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terça-feira, julho 09, 2024

Portugal – 0 – França – 0 (3-5 pen.)

Tal como era expectável, fomos de vela nos quartos-de-final do Euro 2024 na passada 6ª feira, ao perder com a França. No entanto, não deixa de ser irónico que isso tenha acontecido no nosso melhor jogo neste torneio e que o desfecho seja até um pouco injusto mediante o que se viu em campo.

Naquela que terá sido a mais bem conseguida prestação de sempre frente aos franceses, enfermámos do mal que perpassou por este Euro: entrar em campo com 10 jogadores. Estivemos três jogos consecutivos sem marcar um único golo, dois deles com prolongamento (330 minutos), e o Roberto Martínez insistiu sempre não só na titularidade, como na presença em campo do Cristiano Ronaldo durante praticamente todo o tempo. Junte-se a isto um Bruno Fernandes muito apagado e um Bernardo Silva não tão vistoso como no Manchester City, e temos as principais razões para a nossa incapacidade de concretização. O Rafael Leão foi o único a conseguir criar perigo de forma regular, com as suas arrancadas pela esquerda, e o Vitinha um esteio a meio-campo. Com estas duas boas exibições, comentei lá em casa que não haveria substituições o jogo todo, porque não haveria jogadores para sair (aqueles estava a jogar bem e os outros eram intocáveis...). Afinal, enganei-me e o Bruno Fernandes saiu aos 74’ para entrar o Francisco Conceição, juntamente com o João Cancelo, que deu o lugar ao Nélson Semedo. Melhorámos um pouco com esta nova ala direita, mas, lá está, meter a bola na baliza é que era o cabo dos trabalhos...

No prolongamento, as coisas não se alteraram, com ambas as equipas a serem cautelosas a maior parte do tempo e acabámos novamente nos penalties, onde os franceses foram muitíssimo eficazes e o João Félix, entretanto entrado, acertou no poste, no único penalty que falhámos. Desta vez, o Diogo Costa não foi herói e viemos recambiados para casa.

Foi um Europeu q.b., em que cumprimos os mínimos de chegar aos quartos-de-final, mas longe do brilhantismo que este conjunto de jogadores nos fazia antecipar. Decisões precisam de ser tomadas, mas duvido que haja coragem para tal. Mesmo que o grande desígnio deste Euro não tenha sido cumprido (falo naturalmente de o Cristiano Ronaldo ser o único a marcar em seis Europeus), quase de certeza que ilações não serão tiradas a este respeito. Não irá haver coragem para lhe dizer “muito obrigado, mas se calhar aos 39 anos já chega, não...?” e assim continuaremos a jogar para os seus recordes na qualificação para o Mundial 2026. A não ser que ele próprio colocasse um fim ao seu percurso na selecção, mas eu não sou assim tão ingénuo para acreditar no Pai Natal...

sexta-feira, julho 05, 2024

Portugal – 0 – Eslovénia – 0 (3-0 pen.)

Na passada 2ª feira, estivemos à beira de uma enorme vergonha nos oitavos-de-final do Euro 2024: sermos eliminados pela poderosíssima Eslovénia! O Diogo Costa tornou-se um herói nacional, porque defendeu três penalties no desempate, já depois de ter defendido com o pé o remate de um adversário isolado, em cima dos 120’, por um erro clamoroso do Pepe. Ou seja, se vamos defrontar hoje a França nos quartos, muito lhe devemos.

O Roberto Martínez esteve bem ao voltar ao 4-3-3, a selecção até nem entrou mal no jogo, mas foi-se perdendo ao longo do tempo. E aí, parece que o espírito do Roger Schmidt se abateu sobre o seleccionador. Não só não fez todas as substituições que se exigiam, perante o descalabro físico de alguns jogadores, como ainda por cima, quando as fez, tirou quem até estava a ser dos melhores e a criar perigo (Rafael Leão e, principalmente, Vitinha). Já se sabe que o Cristiano Ronaldo é inamovível enquanto não se atingir o grande objectivo da selecção nacional neste Europeu (ele tornar-se o primeiro, e muito provavelmente único, jogador da história do futebol a marcar em seis Europeus) e teve uma enorme oportunidade de o fazer nesta partida, mas o Oblak defendeu um penalty seu aos 105’. Aliás, as lágrimas do C. Ronaldo no intervalo do prolongamento eram obviamente por causa disto e não pela perspectiva de poder não conquistar o título europeu (objectivo naturalmente secundário em relação ao outro). Que ele tenha esse desígnio até se pode aceitar, mas que o seleccionador caucione isto não o tirando de campo, quando deixa de responder em termos físicos (o que é mais que natural para alguém que tem já 39 anos...), é que já não se percebe. Como não se percebe que o Bruno Fernandes e Bernardo Silva, em sub-rendimento neste jogo, também não tenham saído. É que toda a gente viu que a selecção não foi pressionante como deveria ter sido, especialmente no prolongamento, caso tivesse sangue fresco na equipa. E com a qualidade de quem está no banco, é incompreensível que esse refrescamento da equipa não tenha acontecido.

Enfim, iremos defrontar os franceses hoje à noite e, perante o que temos visto, será preciso um milagre para passarmos. Como também era preciso um milagre em 2016. Pode ser que a história se repita.

domingo, junho 30, 2024

Geórgia – 2 – Portugal – 0

Na passada 4ª feira, aconteceu um descalabro à selecção nacional e, pior ainda, ao nosso António Silva, já que foi ele o responsável directo pelos dois golos da Geórgia. Tentando ver as coisas pelo lado positivo, se havia jogo para falhar no Europeu, era este, dado que já estávamos qualificados para os oitavos-de-final e em 1º lugar do grupo.
 
O Roberto Martínez, tal como se previa, rodou praticamente a equipa toda, menos o guarda-redes Diogo Costa e, claro, o Cristiano Ronaldo, que ainda não tinha marcado no Europeu e já se sabe que os seus recordes pessoais estão sempre à frente de tudo... Inclusive da racionalidade que seria colocar um jogador de 39 anos a descansar num jogo que não decidia nada... Logo aos 2’, o António Silva fez um passe sem olhar no meio-campo adversário, que deu azo a um contra-ataque bem finalizado pelo Kvaratskhelia. Tínhamos o jogo todo pela frente para dar a volta, mas manifestámos sempre uma lentidão exasperante nas trocas de bola (à semelhança do encontro frente à Rep. Checa, mas ainda para pior) e raramente conseguimos criar perigo.
 
Na 2ª parte, aos 57’, o António Silva teve uma acção muito imprudente que resultou num penalty, que o Mikautadze concretizou para o 0-2. O Roberto Martínez lá foi fazendo substituições, mas nada resultou na prática. A selecção nunca se encontrou e nenhum dos não-habituais titulares aproveitou verdadeiramente a oportunidade.
 
Iremos amanhã defrontar a Eslovénia do Oblak nos oitavos-de-final e espera-se que esta táctica dos três centrais seja abandonada de vez. Parece-me que os jogos frente à Rep. Checa e Geórgia foram esclarecedores para isso. A derrota na 4ª feira serviu para arrefecer um pouco os ânimos, o que até poderá jogar a nosso favor. Pode ser que esta descida à terra nos permita melhorar a concentração competitiva e não tomar nada como garantido.

terça-feira, junho 25, 2024

Turquia – 0 – Portugal – 3

E “depois da tempestade veio a bonança”. Vencemos folgadamente a Turquia no passado sábado e conseguimos já o apuramento para os oitavos-de-final, no 1º lugar do grupo, logo à 2ª jornada. Se com os checos a exibição tinha deixado muito a desejar, frente aos turcos, em teoria mais difíceis, foi exactamente o oposto, com a selecção a voltar ao habitual 4-3-3 e a ganhar sem espinhas.

Claro que um golo relativamente cedo (21’) do Bernardo Silva e o 2-0 apenas oito minutos depois, num autogolo inacreditável do Akaydin (para mim, com culpas do guarda-redes que não o avisou que não estava na baliza), contribuíram imenso para isso, libertando os jogadores para mostrar toda a sua categoria. A seguir ao intervalo, o 3-0 logo aos 56’ através do Bruno Fernandes fechou definitivamente o jogo para nós. Quanto à Turquia, teve uma boa oportunidade ainda antes do nosso primeiro golo, mas depois foi completamente abafada.

Em termos individuais, destaque para a dupla Bernardo Silva – Bruno Fernandes, que deu show no meio-campo, para o pouquíssimo egoísmo do Cristiano Ronaldo no terceiro golo, a passar a bola ao Bruno Fernandes quando estava sozinho frente ao guarda-redes (foi de tal ordem inusitado, que até o Roberto Martínez elogiou no final do jogo...!), e para o Pepe que, apesar da sua provecta idade, não deixou nenhum turco passar por ele. Palavra igualmente para a estreia de dois dos nossos, António Silva e João Neves, no Europeu e para o Kökçü do outro lado, que só jogou meia parte. Do lado negativo, o Rafael Leão irá falhar a partida frente à Geórgia por ter visto o segundo amarelo, no segundo jogo, pela segunda simulação de uma falta... Comigo, estaria lixado...!

Espera-se rotação da equipa frente à Geórgia e que se estreiem alguns do que ainda não saíram do banco (João Félix e Gonçalo Ramos, por exemplo). Ainda não se sabe quem defrontaremos na fase seguinte, mas esta exibição elevou bastante os nossos níveis de confiança.

sexta-feira, junho 21, 2024

Portugal – 2 – Rep. Checa – 1

Entrámos a ganhar no Euro 2024 com uma enorme vaca na passada 3ª feira. Um golo aos 92’ safou-nos de uma estreia inglória, mas a exibição deixou muito a desejar e é bom que as coisas se alterem para os próximos jogos.
 
Com uma táctica de três centrais e dois jogadores no onze inicial que, somados, têm 80 anos(!) (é impossível não ser caso único na história de todas as grandes competições futebolísticas), entrámos a passo e a 1ª parte foi uma sensaborona pasmaceira. Os checos fecharam-se a sete chaves lá atrás, com dois autocarros, e nós nunca tivemos engenho e arte para os ultrapassar.
 
Na 2ª parte, lá acelerámos um pouco, mas foram os checos a inaugurar o marcador aos 62’ pelo Provod, num remate de fora da área, indefensável para o Diogo Costa. A nossa vaca começou logo no golo do empate, um autogolo do Hranac, que aconteceu pouco depois, aos 69’. Nem deu para ficarmos nervosos por estarmos em desvantagem. A entrada do Diogo Jota para o lugar do desinspirado Rafael Leão melhorou as coisas e foi este jogador a meter a bola na baliza já muito perto dos 90’, mas o lance foi invalidado por fora-de-jogo do Cristiano Ronaldo no cabeceamento ao poste, do que resultou a recarga vitoriosa do nº 21. O Roberto Martínez armou-se em Roger Schmidt e fez três substituições aos 90’(!), e foram dois desses jogadores a construírem o golo da vitória aos 92’: jogada de insistência do Pedro Neto na esquerda, novo falhanço do Hranac e remate certeiro do Francisco Conceição. Uma sorte inacreditável!
 
Houve várias coisas que não correram bem, mas sinceramente esta insistência na titularidade do Cristiano Ronaldo, com 39 anos, parece-me o maior problema. Não sei se é culpa dele, se são ordens do treinador ou se os colegas simplesmente ficam condicionados, mas parece que, com ele em campo, a primeira preocupação da equipa são os seus recordes. Já é o único jogador a participar em seis Europeus. Aparentemente ninguém irá descansar enquanto não for o único jogador a marcar em seis Europeus. Primeiro os seus recordes, depois os objectivos da selecção. Pode nem ser assim, mas francamente é o que dá impressão. Há um lance na 2ª parte em que o Bernardo Silva está em óptima posição para rematar e a preocupação foi colocar a bola no C. Ronaldo... Sintomático! É indiscutível que o C. Ronaldo é um dos melhores jogadores de todos os tempos, mas sempre foi um eucalipto e continuará sempre a ser até acabar a carreira. Que, por este andar, deve ser quando tiver 60 anos... It’s all always about him...!
 
A selecção precisa de se libertar das amarras de jogar para o C. Ronaldo. Porque ele não vai conseguir sozinho resolver este Europeu a nosso favor. Até pode ainda conseguir resolver um jogo ou outro (duvido, mas pronto...), mas para a totalidade da competição é preciso que os outros também entrem em campo... Coisa que parece que não acontece quando ele lá está.