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domingo, setembro 29, 2013

Péssimo

Empatámos em casa com o Belenenses (1-1) e voltámos a deixar alargar a diferença para o 1º classificado para cinco pontos. Fizemos uma exibição muito má, o que não deixou de me espantar já que parecia que vínhamos a subir de forma nos últimos jogos. Esta oscilação exibicional, que se reflecte nos resultados, é algo que nos deve preocupar e muito.

Curiosamente até entrámos bem e colocámo-nos em vantagem aos 17’ num cabeceamento do Cardozo a centro do Lima. Mas infelizmente, em vez de nos estimular, o golo parece que nos fez adormecer e fomos deixando correr o marfim até que o Belenenses empatou aos 30’ num canto. No estádio era impossível ter-me apercebido, mas visto na TV é incompreensível como é que o fiscal-de-linha não assinala fora-de-jogo ao jogador do Belenenses que se abaixa frente ao Artur permitindo que a bola passe. É indiscutível a sua interferência na jogada.

Na 2ª parte, esperava-se que o Benfica aumentasse o ritmo e começasse a criar mais oportunidades de golo do que na 1ª, porém isso não aconteceu. Jogámos sempre muito devagar, ao contrário do que é habitual, e de forma bastante previsível. O Markovic saiu ao intervalo, mas não ganhámos nada com a entrada do Gaitán e o Matic levou um amarelo idiota por pontapear a bola para longe, o que fez com o Jesus o tivesse que sacrificar (e bem) em vez do Fejsa quando lançou o Sulejmani. A desinspiração era um mal que afectava praticamente toda a equipa e desta vez não houve milagre como frente ao Gil Vicente.

Um dos nossos grandes problemas é que há muitos jogadores fora de forma. A excepção é o Enzo Pérez e poucos mais sobram. O Matic continua uma sombra do ano passado. O Markovic nunca mais fez nada de especial desde a jogada de génio na lagartada. O Lima é outro que deixou de ser decisivo. O Salvio faz muita falta e o Gaitán voltou agora de lesão. O Cardozo lá molhou o bico outra vez e foi dos menos maus. O Jesus resolveu dar descanso ao Siqueira, mas o Cortez… valha-me Eusébio!

Na próxima 4ª feira, vamos a Paris, mas não estou NADA de acordo que só o Jesus assuma que o objectivo principal é o campeonato. No estado actual do futebol europeu, é uma utopia pensar em algo mais que quartos-de-final (na melhor das hipóteses) na Champions. Temos uma hegemonia no futebol português para recuperar antes de podermos pensar em voos mais altos.

P.S. – Não foi só o lance do inacreditável fora-de-jogo: há um agarrão CLARO ao braço do Cardozo na 2ª parte que o Sr. Jorge Tavares (quem?!) não assinalou. Conjugado com a pornografia que o Sr. Pedro Proença fez no estádio do CRAC na passada 6ª feira, é demasiado evidente que este campeonato já está mais que decidido. E assim se continua a assobiar para o ar há mais de 30 anos…

segunda-feira, setembro 23, 2013

Precioso

Conseguimos um triunfo muito importante em Guimarães (1-0) que, juntamente com o empate do CRAC no Estoril, fez com que reduzíssemos a diferença para o 1º classificado para três pontos. Foi uma partida bastante complicada, em que a nossa vitória é justa e da qual nos lembraremos como um dos marcos incontornáveis se estivermos todos contentes em Maio.

O Jesus repetiu a equipa que alinhou frente ao Anderlecht, mas perante a agressividade dos vimaranenses (a roçar a violência especialmente no início da partida) ela revelou-se um pouco macia demais: o Djuricic e o Markovic passaram ao lado do jogo, o Matic está longe da melhor forma e o Enzo Pérez não consegue fazer tudo sozinho. A 1ª parte foi disputadíssima, mas sem grandes ocasiões de golo. De notar dois foras-de-jogo mal assinalados ao Enzo Pérez, que ficava praticamente isolado em ambos os lances.

Viemos com outra atitude para o 2º tempo e aos 61’ ficámos a jogar com mais um, porque o defesa-esquerdo do V. Guimarães parou um contra-ataque nosso e viu o segundo amarelo. Quatro minutos depois entrou o Lima e o jogo passou a desenrolar-se quase exclusivamente no meio-campo adversário. Os fiscais-de-linha continuavam em realce pela negativa, porque, pouco depois de ter entrado, o Lima é completamente abalroado na área adversária e o Sr. Bruno Esteves ficou a olhar para o seu fiscal, que viu o lance de frente, mas não quis dar a indicação de penalty. Até que aos 73’ marcámos finalmente através do Cardozo, num canto rasteiro e atrasado do Enzo Pérez. A bola ainda foi desviada por um jogador do V. Guimarães, traindo o guarda-redes. Até final, um pouco de forma inexplicável começámos a recuar no terreno e não se notou que estivéssemos a jogar com mais um. O V. Guimarães não teve nenhuma ocasião clara de golo, mas a bola passou mais vezes pela nossa área do que seria desejável. Eu sei que o objectivo era defender bem, mas eu prefiro que isso seja feito mantendo a posse de bola e temos jogadores mais que suficientes no plantel que conseguem fazer isso.

Em termos individuais, destaque óbvio para o Cardozo principalmente pelo golo, mas também por um ou outro passe a rasgar que desmarcou os colegas. O Fejsa é um pêndulo e, quando o Matic voltar ao seu nível, teremos um meio-campo temível. O Enzo Pérez é outro que luta até à exaustão e um indiscutível na equipa. Os sérvios (Djuricic e Markovic) precisam de aumentar a intensidade do seu jogo. Na defesa estivemos mais consistentes, mas o Siqueira deverá ter mais cuidado no futuro, especialmente quando já tiver cartão amarelo. Se o árbitro fosse o Sr. Pedro Proença, não teria deixado escapar a oportunidade para lhe mostrar o segundo, mesmo que isso tivesse sido muito forçado.

Ganhámos pontos ao CRAC e à lagartada (1-1 em casa frente ao Rio Ave), num fim-de-semana em que ambos se queixaram muito das arbitragens. O Sr. Carlos Xistra, de facto, não viu uma mão descarada no WC, mas com o registo de golos em fora-de-jogo que a lagartada tem este ano teria sido melhor ficar calada. Quanto ao CRAC, percebe-se a indignação: desde o célebre jogo em Campomaior em 2000, que não havia um lance tão evidente decidido contra eles (a mão do Otamendi, que já não deveria estar em campo por esta altura por ter derrubado um adversário isolado, é claramente fora da área e o Sr. Rui Dias assinalou penalty). É falta de hábito.

P.S. – Era escusado no final do jogo o Jorge Jesus se ter envolvido na defesa do adepto do Benfica como se envolveu. Eu sei que, estando ele numa posição fragilizada desde o final da época passada, estas atitudes caem bem junto dos sócios, mas ainda nos pode ficar a custar caro se ele tiver algum tipo de sanção no futuro que o impeça de estar no banco. Treinador é para treinar, não é guarda-costas.

quarta-feira, setembro 18, 2013

Entrar a ganhar

Quando se defronta em casa na 1ª jornada da Champions uma equipa do pote 4, era fundamental começar com uma vitória. Assim o fizemos (2-0) num jogo que controlámos muito bem e em que finalmente(!) conseguimos manter a nossa baliza intacta.

À semelhança de Sábado passado, marcámos muito cedo (4’) numa recarga do Djuricic a um remate do Enzo Pérez, que o guarda-redes adversário defendeu para a frente. A 1ª parte foi bem conseguida da nossa parte e fizemos o 2-0 aos 30’ num bom movimento do Luisão, que na sequência de um canto parou a bola no peito e fuzilou o guarda-redes. Até ao intervalo, foi pena que o Cardozo não tenha conseguido cabecear uma bola centrada pelo Markovic.

Na 2ª parte, não criámos tantas oportunidades e dedicámo-nos mais a tentar que o Anderlecht não criasse perigo na nossa baliza. O que efectivamente conseguimos. O Cardozo voltou a ter uma óptima oportunidade a um centro do Siqueira, mas rematou ao lado. Os belgas ainda marcaram um golo num livre, mas foi invalidado por fora-de-jogo já que felizmente os fiscais-de-linha do Pedro Proença não podem estar nos nossos jogos na Champions.

Em termos individuais, voltei a gostar imenso do Fejsa. Não larga os adversários e faz tudo sempre com muito critério. O Enzo Pérez voltou a estar bem, embora menos exuberante do que no Sábado. Só foi pena o Cardozo não ter marcado, porque teve uns quantos pormenores de muita classe, nomeadamente a fintar os adversários. Ao Djuricic, apesar do golo, continua a faltar-lhe alguma agressividade e mais empenho na disputa da bola. Quanto ao Markovic, quando está sob as linhas rende menos do que no meio.

Sem uma vitória nesta partida, as nossas hipóteses de qualificação reduzir-se-iam significativamente. Felizmente isso não aconteceu, embora com a vitória do PSG no Olympiacos (4-1) estejamos atrás deles na diferença de golos. A próxima jornada levar-nos-á a Paris e aí iremos ter um teste bastante mais difícil.

segunda-feira, setembro 16, 2013

Normalidade

Vencemos no passado Sábado o Paços de Ferreira por 3-1 numa partida que, espero, seja o espelho da época daqui para a frente: calma e com o resultado a definir-se bem cedo.

Não poderíamos ter tido melhor começo, porque logo aos 4’ o Enzo Pérez fez o 1-0. E aos 24’, numa óptima combinação num livre (até qu’enfim!), o Garay fez o segundo. Quando assim é, a equipa tranquiliza-se e, mesmo que não tenha pressionado muito, a exibição foi agradável. Até ao intervalo, o Cardozo isolou muito bem o Lima, mas o guarda-redes fez uma boa defesa que impediu que o vencedor ficasse logo definido ao intervalo.

Sim, porque os dois golos de vantagem transformaram-se num só aos 50’, quando o Artur hesitou em sair da baliza e permitiu que o jogador do Paços marcasse isolado. O que se perspectivava ser uma 2ª parte sem grandes sobressaltos podê-lo-ia não ter sido, não fosse o caso de o Garay ter vestido a pele de matador e feito o 3-1 de cabeça, na sequência de um canto muito bem marcado pelo Enzo Pérez dois minutos depois do golo sofrido. O Paços ainda reagiu, mas o Jesus esteve bem ao colocar o Ola John no lugar do Cardozo, recuando o Enzo Pérez da direita para o meio-campo e equilibrando-o com três jogadores. A partir daí, o Paços deixou de jogar no nosso meio-campo e nós também não forçámos muito, porque alguns jogadores vieram das selecções e amanhã há Liga dos Campeões.

Será provavelmente a primeira vez na história do Benfica que fazemos cinco(!) substituições seguidas por lesão. Depois das três no WC, neste jogo foram o Ruben Amorim e o estreante Siqueira a saírem lesionados. Estamos com uma malapata de todo o tamanho! Estreou-se o Fejsa e entrou o André Almeida para a esquerda. O sérvio deu muito nas vistas e gostei bastante dele. É uma carraça, não larga os adversários e parece não emperrar o nosso jogo atacante. Mas o melhor em campo foi o Enzo Pérez, que fez um jogão na direita do ataque. O Garay também merece destaque pelos dois golos e o Maxi apresentou-se melhor do que nos jogos anteriores. O Markovic desta vez passou ao lado da partida (quiçá resquícios dos jogos pela selecção). Gosto que joguemos com Lima e Cardozo na frente, se bem que nesta partida nenhum tenha marcado.

Com o fecho do mercado e o plantel definido, parece que finalmente estabilizámos. O pior é que já estamos cinco pontos atrás dos assumidamente corruptos. Que continuam com aquela sorte de defrontarem adversários que na jornada anterior vêem dois jogadores seus expulsos: este fim-de-semana, foi o Gil Vicente e para a semana é o Estoril. Ele há cá com cada coincidência

segunda-feira, setembro 09, 2013

Irlanda do Norte – 2 – Portugal – 4

Quando aos 52’ a Irlanda do Norte deu a volta ao jogo e colocou-se em vantagem, connosco a jogar com 10 desde o final da 1ª parte, pensei: “pronto, lá vamos nós voltar a ver um Mundial pela televisão”. Felizmente, o Cristiano Ronaldo armou-se em Cardozo e, “não estando a jogar nada” até então, limitou-se a marcar três golos. Foi uma vitória importantíssima em Belfast, onde só por uma vez tínhamos ganho e que, com o empate de Israel em casa frente ao Azerbaijão, praticamente nos coloca com (pelo menos) o play-off garantido.

Em muitos aspectos, o jogo foi parecido com o efectuado em Israel: apanhámo-nos na frente relativamente cedo (golo do Bruno Alves aos 21’), adormecemos e deixámos o adversário virar o marcador, ajudando ainda com a expulsão (pareceu-me exagerada) do Postiga. Felizmente, uma relativa inocência adversária resultou na igualdade numérica em campo a partir dos 62’ e aí fomos para cima da Irlanda do Norte, com o C. Ronaldo a tornar-se a grande figura do jogo. Já ultrapassou o grande Eusébio nos melhores marcadores e é só uma questão de tempo até chegar ao Pauleta.

Com um bocado de sorte (leia-se um empate de Israel na Rússia), ainda podemos chegar ao primeiro lugar do grupo, mas de qualquer maneira estamos numa posição muito mais confortável do que anteriormente.

domingo, setembro 01, 2013

Do mal, o menos

Se me dissessem antes do jogo que iríamos empatar (1-1) no WC, consideraria um mau resultado. No final da partida, e com as incidências que houve (não me recordo, assim de repente, de um jogo nosso em que tivéssemos que fazer as três(!) substituições por lesão), acabou por não ser mau. De qualquer modo, e com a (previsível) vitória dos assumidamente corruptos em Felgueiras frente ao Paços de Ferreira, estamos já a cinco pontos deles à 3ª jornada…

Para (não) variar nos últimos anos, a nossa 1ª parte no WC foi horrível! Pouca coordenação entre os sectores, não conseguíamos sair com a bola jogável, porque causa da pressão da lagartada e, claro, sofremos o golito da ordem logo aos 10’, numa jogada em que o Montero parte de fora-de-jogo. Respondemos com uma cabeçada do Rodrigo à barra e um grande falhanço do Salvio, mas foi muito pouco para o que se esperava. Uma bolada em cheio na cara tirou o Enzo Pérez do jogo (entrou o Ruben Amorim) e o Salvio colocou mal o pé no chão, lesionou-se no joelho, e também teve que sair (entrando o Markovic) perto do intervalo.

Logo no início da 2ª parte, o Gaitán fez um centro e ficou agarrado à coxa, pelo que entrou o Cardozo (regresso que saúdo veementemente, como é óbvio!) e passámos a jogar com três pontas-de-lança e um avançado (Lima, Rodrigo, Cardozo e Markovic). Sou um grande fã do Tacuara, mas achei um bocado precipitado da parte do Jesus fazê-lo entrar. Jogou na fezada, embora tivesse o Djuricic e, principalmente, o Sulejmani no banco. O que é certo é que melhorámos durante um bom período e o Markovic fez o empate aos 65’ numa grande jogada individual, em que passou por quatro lagartos e meteu a bola por baixo das pernas do Rui Patrício. A lagartada tremeu, mas não conseguimos aproveitar os minutos seguintes para marcar. Nos últimos 15’, o jogo virou de sentido e, com quatro avançados, era natural que não fôssemos a melhor equipa do mundo a defender, pelo que eles nos pressionaram um bocado, mas o resultado felizmente não se alterou.

Destaque individual ÓBVIO para o Markovic. Gozemos bem este anito que ele vai cá estar, porque com esta qualidade é quase impossível que o consigamos manter durante mais tempo. E, se não vendermos ninguém até ao fecho do mercado, vamos lá ver se ele não vai já em Janeiro… Se marcar um ou dois golos destes na Champions, é bem possível que isso aconteça. Também gostei do modo como o Ruben Amorim entrou no jogo, embora o Enzo Pérez estivesse ligeiramente melhor do que no jogo passado e o Luisão fartou-se de cortar bolas. Todos os outros jogadores estivem muito medianos, com o Salvio ainda longe da forma que tinha antes da lesão (e como vai parar novamente, ainda vai demorar mais tempo a recuperar o nível exibicional), o Maxi muito longe do que já foi e o Matic ainda sem estar no ponto. Os dois pontas-de-lança não existiram durante quase o jogo todo (excepção à cabeçada do Rodrigo à barra) e, sinceramente, ainda estou para ver qual é a vantagem do Cortez em relação ao Melgarejo… O Cardozo teve dois ou três toques interessantes, mas está naturalmente ainda com pouco ritmo.

O campeonato vai agora parar por causa das selecções, o que até é bom para nós por causa das lesões e para ver se o Tacuara adquire mais ritmo. Cinco pontos já é uma distância considerável, especialmente se levarmos em linha de conta que deveríamos ir ao antro na última jornada já campeões, porque senão arriscamo-nos a ver um filme já muito visto. Ou seja, teremos de lhes recuperar oito pontos. As coisas não estão nada famosas…

P.S. - O Sr. Hugo Miguel não inclinou tanto o campo como eu estava à espera, mas, para além do fora-de-jogo no golo, há um agarrão ao Cardozo na grande-área já muito perto do final da partida que, se fosse ao contrário, ou com outra equipa às riscas como interveniente, certamente que seria assinalado.