Mostrar mensagens com a etiqueta Liga dos Campeões 2024/25. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Liga dos Campeões 2024/25. Mostrar todas as mensagens
quinta-feira, março 13, 2025
Previsível
Fomos derrotados pelo Barcelona (1-3) na 3ª feira e dissemos
adeus à Liga dos Campeões. Se não tínhamos aproveitado para ganhar um jogo em
casa contra 10 na semana passada, era muito difícil ser agora que o iríamos
fazer contra onze no terreno de um dos adversários mais temíveis do futebol
europeu. Até entrámos bem na partida, mas o Barcelona é muito superior e nem
teve de atingir os seus limites para ganhar com tranquilidade.
Com o regresso do Florentino ao onze e alinhando com possivelmente a camisola mais feia de toda a nossa história (é inacreditável como alguém no Benfica tenha deixado passar isto...!), tentámos fazer pressão alta logo desde o início, mas, a partir do momento em que o Barça a ultrapassava, criava o pânico na nossa defesa. Aos 11’, o inefável Raphinha continuava o seu caminho de ser a nossa besta negra deste ano ao inaugurar o marcador depois de um remate mal efectuado pelo Lamine Yamal, que se converteu numa assistência para o brasileiro. Reagimos muito bem e o Otamendi empatou no minuto seguinte, numa cabeçada, depois de um canto do Schjelderup, aproveitando um ligeiro desvio do Lewandowski. O Barça era naturalmente mais dominador, enquanto nós falhávamos algumas vezes por adornarmos os lances na parte final, em vez de ser mais pragmáticos. Aos 27’, os catalães puseram-se novamente em vantagem pelo Lamine Yamal num golão em arco de fora da área. Depois disto, tivemos mais dificuldades em responder e o Barça sentenciou a eliminatória aos 42’ no bis do Raphinha, depois de um contra-ataque que se seguiu a uma má decisão do Aktürkoğlu perto da baliza adversária (calcanhar em vez de um passe mais fácil e fomos apanhados em contrapé pela arrancada do Baldé).
Na 2ª parte, os catalães baixaram (e muito) o ritmo, mas sem nunca perderem o controlo do jogo. Ainda metemos a bola na baliza pelo Aursnes, mas o Pavlidis estava fora-de-jogo no início da jogada. Continuámos a tentar ao longo dos segundos 45 minutos, mas sem nunca conseguimos verdadeiramente colocar o Barça em sentido. O Bruno Lage, para variar, lá tirou o Schjelderup (é sempre dos primeiros a sair, não há que saber...) e colocou o Amdouni (também saiu o Aktürkoğlu para entrar o Renato Sanches), mas ficámos a perder, porque o suíço passou um pouco ao lado da partida. O Barça só não alargou a vantagem, porque o De Jong falhou uma emenda perto da pequena-área. Até final, ainda houve uma boa jogada individual do Renato Sanches culminada com um péssimo remate de pé esquerdo muito por cima e uma cabeçada do Amdouni que iria na direcção da baliza, se não fosse ter ficado nos pés do Koundé antes de lá chegar.
Em termos individuais, o Otamendi terá sido o melhor e não só pelo golo, já que se fartou de cortar bolas, estando sempre muito em jogo. Saúda-se o regresso do Florentino, embora se tenha percebido que não estava na sua melhor forma. O Aursnes também esteve muito bem, especialmente na 2ª parte. Já os turcos (Kökçü e Aktürkoğlu) estiveram no pólo oposto, provavelmente como consequência do Ramadão. O Schjelderup, infelizmente, deve ter feito dos últimos minutos da temporada, porque já se percebeu que o Lage não gosta nada dele e vai preferir sempre o Bruma para aquela posição. O Pavlidis não esteve mal, com a ressalva negativa para os inúmeros foras-de-jogo em que foi apanhado.
Iremos no domingo a Vila do Conde antes da pausa para a selecções. Terá havido tempo de descanso suficiente desde Barcelona e espera-se uma vitória, apesar de ser um campo tradicionalmente difícil. Foco total no campeonato a partir de agora!
Com o regresso do Florentino ao onze e alinhando com possivelmente a camisola mais feia de toda a nossa história (é inacreditável como alguém no Benfica tenha deixado passar isto...!), tentámos fazer pressão alta logo desde o início, mas, a partir do momento em que o Barça a ultrapassava, criava o pânico na nossa defesa. Aos 11’, o inefável Raphinha continuava o seu caminho de ser a nossa besta negra deste ano ao inaugurar o marcador depois de um remate mal efectuado pelo Lamine Yamal, que se converteu numa assistência para o brasileiro. Reagimos muito bem e o Otamendi empatou no minuto seguinte, numa cabeçada, depois de um canto do Schjelderup, aproveitando um ligeiro desvio do Lewandowski. O Barça era naturalmente mais dominador, enquanto nós falhávamos algumas vezes por adornarmos os lances na parte final, em vez de ser mais pragmáticos. Aos 27’, os catalães puseram-se novamente em vantagem pelo Lamine Yamal num golão em arco de fora da área. Depois disto, tivemos mais dificuldades em responder e o Barça sentenciou a eliminatória aos 42’ no bis do Raphinha, depois de um contra-ataque que se seguiu a uma má decisão do Aktürkoğlu perto da baliza adversária (calcanhar em vez de um passe mais fácil e fomos apanhados em contrapé pela arrancada do Baldé).
Na 2ª parte, os catalães baixaram (e muito) o ritmo, mas sem nunca perderem o controlo do jogo. Ainda metemos a bola na baliza pelo Aursnes, mas o Pavlidis estava fora-de-jogo no início da jogada. Continuámos a tentar ao longo dos segundos 45 minutos, mas sem nunca conseguimos verdadeiramente colocar o Barça em sentido. O Bruno Lage, para variar, lá tirou o Schjelderup (é sempre dos primeiros a sair, não há que saber...) e colocou o Amdouni (também saiu o Aktürkoğlu para entrar o Renato Sanches), mas ficámos a perder, porque o suíço passou um pouco ao lado da partida. O Barça só não alargou a vantagem, porque o De Jong falhou uma emenda perto da pequena-área. Até final, ainda houve uma boa jogada individual do Renato Sanches culminada com um péssimo remate de pé esquerdo muito por cima e uma cabeçada do Amdouni que iria na direcção da baliza, se não fosse ter ficado nos pés do Koundé antes de lá chegar.
Em termos individuais, o Otamendi terá sido o melhor e não só pelo golo, já que se fartou de cortar bolas, estando sempre muito em jogo. Saúda-se o regresso do Florentino, embora se tenha percebido que não estava na sua melhor forma. O Aursnes também esteve muito bem, especialmente na 2ª parte. Já os turcos (Kökçü e Aktürkoğlu) estiveram no pólo oposto, provavelmente como consequência do Ramadão. O Schjelderup, infelizmente, deve ter feito dos últimos minutos da temporada, porque já se percebeu que o Lage não gosta nada dele e vai preferir sempre o Bruma para aquela posição. O Pavlidis não esteve mal, com a ressalva negativa para os inúmeros foras-de-jogo em que foi apanhado.
Iremos no domingo a Vila do Conde antes da pausa para a selecções. Terá havido tempo de descanso suficiente desde Barcelona e espera-se uma vitória, apesar de ser um campo tradicionalmente difícil. Foco total no campeonato a partir de agora!
quinta-feira, março 06, 2025
Desperdício
Perdemos ontem na Luz com o Barcelona (0-1) e irá ser preciso um milagre para nos qualificarmos para os quartos-de-final da Champions. Até porque esse milagre aconteceu nesse jogo, com a expulsão do central Cubarsí logo aos 22’, que nos deixou em superioridade numérica durante grande parte do encontro e permitiu que o nivelássemos, porque enquanto estivemos 11 para 11, o domínio dos catalães foi enorme. Infelizmente, não soubemos aproveitar essa vantagem e não só não conseguimos marcar, como ainda nos demos ao luxode sofrer, estabelecendo um recorde negativo (nunca uma equipa da casa tinha perdido um jogo na Champions estando tanto tempo a jogar com mais um...).
O Bruno Lage não inventou e colocou a equipa expectável, com o regresso do Leandro Barreiro ao meio-campo e o Dahl no banco. Logo aos 20 segundos(!), tivemos uma óptima ocasião através do Aktürkoğlu, que viu o seu remate ser defendido pelas pontas dos dedos(!) do Szczesny para canto. O Leandro Barreiro também teve uma chance nos minutos iniciais, mas não acertou com a baliza, enquanto do outro lado foi o Dani Olmo a atirar a rasar o nosso poste. A partir daí e até à expulsão, o Barça dominou completamente, com o Trubin a efectuar uma magnífica defesa a três tempos(!), provavelmente, a melhor desde que chegou à Luz. Até que se deu aquele lance em que o Pavlidis furou brilhantemente no meio da defesa contrária e sacou a expulsão ao Cubarsí. No livre, o Szczesny defendeu o remate do Kökçü e o domínio do jogo passou a ser naturalmente nosso a partir daí. No entanto, só numa cabeçada do Aktürkoğlu perto do intervalo é que estivemos perto do golo, com nova defesa do guarda-redes polaco. Logo depois da expulsão, o Hansi Flick tirou o Dani Olmo e colocou outro central, o Ronald Araújo, e conseguiu fechar bem os caminhos para a sua baliza durante a maior parte do tempo.
Na 2ª parte, aumentámos o ritmo e consequentemente criámos mais perigo. Mas, nessa altura, entrou em grande o factor desperdício. Começou logo pelo Pavlidis a desviar por cima um centro da esquerda, para logo a seguir ser o Aursnes a rematar fraco quando estava em óptima posição, depois de nova jogada na esquerda do Schjelderup. As nossas jogadas de ataque eram todas predominantemente por este lado e o Schjelderup teve outra oportunidade, com um remate mal enquadrado. Até que aos 60’, aconteceu o balde de água fria com um mau passe do António Silva (que até estava a fazer um bom jogo...) numa saída para o ataque a ser interceptado pelo Raphinha, que rematou de fora da área, com a bola ainda a ser ligeiramente desviada pelo Otamendi e caprichosamente a entrar no canto inferior direito da baliza do Trubin. Deu a sensação que, sem esse desvio, iria ao lado. Sentimos bastante o golo sofrido e nunca mais tivemos a preponderância desses primeiros 15’ da segunda parte, embora, logo a seguir ao golo, o Kökçü tenha tido um remate de pé esquerdo à entrada da área, que saiu ao lado, quando poderia ter feito bem melhor. Para a nossa baixa de produção, muito contribuiu o Bruno Lage na altura das substituições. O Tomás Araújo já tinha saído antes do golo por problemas físicos para a entrada do Dahl, mas aos 70’ o Lage resolveu tirar o Schjelderup, que estava a ser de longe o nosso jogador mais perigoso, e o Leandro Barreiro para entrarem o João Rêgo e Belotti. E isto com o Aktürkoğlu a estar completamente fora dela desde o início da 2ª parte...! É incompreensível que o Bruno Lage vá para o campo já com ideias definidas sobre a saída do Schjelderup, independentemente do modo como ele esteja a jogar... É que só pode ser isso, não há outra explicação! Por isso, pela segunda vez na vida, assobiei veementemente uma substituição de um treinador do Benfica (só comparável à saída do João Neves contra o Farense no ano passado, feita pelo Schmidt)! Como se isso já não bastasse, nunca até hoje jogámos grande coisa com dois pontas-de-lança em campo, mas havia mesmo de ser contra o Barça que o iríamos fazer... Enfim...! Mas lá fomos tendo mais algumas oportunidades, nomeadamente com um remate do Aktürkoğlu já na área (que tirou a bola ao Aursnes que vinha embalado de trás!) a ser defendido sem grande dificuldade pelo Szczesny, e, já no final, com outro do regressado Renato Sanches a ser defendido com mais dificuldade pelo polaco. Pouco antes disso, houve um penalty sobre o Belotti, mas que foi revertido pelo VAR, por milimétrico fora-de-jogo do italiano.
Em termos individuais, o Schjelderup foi dos melhores, especialmente na 2ª parte, mas infelizmente, o Bruno Lage nunca o deixa jogar até aos 90’. O Pavlidis também esteve muito bem, exceptuando no que se refere à finalização, mas é indiscutível que atravessa uma fase de grande confiança. O Carreras levou um amarelo e irá fazer muita falta em Barcelona. O Trubin teve aquelas três defesas no mesmo lance e, só por isso, merece igualmente uma menção. O António Silva acaba por estar ligado ao resultado, o que é pena, porque nem tinha estado nada mal até então. Já o Otamendi fez o seu 100º jogo na Champions com uma boa exibição.
Graças a esta norma da UEFA que nunca ninguém me conseguiu explicar (porque é que umas equipas têm oito dias entre jogos e outras seis...!), não vamos ter descanso quase nenhum com a partida frente ao Nacional no sábado e a ida a Barcelona na 3ª feira. Dito isto, é bom que não nos desconcentremos frente aos madeirenses, principalmente depois deste resultado que nos coloca praticamente fora da Liga dos Campeões.
P.S. – Andaram a tentar durante vários anos e finalmente parece que vão conseguir...! Por volta dos 35’, os No Name não se lembraram de melhor do que reeditar o que fizeram no jogo frente ao CRAC e que, na altura, desconcentrou a equipa a ponto de sofrer o golo do empate: acenderam uma quantidade inacreditável de pirotecnia e fizeram com que o jogo tivesse de ser interrompido durante uns minutos! Como estávamos com uma pena suspensa da UEFA por causa disto mesmo, agora é que eles devem mesmo conseguir interditar o Estádio da Luz! Espero é que tenhamos sorte e que seja só o sector onde eles estão, tal com o aconteceu com as claques da lagartada. Eu gostava muito de perceber o que vai na cabeça desta cambada de acéfalos para, depois de todos os avisos que tivemos da UEFA, continuar a fazer isto! Ou melhor, se calhar até, sei: não vai nada na cabeça deles, porque simplesmente não há nada lá dentro! Só isso explica este comportamento infame!
quinta-feira, fevereiro 20, 2025
Susto
Empatámos com o Mónaco (3-3) na passada 3ª feira e garantimos um lugar nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Eu bem tinha ficado com a sensação de que ainda poderíamos lamentar termos desperdiçado uma óptima oportunidade de acabar com a eliminatória em França, depois de estarmos em vantagem numérica, e este jogo confirmou essa suspeita. Sofremos a bom sofrer e só a seis minutos do final é que nos livrámos do prolongamento.
O regresso (antecipado) do Aursnes foi a grande novidade no onze. Tivemos logo uma grande ocasião nos primeiros minutos, com um desvio do Leandro Barreiro num livre para a área a ser defendido pelo guarda-redes Majecki. Mas a resposta foi praticamente imediata com o Trubin a fazer bem a mancha perante um adversário. No entanto, fomos nós a inaugurar o marcador aos 22’ numa boa jogada individual do Pavlidis a bater um defesa, depois de o Barreiro ter ganho a bola na pressão sobre outro defesa, e assistir o Aktürkoğlu do lado oposto, que marcou em carrinho. O Mónaco reagiu bem ao golo sofrido e o Embolo atirou de cabeça ao poste, para logo a seguir chegar à igualdade aos 32’ através do Minamino, num remate em que o Trubin foi mal batido, depois de um lançamento lateral a nosso favor! O Schjelderup rematou fraco, quando estava em relativa boa posição, mas mesmo em cima do intervalo foi o Embolo a falhar escandalosamente o segundo golo, num contra-ataque em que ficou só com o Trubin pela frente, mas atirou muito por cima.
Não estivemos nada confortáveis no jogo durante a quase totalidade da 1ª parte e a tendência não se alterou no início da 2ª. A falta do muro Florentino neste tipo de partida nota-se sobremaneira e, aos 52’, a eliminatória ficou igualada: jogada na direita conduzida pelo fantástico Akliouche e remate do Ben Seghir já dentro da área, com o Trubin a nem se mexer. Era óbvio que o Bruno Lage tinha de fazer alguma coisa e retirou o muito apagado Schjelderup e o Aktürkoğlu para colocar o Dahl e o Amdouni. Melhorámos bastante com estas substituições, ficando mais próximo de um 4-4-2, com o suíço a fazer companhia ao Pavlidis e o Aursnes a derivar para a direita. Começámos a surgir no meio-campo ofensivo com outro peso, embora os monegascos nunca tivessem descurado o contra-ataque. Aos 72’ beneficiámos de um penalty de VAR, por falta sobre o Aursnes, que o Pavlidis concretizou da melhor maneira quatro minutos depois. Do modo como estava a partida, todos pensámos que estava feito, mas o que é certo é que um erro do Otamendi, que foi à queimasobre um adversário e perdeu no confronto físico, proporcionou ao recém-entrado Ilenikhena isolar-se e fazer o 2-3 aos 81’, com um remate em que, mais uma vez, o Trubin foi muito mal batido, com a bola a passar-lhe por baixo do corpo. O que nos valeu foi que aos 84’, o Kökçü desviou ligeiramente um óptimo centro do Carreras para a área e restabeleceu a igualdade para nós. Foi a loucura completa no estádio! Até final, ainda deu para o árbitro assinalar novo penalty a nosso favor, mas desta vez revertido pelo VAR, porque considerou que foi o Dahl a tocar no pé do defesa e não o contrário. Perdemos a hipótese de ganhar o jogo, mas conseguimos o mais importante com a qualificação para os oitavos.
Em termos individuais, destaque para o Pavlidis com um golo e uma assistência, para o Kökçü, pelo golo decisivo e por uma 2ª parte em que subiu exponencialmente de produção, depois de uma 1ª em que o jogo lhe passou ao lado, e para o Dahl (e Amdouni) que ajudaram bastante à melhoria da equipa com a suas entradas. Ao invés, o Otamendi já teve melhores noites, o Tomás Araújo pareceu não completamente recuperado dos problemas físicos e, principalmente, o Trubin ficou muito ligado a dois dos golos sofridos.
Teremos amanhã o sorteio para saber se nos irá calhar o Liverpool ou o Barcelona. Eu preferia este último, mas o nosso principal foco tem é de estar na recepção ao Boavista no sábado e no campeonato nacional.
quinta-feira, fevereiro 13, 2025
Imperdoável
Fomos ao Mónaco ontem vencer por 1-0 e colocarmo-nos em vantagem no play-off de acesso aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. No entanto, saí do jogo com um enorme sentimento de frustração, dado que perdemos uma oportunidade de ouro de sair de França com a eliminatória resolvida, dado que jogámos contra dez durante grande parte da etapa complementar.
Com a equipa-tipo de volta, até nem entrámos mal nos primeiros minutos, com um remate de longe do Carreras ao lado e uma perda de bola infantil dos monegascos, com o Pavlidis e Aursnes a fazerem o mais difícil, que foi não terem criado perigo nenhum. Do outro lado, valeu-nos o Trubin num remate sob o lado esquerdo, fazendo uma grande defesa para canto. Depois daqueles dois lances, deixámos que o Mónaco tomasse conta da partida praticamente até ao intervalo. No então, apesar de entrar na nossa defesa com relativo à-vontade, não chegou a colocar o Trubin muito à prova. Mesmo antes do final dos primeiros 45’, tivemos duas óptimas ocasiões, num remate do Carreras de pé direito, depois de boa jogada do Pavlidis, defendido pelo guarda-redes (não se percebe porque é que não rematou de primeira com o pé esquerdo...) e um desvio de calcanhar do António Silva, depois de um remate de primeira do Aktürkoğlu na sequência de um canto, que também não passou muito longe do poste.
A 2ª parte não poderia ter começado melhor, com o nosso golo a surgiu logo aos 48’ de uma óptima abertura do Tomás Araújo para o Pavlidis (mesmo no limite do fora-de-jogo!), que bateu o defesa (embora este tenha sido um pouco anjinho...!) e depois picou a bola com muita classe por cima do guarda-redes. Um golão! Quatro minutos depois, o jogo tornou-se ainda mais fácil para nós, dado que o Al Musrati pediu o segundo amarelo para o Carreras ao árbitro e este, ao invés, mostrou-lhe a ele. Eu sei que está nas regras, mas acho que o Sr. Maurizio Mariani poderia ter usado mais o senso comum e não mandar um jogador para a rua por causa daquilo... Com mais um elemento em campo, tínhamos uma oportunidade de ouro para decidir já a eliminatória a nosso favor. Mas infelizmente não só não o conseguimos, como em muitas alturas deu a sensação, pela falta de intensidade atacante, de que estávamos satisfeitos. O Bruno Lage veio dizer no final que não tivemos killer instinct, mas quem o tem de fornecer à equipa é ele! Até parece que está fora de todo o processo...! Claro que tivemos oportunidades para aumentar a vantagem, sendo a do Pavlidis , porventura, a maior delas todas, com um desvio já na pequena-área a centro do Schjelderup, que o Majecki defendeu. Também o entretanto entrado Amdouni falhou claramente um remate na área, que teria dado golo. Terminámos o jogo com três(!) pontas-de-lança em campo, mas desperdiçámos esta soberana hipótese. Se, por acaso, alguma coisa correr mal no jogo de cá, bem podemos lamentar esta oportunidade perdida. E, como se já não bastasse isto, ainda vimos o Tomás Araújo e o Di María (entrado na 2ª parte), saírem lesionados. O argentino tem um problema muscular e vai certamente parar durante uns tempos.
Em termos individuais, destaque para o Pavlidis pelo golão que marcou. O Florentino voltou a estar imperial no meio-campo, mas teve de sair mais cedo, por causa do amarelo que levou e que o vai afastar da 2ª mão. O Otamendi comandou as tropas defensivas da melhor maneira. Todos os outros estiveram num nível médio, com o Leandro Barreiro a ser dos que melhor entraram vindos do banco.
Nunca percebi porque é que, na Champions, há equipas que têm oito dias entre jogos e outras seis. Vai ser o nosso caso desta vez, ainda por cima com a dificílima deslocação a casa do Santa Clara pelo meio. Vão ser dias muitos intensos, com pouco descanso e, para complicar ainda mais as coisas, com lesionados na equipa. Veremos que temos estofo para isto...
sexta-feira, janeiro 31, 2025
Bipolaridade
Vencemos a Juventus em Turim na 4ª feira (2-0) na última jornada
da Champions e qualificámo-nos para o play-off como cabeças-de-série.
Depois do descalabro frente ao Casa Pia e do vendaval que o áudio do Bruno Lage
provocou, não poderíamos ter dado uma melhor resposta em campo. A qual
confirmou que, nesta época, somos autenticamente uma equipa bipolar.
Com o Carreras castigado e o Beste prestes a ser vendido (mas a estar no banco), o Lage colocou o Bah na lateral-esquerda. O jogo começou em alta rotação e aos 6’, já poderia estar 1-3 para nós! O Di María centrou de trivela muito alto e o Pavlidis, que só tinha de encostar, não conseguiu chegar à bola, o Schjelderup rematou cruzado ao lado quando estava cara-a-cara com o guarda-redes, o Mbangula de cabeça colocou o Trubin à prova e novamente o Schjelderup, desmarcado muito bem pelo Pavlidis, permitiu a defesa com o pé do Perin. E só tinham passado literalmente meia-dúzia de minutos de jogo! Estávamos bastante melhor do que a Juventus na partida e colocámo-nos muito justamente na frente aos 16’ num alívio do Aursnes, a seguir a um canto, que o Bah dominou muito bem e isolou-se, tendo dado para o lado para o Pavlidis só ter de encostar (no entanto, o remate do grego passou muito perto do guarda-redes, pelo que ele acabou por ter alguma sorte por ter conseguido marcar; com uma baliza tão grande, não se percebe como é que ele não desviou mais a bola para não correr riscos...). A Juventus não conseguia responder, sendo o parvalhão do Francisco Conceição o jogador mais perigoso deles, e foram do Pavlidis as duas melhores oportunidades até ao intervalo, com um cabeceamento que deu a sensação de golo, mas o Perin defendeu, e, em cima do intervalo, estando completamente isolado(!), rematou à figura... Inacreditável! (Mas a dar razão àquela minha impressão de que o remate do golo também não foi nada bem feito...)
Na 2ª parte, remetemo-nos um pouco mais à defesa, mas sem deixar os italianos criar assim tantas oportunidades. Para isso, muitos contribuíram algumas intercepções que o Otamendi e o António Silva foram fazendo. No ataque, o Kökçü teve um remate ao lado logo nos primeiros minutos, mas os italianos só criaram verdadeiro perigo com um disparo do Kenan Yildiz à malha lateral. O Lage foi fazendo substituições, tendo entrado o Leandro Barreiro e o Aktürkoğlu para os lugares do Di María e Schjelderup, e foi o luxemburguês a aparecer bem na frente, mas a não conseguir desviar convenientemente um cruzamento da esquerda do turco. A dez minutos do fim, demos a estocada final através do Kökçü com um remate colocado já na área, depois de uma assistência do Pavlidis com o Aktürkoğlu a ter um papel importante, ao deixar passar a bola entre as pernas para o seu compatriota. O empate teria chegado para a qualificação, mas a vitória saberia muito melhor e, com tão pouco tempo para jogar, não seria crível que os italianos conseguissem dar a volta ao jogo, como não conseguiram. O prémio suplementar de termos ganho foi o facto de sermos cabeças-de-série no sorteio, o que nos permite ter a 2ª mão do play-off na Luz.
Em termos individuais, óbvio destaque para o Pavlidis, com um golo e uma assistência. Mas quem encheu verdadeiramente o campo foi o Florentino, que prova mais uma vez a sua imprescindibilidade neste tipo de jogos. Não deixou os adversários descansarem um só minuto! O Schjelderup voltou a ser um perigo à solta na esquerda, mas tem de melhorar o seu remate com o pé canhoto... O Di María passeou classe nalguns pormenores, embora não tenha estado envolvido nos golos. Boa partida igualmente de toda a defesa, com especial menção para o Bah numa posição que não é a sua. O Trubin esteve igualmente bastante seguro.
Altura de mudar o foco para o campeonato, algo que não tem sido muito apanágio desta equipa. Iremos à Amadora defrontar o Estrela no domingo e não podemos correr o risco de perder mais pontos para a lagartada. A Liga dos Campeões é muito boa para o prestígio, mas eu quero é títulos!
P.S. – Entretanto, aconteceu esta manhã o sorteio do play-off e só tínhamos dois adversários possíveis: Mónaco ou Brest. Eu teria preferido este, mas iremos voltar a defrontar os monegascos, que derrotámos já nesta Champions numa partida em que tivemos bastante sorte. Toda a atenção é pouco, até porque eles quererão desforrar-se disso...
Com o Carreras castigado e o Beste prestes a ser vendido (mas a estar no banco), o Lage colocou o Bah na lateral-esquerda. O jogo começou em alta rotação e aos 6’, já poderia estar 1-3 para nós! O Di María centrou de trivela muito alto e o Pavlidis, que só tinha de encostar, não conseguiu chegar à bola, o Schjelderup rematou cruzado ao lado quando estava cara-a-cara com o guarda-redes, o Mbangula de cabeça colocou o Trubin à prova e novamente o Schjelderup, desmarcado muito bem pelo Pavlidis, permitiu a defesa com o pé do Perin. E só tinham passado literalmente meia-dúzia de minutos de jogo! Estávamos bastante melhor do que a Juventus na partida e colocámo-nos muito justamente na frente aos 16’ num alívio do Aursnes, a seguir a um canto, que o Bah dominou muito bem e isolou-se, tendo dado para o lado para o Pavlidis só ter de encostar (no entanto, o remate do grego passou muito perto do guarda-redes, pelo que ele acabou por ter alguma sorte por ter conseguido marcar; com uma baliza tão grande, não se percebe como é que ele não desviou mais a bola para não correr riscos...). A Juventus não conseguia responder, sendo o parvalhão do Francisco Conceição o jogador mais perigoso deles, e foram do Pavlidis as duas melhores oportunidades até ao intervalo, com um cabeceamento que deu a sensação de golo, mas o Perin defendeu, e, em cima do intervalo, estando completamente isolado(!), rematou à figura... Inacreditável! (Mas a dar razão àquela minha impressão de que o remate do golo também não foi nada bem feito...)
Na 2ª parte, remetemo-nos um pouco mais à defesa, mas sem deixar os italianos criar assim tantas oportunidades. Para isso, muitos contribuíram algumas intercepções que o Otamendi e o António Silva foram fazendo. No ataque, o Kökçü teve um remate ao lado logo nos primeiros minutos, mas os italianos só criaram verdadeiro perigo com um disparo do Kenan Yildiz à malha lateral. O Lage foi fazendo substituições, tendo entrado o Leandro Barreiro e o Aktürkoğlu para os lugares do Di María e Schjelderup, e foi o luxemburguês a aparecer bem na frente, mas a não conseguir desviar convenientemente um cruzamento da esquerda do turco. A dez minutos do fim, demos a estocada final através do Kökçü com um remate colocado já na área, depois de uma assistência do Pavlidis com o Aktürkoğlu a ter um papel importante, ao deixar passar a bola entre as pernas para o seu compatriota. O empate teria chegado para a qualificação, mas a vitória saberia muito melhor e, com tão pouco tempo para jogar, não seria crível que os italianos conseguissem dar a volta ao jogo, como não conseguiram. O prémio suplementar de termos ganho foi o facto de sermos cabeças-de-série no sorteio, o que nos permite ter a 2ª mão do play-off na Luz.
Em termos individuais, óbvio destaque para o Pavlidis, com um golo e uma assistência. Mas quem encheu verdadeiramente o campo foi o Florentino, que prova mais uma vez a sua imprescindibilidade neste tipo de jogos. Não deixou os adversários descansarem um só minuto! O Schjelderup voltou a ser um perigo à solta na esquerda, mas tem de melhorar o seu remate com o pé canhoto... O Di María passeou classe nalguns pormenores, embora não tenha estado envolvido nos golos. Boa partida igualmente de toda a defesa, com especial menção para o Bah numa posição que não é a sua. O Trubin esteve igualmente bastante seguro.
Altura de mudar o foco para o campeonato, algo que não tem sido muito apanágio desta equipa. Iremos à Amadora defrontar o Estrela no domingo e não podemos correr o risco de perder mais pontos para a lagartada. A Liga dos Campeões é muito boa para o prestígio, mas eu quero é títulos!
P.S. – Entretanto, aconteceu esta manhã o sorteio do play-off e só tínhamos dois adversários possíveis: Mónaco ou Brest. Eu teria preferido este, mas iremos voltar a defrontar os monegascos, que derrotámos já nesta Champions numa partida em que tivemos bastante sorte. Toda a atenção é pouco, até porque eles quererão desforrar-se disso...
quinta-feira, janeiro 23, 2025
Injustíssimo
Perdemos 4-5 com o Barcelona na Luz na passada 3ª feira e perdemos a hipótese de nos qualificarmos já para o play-off da Champions. Como o resultado dá a transparecer, foi uma partida memorável para quem gosta de futebol, mas com um desfecho que, para além de ser injusto em termos futebolísticos, teve dedinhoa mais da equipa de arbitragem...
Com o Di María já recuperado, mas a ficar (e bem) no banco, o Lage fez regressar o Aursnes para o lugar do Leandro Barreiro. O jogo não poderia ter começado melhor para nós com o 1-0 a surgir logo aos 2’ através do Pavlidis, num remate de primeira de pé esquerdo à ponta-de-lança, depois de um centro também de primeira do Carreras na esquerda, na sequência de uma variação de flanco do Tomás Araújo, com o Schjelderup no meio inteligentemente a deixar passar a bola para o grego. Praticamente logo a seguir, foi o Aursnes a falhar uma soberana oportunidade só com o guarda-redes pela frente, depois de nova assistência do Carreras, atirando ao lado. O Barcelona respondeu aos 13’ num penalty assinalado pelo VAR por pisão do Tomás Araújo e concretizado pelo Lewandonski. Os catalães tinham mais posse de bola, como era expectável, mas nós lançávamos perigosos contra-ataques, quando tínhamos oportunidade para isso. E foi num passe longo do Otamendi que voltámos a estar à frente do marcador, com o Szczesny a sair mal da baliza e chocar com o Baldé, deixando o Pavlidis completamente sozinho com a bola para fazer o 2-1. À passagem da meia-hora, tivemos a primeira situação de dois golos de vantagem, com um penalty do Szczesny sobre o Aktürkoğlu, que o Pavlidis concretizou para o seu primeiro hat-trick com o manto sagrado. E que jogo bem escolhido para o fazer! Antes do início do jogo, por graça, tinha comentado com os meus companheiros de bancada, que o Pavlidis iria fazer três golos neste jogo. Que pena não ter apostado...! Até ao intervalo, ainda apanhámos dois sustos, num remate de primeira do Yamal, que felizmente não acertou na bola, e outra oportunidade bem mais descarada do Raphinha, com um remate ao lado, depois de uma saída de bola suicida da nossa parte.
Na 2ª parte, tivemos mais cautelas de início com a expectável subida do Barça no terreno. Mesmo assim, o Aursnes voltou a falhar um golo quase feito, quando ficou isolado perante o guarda-redes e não rematou bem, depois de uma óptima assistência do Schjelderup. Aos 64’, uma reposição de bola falhada pelo Trubin acertou na cabeça do Raphinha e foi para o fundo das nossas redes. Ainda faltava imenso tempo e eu estava a ver tudo a começar a andar para trás, mas aos 68’ voltámos à diferença de dois golos, com o 4-2 através de um autogolo do Ronald Araújo, depois de um centro na esquerda do Schjelderup. O Lage começou a fazer substituições e, quanto a mim, mal, porque a equipa estava compacta, lançando o Di María e o Bah, e tirando os dois alas. Poucos minutos antes, o Schjelderup tinha feito uma fantástica jogada individual, em que só faltou conseguir meter a bola num colega, pelo que a sua substituição não se percebeu de todo. Aos 78’ o Sr. Makkelie, dos Países Baixos, começou a inclinar o campo ao assinalar um penalty muitíssimo duvidoso do Carreras sobre o Yamal. Houve um ligeiro toque do nosso jogador no ombro do adversário e este aproveitou para se deixar cair. O Lewandowski não perdoou e fez o 4-2. Ainda entraram o Rollheiser e o Amdouni, mas foi mesmo Barça a chegar à igualdade aos 86’ pelo Eric García, que saltou à vontade num canto e desfeiteou o Trubin. Em cima dos 90’, o Di María num contra-ataque teve a vitória nos pés, ao ficar isolado, mas permitiu a defesa do guarda-redes. Até que aos 96’ aconteceu o impensável: livre para a área do Barcelona, por falta sobre o Carreras (que ficou furioso por não ter tido assistência médica), houve uns quantos ressaltos e o Leandro Barreiro é empurrado por trás quando tentar chegar à bola. O Sr. Makkelie não marca nada, há um contra-ataque catalão, em que é o Carreiras a ir atrás do Raphinha, mas a não conseguir impedir que este fizesse o 4-5. Escandalosamente, o VAR não assinalou nada e o golo foi validado...! Perante o jogo que foi e os penalties que foram marcados, é absolutamente incompreensível que este não o tenha sido. Ou melhor, até é compreensível, porque isso muito provavelmente significaria uma vitória transformada em derrota para o Barcelona... E a Uefa não ia gostar disso... (De recordar que esta figurinha do Sr. Danny Makkelie já tinha sido responsável por este roubo.)
Em termos individuais, óbvio destaque para o Pavlidis com os seus três golos. O Schjelderup esteve sempre endiabrado na esquerda e não tem medo de enfrentar qualquer adversário. O Carreras estava a ser o melhor na 1ª parte, mas caiu um pouco após o intervalo e esteve envolvido no duvidoso penalty sobre o Yamal. No meio-campo, o Florentino foi o muro do costume e o Kökçü é os olhos do nosso ataque. A equipa esteve em geral a um nível muito elevado, com excepção do Trubin, que ficou ligado directamente ao 3-2 e, no último golo, TEM DE sair da baliza ao encontro do Raphinha para tentar não o deixar chegar à bola. O Tomás Araújo, na lateral-direita, esteve também abaixo do que já demonstrou.
Iremos para a semana a Turim, defrontar a Juventus, e um empate serve para nos qualificarmos. A derrota também poderá servir, mas aí teríamos de fazer contas, pelo que é melhor estarmos salvaguardados desse aspecto. Depois do que exibimos na Champions deste ano, seria uma desilusão ficarmos de fora dos play-off.
sábado, dezembro 14, 2024
Desperdício
Empatámos em casa frente ao Bolonha na passada 4ª feira (0-0) e desperdiçámos uma oportunidade de ouro de assegurarmos já o play-off da Champions. Perante uma equipa que só tinha um ponto em cinco jornadas e que, para além do mais, alinhou com muitos suplentes, o resultado não deixou de ser uma tremenda desilusão, até porque os dois jogos que faltam são contra Barcelona e Juventus...
Com a equipa-tipo de regresso, até entrámos bem e metemos a bola na baliza logo aos 2’ pelo Pavlidis, depois de uma assistência do Di María, mas o grego estava fora-de-jogo. Inexplicavelmente, a partir daqui tivemos um hiato que durou uma boa meia-hora, em que os italianos tiveram muito mais posse de bola, embora sem criar grande perigo, com excepção de uma saída aos pés de um adversário pelo Trubin, que salvou um golo quase certo. Nos últimos minutos da 1ª parte, chegámos por fim à baliza contrária e o Di María teve um grande remate de primeira, depois de uma boa iniciativa do Carreras na esquerda, defendido superiormente pelo guarda-redes polaco Skorupski.
A 2ª parte foi completamente diferente e totalmente nossa. O Bolonha praticamente deixou de existir em termos atacantes, com excepção de uma bola logo no reinício que foi rematada à figura do Trubin. Do nosso lado, tivemos oportunidades mais do que suficientes para ganhar não um, mas dois jogos! Numa boa combinação com o Di María, o Bah teve um remate já de ângulo difícil que criou bastante perigo, o Pavlidis falhou escandalosamente uma recarga, permitindo a defesa do guarda-redes ainda no chão(!), o Aursnes viu um remate seu que ia para a baliza ser interceptado no último momento por um defesa e o Amdouni, que entretanto entrou, teve dois remates colocados de pé esquerdo, ambos defendidos pelo guarda-redes Skorupski, que foi de longe o melhor homem em campo. Tanto desperdício que espero não nos saia muito caro no futuro...
Em termos individuais, o Carreras esteve muito bem na lateral-esquerda e o Di María, apesar de muito marcado na 1ª parte, conseguiu libertar-se na 2ª e muito do nosso jogo atacante passou por ele. Na defesa, o Tomás Araújo está de pedra e cal, o Otamendi, apesar de ter sempre uma ou outra falha comprometedora, conseguiu por vezes ser imperial pelo ar, e o Bah é sempre um comboio na direita. O Trubin foi igualmente essencial pelas poucas defesas que fez e que permitiram manter a nossa baliza a zeros. Ao invés, os dois turcos, Kökçü e o Aktürkoğlu, estiveram bastante abaixo do que já exibiram e a nossa produção ofensiva ressentiu-se disso. O Florentino já passou por uma fase mais exuberante do que agora, assim como o Aursnes, embora este tenha subido de produção na 2ª parte, e o Pavlidis continua a ser o rei dos golos anulados, mas falhou uma oportunidade clamorosa que não devia. Quanto aos substitutos, o Amdouni deu nas vistas por via de dois dos remates mais perigosos que fizemos.
A Champions só voltará daqui a mais de um mês, com a recepção ao Barcelona e a ida à Juventus na semana seguinte. Dez pontos podem ser suficientes para atingir o play-off, mas convinha pontuarmos em ambas as partidas, o que não irá ser nada fácil. Falhámos o primeiro match-point, convém não falharmos os próximos dois...
P.S. - Uma palavra final para o árbitro, o romeno Radu Petrescu, que foi dos piores que vimos nos últimos tempos. Muito complicativo, a encharcar-nos de cartões, enfim, parecia um árbitro português...
quinta-feira, novembro 28, 2024
Sorte do jogo
Conseguimos ontem uma vitória muito importante no Mónaco
(3-2) na 5ª jornada da fase de liga da Champions.
Depois de dois desaires consecutivos, era fundamental somar pontos neste jogo e
na recepção ao Bolonha antes de irmos defrontar o Barcelona e a Juventus. Foi
um triunfo saboroso, até pela reviravolta nos minutos finais, mas convém
descermos à terra e termos noção de que tivemos muita sorte no modo como ele
foi obtido.
Com a equipa-tipo de volta, não entrámos nada bem e sofremos o 0-1 logo aos 13’ pelo Seghir num lance em que fomos apanhados em contrapé num contra-ataque rápido. A precisar de pontuar, tomámos as rédeas da partida e começámos a limpar a má imagem deixada em Munique. No entanto, na frente revelámos falta de inspiração, nomeadamente pelo Pavlidis, que parece dar sempre um toque a mais na bola, quando seria necessário ter mais espontaneidade de remate. Mas foi do Di María a melhor oportunidade até ao intervalo, quando o atraso de um defesa o deixou isolado frente ao guarda-redes Majecki, mas permitiu a defesa deste com o pé. Falhanço incrível! Na sequência desse canto, foi o Otamendi a antecipar-se de cabeça a um defesa e ao Majeck, mas a bola caprichosamente passou por cima da barra. Ou seja, deveríamos ter ido para o intervalo a ganhar e fomos a perder. Porém, há que salientar a enorme sorte que tivemos com o Sr. Rade Obrenovic, o árbitro esloveno. Esteve mal ao mostrar o amarelo ao Florentino logo aos 5’, mas depois poupou inacreditavelmente o segundo amarelo a este e, principalmente, ao Carreras, que entretanto também tinha visto um (que até poderia ter sido vermelho directo, fosse o VAR mais rigoroso...). Como sintoma do desnorte que teve, ainda encharcou três jogadores do Mónaco com amarelos por causa dos protestos, um dos quais revelar-se-ia fundamental no desfecho da partida. Muito pouca classe, a deste árbitro, neste caso a nosso favor (também temos direito a ser beneficiados nas provas europeias de vez em quando... Sim, porque eu lembro-me muito bem disto e disto, por exemplo...).
O Bruno Lage, apesar de o Florentino e o Carreras estarem bastante condicionados, arriscou e não mexeu na equipa ao intervalo. Logo no reatamento, tivemos mais uma dose de estrelinha, quando o Otamendi é mal batido pelo poderio físico do suíço Embolo, que depois atirou com estrondo ao poste do Trubin. Teria certamente sido xeque-mate no jogo, caso a bola tivesse entrado... Não entrou na nossa baliza, entrou na adversária aos 48’, noutro atraso muito mal calculado, desta feita pelo defesa-esquerdo Caio Henrique, que coincidiu com uma saída igualmente péssima do guarda-redes, que não conseguiu acertar na bola e permitiu que o Pavlidis fizesse um dos golos mais fáceis da sua carreira, logo para estreia a marcar na Champions. O mérito do grego foi ter percebido de imediato que o atraso iria acontecer e ter corrido logo na direcção do guarda-redes. O jogo estava um bocado partido e houve mais um golo para cada lado, anulado pelo VAR por fora-de-jogo em ambos os casos. Se o dos franceses foi logo evidente na jogada corrida, o nosso enganou-me bem, porque festejei quando o Bah meteu a bola na baliza na sequência de uma assistência do Di María, mas este estava com o rabo(!) fora-de-jogo. A olho nu parece estar em linha e é só lerem o que tenho escrito aqui ao longo dos tempos para perceberem que acho uma estupidez anularem-se golos por menos de 10 cm (como deve ter sido o caso). Parece em linha à primeira vista, dá-se a vantagem à equipa que ataca, como se fazia antigamente. Entre os dois golos anulados, o Pavlidis teve uma óptima cabeçada depois de um centro do Aktürkoğlu, que proporcionou uma excelente defesa do guarda-redes.
À passagem da hora de jogo, deu-se o acontecimento que desequilibrou a partida com o segundo amarelo (justo) mostrado ao central Singo, por atingir o Pavlidis na cabeça com o braço numa disputa aérea. Ora, este tinha sido um dos jogadores que tinha visto o amarelo nos protestos da 1ª parte. A jogar com mais um, o Bruno Lage arriscou e tirou o Florentino para colocar o Amdouni, para além de ter trocado os pontas-de-lança (Pavlidis pelo Cabral). Se, na teoria, isto parecia bem dado que estávamos em superioridade numérica, na prática foi um desastre, porque o Mónaco, mesmo com dez, tomou conta do meio-campo, porque deixámos de ter alguém para correr atrás dos adversários e recuperar bolas. Espero que o Lage tenha percebido isto de vez, até porque tinha o Leandro Barreiro no banco e, se queria poupar (e bem) o Florentino original de um possível segundo amarelo, tinha um clone do Florentino no banco. Também já aqui escrevi que não gosto nada de ver o Aursnes a seis, porque não é o tipo de jogador de andar atrás dos adversários, e como o Kökçü também não tem espírito nenhum defensivo, estendemos uma autêntica passadeira ao Mónaco. De tal forma, que fizeram o 2-1 praticamente a seguir às nossas substituições, num lance em que o marcador do golo, Magassa, surgiu completamente sozinho(!) já dentro da nossa área, depois de um centro atrasado na esquerda, que ainda desviou no Carreras, para rematar rasteiro sem hipóteses para o Trubin. Sem um Florentino em campo, ninguém foi marcar aquela zona central da área... Acusámos (e de que maneira!) o golo e durante 20’ até parecia que eram os franceses a jogarem com mais um, tal o à-vontade com que manobravam no nosso meio-campo. O Benfica parecia completamente perdido e sem capacidade de reacção. Eu estava a ver isto muito negro e a não querer acreditar que iríamos conseguir perder um desafio a jogar contra dez...!
No entanto, o facto de termos um génio no plantel tem as suas vantagens. Aos 84’, o Di María tira um autêntico coelho da cartola com um cruzamento perfeito do lado esquerdo para a área para o Arthur Cabral entrar de rompante de cabeça e restabelecer a igualdade. Grande golo! A cabeçada foi tão poderosa que o brasileiro até ficou um pouco abananado depois dela, também por ter disputado a bola com um defesa e ter tido a coragem de efectuar um remate de cabeça com aquela potência. A seguir a este golo, o Lage lá colocou o Leandro Barreiro no lugar do Aursnes e o Mónaco morreu de vez aí. A dois minutos do final, o Di María voltou a repetir a gracinha do centro teleguiado, desta feita da direita, e foi o até então muito apagado Amdouni a cabecear sem hipóteses para o guarda-redes. Como já vi por aí escrito, o Di María quase que obrigou os avançados a meterem a bola na baliza com aqueles dois centros magníficos! Até final, ainda deu para o Amdouni falhar o 4-2 isolado perante o guarda-redes, imitando o Di María na 1ª parte...
Em termos de destaques individuais, obviamente que o Di María tem de ter o maior de todos, com as duas assistências que permitiram a vitória. O Tomás Araújo esteve muito bem na defesa, muitas vezes compensando tanto o Bah, como o Otamendi, quando eram batidos. Tanto o Florentino como o Carreras deverão ter MUITO mais cuidado no futuro depois de verem amarelos, porque tiveram ambos muita sorte em não terem sido expulsos. O Bah teve algumas dificuldades defensivas na 1ª parte, mas subiu claramente de produção na 2ª. É sempre bom para a sua confiança quando são os substitutos a marcar golos e o Amdouni, em particular, deve ter o melhor rácio de golos marcados/minutos em campo, enquanto o Arthur Cabral deve este importantíssimo golo ao facto de o Lage o ter mantido em campo, depois dos quatro falhanços inacreditáveis frente ao E. Amadora, porque ainda lhe permitiu marcar dois e restabelecer a sua confiança.
Foi uma vitória essencial e especial pelo modo como ocorreu. Mas, repito, temos de ter noção das circunstâncias que levaram a este desfecho e não repetir os erros que cometemos, nomeadamente a nível disciplinar e, em relação ao Lage, na leitura que faz do nosso jogo sem um trinco de raiz. Se nas provas nacionais, perante adversários mais fracos, ainda se pode admitir, a este nível de Champions espero que tenha sido a última vez que tenhamos jogado sem o Florentino ou Leandro Barreiro naquela posição.
Com a equipa-tipo de volta, não entrámos nada bem e sofremos o 0-1 logo aos 13’ pelo Seghir num lance em que fomos apanhados em contrapé num contra-ataque rápido. A precisar de pontuar, tomámos as rédeas da partida e começámos a limpar a má imagem deixada em Munique. No entanto, na frente revelámos falta de inspiração, nomeadamente pelo Pavlidis, que parece dar sempre um toque a mais na bola, quando seria necessário ter mais espontaneidade de remate. Mas foi do Di María a melhor oportunidade até ao intervalo, quando o atraso de um defesa o deixou isolado frente ao guarda-redes Majecki, mas permitiu a defesa deste com o pé. Falhanço incrível! Na sequência desse canto, foi o Otamendi a antecipar-se de cabeça a um defesa e ao Majeck, mas a bola caprichosamente passou por cima da barra. Ou seja, deveríamos ter ido para o intervalo a ganhar e fomos a perder. Porém, há que salientar a enorme sorte que tivemos com o Sr. Rade Obrenovic, o árbitro esloveno. Esteve mal ao mostrar o amarelo ao Florentino logo aos 5’, mas depois poupou inacreditavelmente o segundo amarelo a este e, principalmente, ao Carreras, que entretanto também tinha visto um (que até poderia ter sido vermelho directo, fosse o VAR mais rigoroso...). Como sintoma do desnorte que teve, ainda encharcou três jogadores do Mónaco com amarelos por causa dos protestos, um dos quais revelar-se-ia fundamental no desfecho da partida. Muito pouca classe, a deste árbitro, neste caso a nosso favor (também temos direito a ser beneficiados nas provas europeias de vez em quando... Sim, porque eu lembro-me muito bem disto e disto, por exemplo...).
O Bruno Lage, apesar de o Florentino e o Carreras estarem bastante condicionados, arriscou e não mexeu na equipa ao intervalo. Logo no reatamento, tivemos mais uma dose de estrelinha, quando o Otamendi é mal batido pelo poderio físico do suíço Embolo, que depois atirou com estrondo ao poste do Trubin. Teria certamente sido xeque-mate no jogo, caso a bola tivesse entrado... Não entrou na nossa baliza, entrou na adversária aos 48’, noutro atraso muito mal calculado, desta feita pelo defesa-esquerdo Caio Henrique, que coincidiu com uma saída igualmente péssima do guarda-redes, que não conseguiu acertar na bola e permitiu que o Pavlidis fizesse um dos golos mais fáceis da sua carreira, logo para estreia a marcar na Champions. O mérito do grego foi ter percebido de imediato que o atraso iria acontecer e ter corrido logo na direcção do guarda-redes. O jogo estava um bocado partido e houve mais um golo para cada lado, anulado pelo VAR por fora-de-jogo em ambos os casos. Se o dos franceses foi logo evidente na jogada corrida, o nosso enganou-me bem, porque festejei quando o Bah meteu a bola na baliza na sequência de uma assistência do Di María, mas este estava com o rabo(!) fora-de-jogo. A olho nu parece estar em linha e é só lerem o que tenho escrito aqui ao longo dos tempos para perceberem que acho uma estupidez anularem-se golos por menos de 10 cm (como deve ter sido o caso). Parece em linha à primeira vista, dá-se a vantagem à equipa que ataca, como se fazia antigamente. Entre os dois golos anulados, o Pavlidis teve uma óptima cabeçada depois de um centro do Aktürkoğlu, que proporcionou uma excelente defesa do guarda-redes.
À passagem da hora de jogo, deu-se o acontecimento que desequilibrou a partida com o segundo amarelo (justo) mostrado ao central Singo, por atingir o Pavlidis na cabeça com o braço numa disputa aérea. Ora, este tinha sido um dos jogadores que tinha visto o amarelo nos protestos da 1ª parte. A jogar com mais um, o Bruno Lage arriscou e tirou o Florentino para colocar o Amdouni, para além de ter trocado os pontas-de-lança (Pavlidis pelo Cabral). Se, na teoria, isto parecia bem dado que estávamos em superioridade numérica, na prática foi um desastre, porque o Mónaco, mesmo com dez, tomou conta do meio-campo, porque deixámos de ter alguém para correr atrás dos adversários e recuperar bolas. Espero que o Lage tenha percebido isto de vez, até porque tinha o Leandro Barreiro no banco e, se queria poupar (e bem) o Florentino original de um possível segundo amarelo, tinha um clone do Florentino no banco. Também já aqui escrevi que não gosto nada de ver o Aursnes a seis, porque não é o tipo de jogador de andar atrás dos adversários, e como o Kökçü também não tem espírito nenhum defensivo, estendemos uma autêntica passadeira ao Mónaco. De tal forma, que fizeram o 2-1 praticamente a seguir às nossas substituições, num lance em que o marcador do golo, Magassa, surgiu completamente sozinho(!) já dentro da nossa área, depois de um centro atrasado na esquerda, que ainda desviou no Carreras, para rematar rasteiro sem hipóteses para o Trubin. Sem um Florentino em campo, ninguém foi marcar aquela zona central da área... Acusámos (e de que maneira!) o golo e durante 20’ até parecia que eram os franceses a jogarem com mais um, tal o à-vontade com que manobravam no nosso meio-campo. O Benfica parecia completamente perdido e sem capacidade de reacção. Eu estava a ver isto muito negro e a não querer acreditar que iríamos conseguir perder um desafio a jogar contra dez...!
No entanto, o facto de termos um génio no plantel tem as suas vantagens. Aos 84’, o Di María tira um autêntico coelho da cartola com um cruzamento perfeito do lado esquerdo para a área para o Arthur Cabral entrar de rompante de cabeça e restabelecer a igualdade. Grande golo! A cabeçada foi tão poderosa que o brasileiro até ficou um pouco abananado depois dela, também por ter disputado a bola com um defesa e ter tido a coragem de efectuar um remate de cabeça com aquela potência. A seguir a este golo, o Lage lá colocou o Leandro Barreiro no lugar do Aursnes e o Mónaco morreu de vez aí. A dois minutos do final, o Di María voltou a repetir a gracinha do centro teleguiado, desta feita da direita, e foi o até então muito apagado Amdouni a cabecear sem hipóteses para o guarda-redes. Como já vi por aí escrito, o Di María quase que obrigou os avançados a meterem a bola na baliza com aqueles dois centros magníficos! Até final, ainda deu para o Amdouni falhar o 4-2 isolado perante o guarda-redes, imitando o Di María na 1ª parte...
Em termos de destaques individuais, obviamente que o Di María tem de ter o maior de todos, com as duas assistências que permitiram a vitória. O Tomás Araújo esteve muito bem na defesa, muitas vezes compensando tanto o Bah, como o Otamendi, quando eram batidos. Tanto o Florentino como o Carreras deverão ter MUITO mais cuidado no futuro depois de verem amarelos, porque tiveram ambos muita sorte em não terem sido expulsos. O Bah teve algumas dificuldades defensivas na 1ª parte, mas subiu claramente de produção na 2ª. É sempre bom para a sua confiança quando são os substitutos a marcar golos e o Amdouni, em particular, deve ter o melhor rácio de golos marcados/minutos em campo, enquanto o Arthur Cabral deve este importantíssimo golo ao facto de o Lage o ter mantido em campo, depois dos quatro falhanços inacreditáveis frente ao E. Amadora, porque ainda lhe permitiu marcar dois e restabelecer a sua confiança.
Foi uma vitória essencial e especial pelo modo como ocorreu. Mas, repito, temos de ter noção das circunstâncias que levaram a este desfecho e não repetir os erros que cometemos, nomeadamente a nível disciplinar e, em relação ao Lage, na leitura que faz do nosso jogo sem um trinco de raiz. Se nas provas nacionais, perante adversários mais fracos, ainda se pode admitir, a este nível de Champions espero que tenha sido a última vez que tenhamos jogado sem o Florentino ou Leandro Barreiro naquela posição.
sexta-feira, novembro 08, 2024
Pequenino
Perdemos em Munique frente ao Bayern na 4ª feira por 0-1, mas ainda estamos em zona de play-off na fase da liga da Champions deste ano. Aviso já que este deve ser o post mais pequeno que fiz em 19,5 anos deste blog, mas é para fazer pendant com a nossa exibição.
Se quisermos ver as coisas pelo lado positivo (ou menos negativo), podemos dizer que só perdemos por um a zero.
Se quisermos ver o que se passou na realidade, basta colocar aqui as estatísticas do jogo: tivemos 30% de posse de bola, 1(!!!) remate à baliza (o mínimo da competição, até agora, eram 3 remates...), fizemos 12 ataques e não tivemos nenhum canto a favor. Ora, isto são número que, desconfio, nem uma equipa da 3ª Divisão teria na Luz. Perdemos toda a moral para criticar os Casa Pia e os E. Amadora que vêm à Luz com um autocarro, porque nós tivemos dois em Munique! O Lage resolver inventar com três centrais, o Kaboré na direita, o Renato Sanches no meio e o Amdouni na frente, deixando o Florentino, Di María e Pavlidis no banco. E depois veio lamentar-se no final que a equipa não conseguiu fazer dois passes seguidos e esticar o jogo...! De facto, é mesmo de estranhar, dada a imensa rotina que estes jogadores e esta táctica tinham...!
Enfim, foi uma exibição que me envergonhou bastante, porque actuámos como uma equipa pequena, sem coragem, nem audácia. Foi o oposto do que deve ser o Sport Lisboa e Benfica. A única dúvida era quando é que o Bayern marcaria. Só o conseguiu fazer aos 68' numa cabeçada do Musiala, porque o Trubin foi o melhor em campo. Foi tudo bastante lamentável.
sexta-feira, outubro 25, 2024
Falta de pedalada
Perdemos na 4ª feira passada frente ao Feyenoord (1-3) para a Champions, na primeira derrota do Bruno Lage neste seu regresso ao Benfica. Foi um balde de água fria em relação ao que vínhamos demonstrando e perdemos uma boa oportunidade de, com três vitórias, quase selar a nossa ida ao play-off de acesso aos oitavos-de-final.
Depois da rotação na Taça, voltámos a apresentar a equipa habitual, novamente com o Tomás Araújo no lugar do António Silva. E logo desde início ficou muito perceptível a diferença de andamento dos holandeses para nós. Eram sempre mais rápidos e mais agressivos na disputa dos lances, conseguiam sair a jogar desde trás com relativa facilidade, sendo quase imunes à nossa pressão. Não espantou, por isso, o primeiro golo sofrido logo aos 12’ pelo Ueda, depois de uma jogada na esquerda que nos apanhou em descompensação defensiva. À passagem dos 20’, tivemos a primeira e melhor oportunidade da etapa inicial, com uma cabeçada do Bah à barra, depois de um cruzamento do Di María, quando já estava dentro da pequena-área...! Mas logo a seguir vimos o VAR anular um golo ao Feyenoord devido a uma falta prévia sobre o Otamendi, que provavelmente não seria marcada em Portugal. Pensei que nos tivéssemos livrado de boa, mas foi por pouco tempo, dado que aos 33’ o Feyenoord fez mesmo o 0-2 através do Milambo, depois de ter feito uma cueca ao Otamendi e outra ao Trubin. Antes do intervalo, o Pavlidis ainda colocou a bola na baliza, mas infelizmente o Aktürkoğlu estava fora-de-jogo no início da jogada.
quinta-feira, outubro 03, 2024
De gala
Goleámos o Atlético de Madrid por 4-0 e estamos no grupo da frente da fase da liga da Champions com seis pontos. Foi um verdadeiro recital o que assistimos ontem, com um cheirinho das grandes noites europeias do passado na velha Luz. Perante uma equipa que é conhecida por defender bem, conseguimos desbaratá-la por completo especialmente na 2ª parte.
Com o regresso do Bah, houve alguma surpresa no facto de o Bruno Lage ter preterido o António Silva em favor do Tomás Araújo, que assim fez companhia ao Otamendi no centro da defesa. Entrámos a todo o gás, com o Di María a desmarcar o Pavlidis, que rematou para intercepção de um defesa para canto. Na sequência do mesmo, o grego proporcionou ao Oblak a melhor defesa do encontro numa cabeçada quase à queima-roupa. Não tirávamos o pé do acelerador e inaugurámos o marcador aos 13’ através do inevitável Aktürkoğlu, assistido pelo Aursnes, depois de uma boa recuperação nossa em zona atacante. O Atlético de Madrid tentou reagir e nós tivemos de recuar as linhas quase até ao intervalo, mas os espanhóis só tiveram uma verdadeira oportunidade num centro-remate do Samuel Lino que bateu na barra (pareceu-me sem querer, mas deu para assustar...). Em cima do intervalo, tivemos nova grande oportunidade num lançamento lateral do Bah que isolou(!) o Di María, cujo remate desviou num defesa e encontrou o Pavlidis em boa posição, só com o Oblak pela frente, mas o desvio do grego bateu caprichosamente no poste...
Na 2ª parte, o Simeone tirou os principais jogadores do Atlético (Griezmann, De Paul e Koke), o que muito me espantou, e, coincidência (ou talvez não...), os espanhóis deixaram praticamente de existir. Claro que, para isso, também contribuiu o nosso segundo golo logo aos 52’, num penalty do Di María a castigar duplo pisão ao Pavlidis. Apesar de fazer aquela corridinha que me irrita tanto, o nosso nº 11 colocou muito bem a bola, não dando hipóteses ao Oblak. Pouco depois, o mesmo Di María conseguiu isolar-se, mas ao invés de dar para o lado, onde estavam tanto o Pavlidis e o Aktürkoğlu sozinhos (só tinham de encostar), resolveu rematar para defesa do Oblak... Imperdoável! O Atlético ia tentando empurrar-nos para trás, mas o Florentino a meio-campo fez um sem-número de intercepções e os centrais também deram conta do recado, nunca permitindo colocar a baliza do Trubin em verdadeiro perigo. O Bruno Lage começou a refrescar a equipa e as entradas do Amdouni, primeiro, e Beste e Rollheiser, depois, para os lugares do Pavlidis, Di María e Aktürkoğlu surtiram o efeito desejado, porque imprimiram uma nova dinâmica à equipa e arrumaram de vez com as pretensões do adversário. Aos 75’ aumentámos para 3-0 noutra bola parada, desta feita um canto, apontada pelo Beste e com cabeçada do Bah no meio de uma série de jogadores de tal maneira que, num primeiro momento, nem percebi quem é que tinha marcado o golo. E aos 84’ fizemos o resultado final de 4-0 com novo penalty, desta vez a castigar rasteira ao Amdouni, que se isolou bem, mas que eventualmente poderia ter rematado antes de ser derrubado. O Kökçü foi encarregue da marcação e bateu o penalty como eu gosto: tiraço indefensável com a bola a entrar e sair da baliza! Até final, ainda deu para o Oblak salvar uma humilhação maior, ao defender um remate bem colocado do Beste de pé direito, e para o Amdouni atirar de pé esquerdo ao lado, quando estava em boa posição.
Em termos individuais, o Carreras foi dos melhores, cada vez com mais confiança, a defender bem e sair a jogar ainda melhor. O Florentino foi o muro habitual no meio-campo e é um dos imprescindíveis da equipa. O Bah regressou em grande estilo, imprimindo uma aceleração na direita que nos faz sempre muita falta. Mas em geral toda a equipa esteve em altíssimo plano, incluindo os que entraram que não destoaram em nada, ao invés, fizeram subir o nível da equipa. E é isso que se pretende nos suplentes. O Bruno Lage também esteve bem nas substituições, esgotando-as e permitindo assim ao Barreiro e ao António Silva também participarem nesta grande vitória. É assim que se ganha um balneário, fazendo todos sentirem-se úteis.
Iremos agora à Choupana antes da interrupção para as selecções. Não temos margem de manobra no campeonato e espera-se naturalmente que esta boa fase seja para continuar. Viva o BENFICA!
P.S. – Há coisas que eu não consigo mesmo perceber! Nós estamos sob o olhar da Uefa por causa do comportamento dos adeptos, especialmente nos jogos fora, a correr o risco de ter o estádio interditado mais dia, menos dia, e há quem continue a insistir em deflagrar tochas nos jogos europeus... Só me questiono se essas pessoas deixam o cérebro em casa antes de irem para o jogo...!
sexta-feira, setembro 20, 2024
Dupla face
Entrámos muito bem no novo formato da Liga do Campeões, ao ganhar 2-1 ao Estrela Vermelha em Belgrado. Com oito jogos para disputar, a Uefa considera que duas vitórias e dois empates (8 pontos) serão suficientes para se ir ao play-off de acesso aos oitavos-de-final e, portanto, um triunfo fora é sempre fantástico.
Perante um estádio em efervescência, entrámos muitíssimo personalizados no jogo. Algo que não se via na Europa há dois anos! Controlámos perfeitamente os minutos iniciais, o Aktürkoğlu atirou a rasar ao poste pouco depois do apito inicial e inaugurou o marcador aos 9’ num desvio ao segundo poste, depois de um centro do Bah na sequência de uma jogada envolvente com o Di María. Melhor início não poderíamos desejar! O Estrela Vermelha reagiu, mas conseguimo-los conter, apesar de terem chegado uma ou outra vez à nossa baliza e aos 29’ elevámos para 2-0 num livre directo superiormente executado pelo Kökçü. Que golão! No entanto, cinco minutos depois tivemos o contratempo da lesão do Bah, que proporcionou a estreia (nada feliz, diga-se de passagem) do Kaboré. Até ao intervalo, conseguimos controlar os ímpetos dos sérvios, que só num remate de fora da área é que criaram algum perigo.
A 2ª parte foi bastante diferente, porque entrámos completamente a dormir, o que fez um contraste abissal com o que se passou no primeiro tempo. O Estrela Vermelha instalou-se no nosso meio-campo, atacando principalmente pela nossa direita (claro está...), onde o Kaboré estava aos papéis e o Di María não defende. Só que o Bruno Lage tem a vantagem de ser mais rápido a perceber as coisas do que o Schmidt e a reagir em conformidade, e fez entrar o Aursnes, vindo de lesão, logo aos 56’ para o lugar do apagado Rollheiser, trocando depois os extremos. Vindo o Aktürkoğlu para a direita, o Estrela Vermelha deixou de estar tão à-vontade e nós pudemos respirar um bocado. Tivemos uma boa oportunidade de resolver de vez a partida, mas o Kökçü não conseguiu centrar em condições para o Pavlidis, que só tinha de encostar. Os sérvios voltaram a insistir, mas o Otamendi e o António Silva estiveram irrepreensíveis no centro da defesa, principalmente nas bolas aéreas. O Lage hesitava no momento das últimas substituições e um dos candidatos a sair, o Di María, ainda teve um bom remate de fora da área, que passou a rasar a barra. Aos 86’, os nossos centrais tiveram a única falha da partida e o Milson reduziu para 1-2. O estádio voltou a acordar, o Lage lá meteu o Barreiro, Beste e Amdouni no lugar dos três da frente e o suíço ainda teve tempo para um fantástico remate de pé esquerdo, de ângulo complicado, ao poste! Dois jogos, pouquíssimos minutos em campo, e duas bolas no barrote! Os últimos momentos da partida foram um sufoco, com bolas bombeadas para a nossa área, mas a nossa defesa revelou-se à altura e conseguimos sair de Belgrado com uma importante vitória.
Destaque individual para ambos os turcos e não só pelos golos que marcaram. O Aktürkoğlu definitivamente não engana ninguém, tendo, ainda por cima, uma óptima relação com a baliza. Quanto ao Kökçü, parece outro em relação à temporada passada e constitui-se cada vez mais como o patrão da equipa. O Florentino foi outro a fazer uma boa exibição e a equipa é sempre melhor com ele em campo, já que consegue defender muito mais à frente, graças ao tampão que ele é. Já falei do bom jogo dos centrais e o Carreras também esteve em bom plano. Quanto aos menos, o Rollheiser passou muito ao lado do jogo e não colaborou nas marcações a meio-campo, como era suposto. Quanto ao Kaboré, assustou-me bastante em termos defensivos, sendo consecutivamente batido pelos adversários. E estamos a falar, com o devido respeito, do Estrela Vermelha...! Esperemos que a lesão do Bah não seja grave, porque o internacional do Burkina Fase até pode dar para a maioria dos jogos nacionais, mas os internacionais são outra coisa...
Iremos agora ao Bessa na 2ª feira e espera-se que a equipa continue na sua senda de crescimento, alimentada por estas duas importantes vitórias. Uma coisa é certa: deu bastante gozo ver aquela nossa 1ª parte. Foi um cheirinho do Benfica que todos nós desejamos: entrar sem medo, para ganhar, em qualquer campo.
Subscrever:
Mensagens (Atom)