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sexta-feira, abril 19, 2024

Auf Wiedersehen!

Perdemos ontem em Marselha (0-1 e 2-4 nos penalties) e fomos eliminados ingloriamente da Liga Europa. Ou seja, iremos terminar uma temporada em que investimos fortemente com apenas um título e o menos importante deles todos (Supertaça). Não só por isso (aqui defendi a continuidade do treinador, mesmo não tendo ganho nada), mas principalmente pelo que (não) mostrámos a nível exibicional e por decisões absolutamente incompreensíveis, espero que o Sr. Roger Schmidt tenha a hombridade de colocar à disposição o seu lugar no final da temporada.

Perante o Casa Pia da Liga Francesa, nós fizemos de Vizela durante 79’ (sem ofensa para nenhum dos clubes, apesar me cinjo à respectiva classificação). E isso é absolutamente indesculpável no Benfica! Somos muitíssimo superiores ao Marselha e tivemos a atitude de uma equipa pequena, a jogar para o empate. E o Sr. Roger Schmidt já tem suficientes anos de futebol para saber o que geralmente significa jogar para o empate... Resultou em Toulouse (com bastante sorte e Trubin à mistura), não resultou em Marselha. Aliás, estou convencido que só passámos o Rangers, porque empatámos a 1ª mão em casa e não fomos para a Escócia jogar para o empate. É escusado o Sr. Roger Schmidt colocar o David Neres, Di María e Rafa juntos no onze, se depois vai jogar para não sofrer... A nossa exibição foi patética a maior parte do tempo, raramente tivemos sequer transições atacantes, o Tengsted fez um óptimo papel enquanto defesa adversário (não conseguir segurar uma única bola!) e deixámos que o Marselha nos fosse empurrando para o nosso meio-campo, raramente conseguindo sair a jogar. Só alguma aselhice do outro lado fez com que chegássemos ao intervalo empatados. Quanto a nós, só um remate de trivela do Rafa, a centro do David Neres, deu a sensação de perigo.

A 2ª parte manteve-se igual. Apesar estarmos a jogar com dez desde o início, o Tengstedt ainda conseguiu ficar 61’ em campo...! O Marselha intensificou a pressão apenas porque nós deixámos, dado que perdemos quase todas as segundas bolas, devido ao facto de eles serem sempre mais agressivos do que nós. Com a entrada do Kökçü e do João Mário para os lugares do Tengstedt e David Neres, conseguimos equilibrar um pouco o meio-campo, mas deixámos de ter um ponta-de-lança na frente e tirámos o nosso jogador mais perigoso (o brasileiro, obviamente). Com o Di María e o Rafa muito apagados, não se percebe esta decisão do Sr. Roger Schmidt. Melhor dizendo, percebe-se, o que a torna ainda pior! O Trubin ia oferecendo um golo, mas depois corrigiu, e fez outra excelente defesa quase em cima da linha. No entanto, aos 79’ o Marselha igualou a eliminatória pelo Moumbagna, depois de um cruzamento à vontade do Aubameyang na esquerda. O António Silva, por não ter parado este, e o Aursnes, por se ter deixado antecipar por aquele, não ficam nada bem nesta fotografia. Depois de estarmos em desvantagem, assumimos as rédeas do jogo e manifestámos a nossa superioridade perante uma equipa que vinha de cinco(!) derrotas consecutivas. A pergunta legítima que se impõe é: porque é que não fizemos isto logo desde o início?!?! Este jogo era para ganhar, nem sequer falo da passagem da eliminatória! O Di María teve duas boas ocasiões, ambas de cabeça, para marcar, mas em ambas permitiu a defesa do guarda-redes Pau Lopez. Com a ida para prolongamento, o Marselha fez as seis substituições permitidas, enquanto nós fizemos... três! O Arthur Cabral entrou no final da 1ª parte do prolongamento (saiu o Rafa), o que significou que jogámos quase uma parte inteira sem ponta-de-lança...! Quando precisávamos de marcar durante grande parte desse período! O brasileiro também teve uma ocasião, mas permitiu igualmente a defesa do Pau Lopez. Os jogadores do Marselha iam acusando o esforço físico, mas o Sr. Roger Schmidt, do alto da sua habitual teimosia, continuou a deixar o Di María em campo durante duas horas, ele que mal aguenta uma... Seria para os penalties, mas, azar dos Távoras, ele foi o primeiro a marcar e atirou ao poste... Quem também falhou foi o António Silva, enquanto os franceses marcaram os quatro, atirando-nos sem honra nenhuma para fora das competições europeias.

Não vou fazer destaques individuais, vou apenas dizer o seguinte: é um crime colocar o Benfica a jogar como um Vizela, ainda para mais perante um Casa Pia francês! Aliás, a nossa campanha europeia desta temporada foi uma absoluta vergonha! Eu não preciso de um treinador que seja genial no banco e que tire coelhos da cartola constantemente. Eu só preciso de um que veja o que toda a gente vê: 1) que o Di María não pode jogar todos os minutos de todos os jogos; 2) que o plantel é suficientemente grande para fazer alguma rotação, especialmente quando os titulares estão desinspirados e/ou cansados, 3) que fazer substituições aos 88’ para alterar o jogo é simplesmente ridículo; 4) que a ganhar por cinco ao Vizela ao intervalo, e no meio de uma eliminatória europeia, é inconcebível que se tire o Rafa para colocar o... Di María! (Com o Rollheiser no banco...). E já nem falo de ir jogar ao WC e a Mordor com o João Mário no meio-campo, em vez do Florentino, mas apenas daquelas outras cuja evidência salta à vista.

Por tudo isto, resta-me agradecer ao Sr. Roger Schmidt o campeonato do ano passado e felicidades para a sua carreira a partir da próxima época. Longe do Benfica, por favor!

domingo, abril 14, 2024

Desperdício

Vencemos o Marselha (2-1) na Luz na passamos 5ª feira e estamos na frente dos quartos-de-final da Liga Europa. No entanto, pelo que se viu no jogo, perdemos uma ocasião soberana de, quiçá, resolver já a eliminatória ou, pelo menos, ir ao Vélodrome muito mais descansados.

O Roger Schmidt utilizou a mesma equipa do jogo frente à lagartada, com o Tengstedt na frente. Os franceses vinham com algumas baixas e mostraram-se muito menos perigosos do que eu estava à espera. Adiantámo-nos no marcador relativamente cedo, com um golo do Rafa aos 16’, de biqueiro, depois de uma assistência do Tengstedt, num lance em que o David Neres também participou. O ritmo nunca foi particularmente elevado, razão pela qual também não criámos muito mais chances de golo. Um livre em que a bola sobrou para o David Neres, que resolveu centrar de primeira em vez de dominar, quando estava sozinho na área, terá sido a nossa melhor oportunidade.

Ao intervalo, aconteceu o momento da noite, mas vou deixar isso para o fim do post. A 2ª parte não poderia ter começado melhor, com o 2-0 a surgir aos 52’ num óptimo contra-ataque, com combinação entre o David Neres e o Di María, com este a marcar depois de assistência do brasileiro. O Marselha não mostrava nada e, sinceramente, passou-me pela cabeça que deveríamos aproveitar para deixar isto já resolvido. No entanto, infelizmente, baixámos ainda mais o ritmo e a baliza contrária tornou-se uma miragem. Aos 66’, aconteceu um erro individual do António Silva, que permitiu que o Aubameyang se isolasse e batesse o Trubin. Cinco minutos depois, o Schmidt lá se resolveu a mexer pela primeira vez na equipa, mas o Marcos Leonardo e o João Mário (saíram o Tengsted e o David Neres) não trouxeram nada de novo. Só mesmo o Schmidt para pensar que seria o João Mário, e a sua velocidade estonteante, a dar um safanão no jogo... Convinha muito termos marcado mais um golo, mas, claro, que com três jogos muito intensos, os titulares não tiveram a frescura necessária na parte final. No entanto, infelizmente, para o nosso treinador, as substituições nunca são para esgotar, mesmo que se tenha mais de 50 M€ de jogadores no banco...

 

Em termos individuais, o João Neves foi outra vez dos melhores (começa ser repetitivo, mas não há nada a fazer...) e o David Neres acabou por estar nos dois golos. Ao invés, o Florentino fez a exibição menos conseguida dos últimos tempos, o Di María marcou um belo golo, mas começa a acusar desgaste e não deveria jogar sempre até ao fim, e o Aursnes também não esteve particularmente feliz. O António Silva cometeu um erro que se poderá a revelar decisivo no desfecho desta eliminatória.

 

Para a semana, no Vélodrome, vai ser muito complicado, também porque, ainda por cima, o Marselha não irá jogar para o seu campeonato este fim-de-semana, e estará certamente mais fresco do que nós, mas temos mais do que equipa para ultrapassarmos este adversário e chegarmos outra vez a umas meias-finais europeias. 

 

P.S. – Ao intervalo, aconteceu um dos momentos mais emocionantes desde que o estádio novo foi inaugurado: a homenagem ao ENORME Sven-Goran Eriksson! O primeiro treinador do que me lembro ver no Benfica e o melhor de todos eles. Foi muito bonito vê-lo rodeado de antigos jogadores e poder proporcionar-lhe este tributo tão merecido nesta fase tão complicada da sua vida. Muito obrigado por tudo, Mister!


P.S. 2 – Eu sei que estivemos longe de fazer uma boa exibição, mas assobiar a equipa depois de uma vitória nuns quartos-de-final de uma prova europeia...?! Tenham juízo, pá!

sábado, março 16, 2024

Em frente

Vencemos na 5ª feira o Rangers em Glasgow por 1-0 e qualificámo-nos para os quartos-de-final da Liga Europa. Foi um triunfo justo e seria péssimo sermos eliminado por uma equipa é que manifestamente inferior à nossa.
 
Tal como escrevi aquando da 1ª mão, o facto de termos de jogar para ganhar foi melhor para nós, porque senão ir-nos-íamos pôr a defender o resultado, como em Toulouse. Com os titulares de regresso e o meio-campo certo (finalmente!) com Florentino e João Neves, tivemos alguma dificuldade em criar oportunidades na 1ª parte, dado que o Marcos Leonardo foi bem anulado pelos defesas contrários (muito mais fortes fisicamente), e errámos alguns passes que, se tivessem resultado, teriam criado bastante perigo para a baliza escocesa. Do lado oposto, apesar de alguma pressão, o Rangers também não teve assim grandes oportunidades, excepção feita a um quase enorme frango do Trubin, que viu um remate fraco passar por entre as suas pernas, mas ainda conseguiu tocar na bola com a perna direita para canto.
 
Na 2ª parte, o Marcos Leonardo ficou no banco, tendo entrado o Tengstedt, mas o Rangers entrou ainda mais pressionante e teve uma ou outra oportunidade, com a bola a passar invariavelmente ao lado da nossa baliza. Apesar de termos algum espaço, continuávamos a revelar alguma dificuldade em sair rápido, porque os passes teimavam em não sair bem. O Rafa e o Di María andavam muito escondidos do jogo, mas, como acontece com os craques, basta aparecerem uma vez para ficarem na história do mesmo. E isso aconteceu aos 66’, quando num contra-ataque (finalmente!) o Di María isolou de cabeça o Rafa, que correu desde o meio-campo até à área contrária para desfeitear o Jack Butland. O fiscal-de-linha ainda assinalou fora-de-jogo, mas o VAR confirmou que o nº 27 tinha partido antes da linha de meio-campo. Os escoceses sentiram muito o golo e até fomos nós a estar mais perto de resolver de vez a eliminatória, com o António Silva a falhar escandalosamente o desvio num canto. Com a intensa chuva que caiu ininterruptamente desde o início, havia jogadores a começar a acusar o esforço (Di María acima de todos eles), mas já se sabe que o Schmidt é mais teimoso do que sei lá e só o substituiu em cima dos 90’. Aliás, quando resolveu mexer, ainda antes do nosso golo, tirou o David Neres, que estava a ser o melhor dos da frente. Em teoria devia ter sido o Rafa ou o Di María a sair, mas como estiveram envolvidos no golo tudo se lhes perdoa. Com menos sofrimento do que se esperava, conseguimos manter a nossa baliza inviolada e assegurar a continuidade nas provas europeias. Este feito é de realçar, porque o Rangers não só marcava há não-sei-quantos consecutivos, como as equipas portuguesas só tinham uma vitória na Escócia até este jogo e há mais de 40 anos.
 
Em termos individuais, o Florentino foi o melhor do Benfica. As estatísticas que saíram confirmam a quantidade absurda de bolas que ele interceptou no jogo e não percebo esta ostracização de que ele sofre nas segundas épocas dos nossos treinadores, depois de ter sido fundamental na conquista dos campeonatos na primeira. Já aconteceu assim com o Lage, está a ser repetido pelo Schmidt. O Otamendi e António Silva estiveram bem na defesa, já o Aursnes a lateral-esquerdo continua a revelar dificuldades. Menção ainda para o Rafa e Di María por terem construído o golo, apesar de não terem feito praticamente mais nada de relevante. O João Neves voltou a encher o campo e nota-se que fica muito mais liberto com o Florentino por perto.
 
O sorteio decorreu ontem e calhou-nos o Marselha nos quartos-de-final. Mediante os adversários possíveis, era de longe o que era preferível. Cabe-nos demonstrar essa (teórica) superioridade em campo, sabendo que, se passarmos, muito possivelmente defrontaremos o Liverpool (a não ser que a Atalanta faça um milagre...). Mas uma coisa de cada vez e primeiro é preciso tratar dos franceses.

sábado, março 09, 2024

Lei de Murphy

Empatámos com o Rangers na Luz na 5ª feira (2-2) na 1ª mão dos oitavos-de-final da Liga Europa. Depois da semana horribilis que tivemos, todos desejávamos uma vitória que pudesse amenizar o ambiente em torno da equipa, mas, apesar de ela não ter surgido, acho que demos uma resposta razoável e que, em relação à entrega da equipa, não podemos apontar nada.
 
Parece que foi preciso duas derrotas (uma das quais humilhantes) em casa dos rivais para o Roger Schmidt perceber três coisas: 1) o Florentino tem de ser titular; 2) o João Mário tem de ir para o banco; 3) temos de jogar com um ponta-de-lança (que não o Tengstedt). Não entrámos mal no jogo, mas sofremos um golo na primeira vez em que o Rangers se acercou da nossa área, logo aos 7’: dois-um na esquerda, centro para a área e cabeçada do Tom Lawrence à vontade para a baliza do Trubin. Reagimos bem e tentámos dar uma resposta tão rápida quanto possível, mas alguns elementos da frente (Di María e Rafa, nomedamente) não estiveram particularmente inspirados. Assim sendo, pertenceram ao David Neres os dois remates mais perigosos, ambos defendidos pelo guarda-redes Butland, sendo que num deles a recarga do Arthur Cabral foi parar... às mãos do guarda-redes! Num terceiro lance de perigo do Neres, este, em boa posição, atirou ao lado depois de um canto do Di María. O argentino e o Rafa também tiveram as suas chances de visar a baliza dos escoceses, mas, ou devido ao guarda-redes ou a intercepções da defesa, os remates nunca chegaram ao alvo. Até que, em cima do intervalo, o VAR assinalou uma mão na área a nosso favor depois de um canto e o Di María concretizou o respectivo penalty da sua maneira habitual, que tantos suores frios me causa... Felizmente, pensámos quase todos, íamos para os balneários sem estarmos em desvantagem, mas o Sr. Murphy tem razão e, quando as coisas têm a tendência para dar errado, certamente que darão. Num livre no período de compensação, o Trubin tem uma saída disparatada quase ao limite da área, não consegue socar bem a bola, o Neres também não alivia bem e o Rangers faz o 1-2 num centro do Fábio Silva, que foi desviado já na pequena-área pelo Dujon Sterling. Há outro jogador adversário que, em fora-de-jogo, tentou jogar a bola, mas o VAR considerou que não teve interferência no lance. Inacreditável, quanto a mim!
 
Na 2ª parte, o nosso domínio intensificou-se e, ao invés, os escoceses não se acercaram tanto da nossa área. O João Neves subiu imenso de produção e arrastou toda a equipa consigo, enquanto o Florentino construía, como é seu apanágio, o muro habitual no meio-campo, que nos permite pressionar melhor o adversário e jogar mais à frente no terreno. No entanto, continuávamos a evidenciar problemas na finalização, com o Neres a perder tempo de remate em boa posição, o Cabral a não conseguir fugir à marcação dos defesas, o Rafa sem pontaria, o Otamendi à vontade num canto a cabecear por cima e o Di María a falhar inacreditavelmente um desvio de pé esquerdo na área, depois de uma assistência do Rafa num contra-ataque. No meio deste desperdício todo, teve de ser um defesa (Goldson) a fazer o autogolo do 2-2 aos 67’, de cabeça num livre para a área do Di María. Curiosamente, já tinha sido este jogador a marcar um autogolo na Luz neste jogo. (Se calhar, é de contratá-lo para nosso ponta-de-lança...!) Entretanto, já tinha entrado o Marcos Leonardo para o lugar do Cabral, mas a tendência de desperdício não se alterou. Do lado contrário, só por uma vez o Fábio Silva colocou o Trubin à prova. Ainda entraram o Tiago Gouveia e o Álvaro Carreras para a faixa esquerda, mas, apesar de termos feito 22 cruzamentos e 14 remates, não conseguimos marcar mais nenhum golo...
 
Em termos individuais, destaque, como já referi, para a 2ª parte do João Neves, que encheu o campo, e para o Florentino que, apesar de não ter estado perfeito (provocou um desnecessário livre perigoso na 1ª parte), tem de ser titular do Benfica, porque a equipa rende muito mais em termos colectivos com ele em campo. De resto, apesar da entrega, não houve mais ninguém particularmente inspirado. O Trubin voltou a ter culpas num golo sofrido, o Aursnes começa a acusar o facto de estar a saltar sempre de posição e fez dos piores jogos que me lembro (desta feita a lateral-esquerdo), o Di María perdeu 40(!) bolas no jogo (se fosse o Jurásek, deixaria de contar para o Schmidt...) e o Rafa voltou a não acertar na baliza. O Cabral lutou, mas também não esteve feliz.
 
Se é óbvio que teoricamente seria melhor irmos em vantagem para a 2ª mão, não sei se na prática, pelo que vimos em Toulouse, não é preferível que tenhamos de jogar para ganhar em Glasgow. Eles estão longe de ser brilhantes na defesa e, com algum espaço, podemos criar-lhes mossa. É preciso é que os jogadores da frente estejam mais inspirados do que neste jogo...

sexta-feira, fevereiro 23, 2024

Inconcebível

Empatámos em Toulouse (0-0) e qualificámo-nos para os oitavos-de-final da Liga Europa. Era o mais importante, mas também é a única coisa de positivo que se pode dizer do jogo de ontem.
 
Com esta sucessão de jogos e poucos dias de descanso, seria expectável que o Roger Schmidt rodasse a equipa, certo...? Errado! Dos 11 jogadores que foram titulares com o Vizela, nove foram-nos igualmente ontem! No meio-campo, o Florentino já não joga há dois jogos e o Kökçü há um, mas o nosso treinador preferiu o João Mário no meio, numa partida em que era importante defender a vantagem e ser agressivo naquela zona do terreno. Mesmo assim, na 1ª parte foram nossas as melhores ocasiões, com o Di María e o António Silva a falharem dois golos certos, e o Rafa a atirar por cima, quando estava em boa posição na área. Jogávamos muito devagar e não parecíamos interessados em fechar de vez a eliminatória, mas ainda tivemos aquelas ocasiões.
 
A 2ª parte foi um descalabro completo. Só não estamos aqui a chorar uma eliminação ou, na melhor das hipóteses, 120’ de futebol em vez de 90’, por causa de Trubin e de bastante sorte. Houve alturas da partida que fazia lembrar o célebre Marselha – Benfica de 1990, com a pequenina diferença que este Toulouse é o 13º classificado do campeonato francês...! O Schmidt colocou logo no reinício o Arthur Cabral e o Álvaro Carreras nos lugares do Tengstedt e do Morato, mas nenhum deles resultou. O espanhol, então, esteve completamente desastrado e a fazer lembrar o Jurásek... A única ocasião em que criámos perigo foi num balão de meio-campo do Aursnes (entrado aos 68’ para o lugar do David Neres), depois de uma má intervenção do guarda-redes, que falhou o passe. Na nossa baliza, só uma tremenda dose de aselhice fez com que não sofrêssemos. Isso e um Trubin que defendeu tudo o que lhe chegava. Perante este verdadeiro horror, o Schmidt mostrou a sua habitual faceta hiperconservadora e mais uma vez não ajudou a equipa em campo. Estava na cara que o Florentino deveria entrar para estancar o meio-campo, mas para além do Aursnes só entrou o Kökçü já nos cinco minutos finais (para variar...!) saindo o Di María. Quando o árbitro apitou finalmente foi um tremendo alívio, mas também, pelo menos para mim, uma irritação enorme.
 
Em termos individuais, o Trubin foi de longe o melhor, bem coadjuvado pelo João Neves, cujo espírito de sacrifício é de louvar, dado que perdeu a mãe esta semana. Todos os outros passaram completamente ao lado do jogo e dizer isto assim é um eufemismo...
 
O sorteio dos oitavos colocou-nos uma prenda no sapatinho, o Rangers, que, olhando para as hipóteses, era dos menos difíceis. No entanto, da maneira como nos estamos a exibir este ano, especialmente nas provas europeias, ainda nos arriscamos a ser eliminados por quem é teoricamente mais fraco do que nós.

sábado, fevereiro 17, 2024

Fraco

Vencemos o Toulouse (2-1) no play-off da Liga Europa na passada 5ª feira e colocámo-nos em vantagem na eliminatória. Perante o 14º classificado(!) da Liga Francesa, fizemos uma exibição muito sofrível (para dizer o mínimo) e só conseguimos a vitória através de dois penalties, o último dos quais já no fim do tempo de compensação.
 
A 1ª parte foi de um marasmo quase total. O Roger Schmidt lá voltou a utilizar um ponta-de-lança (hélas!), mas continua sem perceber que a equipa ataca melhor com o Florentino em campo, porque este permite que defendamos bastante mais à frente. Com os franceses bem fechados na defesa e sem grande inspiração no ataque, só um remate em arco do Rafa, que levou a bola ao poste, criou algum perigo. Perto do intervalo, o João Mário  tinha de fazer um passe para a baliza, mas atirou ao lado...
 
Esperava-se outra postura na 2ª parte, ela aconteceu, mas só depois de os franceses terem entrado melhor. O Schmidt até fez as substituições mais cedo do que o costume (aos 59’), mas resolveu tirar o Álvaro Carreras, que até estava a criar algum jogo atacante, para entrar o Bah, colocando o Aursnes a defesa-esquerdo. Resultado? Deixámos de criar perigo pelo defesa desse lado. Também entrou o David Neres, o que nos permitiu começar finalmente a jogar com 11, dado que saiu o João Mário... Aos 68’, num canto a nosso favor, um defesa contrário coloca estupidamente o braço na bola, mas o VAR demorou 3’(!) para tomar uma decisão juntamente com o árbitro. O Di María, naquele tipo de penalties que eu detesto, em que o jogador vai a passo para a bola, enganou o guarda-redes atirando para o meio da baliza. A partir daqui o jogo partiu-se um bocado, porque os franceses subiram e nós ensaiámos uns quantos contra-ataques, mas a falhar invariavelmente qualquer coisa no processo que nos impediu de colocar a bola na baliza. Ao invés, foi o Toulouse a chegar ao empate aos 75’, num lance em que a nossa defesa esteve péssima, com o Aursnes a fazer um mau alívio e o António Silva a não tirar a bola de dentro da área. Marcaram eles a 15’ do fim, a equipa estava longe de fazer um jogo brilhante e o que faz o nosso treinador? Demora 12’(!) a fazer mais uma substituição. E só fez mais uma! Entrou o Marcos Leonardo e saiu o Arthur Cabral. Portanto, arriscar... Zero! E foi esse mesmo Marcos Leonardo a proporcionar-nos um milagre, ao sofrer uma pisadela na compensação, que permitiu ao Di María bisar, enganando novamente o guarda-redes, que mesmo assim ia defendendo o remate...
 
Em termos individuais, não vou destacar ninguém tão fraco que foi a nossa exibição e concentro-me apenas no nosso treinador. O Florentino e o Kökçü não vão poder jogar no domingo por causa dos amarelos. O turco jogou os 90’, mas o Florentino nem um único! Em vez disso, o Schmidt anda a espremer o João Neves, como se não houvesse amanhã, e o que é facto é que os seus últimos dois jogos estiveram longe de ser brilhantes. Por outro lado, não percebo porque é que temos um plantel de mais de 20 jogadores, se o nosso treinador deixa sempre substituições por fazer... Com o Rafa fora dela na 2ª parte e o Kökçü estoirado, não se compreende que o Schmidt não tenha lançado sangue novo para a equipa. A questão do defesa-esquerdo é outra: o Álvaro Carreras claramente saiu cedo demais. Depois troca de pontas-de-lança, o que é arriscar zero! Enfim, um sem-número de equívocos, que sinceramente custam a perceber.
 
Apesar da exibição paupérrima, a vitória foi muito importante, porque nos permite começar o jogo em Toulouse na frente da eliminatória, o que se espera que nos proporcione mais espaços, dado que o adversário tem necessariamente de atacar. Todavia, há que não facilitar, até porque seria uma enorme vergonha sermos eliminados por estes tipos.