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segunda-feira, maio 20, 2024

Despedida triste

Empatámos (1-1) em Vila do Conde frente ao Rio Ave no último jogo do campeonato na passada 6ª feira e terminámo-lo a dez pontos do 1º lugar da lagartada. Com esta distância pontual, é difícil argumentar que demos luta até ao final, especialmente porque quando somos nós a ganhar, em geral, é só na última jornada.
 
Com o Rafa e o Di María de fora, o Roger Schmidt apresentou uma equipa cheia de alterações. Mesmo assim, dominámos grande parte da partida, fizemos o 1-0 aos 32’ pelo Kökçü, depois de uma assistência do Tengstedt, que acabou por receber o prémio de “homem do jogo”... É justo desde que consideremos que um avançado deve saber fazer tudo, menos... rematar à baliza! É que, sempre que teve ocasião para isso, a bola acertou invariavelmente no peito do guarda-redes... Tivemos outras ocasiões, mas revelámos a inépcia habitual nesta temporada, quando se tratou de meter a bola dentro da baliza. E aconteceu o que é normal nestes casos, ou seja, sofrermos o golo do empate, num penalty bem escusado do Florentino (mão na bola numa disputa de cabeça num canto) em cima dos 90’. O jogo ficou igualmente marcado pelas estreias absolutas do Gustavo Varela e Prestianni, e o argentino teve um remate perigoso já depois do empate, que o guarda-redes foi buscar ao canto da baliza.
 
Há muito para dizer sobre esta temporada, mas sinceramente a vontade não é muita. Aliás, a perspectiva de inacreditavelmente continuarmos com o Roger Schmidt para o ano é deveras assustadora. Não só isto correu como correu este ano, como na carreira dele foi sempre despedido na terceira época no mesmo clube... Teme-se o pior!

quarta-feira, maio 15, 2024

Despedida do Rafa

Goleámos o Arouca no domingo por 5-0 no último jogo do Rafa na Luz. Com a classificação fechada, o interesse do jogo cingia-se a esse facto e, com um bis, acabou por ser uma boa despedida do nº 27. O Arouca fez um bom campeonato, mas não confirmou neste jogo o mérito de ir terminar em 7º lugar.

Com o Arthur Cabral e o Marcos Leonardo lesionados, o Rafa jogou na frente apoiado pelo Kökçü. O próprio teve duas boas ocasiões logo no início, mas atirou por cima numa delas e permitiu um desvio importante ao Arruabarrena na segunda. O João Mário, assistido pelo Rafa, desviou uma bola ao poste, antes de o Di María fazer o 1-0 de penalty aos 25’ a castigar mão na bola de um adversário, depois de um cruzamento do João Mário. O argentino ainda tentou oferecer o penalty ao Rafa, mas este tem, de facto, um feitio muito especial e recusou... Aos 27’, todo o público da Luz se levantou para aplaudir o Rafa, mas este nem esboçou reacção... Aos 32’, aumentámos para 2-0 com novo penalty, desta feita por derrube do guarda-redes ao Kökçü, que o próprio turco marcou com sucesso. Em cima do intervalo, surgiu o tão desejado golo do Rafa apareceu, num bom remate já dentro da área ao ângulo da baliza. Grande festa no estádio, mas o Rafa fez um festejo normal...

Com o jogo ganho ao intervalo, não poderíamos ter entrado melhor na 2ª parte, com o bis do Rafa aos 46’, a rodar bem sobre um defesa, manter o equilíbrio e picar a bola sobre o guarda-redes à sua saída, fazendo o 4-0. Ao igualar o Pizzi na lista dos melhores marcadores do Benfica, festejou fazendo a continência característica do seu amigo. Por volta a hora de jogo, o Di María fez um golo absolutamente genial, num chapéu ao guarda-redes, mas foi anulado por fora-de-jogo do Rafa no início da jogada... O jogo já estava decidido, eu acho que, a bem do futebol, deveria ter sido deixado passar...! O Schmidt começou a fazer substituições e foi o Tengstedt, acabadinho de entrar, a fechar o resultado aos 77’, contornando bem o guarda-redes, depois de ter sido isolado pelo Rafa. Aos 86’, saída do Rafa para a grande ovação final, retribuída por este por um bater de palmas ao público. Qualquer outro jogador provavelmente emocionar-se-ia, mas não o Rafa... No último minuto, ainda deu para o Rollheiser falhar um golo feito, atirando ao lado à saída do guarda-redes, depois de ter sido isolado pelo também entretanto entrado Tiago Gouveia.

Destaque individual óbvio para o Rafa, com dois golos e uma assistência. Iremos ter saudades dele, nomeadamente da sua velocidade. Mas aquele feitio está muito longe de ser típico de um jogador de futebol... O resto da equipa exibiu-se a um nível aceitável, mas o adversário deu menos luta do que se esperava.

Fecharemos esta temporada triste em Vila do Conde na última jornada, ainda sem sabermos se irá ser o último jogo do Roger Schmidt enquanto treinador do Benfica. Será bastante arriscado se ele continuar e, se as coisas começarem a correr mal (e o histórico do treinador nas terceiras épocas nos clubes não é nada famoso...), a própria continuidade do Rui Costa estará certamente em causa. Para mim, a decisão seria óbvia, mas esse balanço far-se-á no final do campeonato.

segunda-feira, maio 06, 2024

Humilhante

Perdemos ontem em Famalicão por 0-2 e entregámos o título à lagartada, que estava confortavelmente a ver o jogo no sofá. Ou seja, foi como que a cereja no topo do bolo de uma época hedionda, em que nem sequer tivemos capacidade para obrigar o rival a ganhar o campeonato dentro do campo...
 
Depois de a equipa ter estabilizado nos últimos jogos, muito fruto da entrada do Florentino no onze, o Sr. Roger Schmidt resolveu inovar e voltar a colocar o João Mário no meio-campo, deixando o Florentino no banco...! Decisão, essa, que tão bons resultados trouxe como, por exemplo, em Mordor...! Claro que os jogadores contrários agradeceram a falta da muralha no nosso meio-campo e na 1ª parte conseguiram chegar imensas vezes à nossa baliza. Houve dois golos anulados por fora-de-jogo, um para cada lado, e algumas oportunidades para as duas equipas, mas ninguém conseguiu desfazer o nulo antes do intervalo.
 
Para a 2ª parte, exigia-se a entrada do Florentino e mais nada. Mas o nosso treinador substituiu o David Neres (soube-se hoje que lesionado), o Kökçü e o Marcos Leonardo para as entradas do Rafa, Arthur Cabral e Florentino. O Sr. Roger Schmidt tem esta fixação com os pontas-de-lança, em que se um não dá uma resposta positiva imediata, sai logo da equipa... O Marcos Leonardo nem estava a jogar mal, assim como o Neres (como a nossa comunicação não funciona, pensámos todos que tinha sido por opção táctica e não por lesão, o que convenhamos tornaria a substituição incompreensível...) e a verdade é que nem, o Rafa, nem o Arthur Cabral trouxeram grande coisa ao jogo. Pressionámos bem mais (vantagem de ter o Florentino em campo...) e atirámos uma bola ao poste pelo Di María, numa resposta à também bola ao poste do Famalicão na 1ª parte. Parecia que o golo estava para vir para o nosso lado, mas aconteceu na nossa baliza: aos 71’, o Puma Rodríguez flectiu da direita para o centro e rematou sem que o Trubin se tenha feito à bola.... Incompreensível, porque, ainda por cima, a bola entrou no ângulo mais próximo... O golo deitou-nos completamente abaixo, porque não podíamos sequer empatar para impedir a festa dos outros. Que ficou selada aos 85’ num erro clamoroso do Florentino na saída de bola, que a entregou a um adversário e depois, na jogada, o Zaydou Youssouf atirou sem hipóteses para o Trubin.
 
Não vou fazer destaques individuais, só dizer o seguinte: TÍNHAMOS de ganhar este jogo. Ponto! Sabíamos que uma não-vitória lançaria a festa do outro lado da 2ª circular, sabíamos que eles se tinham reunido para verem o jogo em conjunto à espera do nosso deslize, como é possível termos facilitado isso...?! É absolutamente imperdoável! Ao intervalo, já deveria estar 3-0 a nosso favor, para ao menos mostrarmos alguma dignidade e obrigarmos os outros a serem campeões no relvado. Mas não...! Depois de uma Champions miserável, depois de termos levado cinco em Mordor contra o pior CRAC dos últimos 40 anos, depois de sermos eliminados pelo 9º classificado do campeonato francês, ainda tivemos o desplante de oferecer esta benesse à lagartada...! É mau demais para ser verdade e urge fazer uma retrospectiva muito séria para que todos percebam como foi possível ganharmos apenas uma Supertaça num ano em que apostámos tanto. E em que, apesar de algumas limitações, ainda assim tínhamos de longe o melhor plantel do campeonato. Houvesse alguém que tivesse tirado proveito dele...

terça-feira, abril 30, 2024

Reviravolta

Vencemos o Braga na Luz no sábado por 3-1 e selámos a qualificação para, pelo menos, a 3ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões (se o Bayer Leverkusen não ganhar a Liga Europa). Reduzimos a diferença para a lagartada para cinco pontos (que não farão diferença nenhuma dado que vão ser campeões à mesma), porque eles empataram 2-2 em Mordor, deixando assim o CRAC a 13 de nós e 18 pontos deles!
 
Com o regresso dos habituais titulares, não melhorámos em relação a Faro, antes pelo contrário. O João Neves ficou no banco o jogo todo por via ainda da cabeçada que levou frente ao Farense e a dinâmica no meio-campo ressentiu-se naturalmente disso. Por outro lado, nesta altura o Rafa está completamente fora de forma e raramente arranjámos meio de ultrapassar a defesa bracarense. Só tivemos dois lances de verdadeiro perigo na 1ª parte com um desvio de cabeça do Arthur Cabral à barra e, já perto do intervalo, um falhanço incrível do Aursnes na pequena-área só com o guarda-redes Matheus pela frente. Pelo meio, sofremos o 0-1 aos 28’ pelo Ricardo Horta, num lance em que o Otamendi foi muito mal batido a sair à queima na esquerda e o António Silva colocou em jogo o ponta-de-lança que estava a tapar a visão do Trubin na altura do remate do Horta.
 
O Roger Schmidt não fez alterações ao intervalo, mas teve de fazer entrar o Álvaro Carreras aos 52’ para o lugar do Bah, que saiu tocado. Algum público assobiou a substituição, mas bastava ter pensado um bocadinho para chegar à conclusão de que só por lesão é que o Schmidt faria uma substituição antes dos 60’...! O jogo não estava fácil, mas tentávamos com mais querer do que na 1ª parte, com o Matheus a opor-se bem a um remate em arco do Di María e um defesa a interceptar um outro remate do Arthur Cabral, que me pareceu ir com boa direcção. Aos 70’, o Schmidt lá se resolver a tentar mudar alguma coisa e colocou o Kökçü e o Marcos Leonardo nos lugares do apagadíssimo Rafa e do Arthur Cabral. E o nº 36 não poderia ter tido melhor entrada em campo, porque igualou o marcador na primeira vez que tocou na bola, aos 71’ numa recarga a um remate do João Mário, que foi desviado por um defesa na sequência de um livre do Di María na direita. Grande remate cruzado de pé esquerdo do brasileiro! O Braga não criava perigo nenhum e nós conseguimos chegar ao 2-1 a cinco minutos do final através de uma boa cabeçada do David Neres, depois de um centro bestial do Di María na esquerda. O argentino sofreu pouco depois uma entrada violenta do Victor Gómez, que viu naturalmente o cartão vermelho. No quinto minuto de compensação, fechámos o marcador em 3-1 num bis do Marcos Leonardo na sequência de um lançamento lateral, em que o brasileiro ganhou na raça, teve alguma sorte com os ressaltos e depois marcou à meia-volta. Outro grande golo! Até final ainda deu para o Schmidt esgotar as substituições, fazendo entrar o Rollheiser e Tiago Gouveia, que poderiam perfeitamente ter entrado um pouco antes...
 
Em termos individuais, destaque óbvio para o Marcos Leonardo pelos dois golões que marcou. O Di María teve acção directa nos dois primeiros golos e merece igualmente uma referência. Outro que encheu o campo foi o Florentino, que continua a provar que a nossa temporada provavelmente teria sido diferente com ele a titular desde o início. No aspecto negativo, o Otamendi terá feito dos piores jogos pelo Benfica e o Rafa esteve completamente desaparecido.
 
Faltam três jornadas, espera-se brio dos nossos jogadores para que não deixemos a lagartada ser campeã no sofá.

sexta-feira, abril 26, 2024

Rotação – parte II

Vencemos em Faro o Farense na passada 2ª feira (3-1) e continuamos a sete pontos da lagartada (3-0 em casa ao V. Guimarães), com o CRAC a 11 de nós (2-1 em casa do Casa Pia). Ou seja, com quatro jornadas para disputar só um golpe de teatro nos fará sair da posição em que estamos.
 
Na ressaca do desastre europeu em Marselha, o Roger Schmidt fez alguma rotação no onze, colocando de início o Carreras, João Mário, Kökçü, Tiago Gouveia e Arthur Cabral. E o que se se pode dizer é que, à semelhança do Moreirense, estes jogadores provaram que poderiam (e deveriam) ter tido mais minutos em campo, seja como titulares, seja como substitutos. Entrámos com um bom ritmo e com oportunidades pelo Di María e Arthur Cabral, em remates de longe que o guarda-redes Ricardo Velho não conseguiu segurar. Inaugurámos o marcador aos 16’ numa boa combinação atacante entre o Di María e o Bah, com este a centrar directo para o Kökçü marcar de pé esquerdo. No entanto, o Farense igualou pouco depois, aos 23’, na sequência de um pontapé de canto com um remate do Belloumi de ângulo apertado, em que o Trubin deveria ter tido reflexos mais rápidos. Onze minutos volvidos, aos 34’, voltámos para a frente do marcador em nova combinação na direita entre o Di María e o Bah, com este a assistir desta feita o Arthur Cabral para outro bonito golo de calcanhar. E como os golos dão logo um boost de confiança, especialmente aos avançados, pouco depois o Arthur Cabral atirou uma bola ao poste num remate de longe.
 
A 2ª parte começou mais lenta da nossa parte, naquele ritmo muito perigoso de tentar adormecer o adversário, em vez de tentar forçar um segundo golo de vantagem, mas que invariavelmente nos costuma sair caro. Por volta da hora de jogo o Schmidt começou a mexer na equipa, colocando o David Neres e João Neves para os lugares do Tiago Gouveia e Florentino (este já amarelado). O Farense teve um remate perigoso de fora da área, que o Trubin defendeu, mas fechámos a partida pouco depois com o 3-1, na estreia do Carreras a marcar enquanto sénior, de pé direito(!), depois de uma assistência do Di María. Logo a seguir, tivemos sorte com um remate do Rui Costa, avançado do Farense entretanto entrado (já disse mais de uma vez que este nome deveria estar registado para ser de uma só pessoa...), que saiu a rasar o poste e poderia ter relançado o jogo. Até final, ainda houve dois lances que merecem ser realçados: um choque de cabeças que fez com que o João Neves tivesse de sair (e vamos lá a ver se recupera para o Braga) e um pontapé-de-bicicleta do Cabral, que o guarda-redes defendeu.
 
Em termos individuais, destaque para o Di María, que esteve nos nossos três golos, para o Bah, que fez a assistência para dois deles, e para o Arthur Cabral, que marcou um golão, atirou uma bola ao poste e ainda fez uma bicicleta perigosa. Como é um facto raro, vale a pena mencionar que o João Mário não esteve mal no centro do terreno.
 
Foi um regresso às vitórias já com um ar de fim de ciclo. Temos naturalmente de tentar vencer os jogos todos até ao fim, mas a desilusão que vai ser esta temporada terá de ter consequências.
 
P.S. – Novamente frente ao Farense, e apesar da vitória, houve contestação ao Roger Schmidt desta vez no final da partida, com insultos, arremessos de água e uma garrafa. Claro que se ultrapassou a linha, mas a performance deste ano da equipa merece uma boa assobiadela.

quinta-feira, abril 18, 2024

Rotação

Vencemos o Moreirense por 3-1 no passado domingo e estamos com 11 pontos de vantagem para o CRAC no 3º lugar, que empatou em casa com o Famalicão (2-2). Quanto à lagartada, goleou em Barcelos (4-0) e venceu aquele mesmo Famalicão no jogo em atraso (1-0), e já pode encomendar as faixas, dado que ficou com sete pontos de avanço a cinco jornadas do fim.
 
No meio da eliminatória com o Marselha, o Roger Schmidt lembrou-se que o plantel tem mais de 11 jogadores e deu a titularidade a oito(!) habituais suplentes. Incluindo o guarda-redes Samuel Soares, que causou bastantes calafrios na 1ª parte com mais do que um lance em que demorou a aliviar a bola, quase permitindo a intercepção de um adversário... Apesar de revelarmos alguma falta de ligação, o que é normal dado que eram jogadores que não só não jogam muito, como não jogam entre eles, inaugurámos o marcador aos 18’ através do Kökçü, depois de assistência do Tiago Gouveia, num remate em que o guarda-redes Kewin poderia ter feito muito mais. O Moreirense tentava responder e criou bastante perigo por volta da meia-hora, com um remate ao poste, seguido de recarga que foi defendida pelo Samuel Soares numa boa saída da baliza. Pouco depois, foi o Arthur Cabral a permitir uma defesa do Kewin para a barra, num remate de longe, Kewin, esse, que também desviou para canto um remate do Álvaro Carreras de pé direito de fora da área. Já em tempo de compensação surgiu o nosso segundo golo num canto da direita, com o Tomás Araújo a cabecear para defesa do guarda-redes para a barra, o Arthur Cabral e um defesa a atirarem ao poste e na, segunda recarga, o nº 44 a fazer o 2-0. Era uma vantagem muito importante para levar para o intervalo, porque permitia gerir o jogo de outra maneira.
 
Na 2ª parte, o João Neves e o David Neres ficaram nos balneários e entraram o Florentino e Rollheiser. (Ena, ena duas substituições ao intervalo, o Schmidt deve ter bebido algo...!) E o que é facto é que a equipa melhorou. Houve mais dinâmica e velocidade e o Moreirense deixou de conseguir passar tão facilmente para o nosso meio-campo. (Cá está a vantagem de ter o Florentino em campo...!) Fomos criando mais algumas oportunidades, nomeadamente num livre do Kökçü e num slalom do Tiago Gouveia que terminou com um remate de pé esquerdo ao lado, mas só conseguimos fazer o terceiro golo aos 78’ numa boa assistência do Tiago Gouveia para o Rollheiser se estrear a marcar com o manto sagrado. Até final não faltaram as alterações perto dos 90’, com a estreia do Diogo Spencer, e nada de mais relevante se passou.
 
Em termos individuais, destaque para o Tiago Gouveia com duas assistências, o Rollheiser mostrou pormenores interessantes e a sua pouca utilização (pagámos 1M€ a mais para ele vir já em Janeiro!) não se percebe, para o Álvaro Carreras que, perante estas equipas, pode perfeitamente ser titular, e para o Florentino que foi o habitual garante da estanquicidade do nosso meio-campo. O Kökçü marcou um golo e não esteve mal, mas ainda precisa de pedalar um bom bocado para ganhar o carinho do terceiro anel (e não festejar o golo, nem saudar os adeptos que o aplaudem na altura da substituição, não ajuda...). Quanto ao Samuel Soares, tem excesso de calma olímpica na altura de aliviar a bola. Ou é isso ou então é para dar um pouco mais de emoção ao jogo...!
 
Ficou provado que espremer os titulares até ao tutano era perfeitamente escusado e vai causar-nos uma época frustrante (a não ser que ganhemos a Liga Europa...). O plantel tem mais jogadores que já deveriam ter muitos mais minutos em campo. Infelizmente, temos um treinador que nunca conseguiu ver este facto óbvio. Razão pela qual espero que tenha os dias contados na Luz. A não ser, lá está, que nos dê a ganhar aquilo que já não ganhamos há mais de 60 anos.

terça-feira, abril 09, 2024

Finito

Perdemos no WC no passado sábado (1-2) e será praticamente impossível voltarmos a ser campeões, dado que estamos com potencialmente sete pontos de desvantagem, com seis jornadas para jogar. O que nos valeu foi que o V. Guimarães foi ganhar a Mordor (2-1) e manteve o CRAC a nove pontos de nós.

Depois da boa exibição na Taça de Portugal, o Roger Schmidt repetiu a equipa, mas não poderíamos ter começado pior, com um golo sofrido ainda antes do primeiro minuto! Passe de risco do António Silva para o Bah, este e o Florentino a serem comidos pelo Pedro Gonçalves, que centrou para o Trubin voltar a aliviar mal a bola (tal como na Taça...) e o Catamo rematar com sucesso. Impensável! Não reagimos mal e dominámos a 1ª parte, sem, no entanto, ter grandes oportunidades de golo, dado que o Rafa rematou por cima quando estava em boa posição e, em mais do que uma ocasião, o último passe ou não saía ou saía mal. No entanto, já em tempo de compensação, conseguimos chegar à igualdade numa óptima cabeçada do Bah a um livre do Di María. Era importantíssimo chegarmos ao intervalo sem estarmos em desvantagem, dado que só a vitória nos interessava.

Na 2ª parte, a posse de bola foi mais equilibrada e houve oportunidades dos dois lados: a lagartada atirou uma bola à barra pelo suspeito do costume, Gyökeres, enquanto nós tivemos duas soberanas ocasiões pelo David Neres, cortada pelo Coate quase sobre a linha, depois de uma abertura magistral do Di María, e por este num remate que o Israel desviou para a barra e que deu canto. Estávamos já nos dez minutos finais e, mais uma vez, não tivemos a sorte do jogo. Pouco depois, foi o João Neves a ver um remate seu, que ia com boa direcção, ser interceptado por um defesa. Do nosso banco, já se sabe, nunca vem nenhum rasgo para alterar o rumo dos acontecimentos e só houve a entrada do Arthur Cabral para o lugar do Tengstedt a 20’ do fim. A lagartada claro que fez as cinco substituições, uma das quais a saída do Hjulmand, cujo segundo amarelo foi poupado pelo Sr. Artur Soares Dias. Se o empate já favorecia a lagartada, o campeonato ficou decidido no início da compensação com o 1-2 novamente pelo Catamo, que se converteu no Kelvin lagarto: canto da esquerda, alívio de cabeça na área e remate do moçambicano de pé direito de primeira ao ângulo da baliza do Trubin. De um jogador que é canhoto! Se isto não é karma, não sei o que é... O Schmidt lá se lembrou que havia mais jogadores no banco e ainda fez entrar o Kökçü e o Marcos Leonardo, e este ainda teve uma última ocasião, mas o remate em carrinho embateu no Diomande, depois de uma insistência fantástica do João Neves na sequência de um livre para a área. Até final, ainda deu para o Aursnes ver o segundo amarelo e desfalcar-nos perante o Moreirense.

Em termos individuais, o Di María esteve em praticamente todos os nossos lances de perigo (mas tem de ter cuidado com as reacções intempestivas, porque colocou-se à mercê do árbitro para um vermelho por ter atingido o Pedro Gonçalves, apesar de este fazer jus aos últimos números 8 lagartos, sempre a exagerarem nas suas atitudes...), o João Neves foi o monstro do costume, especialmente na 2ª parte, o Florentino, apesar de não ter estado bem no primeiro golo, cada vez prova mais que é uma das maiores razões para a época estar a ser a desilusão que está a ser (não ele, obviamente, mas a sua parca utilização). Ao invés, o Rafa esteve completamente desaparecido, o Tengstedt, lá está, dá luta, mas finalizar não é com ele e o David Neres poderia ter sido melhor a definir alguns lances. Menção também para o bom jogo do Bah, com a excepção do primeiro golo sofrido.

Temos, de longe, o melhor plantel e não vamos ser campeões, nem ganhar a Taça de Portugal. Portanto, ou ganhamos a Liga Europa (pausa para assimilar a improbabilidade da ideia....) ou alguém tem de assumir as responsabilidades pelo enorme fracasso desta temporada.

segunda-feira, abril 01, 2024

Ridículo

Vencemos o Chaves na passada 6ª feira por 1-0 e temos agora nove pontos de vantagem para o CRAC (derrota no Estoril – terceira na temporada! – por 1-0), mas mantemos um de desvantagem perante a lagartada (com menos um jogo) que venceu na Amadora por 2-1. Depois da pausa das selecções, já se sabe que a retoma da competição interna é sempre complicada, mas perante o último classificado exigia-se BASTANTE mais.
 
Não há outra forma de dizer isto: fizemos uma das piores exibições da temporada! O problema começou logo na equipa inicial, porque claro que o facto de o Roger Schmidt ter colocado o Di María, vindo na véspera de uma viagem transatlântica, a titular não ajudou nada. Se quanto ao Otamendi ainda há alguma justificação, dado que o António Silva estava castigado e mudar os dois centrais de uma só vez poderia ser problemático, quando ao extremo argentino não há desculpas. O plantel tem outras opções que deveriam ter sido utilizadas, porque como seria de esperar o Di María estava longe de estar a 100% e todo o nosso jogo se ressente disso. O corolário disso foi o penalty falhado por ele aos 26’ (uma cotovelada ao Bah bem assinalada pelo VAR), num autêntico passe ao guarda-redes Hugo Souza. Não há suficientes palavras no mundo que ajudem a evidenciar o quanto eu abomino penalties marcados daquela maneira! De resto, uma cabeçada ao lado do Florentino num canto foi a única sensação de golo que tivemos.
 
Na 2ª parte, a tendência do jogo manteve-se, connosco a abusar da lentidão de processos que não ajudava a desmontar a defensiva contrária. O Bah falhou um ressalto em boa posição, rematando muito por cima, mas tivemos nova grande ocasião noutro penalty assinalado pelo VAR a castigar falta sobre o Di María. Então, aconteceu algo que eu nunca tinha visto o Benfica fazer: o Arthur Cabral conseguiu a proeza de falhar duas vezes! A primeira foi repetida, porque os adversários invadiram a área antes de tempo e na segunda ocasião ele marcou exactamente da mesma forma, proporcionando novamente uma defesa ao Hugo Souza! Três penalties falhados num jogo é algo inaudito para nós, certamente! Isto tinha tudo para deitar a equipa moralmente abaixo, mas felizmente inaugurámos o marcador pouco depois, aos 68’, num ligeiro desvio de cabeça do João Neves a um livre do Di María. Foi um enorme alívio no estádio, porque o jogo estava a tornar-se muito complicado. Até final, ainda apanhámos um relativo susto, numa cabeçada por cima em que o Trubin estava batido, mas lá fomos controlando as coisas sem nenhum brilhantismo.
 
Em termos individuais, destaque óbvio para o João Neves, que é dos poucos em boa forma. Apesar de alguns passes falhados, o Florentino continua a justificar a sua titularidade e sinceramente espero que não a deixe até final da época. O Bah também não esteve mal. Quanto à maioria dos outros, foram de uma mediocridade atroz.
 
Os próximos três jogos definirão grande parte do que será nossa temporada, porque serão decisivos para três competições. Espero enganar-me redondamente, mas a jogar desta maneira não sei como conseguiremos ir muito longe...

quarta-feira, março 20, 2024

Difícil, mas justo

Vencemos o Casa Pia em Rio Maior no passado domingo por 1-0, mas tudo se mantém igual na frente, porque o CRAC já tinha ganho em casa ao Vizela (4-1) e a lagartada goleou o Boavista por 6-1. Foi uma vitória muito importante e justa.
 
Estas partidas a seguir a jornadas europeias são sempre deveras complicadas. Especialmente se forem da Liga Europa, porque geralmente só há três dias entre jogos, e fora de casa, como foi o caso. Em relação a Glasgow, o Roger Schmidt só tirou o David Neres e fez entrar o João Mário. Não se percebe esta decisão dado que o brasileiro é muito mais ofensivo, mas enfim... Na 1ª parte, facilitámos bastante e o Casa Pia em contra-ataque criou-nos alguns problemas, tendo-nos valido a tremenda aselhice dos seus jogadores em pelo menos duas ocasiões. Na terceira, foi o Trubin a safar-nos. Em relação ao ataque, revelámos a lentidão habitual e não tivemos assim grandes ocasiões. Uma cabeçada do António Silva já perto do intervalo, terá sido a melhor delas, já depois de o João Neves ter visto um golo de cabeça anulado por fora-de-jogo.
 
Na 2ª parte, as coisas tinham de mudar, mas o Schmidt não mexeu no onze logo no reinício. Típico. No entanto, acelerámos um pouco mais e começámos a criar ocasiões, com o Rafa a atirar ao lado já de ângulo algo difícil, o Di María a atirar por cima num ressalto e o António Silva a falhar clamorosamente de cabeça, quando estava em boa posição num livre. Entretanto, já tinham entrado o David Neres e o Arthur Cabral para os lugares do amarelado Florentino e do Marcos Leonardo. O Casa Pia deixou de existir em termos ofensivos, mas o Aursnes teve uma paragem cerebral e agarrou a bola com as mãos, com ela já fora do terreno, mas por muito pouco... O tempo ia passando, mas finalmente lá marcámos aos 74’ numa iniciativa individual do Arthur Cabral, bem lançado pelo João Mário na direita num contra-ataque, que depois flectiu para o centro e rematou em arco de pé esquerdo, sem hipóteses para o guarda-redes Ricardo Baptista. Um golão daquele que é, neste momento, o nosso menos mau avançado. O mesmo Arthur Cabral voltou a ter uma oportunidade num forte remate que o guarda-redes defendeu com dificuldade para canto. Até final conseguimos controlar as coisas minimamente, porque só por uma vez o Casa Pia chegou à nossa baliza, mas o Trubin resolveu com êxito.
 
Em termos individuais, destaque para o Arthur Cabral que desbloqueou o nosso jogo. Quando finalmente estava numa senda goleadora e a fazer assistências, o Schmidt mandou-o de volta para o banco. Espero que não volte a acontecer o mesmo, até porque, sim, Sr. Schmidt, o mais importante nos avançados é que marquem golos! O João Neves continua o motor de todo o nosso jogo e voltei a gostar do Florentino enquanto esteve em campo. No entanto, concordei com a sua substituição por causa do amarelo e o João Mário até subiu de rendimento quando foi para o meio. Mas uma coisa é ele jogar no meio contra o Casa Pia, outra é jogar em Mordor ou no WC...! O Aursnes, é bom que não repita mais gracinhas daquelas, porque arriscou imenso...
 
Iremos ter agora a pausa para as selecções antes de voltarmos para a fase decisiva da época. Mas temos de subir o nosso nível exibicional sob pena de não termos alegrias este ano. É que continuamos a jogar muito pouco para o plantel que temos.

sexta-feira, março 15, 2024

Sofrível

Vencemos o Estoril no domingo por 3-1, mas manteve-se tudo igual na frente, porque os outros dois também venceram (a lagartada 3-0 em Arouca e o CRAC pelo mesmo resultado em Portimão perante a sua equipa B). Uma semana absolutamente infernal em termos de trabalho fez com que só pudesse postar isto hoje.
 
O Roger Schmidt resolveu finalmente fazer alguma rotação nesta partida e o Di Mária, Rafa e João Neves ficaram no banco (só para mencionar os mais utilizados). Entrámos bem dado que marcámos logo aos 15’ num bom remate fora da área do Kökçü a passe do David Neres. No entanto, o Trubin parece apostado em cometer um deslize por jogo e aos 22’ socou para a frente uma bola cruzada e o Rodrigo Gomes fez o empate. Tivemos, então, o nosso pior período que se estendeu quase até ao intervalo, em que a lentidão exasperante de processos não nos permitiu criar oportunidades. Até que, já em tempo de compensação, o David Neres cruzou largo da direita, o Tiago Gouveia amorteceu de cabeça do lado oposto e o Marcos Leonardo, muito rápido, encostou também de cabeça para a baliza. 
 
Se marcámos numa boa altura antes do intervalo, voltámos a fazê-lo logo no reinício, aos 49’, pelo Tiago Gouveia numa boa jogada individual, em que encarou o adversário, rompeu e rematou cruzado sem hipóteses para o Dani Figueira. A partir daqui, começámos a dosear o esforço (que também não tinha sido assim tão grande até então...) e foi o Estoril a pôr à prova o Trubin um par de vezes. Felizmente, não conseguiu marcar nenhum golo, que certamente nos iria deixar com o credo na boca até ao fim. Do nosso lado, só um remate do entretanto entrado João Neves à barra, já em cima dos 90’, é que deu a sensação de golo.
 
Em termos individuais, destaque para o David Neres, que esteve em dois dos golos, e para o Tiago Gouveia, com um golo e uma assistência. O Florentino mostrou novamente que é essencial para que a equipa jogue mais à frente e o Marcos Leonardo, na sua primeira titularidade, voltou a marcar.
 
Com a sobrecarga de jogos que estamos a ter, é bom que o Schmidt vá pensando em repetir esta fórmula, porque felizmente temos um plantel que dá para fazer alguma rotação. No entanto, não se pode dizer que os que jogaram tenham tido um rendimento muito superior aos habituais titulares, antes pelo contrário. Ou seja, continuamos a mostrar um futebol muito sofrível para esta fase tão adiantada da época.

terça-feira, março 05, 2024

O rei já ia nu

Fomos goleados em Mordor no domingo (0-5) e ficámos com um ponto de desvantagem perante a lagartada (3-2 em casa contra o Farense) com mais um jogo, tendo visto a nossa vantagem perante o CRAC reduzida para seis pontos.
 
Como é bom de ver pelo resultado final, o que se passou foi um completo descalabro, cujos sinais, convenhamos, já estavam presentes desde há muito. Perante a lesão do Bah, o Aursnes voltou para a lateral-direita, com o Morato a regressar à equipa para a esquerda, e o Tengstedt na frente em vez do David Neres. E foi do dinamarquês a nossa única verdadeira oportunidade de golo, ao atirar por cima quando só tinha o Diogo Costa pela frente, com o resultado ainda a zeros. O CRAC abriu o marcador aos 20’ pelo Galeno, que estava completamente sozinho(!) na área num canto, com o Trubin a ficar mal na fotografia, porque ficou a meio do cruzamento. O Rafa teve o nosso único remate à baliza ainda na 1ª parte, defendido pelo guarda-redes, antes de o CRAC fazer o 0-2 em cima do intervalo, também pelo Galeno, num lance em que o António Silva foi demasiado anjinho.
 
Na 2ª parte, entraram o Álvaro Carreras e o Florentino para os lugares do amarelado Morato e do Kökçü, mas o CRAC acabou com o jogo logo aos 55’ com o 0-3 pelo Wendell, numa bola desviada ainda pelo Florentino, em que me pareceu que o Trubin se lançou um pouco tarde. O Schmidt fez mais duas substituições logo a seguir, entrando o David Neres e o Arthur Cabral para os lugares do Di María e Tengstedt, mas o descalabro começou a antever-se quando o Otamendi se fez estupidamente expulsar por duplo amarelo aos 61’ (um capitão do Benfica, especialmente já tendo jogado naquele antro, não pode ser expulso desta maneira!). A partir daqui, estava na cara que o CRAC viria para cima de nós tentar a goleada. Algo que nós nunca fazemos em situação semelhante (basta lembrar o jogo da 1ª volta na Luz...)! Ainda falharam duas bolas de baliza aberta pelo Nico González de cabeça e pelo Galeno, mas aos 75’ fizeram o 0-4 pelo Pepê, num remate em que o Trubin é muito mal batido, com a bola a entrar no poste mais próximo. Em cima dos 90’, fizeram o 0-5 pelo Namaso de cabeça. Ambos estes golos nasceram do nosso lado esquerdo e mostraram as enormes limitações que o Álvaro Carreras tem a nível defensivo.
 
Numa partida destas, claro que praticamente ninguém se salvou. A única excepção foi o João Neves, que foi o único a perceber o que defrontar este adversário significa. Ele e os adeptos do Benfica que estiveram presentes no estádio, que não se coibiram de se fazer (e bem) ouvir quando já estavávamos a perder 0-4.
 
Sem nenhuma ordem de importância, vou então justificar o título do post:
 
1) Sim, tínhamos ganho os quatro jogos frente a adversários directos até à passada 5ª feira, mas convém não nos deixarmos cegar pelos resultados. Na Supertaça, com um pouco mais de qualidade do CRAC, poderíamos ter chegado ao intervalo a perder por 0-3; no jogo frente a eles no campeonato, estivemos com mais um desde os 19’ e ganhámos à rasca; em Braga, foi o Trubin que nos salvou na 2ª parte; contra a lagartada na Luz, estávamos a levar um banho até ficarmos a jogar contra 10 e só demos a volta completa já nos descontos. Já para não falar da vergonhosa campanha europeia deste ano.
 
2) A gestão do plantel pelo Schmidt é verdadeiramente patética. Dou o exemplo do Vizela: 5-0 ao intervalo, jogo resolvido, segundo de seis jogos em 17 dias(!), o que faz o nosso treinador? Tira o Rafa para pôr o... Di María! Jogador jovem a precisar de ter minutos de jogo, certo...?! Quando é que roda mais a equipa? Aos 88’(!) com duas substituições...! O Arthur Cabral estava finalmente a marcar golos e a jogar bem, e o que faz o Schmidt? Mando-o para o banco em Guimarães e utiliza-o intermitentemente desde aí... E há muitos mais exemplo, eu não estou é para escrever os Maias...
 
3) Seis jogos em 17 dias e qual é o nosso meio-campo nos cinco últimos? João Neves e João Mário...! Tirando o frente ao Vizela, em que não podia jogar por estar castigado, em 360’ possíveis, o Florentino jogou... 69’! Claro que, se fosse numa eliminatória europeia fora e na casa dos nossos dois maiores rivais, seria gravíssimo, mas como estamos a falar de jogos fáceis, fez sentido, não foi...?!
 
4) A equipa leva um amasso na 2ª parte em Toulouse e que reacção se vê do nosso banco? Nenhuma. A equipa não consegue sair a jogar na lagartada na 1ª parte e que reacção se vê no nosso banco? Nenhuma. A equipa perde todos os duelos no meio-campo em Mordor na 1ª parte e que reacção se vê do nosso banco? Nenhuma. Não há nada que venha do banco que possa ajudar a equipa. E isto passa-se há n jogos. Mesmo a brilhante ideia de jogar sem um ponta-de-lança frente ao Portimonense em casa só resultou em golos, porque marcámos o primeiro muito cedo na 2ª parte e mais dois em contra-ataque em três minutos. Não esqueçamos que a 1ª parte foi hedionda...!
 
5) No ano passado, podíamos ter colocado o CRAC a 13 pontos e concentrarmo-nos nos quartos da Champions e todos nos lembramos do que aconteceu, depois de inclusivamente sermos os primeiros a marcar! Estão a ver isso acontecer ao contrário...? Pois, eu também não! Trocando as equipas, com uma expulsão aos 20’ como na 1ª volta, estão a ver não sermos goleados...? Pois, eu também não! Esta equipa do CRAC é de longe a mais fraca dos últimos largos anos, mas entrou em campo no domingo da maneira que entra sempre contra nós, ou seja, com os dentes de fora. Estão a ver isso acontecer ao contrário...? Pois, eu também não!
 
6) Isto está a ser igual ao Lage: primeira época a jogar um futebol de sonho, campeões, e segunda um verdadeiro pesadelo (sete pontos de vantagem à 3ª jornada da 2ª volta desperdiçados naquela altura)! O que é que se passa com o Benfica?! Será só culpa do treinador...?
 
7) Parece que, para as redes sociais do Benfica, o jogo ainda não acabou, porque deixaram de publicar o que quer que fosse desde o 0-4... Tenham vergonha na cara, pá! Sejam homenzinhos e assumam o que se passou! O resultado envergonha-nos...? Claro que sim, mas não se esconde (ou deturpa) a história! No ano dos 7-1, ganhámos a dobradinha, só para dar um exemplo. Isto ainda não acabou! (Ou já...?)

8) Não contem comigo para a conversa do "temos de apoiar", "há uma campanha contra o nosso treinador" ou "criticar a equipa e o treinador é fazer o jogo dos nossos adversários". Isso jamais, porque isso seria promover a mediocridade e nunca mudar o que está obviamente mal. Se fôssemos seguidistas a esse ponto, se calhar, ainda teríamos o Vale e Azevedo à frente do clube... É que essa conversa é em tudo semelhante há que havia naquela altura!
 
Sim, se “o rei já ia nu”, não sei até que ponto é só o treinador. Claro que este tem grande parte da culpa, em especial nos cinco primeiros pontos que elenquei, porque o nosso plantel (mesmo sem laterais) é claramente superior ao dos rivais e estamos a apresentar a qualidade futebolística que estamos desde o início da época... Não é justificável o que se está a passar até agora! Tanto o que (não) estamos a jogar, como a maneira como, por exemplo, nos deixámos ser eliminados frente ao Estoril nas meias-finais da Taça da Liga. E esta eliminação é sintoma do ponto nº 6. E é esse que me preocupa mais. Porque se não quero mais uma ‘solução Nélson Veríssimo’ até final da época, também tenho consciência que as coisas não podem continuar como estão até agora...

terça-feira, fevereiro 27, 2024

Fim-de-semana perfeito

Goleámos o Portimonense por 4-0 no passado domingo e beneficiámos dos empates da lagartada em Vila do Conde frente ao Rio Ave (3-3) e do CRAC em Barcelos frente ao Gil Vicente (1-1) para ter agora dois pontos de vantagem perante o primeiro (com mais um jogo) e nove perante os representantes de Mordor. Seria difícil que o fim-de-semana nos tivesse corrido melhor.
 
Confesso, no entanto, que não concordei nada com a táctica que o Roger Schmidt apresentou de voltar a jogar sem um ponta-de-lança perante o (com todo o respeito) Portimonense na Luz. A 1ª parte foi de uma pobreza confrangedora, connosco a não meter velocidade no jogo e assim a não ter grandes chances de marcar, excepção feita a um falhanço incrível do Kökçü logo no início (a bola saiu ligeiramente no centro do David Neres, pelo que o golo seria eventualmente anulado) e a outro do Otamendi, bem desmarcado pelo turco, que o guarda-redes Nakamura defendeu. O Rafa no meio de centrais altíssimos perdia-se frequentemente e nunca revelámos arte para colocar a bola nas costas deles.
 
Para a 2ª parte, o Schmidt insistiu nos mesmos contra todas as expectativas. E desta vez correu-lhe bem, porque marcámos três golos relativamente cedo e em apenas quatro minutos! Aos 55’, o Rafa de trivela inaugurou o marcador depois de uma assistência do Bah, aos 57’ foi o Kökçü com possivelmente o melhor passe longo da época a desmarcar o Neres, que contornou o Nakamura e fez o 2-0 e aos 59’ foi o Di María a fazer o terceiro com um toque de classe depois de uma assistência do Rafa também de trivela. Estes minutos alucinantes resolveram a partida e o Schmidt aproveitou para fazer alguma gestão da equipa mais cedo do que é costume. No entanto, continuámos a procurar a baliza contrária e o Kökçü teve um bom remate de longe, defendido pelo guarda-redes. Entraram o Florentino e o Tiago Gouveia e saíram o João Neves e o Neres, e foi o nº 47 a fazer uma boa jogada pela esquerda aos 75’, com um centro atrasado para o Kökçü assistir (pareceu-me um pouco por acaso) o Rafa para o seu bis. Até final, ainda entraram os dois pontas-de-lança (Cabral e Marcos Leonardo), mas o resultado não se alterou.
 
Em termos individuais, óbvio destaque para o Rafa com dois golos e uma assistência. O Neres também esteve muito bem e não vai sair da equipa tão cedo. O Kökçü veio dizer no final que gosta de jogar mais avançado no terreno e vai ter certamente oportunidade de fazer isso nos dois próximos jogos no WC e em Mordor, porque, como esta táctica resultou agora, não estou nada a ver o Schmidt não a aplicar nas próximas duas saídas. O Trubin não teve grande trabalho, para variar um bocado em relação aos últimos jogos. O Aursnes voltou à lateral-esquerda e de lá não deve sair nas próximas partidas, dado que o Bah está a recuperar a sua forma a olhos vistos na direita. Já se sabe que é muito difícil o João Neves estar mal e o João Mário disfarça melhor no meio a sua incapacidade de imprimir velocidade ao jogo.
 
Iremos na 5ª feira à lagartada para a 1ª mão da meia-final da Taça de Portugal e no domingo a Mordor para o campeonato. Serão dois jogos importantíssimos com apenas 72h entre eles. Veremos com a equipa se portará, porque sinceramente não sei o que esperar dado que a nossa época tem sido uma verdadeira montanha-russa em termos exibicionais. Aliás, basta ver a diferença abissal entre a 1ª e a 2ª parte neste jogo frente ao Portimonense para se perceber isso.

terça-feira, fevereiro 20, 2024

Goleada, mas...

Vencemos o Vizela por 6-1 no passado domingo e continuamos em igualdade pontual com os lagartos, que venceram em Moreira de Cónegos por 2-0, mas continuam com um jogo a menos. O CRAC venceu em casa o E. Amadora (2-0) e mantém-se a sete pontos de nós.

Com a eliminatória frente ao Toulouse a meio, o Roger Schmidt rodou a equipa e entraram o Bah, Tiago Tomás Araújo, Morato, David Neres, Tiago Gouveia e Tengstedt em relação à partida frente aos franceses. Com sangue novo na equipa, voltámos a pressionar muito o adversário e abafámo-lo na 1ª parte, fazendo cinco golos: o Neres bisou (16’ e 46’), o Otamendi fez o 2-0 aos 25, o Tiago Gouveia aos 30’ e o Rafa fez o quinto aos 49’. O tempo de compensação na etapa inicial justificou-se, por causa da lesão do guarda-redes Ruberto, que teve de ser substituído mesmo antes do segundo golo. Para a 2ª parte, confesso que sonhei com a reedição do Nacional, ou, pelo menos, ultrapassar os lagartos na maior goleada do campeonato até agora (8-0 ao Casa Pia). Não poderia ter estado mais longe da realidade...!
 
Com o jogo completamente decidido, esperava-se que o Schmidt poupasse os titulares que sobravam ao intervalo, nomeadamente o Rafa. Assim o fez, mas inexplicavelmente, com os dois novos argentinos (Rollheiser e Prestianni) no banco, fez entrar o... Di María! Deve precisar também de rodagem... A 2ª parte foi uma sensaboria total, porque estando tudo decidido e não se poderia esperar que o Di María viesse agitar totalmente as águas, certo...?! Revelámos enorme descontração pelo Trubin aos 48’, ao oferecer o golo ao Essende, mas redimiu-se ao defender um penalty (escusado) provocado pelo Morato aos 71’. Finalmente(!) o nosso guarda-redes atirou-se para a bola só depois de perceber para onde ela ia! Já não era sem tempo, porque com a sua altura, a não ser que a bola vá muito colocada, é quase certo que lhe chega. Tivesse ele feito isto contra o Estoril e, se calhar, teríamos mais uma Taça da Liga no palmarés... Aos 66’, o João Neves teve direito a descanso, entrando o Aursnes para a sua posição de origem no meio-campo. A 15’ do fim, foi a vez de trocar de ponta-de-lança, entrando o Marcos Leonardo, mas inexplicavelmente o Schmidt deixou as duas últimas substituições para os 88’(!), quando era por demais evidente que o Álvaro Carreras e o Rollheiser deveriam ter tido muitos mais minutos para se irem adaptando à equipa... Até porque o Morato continua a demonstrar as suas enormes limitações como lateral-esquerdo... O público estava a começar a mostrar-se impaciente com a pasmaceira habitual no banco e acho que o Schmidt só se livrou de ouvir uns quantos assobios com as substituições tardias, porque no minuto anterior fizemos o 6-1 final pelo Marcos Leonardo.
 
Em termos individuais, destaque óbvio para o David Neres com um bis e duas assistências (canto para o Otamendi e passe para o Marcos Leonardo). O Rafa continua com uma veia goleadora muito acentuada e o Tiago Gouveia voltou a marcar, mas não fez um grande jogo, infelizmente. Quem esteve bem melhor do que é habitual foi o João Mário, que jogou no meio (se calhar, está aí a solução, porque disfarça melhor a sua falta de velocidade). O Tiago Tomás Araújo fez duas aberturas fantásticas na diagonal, mas facilitou num lance, quase isolando um adversário, corrigindo depois o erro.
 
Parece um pouco estúpido eu não ter saído do estádio eufórico com esta goleada, mas aquela 2ª parte foi muito desapontante. Não se tratava aqui de fazer uma cavalgada heróica depois do intervalo, mas apenas de ter dado oportunidades a quem precisa de as ter. Continuo sem perceber a lógica do Schmidt nas substituições e parece-me que não sou o único. Enfim, vêm aí jogos bastante complicados e veremos se a equipa dá uma resposta à altura. Uma coisa é certa: não é por falta de plantel que não a dará.

segunda-feira, fevereiro 12, 2024

Incapacidade

Empatámos ontem em Guimarães por 2-2 e estamos em igualmente pontual com a lagartada que trucidou o Braga por 5-0 (aliás, é o terceiro 5-0 consecutivo em casa perante eles... Fôssemos nós e diriam que o Braga estava comprado...). No entanto, a lagartada tem o jogo em atraso em Famalicão, pelo que pode ficar três pontos à nossa frente.
 
No jogo deste campeonato com as condições climatéricas mais adversas até hoje, o Roger Schmidt fez o que qualquer um certamente faria...: tirou o ponta-de-lança possante, Arthur Cabral, e um peso-pesado do meio-campo, Florentino, e fez alinhar dois pesos-plumas (Rafa e Di María) na frente...! 🙄 Claro que todos nós ficámos muito surpreendidos por isto não ter resultado, certo...?! 🙄🙄🙄 O nosso futebol é baseado em bola na relva e troca constante dela entre os nossos jogadores, o que naquele terreno era obviamente bastante complicado. A partida foi por isso bastante dividida e o V. Guimarães chegou à vantagem aos 35’ através de um penalty convertido pelo Tiago Silva, a castigar falta escusada do Kökçü. Finalmente o Trubin só se atirou depois de ver para onde a bola ia, mas o remate foi indefensável (se tivesse sido como a maioria dos penalties do Estoril, teria defendido...). Era importante não chegar ao intervalo a perder e conseguimo-lo com o golo do Rafa aos 40’, depois de assistência do Di María.
 
Para a 2ª parte, o Schmidt fez entrar logo desde o início o Arthur Cabral e o Florentino... Ou seja, perdemos 45’ para nada, mas a cabeça do nosso treinador tem mistérios insondáveis... Até entrámos bem, pressionámos mais (pudera!), mas a enésima vez que o Morato foi batido na lateral-esquerda, conjugado com uma abordagem ao lance muito pouco convicta do António Silva, permitiu ao André Silva fazer o 2-1 aos 61’. Foi um pouco contra a corrente do jogo, mas tornou as coisas bastante complicadas, até porque estávamos a atacar para o lado do terreno que estava pior. Todavia, tivemos uma benesse aos 64’ numa entrada idiota e quase assassina do Borevkovic sobre o Florentino. Felizmente, não lhe acertou em cheio, caso contrário ter-lhe-ia de certeza partido uma perna. Ora muito bem, a jogar contra dez e em desvantagem, o nosso treinador tomou logo as rédeas do jogo para inverter a situação, certo...? Até porque tínhamos um banco cheio de opções válidas, correcto...? Não, errado!! Demorou 13’ a mexer na equipa, para colocar o Marcos Leonardo no lugar do inexistente Morato, puxando o Aursnes para defesa-esquerdo. Aurnes que, no entanto, para grande surpresa de todos nós adiantava-se no terreno, mas na hora de centrar tinha de passar a bola para o pé direito, perdendo completamente o timing da jogada... Aconteceu uma, duas, três vezes...! Ele há lá com cada uma...! É que não se estava mesmo a ver nada isto... Só aos 87’(!), ou seja, 23’ depois da expulsão, o Schmidt colocou um lateral-esquerdo de raiz, o Álvaro Carreras, que nos permitisse ter largura por aquele lado! Que, ainda por cima, não estava tão alagado quanto o lado direto do campo! Vinte e três minutos depois da expulsão!!! O espanhol entrou juntamente com o David Neres, que ainda conseguiu mostrar que também deveria ter entrado mais cedo. Conseguimos empatar 2-2 em cima dos 90’ numa boa cabeçada do Arthur Cabral a centro do Di María, mas já não tivemos tempo para mais, porque o Sr. Luís Godinho só deu seis minutos de desconto...! (Como disse, e bem, o Di María no final, os outros têm às dezenas de minutos de compensação, nós é isto...!) Ficou mais do que evidente que, tivéssemos nós feito as substituições e arriscado mais cedo, poderíamos perfeitamente ter ganho o jogo. Ficou mais do que evidente para toda a gente que estivesse a ver o jogo com olhos de ver, caso que infelizmente raramente acontece com o nosso treinador, que vê sempre uma outra coisa totalmente diferente...
 
Em termos individuais, o Di María com duas assistências merece uma palavra, embora tenha acabado o jogo de rastos (como é óbvio, dado que jogou os 90’ de Vizela há três dias...!), o Rafa só fez o golo e pouco mais, mas o melhor do Benfica terá mesmo sido o Trubin que impediu o 3-1 com o V. Guimarães já com dez, além de outra magnífica defesa na 1ª parte a um remate cruzado. Quanto aos menos, o António Silva não esteve nada bem, o João Neves terá feito o pior jogo desde que está na primeira equipa e já nem há adjectivos para o Morato (por estar a jogar num lugar que não é claramente o dele) e principalmente para o João Mário.
 
Esta era uma partida que tínhamos de fazer tudo para ganhar, depois de os lagartos terem feito o que fizeram ao Braga. E obviamente não fizemos. Só há um responsável por isso. Alguém com uma incapacidade gritante de perceber o que se passa em campo durante os jogos. Ou então, alguém que vive noutro mundo, que não é de todo o da realidade que o resto do mundo vê. Não vaticino nada de bom para o que resta da época.

terça-feira, fevereiro 06, 2024

Modelar

Vencemos o Gil Vicente no domingo (3-0) e chegámos provisoriamente ao 1º lugar, dado que a lagartada viu o seu jogo em Famalicão adiado por falta de policiamento. Por outro lado, na véspera, o Rio Ave tinha-nos dado uma grande alegria ao empatar em Mordor (0-0) e assim colocar o CRAC a seis pontos de nós.

Senhores jogadores e equipa técnica do Glorioso Sport Lisboa e Benfica: tomem bem nota do que aconteceu neste jogo, revejam-no vezes sem conta, que ele é exemplificativo do que queremos para o resto da época. Vitória tranquila, com dois golos na 1ª parte e outro no início da 2ª, e quase nenhumas oportunidades para o adversário, enfim aquela monotonia boa de que eu tinha grandes saudades. E calculo que os meus consócios também. Claro que para isso ajudou (e de que maneira!) entrarmos em campo com 11 jogadores ao fim de não-sei-quantos meses! O Schmidt resolveu (FINALMENTE!) colocar o João Mário no banco, alinhando o Aursnes no seu lugar e fazendo regressar o Bah à lateral-direita. Fez toda a diferença ter o norueguês e não um morte lenta naquele lugar! Para além disso, também o Florentino foi titular em detrimento do Kökçü, o que fez com que a equipa defendesse muito mais à frente, mesmo que ele não tenha feito um jogo brilhante. Os dois primeiros golos surgiram de pontapés de canto (coisa raramente vista, ena, ena!) do Di María: aos 15’, excelente cabeçada do Arthur Cabral e aos 34’ jogada de insistência do João Neves, concretizada por ele próprio, quiçá para grande alívio dos lagartos que já deviam achar que o nº 87 só lhes marcava golos a eles.

Na 2ª parte, o Rafa fez o 3-0 logo aos 49’, depois de uma boa combinação atacante em que também participaram o Aursnes e o Morato, e a partida ficou logo ali resolvida. De tal forma, que o Schmidt fez substituições bem mais cedo do que o costume e deu para ver que o Álvaro Carreras tem de ser titular rapidamente na lateral-esquerda, porque ao menos é nativo do lugar. Ainda tivemos mais algumas oportunidades, nomeadamente uma trivela do Rafa, mas não conseguimos marcar mais nenhum. Os jogadores que entraram também não conseguiram abanar com o jogo da forma que era suposto. Do lado do Gil Vicente, só por uma vez e já perto do final é que o Trubin foi posto à prova.

Em termos individuais, o destaque vai novamente para o Arthur Cabral, com mais um golo e uma cabeçada ao poste ainda antes dele. É incrível a transformação que teve, depois de uma entrada no clube completamente em falso. O Rafa está igualmente numa grande veia goleadora e deve estar a fazer a Direcção considerar seriamente a possibilidade de perder a cabeça na tentativa de renovar o contrato. O João Neves, já se sabe, não consegue simplesmente jogar mal e mantenho a minha: o Florentino é essencial naquele meio-campo. O Di María tem o condão de estar na maioria dos nossos golos e o Bah regressou como se nunca tivesse estado de fora: que pulmão!

Vamos entrar numa sequência terrível de jogos e é bom sinal que a equipa esteja a melhorar em termos exibicionais. Além de que o regresso de lesionados de longa data (Bah e Neres), juntamente com os três reforços que já estão disponíveis, aumentou bastante o leque das nossas opções. Nesta 5ª feira, iremos a Vizela para a Taça de Portugal e não podemos falhar. Já bastou a desilusão da Taça da Liga, além de que (repito pela enésima vez!) urge rapidamente começar a inverter o nosso vergonhoso histórico dos últimos 25 anos na Taça de Portugal.

quinta-feira, fevereiro 01, 2024

Reviravolta

Vencemos o E. Amadora na Reboleira (4-1) na passada 2ª feira, mas manteve-se tudo igual na frente porque a lagartada atropelou o Casa Pia (8-0) e o CRAC foi vencer a Faro (3-1). Esta nossa época está a ser um case study de quão enganador um resultado de futebol pode ser. Neste caso não porque não tenha sido justo, mas porque ninguém diria que até aos 40’ a nossa exibição foi paupérrima e 12’ (já na 2ª parte) o jogo estava praticamente decidido a nosso favor.
 
O Roger Schmidt voltou a dar a titularidade ao Arthur Cabral com o Musa a ficar fora do banco (por via da sua iminente saída). (Não se percebe é que, nestas condições, o croata tenha sido titular na meia-final da Taça da Liga, mas adiante...). Entrámos completamente a dormir, sem dinâmica nenhuma e, por conseguinte, sem criar perigo, excepção feita a um livre do Kökçü. O nosso estado letárgico fez com que o E. Amadora inaugurasse o marcador aos 28’ pelo Léo Jabá, que passou pelo António Silva e Otamendi como se eles não estivessem lá, e ainda teve tempo de fazer a recarga a um primeiro remate seu(!), fazendo a bola passar por entre as pernas do Trubin, que o tinha defendido! Inacreditável! Pouco depois, devemos ao guarda-redes ucraniano continuarmos a perder só por um golo, quando desviou ligeiramente a bola perante um isolado Regis N’Do, que depois ficou sem ângulo para marcar. Sem oportunidades criadas, pensei que o segundo tempo seria muito problemático para dar a volta ao marcador. Mas pensei mal, porque chegámos ao intervalo a ganhar! Aos 44’ o Di María descobriu o Arthur Cabral na área e este fez o empate de bicicleta! E aos 46’, o mesmo Di María lançou outra bola na frente, com o Arthur Cabral a ganhá-la depois de um ressalto e a desmarcar o Rafa, que marcou outro golão num remate cruzado indefensável! Era uma total surpresa para toda a gente como é que, depois de uma 1ª parte tão má, conseguíamos ir para o descanso na frente do marcador!
 
Para a 2ª parte, o Schmidt colocou o Florentino tirando o Kökçü e melhorámos sobremaneira. Fizemos o terceiro golo logo aos 52’, numa recarga do Otamendi a uma cabeçada do Arthur Cabral ao poste na sequência de um canto. A partir daqui, o jogo tornou-se mais fácil e o Rafa voltou a desperdiçar uma boa oportunidade acertando na cara do guarda-redes, quando estava sozinho perante ele, depois de uma excelente combinação ofensiva em que participaram o Di María, Aursnes e João Mário. O E. Amadora criou alguma apreensão numa cabeça num canto que saiu por cima, mas a 20’ do fim fez hara-kiri ao ver o Regis N’Do levar o segundo amarelo. O nosso ex-jogador Rodrigo Pinho ainda obrigou o Trubin a uma das melhores intervenções do encontro, numa cabeçada num canto, mas fomos nós a marcar mais um pelo entretanto Marcos Leonardo, já em tempo de compensação (93’), a desviar bem a bola do guarda-redes, quando só tinha pela frente.
 
Em termos individuais, destaque inteirinho para o Arthur Cabral, que teve acção directa nos nossos três primeiros golos. O Di María também se envolveu nos dois primeiros , mas quem mudou a nossa exibição foi o Florentino, dado que com a sua entrada a equipa passou a defender muito mais à frente, como é habitual, e é muito mais pressionante. Quanto mais tempo irá o Schmidt demorar a perceber que a equipa melhora toda com ele em campo (até o João Mário!)...?! O Trubin foi fundamental naquele lance da 1ª parte que poderia ter dado o segundo golo e na parte final na cabeçada do Rodrigo Pinho. O Marcos Leonardo continua a manter o seu óptimo rácio de golos marcados por minuto. Não tão bem esteve o Otamendi, com falhas comprometedoras na 1ª parte e o Morato continua a ser uma inexistência na lateral-esquerda. Assistimos igualmente à estreia do Rollheiser, mas não deu para ver grande coisa.
 
Esta é das poucas semanas dos próximos tempos em que não teremos jogos a meio dela e iremos receber o Gil Vicente no próximo domingo. Estou curioso para ver que Benfica iremos ter: se o da 1ª ou o da 2ª parte deste jogo.

segunda-feira, janeiro 22, 2024

Mediano

Vencemos o Boavista na 6ª feira por 2-0, mas manteve-se tudo igual na frente, porque todos os outros também ganharam (a lagartada goleou em Vizela por 5-2 e o CRAC o Moreirense por 5-0). Foi outro jogo difícil em que a nossa exibição voltou a não ser fulgurante, tendo como positivo o aspecto defensivo pelo facto de o Boavista não ter criado tantas oportunidades quanto o Rio Ave na semana passada.

O Roger Schmidt deixou o João Neves (com queixas musculares) no banco e lançou o Florentino. A 1ª parte foi muito lenta da nossa parte, com pouca dinâmica e consequentemente poucas oportunidades de golo. Mesmo assim, provavelmente no único bom centro do Morato na esquerda, o João Mário e o Arthur Cabral falharam incrivelmente o desvio, e o próprio Morato falhou um penalty em movimento. No resto do tempo, apesar de termos mais posse de bola, não colocámos em perigo a baliza do João Gonçalves.

Na 2ª parte, apresentámos outra dinâmica (também mal seria...!) e colocámos a bola na baliza logo nos minutos iniciais, mas o VAR Bruno Esteves e o Sr. Gustavo Correia consideraram que a mão à queima do João Mário, muito no início da jogada, era falta... Delicioso! Pouco depois, o Boavista teve a única verdadeira oportunidade pelo Bozenik, mas, apesar de isolado, o remate saiu fraco e o Trubin conseguiu desviar. Aos 60’ inaugurámos finalmente o marcador através do Di María, com um centro largo para a área que ninguém tocou, apesar de a tentativa do João Mário ter obviamente desviado a atenção do guarda-redes, permitindo à bola entrar na baliza. Praticamente na jogada a seguir, o Rafa deveria ter acabado com o jogo, mas o remate saiu ao lado. Fomos controlando mais ou menos a partida e tentando marcar mais um, mas os remates do Kökçü, João Mário e uma cabeçada do Otamendi foram todos defendidos pelo João Gonçalves. Do outro lado, o Aursnes fez uma falta parva perto da área já depois dos 90’, mas felizmente o livre directo saiu muito por cima. O golo da tranquilidade surgiu pouco depois (94’), com uma excelente abertura do Otamendi para o Di María, que tentou desviar do guarda-redes, mas acabou por fazer uma assistência para o entretanto entrado Marcos Leonardo fazer o 2-0.

Com um golo e uma assistência, o Di María foi obviamente o homem do jogo. O Marcos Leonardo fez o segundo golo em dois jogos, o que constitui uma média excelente. O Florentino foi dos mais activos, mas acabou por ser dos primeiros a sair por causa de um amarelo. O João Neves só entrou na parte final, mas a equipa fica logo com outro ritmo com ele em campo. O João Mário melhorou muito ligeiramente em relação a outras partidas, mas continuo a achar que deveria ir para o banco.

Teremos agora a final four da Taça da Liga, em que espero que resgatemos o troféu que já nos escapa há demasiado tempo, e o campeonato só volta em meados da próxima semana.

segunda-feira, janeiro 15, 2024

Lisonjeiro

Vencemos ontem o Rio Ave (4-1) e continuamos a um ponto da lagartada, que venceu em Chaves (3-0), mantendo os quatro de vantagem perante o CRAC (2-0 em casa ao Braga). Parecia que estava a adivinhar, quando escrevi isto no post passado: “Há jogos em que o resultado não espelha o que foi o jogo, mas não foi este o caso.” Ora bem, ontem, foi COMPLETAMENTE este o caso! Quem só olhar para ele, fica sem noção nenhuma das tremendas dificuldades que encontrámos e de como o resultado é até injusto para o que se passou em campo.
 
O Roger Schmidt apresentou o mesmo onze pela terceira vez em apenas oito dias, pelo que o que se passou não é propriamente uma surpresa: claudicámos bastante em termos físicos. O Rio Ave entrou praticamente a ganhar com o 0-1 logo aos 9’ pelo nosso ex-júnior Guga (que não celebrou). Quando se esperava uma reacção da nossa parte, aconteceu exactamente o contrário: o Rio Ave só não marcou mais dois golos, porque o Trubin fez duas excelentes defesas. A equipa estava adormecida, apática e os vila-condenses circulavam a bola praticamente à vontade. Na única coisa de jeito que fizemos na 1ª parte, o João Neves recuperou uma bola e lançou um contra-ataque para o Rafa, que libertou para o Di María aos 29’ marcar um golão de primeira em arco. A bola não estava nada fácil, aos saltinhos, e só um fora-de-série é que marcaria aquele golo, dado que se tivesse enchido o pé, provavelmente alguém no 3º anel teria apanhado com ela.
 
Depois de uma etapa inicial a dormir, esperar-se-ia uma reacção da nossa parte, mas o que se passou foi que levámos dois bolas nos ferros nos primeiros três minutos da 2ª parte!!! A primeira aconteceu logo aos 13 segundos! Inacreditável! Está claro para toda a gente, menos para o nosso treinador, que desde há alguns jogos, alinhamos sempre com dez, dado que o João Mário só está lá a fazer figura de corpo presente. Por outro lado, nesta partida, a necessidade da presença do Florentino tornou-se evidente a partir do momento em que se viu que o Rio Ave manobrava sem problemas no nosso meio-campo. O que aconteceu durante a primeira hora de jogo! O Roger Schmidt preparava-se para fazer três substituições ao mesmo tempo (incluindo o Florentino), quando numa estupidez inacreditável o Aderllan Santos coloca a mão à bola e vê o segundo amarelo. Se eu fosse treinador do Rio Ave, ter-me-ia passado de vez, porque a equipa estava a jogar bem e a dominar o Benfica, e um jogador ainda por cima experiente deita tudo a perder com uma acção daquelas. Do livre dessa falta, resultou uma defesa para canto do Jhonatan a um remate do Di María e na sequência desse canto, aos 61’, fizemos o 2-1 através do António Silva numa bomba num ressalto, depois de um remate interceptado do Arthur Cabral. O Schmidt lá fez entrar o Florentino, Tiago Gouveia e estreou o Marcos Leonardo para os lugares do Kökçü (tinha visto amarelo), Di María e Arthur Cabral. Claro que a expulsão condicionou inapelavelmente o jogo do Rio Ave, mas o que é facto é que subimos de produção com uma equipa bem mais fresca. Nomeadamente o Florentino no meio-campo fartou-se de recuperar bolas em zonas adiantadas, o que nos permitiu criar bastantes situações de perigo. Só à sua conta, o Tiago Gouveia falhou três(!) golos feitos, mas teve participação directa no nosso último golo. Antes disso, aos 80’ acabámos com as dúvidas, com o 3-1 na estreia do Marcos Leonardo, que correspondeu muito bem de cabeça a um centro do Aursnes, que tinha sido desmarcado pelo Rafa. No primeiro minuto de compensação, fechámos o marcador, com o Tiago Gouveia a marcar muito rapidamente um livre e a desmarcar o Rafa, que centrou de trivela para o João Mário só ter de encostar para o 4-1.
 
Em termos individuais, o Rafa esteve presente nos nossos quatro golos, mesmo sem ter marcado nenhum, e por isso merece destaque óbvio. Outro que deve ser realçado é o Trubin, que na 1ª parte não permitiu que a vantagem do Rio Ave se alargasse para números que seriam complicados de inverter. Também gostei do que o Florentino trouxe à equipa a partir do banco e espero que o Schmidt não demore muito tempo a perceber que tem de ser titular em detrimento do João Mário, com o Kökçü a ocupar o lugar deste. Estreia com um golo é sempre um bom auspício e espero que o Marcos Leonardo seja, de facto, um reforço. Quanto aos menos, para além do Morato ter demonstrado todas as suas limitações enquanto lateral (o Costinha fez-lhe a cabeça em água e, se calhar, poderíamos olhar para este numa perspectiva de ser alternativa ao Bah...), o João Mário continua a exasperar todos os benfiquistas, mesmo tendo marcado um golo. Que infelizmente lhe deve dar mais uns jogos de crédito para o Schmidt...
 
Espero que a equipa técnica olhe bem para esta partida e veja que a nossa exibição esteve muito longe de ser boa e que acabámos por ter sorte com a expulsão, caso contrário não sei mesmo se teríamos conseguido ganhar o jogo. O plantel tem opções para fazer alguma rotação e não podem estar sempre a jogar os mesmos, caso contrário quebramos em termos físicos, como já se viu neste encontro. Ainda por cima, teremos a decisão de um troféu ainda este mês e convinha disputá-lo nas melhores condições...

quarta-feira, janeiro 10, 2024

Retoma

Vencemos em Arouca no passado sábado por 3-0 e alargámos a vantagem para o CRAC no 3º lugar para quatro pontos, dado que eles empataram no Bessa (1-1). Quanto à lagartada, continua um ponto à nossa frente, fruto da goleada ao Estoril (5-1). Foi uma exibição agradável, na senda das que temos feito nos últimos jogos, se bem que com alguns erros imperdoáveis que só graças ao Trubin não tiveram consequências nefastas.
 
Na 1ª parte, o Rafa meteu a bola três vezes na baliza, mas só uma delas contou, já que o VAR invalidou os dois primeiros lances. O Arouca ainda teve algumas oportunidades, duas delas resultantes de falhas clamorosas do Kökçü e Morato, mas no primeiro caso o Trubin foi literalmente um gigante ao fechar a baliza ao adversário isolado e no segundo fomos salvos por um fora-de-jogo logo no início da jogada. Este lance aconteceu em cima do intervalo e já depois do nosso golo aos 39’, marcado pelo Rafa depois de ser brilhantemente desmarcado pelo Di María.
 
Na 2ª parte, o nosso domínio intensificou-se e alargámos a vantagem muito cedo (47’) pelo Kökçü na sequência de uma assistência do Rafa, num lance que foi primeiramente invalidado por fora-de-jogo, mas posteriormente validado pelo VAR. O Arouca não chegou tantas vezes à nossa baliza, enquanto nós falhámos uma possível goleada com o Rafa isolado a atirar ao lado por causa de um ressalto da bola no relvado e um quase golo de meio-campo do Di María, que passou ligeiramente por cima. Aos 85’, fechámos o marcador através do entretanto entrado Musa, num golão de calcanhar antecipando-se a um defesa depois de um cruzamento do Kökçü.
 
Em termos individuais, o Rafa esteve novamente em destaque, conseguindo colocar por três vezes a bola na baliza, mas infelizmente só contanto uma delas, ao que juntou a assistência para o segundo golo. Se, de facto, não renovar contrato, promete ser uma despedida em grande. O Kökçü também fez um golo e uma assistência, está claramente a subir de produção, mas teve um erro que não pode cometer, ao passar uma bola sem verificar se está algum adversário por perto, que nos poderia ter saído bastante caro. Foi graças ao Trubin que isso não aconteceu e o ucraniano é outro dos destaques da partida, com um par de intervenções de grande nível. Quanto aos outros, o Di María fez uma assistência e quase um golo de meio-campo, e o João Neves, já se sabe, não consegue jogar mal. Uma menção também para o Musa, que continuo a considerar o menos mau dos nossos avançados e espero bem que os rumores da sua saída não se confirmem. O Arthur Cabral foi titular, está definitivamente melhor do que no início da temporada, mas ainda tem um longo caminho à sua frente.
 
Esperemos que esta (aparente) subida de forma se confirme nos próximos jogos, porque temos decisões importantes, especialmente nas taças, já neste mês de Janeiro.

quarta-feira, janeiro 03, 2024

Enganador

Vencemos o Famalicão por 3-0 no último jogo de 2023 na passada 6ª feira, mas, como todos os outros ganharam, mantém-se tudo igual na frente. Quem só olhe para o resultado fica com uma ideia bastante errada do que se passou, dado que só conseguimos marcar o segundo golo a cinco minutos do final e, apesar de a vitória ser justa, passámos por bastantes dificuldades em especial na 2ª parte.
 
Com o Otamendi castigado, o Roger Schmidt colocou o Tomás Araújo no seu lugar e finalmente deu uma oportunidade ao Tiago Gouveia como titular, dado que o Di María teve direito a férias adicionais (não concordo muito com estes precedentes, mas enfim...), enquanto na frente o Tengstedt lesionou-se e o Arthur Cabral voltou a ter uma oportunidade. Deveríamos ter marcado logo aos 5’, mas o Rafa falhou escandalosamente o golo, depois de assistência do Morato, atirando ao lado. O Tiago Gouveia apresentava um grande dinamismo na esquerda e o João Neves o habitual no meio, e foi este que principiou a jogada do primeiro golo, com uma abertura muito boa para a desmarcação do Rafa, que assistiu o Arthur Cabral para o seu primeiro golo no campeonato, com um desvio subtil na grande-área aos 31’. Motivado pelo golo, o brasileiro teve uma iniciativa individual pouco depois, que culminou com um remate de pé esquerdo fora da área, que passou ao lado do poste. Apesar de uma exibição ainda assim agradável, não conseguimos criar mais chances no primeiro tempo.
 
Na 2ª parte, baixámos bastante a intensidade, apesar de ainda termos tido uma boa oportunidade na fase inicial pelo João Neves, com um remate de trivela que o guarda-redes Luiz Júnior defendeu. No entanto, a partir daí foi o Famalicão a tomar conta do jogo e devemos ao Trubin termos ficado com a baliza a zeros, porque fez três óptimas defesas perante adversários praticamente à sua frente. Para além disso, ainda vimos o Zaydou atirar com estrondo ao poste a pouco menos de 20’ do final. Também tivemos as nossas oportunidades, em especial pelo Kökçü num livre defendido para canto e noutro lance de contra-ataque, em que o Rafa desmarcou o Arthur Cabral, que acertou no ombro do guarda-redes! Aos 70’, o Schmidt lá se decidiu conter os avanços do Famalicão e fez uma tripla substituição, colocando o Florentino, Gonçalo Guedes e Musa para os lugares do Kökçü, Tiago Gouveia e Arthur Cabral. Como é habitual, a entrada do Florentino reequilibrou a equipa e selámos a vitória aos 85’ num contra-ataque bem delineado, em que o Gonçalo Guedes centrou para o Musa assistir o Rafa, que fez o 2-0 no seu jogo nº 300 com o manto sagrado. Aos 89’ noutro contra-ataque, o mesmo Rafa isolou o Musa para o 3-0, mas o croata deveria ter bisado pouco depois, dado que atirou ao lado quando também estava isolado. Entretanto, já o Jurásek tinha rendido o lesionado Aursnes e perto do final tivemos a estreia do Gustavo Marques, que entrou para o lugar do Tomás Araújo, também com dificuldades físicas.
 
Em termos individuais, com um golo e duas assistências, é óbvio que o Rafa foi o homem do jogo. Novo jogo completo do João Neves em alta rotação, nova vitória do Benfica. Há quem possa achar que são coincidências... O Arthur Cabral está visivelmente mais magro e pode ser que o golo lhe dê mais confiança, mas continuo na minha de que o Musa é o menos mau dos três pontas-de-lança. O Trubin foi fulcral na vitória com uma série de intervenções em momentos decisivos. O Kökçü parece subir de forma e compensa alguma falta de pedalada com aberturas fantásticas. O Tiago Gouveia provou novamente que merece MUITOS mais minutos na equipa.
 
Terminámos 2023 a um ponto da liderança o que, atendendo ao que fomos vendo nalguns momentos desta temporada, não é nada mau. A equipa parece estar a subir de forma e esperemos que esta tendência se mantenha nos jogos que se avizinham.