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sábado, maio 24, 2008

Quique Flores

Finalmente temos treinador, apesar de esta ser uma escolha que está longe de me entusiasmar. Dou-lhe OBVIAMENTE o benefício da dúvida, mas não sei se um treinador que foi despedido do Valência, por causa de maus resultados, serve para o Benfica. É “jovem, estudioso e ambicioso”, tudo palavras bonitas, mas o que é facto é que na sua (curta, é certo) carreira, ainda não ganhou nenhum título. Eu preferia ter um treinador que já soubesse o que é ganhar troféus (o Laudrup foi campeão da Dinamarca, por exemplo). Conseguir levar o Valência dois anos seguidos à Liga dos Campeões é o seu melhor cartão-de-visita. Será suficiente?

Por outro lado, eu percebo a lógica dos projectos a médio prazo, mas dado o historial de um treinador por época nos últimos 16(!) anos (desde que o Eriksson saiu em 91/92, não houve um único treinador a completar dois anos seguidos no banco do Benfica), não sei se é muito prudente fazer um contrato por duas temporadas. Se as coisas correrem mal no 1º ano e o homem for como o Fernando Santos, e não apresentar a demissão, arriscamo-nos a ter que lhe pagar uma indemnização para sair. E já disse aqui mais de uma vez: o Benfica tem que ganhar (pelo menos) um troféu oficial por época. Tudo o que seja menos que isso é um mau ano.

A não ser que esta contratação, juntamente com a nova direcção desportiva do Rui Costa, corresponda efectivamente a um novo ciclo no Benfica. Espero sinceramente que sim, que as coisas deixem de ser feitas em cima do joelho e que nós paremos de dispensar João Pereiras para um ano depois irmos buscar Luís Filipes. Isso inevitavelmente trará de volta as vitórias e os troféus e, se assim for, virei aqui muito contente no final da época assumir o meu mea culpa por este cepticismo acerca do treinador.

P.S. – Espero que os nomes do Albelda e Carlos Martins(?!?!) façam parte da silly season que vivemos, caso contrário não é certamente com eles que o meu pouco entusiasmo com o Quique Flores se vai dissipar...

sexta-feira, maio 16, 2008

Campeões Nacionais de Andebol

Ao fim de 18(!) anos, conseguimos matar este borrego! Como diz o Pedro FF, que foi o meu companheiro de bancada, é bom juntar na mesma frase “Benfica” e “Campeão”. Muitos parabéns a todos!

P.S. – Incompreensivelmente (ou talvez não...), não vamos renovar com o Aleksander Donner. A não ser que ele tenha desrespeitado fortemente o clube (o que presumo não ter acontecido, caso contrário já não estaria cá), esta saída não tem pés nem cabeça. O homem fez-nos voltar aos títulos e nós agradecemos-lhe dispensando-o. Tal como fizemos com o Mortimore e o Toni no futebol há uns anos atrás. Parece que não aprendemos. Dizem que ele tem mau feitio. Foi o seu 10º título nacional. Não me parece que o feitio seja importante...

terça-feira, maio 13, 2008

Apito Final

A decisão da Comissão Disciplinar da Liga foi conhecida na 6ª feira, mas só hoje escrevo sobre ela, porque ainda estou a tentar recuperar do choque que foi confirmar que o crime, em Portugal, mais do que compensa. Não era nada que já não se antecipasse desde que a moldura das penas foi conhecida, mas o facto consumado torna real a previsão. 25 anos de compadrios, corrupção, tráfico de influências deram seis pontos de penalização ao clube regional. E o seu presidente ainda goza com o facto, escudado nos mais de 20 pontos que tinha de avanço. Só mesmo neste país é que não há absolutamente nenhuma vergonha na cara.

Mas o que eu queria salientar neste post é a decisão do clube regional de não recorrer da pena que lhe foi aplicada. Ou seja, eles preferem assumir que são corruptos do que lutar até às últimas consequências para provar a sua inocência, como qualquer pessoa ou entidade com o mínimo de dignidade faria. Isto, claro, porque preferem perder os pontos neste campeonato já que não lhe fazem diferença nenhuma. Trocar a honra, a honestidade, a verticalidade e o bom nome por um possível título diz tudo acerca da mentalidade daquele clube. É por isso que estarei eternamente grato por não pertencer àquela corja. Teria vergonha na cara e pintá-la-ia de preto. Vender o corpo e alma por benefícios materiais tem um significado no meu dicionário. O mesmo do pagamento que aquele clube fez ao Jacinto Paixão. Não percebo como é que não há adeptos revoltados com esta decisão do clube, ou se os há, piam muito baixinho e é como se não existissem. A mancha no nome é algo que vai ficar para sempre. Deus me livre de ver alguma vez o Benfica vender o seu bom nome em favor de um possível título. Há valores incorruptíveis e mais importantes que conquistas desportivas, mas explicar isto a um clube hediondo e nojento como aquele é tarefa inglória.

Vale tudo para ganhar títulos. É por isso que por muito que ganhem jamais nos chegarão aos calcanhares. Porque não sabem ganhar, nem querem saber como ganham. Estes últimos anos do Benfica não foram nada famosos em termos desportivos, porém NUNCA na vida os trocaria pelos do clube regional. Prefiro perder, mas andar de cabeça levantada, do que ganhar num clube que prostitui os seus próprios valores.

segunda-feira, maio 12, 2008

Tristeza

Na despedida de um dos maiores jogadores portugueses de sempre, estiveram 54.222 espectadores na Luz, o que não sendo casa cheia acabou por me espantar, pois contava com bem menos. Vencemos o V. Setúbal (3-0), mas como era previsível não conseguimos sair do 4º lugar, já que os nossos adversários também ganharam os jogos em casa. Assim sendo, estamos fora da Liga dos Campeões para o ano, o que é uma TREMENDA frustração.

O jogo não teve grande história, já que a nossa vitória é incontestável. Marcámos dois golos ainda na 1ª parte (Katsouranis e Cardozo) e a partida ficou decidida. O Rui Costa bem tentou fazer um golo na despedida, mas o guarda-redes do V. Setúbal, Eduardo, e a falta de pontaria não o deixaram. A qualidade da nossa exibição foi melhor do que nos jogos anteriores, facto a que não me parece alheio a ausência do Petit no meio-campo. Na sua baixa de forma, o nº 6 emperra muito o desenvolvimento das nossas jogadas atacantes e hoje viu-se bem a diferença com o Katsouranis naquela posição. O momento da partida deu-se naturalmente com a substituição do Rui Costa a cinco minutos do fim. Felizmente o árbitro não era o Marc Batta, senão ele teria levado um amarelo pelo tempo que demorou a sair. Foi um momento bastante bonito e, ao contrário do que previa, não soltei nenhuma lágrima, mas talvez perceba o porquê: gosto IMENSO do Rui Costa, acho que será muito difícil voltar a ter um jogador como ele, mas só consegui estar 99% de corpo e alma a desfrutar daquele momento, por causa do 4º lugar em que iríamos acabar e da não-presença na Liga dos Campeões. E bastava só termos ganho na semana passada...

Para além da tristeza de ver o maestro terminar a carreira e da frustração que foi o nosso campeonato este ano, não posso deixar de criticar a atitude de uma das claques do Benfica durante praticamente o jogo todo. Têm todo o tempo do mundo para criticar o presidente, mas acho lamentável que tenham escolhido o jogo de despedida do Rui Costa para o terem insultado constantemente. Quanto mais não fosse por respeito ao próprio Rui. E não foi só a ele, como também aos próprios jogadores, tendo sido o expoente máximo os insultos ao Nuno Gomes, depois de um falhanço. É claro que a época não lhe correu nada bem e mesmo neste jogo falhou alguns golos escandalosos, mas é o capitão do Benfica e não tenho dúvidas que é dos poucos que sente a camisola. E só por isso merecia mais respeito. Já para não falar nos mais de 100 golos que marcou com a nossa camisola. Uma coisa é assobiá-lo quando falha (algo que eu não faço, mas percebo que seja feito), outra coisa completamente diferente é partir para o insulto. Felizmente, ele respondeu-lhes, e bem, com o 3º golo da partida.


Individualmente gostei do Luisão e Edcarlos (ambos muito seguros a defender), do Katsouranis a trinco (a sua leitura de jogo é preciosa), do Maxi Pereira a lateral-direito (substituiu o Nélson lesionado e parece-me que é aí que poderá ter utilidade no futuro) e do golaço do Cardozo. O Di María também termina bem a época (apesar de só ter jogado 25') e teve o melhor domínio de bola do ano, ao receber praticamente de costas um passe do maestro. É um jogador que com um pouco mais de trabalho, principalmente mental, poderá rebentar para o ano. Todos os outros estiveram regulares.

Não fossem alguns momentos de magia proporcionados pelo Rui Costa e esta época seria para nunca mais relembrar. Por isto, pelo teu carácter, rectidão, desportivismo, honestidade, humildade e benfiquismo, só poderia terminar este post dizendo-te: MUITO OBRIGADO, RUI COSTA!

P.S. – Agora espero que o Rui Costa, director-desportivo, não deixe que aqueles acenos do Léo e do C. Rodríguez para o público no final do jogo tenham significado um adeus de ambos ao clube... Seria uma má maneira de começar as novas funções.

quarta-feira, maio 07, 2008

Porque a tradição é para manter



Cá está ela! Dois anos depois, como habitualmente, estou de volta a estas lides. Curiosamente, ou talvez não, em relação ao Euro 2004, a caderneta cresceu em 200(!) cromos, tendo agora um total de 535. O que faz o consumismo...

domingo, maio 04, 2008

LAMENTÁVEL E VERGONHOSO

Gostaria de dizer o seguinte aos jogadores (?) do Benfica que entraram hoje em campo para defrontar o E. Amadora: VÃO TODOS BARDAMERDA! Assim mesmo, sem asteriscos porque às vezes as coisas têm que ser ditas com todas as letras.

Empatámos (0-0) e desperdiçámos a hipótese de chegar ao 3º lugar, porque como era de calcular o V. Guimarães não conseguiu ganhar no Restelo. Mas pior que o empate foi a forma como ele se deu. É INADMISSÍVEL que aquele bando de pessoas que envergaram hoje as gloriosas camisolas entre em campo com uma atitude daquelas. Descrentes, sem garra, sem brio, sem orgulho, apáticos, com um empenho que eu não via há muito tempo. Deitaram fora a oportunidade de jogar a Liga dos Campeões sem a mínima luta (não acredito que o V. Guimarães não ganhe para a semana ao E. Amadora). O mínimo que o Sport Lisboa e Benfica deveria fazer era ir buscar ao ordenado daqueles tipos o dinheiro que vamos deixar de ganhar com a não-participação na Champions, já que o aspecto desportivo é irrecuperável. NÃO SE PODE ADMITIR o que se passou hoje na Reboleira. Eu desculpo tudo, MENOS a falta de motivação para jogar com a gloriosa camisola. Se não têm brio profissional, ao menos poderiam respeitar os otários como eu que ainda me dei ao trabalho de ir à Amadora e gastar os 20€ mais mal gastos na minha vida. É o que dá não cumprir as promessas que fazemos a nós mesmos: depois da exibição em Belém este ano, tinha decidido que, tirando o WC, não veria mais nenhum jogo do Benfica fora de casa. Foi no que deu... A única coisa que se aproveitou foi a companhia do D’Arcy e do TMA.

Triste despedida vai ter o Rui Costa da sua carreira de jogador. Muito sinceramente se não fosse por ele (apesar de estar a cair a pique neste último mês, mas também ninguém é de ferro e já bastante fez ele este ano), passou-me pela cabeça não ir ver o jogo frente ao V. Setúbal para a semana. Provavelmente acabaria sempre por ir, mas só o facto de ter pensado nessa possibilidade diz muito sobre o meu desânimo em relação a esta equipa.

P.S. – Para esta exibição MISERÁVEL muito contribuíram a entrada do Petit e do Maxi Pereira para o onze inicial. É a tal história dos lugares-cativos na equipa. O nº 6 está numa forma péssima e fisicamente de rastos e o uruguaio só joga alguma coisa nas partidas com grande visibilidade (Milan, por exemplo). Além disso, o Binya e o Nuno Assis (que foi dos melhorzitos contra o Belenenses) estavam no banco. No mínimo, incompreensível...