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sexta-feira, abril 13, 2007

Grande desilusão

Hoje é o triste mais triste da época para mim. Estou absolutamente desolado com o empate 0-0 frente ao Espanyol que nos eliminou da Taça Uefa. Sinceramente estava à espera de chegar bastante mais longe nesta competição. Não esqueçamos que somos a equipa que tem de longe o melhor palmarés de entre as oito. Ainda por cima, somos eliminados por um adversário que estava perfeitamente ao nosso alcance.

Claro que tivemos azar, se todas as bolas nos postes tivessem entrado teríamos ganho 2-1 e seguido em frente, mas mais uma vez demos uma parte de avanço. Praticamente não existimos durante os primeiros 45 minutos. O Espanyol atirou uma bola ao poste e nós tivemos uma grande oportunidade num falhanço incrível do David Luiz, depois de um bom desvio de cabeça do Nuno Gomes na sequência de um canto. De resto, foi por demais evidente que estamos a atravessar uma fase crítica da época em termos físicos, porque nunca conseguimos empurrar os espanhóis para a sua área. O Rui Costa entrou de início, mas durante este período não teve muito espaço para manobrar e portanto raramente conseguíamos ligar uma jogada. O nosso jogo era feito com base em repelões.

Na 2ª parte, eles abdicaram completamente do ataque e nós criámos três grandes situações de golo. Em dois minutos (71’ e 72’) atirámos duas vezes ao mesmo poste, primeiro pelo Miccoli e depois pelo Rui Costa num livre, mas já antes o Nuno Gomes conseguiu não marcar depois de outro bom lance do maestro (é verdade que o 21 tirou o golo ao Simão, mas o nosso capitão estava ligeiramente fora-de-jogo, se bem que me pareceu que o fiscal-de-linha não o fosse assinalar). Sem grande discernimento, é verdade, mas o que é certo é que pressionámos o Espanyol e merecíamos ter marcado pelo menos um golo. O Mantorras ainda criou algum frisson quando entrou aos 69’, mas praticamente deixámos de jogar quando o Derlei e o Katsouranis substituíram o Nélson e o Karagounis, especialmente este que estava a ser dos melhorzinhos da equipa (aliás, este artigo é bem interessante sobre a pertinência destas substituições, ainda por cima por serem duas). Perto do fim, há um toque do Léo na nossa área que me pareceu penalty, todavia é bem menos escandaloso do que o que o Simão sofreu em Montjuïc.

Mais uma vez foi notório que a equipa bateu no fundo em termos físicos. O que de bom fazemos é muito mais com o coração do que com a cabeça, até porque já não temos capacidade para ser aquela equipa que fazia uma pressão avassaladora que impedia os adversários de pensar o jogo. Não acho que haja só um culpado desta situação, mas hoje não é altura para falar deste assunto. Individualmente destaco o Léo pelo que fez especialmente na 1ª parte e o Rui Costa, que mesmo a meio-gás consegue criar pelo menos uma situação de golo para os colegas (e hoje houve bem mais que uma). O Simão não esteve tão bem como em jogos anteriores, mas é difícil ser o carregador da equipa durante a época toda. O Petit também esteve muito abaixo do que pode fazer e disso nos ressentimos, nomeadamente na conquista da bola. A saída do Karagounis foi um erro, apesar de ele não estar a fazer uma exibição do outro mundo. Os avançados continuam a sua malapata e para a próxima época é urgente arranjar alguém que imponha respeito na área contrária. Mesmo assim, o Nuno Gomes e o Miccoli não estiveram tão mal como em jogos anteriores. O Nélson e o Anderson lá continuam na sua enorme crise de confiança e mesmo o David Luiz fez mais erros do que é habitual (especialmente no início da 2ª parte). O Quim não teve grande trabalho, mas o Pandiani ia-lhe marcando um golo semelhante ao do Quaresma. O Derlei pode voltar JÁ para a Rússia, porque está nitidamente a mais neste plantel (grande vantagem tivemos em trocar o Fonseca, que estava a começar a marcar golos, por ele...), e o Katsouranis também pode entrar já em férias.


Antevê-se um final de época muito penoso. Não estou a ver que tenhamos suficiente força física e anímica para os próximos jogos, mas o primeiro objectivo agora é manter o 2º lugar. Pode ser que aconteça um milagre e esperemos bem que sim, mas eu sempre disse que uma época sem títulos é uma época para esquecer e se isso acontecer não estou a ver que o Fernando Santos tenha condições para ser o nosso treinador para o ano.

sexta-feira, abril 06, 2007

Menos mau

Quando aos 58’ o Espanyol fez o 3-0, temi que fôssemos corridos da Uefa sem honra nem glória. A nossa exibição estava a ser má demais e a derrota era humilhante. Felizmente marcámos dois golos em dois minutos e recolocámo-nos em posição de discutir outra vez a eliminatória. Mas o jogo de hoje deve constituir um sério aviso à equipa, porque voltarmos às “chapas 3” do início da época é inadmissível nesta altura. Contra uma equipa mais poderosa estaríamos eliminados de certeza.

Em relação à equipa que alinhou frente ao clube regional, o Fernando Santos colocou o João Coimbra (e ainda bem, porque o Rui Costa não está com ritmo para os 90’ e era preferível que ele estivesse em campo na parte final do jogo do que no seu início) em vez do Katsouranis, que estava castigado, e o Derlei entrou para o lugar do Miccoli, quando toda a imprensa dava como certa a saída do Nuno Gomes. No entanto, o que mais me surpreendeu foi a mudança táctica, com o abandono do losango e a adopção do 4-3-3 com o Simão e Derlei junto às linhas. Curiosamente (ou talvez não...), a equipa baralhou-se completamente neste sistema e fez uma 1ª parte de fugir. Não conseguíamos ligar o jogo, o Nuno Gomes estava perdido na frente e, pior do que tudo, dávamos espaço ao Espanyol para manobrar à vontade e acercar-se da nossa área (ao contrário do que fizemos frente ao clube regional, em que apesar da também má 1ª parte, não os deixámos criar grande perigo). E os golos ridículos começaram a aparecer (hoje foram logo os três!). Aos 15’ uma grande falha do Daviz Luiz permitiu ao Tamudo isolar-se e bater o Quim que, apesar de o remate ter sido feito à queima-roupa, me pareceu que se encolheu para defender, em vez de ficar com os braços mais levantados. Pouco depois da meia-hora surgiu o segundo golo, com (desta vez sem dúvidas) grandes culpas do Quim, que hesitou e não agarrou a bola num cruzamento, e do Nélson que cabeceia a bola, que provavelmente iria para fora, para dentro da baliza. Era o desnorte completo e tanto assim foi que o Fernando Santos teve que fazer entrar o maestro ainda na 1ª parte. Até ao intervalo tivemos duas boas ocasiões para marcar, mas o guarda-redes defendeu muito bem o remate de cabeça do Simão e um desvio subtil do Nuno Gomes.

Na 2ª parte entrámos melhorzinho, todavia sem a intensidade do jogo do passado domingo. Mantínhamos o mesmo sistema de 4-3-3 e continuávamos a ter dificuldades em chegar à grande-área deles. Além disso, estávamos a jogar com 10, porque o Derlei simplesmente não estava em campo. O Espanyol não tinha o ritmo da 1ª parte (que já não era muito elevado), mas mesmo assim deu para o 3º golo aparecer aos 58’, em mais um lance que deveria ir para os “apanhados”. O Nélson dá uns bons cinco metros (!) ao extremo contrário, que assim pode centrar à vontade, e o Anderson (para não variar) deixa-se antecipar pelo Pandiani. Entretanto, o Miccoli já tinha entrado dois minutos antes e FINALMENTE voltámos a jogar no 4-4-2 em losango, para o qual estamos mais que rotinados nesta altura da época. Pareceu que tinha voltado a ser dia em Montjuïc. Voltámos a jogar um futebol com nexo e aos 63’ reduzimos através do Nuno Gomes, depois de um óptimo passe em profundidade do David Luiz a isolar o Miccoli que não foi egoísta e, com o guarda-redes pela frente, passou para o lado onde o 21 isolado só teve que empurrar. Deixámos de estar numa posição calamitosa, mas a diferença de dois golos ainda era grande. Felizmente, dois minutos depois essa diferença passou a ser só de um, quando o Simão numa boa jogada individual pelo lado esquerdo furou no meio de dois e rematou em arco, com a bola ainda a tabelar num defesa e a desviar-se do guarda-redes. A partir daqui tirámos um pouco o pé do acelerador, mas mesmo assim tivemos três oportunidades para o empate, com remates do Rui Costa, Miccoli (por cima e ao lado, respectivamente, sendo o do italiano quase indesculpável) e do Karagounis para outra boa defesa do guarda-redes. Na parte final, foram eles a criar perigo, com dois remates para duas boas defesas do Quim, especialmente um já depois dos 90’ em que uma bola mal perdida pelo Simão no meio-campo nos ia saindo muito cara, já que o adversário acabou por se isolar.

É difícil destacar alguém individualmente, porque toda a equipa teve culpas nos péssimos primeiros 60’ que fizemos. No entanto, um dos melhores acabou por ser o Petit que, especialmente na 2ª parte, cortou imensos espaços aos centro-campistas adversários. O Simão melhorou bastante quando passou para o meio e o Rui Costa foi muito importante nessa melhoria, já que passou a ter ele a responsabilidade de organizar o nosso jogo e já se sabe que a bola fica logo mais redonda. O Nuno Gomes acabou por não fazer um mau jogo, porque criou uma boa oportunidade na 1ª parte e teve acção directa nos dois golos. O Karagounis também subiu imenso na 2ª parte, como vem sendo hábito nele, e o Miccoli foi bastante importante porque mexeu com o nosso ataque, embora qualquer um tivesse feito melhor que o Derlei que foi de longe o nosso pior jogador (reconhecia-lhe alguma capacidade técnica, mas o homem mais do que uma vez precisou de 5m para dominar a bola...). A defesa esteve bastante mal, sendo o David Luiz o melhorzinho, apesar da falha do 1º golo. O Léo, apesar de não ter culpas directas nos golos, não me parece bem fisicamente e talvez fosse de considerar a hipótese de colocar o Miguelito frente ao Beira-Mar. O Nélson está ligado a dois golos sofridos e o Anderson continua de uma insegurança atroz.

Uma derrota é sempre um mau resultado (até porque não marcámos pontos para o nosso ranking), mas com este resultado é nossa obrigação marcar presença na 12ª meia-final de uma competição europeia. Espero que o Luisão já esteja apto e que o estádio esteja cheio. E dentro do possível talvez fosse boa ideia dar descanso a um ou dois jogadores frente ao Beira-Mar.


P.S. – Como é possível não se marcar um penalty daqueles sobre o Simão? O resultado ainda estava 3-0 e o árbitro estava muitíssimo bem colocado. Já não falo de um lance na 1ª parte em que também me pareceu mão de um jogador do Espanyol depois de um cabeceamento do Nuno Gomes, nem das inúmeras faltas que não eram assinaladas contra nós, mas é impossível não se ver um penalty daqueles. Será que o Sr. Eric Braamhaar se confundiu com aquelas camisolas e achou que estava a arbitrar um jogo de uma certa equipa do campeonato português?

sexta-feira, março 16, 2007

A ferros

Confesso que não estou muito eufórico com a vitória por 3-1 frente ao PSG e consequente qualificação para os quartos-de-final da Taça Uefa. É óbvio que estou bastante contente, mas sinceramente não gostei nada do jogo, especialmente pelo que dele se adivinhou em termos de futuro. Temo que a nossa equipa esteja a ficar de rastos em termos físicos, o que se deve à quase nula rotatividade de jogadores (também por falta de opções credíveis no banco, obviamente). Ganhámos com mérito, mas com alguma sorte porque marcámos o golo da vitória e qualificação num penalty (indiscutível) aos 88’. E durante a 2ª parte pouco fizemos para justificar esse golo, apesar de termos tido algumas (poucas) oportunidades.

O Fernando Santos surpreendeu toda a gente e deu a titularidade ao Moretto, o que me deixou logo furioso. Para além de achar uma tremenda injustiça face ao Moreira (ele sempre afirmou que os dois guarda-redes tinham valor igual e por isso mesmo rodavam no banco), continuo a pensar que o Moreira é muito superior ao brasileiro. Fosse ou não por isto, não senti um Inferno da Luz particularmente quente nos momentos iniciais. A partida esteve cheia de altos e baixos da nossa parte. Entrámos muito mal e durante uns cinco minutos foi o PSG quem a controlou. No entanto, uma bola mal aliviada pela defesa deles aos 12’, permitiu ao Nuno Gomes desmarcar o Simão que FINALMENTE marcou um golo isolado frente ao guarda-redes. O PSG acusou muito o tento e durante os minutos seguintes poderíamos ter ampliado a vantagem. O Katsouranis acertou na barra (assim de cor, já é pelo menos a 5ª vez este ano) e o Karagounis no poste, mas aos 27’ o Petit marcou um golão de chapéu ao Landreau. Faltava só um para a tranquilidade total, pensei eu. Mas foi o PSG que pouco depois, aos 32’, reduziu através do Pauleta (quem havia de ser?), num lance de indiscutível mérito da sua parte, mas em que o Anderson poderia ter feito melhor. A partir daqui desconcentrámo-nos completamente até ao intervalo e poderíamos ter sofrido o golo do empate em pelo menos duas ocasiões, uma das quais oferecida pelo Moretto na sequência de um canto.

Esperava eu que na 2ª parte melhorássemos o nível exibicional, mas aconteceu precisamente o oposto. Entrou o João Coimbra para o lugar do Karagounis (espero que tenha sido por lesão deste, caso contrário é uma substituição injustificável), mas continuávamos a perder o meio-campo, porque o Petit não é (infelizmente) omnipresente e o Katsouranis deu o berro ainda na 1ª parte. As bolas não chegavam aos avançados e o próprio Simão esteve mais discreto. O resultado é que durante boa parte do 2º período não conseguimos criar perigo nenhum. O Katsouranis e o Simão tiveram as únicas oportunidades, mas ambos os remates não atingiram o alvo. Os franceses, por seu lado, estavam mais soltos e conseguiam melhor circulação de bola, mas verdade seja dita que não criaram perigo nenhum (e ainda bem, porque a baliza está longe de estar em boas mãos...). Até que a quatro minutos do fim, uma grande jogada do Léo pela esquerda resulta no seu derrube dentro da área. Foi penalty indiscutível que o Simão transformou da forma habitual: bola rasteira para a direita do guarda-redes. Estávamos nos quartos-de-final, apesar de termos feito uma péssima 2ª parte.

Destaco o grande jogo que o Petit fez, não só pelo golão que marcou, como também porque teve que suportar o meio-campo (quase) sozinho. O Simão foi decisivo com os seus dois golos, mas já o vimos mais participativo este ano. O Léo foi igualmente importante no resultado, porque o penalty é sobre ele, e não comprometeu na defesa. O Nuno Gomes também não esteve mal e fez a assistência para o 1º golo. Mas o nosso grande problema são os jogadores que estão abaixo do seu rendimento habitual. O Miccoli está a precisar de marcar um golo, para ver se aumenta a confiança. A forma do Nélson mete dó, principalmente em termos atacantes (os cruzamentos saíram todos para trás da baliza), embora neste jogo, fruto do estoiro do Katsouranis, tenha estado muitas vezes perante dois adversários. O Anderson continua muito anjinho na forma de disputar os lances e poderia ter feito melhor no lance do primeiro golo. O Katsouranis precisa de descansar e rapidamente, no entanto temo que só um jogo de fora não seja suficiente. Esta partida também valeu pela confirmação da categoria do David Luiz. Neste momento está (é?) melhor que o Anderson, mas tenho a certeza que este continuará na equipa assim que o Luisão voltar. Quanto ao Moretto, teve uma boa intervenção logo aos 2’, mas é um susto nos cruzamentos (falhou a saída a um deles num canto que nos ia custando um golo). Espero que o Quim regresse o mais rapidamente posível, já que o brasileiro não me dá confiança nenhuma. No entanto, quero dizer que acho mal que se cante pelo nome do Moreira quando o Moretto está no chão lesionado. Desta feita, o Derlei entrou bem e não tenho dúvidas em afirmar que foi importante no resultado.

Logo mais já saberemos qual será o adversário (Espanhol, Osasuna, Sevilha, AZ Alkmar, Bayer Leverkusen, Tottenham e Werder Bremen). São todas equipas bastante fortes, mas preferia o Espanhol, Osasuna ou AZ Alkmar. No entanto, e acima de tudo, espero que saibamos recuperar bem fisicamente para os jogos que se avizinham. Esta 2ª parte deixou-me muitíssimo apreensivo e não sei se teremos equipa para nos mantermos nas duas competições.

domingo, março 11, 2007

“Ici c’est Paris!”



Acabei de chegar de Paris e a viagem correu muitíssimo bem, se exceptuarmos o resultado do Glorioso. Quando voltava do estádio, no metro só se ouvia o grito do título deste post, uma espécie de “Glorioso SLB” deles, e “où sont les portugais?”. Apesar de a derrota por 2-1 ser um resultado menos mau em termos de competições europeias, confesso que fique bastante chateado com ele: primeiro, porque o Glorioso não me ofereceu uma vitória no dia dos meus anos e segundo, porque perdemos uma óptima oportunidade de somar mais dois pontos ao nosso ranking (estamos perto de entrar para o grupo dos segundos cabeças-de-série da Liga dos Campeões do próximo ano). Não tenho dúvidas que somos muito superiores ao PSG e que, se por acaso formos eliminados (cruzes, canhoto!), será uma das maiores vergonhas da nossa história.

Começámos muito bem a partida e foi sem surpresa que o Simão inaugurou o marcador logo aos 10’. O nosso controlo era absoluto e esperei que tivéssemos uma vitória tranquila, já que o PSG era confrangedor (passes transviados, jogadas mal ligadas, falta de classe em vários sectores, nomeadamente na defesa), mas nada disso aconteceu, e por culpa própria. É verdade que a lesão do Luisão (quando é que nós aprendemos a não utilizar jogadores que não estão a 100%?) por volta dos 30’ foi o momento marcante do jogo, mas a nossa atitude a seguir ao golo foi muito má. Houve várias jogadas em que poderíamos ter partido para o contra-ataque, mas que sucessivamente abrandávamos o ritmo e renunciávamos à velocidade (com o Derlei em particular destaque negativo neste aspecto). Ou seja, começámos a fazer a “gestão do resultado” aos 10 minutos! Sempre detestei a “gestão do resultado”, ainda para mais só com a vantagem de um golo e na 1ª parte! Claro que poderíamos ter apontado o segundo em pelo menos duas ocasiões (Derlei e Miccoli), mas quantas possibilidades de atacar não perdemos nós por falta de velocidade nas transições? Com a saída do Luisão e a estreia do David Luiz abanámos (e de que maneira) e em três minutos o PSG deu a volta ao resultado, sendo um dos golos do Pauleta.

Na 2ª parte, o jogo voltou a estar sob o nosso controlo e o PSG tentou contra-atacar, mas foi incapaz de criar grande perigo para nós, se bem que o contrário também fosse verdade. Não conseguimos criar muitas situações de golo e as que aconteceram acabaram invariavelmente com remates para as nuvens. O nosso nível exibicional diminuiu bastante a que não será alheio a falta do Katsouranis e a saída do Luisão. Por outro lado, o Fernando Santos resolveu manter o ridículo Derlei em campo durante 69’ e quando o Beto entrou aos 72’ vi logo que o jogo acabava ali. Seria muito difícil marcar um golo. Individualmente, destacou-se o Simão (apesar da quebra na 2ª parte) e também gostei bastante do João Coimbra. Não é nenhum Katsouranis, é óbvio, mas saliento a maturidade e o pouco nervosismo que manifestou em campo (e logo num jogo da Uefa). Nervosismo, sim, que apresentou o David Luiz logo nos minutos iniciais à sua entrada, mas que se foi dissipando ao longo do jogo. Só tem 19 anos, mas não me parece mau jogador. O Miccoli é que esteve uns furos abaixo do que nos habituou e o Anderson não está decididamente em grande forma (e sem a presença do Luisão ao lado nos próximos jogos nem quero pensar no que acontecerá). Todo o resto da equipa esteve a um nível normal, embora seja quase inconcebível que os remates fora da área tenham saído tão longe do alvo.

O Parque dos Príncipes é um estádio relativamente feio por fora, mas bonito por dentro, com cadeiras azuis e vermelhas. Sendo mais antigo do que os nossos do Euro 2004, é natural que perca em comparação, mas tem um grande ambiente. As claques do PSG (e contei pelo menos cinco!) não se calaram durante um minuto, mesmo quando a equipa estava a jogar muito mal nos primeiros minutos do jogo. Estavam naturalmente bastantes portugueses e na bancada onde eu fiquei, no anel superior do estádio (não era a reservada aos adeptos do Benfica, já que comprei o bilhete pela internet), eram mesmo em número superior aos franceses. Achei muito curioso o facto de ver adeptos com a nossa gloriosa camisola a falar francês, especialmente crianças. É fantástico como o sentimento benfiquista ultrapassa a própria barreira linguística!

Espero que na 5ª feira rectifiquemos este resultado. A diferença é abissal, provemo-la em campo!

terça-feira, março 06, 2007

J’y vais!

Como disse no post de 23 de Fevereiro, se tudo corresse bem iria festejar o meu 31º aniversário a Paris para ver o Glorioso no Parque dos Príncipes. E tudo correu bem! Na 2ª feira da semana passada consegui reservar os bilhetes no site do PSG no único (!) dia em que estiveram à venda ao público. Na 3ª voltei lá e já só estavam disponíveis no Parque dos Príncipes. Ainda por cima o Benfica não colocou bilhetes à venda na Luz, só sendo possível obtê-los através das viagens organizadas. Que grande sorte que tive!

Claro está que se aproveita para fazer umas mini-férias de cinco dias na cidade-luz, razão pela qual este blog estará em standby de 4ª a Domingo. Espero voltar um ano mais velho e com uma grande vitória na bagagem! Allez Glorioso SLB!


sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Obrigação

Fizemos o que era suposto e eliminámos o Dínamo Bucareste ao vencer na casa deles por 2-1, depois de estarmos a perder por 1-0 ao intervalo. Deste modo, estamos nos oitavos-de-final da Taça Uefa e vamos defrontar o PSG pela primeira vez (!) na nossa história em jogos oficiais. Não fizemos nada mais para além do nosso dever, já que a diferença de classe entre nós e os romenos é abissal. Além disso, com a vitória contribuímos com mais dois pontos para o ranking de Portugal na Uefa e conservámos definitivamente o 6º lugar, já que ambas as equipas romenas foram eliminadas.

O Fernando Santos inovou no onze inicial ao incluir o Derlei em vez do Nuno Gomes. Confesso que não gostei muito de saber isto, porque estes rasgos inovatórios dos técnicos nos jogos europeus muitas vezes dão mau resultado (com as devidas diferenças, lembro-me sempre da titularidade do Costa no clube regional, quando era treinado pelo Oliveira e foi levar 4-0 a Manchester). Apesar de o Nuno Gomes estar em crise de golos, no Funchal, e com a companhia do Miccoli, tinha-se mostrado um jogador (ainda mais) útil nas tabelinhas, algo que seria essencial em Bucareste para podermos chegar com perigo à área contrária. No entanto, a opção pelo brasileiro acabou por resultar, apesar de ele não ter feito uma exibição de encher o olho. Começámos o jogo a controlá-lo a nosso bel-prazer, mas chateei-me logo aos 10’, quando desaproveitámos uma situação de 3 para 1! É inadmissível que não tenhamos acabado logo ali com a eliminatória, por falha de concentração na altura de passar a bola (o que é tão mais grave, quanto os jogadores envolvidos eram o Derlei, Simão e Miccoli). O italiano acabou por rematar, mas já não nas condições ideais e a bola foi interceptada por um defesa.

O jogo seguia lento, mas na única (!) jogada de jeito em todo o jogo, os romenos marcaram aos 23’. Passe para a área e entrada em diagonal no meio dos centrais do Munteanu, que passou a bola por baixo do Quim. A eliminatória estava empatada, mas custava-me a acreditar como isto era possível, já que éramos muito melhor que eles. Não reagimos bem ao golo e só voltámos a criar perigo a cinco minutos do intervalo. E logo em dose tripla (Derlei, Simão e Katsouranis), mas o guarda-redes Lobont esteve bem nas três ocasiões. Apesar do resultado, não estava muito apreensivo, porque a nossa superioridade era muito grande e jogos como contra o Boavista não acontecem sempre.

A 2ª parte foi praticamente iniciada com o golo do empate. O Anderson estreou-se a marcar esta época (finalmente!) com um remate de cabeça, na sequência de um canto do Simão aos 50’. Foi bom para que pudéssemos acalmar, mas infelizmente isto não aconteceu logo, já que os romenos reagiram bem e colocaram a nossa defesa, mais uma vez imperialmente comandada pelo Luisão, em dificuldades. Não conseguíamos manter a posse de bola e, se bem que o Dínamo não tivesse nenhuma oportunidade descarada de golo, iríamos sofrer até ao fim se o jogo continuasse daquela maneira, até porque ainda faltava muito tempo. E, na eventualidade de sofrermos um golo, as coisas poder-se-iam complicar. Estava na cara que um tento nosso mataria de vez a partida e felizmente isso aconteceu aos 64’. Outro canto do Simão e desta vez foi o Katsouranis (que tinha tido uma série de más intervenções minutos antes, incluindo um atraso idiota ao Quim, o que me fez pedir a sua substituição, até porque me parecia cansado e não recuperava defensivamente tanto quanto deveria; o futebol é uma arte estranha!) a concretizar, num golo muito semelhante ao que obteve na casa do clube regional. Estávamos definitivamente apurados e o objectivo agora era manter a vitória no jogo. Até final tivemos mais algumas situações que poderiam ter dado em golo, nomeadamente um chapéu do Miccoli que foi uma pena não ter entrado, mas o resultado manteve-se.

Começa a tornar-se repetitivo, mas não há nada a fazer. Os destaques vão para os suspeitos do costume, Simão e Luisão, desta feita muito bem acompanhados pelo Petit que fez um jogo enorme ao cortar inúmeras bolas a meio-campo. O capitão fez duas assistências e dinamizou todo o nosso ataque, e o brasileiro cortou praticamente todas as bolas na sua área de jurisdição. O Quim não teve grande trabalho, o Anderson está finalmente a subir de forma, o Léo não sabe jogar mal, mas o Nélson voltou a não estar ao seu nível, com algumas perdas de bola a meio-campo que poderiam ter sido comprometedoras. Quanto aos gregos, desta vez o Karagounis esteve melhor que o Katsouranis (apesar do golo deste), o Derlei subiu na 2ª parte e o Miccoli criou perigo, está nitidamente a subir de forma, mas não esteve feliz na altura do remate.


O jogo da 1ª mão em Paris é numa data muito especial para mim. Espero que o Benfica faça o que fez naquele dia há precisamente um ano. E, se o meu plano correr bem, estarei lá ao vivo para assistir a tudo!

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Vantagem mínima

Confesso que o jogo frente ao Dínamo de Bucareste me desiludiu bastante. Ganhámos por 1-0 com um golo do Miccoli no último minuto e estamos na frente da eliminatória, mas a nossa exibição deixou muito a desejar. Mostrámos pouca chama, muita confusão de ideias, equívocos tácticos e falta de condição física. Depois de uma série de jogos bem conseguidos, é incrível como é que uma derrota deita tão abaixo a equipa. E é também incrível como é que somente uma má exibição faz com que os adeptos deixem de ir em massa ao estádio. Pouco mais de 35.000 espectadores para um jogo de uma competição europeia é um número mau para nós (apesar de isto representar para outros o estádio praticamente cheio...). Infelizmente em Portugal, os adeptos só o são verdadeiramente nos bons momentos.

Entrámos com o mesmo onze que fez o jogão frente ao Boavista, mas cedo se percebeu que a dinâmica estava longe de ser a mesma. Durante a 1ª parte arriscámos muito pouco, parecendo que estávamos mais com medo de sofrer golos do que de marcá-los. Como o Dínamo de Bucareste também se recusou a atacar, o jogo foi bastante enfadonho. Criámos uma grande oportunidade aos 17’, mas o remate do Nuno Gomes na sequência de um bom centro do Simão foi bem defendido pelo guarda-redes. O meio-campo imprimia muito pouca velocidade na transição de bola, os jogadores da frente estavam muito marcados e tínhamos a péssima tendência de afunilar o jogo, pelo que raramente conseguimos chegar à baliza em condições de rematar.

Na segunda parte, entrou o Miccoli para o lugar do Petit (já com amarelo e vindo de lesão), mas não se notaram grandes melhorias, bem pelo contrário, durante os primeiros 15’. O Dínamo de Bucareste soltou-se mais e, com boas trocas de bola, conseguia chegar perto da nossa baliza, embora não criasse verdadeiras situações de golo. Depois deste quarto-de-hora inicial, voltámos a subir lentamente de produção e aos 69’ o Simão acertou pela primeira vez nesta época na baliza num livre directo, só que teve pontaria a mais e a bola foi à trave. Pouco depois entrou o Derlei para o lugar do Nuno Gomes, que está com um nível de confiança assustador (paradigmática aquela jogada em que, à entrada da área e em perfeitas condições de rematar, prefere passar a bola para o Léo que estava em fora-de-jogo). A 3’ do fim, o brasileiro teve um bom movimento de cabeça e a bola passou rente ao poste. Estávamos longe de mostrar o rolo-compressor como no jogo frente ao Boavista, mas mesmo assim já justificávamos a vantagem no marcador. Que acabou por surgir no último minuto, na sequência de um centro do maestro a que o Simão acorreu muito bem, proporcionando ao guarda-redes Lobont uma grande defesa por instinto para a frente, sobrando a bola para o Miccoli rematar contra o chão e finalmente metê-la na baliza. Foi o delírio e um grande suspiro de alívio no estádio da Luz. Até final, ainda deu para o Fernando Santos queimar tempo (!), colocando o João Coimbra no lugar do Rui Costa e para o Nélson preferir jogar para trás (!) quando estava em boa posição de centrar para a área (ninguém o avisou que a eliminatória não está ganha e ainda falta o 2º jogo?!).

Individualmente não houve nenhum jogador que se tenha destacado muito dos demais. O Simão não esteve tão bem como em jogos anteriores, a que não será alheio as constantes alterações tácticas que tem que fazer (começou na frente, ficou a “nº 10” na 2ª parte e raramente esteve nas alas, onde manifestamente rende mais). O Nélson fez um jogo bastante mau, mostrando não ter superado o trauma da Póvoa (o que é deveras preocupante, porque não tem substituto à altura no plantel). O Nuno Gomes continua a seco e ou sobe rapidamente de forma ou arrisca-se a sair da equipa. Os centrais acabaram por fazer um bom jogo, juntamente com o Léo, este especialmente na 2ª parte. Ao invés, os gregos não estiveram tão bem, parecendo o Katsouranis em nítida baixa física a partir de meio da 2ª parte e o Karagounis com uma tendência enervante para afunilar o jogo. O Miccoli também não entrou nada bem no jogo (pareceu perdido no ataque na maior parte do tempo), mas depois estava no sítio certo para marcar.


Mesmo assim, globalmente somos melhor equipa do que os romenos e temos obrigação de passar a eliminatória, mas é bom que estejamos preparados para sofrer em Bucareste. O jogo não vai ser nada fácil e devemos meter na cabeça que temos que marcar golos, caso contrário o cenário poderá tornar-se muito negro. É fundamental passar esta eliminatória, até porque eliminaremos uma equipa do país que é o grande adversário de Portugal no ranking da Uefa e daremos uma ajuda para manter a terceira equipa na pré-eliminatória da Liga dos Campeões daqui a dois épocas.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

A melhor notícia do ano

Maria José Morgado dirige Apito Dourado

E isto para não dizer que é a melhor notícia dos últimos 20 anos! Vamos ver se finalmente haverá justiça para punir estes CRIMINOSOS que pululam impunemente no futebol português há mais de duas décadas. E que ainda se dão ao desplante de gozar com a justiça (“apita, apita, mas não oiço nada”). O currículo da actual procuradora-geral adjunta fala por si e duvido que alguém a possa pressionar ou condicionar. Ou seja, os tentáculos do polvo estão a ficar em perigo. Ninguém foi ainda condenado, é verdade, mas as escutas que vieram a público são por demais esclarecedoras. Ainda por cima, o melhor argumento que a defesa se lembrou é a suposta inconstitucionalidade das ditas escutas. É por causa de uma questão técnica que querem que todos os arguidos sejam absolvidos. Elucidativo!

Estou bastante confiante depois de ouvir esta notícia. É mais que tempo de pôr cobro a esta POUCA VERGONHA com mais de 20 anos. Ainda agora, na lista para o Conselho de Arbitragem do candidato Madaíl à presidência da FPF estão dois(!) arguidos do processo “Apito Dourado”. Teve que ser um livro escrito pela ex-prost., perdão, ex-companheira do presidente do clube regional a despoletar esta sucessão de eventos, mas se o Al Capote caiu graças a problemas com o fisco, porque é que aquele projecto de ser humano não pode cair pelas calças?! Este caso ultrapassa em muito o âmbito do futebol. Se tudo ficar na mesma é a assunção por parte do Estado que tudo é permitido em Portugal, bastando somente ter boas connections. Mas não
pode nem deve ser assim. O país não é todo constituído por malfeitores, corruptos e desonestos. Afinal a maioria da população nem sequer é adepta do clube regional...

P.S. – No sorteio da Taça Uefa calhou-nos o Dínamo Bucareste. Já os eliminámos há uns anos na altura do Heynckes quando perdemos em casa (0-1) e fomos ganhar fora (2-0). O sorteio não foi mau, até porque temos oportunidade de eliminar uma equipa romena que está muito perto de Portugal no ranking da Uefa. Se passarmos, iremos jogar com o vencedor do AEK Atenas-PSG, outros dois adversários que estão ao nosso alcance. Ou seja, temos obrigação de chegar aos quartos-de-final da Taça Uefa. Ao Braga calhou o Parma (teoricamente o menos forte dos adversários possíveis) e o clube regional vai jogar com o Chelsea! Yes! Se tudo correr como eu espero, em Março teremos o Glorioso e o Braga na competições europeias.