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sexta-feira, abril 21, 2023

Empate

Empatámos com o Inter Milão (3-3) na passada 3ª feira e fomos eliminados da Liga dos Campeões. Já se sabia que, depois do 0-2 em casa, a missão era muito difícil e nunca conseguimos verdadeiramente colocar em causa a passagem dos italianos. Mesmo assim, depois de estarmos a perder 1-3 aos 78’, livrámo-nos de uma quarta derrota consecutiva, que seria muito má para a nossa moral, que já não está nada famosa.

Mais uma vez, o Roger Schmidt deixou o nosso maior desequilibrador, o David Neres, no banco, voltando ao Aursnes e João Mário nas alas. A partida começou como seria de esperar, com os italianos a aguardarem-nos, tentando o contra-ataque. Aos 14’, sofremos o primeiro golo através do Barella, no primeiro de três lances em que a nossa defesa deixou um bocadinho a desejar. As poucas esperanças que poderia haver dissiparam-se logo, mas até reagimos bem com o empate a surgir aos 38’ numa bela cabeçada do Aursnes (que não estava a jogar nada até então) a centro do Rafa.

Na 2ª parte, o Roger Schmidt inovou ao tirar o Gilberto para colocar o David Neres, recuando o Aursnes para defesa-direito. À passagem da hora de jogo, tivemos nova decisão arbitral que nos prejudicou, com outro penalty não-assinalado (tal como na 1ª mão), desta vez um toque do Lautaro Martínez no Aursnes quando este ia rematar. Poderia ter sido o 1-2 e a eliminatória voltaria a ficar aberta. O Inter Milão adiantou-se novamente no marcador aos 65’, fechando de vez a eliminatória, através do Lautaro Martínez, que só teve de desviar um centro da esquerda do Dimarco. A cerca de 15’ do fim, houve troca de Gonçalos, tendo saído o Ramos para entrar o Guedes, mas aos 78’ os italianos fizeram o 1-3 num remate em arco do Joaquín Correa, também sob o lado esquerdo, com a bola ainda a bater no poste antes de entrar. Em ambos os lances, não conseguimos evitar que os italianos manobrassem relativamente à vontade no lado direito da nossa defesa. A dez minutos do fim, o Roger Schmidt lembrou-se que ainda podia fazer mais substituições e entraram o João Neves e Musa para os lugares do Chiquinho e Rafa. Com sangue fresco, olha, que surpresa(!), melhorámos! O David Neres atirou uma bola ao poste, num erro clamoroso do Brozovic, e reduzimos para 2-3 aos 86’ numa boa cabeçada do António Silva num livre do Grimaldo sob a direita. A equipa teve um assomo de dignidade, forçou e conseguimos chegar à igualdade no último dos cinco minutos de compensação, com um remate do Musa na área, depois de novo centro do Grimaldo na esquerda.

Em termos individuais, o Grimaldo esteve em destaque pelas duas assistências, o David Neres foi fundamental na 2ª parte e, dê lá por onde der, tem de ser titular neste momento. Em sentido contrário, o Florentino revela algum abaixamento de forma, assim como o Aursnes. Já o Rafa e o João Mário estão mesmo inenarráveis neste momento.

Foi impressão minha, ou melhorámos visivelmente com as substituições...?! Especialmente na parte final do jogo, quando entraram jogadores frescos...?! Mesmo que um dele seja o Musa...?! Não se percebe esta tendência do nosso treinador em achar que ainda vale a pena manter em campo um Rafa ou João Mário a 30%... Se tivesse feito na 1ª mão o que acabou por fazer na 2ª, talvez a eliminatória tivesse ficado mais em dúvida. Perdemos uma oportunidade de ouro de chegar a uma final da Liga dos Campeões, ao ficar no lado bom do sorteio. Resta saber quando a teremos novamente. Agora, é foco total no campeonato e em ganhar todos os jogos até à ida ao WC. É obrigatório!

quarta-feira, abril 12, 2023

Impotência

Perdemos ontem na Luz com o Inter Milão (0-2) na 1ª mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões e só um milagre daqui a uma semana fará com que cheguemos às meias-finais. Depois de uma só derrota em 42 jogos, vamos agora com duas consecutivas e, ainda por cima, em casa!
 
Havia alguma curiosidade para saber se o péssimo resultado, e ainda pior exibição, frente ao CRAC teria efeito na eliminatória europeia. Se não teve, disfarçámos bem! Com a equipa expectável, o Morato no lugar do castigado Otamendi e o Gilberto no do lesionado Bah, e defrontando uma equipa que já não vencia há seis jogos, esperava-se muito mais do Benfica. Mas parece que escolhemos a altura crucial da época para baixarmos exponencialmente a nossa forma. Na 1ª parte, só um remate do Rafa, que o Onana defendeu, criou algum perigo, mas os italianos mostraram sempre maior lucidez do que nós e principalmente melhor condição física.
 
Até começámos bem a 2ª parte, com maior intensidade e a jogar mais no meio-campo contrário, mas sofremos o primeiro golo logo aos 51’ num cabeceamento do Barella depois de um centro largo na esquerda. Poderíamos ter igualado pouco depois, mas o Grimaldo não acertou bem na bola, quando estava em óptima posição. O Roger Schmidt fez a substituição habitual com a entrada do David Neres, desta feita para a saída do Florentino. E foram do brasileiro as melhores acções ofensivas que tivemos. No entanto, o Inter Milão nunca deixou de tentar aumentar a vantagem e acabou por conseguir esse desiderato aos 82’, num penalty do entretanto entrado Lukaku, a castigar o braço levantado(!) do João Mário num centro da direita. No último minuto, o Neres isolou o Gonçalo Ramos, mas o remate cruzado deste foi defendido pelo guarda-redes. Foi pena, porque tornaria a nossa tarefa na 2ª mão menos complicada.
 
Em termos individuais, o Morato não comprometeu, assim com o Chiquinho, que foi o mais esclarecido do nosso meio-campo. O Aursnes, à semelhança do CRAC, voltou a fazer um jogo fraquíssimo, o Rafa deitou a 1ª parte fora, mas melhorou na 2ª, e o Grimaldo não atravessa, de facto, a sua melhor fase. O David Neres é inacreditável que não seja titular neste momento, porque é de longe o que está em melhor forma dos da frente.
 
Gostaria de terminar, falando do Roger Schmidt. Já tinha sentido isto com o CRAC e ontem aconteceu outra vez de maneira mais evidente: é incompreensível que encaremos estes jogos com 12 jogadores. Porque todos os outros no banco parece que só estão lá para fazer figura de corpo presente. A rábula ontem das duas substituições aos 92’(!), que acabaram por não acontecer, porque o jogo ia prosseguindo, entra directamente para o nosso anedotário. Eu não me interessa se os titulares têm mais nome e/ou estatuto do que os suplentes, mas todos têm de dar a 100%. E na parte final do jogo de ontem, foi por demais evidente que muitos jogadores estavam de rastos. Não se compreende que não tenham sido substituídos, porque claramente ficámos a perder no confronto físico com o Inter Milão. E não se pode abordar este tipo de partidas sem estarmos, pelo menos, em igualdade física com o adversário.
 
Iremos no sábado a Chaves e qualquer resultado que não a vitória fará perigar a conquista do campeonato. É bom que todos lá dentro tenham noção disso!

quinta-feira, março 09, 2023

Recital

Goleámos o Club Brugge por 5-1 na passada 3ª feira e, pelo segundo ano consecutivo, qualificámo-nos para os quartos-de-final da Liga dos Campeões. Foi uma exibição de gala, em que não demos a mínima hipótese ao adversário.
 
O Roger Schmidt voltou à versão mais conservadora e fez regressar ao onze o Chiquinho, tirando o David Neres. No entanto, apesar disto, entrámos a todo o gás e colocámos a bola na baliza logo aos 2’, mas infelizmente o Gonçalo Ramos estava fora-de-jogo, o que inviabilizou um magnífico golo de calcanhar do João Mário. Na primeira metade da 1ª parte, o Brugge ainda respondeu, mas sem nunca colocar verdadeiramente à prova o Vlachodimos, enquanto nós tivemos duas claríssimas oportunidades pelo Florentino e João Mário, mas a bola foi inacreditavelmente ao lado na primeira e um defesa safou sobre a linha na segunda. Festejámos finalmente aos 38’ num grande golo do Rafa, a desviar com classe do Mignolet, depois de assistência do Gonçalo Ramos. Em cima do intervalo, demos a machadada final na eliminatória com o 2-0, num golão do Gonçalo Ramos, que tirou três adversários do caminho na grande-área, antes de atirar para o fundo das redes.
 
Ao intervalo, o treinador do Brugge tirou o melhor jogador (Noa Lang), porque já tinha um amarelo, e os belgas deixaram de existir de vez. Uma das grandes vantagens do Benfica desta temporada é que só deixa de procurar a baliza contrária quando o árbitro apita para o final da partida. Apesar de já estar tudo decidido, fomos sempre tentando marcar e conseguimo-lo novamente aos 57’ num bis do Gonçalo Ramos a aparecer de rompante na área depois de um cruzamento do Grimaldo na esquerda. Chegou a altura das substituições e o Yaremchuk deve direito a uma bonita ovação quando saiu no Brugge. Do nosso lado, saíram o Bah e o Chiquinho e entraram o David Neres e o Gilberto. E foi o lateral-direito a ser ceifado na área aos 71’, proporcionando ao João Mário outro penalty vitorioso (enganou o guarda-redes, que teria defendido se tivesse adivinhado o lado...). Ainda pensei que o Roger Schmidt fosse estrear os nórdicos, mas quem entrou foi o João Neves e o Morato, que terá de substituir o castigado Otamendi na 1ª mão dos quartos-de-final. Aos 77’, o João Neves fez uma abertura para o David Neres fazer o 5-0, num remate rasteiro de pé esquerdo, que o fiscal-de-linha começou por anular por pretenso fora-de-jogo, decisão que foi revertida pelo VAR. Até final, ainda tivemos de levar o golinho sofrido do costume neste tipo de jogos, aos 87’, quando deixámos o Meijer sozinho na esquerda para marcar um golão ao ângulo da baliza do Vlachodimos.
 
Com dois golos e uma assistência, o Gonçalo Ramos foi obviamente o homem do jogo, razão pela qual o Rafa cedeu-lhe o prémio que a Uefa lhe deu. Rafa, esse, que também esteve bem, a deixar-nos água na bocacom a perspectiva de estar a voltar à sua forma pré-lesão. O Florentino esteve ao seu nível no meio-campo e o Chiquinho, neste momento, está melhor do que o Aursnes na posição 8. Na defesa, foi pena o Otamendi ter levado um amarelo que o vai fazer sentar-se na bancada no primeiro jogo dos quartos-de-final.
 
O sorteio só irá acontecer na 6ª feira da próxima semana, mas tirando três tubarões (Manchester City, Bayern e Real Madrid) e um tubarãozinho (Nápoles), sinceramente acho que teremos boas hipóteses de competir por um lugar nas meias-finais. Mas antes disso, teremos de volta o campeonato, onde não nos podemos desconcentrar, porque a vantagem que temos é importante para gerir esta carga de jogos de grande intensidade. 

sexta-feira, fevereiro 17, 2023

Sabor a pouco

Vencemos em Brugge na passada 4ª feira por 2-0 e estamos muito bem lançados para nos qualificarmos para os quartos-de-final da Liga dos Campeões pelo segundo ano consecutivo. Seria um feito considerável que, sinceramente, já não me lembro quando foi a última vez que alcançámos. No entanto, perante o que se viu, foi um resultado lisonjeiro para os belgas, que deveriam ter saído da partida com a eliminatória já perdida.

Apesar de ter dito na véspera que o Rafa e o Gonçalo Ramos não estavam a 100%, o Roger Schmidt colocou-os a titular em detrimento do Gonçalo Guedes e David Neres. Tivemos logo uma oportunidade no começo do jogo, com um desvio de cabeça do Gonçalo Ramos que não deveria ter saído à figura. No entanto, durante os 15’ seguintes, foram os belgas a criarem-nos dificuldades e a empurrarem-nos para o nosso meio-campo. Reequilibrámos a contenda a meio da 1ª parte, com excelentes chances de marcar pelo António Silva de cabeça e pelo Aursnes em boa posição, mas ambos os remates não atingiram a baliza. Todavia, a nossa maior oportunidade foi num remate do Rafa à quina da baliza, depois de ser desmarcado pelo Chiquinho na sequência de um livre. Em cima do intervalo, os belgas colocaram a bola na baliza, mas o marcador estava em fora-de-jogo.

 

A 2ª parte começou com um grande falhando do Gonçalo Ramos, que desviou ao lado depois de um livre, quando estava completamente desmarcado. Porém, redimiu-se aos 51’ ao antecipar-se a um defesa e sofrer uma falta indiscutível. O João Mário aproveitou para fazer o 1-0 de penalty, tendo tido alguma sorte dado que a bola ainda foi defendida pelo guarda-redes para a barra antes de entrar na baliza. Aos 65’, o Schmidt trocou de avançados e a nossa produção melhorou, porque nem o Rafa nem o Gonçalo Ramos estão na forma que já exibiram este ano. Dominávamos completamente, mas só conseguimos marcar o 2-0 aos 88’ noutro erro da defesa do Brugge, bem aproveitado pelo David Neres com um remate cruzado de pé esquerdo, sem hipóteses para o guarda-redes. Já na compensação, foi o Gonçalo Guedes a rematar com violência de fora da área, mas a bola passou ao lado do poste.

 

Em termos individuais, destaque para o bom jogo do Aursnes descaído sobre a esquerda, para o facto de o Chiquinho continuar a cumprir bastante satisfatoriamente na posição do Enzo, e para o João Mário, que, mesmo não sendo de grandes correrias, mantém muito bem a posse de bola. Nesta altura, parece-me que o Gonçalo Guedes e o David Neres estão melhores do que o Rafa e o Gonçalo Ramos, razão pela qual a titularidade deveria passar por eles.

 

Foi pena não teremos aproveitado para resolver já a eliminatória, até porque poderíamos ter feito a gestão dos amarelos para os limpar, mas a 2ª mão só será daqui a três semanas, pelo que até lá temos de nos concentrar no campeonato. Iremos receber o Boavista na 2ª feira e espero que esta nossa boa fase possa continuar.

quinta-feira, novembro 03, 2022

De sonho

Goleámos ontem o Maccabi Haifa em Israel por 6-1 e, como o PSG só ganhou por 2-1 em Turim frente à Juventus, conseguimos batê-lo nos golos fora e ficámos em 1º lugar do nosso grupo da Champions! Vou repetir, porque isto é difícil de acreditar: num grupo com PSG e Juventus, não só não perdemos nenhum jogo, como ficámos em 1º lugar! Nem nos nossos melhores sonhos antevemos uma destas.
 
Com o Enzo de fora por causa dos amarelos, entrou o Aursnes de início, como se esperava, tendo o David Neres regressado à titularidade. Perante um público muito ruidoso, a primeira oportunidade foi para os israelitas, com um remate ao lado depois de um lance em que o António Silva não teve a melhor das abordagens. Reagimos bem e, pouco depois, uma excelente jogada do Aursnes pela esquerda culminou numa assistência para um remate de primeira do Gonçalo Ramos ao poste! Continuámos a insistir e foi a vez de o Rafa colocar o guarda-redes Cohen à prova com um grande remate de fora da área. Na sequência desse canto, inaugurámos finamente o marcador aos 20’ numa bola bombeada pelo Bah para a cabeça do Otamendi, que assistiu o Gonçalo Ramos para fazer o 1-0 também de cabeça. Que grande golo! No entanto, não tivemos muito tempo para saborear esta vantagem, porque aos 26’ o mesmo Bah não colocou as mãos atrás das costas num centro para a área e a bola bateu nelas, tenho o VAR chamado a atenção do árbitro para o respectivo penalty. O Chery não deu hipóteses ao Vlachodimos. Por volta da meia-hora, o Schmidt surpreendeu toda a gente ao fazer uma dupla substituição, tirando o Ramos e o Aursnes e colocando o Musa e Chiquinho. Veio explicar no final que foram ambas por motivos físicos. Até ao intervalo, não conseguimos voltar a marcar, mas as notícias de Turim eram boas dado que a Juventus tinha conseguido empatar depois de estar a perder desde muito cedo.
 
Na 2ª parte, demos um autêntico festival! Os israelitas praticamente não chegaram à nossa baliza e nós recolocámo-nos em vantagem aos 59’ numa óptima cabeçada do Musa a corresponder a um não menos perfeito centro do Bah. Dez minutos depois, acabámos com as dúvidas acerca da vitória ao fazer o 3-1 num livre superiormente executado pelo Grimaldo. Todavia, na mesma altura o PSG recolocava-se em vantagem (2-1) e, para ficarmos em 1º lugar, teríamos de marcar mais três golos. O que, com 20’ para jogar, parecei quase uma missão impossível. Naturalmente que eu estava com mais esperança num golo da Juventus que igualasse a partida e nem pensava muito nestes três golos. No entanto, os jogadores do Benfica tinham outras ideias e decidiram tomar as rédeas daquilo que efectivamente dependia de nós: aos 73’, o David Neres, que até então estava a passar completamente ao lado do jogo, tem uma jogada bestial e faz uma assistência fabulosa que coloca o Rafa na cara do guarda-redes, tendo este desviado subtilmente para fazer o 4-1. Aos 82’, o Schmidt colocou o Henrique Araújo e o Diogo Gonçalves para o Rafa e Neres descansarem, e não houve quem não pensasse que o resultado estava feito. Só que o Benfica do Schmidt tem uma atitude competitiva que não pode deixar de nos orgulhar! O Diogo Gonçalves rematou rasteiro de fora da área ao poste e, na sequência da jogada, o Bah desmarcou muito bem o Henrique Araújo na área e este fez o 5-1 aos 88’. Faltava só um golo e os últimos minutos foram muito stressantes! Ainda houve um livre lateral do Grimaldo que o guarda-redes defendeu, mas já depois da hora o João Mário num óptimo remate de fora da área fez o 6-1 que nos deu o 1º lugar do grupo! Foi o delírio!
 
Num jogo como este, que até os não-habituais titulares estiveram muito bem (o Chiquinho terá feito o melhor jogo com a camisola do Benfica), seria injusto destacar alguém. Seis golos de seis jogadores diferentes dizem bem da atitude de toda a equipa. Se pensarmos que, não há muito tempo, estivemos uma série de jogos sem ganhar fora para a Champions, a campanha desta temporada parece um autêntico sonho. Veremos o que nos reserva o sorteio da próxima 2ª feira, mas um Club Brugge seria muito bem-vindo...!

quarta-feira, outubro 26, 2022

Jogaço

Vencemos ontem a Juventus por 4-3 e, a uma jornada do fim, qualificámo-nos para a fase a eliminar da Liga dos Campeões. Foi um jogo que começou por correr muito bem, mas que se complicou na parte final, porque estes italianos são sempre muito manhosos.
 
O empate bastava para selar a nossa qualificação, mas o Roger Schmidt prometeu que iríamos jogar para ganhar. E cumpriu. Apesar de o David Neres estar recuperado, manteve a aposta no Aursnes para dar mais solidez ao meio-campo e o norueguês foi dos melhores em campo. Entrámos muito concentrados e a pressionar como é nosso timbre, e inaugurámos o marcador aos 17’ na estreia do António Silva a marcar pelo Benfica, com um desvio de cabeça a um óptimo centro do Enzo Fernández. No entanto, não tivemos muito tempo para saborear a vantagem, dado que aos 21’ a Juventus empatou num canto pelo Moise Kean, numa recarga a duas defesas(!) do Vlachodimos a remates do Vlahovic. O VAR ainda demorou a analisar o lance, mas o golo foi mesmo válido. A partida estava frenética e colocámo-nos novamente em vantagem aos 28’ num penalty bem apontado pelo João Mário, a castigar mão do Cuadrado na área. A Juventus respondeu com um remate do Vlahovic na área, que passou muito perto do poste, mas aos 35’ fomos nós a elevar a contagem para 3-1 num golão do Rafa de calcanhar a centro do João Mário. De calcanhar também tentou o Kean fazer um bis, mas a bola saiu ao lado da baliza. Seria outro golão, mas felizmente não o foi.
 
A 2ª parte continuou a toada da primeira e connosco a fazer o 4-1 logo aos 50’: passe do Grimaldo a desmarcar o Rafa e este, com enorme classe, a picar a bola sobre o Szczesny. A Juventus acusou muito este golo e durante largos minutos pareceu perdida em campo. Ao invés, nós continuávamos a pressionar e a tentar marcar mais golos. Tivemos boas oportunidades pelo Gonçalo Ramos, por duas vezes, e pelo Rafa que atirou por cima, quando só tinha o guarda-redes pela frente. Praticamente na jogada seguinte, a Juventus reduziu para 2-4 aos 77’ pelo Milik (que tinha entrado ao intervalo), depois de uma boa jogada na esquerda do também entrado Samuel Iling-Junior. Que, dois minutos depois, voltou a estar em evidência no 4-3 com nova incursão pela esquerda, centro para a área, confusão e remate final vitorioso do McKennie. Passávamos de um possível 5-1 para um 4-3 em apenas meia-dúzia de minutos e o Schmidt lá se decidiu finalmente por refrescar a equipa, tirando o estoirado Bah para colocar o Gilberto na direita. Recuámos as linhas e, num puro contra-ataque, o Rafa isolou-se quase desde o meio-campo e atirou ao poste, com o Gonçalo Ramos a não conseguir fazer a recarga. Pouco depois, saíram ambos os jogadores e entraram o Musa e o David Neres. Com as substituições, reequilibrámos novamente as coisas e a Juventus deixou de ter as facilidades que provocaram os dois golos sofridos. Mesmo assim, ainda houve um remate do Matìas Soulé na nossa área que nos provocou arrepios.
 
Em termos individuais, destaque óbvio para o Rafa, que poderia ter marcado quatro golos, mas marcou dois e deixou a cabeça dos italianos em água. No entanto, quem me encheu mais as medidas foi o Aursnes, que mesmo a jogar sobre a esquerda, fora da posição dele, foi absolutamente fabuloso. O Enzo Fernández pode descansar nalguns jogos contra adversários mais acessíveis, porque temos ali um substituto à altura. Aliás, o argentino está a baixar de forma, facto a que não deve ser alheio a quantidade de jogos que já tem nas pernas. Outro jogador que encheu o campo foi o Florentino, sempre em cima dos italianos. O António Silva voltou a não tremer num jogo de extrema dificuldade e parece ter superado o mau momento nas Caldas. O Bah terá feito um dos melhores jogos com a camisola do Benfica, mas deveria ter saído um pouco mais cedo, dado que o Kostic na 1ª parte e o Iling-Junior na 2ª deram-lhe muito trabalho. Em geral, a equipa voltou a exibir-se a um nível muito elevado.
 
Iremos para a semana a Israel tentar fazer melhor resultado do que o PSG em Turim para ficarmos em 1º lugar no grupo. Será bastante complicado, mas, quando saiu o sorteio, quem é que diria que estaríamos nesta posição nesta altura...? Está a dar tanto gozo ver o Benfica jogar desta maneira, que às vezes até parece irreal.

quarta-feira, outubro 12, 2022

Personalidade

Empatámos ontem em Paris 1-1 frente ao PSG e mantemo-nos colados a eles na liderança do grupo na Champions, agora com oito pontos. Se me tivessem proposto, aquando do sorteio, fazer dois pontos frente aos galácticos franceses, eu assinaria até só um, mas o que é facto é que até acabámos por sofrer menos ontem do que na Luz na semana passada. E alturas houve em que, com um pouco mais de rapidez nas transições, se calhar até conseguiríamos ser mais felizes.
 
Perante a indisponibilidade do David Neres, o Roger Schmidt não alterou o esquema táctico, mas colocou o Aursnes sobre a esquerda, tendo desviado o João Mário para a direita. Do outro lado, a maior baixa era o Messi e notou-se bem a falta que o argentino faz no campeão francês. Mesmo assim, com uma equipa recheada de craques, confesso que fiquei surpreendido pelo facto de o PSG ter jogado tão pouco e, principalmente, com tão pouca velocidade (Mbappé à parte, claro está). Têm um estilo de jogo muito burguês, confiantes de que mais tarde ou mais cedo as coisas resolver-se-ão a seu favor. Só que nós fechámos bem o caminho da nossa baliza, porém não esticámos tanto o jogo na frente como é habitual, fazendo com que as oportunidades de golo fossem um bem escasso e a partida muito menos interessante do que a da Luz. O único lance em que criámos perigo, ainda que relativo, foi num remate do Rafa, que embora estivesse em boa posição rematou bastante por alto. Quanto ao PSG, num lance pela esquerda aos 39’, o António Silva derrubou claramente o Bernat e o Mbappé atirou para o lado contrário do Vlachodimos inaugurando o marcador. Foi um pouco um balde de água fria, porque até aí nenhuma equipa tinha justificado ficar em vantagem. Outro aspecto que não nos estava a correr bem foi o facto de começarmos a ficar muito carregados de cartões.
 
A 2ª parte principiou com um remate em arco muito perigoso do Mbappé, mas felizmente a bola saiu a rasar o poste, porque o Vlachodimos estava batido. No entanto, aos 62’ alcançávamos a igualdade também de penalty, a castigar pisão evidente do Verratti ao Rafa: o João Mário atirou para o meio da baliza e enganou o Donnarumma. Esperava-se uma reacção forte dos parisienses, mas isso acabou por não acontecer. O PSG nunca nos conseguiu empurrar para a nossa área e o Vlachodimos acabou por não ter grande trabalho. O único que criava desequilíbrios era o Mbappé, mas a entreajuda dos nossos jogadores funcionou sempre e com maior ou menor dificuldade acabámos por resolver as coisas. Em termos atacantes, retraímo-nos mais e só num lance do entretanto entrado Draxler, já perto do fim, conseguimos rematar à baliza, mas a bola foi desviada por um defesa.
 
Em termos individuais, o Florentino terá sido dos melhores, sempre em jogo e com alguns cortes providenciais. O João Mário merece uma palavra por ter aguentado a pressão do penalty e tema vantagem de não se esconder nestes grandes jogos. O António Silva teve a infelicidade do penalty, mas tirando isso esteve quase irrepreensível. No geral, toda a equipa esteve muito coesa e concentrada, embora em termos atacantes tenhamos feito um jogo pouco exuberante.
 
Quando, ao ver como o jogo se estava a desenrolar, eu dou por mim a pensar que talvez devêssemos arriscar um pouco mais, isto diz muito acerca do patamar actual do Glorioso. Fizemos 180 minutos contra um claro candidato a vencer a Champions e não perdemos. Demonstrámos muita personalidade, qualidade e vontade de disputar o resultado contra qualquer equipa que nos surja à frente. E só isso já é uma enorme evolução em relação às épocas anteriores.

quinta-feira, outubro 06, 2022

Estofo

Empatámos ontem com os galácticos do PSG (1-1) na Luz e continuamos ex aequo com eles na liderança do nosso grupo da Champions, agora com 7 pontos. Foi um grande jogo de futebol aquele que tivemos o privilégio de assistir ontem, em que o resultado acabou por ser justo.

 

Uma das coisas que mais admiro no Roger Schmidt é que ele não inventa. Temos jogado com um determinado onze e numa determinada táctica, e, mesmo defrontando equipas mais poderosas do que nós, continuamos fiéis a isso. Ainda se aventou a possibilidade de entrar o Aursnes como terceiro médio, mas não senhor. Foi com a equipa de sempre que entrámos em campo e entrámos muito bem, com 20’ de grande nível, em que não deixámos o PSG jogar como tanto gosta. Tivemos duas enormes oportunidades de golo, mas o problema é que o PSG não tem só génios no ataque, também tem na baliza, porque o Donnarumma é igualmente de outro planeta. As defesas com o pé a um remate do Gonçalo Ramos isolado e, principalmente, o modo como impediu um golo feito do David Neres valeu logo o preço do bilhete. O PSG só precisou de ir à nossa baliza uma vez para meter a bola lá dentro: aos 22’, combinação entre os três craques, com o Messi a fazer um golão num remate em arco, sem hipóteses para o Vlachodimos. Abanámos um pouco com o golo, mas também era impossível manter a intensidade daqueles primeiros minutos. Mesmo assim, obrigámos novamente o Donnarumma a mostrar-se num remate do António Silva, que infelizmente saiu um pouco à figura. No entanto, aos 41’ marcámos mesmo, num centro do Enzo Fernández, tentativa de cabeça do Gonçalo Ramos que não chegou a tocar na bola e autogolo do Danilo.

 

A 2ª parte foi diferente, com os franceses a deixarem o fato burguês nos balneários, a aumentarem a agressividade e consequentemente a tomarem conta do jogo durante grande parte do tempo. Não mais conseguimos ter as investidas perigosas da 1ª parte e, nesta altura, salientou-se o Vlachodimos, que impediu por mais de uma vez que o PSG se colocasse novamente na frente: boa intervenção a remate do Hakimi, com o Neymar a fazer uma das poucas coisas de jeito no jogo todo, com uma recarga de bicicleta à barra, grande defesa a um livre do mesmo Neymar e enormíssima estirada a impedir um golão do Mbappé de fora da área. Do nosso lado, tivemos uma boa ocasião numa cabeçada do Otamendi num livre, que saiu ao lado, e uma soberana oportunidade numa arrancada do Rafa, já nos últimos dez minutos, que o Donnarumma voltou a defender, com o nosso nº 27 a não conseguir acertar bem na bola na recarga. Tivesse tido um pouco mais de pontaria e, provavelmente, teríamos chocado o mundo do futebol. Mas, de qualquer maneira, batemo-nos de igual para igual contra uma das mais poderosas equipas do mundo, portanto só podemos estar orgulhosos.

 

Em termos individuais, grande jogo do Florentino no meio-campo e do Vlachodimos na baliza. Também o António Silva e Bah na defesa, o João Mário no meio-campo (esteve a poupar-se em Guimarães, só pode...) e a espaços o Rafa, que teve pilhas até final, exibiram-se num patamar muito elevado. Mas, em geral, toda a equipa esteve bastante bem, com a concentração sempre em alta. Do outro lado, o Donnarumma terá sido o melhor em campo e ver como a bola é uma extensão do corpo do Messi é algo que nos remete para outra dimensão. Esqueçam todos os outros, ao nível dele, só o Maradona.

 

Continuamos sem perder nesta temporada, mas agora iremos receber o Rio Ave com poucos dias de descanso. Calculo que o Roger Schmidt vá fazer algumas alterações, porque o desgaste nesta partida foi imenso. Para a semana, voltaremos a encontrar o PSG em Paris, mas este ponto conseguido perante eles pode ser decisivo nas contas finais. 

sexta-feira, setembro 16, 2022

Soberbo

Vencemos a Juventus em Turim (2-1) na 4ª feira e conseguimos uma vantagem de seis pontos perante eles, decorridas que estão duas jornadas da Champions. Foi um jogo brilhante da nossa parte, com um triunfo muito justo e que peca por defeito. Há 25 anos que não vencíamos em Itália, mas matámos o borrego!
 
Na casa do principal adversário ao 2º lugar no grupo, o Roger Schmidt não vacilou e colocou a equipa habitual. Ou seja, não reforçou o meio-campo com o Aursnes. No entanto, não entrámos nada bem na partida e sofremos o 0-1 logo aos 4’: livre para a nossa área e o Milik a cabecear completamente à vontade sem hipóteses para o Vlachodimos. Trememos um bocado nos minutos seguintes e valeu-nos a fraca pontaria dos adversários contrários, com remates que não chegaram à nossa baliza. Começámos a responder por volta dos 20’ e uma cabeçada do Gonçalo Ramos em excelente posição foi direita para as mãos de Perín. Pouco depois, foi o Rafa a atirar em arco com a bola a embater em cheio no poste. Por esta altura, já nós estávamos mais do que por cima do jogo e a merecida igualdade surgiu aos 43’ numa pisadela sobre o Gonçalo Ramos que o VAR assinalou, com o João Mário a não tremer na altura do penalty (escusado era ter levado um amarelo, ainda que forçado, pelos festejos).
 
Na 2ª parte, a nossa superioridade foi aumentando, embora a primeira chance fosse dos italianos, com um remate do Milik que desviou no João Mário, obrigando o Vlachodimos a corrigir a trajectória em pleno voo. No entanto, aos 55’ demos a volta ao marcador com o 2-1 através do David Neres numa recarga a um remate do Rafa bem defendido pelo Perín, depois de uma jogada brilhante do Enzo Fernández e de um possível penalty não assinalado sobre o Gonçalo Ramos (pareceu-me claramente empurrado). Nos minutos seguintes, demos um verdadeiro show com uma série de oportunidades para fechar o encontro: um corte providencial do Bonucci a um remate do Bah que ia lá para dentro, remate de fora da área do Rafa defendido pelo Perín, que também defendeu outro do David Neres com o pé direito. Entretanto, já tinha entrado o Di María, que agitouum pouco as águas, embora tenha sido do também entrado Kean um centro-remate que terminou no nosso poste. O Schmidt foi fazendo alterações a partir dos dez minutos finais e, em cima dos 90’, o central Bremer atirou por cima quando estava em boa posição. Praticamente no último lance da partida, falhámos inacreditavelmente o terceiro golo por inépcia do Chiquinho, que tinha substituído o Neres, depois de uma boa insistência do igualmente substituto Musa, que, todavia, não esteve bem no último passe que seria para o Diogo Gonçalves, tendo depois a bola sobrado para o nº 22.
 
Em termos individuais, há vários destaques a fazer: grande jogo do David Neres, Enzo Fernández e Florentino. O primeiro, depois de um início fraco, abriu o livro e foi um quebra-cabeças para os italianos, os outros dois encheram o campo: recuperações, transições atacantes, you name it...! O Rafa também esteve em destaque com bons remates, um dos quais ao poste, e o outro do qual resultou o segundo golo. Na defesa, custa a acreditar que o António Silva não tenha sequer meia-dúzia (literalmente!) de jogos na equipa principal, o Bah sofreu bastante na parte inicial (continua a parecer-me que é bem melhor a atacar do que a defender), mas subiu imenso no segundo tempo, e o Otamendi e Grimaldo fizeram valer a sua experiência. O Gonçalo Ramos lutou imenso na frente e acabou por ter participação directa nos dois golos. O João Mário não se esconde nestes grandes jogos e o Vlachodimos resolveu bem o pouco trabalho que acabou por ter. Quanto a quem entrou, o Aursnes continua a convencer-me, ao invés do Diogo Gonçalves (fez logo uma falta disparatada e perigosa quando entrou, e parece uma barata tonta a defender). Já o Chiquinho foi mais esclarecido a ajudar a defender, mas tem aquela intervenção desastrosa no lance que daria o terceiro golo. O Musa ainda conseguiu fazer essa jogada e o Draxler não teve tempo para se salientar.
 
É um triunfo que vai ficar na história por ter sido em casa de quem foi e da maneira que foi. Voltámos a ser convincentes e categóricos na Europa e, no fundo, a honrar a nossa história. Finalmente, três anos depois voltámos a jogar futebol e a demonstrar alegria em campo. Os resultados naturalmente aparecem assim. Já não era sem tempo!

quinta-feira, setembro 08, 2022

Trabalhoso

Vencemos na 3ª feira o Maccabi Haifa na Luz por 2-0 e começámos da melhor maneira a Liga dos Campeões. Apesar de a nossa vitória ter sido indiscutível, o jogo não foi nada fácil perante a equipa com pior ranking de todas as que participam na Champions deste ano, mas que demonstrou a razão de ter eliminado o Olympiacos e o Estrela Vermelha.
 
Só com a habitual rotação na lateral direita, desta feita jogou o Bah em vez do Gilberto, a 1ª parte foi muito equilibrada e escassearam as oportunidades de golo. Só com um remate em arco do Rafa, bem defendido pelo guarda-redes Josh Cohen, criámos algum perigo. Do lado contrário, o Vlachodimos também foi posto à prova uma vez.
 
Ao intervalo, o Roger Schmidt promoveu a alteração do amarelado Gonçalo Ramos pelo Musa. Apanhámos um susto praticamente no recomeço, com uma perda de bola do Florentino, que deixou um adversário isolado, mas felizmente este não dominou bem a bola e o Vlachodimos fez bem a mancha. Reagimos logo a seguir, porque aos 49’ inaugurámos o marcador através de um desvio subtil do Rafa a centro do Grimaldo, na sequência de um bom desenvolvimento atacante, com o Musa a tocar para o Rafa e este a abrir na esquerda para o Grimaldo, que depois o assistiu. O Maccabi Haifa ainda voltou a assustar novamente, com um remate fora da área que não passou longe do alvo. Até que aos 54’ aconteceu o momento do jogo: golão do Grimaldo num remate de fora da área! A partir daqui, acalmámos um pouco o jogo e começámos a gerir a posse de bola, mas, com um pouco mais de calma e critério no último passe, poderíamos ter aumentado a vantagem, porque chegámos a ter superioridade numérica num par de lances. O Aursnes entrou para o lugar do apagado David Neres para segurar o meio-campo e os israelitas nunca mais se acercaram com perigo da nossa baliza. O Enzo Fernández fez um par de remates com algum perigo e, mesmo em cima dos 90’, atirou uma bola ao poste, que depois embateu nas costas do guarda-redes, mas foi para... canto.
 
Em termos individuais, destaque óbvio para o Grimaldo com um golão e uma assistência. Deveríamos mesmo tentar um esforço para lhe renovar o contrato, porque não estou a ver ninguém para o substituir nos tempos mais próximos. O Rafa também se destacou e não só pelo golo, ao contrário do Neres, que me parece estar a baixar de forma (já contra o Vizela foi muito fraco, pese embora o golão que marcou). Quem não me convenceu muito foi o Bah, embora esteja à vista que seja bom jogador, mas o Gilberto tem muito mais dinâmica neste momento e notou-se bem a diferença, especialmente na 1ª parte. O Enzo Fernández voltou a elevar o nível exibicional e pareceu mais fresco do que no último jogo. O Florentino também esteve bem, embora tenha tido aquele erro que nos poderia ter custado caro no início da 2ª parte. O Vlachodimos fechou a nossa baliza quando foi necessário.
 
Para a semana iremos a Turim, defrontar a Juventus, numa partida que irá definir muito da nossa sorte. Os italianos perderam (1-2) em Paris e será com eles que disputaremos o 2º lugar no grupo. Mas, já neste sábado, teremos a ida a Famalicão, naquele que é o principal objectivo da época. É bom que não nos esqueçamos disso.

quarta-feira, agosto 24, 2022

Na Champions

Vencemos o Dínamo Kiev por 3-0 na 2ª mão do play-off e, pela 12ª vez em 13 épocas, qualificámo-nos para a Liga dos Campeões. Foi uma vitória construída na 1ª parte e a nossa superioridade foi incontestável, perante um adversário que tem os condicionalismos que todos sabemos e lamentamos.
 
Com o adiamento da 3ª jornada, tivemos uma semana para preparar as duas mãos e isso foi notório no modo como entrámos em campo. Com a equipa-tipo, começámos a todo o gás e submetemos os ucranianos a uma pressão intensa que poderia ter resultado em golo bastante mais cedo. Logo nos primeiros minutos, foi o Rafa a não conseguir desviar a bola do guarda-redes, depois o Grimaldo num livre fez a bola ainda tocar no poste e o David Neres num pontapé de bicicleta proporcionou ao guarda-redes Bushchan uma defesa complicada. Mas finalmente aos 27’ inaugurámos o marcador através do Otamendi, de cabeça, a corresponder bem a um centro do Neres na sequência de um canto. A partir daqui, diminuímos um pouco o ritmo, mas o Dínamo Kiev não conseguia criar perigo. Até que a cinco minutos do intervalo, um erro incrível do Syrota, num atraso mal medido, converteu-se numa assistência para o Rafa fazer o 2-0. Dois minutos depois, aos 42’, fizemos o resultado final num contra-ataque bem delineado, em que o Gonçalo Ramos assistiu o Neres para um golo de belo efeito, num remate em arco sem hipóteses para o guarda-redes.
 
Confesso que, para a 2ª parte, desejei que o Roger Schmidt fizesse logo as cinco substituições para que o resultado não se avolumasse mais, porque tudo o que os ucranianos não precisavam era de levarem um cabaz cheio. Não precisavam, nem mereciam. O segundo tempo começou praticamente com um choque de cabeças muito feito entre o Rafa e o Gonçalo Ramos, que levou a que o nosso avançado tivesse de ser substituído – e levado 15(!) pontos – pelo Musa, que assim fez a estreia com a gloriosa camisola. Tentámos sempre fazer um futebol positivo, mas sem a intensidade da 1ª parte. Uma boa jogada do Neres culminou num remate relativamente frouxo e outro do entretanto entrado Diogo Gonçalves também foi parar às mãos do guarda-redes. Já perto do fim, foi o Enzo Fernández quase na pequena-área a acertar igualmente no Bushchan. A única ocasião em que o Dínamo Kiev esteve perto de marcar teria sido um golo do outro mundo, num remate ainda antes do meio-campo, que bateu na rede superior da baliza do Vlachodimos. Não me custa nada a admitir que, se tivesse entrado, eu teria aplaudido o golo de pé.
 
Em termos individuais, o David Neres terá sido dos melhores em campo. Quiçá motivado pela presença do seleccionador brasileiro, deu cabo da cabeça aos adversários, principalmente na 1ª parte. Outro que também se motivou nesta vinda foi o Gilberto, que voltou a fazer uma óptima partida. O Gonçalo Ramos não marcou, mas trabalhou imenso enquanto esteve em campo, o Rafa só sabe fazer as coisas a alta velocidade e o João Mário subiu o nível em relação a jogos anteriores. O Florentino e o Enzo Fernández foram as muralhas habituais no meio-campo e a defesa teve muito pouco trabalho. Os substitutos entraram com a eliminatória já resolvida e não se destacaram por aí além.
 
Temos de ser honestos: ao contrário de muitas vezes, tivemos sorte em ambos os sorteios neste acesso à Champions. Acabou por nos calhar, em ambos os casos, as equipas menos difíceis das que eram possíveis. No entanto, fizemos o nosso trabalho com louvor e distinção, e agora aguardemos pelo sorteio para ver até onde poderemos ir. Sabendo que este ano, por causa do Mundial, as jornadas da Champions serão muito menos espaçadas. Haja saúde e plantel para aguentarmos isso.

quarta-feira, agosto 10, 2022

Tranquilo

Voltámos a vencer ontem o Midtjylland por 3-1 e qualificámo-nos para o play-off da Liga dos Campeões. Com a vantagem de 4-1 da 1ª mão, esperava-se que controlássemos bem o jogo, mas não deixássemos de tentar mais uma vitória, tão importante que é para o nosso ranking na UEFA. Mas o Benfica deste ano continua a dar mostras de que só tenta deixar de marcar golos quando o árbitro apita para o final, o que é uma melhoria significativa em relação ao que temos visto nos últimos anos.

Com a lesão do David Neres, entrou o Chiquinho para o seu lugar, mas de resto o Roger Schmidt manteve a mesma equipa que vem alinhando desde o início da pré-temporada. Entrámos concentrados, que era o que se pedia, mas sempre tendo em vista a baliza contrária. Aos 23’, começámos a fechar a eliminatória de vez, com um golo do Enzo Fernández a cruzamento do Gonçalo Ramos. A seguir ao golo, desconcentrámo-nos um bocado na defesa e os dinamarqueses só não marcaram graças a boas intervenções do Vlachodimos. Uma questão a rever para o futuro.

Para a 2ª parte, o Schmidt deixou, e bem, os amarelados Gonçalo Ramos (que cartão tão estúpido, a colocar-se em frente à bola num livre, já com o 1-0 a nosso favor; se falhar algum jogo europeu importante por acumulação de cartões, vai lembrar-se bem deste lance...!) e Rafa e fez entrar o Yaremchuk e Henrique Araújo. E o madeirense não precisou de muito tempo para molhar o bico, com um excelente cabeceamento aos 56’ a responder a um cruzamento do João Mário. Estava tudo decidido, mas os dinamarqueses reduziram para 1-2 aos 63’ numa recarga do Sisto a um cabeceamento ao poste de um colega. Apesar deste golo, o Midtjylland nunca esteve perto de igualar e fomos nós a fechar o resultado em 3-1 com um golão do entretanto entrado Diogo Gonçalves, num remate ao ângulo de fora da área. Em cima dos 90’, o VAR assinalou um fora-de-jogo, que impediu os dinamarqueses de chegarem à margem mínima que, a bem da verdade, não era merecida.

Em termos individuais, destaque para o Enzo Fernández: três jogos oficiais, três golos e isto num nº 8! Que saudades do Taarabt e dos seus dois golos em 129 jogos...! Também voltei a gostar imenso do Florentino, que está a construir uma dupla fantástica com o argentino. A defesa não esteve tão segura como habitualmente e teve algumas desconcentrações que não deveriam ter acontecido. O Henrique Araújo entrou muito bem e tem um faro de golo que não engana.

Iremos agora defrontar o Dinamo Kiev no play-off e não teremos jogo do campeonato a meio da eliminatória, pelo que se espera que estejamos fresquinhos para conseguir a tão desejada qualificação para a Liga dos Campeões. No entanto, antes disso, já neste sábado vamos apadrinhar o regresso do Casa Pia ao campeonato e só é pena que o jogo não seja em Pina Manique.

quinta-feira, agosto 04, 2022

Prometedor

Goleámos na 3ª feira o Midtjylland da Dinamarca na Luz (4-1) e estamos em muito boa posição para avançar para o play-off da Liga dos Campeões. Foi um jogo muito bem conseguido da nossa parte a dar sequência à pré-temporada vitoriosa que tivemos até então.
 
Em primeiro lugar (e até porque tinha falado nisso num texto anterior), quero dizer que acabei por não fazer um post de balanço da temporada anterior por manifesta falta de paciência. E desilusão com o que se tem passado no clube de há três anos para cá. Porque continuo à espera de que me expliquem o que se passou na 2ª volta de 2019/20, em que tínhamos sete pontos de avanço e conseguimos perder esse campeonato...! Continuo na minha de que, o descalabro que tem sido daí para cá, teve origem nessa altura. E nunca nada nos foi explicado sobre a razão para aquele estoiro, quando tínhamos tudo a nosso favor. Desde Agosto de 2019, faz agora três anos(!), que não ganhamos um título. Nem sequer estou a falar DO título (o grande objectivo todos os anos), mas NEM UMA mísera Taça da Liga temos para amostra. Além de que a política desportiva teve uma inversão de 180º neste período, com as consequências que estiveram à vista, e se passou o que passou em termos directivos. Uma enorme tristeza, para resumir.
 
Para esta temporada, voltámos a um treinador estrangeiro, o alemão Roger Schmidt e confesso que gostei logo do que vi naquele treino aberto que foi transmitido pela Benfica TV. Em especial, no facto de os jogadores estarem em constante pressão sobre os adversários para recuperarem a bola, ainda no meio-campo contrário. Algo que já não víamos há muito tempo e que, pelo que se tem visto até agora, se revela uma imagem de marca do Benfica deste ano. Nos jogos particulares que fizemos, aconteceu isto durante grande parte deles, para além de termos a equipa numa busca constante pelo golo. Demo-nos bem e conseguimos ganhá-los todos (3-0 ao Nice, 5-1 ao Fulham, 4-2 ao Girona e 3-2 ao Newcastle na Eusébio Cup; peço desculpa, mas jogos em que alinhamos com equipamento de treino e sem número na camisola – leia-se Reading – para mim não contam). É arriscado fazer esta pressão pelo espaço que fica nas nossas costas? Claro que sim. Estar sempre balanceados para a frente pode fazer com que soframos mais golos? Evidente. Mas dá muito mais gozo ver o Benfica jogar assim? OBVIAMENTE! Como me perguntou retoricamente por mensagem uma amiga minha no final deste jogo: “como é que se chama este desporto que o Benfica está a jogar...?”. Respondi-lhe, como é bom de calcular, “Futebol. Há já três anos que não o jogávamos.”
 
Para além destes pressupostos de jogo do Roger Schmidt que se vêem desde o início, há outra coisa que eu gostei nele até agora: mal ou bem, escolheu um onze e foi com esse que alinhámos de início em quase todos os jogos. Só com uma ou outra alteração. E foi esse onze que jogou contra os dinamarqueses. Não houve cá surpresas de última hora ou cartas tiradas do baralho. Apostou naqueles, jogou com eles. No entanto, nos primeiros cinco minutos foram os dinamarqueses a assumir o jogo, situação que foi rapidamente corrigida. Escudados num meio-campo em que o Florentino e o Enzo Fernández (que craque! Aproveitemos bem para desfrutar dele que para o ano já não vai cá estar...) se fartaram de recuperar bolas e lançar a equipa para a frente, e com um David Neres (felizmente parece que do Everton só herdou o número da camisola...) endiabrado, marcámos o primeiro golo aos 16’ num centro do Neres para entrada fulgurante de cabeça do Gonçalo Ramos. Situação que se repetiu, com os mesmos protagonistas, aos 33’. Em cima do intervalo, e à semelhança do que aconteceu nos jogos particulares, aparentemente voltámos a saber marcar cantos e o Enzo Fernández fez o 3-0 aos 40’ num remate de primeira, depois de um canto do João Mário.
 
Na 2ª parte, o Gonçalo Ramos completou o hat-trick aos 61’ numa assistência do Rafa, com um bom movimento à ponta-de-lança. Para além dos quatro golos, ficámos a dever-nos pelo menos outros tantos, com o Ramos com mais duas ou três chances, o Neres a tirar uma à barra e os entretanto entrados Henrique Araújo e Yaremchuk também a falharem os seus golitos. O que não estava no programa foi a entrada imprevidente do Morato aos 77’ a provocar um desnecessário penalty que o Sisto marcou à Panenka.
 
Em termos individuais, óbvio destaque para o Gonçalo Ramos com três golos, para o terror para os adversários que é o David Neres na direita, para a classe do Enzo Fernández e para o polvo Florentino no meio (com um jogador destes, formado no clube, no plantel, qual a necessidade de ter gastado dinheiro num Meïté no ano passado...?). Para além destes, o Gilberto está super-confiante, o Morato vai ser difícil perder o lugar e o Grimaldo até já acerta os livres todos na baliza.
 
Teremos já amanhã a estreia no campeonato frente ao Arouca em casa, para depois viajarmos à Dinamarca na próxima 3ª feira. Vai ser uma sucessão de jogos importantes neste mês de Agosto e a minha única dúvida é como a equipa irá reagir em termos físicos, dado que as segundas linhas não estão ao nível dos titulares. Veremos o que irá acontecer, mas até agora os sinais têm sido muito positivos.