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segunda-feira, outubro 11, 2021

Rescaldo Eleitoral 2021

Como era previsível, o Rui Costa ganhou as eleições no passado sábado, tornando-se assim no 34º presidente do nosso clube. No entanto, o grande vencedor é indiscutivelmente o Sport Lisboa e Benfica, dado que, com 40 085 votantes, batemos o recorde das eleições de 2020 (38 102) e a nível mundial aparentemente só o Barcelona teve umas eleições com maior participação do que esta. Impressionante! E revelador da grandeza do Glorioso. Claro que o facto de esta eleição ter sido a um sábado potenciou esta votação, porque já se sabia de antemão que a diferença entre os dois candidatos seria bastante superior à do ano passado. É uma ilação que eu espero que fique para o futuro: fazer sempre as eleições a um sábado.

A vitória do Rui Costa foi esmagadora com 84,48% dos votos (correspondente a 33 754 votantes), tendo o Francisco Benitez ficado com 12,24% (correspondente a 5043 votantes). Os votos brancos (1071) e nulos (217) é que mais que triplicaram em relação às eleições do ano passado (375 que só puderam ser brancos, por causa do voto electrónico), tendo sido na soma dos dois 3,28%. Como disse aqui, eu contribui para isso.
 
Com esta votação, a responsabilidade do Rui Costa, aliás, como o próprio disse na tomada de posse, aumenta bastante. Espero que ele mantenha o rumo que vinha a ser seguido em termos de resultados financeiros, inverta o que tem de ser invertido em termos desportivos (como fez neste último mercado de transferências, em que não houve comboios de jogadores a entrar e contratámos predominantemente internacionais A pelos seus países) e mude radicalmente em termos de postura (não, Sr. Luís Filipe Vieira, a "democracia a mais" NUNCA faz mal), política de comunicação (as eleições terem tido cobertura mediática nos órgãos de comunicação do clube e o regresso dos debates eleitorais foi um excelente começo, debate esse que, como se viu, foi bastante favorável ao incumbente) e relação com os sócios (o dono do clube seremos sempre todos nós, portanto não podemos ser vistos apenas como "clientes" e as AGs como uma maçada que se preferia que não houvesse). Se assim acontecer, o clube ficará a ganhar. Bastante.

sexta-feira, outubro 08, 2021

Eleições no Benfica – um ano depois...

Here we go again... Na verdade, é menos de um ano depois que voltamos às urnas para eleger o novo presidente do Benfica e ontem houve um debate na BTV com os dois candidatos, Rui Costa e Francisco Benitez. Portanto, mais do que se justifica este post que, aviso já, vai ser longo (as minhas desculpas!), mas há várias coisas que têm de ser ditas:
 
1) Se vai haver eleições agora, é porque o 7 de Julho de 2021 foi o dia mais VERGONHOSO da história do Benfica. Sim, a bold, maiúsculas e sublinhado. Não há outra maneira de o dizer. Infelizmente. O dia em que um presidente em funções do Sport Lisboa e Benfica é preso é, a milhas de distância, o pior dia da história do clube. Ainda por cima, com a acusação de ter roubado o próprio clube! Mesmo que ele seja absolvido quando o processo terminar (e vai durar vários anos), desta vergonha já ninguém nos livra. A honra do clube terá esta nódoa para sempre. E isso é imperdoável.
 
2) Espero sinceramente que o Luís Filipe Vieira seja absolvido por todas as razões que se imaginam. Porque, apesar de ter sido uma pessoa fundamental no clube a determinada altura e a quem devemos muito, uma eventual condenação fará tudo isso implodir, passar para um plano secundário, e torná-lo-á pior do que o Vale e Azevedo. Sim, pior, porque, para além de ter deixado o clube envolvido numa série de outros processos, também o terá roubado. Mas, principalmente, espero que ele seja absolvido por causa do próprio Sport Lisboa e Benfica, para que o clube saia o menos chamuscado possível disto tudo.
 
3) Dito isto, parece-me urgente tomarmos medidas para que uma situação destas não volte a acontecer. E a principal, para mim, é a limitação de mandatos. Fico bastante contente por ver que os dois candidatos estão de acordo quanto a isto. Três mandatos (12 anos), tal como nas autarquias, é tempo mais do que suficiente para se deixar obra e para que um líder se rodeie de pessoas competentes e idóneas, que o poderão eventualmente substituir e continuar essa obra. Porque ninguém é insubstituível e confundir-se o clube com uma pessoa é algo de inimaginável no Benfica. Além de que, quanto mais tempo uma pessoa está no poder, mais vícios cria e deixa criar à sua volta, mais compadrios e esquemas se potenciam, e isso, como se pode ver, deu o resultado que deu...
 
4) Outra medida que é urgente é deixarmo-nos de utopias e percebermos que a direcção do clube e, em especial o seu presidente, TEM DE ser remunerado. Já não estamos em tempos de romantismos ou de carolice. Gerir um monstro como o Sport Lisboa e Benfica não pode ser um part-time, algo que se só faça a partir das 18h. Caso contrário, só pessoas ricas é que terão disponibilidade para serem presidentes do Benfica e ficarem quatro anos sem receber salário. Porque, se não forem ricas, a não-remuneração também potencia a que se vá buscar rendimentos a outros lados. Como em comissões de transferências de jogadores ou outros negócios menos claros. O presidente ganhar o mesmo que o jogador de futebol mais mal pago do plantel pode ser um compromisso interessante.
 
4) Estas eleições tiveram o mérito de trazer de volta os debates democráticos ao nosso clube 21 anos depois! É muitíssimo tempo e a culpa também é nossa, dos sócios, que deixámos que se normalizasse uma anormalidade destas. Como se viu ontem, é possível discutir-se ideias sem insultos, nem berrarias. Quem forçou isto a voltar a acontecer (lista B) e quem aceitou que voltasse (lista A) estão ambos de parabéns.
 
5) Alguém que caísse de Marte ontem e visse o debate, não teria dúvidas em votar em Rui Costa, que se mostrou muitíssimo mais bem preparado do que Francisco Benitez. O que é natural, porque já está há 13 anos como dirigente. Mas esse também é o seu grande problema. É tempo demais de ligação a Luís Filipe Vieira e, como disse o Ricardo Araújo Pereira, o melhor que podemos pensar de Rui Costa é que foi “totó” e não reparou no que aparentemente acontecia à sua volta. Porque, senão, foi cúmplice ou conivente. E aí já seria um caso de polícia. E é precisamente por causa desse passado que eu não posso votar em Rui Costa agora. Sou absolutamente insuspeito para dizer isto, porque sempre foi dos jogadores que eu mais admirei, um enorme ídolo, é dele uma das duas únicas camisolas do Benfica com o nome de jogadores que tenho (a outra, obviamente, do grande Nuno Gomes; também deveria ter do Cardozo, mas distraí-me...) e, se fosse hoje, escreveria isto outra vez sem pestanejar. Mas votar nele, neste momento, não consigo. Terá de dar mostras no futuro que foi, de facto, “totó” e afastar-se do modus faciendi que imperou no clube nos últimos 18 anos (o regresso da visibilidade das eleições nos órgãos de comunicação do clube e os debates eleitorais são um óptimo princípio). Cumprindo satisfatoriamente esse período de nojo, daqui a quatro anos poderei pensar nisso.
 
6) Francisco Benitez tem o mérito de se ter candidatado quando mais ninguém o fez, mesmo sabendo que irá perder, permitindo assim que houvesse confronto de ideias. E isto não é de todo uma questão de somenos importância. No entanto, no debate de ontem perdeu de goleada. Era um combate desigual (alguém que foi um ídolo em campo versus outro que era desconhecido), louve-se-lhe a coragem, mas cometeu alguns erros graves: era o Rui Costa do outro lado, chamar sempre “o candidato da lista A” ficou-lhe muito mal; a rábula de procurar o papel certo sobre determinado assunto e não ter decorado nem a intervenção inicial, nem principalmente a final (em que era suposto estar a olhar directamente para a câmara, para os olhos dos benfiquistas, e não para baixo), foi confrangedor; a ideia de que se poderia ter retido um jogador por quem ofereceram 120 M€ é de um desconhecimento do mundo do futebol actual dificilmente aceitável; e o ter dito a Rui Costa que ele poderia ter voltado mais cedo como jogador permitiu que o Rui Costa lhe desse a estocada final, porque sentiu isso como uma acusação muito injusta quando ele não podia ter feito nada na época (esteve sempre sob contrato quer da Fiorentina, quer do Milan). Por todas estas razões e, consequentemente, pela impreparação que revelou para o cargo (levou outro banho na questão das pessoas para a SAD, que defendeu que tinham todas de perceber de futebol, quando é óbvio que também é preciso gestores), também não irei votar nele.
 
7) Resta o voto em branco, que é o que irei fazer. Devo dizer que fiquei bastante desiludido com a não-candidatura do Noronha Lopes, em quem votei na eleição anterior. Aí, sim, teríamos uma competição a sério, porque é muitíssimo melhor candidato que o Benitez. Aparentemente, as circunstâncias na sua vida mudaram em relação há um ano, mas então ele deveria ter dito logo em Julho, na entrevista à TVI, que não se recandidataria. No entanto, deixou isso em aberto, dando esperança a pessoas como eu. Até pode ser que não ir a jogo agora seja a atitude mais racional, mas, entre a racionalidade e o benfiquismo, eu tombo sempre para o benfiquismo. Por outro lado, nessa entrevista em Julho defendeu que as eleições deveriam ser marcadas o mais rapidamente possível e depois, quando foram marcadas, disse que eram cedo demais. Incongruências que não se percebem. A bomba atómica caiu em Julho, soube-se logo que haveria eleições, estamos agora em Outubro, passaram-se três meses e eu esperaria outro tipo de organização por parte da oposição. Infelizmente, não houve.
 
8) A mensagem final mais importante é a do costume nestes casos: vão votar! Na lista A, na lista B ou em branco, é muito importante que façamos ouvir a nossa voz. E, não, o voto em branco não é um voto desperdiçado. Imaginem só que haveria 20% de votos em branco. Acham que isso não iria dar um sinal claro ao vencedor das eleições? Pois...! Não se abstenham! VOTEM! VIVA O BENFICA!

sexta-feira, outubro 30, 2020

Superioridade (e rescaldo eleitoral)

Vencemos ontem o Standard Liège por 3-0 e estamos na liderança do nosso grupo na Liga Europa com seis pontos, na companhia do Rangers, no final da 2ª jornada. Foi uma vitória indiscutível perante uma equipa que se limitou a defender e fê-lo bem, dado que não tivemos assim tantas oportunidades de golo.

 

Comecemos pelo mais importante e que torna este jogo memorável: ao fim de sete meses e 27 dias, pudemos finalmente regressar à Luz para ver um jogo! Desde 2001 que eu não estava tanto tempo sem ver o Benfica ao vivo! Foi uma emoção enorme poder voltar e, ainda por cima, consegui bilhete para o meu lugar no estádio. Para além disto, uma vitória por 3-0 com uma exibição segura foi a cereja no topo do bolo.

 

O Jesus fez algumas alterações em relação ao Belenenses SAD, com a maior novidade a ser o Diogo Gonçalves a defesa-direito. Embalada pelo público, que passou boa parte do jogo a cantar e aplaudir (as saudades eram incríveis), a equipa começou muito pressionante e a tentar furar a bem fechada defensiva contrária. Mas como os belgas estavam invariavelmente com os 11 jogadores no seu meio-campo, tivemos dificuldades em arranjar espaço, de tal forma que só perto do intervalo o Pizzi, numa recarga de fora da área sem o guarda-redes na baliza, teve a única oportunidade flagrante para marcar.

 

A 2ª parte começou com o Rafa no lugar do inconsequente Pedrinho (ainda está muito verde...) e passámos a jogar com bastante mais velocidade. Aos 49’ fizemos o 1-0 através do Pizzi de penalty, depois de uma falta sobre o Waldschmidt. Logo a seguir, foi o Rafa a falhar o desvio a um cruzamento do alemão e o Standard Liège teve a sua única oportunidade de golo num canto, mas o Vlachodimos defendeu bem (não se percebe, todavia, é como é que num canto dois jogadores adversários ficaram sozinhos na nossa área...). O jogo estava muito mais movimentado e o Darwin teve um remate perigoso ao lado, depois de assistência do Waldschmidt. Até que aos 66’ dissipámos todas as dúvidas, com novo penalty, desta feita, a punir falta sobre o Nuno Tavares, com o Pizzi a deixar o Waldschmidt marcar, o que este fez com um remate colocadíssimo ao ângulo superior direito da baliza. A partir daqui, ambas as equipas começaram a fazer gestão de esforço com as substituições e o resultado final foi feito aos 76’ num bis do Pizzi com um remate em arco que desviou ligeiramente num defesa e não deu hipóteses ao guarda-redes. Até final, ainda vimos a estreia do Gonçalo Ramos na Luz, mas já não teve tempo para nada de relevante.

 

Em termos individuais, destaque para o Pizzi com dois golos, para o Gabriel que permite que a equipa jogue bastante adiantada, pois é quase um muro a meio-campo (embora às vezes se ponha a fintar em local perigoso...) e para o Nuno Tavares que está a ganhar confiança, agora que sabe que será titular nos próximos jogos por causa da lesão do Grimaldo. O Darwin desta vez não marcou, mas não pára quieto o jogo todo e o Waldschmidt também não engana de bom jogador que é. Quanto ao Diogo Gonçalves, depois de uma 1ª parte mais cautelosa, libertou-se na 2ª e pode ser que tenhamos ali uma opção muito válida para fazer o corredor direito.

 

Estamos bem lançados para passar a fase de grupos, mas convém termos noção da importância de ficar em primeiro lugar para evitar adversários teoricamente mais fortes nos 1/16 avos de final. E, para isso, uma vitória para a semana frente ao Rangers na Luz será fundamental.

 

P.S. – Tivemos anteontem nas eleições uma imensa demonstração de benfiquismo. 38.102 pessoas foram votar, estilhaçando em 68%(!) o recorde anterior de eleições em clubes em Portugal, estabelecido por nós em 2012 com 22.676 votantes. Portanto, o grande vitorioso da noite é indiscutivelmente o Sport Lisboa e Benfica. Tal como era de esperar, o Luís Filipe Vieira ganhou com 62,59% dos votos (correspondentes a 22.787 votantes), o João Noronha Lopes teve 34,71% (14.337 votantes) e o Rui Gomes da Silva foi o grande derrotado da noite com apenas 1,64% (603 votantes). Houve ainda 375 sócios que votaram em branco (1,06%). A fila no estádio da Luz demorou umas boas três horas durante a maior parte do dia, o que prova bem a vitalidade do nosso clube, porque duvido que para qualquer outra eleição uma pessoa se dispusesse a perder tanto tempo só para fazer ouvir a sua voz.

 

Como tornei público no post anterior, não votei no Luís Filipe Vieira e preferia que tivesse ganho o João Noronha Lopes, mas a democracia não é só boa quando é a nosso favor. A vitória do actual presidente é incontestável, tanto mais que ganhou em toda a linha: em cada categoria de número de votos e em número de votantes. É certo que teve a mais baixa percentagem desde que é presidente, mais de 1/3 dos votantes preferiam que ele não tivesse continuado (algo que certamente há apenas seis meses estaria longe de lhe passar pela cabeça), mas a maioria dos benfiquistas assim o decidiu e está decidido. Resta-me esperar que este último (tal como ele prometeu) mandato seja pleno de conquistas desportivas. É bom que um dos mais importantes presidentes da história do Benfica saia na mó de cima. Desejo igualmente que daqui a quatro anos, quando voltar a haver eleições, possa haver aquilo que não tem havido desde 2001: debates entre todos os candidatos e cobertura noticiosa da campanha eleitoral de todas as listas por parte dos órgãos de informação do clube. A democracia, tal como se viu pela participação massiva nestas eleições, é muito apreciada por todos nós. E a democracia é mais plena, quando há informação e troca de ideias.


Viva o BENFICA!

terça-feira, outubro 27, 2020

Eleições do Benfica – Os meus 50 votos

Por respeito a quem tem a pachorra de me ler e em nome da transparência, aqui vai o que eu tenho a dizer sobre as eleições para os órgãos sociais do Sport Lisboa e Benfica, que decorrerão amanhã. Peço antecipadamente desculpa por o texto ser longo, mas a ocasião é muito importante. Quem só quiser saber o final, está três parágrafos abaixo.

Em primeiro lugar, quero deixar bem explícito que o actual presidente, Luís Filipe Vieira, já tem o seu nome gravado na história do nosso clube. E não é de agora, é de há muito tempo. Portanto, qualquer que seja o resultado de amanhã, isso não sairá minimamente beliscado. Novo estádio + Seixal + recuperação financeira + tetracampeonato são razões mais do que suficientes para que ele seja um dos mais importantes presidentes da história do Sport Lisboa e Benfica.
 
Em segundo lugar, quero tornar bem claro que, das cinco eleições em que ele se candidatou até agora, votei nele em quatro delas e abstive-me em 2009, por causa disto (foi uma questão formal, mas não pude de todo ser conivente com aquele tipo de procedimentos).
 
Em terceiro lugar, quero dizer que desta vez os meus 50 votos vão para João Noronha Lopes. E passarei a explicar porquê, começando pelas razões por que não voto em Luís Filipe Vieira.
 
1) As eleições servem para avaliar o trabalho que foi feito desde o último acto eleitoral e as propostas para o futuro. Não servem para demonstrações de gratidão, nem para avaliar a obra dos últimos 17 anos. E, nestes últimos quatro anos, este mandato poderia ter sido bastante melhor. Fomos duas vezes campeões, mas falhámos um penta, por falta de investimento na equipa, e ainda estou à espera que me expliquem o que se passou na temporada passada, em que desbaratámos uma vantagem de sete(!) pontos na 2ª jornada da 2ª volta. Não houve até agora nenhuma palavra a explicar este descalabro, que culminou com aquela vergonha na final da Taça.
 
2) Não se pode criticar em Setembro do ano passado a hipotética vinda de “um demagogo qualquer que o que queria era investir para ter uma superequipa, mas se não resultasse aquilo caía num instante” e não se pode ter o CEO da SAD do clube a anunciar uma redução do investimento em finais de Junho passado, e depois gastar-se muito mais do que noutros anos. Como na época do penta, por exemplo. Eu prefiro que o presidente do Benfica invista para ganhar títulos e não para ganhar eleições. E, já agora, não se pode dizer que com ele determinado treinador jamais voltará ao clube e, passado apenas um ano, esse treinador estar de volta. Quem dá o dito por não dito tantas vezes, não se pode admirar que depois não se acredite nele. Pode mudar-se de opinião, mas não um ano depois. Ou, pior ainda, em apenas dois meses...
 
3) Eu continuo a crer que não ganhámos os títulos que ganhámos de forma desonesta. Nomeadamente, obtendo favores de árbitros, como outros fizeram no passado. Mas ter o nome do Benfica envolvido em tantos processos judiciais é algo que me custa imenso e me deixa uma enorme sensação de desconforto. Se fossem só um ou dois, ainda aceitaria, mas infelizmente são muitos mais do que isso.
 
4) Dezassete anos é muito tempo. Tempo demais. Seja para o Luís Filipe Vieira, seja para outra pessoa qualquer. Eu não quero que o meu clube seja igual a outros em termos de longevidade de pessoas no poder. Porque isso inevitavelmente cria vícios e tende a confundir-se o clube e a pessoa. E obviamente o Sport Lisboa e Benfica tem de estar sempre acima das pessoas que o representam. Por alguma razão existe limitação de mandatos para as Autarquias e a Presidência da República. No Benfica, devia ser igual.
 
5) Há um erro que o nosso presidente comete (que é, aliás, apanágio de pessoas que estão em cargos de poder) e que é, a meu ver, grave: confundir críticas a si com críticas ao clube. Não, não é de todo a mesma coisa! Porque isso faria com que nunca se pudesse criticar o presidente, logo ele teria carta branca para fazer o que quisesse. E as eleições eram escusadas, enquanto ele decidisse recandidatar-se. Imaginem que teria sido assim com o Vale e Azevedo. Só não seria ainda hoje presidente do Benfica, porque provavelmente já não existiria Benfica... E não é assim que a democracia funciona. Aliás, a democracia não é algo que nós defendamos só quando nos der jeito. Se for para chegar à presidência através de eleições, tudo bem, mas se for para debater com outros candidatos, sendo-se já presidente, aí já é “ruído”. Não, não se chama “ruído”, chama-se debate de ideias e é absolutamente fundamental num clube democrático. Só é “ruído” se os intervenientes assim o quiserem. Ainda neste ponto, os órgãos de comunicação do clube devem ser órgãos de comunicação... do clube! E não da direcção que está no poder. Seja ela qual for. Dito isto, é óbvio que esta campanha eleitoral deveria ter sido acompanhada quer pela Benfica TV, quer pelo jornal “O Benfica”. Deveria ter havido não só um debate entre todos os candidatos, como tempo de antena para as diferentes candidaturas nesses dois veículos de comunicação do clube. Chama-se democracia e, como disse o Churchill, “é o pior dos regimes, à excepção de todos os outros.” Não é negociável, nem é moldável. Ponto.
 
6) Um pequeno episódio que me marcou: quando o Luisão se tornou o jogador com mais títulos pelo Benfica (a seguir à Supertaça de 2017), houve um evento no relvado da Luz que passou na Benfica TV em que estavam o presidente, o Luisão e as outras glórias mais tituladas (Humberto Coelho, Shéu, Simões e mais um ou outro, que sinceramente não me lembro). Olhei para aqueles craques todos e comecei a pensar no que poderíamos conquistar com eles hoje. Comentário do presidente: “a fortuna que nós faríamos hoje com vocês todos, se ainda jogassem.” É apenas um pormenor, mas significativo para mim. Representa uma diferente maneira de pensar. Muito boa para um gestor de uma empresa. Mas não de um clube. Ninguém vai festejar relatórios & contas para o Marquês. Acho eu.
 
Em relação à outra candidatura, não voto em Rui Gomes da Silva, porque, jamais pondo em causa o seu benfiquismo, nunca votaria em alguém que andou anos a fio a dizer, em plena televisão, que nunca se candidataria contra Luís Filipe Vieira. Ou se tem palavra e se é coerente, ou não se tem e não se é. Além disso, não me esqueço da dificuldade que o Rui Gomes da Silva teve em lidar com a opinião contrária, quando foi ministro, tendo criticando tanto os comentários do Marcelo Rebelo de Sousa ao domingo na TVI, a ponto de este se ter demitido na sequência de pressões que sofreu do director do canal. Pessoas que lidem mal com o contraditório, não, obrigado!
 
Então, porquê votar em João Noronha Lopes?
 
1) Se é verdade que era para mim um total desconhecido até se apresentar a estas eleições, a sua candidatura nasceu no seio de um conjunto de pessoas que me merecem bastante credibilidade e que têm tomado posições públicas sobre o destino do nosso clube ao longo dos anos, nas quais me revejo em muitas delas. Algumas dessas pessoas são candidatas aos seus órgãos sociais na sua lista, o que contribui para reforçar bastante esta candidatura. Para além disso, o seu currículo profissional é irrepreensível e a sua experiência em gestão numa multinacional mais do que o qualifica para gerir um ‘monstro’ como o nosso clube.
 
2) Convenceu-me logo no discurso de anúncio de candidatura ao propor uma revisão estatutária que limite a duração dos mandatos (demonstrando que não se irá perpetuar no poder) e acabe com este absurdo de uma pessoa poder ser candidato a presidente da República mais cedo do que a presidente do Benfica. Outra questão essencial: segunda volta nas eleições quando um candidato não obtiver maioria absoluta. E uma última: as pedras e os edifícios não devem votar. As casas do Benfica são dirigidas e frequentadas por pessoas. Que já são sócias do Benfica. É outro absurdo as casas terem direito de voto também.
 
3) O seu programa eleitoral é suficientemente abrangente e beneficiou de vários contributos que foi tendo ao longo do seu périplo pelas casas do Benfica, e inclusive de outras candidaturas que entretanto desistiram. Isto demonstra uma abertura de espírito que é muito salutar, porque não são só as nossas ideias que são válidas. Para além disso, o facto de existir um programa eleitoral é algo que nos permitirá no futuro responsabilizá-lo, ao verificarmos o seu grau de cumprimento.
 
4) Logo na noite da derrota com o PAOK, veio dizer que não era altura para críticas (leia-se aproveitamento político/eleitoral de desaires), o que, juntamente com as entrevistas e declarações que tive oportunidade de ler e ver, demonstram uma postura que aprecio bastante. É uma lufada de ar fresco em relação a tudo o que temos visto no futebol português nos últimos tempos.
 
Dito isto, se o candidato em quem vou votar não ganhar, obviamente não esperem de mim que me torne oposição do vencedor. Eu sou do Benfica. Não sou da pessoa A ou B. Quem ganhar será o presidente do meu clube que irei elogiar ou criticar, consoante esteja ou não de acordo com as suas decisões. Tal como tenho feito sempre até agora.
 
Para terminar, apelo veemente a que vão votar amanhã. Seja em quem for. Porque o Benfica sairá tanto mais reforçado, quanto maior seja a afluência às urnas. Não deixem que outras vozes se façam ouvir no lugar das vossas. Votem!
 
VIVA O BENFICA!

sábado, outubro 27, 2012

Eleições históricas

Foi uma campanha eleitoral lamentável de parte a parte, com infames ataques pessoais, mas tivemos a maior votação de sempre no nosso clube: 22.676 votantes. Por isto, é um dia que nos deve deixar a todos orgulhosos.

O Luís Filipe Vieira ganhou com 83,02% (18.139 votantes) e o Rui Rangel teve 13,83% (3.744 votantes). Houve 793 votos nulos correspondentes a 3,15%. Em democracia, aceita-se o resultado eleitoral, algo que infelizmente nem todos o sabem fazer. É pena. Ao contrário do que essas pessoas pensam, o Benfica não é só delas, mas de todos os sócios. Quem não sabe respeitar a democracia não tem lugar num clube que sempre foi democrático.

Viva o Benfica!

sexta-feira, setembro 25, 2009

Eleições

No próximo Domingo, haverá eleições para a Assembleia da República. Numa altura tão difícil para o país e para o mundo, este acto eleitoral é de uma importância extrema. Neste sentido, é fundamental escolhermos em consciência o que é melhor para o país, socorrendo-nos dos valores que consideramos fundamentais. Assim sendo, o meu sentido de voto é muito simples. Nos últimos anos, uma boa parte dos deputados da nação foram coniventes com actos de corrupção praticados por uma pessoa que, ao invés de ter a justiça à perna, ainda teve honras de ser convidado para almoçar na Assembleia da República! No ano passado e neste ano. Somente dois partidos não tiveram deputados presentes no beija-mão, perdão, no almoço. Como estão em pólos opostos do sistema político, a minha escolha é muito fácil. Quem quer ser respeitado, tem que dar-se ao respeito. Haja vergonha na cara!

quinta-feira, junho 18, 2009

Actualidade gloriosa

Porque eu não gosto de fazer posts repetidos em dois blogs, aqui vão os links sobre o que eu penso acerca da saída do Quique / possibilidade da vinda de Jorge Jesus (aqui), as eleições antecipadas (aqui) e a efectiva contratação de Jorge Jesus (aqui). Quanto a este último tema, e para se perceber melhor a minha posição, convém relembrar estes momentos: Benfica - Braga (declarações de JJ a partir de 2:10) Braga - CRAC (declarações de JJ a partir de 3:05) CRAC - Belenenses (declarações de JJ a partir de 2:20). O escandaloso fora-de-jogo vê-se melhor aqui.