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quinta-feira, dezembro 14, 2023

Milagre justo

Vencemos em Salzburgo por 3-1 na 3ª feira e qualificámo-nos para o play-off da Liga Europa. Com o golo da qualificação a ser marcado já em tempo de descontos, percebe-se bem que foi um apuramento tirado a ferros. De um modo bem escusado, frise-se, dado que a nossa superioridade foi evidente durante praticamente toda a partida e só uma extrema aselhice na concretização (Rafa outra vez...) nos impediu de ter um jogo descansado. 

Com o António Silva castigado, o Roger Schmidt lançou o Tomás Araújo no lugar dele, mantendo o Aursnes na direita e o Morato na esquerda. A ter de vencer por dois golos de diferença, não começámos muito bem a partida e foi o Salzburgo a circundar primeiro a nossa baliza, porém sem criar grande perigo para o Trubin. Foi até nossa a primeira grande oportunidade, com o Rafa isolado pelo Tengstedt a rematar por cima, quando só tinha o guarda-redes pela frente. Assumimos o domínio do jogo e inaugurámos o marcador aos 32’ num canto directo do Di María. O árbitro ainda demorou um pouco a validar o golo e confesso que não percebi a razão. Faltava um golo para ficarmos em posição de apuramento e ele surgiu em cima do intervalo (46’) pelo Rafa, depois de uma bola recuperada pelo João Neves ter ido para o Di María e este ter assistido brilhantemente o nº 27 que, desta vez, não perdoou, com um remate cruzado de pé direito. Para a 2ª parte, o Schmidt trocou o inoperante Tengstedt pelo Musa e viu-se logo a diferença. Ao invés da 1ª parte, entrámos muito bem na 2ª e poderíamos (deveríamos!) ter fechado a eliminatória logo nos minutos iniciais. Houve um remate relativamente perigoso do Kökçü, outro do Di María, mas foi o Rafa a ter a perdida mais escandalosa com um remate a meio da pequena-área(!) que acertou no guarda-redes! Inacreditável! Como geralmente acontece nestes casos, não fechámos o jogo e sofremos o 1-2 aos 57’ num remate de fora da área do Susic, que ainda desviou na perna do Tomás Araújo e não deu hipóteses ao Trubin. Tentámos reagir e lá tivemos a sacramental bola no poste, novamente do Otamendi (tal como frente ao Farense), com o Salzburgo em definitivo remetido ao seu meio-campo e a tentar sair em contra-ataque. Aos 68’, o Schmidt lá tomou consciência que, se calhar, era melhor fazer algo a partir do banco e colocou o Gonçalo Guedes. O meu coração parou durante uns segundo até ver que quem saía... não era o João Neves (estava a ser dos melhores, para variar...), mas sim o Kökçü. Logo a seguir à substituição, o Di María veio da direita para o meio, rematou em arco, mas outra vez bola no poste! O Rafa voltou a estar na cara do guarda-redes, mas permitiu a defesa do Schlager para canto, quando já tinha tido um remate de pé esquerdo de primeira, à vontade na área, que saiu por cima, depois de um centro do Morato (possivelmente o único de jeito que fez). O Salzburgo ainda ia assustando no contra-ataque, mas o Schmidt continuava com substituições para fazer... e nada! Tinha o Jurásek no banco que poderia ter entrado para o lugar do Morato para dar mais profundidade na esquerda e o sempre esquecido Tiago Gouveia, mas nada...! Até que em cima dos 90’ colocou o Arthur Cabral no lugar do João Mário e foi este o herói improvável do jogo. Foi aos 92’ que o João Neves fez uma abertura brilhante na direita para o Aursnes, que fez um cruzamento rasteiro para a área, onde o Arthur Cabral, de calcanhar(!), atirou para o fundo das redes. Depois de tentar de rabo frente ao Moreirense, e de bicicleta contra o Farense, foi de calcanhar que conseguiu marcar. Foi o delírio e a reposição da justiça no marcador. Depois do golo, o Schmidt colocou logo (e bem) o Florentino para fechar o meio-campo e até final ainda tivemos o Di María a proporcionar nova defesa ao guarda-redes. 

Em termos individuais, destaque claro para o Di María, que esteve em dois dos nossos golos e ainda atirou uma bola ao poste. Jogo monstruoso também do João Neves, que, vá lá, desta vez conseguiu fazer os 90’...! O Rafa marcou um golo, mas falhou outros quatro, portanto à semelhança do Farense não pode ter nota muito positiva. Na defesa, o Tomás Araújo cumpriu bem e não se notou muito a falta do António Silva. Quanto aos menos, o João Mário tem, como habitualmente, lugar cativo nesta categoria, o Morato terá feito dos jogos mais desastrados pelo Benfica e o Tengstedt também passou muito ao lado do jogo. Aliás, não percebo qual é a dúvida do Schmidt quanto ao avançado: dos três, o Musa é claramente o menos mau! Em relação ao Arthur Cabral, espero sinceramente que isto seja o wake-up call dele.

Livrámo-nos da vergonha que seria assistir à Europa no sofá em 2024. Voltámos a fazer uma boa exibição, mas esta pouca eficácia na concretização tem de melhorar rapidamente, porque nos ia novamente saindo muito cara...! Veremos quem nos calha em sorteio na 2ª feira, mas estando na Liga Europa é óbvio que temos de ter como objectivo chegar à final.

sábado, dezembro 02, 2023

Impensável

Empatámos na 4ª feira em casa frente ao Inter Milão (3-3) e teremos agora de ir ganhar por dois golos de diferença a Salzburgo para continuarmos na Europa no novo ano. Depois de chegarmos ao intervalo a ganhar por 3-0, é óbvio que este resultado é uma tremenda desilusão, que ainda poderia ter sido pior dado que os italianos atiraram uma bola ao poste perto do final...
 
A nossa 1ª parte foi de sonho com um hat-trick do João Mário, o primeiro da carreira dele e o primeiro de um jogador do Benfica neste formato da Champions. Foram golos aos 5’, 13’ e 34’, com tripla assistência do Tengstedt. Os italianos, a alinhar com uma equipa B por causa do campeonato, foram totalmente surpreendidos com esta nossa postura e, à excepção de um lance em que o Arnautovic apareceu isolado frente ao Trubin, com este a fazer bem a mancha, não criaram perigo para a nossa baliza.
 
Confesso que ao intervalo me lembrei deste jogo frente ao Besiktas, em que desbaratámos uma vantagem de três golos, mas como este era em casa acreditei que isso não se voltasse a repetir. Puro engano! O treinador do Inter Milão não fez substituições ao intervalo, mas deve ter feito uma lobotomia aos seus jogadores que se transfiguraram na 2ª parte. Marcaram dois golos em sete minutos (51’ e 58’) pelo Arnautovic e Frattesi, e logo aí se percebeu que estávamos em muito maus lençóis. Do nosso banco, não vinha nada que pudesse ajudar a equipa, que deixou de conseguir criar tanto jogo ofensivo, mas mesmo assim o Tengstedt falhou o quarto golo ao permitir a intervenção de um defesa quando só tinha o guarda-redes pela frente. Os italianos lá iam fazendo substituições e refrescando a equipa, fazendo entrar os titulares, enquanto do nosso banco... nada! Até que aos 72’, o letão Sr. Andris Treimanis não assinala uma falta claríssima do Alexis Sánchez sobre o João Neves quase à entrada da área do Inter Mião e assinala outra muito duvidosa do Otamendi sobre o Thuram na nossa área no contra-ataque que se seguiu. Um autêntico ROUBO de igreja! No respectivo penalty, o Alexis Sánchez atirou para o lado contrário do Trubin e fez o 3-3. Continuo sem perceber a razão pela qual o nosso guarda-redes não se atira só depois de ver para onde a bola vai, porque com a sua altura ou o remate é muito colocado ou terá grandes hipóteses de defender o penalty. Como aconteceria neste caso. Aos 79(!), o Roger Schmidt lá se lembrou que havia um banco de suplentes, mas tirou o Florentino (é sempre a primeira opção para sair) e o Tengstedt para entrar o Kökçü e o Musa. Sem o Florentino em campo, deixamos de recuperar bolas tão à frente, mas claro que o nosso treinador nunca vê isso. Até final, ainda deu para o António Silva ser expulso por indicação do VAR, o croata Sr. Ivan Bebek, noutra decisão inacreditável, para o Inter Milão atirar ao poste mesmo em cima do apito final e para o Roger Schmidt perder tempo(!) com duas substituições aos 98’... Passei-me completamente com isto!
 
Em termos individuais, destaque para os três golos do João Mário e para as três assistências do Tengstedt, mas o melhor do Benfica para mim foi de longe o João Neves, que encheu o campo todo. Ao invés, os dois maiores desequilibradores do plantel, o Rafa e o Di María, estão a milhas da sua melhor forma, mas parece que têm sempre lugar cativo, assim como o João Mário, que marcou três golos, mas voltou ao seu apagançohabitual na 2ª parte...
 
Sem o António Silva, a precisar de marcar dois golos e sem ter os nossos adeptos na bancada (por causa do que uns acéfalos fizeram em San Sebastián), não teremos tarefa fácil na Áustria. No entanto, é bom que os jogadores do Benfica se mentalizem que seria PÉSSIMO para o clube estar a assistir no sofá às competições europeias no início de 2024...
 
P.S. – Sendo inconcebível que tenhamos deitado à rua uma vantagem de três golos, não deixar de ser assinalável que, em quatro jogos em dois anos frente a estes tipos, tenhamos sido roubados pela... quarta vez! O que em jogos tão equilibrados (uma derrota pela margem mínima e dois empates) é obviamente significativo.

sexta-feira, novembro 10, 2023

Derrocada

Caímos com estrondo na Champions, com a quarta derrota consecutiva, em San Sebastian frente à Real Sociedad (1-3) na 4ª feira. No entanto, dado que à meia-hora de jogo, já tínhamos levado três, mais dois anulados e um penalty falhado, até que o resultado acabou por não ser mau de todo... Depois do brilharete do ano passado até aos quartos-de-final, estávamos longe de pensar que iríamos passar por este pesadelo. Temos ainda uma hipótese de chegar à Liga Europa, dado que o Inter Milão ganhou em Salzburgo, mas teremos de ganhar os dois próximos jogos.
 
Mantendo a táctica dos três centrais, o Schmidt só trocou de avançado em relação a Chaves: saiu o Gonçalo Guedes e entrou o Arthur Cabral. A nossa 1ª parte foi absolutamente catastrófica! Sofremos golos aos 6’ (Merino), 11’ (Oyarzabal) e 21’ (Barrenetxea), vimos outros dois invalidados aos 15’ e 19’, e tivemos um penalty contra que foi ao poste aos 29’! Ou seja, a todos nós passou o fantasma de Vigo pela cabeça...! À passagem da meia-hora, o Schmidt tirou o amarelado Florentino (culpado no segundo golo por um péssimo atraso) e colocou o Jurásek, mudando o Aursnes para a direita e o João Neves para o meio. A sangria felizmente estancou, até porque os bascos tiraram um pouco o pé do acelerador.
 
Na 2ª parte, marcámos o nosso primeiro golo na Champions deste ano através do Rafa logo aos 49’, depois de assistência do Otamendi. O mesmo Otamendi teve um remate perigoso fora da área, mas foi defendido para canto pelo guarda-redes Remiro. No entanto, não conseguimos fazer mais nada de relevante e nunca revelámos capacidade de fazer perigar a vantagem dos bascos. Do outro lado, eles não tiveram a mesma intensidade da 1ª parte e não causaram tantos estragos à baliza do Trubin.
 
Com uma exibição destas, seria até ofensivo estar a destacar alguém. Iremos receber a lagartada no domingo com a equipa completamente esfrangalhada, sem sistema táctica e com muitos jogadores fora de forma. Teme-se o pior.
 
P.S. – Como se não bastasse a exibição miserável no campo, nas bancadas ainda aconteceu pior: uma cambada de acéfalos atirou novamente tochas contra os adeptos contrários, à semelhando do que fizeram em Milão na época passada. Muito dificilmente escaparemos a uma interdição da Luz. Eu juro que não entendo isto! Depois de todos os avisos que se fizeram, depois de termos sido proibidos de ter adeptos em Milão, há autênticos erros da humanidade que ainda fazem isto! Claramente gentalha que está uns quantos passos atrás em termos da evolução da espécie. Parece que se já conseguiu identificar alguns deles e, se assim for, espero que sejam banidos de vez dos estádios de futebol e que, se forem sócios, sejam naturalmente expulsos! Não podemos continuar a compactuar com esta escória!

quinta-feira, outubro 26, 2023

Equívocos

Perdemos na 3ª feira frente à Real Sociedad na Luz (0-1) e só um milagre nos fará passar à próxima fase da Champions. Aliás, sinceramente, neste momento estou mais preocupado em mantermo-nos nas competições europeias do que propriamente irmos aos oitavos da Liga dos Campeões. Depois de duas épocas consecutivas em que chegámos aos quartos-de-final da maior prova de clubes do mundo, a perspectiva de sairmos da Europa em Dezembro é uma enorme desilusão.
 
Há jogos em que ganhamos e não merecemos, há jogos em que perdemos e devíamos ter ganho, e depois há jogos como este em que perdemos e bem. Para colocar as coisas em modo muito simples: sim, levámos um banho de bola dos bascos! Com o Kökçü recuperado de lesão, mas no banco, o Schmidt apostou no Aursnes e João Neves no meio-campo, com o João Mário na esquerda e o David Neres na direita (o Di María também estava lesionado). Na frente, esteve o Musa com o Rafa. Ou seja, o problema começou logo na constituição inicial: o Aursnes não joga a seis há séculos e, para não variar, não tínhamos ninguém para correr atrás do adversário e tentar roubar bolas. A Real Sociedad manobrou sempre muito à vontade no nosso meio-campo e não se percebe esta não-utilização do Florentino em jogos como este. Florentino, esse, que recordemos liderou as intercepções de bola na Champions do ano passado (sim, eu sei, não jogou nada bem no Estoril, mas também quem é que jogou bem nesse jogo? Além de que esta era uma partida com características muito diferentes das da Amoreira). E era tão fácil resolver isto: Florentino no meio e Aursnes no lugar onde mais se salientou na temporada passada, o lado esquerdo do meio-campo, que teria tido igualmente a enorme vantagem de não termos de levar com a lesma do João Mário. Praticamente não conseguimos criar perigo na 1ª parte, excepção a um golo anulado por fora-de-jogo do Rafa. Do outro lado, também houve um golo anulado, mas a Real Sociedad esteve sempre muito mais perto da nossa baliza.
 
Para a 2ª parte, era obrigatório uma melhoria do nosso lado. É certo que o Schmidt fez mudanças, mas colocou o Kökçü no lugar do João Mário e o Arthur Cabral no do Musa. Passámos a jogar num 4-3-3 com o turco na posição seis, ladeado pelo Aursnes e João Neves, e a inutilidade ambulante do Arthur Cabral na frente, quando o Musa até estava a dar luta aos defesas, ganhando algumas bolas de cabeça, mas sem ter praticamente jogo nenhum a chegar-lhe em condições. Ou seja, não se justificava de todo que fosse substituído! Ora bem, foi pior a emenda do que o soneto: o Kökçü era um passador a meio-campo, porque não só não tem características para jogar naquela posição, como também me pareceu estar longe dos 100% em termos físicos. O inevitável golo da Real Socidad surgiu aos 63’, num lance em que o Bah não fez tudo o que estava ao seu alcance e depois o Brais Méndez só teve de encostar. Pouco depois, ainda vimos uma bola rematada pelo japonês Kubo embater na nossa barra e só com a entrada do Tiago Gouveia a vinte minutos do fim agitámos um pouco as águas, mas sem nunca conseguirmos remeter os espanhóis à sua área, nem criar lances de golo iminente.
 
Ninguém merece um destaque individual, porque foi tudo demasiado mau. Mesmo assim, foram os miúdos da formação (António Silva, João Neves e Tiago Gouveia) quem se mostrou mais informado. Sinceramente, não percebo algumas das opções do Schmidt, que me parecem perfeitamente injustificadas com aquilo que vamos vendo em campo: já não é só a ausência do Florentino, é a insistência em fazer o Aursnes saltar entre várias posições no mesmo jogo (acabou este a defesa-direito!) e a nunca sair mesmo se estiver a jogar mal, esta entrada do Arthur Cabral não lembrou ao diabo, o Gonçalo Guedes no banco o tempo todo é inexplicável, enfim, toda uma série de equívocos que terão de ser corrigidos rapidamente, sob pena de termos aqui uma reedição da segunda temporada do Bruno Lage: depois de uma primeira brilhante, espalhámo-nos ao comprido com estrondo.
 
É que não são só os zero pontos ao fim da 3ª jornada. Temos igualmente zero golos marcados em 270’ de futebol! Ou arrepiamos caminho rapidamente ou arriscamo-nos a igualar aquela temporada ignóbil do Rui Vitória das seis derrotas na Champions.

quinta-feira, outubro 05, 2023

Justo

Perdemos na 3ª feira em Milão (0-1) frente ao Inter e continuamos com zero pontos na Liga dos Campeões desta temporada. Depois de uma 1ª parte, em que tivemos algum domínio, embora sem criar grandes oportunidades de golo, fomos completamente arrasados na 2ª e o resultado só peca por escasso.
 
O Schmidt surpreendeu na equipa inicial, com a estreia absoluta do Bernat na lateral esquerda e a subida do Aursnes para o meio-campo em detrimento do Musa, tendo o ataque móvel sido entregue ao David Neres, Rafa e Di María. Esta táctica de não alinhar com um ponta-de-lança não resultou na 1ª parte na Supertaça (e eu estava muito céptico em relação a ela), mas não correu assim muito mal pelo menos nos primeiros 45’. Já a não-presença do Florentino no onze, numa partida com estas características, é algo que não compreendo. O Inter Milão jogou à italiana na 1ª parte, tendo-nos dado a bola, mas criado perigo em transições rápidas, com o Dumfries a falhar um par de oportunidades. Nós só tivemos uma verdadeira ocasião, pelo Aursnes depois de um lançamento lateral, em que aproveitámos a desconcentração deles, mas o Sommer defendeu bem para canto. Quase a meio da 1ª parte, tivemos o contratempo da lesão do Bah, que foi substituído na lateral direita pelo central Tomás Araújo (não se arranjou um concorrente directo para o dinamarquês e depois é isto...).
 
Na 2ª parte, fomos autenticamente massacrados pelos italianos. E devemos ao Trubin termos saído de Milão só com um golo sofrido, dado que só à sua conta deve ter salvado uns três golos certos, dois deles ao Lautaro Martínez, que não só viu também o Otamendi cortar um remate dele que ia entrar na baliza, como ainda atirou mais duas bolas aos ferros! Só aqui estaria uma meia-dúzia de golos na nossa baliza. Acabou por só entrar um, aos 62’, pelo Marcos Thuram a rematar de primeira depois de um centro atrasado do Dumfries na direita, num lance no limite do fora-de-jogo. Apesar de estarmos a ser completamente empurrados para trás desde o início da 2ª parte, o Schmidt só mexeu na equipa depois de sofrer o golo. E voltou a cometer o erro de não colocar o Florentino, mas sim o Chiquinho. Ou seja, continuámos sem conseguir parar a avalanche italiana, mas verdade seja dita nenhuma das outras substituições resolveu grande coisa, mesmo tendo nós terminado o encontro com dois pontas-de-lança (Musa e Arthur Cabral). Mesmo assim, o Arthur Cabral rematou ao lado num lance em que deveria ter feito melhor, depois de ser assistido pelo Neres.
 
Em termos individuais, o Trubin está no bom caminho no seu processo de des-robertização, tendo sido indiscutivelmente o nosso melhor jogador. O David Neres na 1ª parte ainda deu um ar de sua graça, mas tal como o resto da equipa afundou-se depois do intervalo. O Bernat é bom jogador, mas nota-se uma natural falta de ritmo. (Já agora, estando ele livre para que é que se foi gastar 14M€ no Jurásek...?) Outro que tem de jogar mais nestes jogos é o Kökçü, até pelo preço que custou. O João Neves tem uma capacidade de luta inacreditável, mas perante estas equipas mais possantes às vezes perde-se um pouco. O Rafa e o Di María já estiveram em melhor forma, mas quem me começa a preocupar verdadeiramente é o Arthur Cabral, que parece completamente um peixe fora de água...
 
O próximo encontro frente à Real Sociedad vai ser decisivo. Ou ganhamos ou estaremos fora da Champions. Aliás, nos dois jogos contra eles, teremos de conseguir pelo menos quatro pontos. Mas antes disso há que voltar a concentrar-nos no campeonato, com a ida ao Estoril já neste fim-de-semana.

ADENDA: alertado por um comentário, OBVIAMENTE que faço aqui um mea culpa por não ter referido o penalty sobre o David Neves na 1ª parte, quando ainda estava 0-0, num lance em que não se compreende como o VAR (Rob Dieperink) não alertou o árbitro (Danny Makkelie) de tão evidente que ele é nas imagens. Ficam aqui os respectivos nomes deste holandeses para memória futura. Aliás em três jogos frente ao Inter Milão, fazemos o pleno de três penalties que ficaram por assinalar, um em cada um deles. Inacreditável!

sábado, setembro 23, 2023

Em falso

Perdemos na passada 4ª feira em casa frente ao Salzburgo (0-2) na estreia da Champions desta temporada. Uma semana de loucos em termos de trabalho não me permitiu escrever mais cedo acerca deste jogo. Mas também não é que houvesse uma enorme vontade de discorrer sobre esta tremenda desilusão.

Perante possivelmente o adversário mais acessível do grupo, não poderíamos ter entrado pior: o Trubin saiu pessimamente dos postes num canto e acertou com os punhos na cabeça de um avançado, fazendo naturalmente penalty logo aos 2’. Valeu-lhe o facto de o Konate ter atirado por cima. Respondemos razoavelmente bem, com o João Mário a rematar e a bola a embater na mão de um adversário (para mim, é penalty, mas o árbitro assim não considerou). Logo a seguir, o mesmo João Mário atirou ao poste numa boa combinação ofensiva. No entanto, aos 13’ foi o António Silva a colocar a mão na bola depois de ela ter embatido no poste, na sequência de um lance que se iniciou com um péssimo passe atrasado do Bah. Vermelho directo e 0-1 para o Salzburgo num penalty do Simic. O Roger Schmidt sacrificou o João Mário para fazer entrar o Morato e compor o quarteto defensivo. Mesmo com 10, ainda tivemos algumas oportunidades, com o Di María a fazer o guardião contrário Schlager brilhar num canto directo. Em cima do intervalo, foi o Musa a ter uma boa jogada, mas o remate saiu muito ao lado. Com um pouco mais de manha, o croata poderia ter-se deixado cair quando foi empurrado e eventualmente teria ganho um penalty.

Logo no início da 2ª parte, foi o mesmo Musa a ter um remate cruzado, que o Schlager voltou a defender. No entanto, aos 51’ as coisas complicaram-se ainda mais com um mau passe do Morato na saída para o ataque a resultar no 0-2 para o Salzburgo através do Gloukh que só teve de encostar depois de assistido pelo Simic, num lance de dois contra o guarda-redes, dado que o Aursnes também falhou a intercepção. O Musa ia tentando, mas o guarda-redes adversário revelava-se um dos melhores em campo, tendo igualmente defendido quase em cima da linha um cabeceamento do João Neves num canto. O Roger Schmidt demorou muito a voltar a mexer na equipa e teve de ouvir o estádio quase todo a gritar pelo David Neres a determinada altura do jogo. Finalmente lá entrou, para o lugar do Di María, mas o jogo estava irremediavelmente perdido.

 

Em termos individuais, o Musa foi o melhor do Benfica. Muito trabalhador, muito rematador (nem sempre com grande pontaria), neste momento é um indiscutível da equipa. O Rafa, enquanto teve discernimento, também foi dos que mais tentou rematar contra o estado das coisas. O Di María esteve melhor na 1ª do que na 2ª parte e vai perdendo discernimento à medida que vai baixando fisicamente. Quanto aos que se evidenciaram pela negativa, o Bah está numa forma péssima e espero bem que o Trubin confirme rapidamente o seu (suposto) valor, porque neste jogo tive visões do fantasma do Roberto... Não é só o penalty por socar a cabeça de um adversário, como principalmente outro lance na 1ª parte, em que falhou redondamente a intercepção a um cruzamento, que só não resultou em golo por inépcia do adversário. Não tivemos nenhum problema na baliza durante quase seis anos, temo muito que tenhamos arranjado um agora. Contratámos o Trubin para fazer concorrência ao Vlachodimos, porque o Samuel Soares não servia. Gerimos muito mal o que se passou com o grego e agora temos o Samuel Soares a fazer concorrência ao Trubin... Ou seja, ou o ucraniano entra rapidamente nos eixos, ou criámos aqui um enorme problema.

 

Perante este resultado desastroso, valeu-nos o empate no outro jogo entre a Real Sociedad e o Inter Milão (1-1). Na próxima jornada, iremos a Milão e, se quisermos ter hipóteses de seguir em frente, não podemos perder.