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sexta-feira, maio 27, 2016

O balanço da época – parte II

2) A nível desportivo

Comecemos pelo início: depois de termos conseguido algo pela primeira vez em 31 anos, o bicampeonato, fizemos uma das piores pré-épocas de sempre. Algo que nunca saberemos é como teria sido o nosso arranque de temporada se não tivéssemos passado o mês de Julho e Agosto a viajar pelas Américas. Eu percebo que houvesse compromissos para serem respeitados, mas com uma (tão grande) mudança desportiva, com um treinador novo que tinha o (enorme) fantasma do outro com que lidar, estava na cara que aquele género de preparação fosse correr tudo menos bem. E o grande problema é que iríamos encontrar o antigo treinador logo na primeira competição oficial da temporada. Que naturalmente perdemos.

Aliás, aqueles primeiros meses de futebol continuaram a deixar-me muito de pé atrás. Tivemos vitórias sofridas (Estoril e Moreirense) e derrotas incríveis (Arouca), com exibições globalmente medíocres, onde só a espaços conseguíamos apresentar bons momentos (os últimos 15’ do Estoril, por exemplo), intercaladas com derrotas em jogos em que estivemos bem (Mordor) e triunfos históricos (Madrid). Tivemos durante muito tempo uma montanha-russa exibicional, mas o que é certo é que íamos ganhando jogos, mesmo em campos bastante complicados onde no passado isso não acontecia. Como, por exemplo, em Braga (com alguma dose de sorte, 0-2 aos 11’ e três bolas sofridas nos ferros) ou em Guimarães (génio do Renato Sanches a resolver a 15’ do fim). Pelo meio, tivemos a derrota traumática na Luz frente à lagartada (mas em que a reacção do público no célebre minuto 70 foi um dos despertadores da época), a eliminação da Taça e a partida em que eu pensei que tínhamos entregue a época. Percebo muito disto! Felizmente!

Devo dizer que o primeiro jogo do Benfica que me encheu as medidas em termos exibicionais foi o da Choupana frente ao Nacional. Já tínhamos tido algumas goleadas, mas em termos de futebol foi o primeiro a ser brilhante. A partir especialmente daí, entrámos na nossa melhor fase, com resultados convincentes, aliados a grandes exibições (Moreira de Cónegos e Belém, por exemplo). A equipa subia nitidamente de rendimento e, mais importante do que isso, de confiança, caso contrário aquela derrota injusta com o CRAC na Luz ter-nos-ia deitado abaixo. Outra questão que ajudou ao aumento dessa confiança foi a Champions, especialmente o facto de termos de termos eliminado o Hulk, Witsel, Garay, Javi García & Cia. com duas vitórias, tendo a da Rússia sido conseguida com Lindelof e Samaris como centrais(!), e os dois magníficos jogos frente ao Bayern (empatámos na Luz sem Gaitán, Jonas e Mitroglou!). No meio da eliminatória contra os russos, tivemos a vitória mais importante de todas, aquela que bem vistas as coisas foi essencial para o tri. Como se disse, podemos não ganhar os derbies todos, desde que ganhemos o certo! (Aliás, a bem da sã convivência, assim fica tudo contente: daqui a 20 anos, eles vão recordar e celebrar as três vitórias que tiveram sobre nós, tal como ainda fazem hoje em dia com os 7-1 em ano de dobradinha para os nossos lados, e nós faremos o mesmo por causa do tricampeonato. Cada clube celebra aquilo que é mais importante para ele.)

Depois do Bayern, a equipa pareceu mais cansada, mas aí valeu-lhe o coração: triunfos muito sofridos no Bessa (especialmente), Coimbra e Vila do Conde, e em casa frente aos dois Vitórias. Valeu-lhe o coração e valemos-lhe nós, o verdadeiro “colinho” como jogadores e técnicos se fartaram de reconhecer durante e no final da época.

Houve obviamente vitórias dentro do campo muito importantes, por diferentes razões (Braga, Estoril, WC e Bessa, por exemplo), mas um dos momentos-chave da época para mim foram as inacreditáveis declarações do Jesus acerca do Rui Vitória (a história do “não o qualifico como treinador”, “não sabe conduzir um Ferrari”, etc.). A partir daí, acabou-se o meu luto pelo anterior treinador. Há limites que não podem ser ultrapassados e o Jesus, ao ultrapassá-los, perdeu o respeito que ainda subsistia em alguns benfiquistas por ele. As declarações são inclassificáveis sob todos os pontos de vistas: um ataque nojento e desmedido a um colega de profissão, ao treinador do Benfica e, no limite, a nós, benfiquistas. Não deixa de ser significativo que, na sequência disso, o toque a reunir da equipa e dos adeptos, que já era forte (volte a lembrar-se o minuto 70), se tenha tornado inquebrável. Estávamos juntos.

Olhando exclusivamente para o futebol jogado pelas equipas do Benfica nos últimos anos, o do Jesus até pode ter sido mais espectacular (a célebre nota artística), mas é difícil preferi-lo a ele quando temos o recorde de pontos, recorde de golos e recorde de vitórias esta temporada (para além do melhor marcador e da segunda melhor defesa). E depois, há outra coisa que é secundária para mim (porque o que fica para a história são os títulos), mas que para quem vive as situações no presente sabe muito bem: temos um treinador civilizado, que tem nível, que diz sempre “nós”, e que sabe que o Benfica já era grande sem ele e vai continuar a ser grande quando ele sair. Como se diz, e estou completamente de acordo, agora ganhamos à Benfica: no campo e na atitude. Para além disso, o Rui Vitória é muito melhor treinador do que eu estava à espera. Fomos campeões alinhando nos últimos três meses da época com o ex-guarda-redes do Rio Ave, um suplente do ano passado, um ex-central da equipa B, um ex-jogador do Olhanense e o Eliseu! Basta só comparar com a defesa titular do primeiro ano do tricampeonato (Oblak, Maxi Pereira, Luisão, Garay e Siqueira) para se ver a diferença Se isto não demonstra qualidade do treinador, não sei o que a demonstrará! E já para não falar na coragem de apostar no Nélson Semedo, Gonçalo Guedes, Lindelof e Renato Sanches. Mesmo que alguns deles não tenham sido titulares durante a época toda, sempre foram mais importantes e úteis do que um Patrick, um Djaló, um Sidnei ou um Felipe Menezes, não?

Foi um ano inesquecível e um dos títulos mais saborosos que tivemos. Não só por ter sido um tricampeonato histórico, como principalmente por causa de todas as condicionantes que tivemos. Muito obrigado a todos os que tornaram isto possível, com especial ênfase ao Luís Filipe Vieira e ao Rui Vitória!

VIVA O BENFICA!

* Publicado em simultâneo com a Tertúlia Benfiquista.

terça-feira, maio 24, 2016

O balanço da época – parte I

O prometido é devido e cá está o post a fazer o balanço final da época. Como isto ia ficar quilométrico, resolvi excepcionalmente dividi-lo em dois: balanço a nível pessoal e balanço a nível desportivo.

1) A nível pessoal

Uma das pessoas mais brilhantes deste país já disse muito daquilo que eu queria dizer. Para quem esteve em Marte e ainda não viu, cá está:


De tudo o que o grande RAP disse (incluindo obviamente o tom em que o disse), eu só alteraria uma coisa: no meu caso, não é a saúde das miúdas, é a saúde dos miúdos. Tudo o resto subscrevo integralmente.

Também eu deixei muito claro (uma e outra vez) que, se ganhássemos o campeonato, teria “todo o gosto em vir aqui no final da época dizer que eu afinal não percebo nada disto e que sou um idiota por não ter acreditado nos tricampeões.” Pois bem, eu sou um IDIOTA porque não acreditei (absolutamente NADA) que pudéssemos ser tricampeões! Quem se satisfizer com esta explicação (aliás, completamente verdadeira), pode ficar por aqui.

Para todos vocês, os cinco, que não se satisfizeram, continuarei. O facto de eu me assumir como idiota, não faz com que me arrependa do que escrevi (um leitor perguntou por este, este e ambos os posts do parágrafo anterior, e eu ainda acrescento este e este). Incoerência? Talvez não. Porque eu posso ter muitos defeitos, mas assumo sempre tudo o que escrevo e detesto quem reescreve ou oculta propositadamente a história para favorecer um determinado argumento. São ridículos aqueles posts à luz de hoje? Claro que sim! Eram-no na altura? Claro que não! A não ser por quem não tem espírito crítico ou tinha uma fé incomensurável fundada… em coisa nenhuma! Quantas pessoas, depois do empate na Choupana frente ao União, seriam capazes de apostar que iríamos ganhar 20 dos 21 jogos seguintes…?! Pois…! Meus caros leitores, é muito mais fácil fazer o Totobola à 2ª feira ou nunca expressar opiniões vinculativas para não sermos apanhados na curva. Mas eu não fui, não sou e jamais serei assim. Não é por um qualquer Patrick ou Pesaresi vestir a camisola do Benfica que se torna imediatamente no melhor lateral do mundo. Eu não sou abutre, mas também não sou foca. Critico quando acho que tenho que criticar e elogio quando acho que tenho de elogiar. Nunca tive feitio para defender publicamente aquilo em que não acredito. Pode ser um grande defeito no mundo contemporâneo, mas é como eu sou. Só defendo com unhas e dentes aquilo em que acredito profundamente e já estou velho demais para mudar. Agora, se me garantirem que, se eu fizer figura de idiota, ganharemos o campeonato todos os anos, vamos lá embora a isso, então: o Paulo Almeida foi indiscutivelmente um dos melhores trincos que passaram pelo campeonato português!

Não, o RAP sabe que não estava sozinho. Eu também não via mesmo luz nenhuma ao fundo do túnel desta época. Manifestei-o publicamente e não me arrependo de o ter feito. Arrepender-me-ia é se tivesse estado na posição confortável de nada dizer ou de fingir que a pré-época era ‘apenas’ a pré-época ou que chegar à 8ª jornada com quatro vitórias e três derrotas era ‘normal’ em período de transição. E porque é que me arrependeria? Porque, caros leitores, citando o grande RAP, estamos a falar da minha vida! Tal como ele diz, não se trata de querer ou desejar que o Benfica ganhe: trata-se de PRECISAR que o Benfica ganhe. Porque muita da minha vida está organizada à volta do Benfica e, se o Benfica não ganhar, ela nunca fará sentido na totalidade. Digo-vos sinceramente que eu poderia estar com o Euromilhões ganho que, se estivéssemos a fazer uma época tal como as dos finais dos anos 90, eu não estaria nada realizado. Acredite quem quiser, mas quem me conhece sabe bem que é verdade. Eu não pretendo evangelizar, nem ser modelo para ninguém, mas também ninguém me dá lições de benfiquismo. Não sou menos benfiquista por criticar, nem mais benfiquista por apoiar as decisões de quem representa o Benfica. E, por muito que até possam merecer, também não passo cheques em branco a ninguém. Se eu critico decisões que dirigentes, treinador e/ou jogadores do Benfica tomam, é porque acho que aquele não é o melhor caminho para o sucesso. FELIZMENTE que me engano às vezes (não sou como o outro que nunca se enganava e raramente tinha dúvidas…). No entanto, tal como referiu igualmente o RAP, o princípio que motivou as minhas críticas no início da época estava errado. E continua a estar hoje: em teoria, não se deixa ir para o rival um treinador bicampeão. No fundo bem fundo, isso sempre me pareceu (e ainda continua a parecer) que era o presidente Luís Filipe Vieira a querer provar a toda a gente que poderia ganhar sem o Jorge Jesus. E AINDA BEM(!) que o conseguiu e que tudo correu ao contrário da teoria (também com a ajuda do próprio Jesus, mas isso fica para a segunda parte deste post), porém isso só aconteceu porque fizemos história. Nunca uma equipa campeã tinha feito tantos pontos num campeonato, nunca tinha marcado tantos golos e, principalmente, nunca tinha recuperado de uma desvantagem de sete pontos à 13ª jornada. Está explicada a razão pela qual a prática superou a teoria. Teve de haver história. E, graças a Eusébio, que houve! E, como houve, o mérito do LFV é total e é ele o principal responsável por este título, porque tenho a certeza que houve alturas em que ele era mesmo o único a acreditar que isto seria possível.

Dos 338 jogos (oficiais e particulares) que se disputaram na nova Luz desde que foi inaugurada, eu faltei a dois (este e este), já fiz pausas em casamentos, o jantar do 89º aniversário da minha avó teve de ser adiado por um dia, a celebração de um aniversário da minha mulher teve de ser ao almoço, porque ao jantar não podia ser, o segundo aniversário de um dos miúdos teve de ser lanche ajantarado, porque à tarde era impossível. Estes factos não servem para mostrar que sou mais benfiquista do que o próximo, porque comparações de benfiquismos sempre me pareceram muito estúpidas. A maioria de nós faz coisas pelo Glorioso que (incompreensivelmente) muitas pessoas não acham “normal”. Se eu conto isto, é para que se perceba que o Benfica não é uma brincadeira para mim. Eu levo isto muito a sério e, por consequência, ganhar ou não ganhar não é indiferente. Eu nunca gozo com amigos dos rivais no momento em que perdem, porque não admito que eles gozem comigo em caso inverso. Isso fazem todos aqueles que levam isto na desportiva. Eu não levo, portanto nenhum amigo tem sequer a veleidade de começar esse tipo de conversa comigo. Tendo o Benfica a importância que tem na minha vida, eu não o consigo viver sem paixão. E isso faz com que eu não me consiga calar quando acho que as coisas estão a ir por maus caminhos ou que estamos na iminência de cometer erros. Históricos ou não.

No entanto (e termino esta primeira – e longa - parte deste post, tal como a comecei), ainda bem que eu sou um idiota e que me enganei!

VIVA O BENFICA!

* Publicado em simultâneo com a Tertúlia Benfiquista.

segunda-feira, maio 23, 2016

Carta aberta a Maxi Pereira

Caro Maxi,

Falhaste ontem um penalty que acabou por ser decisivo para a vitória do Braga na final da Taça. Neste momento, certamente difícil para ti, há muitos benfiquistas que estão a gozar-te por isso. Devo dizer-te que não me revejo nada nessa atitude. Sempre te admirei e deste-me muitas alegrias durante oito anos. Não percebo que haja benfiquistas que, não só se esqueçam disso, como, MAIS IMPORTANTE QUE TUDO, não te agradeçam por nos continuares a dar alegrias! Posso ter muitos defeitos, mas a falta de gratidão não é um deles, portanto deixa-me dizer-te do fundo do meu coração bem vermelho: muito obrigado, Maxi! Um grande bem-haja para ti!

Um abraço sentido de um tricampeão e continua a sentir-te “valorizado” porque isso é o mais importante.

S.L.B.

sábado, maio 21, 2016

A sétima

Fechámos a época em grande com o triunfo sobre o Marítimo por 6-2, que nos deu a sétima Taça da Liga em nove edições da prova! Não admira que os outros dois não gostem nada desta prova…! Foi um jogo muito aberto, com um resultado dos antigos, em que a justeza do nosso triunfo é incontestável.

O Rui Vitória colocou o Luisão e o Samaris de início, em vez do Lindelof e Fejsa, mantendo a aposta no Grimaldo na esquerda. Eu, como habitualmente, já estava preocupado com esta partida, porque vinha no final de uma semana de festejos (lembro-me sempre disto…) e, dado que o Marítimo nada mostrou na partida do campeonato, o nosso favoritismo era abissal e isso poderia deslumbrar os jogadores. Portanto, vi aquelas duas opções do nosso treinador com algum cepticismo e o que é facto é que a nossa entrada no jogo foi terrível. Não fosse o Ederson e poderíamos estar a perder por 0-2 logo aos 5’. A história diz-nos que, depois de uma lesão, o Luisão demora quase sempre dois meses a estar em plena forma. E isto a jogar sempre! Ora, como nos últimos seis meses, só tinha feito um(!) jogo, era um risco enorme e o nosso capitão pareceu sempre muito perdido em campo. Como, ainda por cima, não estava o Fejsa para tapar o meio-campo, as coisas poderiam ter corrido bastante mal. Mas felizmente marcámos logo na primeira oportunidade que tivemos, através do Jonas aos 11’, depois de uma jogada de insistência do Mitroglou, em que o genial brasileiro se conseguiu meter entre o defesa e o guarda-redes e fazer a recarga com êxito. Aos 18’, elevámos para 2-0 numa assistência do Pizzi, desmarcado pelo Jonas, para o Mitroglou. Apesar da desvantagem, o Marítimo dava óptima réplica e viu o Ederson negar-lhe mais uma vez o golo, antes de nós fazermos o terceiro: abertura do Gaitán para o Grimaldo na esquerda centrar atrasado e o Mitroglou fuzilar o guarda-redes iraniano Haghighi. Estávamos no minuto 38 e eu esperava que as coisas estivessem decididas. Mas infelizmente, já no período de compensação, o Marítimo reduziu para 1-3 pelo João Diogo de cabeça, aproveitando uma saída extemporânea do Ederson, num lance em que o Jardel ficou no meio de dois avançados contrários. Onde estava o resto da defesa…?! Logo a seguir, o Gaitán poderia ter mantido a vantagem que tínhamos, mas o remate com pé direito saiu ao lado.

No início da 2ª parte, voltámos a não entrar bem. O Ederson corrigiu uma saída em falso, com uma defesa fantástica que impediu a diferença mínima. O Marítimo insistia maioritariamente pelo nosso flanco esquerdo, teve um ou outro lance em que nos colocou problemas, mas a partir dos 60’ voltámos a assumir as rédeas da partida. O Renato subiu de produção e o Talisca, entretanto entrado para o lugar do Mitroglou, também ajudou a consolidar o nosso meio-campo. Um remate de pé esquerdo do Renato foi defendido com dificuldade pelo Haghighi e aos 77’ dávamos a machadada final na partida pelo Gaitán, depois de uma assistência do Jonas. O argentino, com a baliza à mercê, não atirou logo de primeira e sentou um defesa antes. Aqueles décimos de segundo gelaram-me o sangue, mas a classe do mágico Nico resolveu. Logo a seguir, ele saiu (entrou o Gonçalo Guedes) a bater com a mão no peito e a dizer adeus para os adeptos. Sentou-se no banco e começou a chorar. Percebeu-se logo o que se passada… Foi o momento (muito) triste da noite para mim, mas a saída do Nico merecerá um post à parte. Com o nosso quarto golo, pensei que ficaria descansado até final, mas aos 84’ o Samaris fez penalty que o Fransérgio (que raio de nome!) aproveitou para fazer o 2-4. Voltei a preocupar-me, porque ainda faltavam para aí 10’ para o final, mas o que é certo é o Marítimo nunca mais se aproximou da nossa baliza. O Jiménez entrou para que o Jonas pudesse receber os merecidos aplausos e já em cima dos 90’, num livre a nosso favor, o Jardel fez o 5-2 de cabeça depois de o sr. Fábio Veríssimo (que enorme dualidade de critérios!) não ter visto um agarrão nítido ao Luisão na área. Estava tudo mais que decidido, mas ainda deu para um penalty indiscutível a nosso favor, por rasteira do guarda-redes ao Jiménez, que o próprio mexicano cobrou à Panenka (não gosto nada de penalties assim, mas enfim…), fazendo assim o 6-2 mesmo antes de o árbitro apitar para o final.

Em termos individuais, o Gaitán recebeu o prémio de homem do jogo, mas o Jonas e o Mitroglou também estiveram muito bem. Foi uma merecida última homenagem ao argentino. Gostei igualmente do Renato e mesmo o Pizzi esteve uns furos acima do que tem sido habitual. Quem tem uma grande quota-parte nesta conquista é obviamente o Ederson, que salvou pelo menos três golos do Marítimo. Confesso que o Luisão me assustou, mas espero que as férias e a pré-época o voltem a revelar como o grande e imprescindível capitão que tem sido ao longo destes anos. Pelo sim pelo não, de todas as saída de que se fala, há um jogador que NÃO pode sair: Jardel! Primeiro, porque o que receberíamos pelo seu passe, não compensaria o rombo desportivo que teríamos. Segundo e mais importante, porque é preciso que haja referências do balneário na equipa titular.

Gosto sempre muito das finais em Coimbra, porque permitem um almoço de leitão antes e uma taça no final! Voltámos a marcar muitos golos e terminámos em beleza uma época inesquecível.

VIVA O BENFICA!

segunda-feira, maio 16, 2016

TRICAMPEÕES NACIONAIS

Vencemos o Nacional por 4-1 e 39 anos depois voltámos a ser tricampeões nacionais! Foi uma vitória justa numa partida que, pelo que estava em jogo, foi mais complicada do que o resultado deixa transparecer. Mas o que importou no final foi que, não dependendo de escorregadelas de adversários e portanto devendo indirectamente favores a terceiros, chegámos ao fim em 1º lugar. 

Para substituir os castigados Renato Sanches e Eliseu, o Rui Vitória optou sem surpresa pelo Talisca e Grimaldo. À semelhança de muitos jogos anteriores, iniciámo-lo um pouco a passo, os jogadores pareciam tensos (a ocasião também não era para menos) e todos tínhamos consciência de que marcar o primeiro golo o mais cedo possível era fundamental. No entanto, foi o Nacional o primeiro a criar perigo, mas felizmente o remate do Salvador Agra saiu muito torto. Pouco depois, num livre para nossa área, o Talisca falhou o cabeceamento e acabou por tocar a bola com a mão. Se o sr. Nuno Almeida tivesse marcado penalty, não seria um escândalo. O Nacional jogava com garra, ao contrário do Braga e já se estava à espera que a lagartada ganhasse fácil, o que não só acabou por acontecer, como foram eles a marcar primeiro. Mas felizmente nem deve ter dado tempo para os nossos jogadores se aperceberem, porque o Gaitán inaugurou o marcador pouco depois aos 23’, numa boa tabelinha do Mitroglou que isolou o Pizzi, o Gottardi saiu-lhe aos pés e a bola sobrou para o argentino, que atirou de ângulo difícil para o estádio explodir de alegria. Já festejei muitos golos na Luz, mas neste o estádio reagiu de maneira diferente: foi como se tivesse soltado a pressão da panela. O barulho que se ouviu fez-me lembrar o do primeiro golo do Rui Águas frente ao Steaua e o do Vata frente ao Marselha. O mais complicado estava feito, mas era importante chegarmos ao intervalo com margem de manobra. Ela poderia ter chegado a seguir à meia-hora, mas o Jonas atirou ao lado depois de uma assistência de calcanhar em voo(!) do Grimaldo. Poderia ter feito melhor o génio brasileiro, mas aos 39’ numa fantástica abertura do Gaitán, o mesmo Jonas ficou isolado, o Gottardi saiu-lhe aos pés, mas a bola tabelou novamente no Jonas e entrou na baliza. Foi de novo a loucura, incluindo a do Jonas que tirou a camisola e viu o amarelo (não deve haver regra mais estúpida do futebol...).

Quando me perguntavam por este jogo, a minha resposta era sempre a mesma: se estivéssemos a ganhar por 3-0 aos 85’, eu começava a achar que poderíamos ser campeões. E que a marcha do marcador que queria era dois golos na 1ª parte e outro a abrir a segunda. E ele poderia ter surgido pelo Mitroglou, que atirou por cima logo aos 46’ depois de uma boa jogada do Jonas. Já se sabe que o 2-0 é uma boa vantagem, desde que o adversário não marque, porque isso voltaria inevitavelmente a tornar o jogo aberto. O Samaris entrou logo aos 53’, ainda pensei que fosse para o lugar do Talisca, que já tinha amarelo, mas foi para substituir o Fejsa, que tinha ficado com um corte no sobrolho no lance de que resultou o nosso segundo golo. Até que aos 65’, veio o tão desejado terceiro golo, noutra boa jogada do Jonas, que assistiu o Mitroglou que conseguiu atirar à barra quando estava na pequena-área e com a baliza escancarada(!), mas felizmente o Gaitán estava atento e de cabeça no ressalto atirou lá para dentro. O estádio começou logo a cantar “campeões”, mas o Rui Vitória, e muito bem, tentou refrear os ânimos da equipa, até porque logo a seguir o Pizzi perdeu uma bola a meio-campo que deu origem a um contra-ataque perigoso. Era fundamental a equipa não perder a concentração. O Jiménez entrou para o lugar do Mitroglou, mas o estádio pedia o Paulo Lopes e o Rui Vitória, e novamente muito bem, fez-lhe a vontade a cerca de 10’ do fim. O Nacional já não conseguia ligar bem o jogo, a pressão e o barulho do estádio era ensurdecedora, e aos 84’, em nova assistência do Jonas, o Pizzi fuzilou o Gottardi. A partir daqui, relaxei e tive a certeza que seríamos tricampeões! J Mas como não há bela sem senão, voltámos a sofrer um golo nos descontos, pelo Agra, que nos tirou a possibilidade de sermos igualmente a melhor defesa do campeonato (22 contra 21 da lagartada). Resta-nos contentarmo-nos com termos o melhor ataque (uns incríveis 88 golos, média de 2,6/jogo, a nove de distância do segundo classificado), o melhor marcador (Jonas, com 32 golos) e a maior pontuação de sempre num campeonato! Coisa pouca, portanto...

Em termos individuais, e depois de uma época em que não esteve a 100% por causa das malfadadas lesões, foi bom o mágico Gaitán ter contribuído com dois golos e uma assistência para o 35. Realce igualmente para o Jonas, pelo golo e duas assistências (além disso, gosto sempre bastante que ganhemos os melhores marcadores). O Grimaldo voltou a mostrar bons pormenores e qualidade técnica, mas não sei se o seu físico lhe permitirá ser uma opção constante para o futuro, porque bolas divididas inevitavelmente perde-as sempre. O resto da equipa esteve bem.

O balanço desta época merecerá um post próprio depois dela acabar, mas este foi dos títulos mais sofridos de que me lembro. Foi inevitável caírem as lágrimas a rodos quando o árbitro apitou para o final, porque foi o libertar de muita tensão acumulada (estes últimos jogos tiraram-me anos de vida...). Com o que se passou no início da época, nunca acreditei que isto fosse possível. FELIZMENTE que me enganei redondamente! 

TRICAMPEÕES, TRICAMPEÕES, NÓS SOMOS TRICAMPEÕES!

VIVA O BENFICA!

segunda-feira, maio 09, 2016

Fulcral

Vencemos o Marítimo nos Barreiros por 2-0 e estamos a uma vitória de alcançar o tricampeonato, feito que não conseguimos há 39 anos. Tal como se esperava foi um jogo muito difícil, mas em que ao contrário dos últimos (especialmente Rio Ave a V. Guimarães) subimos o nível exibicional e consequentemente voltámos a criar várias oportunidades de golo.

Com o Gaitán novamente lesionado, o Rui Vitória apostou no Carcela e durante a 1ª parte o marroquino foi dos poucos que acelerava o nosso jogo. Justiça lhe seja feita que o Marítimo, apesar de inexplicavelmente ter deixado vários titulares amarelados de fora frente ao Estoril na jornada anterior, não deu a cacetada nem fez o antijogo de alguns dos adversários anteriores. Começámos a partida melhor do que as anteriores, mas não estávamos a conseguir chegar com perigo à área contrária, até que aos 30’ o Jonas resolveu pegar na bola, fintar alguns adversários e rematar com estrondo… à barra! Logo a seguir, uma cabeçada do brasileiro foi optimamente defendida pelo Salin. Antes destas oportunidades, já o Renato Sanches tinha caído na área contrária num lance bastante duvidoso (para dizer o mínimo), em que o sr. Fábio Veríssimo resolveu mostrar-lhe amarelo por simulação em vez de assinalar penalty. Aliás, a arbitragem já vinha dando nota de um critério bastante apertado, porque qualquer toque num jogador maritimista era logo falta. Aos 37’, eu vi o campeonato todo a andar para trás: inexplicavelmente o Renato Sanches derrubou com um toque por trás um adversário, quando não tinha hipótese nenhuma de jogar a bola. Ia o adversário isolado para a baliza…? Não! Era um lance de iminente perigo…? Não! Estava na linha lateral! Foi um lance à la Carlos Martins, que poderia ter significado o sonho do 35… A idade não é desculpa! Dezoito anos já é considerado maior e um jogador de futebol tem que saber usar o cérebro a jogar. Se já tem amarelo, tem que se conter, caso contrário pode colocar toda uma época em jogo. Inadmissível! Felizmente reagimos bem ao facto de estarmos com dez e, até ao intervalo, ainda houve um remate do Mitroglou que passou perto do poste.

Dois Lexotans de 1,5mg fazem maravilhas no que toca a não ficar num estado de nervos absolutamente explosivo e, com esta expulsão, ainda mais calmo fiquei, porque as minhas esperanças ficaram reduzidas aos serviços mínimos. Mas graças a Eusébio os jogadores do Benfica, mais uma vez, mostraram que assimilaram bem a grandeza do clube e fizeram uma 2ª parte brilhante. Depois de azar da bola na barra do Jonas, tivemos sorte em marcar logo aos 48’ numa jogada em que acabou por ser um corte defeituoso do jogador do Marítimo a isolar o Mitroglou, que desviou a bola do Salin. Foi uma explosão de alegria lá em casa! Pouco depois, num canto, houve um choque de cabeças entre o Jardel e um central adversário, Maurício, que perdeu os sentidos e teve que ser levado para o hospital. Felizmente foi só um susto. Quando a partida foi retomada sete minutos depois (houve 10’ de compensação), o Rui Vitória tinha decisões para tomar, porque não tinha feito (e bem) nenhuma substituição depois da acefalia do Renato Sanches, mas agora só o Fejsa no meio-campo parecia pouco: entrou o Talisca para o lugar do Carcela (embora eu achasse que fazia mais sentido ter entrado o Samaris) aos 66’. Três minutos depois, o Salin voltou a entrar em acção por duas vezes num grande remate de fora da área do Jonas e na recarga do Pizzi, em que defendeu com a anca! O Marítimo ia fazendo substituições, mas não conseguia criar um lance de verdadeiro perigo, com excepção de um golo bem anulado por fora-de-jogo 78’. Um minuto depois (não esquecer que ainda faltavam 21’ para o final), lá entrou o Samaris para o lugar do Jonas e o nosso meio-campo ficou mais consistente. Até que aos 83’, este mesmo Samaris é derrubado numa zona mesmo a pedir um remate de pé esquerdo. Todos nós nos lembrámos do Bayern, o Talisca também, concentrou-se bastante e atirou lá para dentro! Confesso que me vieram as lágrimas aos olhos! Até final, ainda entrou o Jiménez para o lugar do Mitroglou, que atirou a nossa segunda bola à barra já em período de compensação! Pouco depois terminava o jogo, que foi curiosamente o mais calmo dos últimos cinco, apesar de termos tido um jogador a menos durante a maior parte do tempo.

Em termos individuais, destaque para o Fejsa, o tampão impressionante do meio-campo, para o Mitroglou por mais uma vez não falhar quando está só com o guarda-redes pela frente e para o Talisca, que para além do golo que selou a vitória fartou-se de lutar em termos defensivos. Ao Jonas couberam as melhores oportunidades e foi pena que não tivesse marcado, porque era mais que justo. Os centrais Lindelof e Jardel foram os esteios do costume. Quando ao Renato, não vale a pena acrescentar mais ao que já disse, bem pode agradecer aos colegas por não se tornar no novo Carlos Martins. Se é bem verdade que a nossa subida exibicional a partir de determinada altura tem a sua assinatura, nos últimos jogos tem descido a pique e é com muito pouca insatisfação que o vejo de fora frente ao Nacional.

Estamos a apenas uma vitória de sermos campeões. Mas é bom que estejamos consciente que estamos a ainda uma vitória de sermos campeões. A nós ninguém nos dá nada de mão beijada e os jogos não se ganham antes de serem disputados. Temos exemplos por essa Europa fora que nos têm que fazer estar alerta. Faltam três pontos. Ainda faltam três pontos.

terça-feira, maio 03, 2016

Sétima final

Vencemos o Braga por 2-1 e em nove edições da Taça da Liga vamos marcar presença pela sétima vez na final. Naturalmente que esperamos obter a sétima vitória. Foi uma partida com duas partes completamente distintas, em que na 1ª quase não se viu a nossa equipa, mas a 2ª foi bastante razoável.

Com o decisivo jogo na Madeira no próximo domingo, o Rui Vitória só fez alinhar o Ederson, Lindelof e Renato Sanches dos habituais titulares. Destaque para o regresso do capitão Luisão, quase cinco meses depois do penalty que sofreu no jogo da Taça no WC lhe ter partido o braço. Até nem entrámos mal no jogo, mas sofremos um golo relativamente cedo (19’) através de um remate do Rafa que ainda embateu no poste antes de entrar. Logo a seguir, um remate cruzado do Braga saiu um pouco ao lado e a produção atacante do adversário ficou por aqui até ficar em desvantagem no segundo tempo. A nossa 1ª parte foi exasperante: o Renato está muito fora de forma e emperrou muito o nosso jogo a meio-campo. Nos extremos, o Salvio está irreconhecível e o Carcela no outro lado também não dispôs de grandes oportunidades. O Braga fechava-se muito bem e sem velocidade da nossa parte era impossível marcarmos. Um remate do Jiménez foi a única hipótese que tivemos.

Na 2ª parte, o Rui Vitória colocou de reinício o Jonas no lugar do Renato e as coisas melhoraram a olhos vistos. A velocidade foi logo outra e chegámos ao empate aos 58’ pelo brasileiro depois de uma abertura fantástica do Carcela, que o isolou. Pouco depois, o Jiménez e o Jonas atrapalharam-se mutuamente e o remate do mexicano saiu enrolado e ao lado. No entanto, aos 71’ colocámo-nos finalmente na posição de vencedor numa abertura do Jonas em que o Matheus sai da baliza, mas falha clamorosamente o pontapé o Jiménez só teve que encostar para a baliza deserta. Até final, o Braga lembrou-se que havia baliza do outro lado do campo e ainda nos criou perigo por duas ocasiões, mas a nossa vitória é mais do que justa.

Em termos individuais, destaque para o Jonas que, com um golo e uma assistência, foi o homem do jogo. Também gostei do Jiménez, sempre muito batalhador, e do Lindelof, que está feito um senhor central. O Luisão acusou naturalmente falta de ritmo, bem como o Sílvio. O Grimaldo demorou um bocado a libertar-se, mas acabou por fazer uma boa 2ª parte. O Salvio está ainda longe de se poder constituir como uma opção e é pena, porque o Pizzi também não está jogar nada. O Renato parece-me estar a precisar urgentemente de férias.

O nosso foco está todo centrado no jogo de domingo, mas esta partida era importante por causa do nosso magnífico registo nesta competição. Além de que, esta vitória e o modo como foi obtida (com reviravolta do marcador), são um bom elemento de motivação para o Marítimo. Fecharmos a época sempre com a presença numa final é algo que nos fica muito bem.

domingo, maio 01, 2016

Check-up cardíaco

Vencemos na 6ª feira o V. Guimarães por 1-0 e continuamos na liderança do campeonato com dois pontos de vantagem sobre a lagartada, que foi ganhar ontem a Mordor por 3-1. Foi a quinta vitória pela margem mínima nos últimos seis jogos e voltou novamente a ser muito sofrida. Esta parte final da época está a ser um teste ao funcionamento cardíaco de seis milhões de pessoas.

Com 60.351 espectadores nas bancadas, não esperava um jogo fácil, mas também não um tão sofrido. Voltámos a apresentar a melhor equipa, mas deparámo-nos com o V. Guimarães a jogar uma final da Champions… Nada contra isto, pelo contrário, mas escusavam era de ter abusado do antijogo logo na 1ª parte (e depois admiram-se dos cinco minutos de descontos…). Fecharam a baliza a sete chaves e nós só tivemos uma oportunidade de golo num remate de recarga do Mitroglou que passou ao lado. Foi muito pouco para 45’ e a apreensão ao intervalo era geral. A equipa não conseguia imprimir velocidade, principalmente porque há muitos jogadores, que têm sido decisivos, em nítido abaixamento de forma.

Entrar forte na 2ª parte era essencial, porque o tempo estava a correr contra nós. E felizmente assim foi! Livre para a área do Gaitán logo aos 47’ e cabeçada fantástica do Jardel para o fundo das redes. Um golo muito semelhante ao do Jonas frente ao Zenit. Foi uma explosão de alegria no estádio e esperava-se que, estando o mais difícil feito, o V. Guimarães abrisse e nós tivemos oportunidade de acabar com o jogo. No entanto, nada disto aconteceu. Quer dizer, aconteceu que o adversário veio à procura do empate, mas nós não tivemos nem arte nem engenho para fazer perigar a baliza deles durante a maior parte do tempo. Uma fífia do Jardel só não deu o empate, porque o André Almeida foi decisivo por duas vezes e noutro lance foi uma mancha fabulosa do Ederson a impedir o golo contrário. O Salvio tinha entrado aos 61’ para o lugar do inconsequente Pizzi, mas não trouxe nada de novo, ao contrário do Jiménez, que substituiu o Mitroglou aos 68’. O mexicano teve os nossos dois melhores lances de golo, num remate de letra que foi defendido pelo João Miguel (mas o sr. Bruno Paixão assinalou pontapé de baliza) – seria um dos golos do campeonato – e outro remate de fora da área que embateu estrondosamente na barra. Até final, estivemos sempre em suspense, mas o V. Guimarães não criou mais nenhuma situação de golo, e ainda deu para o André Almeida forçar o segundo amarelo para ficar de fora na meia-final da Taça da Liga e ficar disponível para a ida ao Marítimo. Foi um alívio imenso quando o árbitro apitou para o final e saí do estádio novamente com a sensação de ter perdido 10 anos de vida.

O melhor em campo foi indiscutivelmente o Fejsa. Um verdadeiro tampão a meio-campo, se estivesse sempre fisicamente disponível as coisas seriam muito mais fáceis para nós. Basta comparar os golos que sofremos com e sem ele em campo. Tendo marcado o golo da vitória, é óbvio que também tem que se referir o Jardel, embora aquele falhanço incrível pudesse ter deitado tudo a perder. Foi pena, porque tirando isso esteve impecável. Nova vitória com o carimbo do Ederson e desta feita também do André Almeida, com dois cortes que entrarão para os lances decisivos do campeonato se ganharmos o 35. Do meio-campo para a frente é que estão os problemas: o Renato Sanches é humano e muito já fez ele nesta época, o Gaitán só fez uma aceleração em toda a partida (mas a assistência primorosa no livre é dele), o Pizzi é uma não–existência nos tempos que correm, e os avançados têm muito pouca bola em zonas de finalização. O problema é que olhamos para o banco e, tirando o Jiménez, não vemos ninguém que possa substituir estes titulares. Até agora, a força de vontade dos jogadores e, já agora, também dos adeptos tem ajudado a superar estas limitações. Esperemos que seja suficiente para mais dois jogos.

Teremos nesta 2ª feira a meia-final da Taça da Liga e obviamente é para ganhar. Jogamos em nossa casa e temos um registo invejável nesta competição. Mas, apesar de irmos defrontar um adversário difícil como o Braga, o Rui Vitória irá certamente rodar a equipa, porque o jogo na Madeira no próximo domingo é absolutamente fundamental e, neste momento, não temos frescura física para termos os titulares em ambos.

P.S. – Quando nos dava jeito que a lagartada tirasse pontos às forças do Mal, a maior parte das vezes perdia. Excepcionalmente, ontem era melhor para nós o contrário e foram lá ganhar. A aliança anti-Benfica funciona sempre a preceito e, de facto, só podemos contar connosco próprios.