibição até foi melhorzita do que as últimas, o que é bom dado que estamos na véspera de ir a Mordor. No entanto, voltamos a entrar em campo já hoje, frente ao Estrela para a Taça de Portugal, e nunca é demais salientar que temos rapidamente de começar a inverter a tendência (muito) negativa nesta competição e, portanto, o jogo é para levar bem a sério, apesar das mudanças que se perspectivam.

terça-feira, janeiro 05, 2021

Preocupante

Empatámos ontem nos Açores frente ao Santa Clara (1-1) e voltamos a estar a quatro pontos da lagartada no 1º lugar e com o CRAC com a mesma pontuação do que nós. Num jogo que se estendeu por dois dias (porque o Sr. Hélder Malheiro achou que se podia jogar futebol na piscina que havia no domingo...), voltámos a desiludir e confirmámos uma tendência que tem vindo a ser altamente preocupante de observar.
 
Saltemos os 5’ de pólo aquático de domingo e concentremo-nos no que se passou ontem: não entrámos mal na partida e até fizemos uma 1ª parte agradável. A bola circulou com alguma rapidez pelos nossos jogadores, o Santa Clara teve muitas dificuldades em criar perigo e marcámos um belo golo aos 33’, numa das melhores jogadas deste ano, com o Darwin, Waldschmidt e Rafa a combinarem para o alemão assistir o uruguaio para o seu terceiro golo no campeonato. Pouco depois, foi mesmo o Waldschmidt a ter uma óptima oportunidade, com um remate ao lado depois de uma jogada do Rafa, cujo centro bateu no braço de um adversário, num daqueles lances que se fosse na nossa área (ou na área do adversário de um dos rivais) seria certamente penalty.
 
Na 2ª parte, e a confirmar a referida tendência preocupante, deixámos simplesmente de jogar até sofrermos um golo. Tal como na semana passada frente ao Portimonense e noutros jogos anteriores. O Gilberto lesionou-se num choque de cabeças relativamente cedo, mas custa a acreditar no Jorge Jesus que diz que foi essa substituição que desequilibrou a equipa. Esta esteve completamente apática, enquanto o Santa Clara era muito mais rápido sobre a bola e nos duelos individuais, e foi-se acercando com perigo da nossa área, até fazer com toda a naturalidade o empate aos 60’ num cabeceamento do Fábio Cardoso. Estávamos empatados, tínhamos um a menos em campo (o Taarabt) e o que faz o nosso treinador...? Tira o Waldschmidt! Que estava longe de ser dos piores e... tem golo (Paços de Ferreira, ainda se lembram...?)! Entrou o Pizzi, mas o jogo estava partido de tal maneira que na maior parte do tempo esteve até mais perto o golo do Santa Clara do que o nosso. Só num cabeceamento do Weigl num canto pusemos à prova o guarda-redes Marco Rocha e cometemos a proeza de não rematar à baliza nos últimos 27’(!) de jogo. Inexplicável e inadmissível!
 
Em termos individuais, destaco o Vertonghen, porque fez pelo menos dois cortes magníficos que impediram dois golos (um em cada parte). O Chiquinho entrou aos 85’, mas mesmo assim acho que conseguiu jogar mais nos 12’ que esteve em campo do que o Tarrabt nesta época toda. Aliás, continuo sem perceber esta insistência no marroquino, que a única coisa que faz em campo é emperrar constantemente a nossa fluidez atacante. É um autêntico suplício! Outro que se calhar deveria ter entrado mais cedo foi o Ferreyra (também só aos 85’) e poderia ser que, ao menos, tivéssemos conseguido fazer um remate que fosse à baliza nos últimos 27’...
 
Muito do estado actual do Benfica é exemplificado no facto de o Ferro ter sido o capitão de equipa neste jogo. Eu até gosto dele e foi dos menos maus em campo, mas como é possível um jogador que não tem contado para nada até agora (só jogou, porque o Otamendi e Jardel estavam indisponíveis), entrar na equipa e ser logo capitão?! Ainda para mais, quando parece que acabámos de contratar mais um central (Lucas Veríssimo) e não duvidaria nada que o Ferro fosse emprestado já neste mês. São decisões incompreensíveis (a maior de todas, obviamente, o Otamendi ser um dos capitães) que não revelam senão uma coisa: estamos completamente à deriva em termos de liderança do clube e isso naturalmente reflecte-se em campo. Não há 100M€ gastos em contratações que consigam ultrapassar isso. Entrámos num marasmo tal que não estou bem a ver como vamos conseguir sair dele...