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quinta-feira, julho 31, 2014

Agradável

Voltámos finalmente a vencer na pré-temporada no já clássico desta altura do ano frente ao Sion (2-0). Confirmámos algumas boas indicações deixada na Eusébio Cup, mas há que ter em conta que o opositor era bastante fraquito. No entanto, as vitórias são sempre bem-vindas e, se outros ficam eufóricos por ganharem a equipas com nome de tendões, ninguém nos pode recriminar por estamos satisfeitos.

Com uma série frenética de quatro jogos em cinco dias(!) e com vários lesionados (só estão 28 disponíveis, entre os quais alguns deles espero bem que não façam parte do plantel), na 1ª parte jogou uma equipa mais perto de ser titular e na 2ª outra. E a exibição das duas foi semelhante. Marcámos um golo em cada parte, pelo Jara e João Teixeira (primeiro golo com a camisola sénior do Benfica), mas curiosamente foram estes mesmos dois jogadores que falharam mais três clamorosas situações em que só tinham o guarda-redes pela frente (uma o argentino, duas o português). Apesar destes falhanços, voltei a gostar do João Teixeira, desta feita a jogar a oito, o Ola John está definitivamente com outra entrega e um novo espírito, o Bebé já foi mostrando qualquer coisita, e o Talisca confirma-se como um bom jogador. O Derley falhou uma cabeçada isolado e continua sem se estrear a marcar, e o Eliseu ainda mostra falta de ritmo, além de que me parece algo pesado. Quanto aos velhos, destaque para as acelerações do Salvio e o Gaitán a cair muitas vezes na posição que faz jus ao número da camisola que agora enverga.

Os três próximos jogos serão bastante mais difíceis e vamos ver se a equipa confirma esta aparente subida de forma. A Supertaça está a 11 dias de distância.

domingo, julho 27, 2014

Eusébio Cup

Perdemos com o Ajax (0-1) na sétima edição da Eusébio Cup, mas fizemos a nossa melhor exibição até ao momento. É certo que a contabilidade não é nada famosa (três derrotas em quatro jogos), mas nesta partida a equipa mostrou claras melhorias que espero se confirmem nos próximos jogos.

Tivemos algumas oportunidades na 1ª parte, mas sofremos o golo já perto do intervalo (41’). Na 2ª parte, pensei que jogássemos pior, já que iria haver várias substituições, mas continuámos a fazer um futebol relativamente agradável, se descontarmos o item “remate à baliza”. Teremos quatro jogos durante a próxima semana, onde se aguarda que este problema comece a ser resolvido. De preferência, sem ter o Jara a marcar penalties, porque sinceramente não me lembro da última vez que vi um penalty ser agarrado pelo guarda-redes (já agora, não era o Derley a marcar os penalties no Marítimo…?)

Gostei bastante do Talisca (duas aberturas fenomenais e grande influência no nosso jogo atacante), do Salvio e do Ola John, que é bom que tenha consciência que será o terceiro extremo (ou segundo, se o Gaitán sair) e portanto se dedique um pouco mais do que na época passada. O César fez a pior exibição até agora e está ligado ao golo, mas continuo a ter esperanças nele. Finalmente o Gaitán lá ficou com a camisola 10, o que espero seja um estímulo para ficar… O Cardozo esteve melhor do que nos últimos jogos (se o pontapé de bicicleta tem entrado…) e espero que seja sintoma de subida progressiva. Estrearam-se o Eliseu e o Bebé, mas não fizeram nada de relevante.

Era bom que conseguíssemos fechar o plantel o mais cedo possível (a propósito, vi umas imagens do Romero na Sampdória que me fizeram lembrar o Roberto… Espero que a culpa fosse do cabelo, que entretanto foi cortado…), porque o início da época oficial está quase aí. Sion, Athletic Bilbao, Arsenal e Valência serão os adversários que se seguem, e certamente não iremos ter jogos fáceis.

quinta-feira, julho 24, 2014

Nova derrota

Perdemos com o Marselha (1-2) no terceiro jogo de pré-temporada. Ainda conseguimos sair na frente do marcador (golo do Gaitán), mas erros defensivos custaram-nos a vitória. Apresentámos naturalmente a melhor equipa do momento, mas é bom que venham reforços porque se voltou a verificar que a grande vantagem da época passada (um banco de luxo) é apenas uma miragem este ano.

Não há muito a dizer de diferente acerca desta partida por comparação com as anteriores. Os novos jogadores voltaram a evidenciar as mesmas qualidades e os mesmos defeitos da Taça de Honra. Continua a parecer-me que o César será o companheiro natural do Luisão na defesa (jogou o Sidnei, que até está com um número na camisola – 26 – que poderá querer dizer que é para ficar no plantel, mas só daqui a menos 10 kg é que valerá a pena falar dele), o Benito esteve regular (mas a contratação do Eliseu poderá significar a sua ida para o banco) e o Talisca melhorou nas bolas paradas (o que já não é mau nesta fase). Na 2ª parte, entrou o João Teixeira que, apesar de revelar naturalmente excessos de juventude (sair com a bola controlada no nosso meio-campo, quando se está rodeado de adversários, não será a melhor das ideias), continua a ser dos que mais me impressionou até agora. Ao invés, o Luís Felipe parece mesmo preencher a “quota Cortez” do plantel (a sério, se é para ser substituto do Maxi Pereira não temos já lá o João Cancelo, que está longe de ser um génio, mas ao menos é da casa, e o André Almeida – já para não falar do Sílvio…?!), o Derlei passou muito ao lado do jogo (e mostrou algumas dificuldades na recepção da bola) e o Jara resolveu agredir um adversário no início da 2ª parte fazendo-nos jogar com 10 até final.

Podemos sempre olhar para isto como o copo meio-cheio ou meio-vazio: faltam muitos titulares (Luisão, Maxi, Fejsa, Enzo Pérez, Salvio, mais um guarda-redes), o que só por si é mais de meia-equipa, e mais dois ou três reforços, mas o que é certo é que a época oficial está a começar daqui a pouco mais de 15 dias e o que apresentámos até agora é bastante fraquito. Já agora, gostaria de a começar com um título oficial e com algo que não acontece há 10 anos: ganhar na 1ª jornada!

segunda-feira, julho 21, 2014

Taça de Honra AFL

Vencemos o Estoril por 1-0 e perdemos na final contra a Naval, perdão, a lagartada por 0-1. Foram os dois primeiros jogos da pré-temporada e não se pode dizer que as perspectivas sejam as melhores. Ao de dia de hoje, temos uma razia de cinco titulares da época passada (Oblak, Garay, Siqueira, Markovic e Rodrigo) e, por enquanto, nenhum dos que chegaram estão à altura deles. Como o dia 31 de Agosto ainda está muito longe, resta-nos rezar a todos os santinhos para que as perdas fiquem por aqui, porque, caso saiam o Gaitán e/ou principalmente o Enzo Pérez, eu nem quero pensar no que para aí vem…

Na partida frente aos canarinhos, ganhámos com um golo de cabeça do Talisca depois de um bom centro do Benito e, curiosamente, a 1ª parte com muitos dos reforços foi mais interessante do que a 2ª com os jogadores da época passada. Frente à Naval, perdão, à lagartada já actuámos com a melhor equipa neste momento (em que faltam os mundialistas e os lesionados) e a exibição foi sofrível, apesar de ter sido um jogo bem disputado, especialmente na 1ª parte.

Na pré-temporada, os olhos estão invariavelmente postos nos novos jogadores e destes o que melhor impressão me deixou foi o César, defesa-central, que é rápido sobre a bola e impõe algum respeito na sua zona de acção. Também gostei do Benito, defesa-esquerdo, que me parece raçudo e aparentemente com qualidade nos centros. O Talisca, apesar do golo no primeiro jogo, passou completamente ao lado da partida frente à Naval, perdão, à lagartada. É um jogador a rever, embora seja prematuro estarmos a atirar para os ombros de um miúdo com 20 anos (é o que diz o BI, espero que não seja outro Ednilson…), acabado de chegar, a responsabilidade de organizar o nosso jogo atacante. Além disso, deverá melhor substancialmente os cantos e os livres curtos, porque para aí de 20 nos dois jogos terá acertado cerca de dois. O Derlei não me parece mau (boas tabelinhas e movimentação interessante no primeiro jogo), mas ainda se está a adaptar ao nosso estilo de jogo. Quem me impressionou mais foi o João Teixeira, trinco vindo directamente dos juniores, apesar de ter tido o grande azar de o golo da Naval, perdão, da lagartada ter resultado de um erro clamoroso seu. Mas revelou personalidade, não deixou os adversários em paz e ainda tentou colocar a bola na frente com critério. Quanto aos “esquece, não vai dar”, temos o Jara, que já conhecíamos, mas que voltou basicamente na mesma e o Luís Felipe, defesa-direito. Aliás, bastaria esta combinação “Luís Felipe + defesa-direito” para nós sabermos que dali não viria nada de bom. Se é para ser suplente do Maxi, já lá temos o André Almeida, Sílvio (quando regressar) e João Cancelo. Ir buscar um brasileiro que não joga desde Novembro só se justifica pela quota de ter sempre que ter um Cortez no plantel todos os anos…

Dos velhos, não desgostei do Ola John, que aparentemente revela mais vontade de correr e de se aplicar, o Gaitán é um artista, mas deveria perceber que o adorno dos lances só costuma resultar já bem dentro da época, o Cardozo continua na senda da parte final da época passada, o que é deveras preocupante, o Artur mostra novamente que precisamos MESMO de um guarda-redes para ser titular de caras e o Lima não teve grandes oportunidades de brilhar.

Enfim, veremos o que os próximos jogos perante adversários bem mais difíceis (Marselha, Ajax, Arsenal e Valência) nos irão mostrar, mas por enquanto isto não está nada famoso...

sexta-feira, julho 04, 2014

R.I.P. Rui Tovar (Instantâneos V)

Recupero aqui uma das rubricas esquecidas do blog por um péssimo motivo. Faleceu ontem uma grande figura do jornalismo desportivo português e um senhor que está nas minhas memórias desde sempre, ou não me tivesse eu habituado a vê-lo a apresentar os resumos dos jogos na RTP desde que me conheço. Há relativamente pouco tempo conheci-o pessoalmente, falei com ele um par de vezes (a última das quais, por mero acaso, em plena cidade de Turim em Maio passado) e fiquei sempre com a impressão de uma pessoa de excelente trato, muito cordial, um verdadeiro gentleman, e com uma cultura desportiva e futebolística muito acima da média. Uma verdadeira enciclopédia ambulante, que nunca precisou de ser colocar em bicos de pés e utilizar metáforas ridículas para sobressair nos comentários que fazia.

A sua sobriedade e a sua competência vai fazer-nos muita falta, e daqui envio um voto de enorme pesar para a família, em especial para a mulher e para o filho, que já está a continuar o legado do pai no que toca a ser uma enciclopédia futebolística (para quem não sabe, o Rui Miguel Tovar é o autor dos “Almanaques” dos três grandes, verdadeiro serviço público para os adeptos respectivos).