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quarta-feira, agosto 31, 2005

Finalmente os reforços!

Comecemos pelos aspectos positivos: o Karagounis e o Miccoli são indiscutivelmente duas mais-valias para o Benfica. Internacionais pela Grécia e Itália e vindos do Inter de Milão e da Juventus, respectivamente, as referências não poderiam ser melhores. O Karagounis, para além de ter marcado o 1º golo da Grécia frente a Portugal no jogo inaugural do Euro, foi aquele que ofereceu o golo da igualdade ao Martins, depois de uma fantástica jogada pelo lado esquerdo, no Inter-Benfica (4-3) de há dois anos. Após uma 1ª parte fabulosa da nossa parte, esse golo perto do intervalo foi o começo da eliminação do Glorioso. Pelo que sei, este grego pode fazer qualquer lugar no meio-campo, mas foi contratado principalmente para preencher a posição “10”. No entanto, também pode jogar nas alas, que, como já referi várias vezes, é outra posição onde não temos substitutos à altura do Geovanni e Simão. O Miccoli, apesar da sua baixa estatura e de não ser um ponta-de-lança tradicional, tem vindo a marcar um mínimo de 10 golos nas três últimas épocas em Itália. Joga como avançado no apoio ao ponta-de-lança ou então nas alas, consta-se que tem um forte pontapé e é muito rápido. 10 internacionalizações e 2 golos pela Itália são igualmente um bom cartão de visita. Segundo os jornais, o Karagounis veio a “custo zero” e o Miccoli por empréstimo por um ano com opção de compra por 5 milhões de euros. A ser verdade, não há duvida que foram dois grandes negócios da dupla Vieira/Veiga. Conforme prometeu o presidente do Glorioso há uns tempos, “as pessoas ainda se iriam perguntar como foi possível aqueles jogadores virem para o Benfica” e o que é facto é que não andamos muito longe disto.

Os aspectos negativos são os cinco pontos que nos custou esta demora nas contratações e principalmente o facto de ainda nenhum destes jogadores ser o matador que tanta falta nos faz. Vamos ver o que nos reserva o dia de hoje que promete ser bastante movimentado, mas o Benfica fará uma grande asneira se não contratar mais um ponta-de-lança, já que ter apenas o Nuno Gomes e o Mantorras para a época toda é claramente insuficiente. Será que ainda podemos resgatar o Karadas ao Portsmouth?

P.S. – Não falarei da hipotética venda do Simão ao Liverpool até a mesma estar confirmada. Simplesmente porque não quero acreditar que possamos estar a cometer este ERRO DESCOMUNAL!

segunda-feira, agosto 29, 2005

A vitória do antijogo

Estão decorridas somente duas jornadas e já estamos a fazer história pela negativa. Nunca tínhamos ficado sem ganhar nos dois primeiros jogos do campeonato [correcção: isto é o que dá confiar nos jornais! Alertado pelo TMA, fui conferir no Almanaque do Benfica, o que deveria ter feito logo da primeira vez, e de facto houve sete épocas em que não ganhámos os dois primeiros jogos para o campeonato: 45/46, 46/47, 50/51, 52/53, 76/77, 88/89 e 93/94 - não me perdoo não me ter lembrado desta última... Mas só em 46/47 e 52/53 fizemos pior do que este ano, com duas derrotas a abrir. Igual a este ano foram as épocas de 50/51 e 76/77. Todavia, há que dizer que destas sete épocas nas três últimas fomos campeões]. Os principais rivais já estão a cinco pontos de diferença e a próxima jornada levar-nos-á de visita aos lagartos, antes do 1º jogo para a Liga dos Campeões. Nas próximas duas semanas e meia vai jogar-se muito do que será a nossa época.

No jogo contra o Gil Vicente, em que fomos derrotados por 2-0, o Koeman surpreendeu toda a gente a jogar de início em 3-4-3. O Nélson estreou-se, estando muito bem durante a 1ª parte, e jogou mais como um extremo-esquerdo do que um defesa. A táctica revelou-se adequada, só que com uma grande ressalva: o Beto NÃO pode jogar colado à linha. Bem sei que o Geovanni está fora de forma (como se viu quando entrou na 2ª parte), mas ao menos é extremo, coisa que o Beto, que esteve completamente desastrado, nunca poderá ser. É escusado tentar fazer do Beto algo mais daquilo que ele é: um bom substituto do Petit e Manuel Fernandes, mas tão-só isso. Globalmente a nossa primeira parte foi bastante razoável, com destaque para o primeiro quarto-de-hora de muito bom nível, com rapidez e atacando a baliza contrária. Tivemos algumas oportunidades de golo, mas o guarda-redes do Gil Vicente começou a sua série infindável de excelentes defesas. Fomos baixando de produção com o decorrer dos minutos e o penalty falhado no 2º minuto da 2ª segunda parte foi o nosso canto do cisne (o Simão deve ter marcado 90% dos penalties para o lado direito do guarda-redes, portanto não é muito difícil para eles acertarem no lado e algum dia um defenderia). A partir daí, e de forma quase inexplicável, a equipa foi-se abaixo psicologicamente e acabou por ser surpreendida num canto e num lance de contra-ataque.

O grande problema é não só a falta de reforços (voltamos a bater na mesma tecla), mas principalmente a baixa de forma dos jogadores que criam desequilíbrios: para além do já citado Geovanni, o Simão está irreconhecível e o Nuno Assis continua muito pouco consistente. Resumindo, em termos atacantes (o Petit e o Manuel Fernandes estão fora destas contas), estamos reduzidos ao Nuno Gomes que, apesar de ainda estar longe do seu nível (a perdida de cabeça na 1ª parte foi péssima, mas foi ele quem mais rematou e com mais perigo, obrigando o guarda-redes do Gil Vicente à grande defesa do jogo com o cabeceamento na 2ª parte), é o nosso melhor (ou menos mau) jogador neste momento. Com os jogadores decisivos nesta forma, não é por acaso que temos um golo marcado em 4,5 horas de futebol oficial jogado.

Parece-me muito prematuro contestar o treinador, porque ele não consegue fazer milagres. Se a equipa no ano passado já estava espremida, neste ano ainda está pior. Como já aqui escrevi várias vezes, é inexplicável a dispensa do Karadas por conta dos pontas-de-lança que hão-de vir, mas nunca mais vêm. O Miguel (que espero nunca mais ver com a gloriosa camisola vestida) era um jogador muito importante na construção de jogo atacante. As carências que existiam no ano passado continuam a existir neste ano: para além do “10” e do “matador”, o Geovanni e o Simão continuam sem substitutos à altura. Faltam três dias para o fecho das inscrições e vamos lá a ver quem é que vem. Só que cinco pontos de desvantagem à 2ª jornada, e sabendo que milagres como o do ano passado são dificilmente repetíveis, são uma diferença significativa.

Posto isto, gostaria de dizer o seguinte: enquanto existirem equipas como o Gil Vicente, é impossível haver bom futebol em Portugal. Isto tem que ser denunciado convenientemente: o que se passou no Sábado foi uma vergonha! Como é possível uma equipa começar a fazer antijogo ao 2º minuto (visto no relógio) da 2ª jornada?!?! É inacreditável! Estamos no início do campeonato! A maca entrou, sem exagero, umas sete vezes em campo e na maioria delas os jogadores do Gil Vicente continuaram a ser assistidos no chão com a complacência do árbitro. O que assistimos foi a completa negação do futebol, mas como disse paradigmaticamente o treinador do Gil Vicente “parece-me que se os jogadores ficam no chão com o consentimento do árbitro é por alguma razão.” Pois claro! É óptimo para cortar o ritmo ao jogo e reduzir ao mínimo o tempo útil. Diz-se que não há justiça no futebol, mas perder contra um adversário que utiliza este tipo de expedientes é muito revoltante. Equipas destas não fazem falta ao futebol e duvido que alguém tenha gostado de ver o jogo de Sábado, independentemente de ser ou não do Benfica. O nosso campeonato deveria ser disputado por 12 equipas, era mais do que suficiente. Tínhamos os três grandes a lutar pelo título, umas quantas equipas de valor médio que lutam pelos lugares cimeiros (Braga, Boavista, Guimarães, Belenenses, Marítimo) e as quatro restantes para não descer. Jogava-se a quatro voltas e tenho a certeza que teríamos melhores espectáculos do que temos. Subscrevo na totalidade o que disse o D’Arcy: vou torcer para que o Gil Vicente desça de divisão.

Last but not least: o árbitro, Rui Costa (que triste coincidência de nome), irmão do Paulo, ambos do Porto. Ficou a dever-nos dois penalties, já que existiram três (!) por marcar (Simão e Luisão na 1ª parte e Geovanni na 2ª) e o que marcou sobre o Nuno Gomes não existiu. Para além disso, e de ter sido conivente com o constante antijogo do Gil Vicente, deixou passar em claro na 1ª parte a expulsão do Carlitos por agressão ao Ricardo Rocha, que aliás teve que sair lesionado. A nossa exibição não foi a melhor, mas com um penalty aos 5 minutos e a jogar contra 10 durante toda a 2ª parte, provavelmente as coisas teriam sido diferentes.

P.S. – A única nota positiva da jornada foi outra derrota do V. Guimarães, em Vila do Conde, num jogo em que, já a ganhar por 3-1 e com a partida interrompida, o Mozer do Rio Ave cabeceia a bola para longe do local de marcação de uma falta a favor do Guimarães e leva o 2º amarelo. Pareceu mesmo que foi de propósito (tipo Liedson contra o Guimarães no ano passado para não jogar na Luz). Outra coincidência como a da semana passada: adivinhem com quem é que o Rio Ave vai jogar na próxima jornada? Queres ver que agora são os jogadores adversários a irem de férias ao Brasil em vez dos árbitros? Ou isto tudo será mesmo obra do acaso?

quinta-feira, agosto 25, 2005

Sorteio da Liga dos Campeões

Seis anos depois voltámos a estar presentes num sorteio da mais importante competição europeia de clubes. Tivemos o azar de ser o melhor classificado, mas do último pote, o que não nos permitiu apanhar, por exemplo, o Thun, Rapid Viena ou o Artmedia Bratislava, que acabou por sair ao clube regional (que grande sorte que teve no sorteio, já que teoricamente vai disputar o 2º lugar do grupo com o Glasgow Rangers, que está perfeitamente ao seu alcance). No nosso grupo, o Manchester United deverá ser o 1º classificado e nós teremos que disputar os restantes lugares com o Villarreal e o Lille. Poderia ter sido pior, é um facto (não calhar nos grupos do Bayern/Juventus, Real Madrid/Lyon ou Liverpool/Chelsea foi bastante bom), mas o Villarreal tem uma boa equipa (Riquelme, Forlán e Sorin) e o Lille vem do campeonato francês. Espero que consigamos pelo menos o 3º lugar para irmos à Taça Uefa. Todavia, primeiro é preciso ver a qualidade dos reforços. Com o plantel que temos neste momento, não sei se conseguiríamos escapar ao último lugar. A lista dos nossos jogos é a seguinte:

14 Set (4ªf) Benfica - Lille
27 Set (3ªf) Manchester United – Benfica
18 Out (3ªf) Villarreal – Benfica
2 Nov (4ªf) Benfica – Villarreal
22 Nov (3ªf) Lille – Benfica
7 Dez (4ªf) Benfica – Manchester United


Se queremos ter algumas aspirações é fundamental ganhar o 1º jogo, que é contra a equipa teoricamente mais acessível e ainda por cima em casa. No entanto, este jogo vai ser poucos dias depois de visitarmos os lagartos. Vamos ver em que condições físicas e anímicas estaremos. Outras sequências complicadas vão ser a visita a Villarreal depois do jogo no Dragon e o jogo em Lille depois de visitarmos o Braga. O último jogo ser em casa contra o Manchester United tem vantagens e desvantagens: a vantagem é que o Manchester já deverá estar apurado e poderá não precisar do jogo para nada; a desvantagem é que se nós já estivermos eliminados, certamente não conseguiremos encher o estádio e perderemos a maior receita. Enfim, isto é tudo muito subjectivo, resta-nos esperar para ver o que acontece e torcer para que não sejamos o “Anderlecht” na Liga dos Campeões deste ano.

segunda-feira, agosto 22, 2005

Ele há lá com cada coincidência...

O jogo entre o V. Guimarães e a Naval 1º de Maio foi arbitrado por Artur Soares Dias do Porto, filho de um célebre Soares Dias que muitas vitórias ofereceu ao clube regional enquanto apitava durante a década de 90. Ora, o seu filho expulsou não um, não dois, mas sim três (!) jogadores da Naval (todos com duplo amarelo) durante um jogo que toda a crítica classificou de “pouco violento”. Pode ter sido por acaso, mas adivinhem com que clube é que a Naval 1º de Maio vai jogar na próxima jornada? Quem sai aos seus...

Empate em Coimbra

Não começámos o campeonato da melhor maneira, cedendo um empate a 0 contra a Académica. Na equipa inicial, o Koeman optou pela inclusão do Karyaka, deixando o Manuel Fernandes no banco e desfazendo (e bem) a equipa dos três trincos. Nos primeiros 10 minutos conseguimos criar alguns desequilíbrios e há um lance de cabeça do Luisão na grande-área, em que a bola é desviada pela mão de um defesa da Académica. Se é verdade que não há intenção deliberada de cortar o lance, não acho que os jogadores possam saltar à vontade com os braços no ar. Curiosamente, ou talvez não, ninguém fala disso, mas para mim não era escândalo nenhum se fosse assinalado penalty. Todavia não foi por causa do árbitro que empatámos, mas sim porque produzimos muito pouco durante o jogo todo. Com excepção da grande jogada do Simão que isolou o Karyaka perto do intervalo, com este a permitir a defesa do guarda-redes, todo o perigo que criámos foi através de lances de bola parada, com destaque para a cabeçada do Geovanni em que a bola ainda bate na trave. Bem sei que estamos em início de época, mas o futebol que apresentamos permanece muito pouco estimulante e continuamos com grandes dificuldades para criar oportunidades de golo em lances de bola corrida. A necessidade de reforços para o ataque é evidente de jogo para jogo.

Pela positiva há que salientar a segurança do Moreira (há duas bolas que ressaltam à sua frente e ele bloca-as, ao contrário de outros guarda-redes que andam por aí) e de toda a defesa. Desta vez não passámos por calafrios nenhuns como no jogo da Supertaça, embora o João Pereira tenha mostrado as suas limitações, apesar de ter sido mal expulso, já que o jogador da Académica atira-se para o chão mal sente o contacto dele. Quando chegar a altura vai ser difícil escolher entre o Anderson e o Ricardo Rocha, já que não podemos ter um defesa-esquerdo que não ajude o ataque durante toda a época e, portanto, daqueles dois só um vai poder ser titular. Sendo assim, eu escolheria o Ricardo Rocha. Também gostei do Nuno Gomes, que está mais rematador e a movimentar-se melhor, mas precisa urgentemente de alguém para jogar ao lado dele. Menos bem estiveram o Beto, que depois de jogos particulares muito bem conseguidos já é o 2º jogo oficial em que desce de rendimento, o Karyaka que, tirando os primeiros minutos, esteve muito intermitente e o Geovanni, que andou a maior parte do tempo “desaparecido”. Aliás, foi notória a subida de rendimento da equipa quando entraram o Manuel Fernandes (que, no entanto, tem que ser mais lesto a libertar a bola, para o jogo fluir melhor) e o Nuno Assis, pelo que nesta altura acho que o melhor é jogar do meio-campo para a frente com os titulares da época passada. O Simão ainda não está em forma, mas continua a ser um jogador que luta imenso e não desiste de tentar dar a volta às coisas durante o jogo todo.

Partimos já em desvantagem perante os nossos rivais, porque os indomáveis-mas-que-perderam-tudo ganharam com um golo de sorte ao Belenenses (a bola defendida pelo guarda-redes bate no defesa e entra na baliza), embora tenhamos que agradecer ao Ricardo por nos continuar a fazer rir (será que ele vai dizer que foi falta como da outra vez?), e o clube regional venceu só com um golo ao Estrela da Amadora. No entanto, podemos andar durante esta época toda de cabeça bem levantada porque, pelo menos durante um ano, os campeões somos nós!


P.S. - A grande surpresa da jornada foi a derrota em casa do V. Guimarães com a Naval 1º de Maio por 2-0, um óptimo resultado para todos adeptos do bom futebol. Quanto mais depressa o Jaime Pacheco for despedido, menos luta-livre deixaremos de ver nos relvados portugueses.

sexta-feira, agosto 19, 2005

Miguel e início de campeonato

Finalmente resolveu-se o “caso Miguel”. Entre 8 ou 9 milhões de euros, mais o milhão de que o Miguel hipoteticamente abdicou, tudo não deve ser andado muito longe dos 10 milhões que a direcção tinha estipulado para a venda, pelo que acabou por ser um bom negócio para nós dadas todas as condicionantes deste caso. O comunicado que ele leu, contrariado ou não, apenas confirma uma coisa: o Miguel é um grande jogador, mas como pessoa não vale nada. Porque das duas uma: ou leu o comunicado contrariado e fez algo contra a sua consciência só para poder ir ganhar mais uns cobres para Espanha, não se importando de fazer passar-se por um homem sem carácter e “vendido”; ou leu o comunicado de livre e espontânea vontade, e assumiu que a sua conduta neste processo foi deplorável. Em qualquer dos casos, e por muito valor futebolístico que tenha, jogadores assim não os quero no Glorioso, obrigado. De qualquer forma, acho muito bem que o Benfica tenha exigido que o Miguel se retractasse, porque julgo que restam muito poucas dúvidas de que a razão neste caso esteve sempre do lado do clube. E tenho muita pena que o Valência não esteja na Liga dos Campeões, porque gostaria muito de o apanhar no Estádio da Luz este ano...

Entretanto, vendemos o Alex e fomos buscar o Nélson do Boavista. Ao que consta, tivemos 1 milhão de euros de lucro nesta troca. O Nélson é mais novo que o Alex e veremos se esta mudança foi benéfica para nós, já que apesar de não ser um grande jogador, o Alex tem sido seleccionado pelo Scolari e se for ao Mundial, poder-se-á valorizar ainda mais. Independentemente disto, espero que agora já haja dinheiro para a vinda há muito prometida do tal “nº 10” e do ponta-de-lança goleador.

O campeonato que começa a sério amanhã (não, não é hoje, hoje jogam os lagartos com o Belenenses e toda a gente sabe que o campeonato só começa verdadeiramente quando o Glorioso entra em campo!) tem um novo patrocinador: um site de apostas online chamado
betandwin.com. Façamos a seguinte suposição: este site recebe uma série de apostas para um qualquer jogo. Não se corre o risco de ele propor aos dois clubes um determinado resultado, que sirva as duas partes, dividindo com os clubes as receitas dessas mesmas apostas? Um site de apostas patrocinar uma competição desportiva parece-me uma promiscuidade um pouco perigosa...

Agora que começamos um novo campeonato permito-me fazer a seguinte previsão: duvido que o Peseiro e/ou o Co Adriaanse cheguem ao Natal. Se o Peseiro tiver um início de campeonato tão auspicioso como o do ano passado nem chega a aquecer o lugar e o Co Adriaanse ou começa a ganhar rapidamente ou, com episódios como a sistemática não-convocação do Jorge Costa e do Quaresma, correrá o risco de estar “à experiência” como o outro.

quarta-feira, agosto 17, 2005

Dessintonizado

A propósito da entrada assassina que o McCarthy teve sobre um jogador do Espanhol de Barcelona (uma entrada típica de jogadores que alinham no clube regional), o Co Adriaanse teve a seguinte declaração no final do jogo, quando questionado sobre o porquê da sua substituição dois minutos após esse lance: O respeito pelo adversário é fundamental para mim. Ó meu caro amigo, onde é que o senhor se foi meter?! O senhor está completamente fora da realidade do clube em que está a trabalhar. Ainda se arrisca a ser despedido por ir contra os princípios que norteiam o clube regional. Se ainda não houve ninguém que lhe explicasse esses princípios, eu tomo essa liberdade: o senhor está a trabalhar num clube que se caracteriza precisamente pelo desrespeito constante pelo adversário. Os exemplos são mais que muitos:

1) Quando a bola é atirada para fora por um adversário para ser prestada a assistência a um jogador dessa equipa, e o resultado não é favorável ao clube regional, os seus jogadores “optam” (como dizem os comentadores televisivos) sempre por não devolver a bola, mesmo que estejamos no primeiro quarto-de-hora de jogo (ex: Gil Vicente-clube regional em 2002/03);
2) Quando a bola está na posse do adversário, o árbitro interrompe o jogo por algum motivo e este tem que ser recomeçado por uma bola ao solo, um jogador do clube regional simula que vai devolver a bola ao adversário e aproveita para isolar um companheiro em direcção à baliza (ex: clube regional-PSG em 2004/05);
3) Quando a equipa adversária vai ao estádio do clube regional a poucas jornadas do fim, está em primeiro lugar, e a diferença entre os dois é muito pequena, os seus dirigentes mandam encharcar de lixívia o balneário visitante e os dirigentes adversários são agredidos pelo guarda-costas do presidente do seu clube (clube regional-Benfica em 1990/91);
4) Quando um determinado clube adversário ganha o campeonato, a principal claque do seu clube, com a conivência da direcção, invade as ruas da baixa da sua cidade para não deixar os adeptos contrários festejarem e naturalmente aplicar-lhes o correctivo adequado (final da época 2004/05);
5) Quando a sua equipa está a ganhar por 2-0 numa eliminatória da Taça de Portugal frente a um adversário menos conceituado, e há um penalty a seu favor durante a 2ª parte do jogo, já aconteceu ser o guarda-redes a convertê-lo (ex: clube regional-Varzim em 2002/03);

Poderia dar bastantes mais exemplos, mas também não quero ser fastidioso. Só a série de cotoveladas, joelhadas e pontapés, de personagens como Rodolfo, André, Paulinho Santos, Jorge Costa, Costinha, Maniche, McCarthy & Cia daria para um longo testamento. A continuar nesta senda de desportivismo, não auguro um futuro nada risonho para o Co Adriaanse no clube regional. Ou ele se adapta à mística desse clube ou então pode começar a pensar noutra equipa. Sim, porque o contrário é impossível. Toda a gente sabe que portista é antónimo de desportista.

terça-feira, agosto 16, 2005

A 4ª Supertaça

As minhas férias acabaram com o que eu tinha previsto: uma Supertaça no bolso (finalmente, já lá iam 16 anos!) e sem as contratações prometidas. Comecemos pelo menos agradável: em relação às aquisições, estou a ver o caso muito mal parado. É notório que precisamos de dois jogadores (pelo menos) para o meio-campo ofensivo e o ataque, mas não há meio de eles virem. O “caso Kalou” foi o que foi, mas não sei se o desenlace não acabou por ser benéfico para nós. Sinceramente não conheço o jogador, mas tem apenas 20 anos e só na última época é que se destacou no futebol holandês. É mais uma esperança do que alguém com créditos firmados, pelo que não sei se seria uma mais-valia imediata. Só que falta menos de uma semana para o início da Superliga, nós só temos dois pontas-de-lança e ainda nos demos ao luxo de dispensar o Karadas! Enfim, esperemos por um milagre durante os próximos dias.

Quanto à Supertaça, lá estive no Estádio do Algarve a festejar a primeira conquista da época. Jogámos mal? Esperava-se melhor? O V. Setúbal está mais fraco do que na época passada? É tudo verdade, mas conseguimos o mais importante: ganhámos! No ano passado, demos um festival ao clube regional e acabámos por perder este troféu, pelo que eu prefiro este sistema de jogar mal, mas ganhar. Todavia, espero que o Koeman tenha reparado que não podemos actuar com três trincos. Não conseguimos desenvolver convenientemente o jogo atacante desta maneira, até porque o Beto desiludiu em relação ao que já tinha mostrado e o Manuel Fernandes está fora de forma. Para o bem ou para o mal, o Nuno Assis ou o Karyaka têm que jogar de início. Apesar de não ser um fora-de-série, não percebo esta marginalização a que o Nuno Assis tem sido votado. Se ele não tivesse vindo no ano passado não seríamos campeões e é preferível ter um médio ofensivo em campo do que um defensivo a tentar fazer passar-se por aquilo que não é. Quanto à baliza, fico feliz pelo regresso do Moreira, apesar de ter que melhorar o tempo de saída aos cruzamentos. Estranhei a colocação do Ricardo Rocha a defesa-esquerdo, mas depois de ver o Dos Santos no pouco tempo que esteve em campo, e estando o Léo lesionado, percebeu-se a opção do Koeman. O João Pereira perdeu pontos relativamente ao Alex, já que teve pelo menos duas situações em que deixou que o V. Setúbal criasse perigo, e o Anderson mostrou ser seguro, mas vai ter que ser ele ou o Ricardo Rocha a jogar, já que espero que o Léo confirme ser bom jogador, porque precisamos de laterais que ajudem o ataque. O Geovanni praticamente não se viu, o Simão lutou muito mas não desequilibrou tanto quanto deveria, pelo que apenas tivemos o ressurgimento do Nuno Gomes. Como já disse aqui, o 21 é dos meus jogadores preferidos e é com pena que tenho assistido nas últimas épocas à quebra da sua veia goleadora. No entanto, foi de longe o nosso melhor jogador no Sábado passado, porque para além do bom golo que marcou, na 1ª parte teve uma cabeçada que seria golo se o guarda-redes não tivesse feito uma grande defesa e um remate que passou rente ao poste. Aliás, os remates do Nuno Gomes são em geral muito colocados e perigosos pelo que não percebo porque é que ele não chuta mais vezes à baliza. Deve ser um dos avançados mundiais com melhor relação remates/golos, só que infelizmente passa com muita frequência jogos inteiros sem rematar à baliza. Espero que este golo lhe dê ânimo para a época que aí vem, porque bem precisamos dele ao melhor nível. Se vier um ponta-de-lança que faça a diferença, ou muito me engano ou vamos passar a jogar em 4-4-2, porque a continuar assim o Nuno Gomes é titular absoluto.

Uma taça já cá canta e vamos esperar que cheguemos ao fim da época com mais duas no currículo (é claro que eu sou realista em relação à Liga dos Campeões…). Mas se não vierem reforços que o sejam na realidade (Delibasics, Eversons e Paulo Almeidas não, obrigado) e porque milagres como o do ano passado não acontecem frequentemente, duvido que terminemos a época a festejar.

domingo, agosto 07, 2005

Benfica - 0 - Juventus - 2

Fiz uma ligeira interrupção nas férias algarvias para vir a Lisboa ver o jogo de apresentação aos sócios dos Campeões Nacionais de futebol. Se fosse contra a Sampdória ou o Español de Barcelona, teríamos certamente mais possibilidades de ganhar, mas como foi contra o campeão italiano, as coisas previam-se ser mais difíceis. Confirmaram-se e há que admitir sem rodeios que levámos um banho de bola. Só pelo golo do Ibrahimovic valeu a pena ir ao estádio, embora o Quim me pareça ter sido mal batido. Quem resumiu bem o que se passou foi o Koeman, que disse que a nossa equipa pode estar preparada para ganhar a Superliga, mas na Liga dos Campeões tudo vai ser muito complicado.

Este jogo serviu, tal como o do Chelsea, para provar que ainda nos falta muita estaleca para competir com as melhores equipas europeias. Basta só dizer que na 1ª parte a Juventus fez dois remates à baliza e marcou… dois golos! Nós fizemos uma série de remates durante o jogo todo, mas só conseguimos ter uma única grande oportunidade de golo, em que o Geovanni isolado permitiu a defesa do Buffon (também há o cabeçeamento do Ricardo Rocha quase no final da partida, mas aí o resultado já estava feito). Por outro lado, não se pode deixar de aproveitar livres frontais à entrada da área como tivemos, em que a bola ou ia para fora ou era defendida calmamente pelo guarda-redes. Enquanto precisarmos de quatro ou cinco oportunidades de golo descaradas para concretizar, não temos hipóteses contra estas grandes equipas.

Ficou visível mais uma vez que precisamos desesperadamente de alguém que marque golos. Já passaram três semanas desde o “falhanço Tomasson” e nada. Como já aqui escrevi acho que precisamos de dois avançados (e não um só), porque entretanto dispensámos o Karadas não sei muito bem porquê. Três pontas-de-lança parece-me muito pouco para uma época tão longa. Um organizador de jogo também seria bem vindo e temos um grave problema de que quase ninguém fala: só temos dois flanqueadores. Se o Geovanni ou o Simão não puderem jogar não há ninguém à sua altura para os substituir. O Carlitos é um bluff (a sua exibição contra o Estoril foi lamentável) e, segundo o Koeman, o Karyaka não é um extremo. Não sei muito bem como vamos descalçar esta bota. O aspecto positivo do jogo com a Juventus foi a reconfirmação da valia do Beto, que é realmente uma grande aquisição: joga prático, quase sempre para a frente, não “emperra” o jogo, recupera bastantes bolas, tem um bom remate e não se atemoriza contra grandes equipas.

Vejamos o que nos reservam estes dias que antecedem a Supertaça, no que respeita a reforços. Volto para o Sul no início da semana e no próximo Sábado lá estarei no Estádio do Algarve a ver, espero eu, a primeira conquista da época.

P.S. – Durante as férias, para além do jogo contra o Estoril (muito, muito fraco), também tive oportunidade de ver o jogo contra o Guimarães (grande golo de cabeça do Beto). Quando é que alguém responsável (pode até ser da UEFA ou da FIFA) proíbe, a bem do futebol-espectáculo, da fluidez do jogo e do fair-play, o Jaime Pacheco de treinar qualquer equipa de futebol? É lamentável que este senhor (como é que se chegou a admitir a hipótese de ele vir treinar o Glorioso?!) ensine às suas equipas as virtudes da luta greco-romana e da luta-livre em vez de ensiná-las a jogar futebol. Está visto que vamos ter um “Boavista - parte II” em Guimarães. Pode ser que não dure até ao Natal…