origem
Mostrar mensagens com a etiqueta Mundial 2022. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Mundial 2022. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, dezembro 12, 2022

Portugal – 0 – Marrocos – 1

Fomos eliminados do Mundial 2022 pela selecção marroquina no passado sábado. Daqui a alguns anos, quando alguém perguntar como foi a nossa participação neste Mundial, vamos ter de dizer “fomos eliminados nos quartos-de-final por Marrocos”. Da mesma maneira que, se nos perguntarem hoje pelo Euro 2004, teremos de dizer que “fomos derrotados, em casa, pela Grécia. Por duas vezes!” Grécia que hoje nem marca presença nos Europeus e Mundiais. Como provavelmente acontecerá com Marrocos (somente em relação aos Mundiais, claro está) num futuro próximo. Não está em causa o bom torneio que os marroquinos estão a fazer, em que têm apenas um golo sofrido (e autogolo), nem o mérito de terem sido melhor do que os espanhóis nos penalties (sim, a Espanha não perdeu com eles nos 90’). Está em causa o facto de a selecção portuguesa ser infinitamente superior e não ter sabido demonstrar isso em campo. Isso é que é inadmissível!
 
Um resultado pode esconder muita coisa. Pode ser sido devido a uma incrível dose de azar, a ser terrivelmente prejudicado pela arbitragem, ao adversário ser claramente superior, enfim, you name it. Nada disto aconteceu neste jogo: perdemos porque tivemos um “Fernando Santos vintage” durante toda a 1ª parte. Como tivemos frente ao Gana. E ao Uruguai. A nossa sorte é que eles não marcaram primeiro do que nós. Como os marroquinos. Mesmo contra a Suíça, o jogo estava muito equilibrado, até o Gonçalo Ramos ter tirado aquele coelho da cartola, que desbloqueou o jogo. E, para os poucos que por esta altura ainda não saberão, o que é o “Fernando Santos vintage”? É este futebol medroso, com um pavor cénico do que possa acontecer, que resulta numa lentidão exasperante de processos, sem arriscar minimamente, o que faz com que se possa trocar de posição o ‘r’ com o ‘d’ na palavra ‘medroso’, que este tipo de futebol ainda fica mais bem definido. Oferecemos a 1ª parte. Literalmente. O adversário marcou num enorme frango do Diogo Costa aos 42’ e a coisa ficou feita. Tivemos de correr atrás do prejuízo e aí faltou o discernimento, que, verdade seja dita, raramente temos nestas ocasiões. Junte-se a isso uma bola no poste do Bruno Fernandes, um outro remate deste a rasar o poste e outro do João Félix para grande defesa do guarda-redes, e o resultado foi termos perdido um jogo que nunca deveríamos ter perdido desta maneira.
 
Espero que esta campanha signifique o fim do Fernando Santos à frente da selecção. Obviamente. Deu-nos um campeonato da Europa e uma Liga das Nações e estar-lhe-emos eternamente gratos por isso. Mas a gratidão não pode fazer com que agora tenha de continuar até ele querer. Porque já não dá mais. Com os jogadores que temos, apresentar este ‘futebol’ é um insulto a todos nós. A quem também devemos estar gratos, mas também já não dá mais, é ao Cristiano Ronaldo. Se quiserem, pode até não ser já, faz mais quatro jogos para chegar às 200 internacionalizações e depois oferecem-lhe uma placa e está feito. O seu comportamento durante esta campanha revelou que é alguém que vive num mundo paralelo em que ainda é o “melhor do mundo”. Quando a última vez que ganhou o prémio foi há cinco anos (2017)! Ora, esse não é de todo o mundo real, e não querer ver isso é apenas deprimente, confrangedor e constrangedor. É a idade. Paciência. Calha a todos. (Já para não falar do facto, nada despiciendo, de que a selecção joga muito mais solta quando ele não está em campo...)

quinta-feira, dezembro 08, 2022

Portugal – 6 – Suíça – 1

Trucidámos a Suíça na passada 3ª feira e qualificámo-nos pela terceira vez para os quartos-de-final de um Mundial de futebol (1966 e 2006 foram as outras duas). Finalmente, e passado muito tempo, jogámos qualquer coisa que se assemelhasse a futebol, facto a que não será alheio termos jogado com 11 jogadores, dado que a estátua de ouro ficou no banco.
 
A partida até começou equilibrada, mas só até o Gonçalo Ramos justificar a titularidade em detrimento do Cristiano Ronaldo. Aos 17’, aproveitando uma assistência do João Félix rodou e fuzilou o guarda-redes com o pé esquerdo. Este golo soltou a equipa, que fez o 2-0 numa cabeçada fabulosa do Pepe num canto aos 33’. O Ramos tinha nas suas costas o tridente Bruno Fernandes, Bernardo Silva e João Félix, que apresentaram uma leveza que ainda não se tinha visto neste Mundial. Coincidência ou talvez não, o facto de não se ter de terminar as jogadas sempre no mesmo jogador, caso contrário, ele faz birra, fez com que se jogasse muito melhor em termos colectivos e os suíços não soubessem bem quem marcar.
 
Se a 1ª parte não tinha sido nada má, a 2ª foi demolidora: marcámos mais quatro golos(!), com o Gonçalo Ramos a fazer uma exibição de sonho, concretizando um hat-trick na sua estreia a titular e logo num Mundial (aos 51’ e 67’), e fazendo a assistência para o Raphael Guerreiro também marcar (55’). A seguir ao 4-0, a Suíça ainda reduziu um canto pelo Akanji, mas nós voltámos a marcar por mais duas vezes, no tal terceiro golo do Gonçalo Ramos e num golaço do entretanto entrado Rafael Leão, já em período de descontos.
 
Destaque absoluto para a exibição de sonho do Gonçalo Ramos, que assim dissipou as dúvidas sobre quem deve ser titular na frente. Não está em causa o que o C. Ronaldo já fez na sua carreira, está o facto de ele não estar a conseguir lidar com a sua idade e o seu actual estado de forma, tomando atitudes inacreditáveis (foi agradecer sozinho aos adeptos no final e voltou logo para o balneário, enquanto os colegas agradeciam em conjunto a seguir). Quem olhasse para a cara dele nunca diria que tínhamos goleado um adversário nos oitavos-de-final de um Mundial. Já era altura de ele perceber que o futebol é um jogo colectivo e não um jogo só para ele brilhar.
 
Iremos defrontar Marrocos, que eliminou sensacionalmente a Espanha nos penalties. É preciso ter atenção com a selecção africana, porque não só ainda não perdeu, como só sofreu um golo (que, ainda por cima, foi autogolo). No entanto, é óbvio que somos mais do que favoritos e, se apresentarmos esta qualidade de jogo, temos mais do que condições para chegarmos às meias-finais.

domingo, dezembro 04, 2022

Portugal – 1 – Coreia do Sul – 2

Segundo jogo num Mundial frente aos coreanos, segunda derrota. Se bem que esta, na passada 6ª feira, ao contrário da de 2002, não tenha tido consequências de maior, porque o Uruguai ganhou ao Gana e assim mantivemos o 1º lugar no grupo, e evitámos o Brasil já na ronda seguinte.
 
Com várias alterações no onze, mas com o C. Ronaldo em campo (até porque continua a haver um recorde para bater...) não poderíamos ter começado melhor, com um golo logo aos 5’ obra do Ricardo Horta a centro do Dalot na direita. Os coreanos ficaram um pouco abananados, mas conseguiram empatar aos 27, num canto contra nós em que o C. Ronaldo inexplicavelmente se agachou fazendo uma assistência involuntária para o adversário que marcou.
 
Na 2ª parte, nós tivemos mais tempo de controle a bola, mas sem apresentar grande eficácia. Do outro lado, havia grande respeito pela selecção portuguesa, mas já em período de descontos os coreanos conseguiram marcar num canto a nosso favor(!): contra-ataque super-rápido que atirou o Uruguai para fora do Mundial.
 
Do meio-campo para a frente, só o Rúben Neves e o C. Ronaldo não tiveram direito a folga. Claro que, no caso do C. Ronaldo, a razão da sua titularidade se deve ao famigerado recorde de golos em Mundiais, que não há maneira de quebrar. Ou seja, objectivos individuais à frente de objectivos colectivos. Típico vindo de quem vem. Ainda por cima, viu-se bem a reaçcão dele para com o selecionador quando foi substituído. Bem podem vir com n teorias sobre a quem é que ele se dirigia, que todos nós percebemos que ele se dirigia ao seleccionador, porque, caso contrário, não falaria em português.
 
Foi uma exibição pior do que as anteriores, que já não tinham sido grande coisa. Urge levantar o nível exibicional, sobe pena de estarmos a poucos dias de regressar a casa. Iremos agora defrontar a Suíça nos oitavos de final do Mundial. No penúltimo confronto goleámos e no último perdemos. Veremos o que irá acontecer agora.

quarta-feira, novembro 30, 2022

Portugal – 2 – Uruguai – 0

Ganhámos na 2ª feira aos uruguaios e qualificámo-nos para os oitavos-de-final do Mundial ao fim da 2ª jornada, o que é um facto a realçar, por ser muito pouco comum. Foi um triunfo justo, porque neste momento a selecção portuguesa é claramente melhor do que a uruguaia, cuja renovação está mais difícil de ser feita (os Cavanis e Suárez já não são o que eram...).

Estou numa fase em que os resultados desfavoráveis das equipas pelas quais torço me custam menos se forem justos. Demos o nosso melhor, mas o adversário foi superior a nós... Paciência! Na mesma linha de pensamento, irrita-me cada vez mais que uma equipa não esteja à altura do seu potencial, da valia dos seus jogadores. Exemplo supremo será talvez o Atlético de Madrid, que não se admite que jogue aquele (chamemos-lhe) ‘futebol’ com um plantel daquela qualidade. Outro exemplo, é a selecção portuguesa. Se calhar, tenho de deixar de ver os jogos para não me irritar tanto... É uma dor de alma ver o plantel que temos à disposição e apresentar durante grande parte dos jogos aquilo... A 1ª parte veio na senda do encontro frente ao Gana, ou seja, muita lentidão de processos, poucas oportunidades, tendo a maior inclusive surgido do outro lado, com uma boa saída do Diogo Costa que impediu o Bentacur de inaugurar o marcador.

Na 2ª parte, tivemos uma boa oportunidade pelo João Félix, mas o remate de pé esquerdo saiu ao lado, até que aos 54’ inaugurámos o marcador num centro para a área do Bruno Fernandes com o Cristiano Ronaldo a tentar cabecear a bola e com isso condicionar decisivamente a acção do guarda-redes, mas a não tocar na bola, tendo ela entrado directamente. O Uruguai tentou responder, mas não conseguiu criar grande perigo até aos 69’, altura em que o Fernando Santos tem uma decisão INACREDITÁVEL no banco, trocando um trinco (Rúben Neves) por um avançado (Rafael Leão)...! Portanto, estamos a ganhar por 1 a 0 e o seleccionador nacional desfalca o meio-campo só para não ter de tirar o C. Ronaldo (que era obviamente quem deveria ter saído)...! O resultado foram três grandes oportunidades do Uruguai em 13’, com uma bola ao poste, um isolado frente ao Diogo Costa, que fez bem a mancha e outro remate perigoso do Suárez na sequência de um livre. Quando aos 82’, o Fernando Santos decidiu fazer o que se impunha há bastante tempo, ou seja, reforçar o meio-campo com o Palhinha, Matheus Nunes e colocar o Gonçalo Ramos (saíram o William Carvalho, João Félix e C. Ronaldo), que se farta de defender, na frente, o Uruguai mal passou de meio-campo! Óbvio! O que eu não consigo de todo compreender é porque é que demorou tanto tempo a chegar a esta conclusão, tendo arriscado não só o empate, como até a reviravolta no marcador...!?! Em cima dos 90’, o Giménez caiu e tocou a bola com a mão, tendo o Bruno Fernandes feito o bis no respectivo penalty (eu sei que estes lances agora são considerados falta, mas sinceramente não sei onde é que o jogador poderia ter colocado o braço para amortecer a queda...).

Em termos individuais, destaque óbvio para o Bruno Fernandes com os dois golos e para o Diogo Costa que nos salvou de ver o Uruguai na frente ainda na 1ª parte. O João Cancelo e Bernardo Silva continuam a passar ao lado do Mundial, assim como o Rúben Neves, que não dá andamento ao meio-campo (com um titular do PSG, o Vitinha, com 0 minutos neste Mundial no banco, é outra decisão incompreensível do Fernando Santos). Quanto ao C. Ronaldo, o facto de ele comemorar o golo como se fosse dele, sabendo perfeitamente que não tocou na bola, diz tudo acerca do seu carácter e do que o move: ele próprio e só ele próprio. Se lhe dessem a escolher se preferiria ser campeão do mundo, marcando 0 golos, ou bater o recorde de único jogador a marcar em 5 Mundiais (que já bateu) e ser o melhor marcador português em Mundiais (ainda lhe falta um golo para conseguir, em cinco Mundiais, o que o Eusébio conseguiu num só), não tenho a menor dúvida sobre o que ele preferiria. Péssimo exemplo, mas, de quem se acha superior ao próprio futebol, não é de espantar. É um grande jogador, mas é pena não ter grandeza nenhuma.

Iremos defrontar a Coreia do Sul na 6ª feira e um empate será o suficiente para ficarmos em 1º lugar no grupo, o que nos livrará de apanhar o Brasil já nos oitavos. Mas não digam isto ao Fernando Santos, senão teme-se o pior...!

domingo, novembro 27, 2022

Portugal – 3 – Gana – 2

Entrámos a ganhar no Mundial 2022 na passada 5ª feira, algo que já não conseguíamos no jogo de estreia desde 2006. Ainda para mais, com o empate no outro jogo do grupo entre Uruguai e Coreia do Sul (0-0), saltámos logo isolados para a frente do grupo.
 
No entanto, colocar Joões Cancelos, Bernardos Silvas, Joões Félix e outros que tais nas mãos de um Fernando Santos é (perdoe-se-me a expressão e sem ofensa) dar pérolas a porcos! Que desperdício monumental de talento! Se há treinadores que elevam alguns jogadores para patamares que os próprios não desconfiavam que tinham, este seleccionador nacional faz exactamente o contrário! Os jogadores parecem muito piores do que realmente são nas mãos dele. A 1ª parte do jogo foi das piores de todo o Mundial. Parecíamos o Benfica do ano passado para (muito) pior! Jogo lento, sem imaginação, sem rasgos, sem velocidade, sem desequilíbrios, medíocre, poucochinho, enfim um portugalzinho no seu pior.
 
O maior erro de arbitragem do Mundial até agora deu ao Cristiano Ronaldo a oportunidade de ser o primeiro jogador a marcar em cinco Mundiais. Aquilo não é penalty em nenhuma parte do mundo! Mas o C. Ronaldo naturalmente não desperdiçou a oportunidade e ficou tudo em êxtase com o facto (só foi pena é que não tivesse sabido dominar decentemente uma bola nos primeiros minutos do jogo, que o deixaria isolado, para fazer esse golo...). Senti uma tal vergonha alheia desse lance que nem festejei (e percebi mais uma vez que seria impossível ser adepto do CRAC, que não se importam nada de marcar golos destes...). Isto aconteceu aos 65’ e aos 73’ o André Ayew repôs justiça no marcador, fazendo o 1-1. Voltei a ficar nervoso e pude festejar como deve ser o golo do João Félix aos 78’, que nos recolocou na frente. O Fernando Santos lá se lembrou que podia fazer substituições e foi o Rafael Leão, que tinha entrado pouco antes, a dar-nos dois golos de vantagem dois minutos depois, fazendo o 3-1. Ambos estes golos partiram de assistências do Bruno Fernandes, que, quando se concentra em jogar à bola e não em estar a protestar com tudo e todos, até faz coisas interessantes. Parecia que estava tudo decidido, mas isto é um Mundial, as equipas só param de lutar no fim, e um erro colossal do João Cancelo aos 89’ permitiu ao Gana fazer o 2-3 pelo Bukari. Estávamos a conseguir controlar o jogo nos minutos finais, até o Diogo Costa ter uma paragem cerebral e atirar a bola para o chão para a pontapear, sem reparar que tinha um adversário nas costas. Teve é uma sorte descomunal, porque o Iñaki Williams escorregou quando lhe roubou a bola e não conseguiu fazer o golo mais fácil da sua carreira... (Se fosse o Vlachodimos a fazer uma destas, daria logo golo de certeza...!).
 
Em termos individuais, e por estranho que pareça, a equipa melhorou bastante com a entrada do William Carvalho, o que não abona nada a favor do Rúben Neves. Os laterais (Cancelo e Rúben Guerreiro) estiveram irreconhecíveis, há outras hipóteses nos 26 (Dalot e Nuno Mendes), mas vamos ver o que o engenheiro vai fazer frente ao Uruguai. Já se sabe que o C. Ronaldo tem lugar cativo tem frente, portanto, nem importa que jogue bem ou mal. O Bernardo Silva passou completamente ao lado do jogo, o que é algo que também só acontece com o engenheiro como treinador.
 
Iremos defrontar amanhã o Uruguai e uma vitória qualificar-nos-á imediatamente para a fase a eliminar. Só que, como nos iremos cruzar com o grupo do Brasil, caso não fiquemos em 1º lugar, defrontá-los-emos certamente. É bom que tenhamos isso em mente, para deixarmos de entrar para o empate (se não fizemos isto na 1ª parte frente ao Gana, disfarçámos muito bem)...