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sexta-feira, abril 05, 2024

Desilusão

Empatámos com a lagartada (2-2) na passada 3ª feira e ficámos fora da final da Taça de Portugal. Foi um desfecho inglório dado que, ao contrário do que seria expectável, fizemos provavelmente a melhor exibição da época até agora. No entanto, acabámos por pagar caro alguma ineficácia em momentos-chave do encontro.

O Tengstedt voltou à titularidade e a presença do Florentino no meio permite-nos utilizar o Di María e o David Neres em simultâneo, porque ficamos ali com um muro quase intransponível. A partida começou um pouco equilibrada, mas durante pouco tempo, dado que a nossa superioridade foi-se acentuando com a passagem dos minutos. Foi essencialmente fruto de uma pressão enorme sobre o homem da bola, n recuperações em zonas altas do campo (a vantagem de ter o Florentino, lá está...!) e resultou em duas grandes oportunidades, que infelizmente não concretizámos na 1ª parte. O Tengstedt atirou à barra depois de uma jogada de insistência do Di María e este falhou um golo cantado depois de cruzamento do Aursnes, permitindo a defesa do guarda-redes Israel. Era fundamental irmos para intervalo com a eliminatória igualdada, mas não conseguimos.

Seria expectável que a lagartada viesse diferente para a 2ª parte, dado que a 1ª foi muito fraca, e o Rúben Amorim fez logo três substituições. A entrada do Catamo para a direita criou-nos problemas, mas foi o Gyökeres a fazer a jogada do 0-1 logo aos 47’ assistindo o Hjulmand para um remate indefensável de fora da área. Reagimos muito bem e igualámos o jogo aos 52’ numa cabeçada do Otamendi depois de cruzamento do Neres na direita, na sequência de um canto do lado contrário do Di María. Infelizmente, aos 55’ voltámos a ficar em desvantagem, com um frango do Trubin, que defendeu para a frente um cruzamento para a área e o Paulinho só teve de encostar. O Gyökeres ainda atirou uma bola ao poste, mas regressámos à disputa da eliminatória aos 64’ com o 2-2 pelo Rafa depois de nova jogada do Neres na direita, que abriu de calcanhar para o Aursnes centrar rasteiro e o nº 27 só ter de encostar. Ainda faltavam uns largos minutos para o final e tivemos uma soberana ocasião, num remate em arco do Di María na direita que o Israel defendeu para canto. Antes desse remate, há uma jogada em que o Coates coloca a sua perna em frente à do Rafa, mas o Sr. João Pinheiro não assinalou nada, nem consultou o VAR. Fosse ao contrário... Até final, ainda entraram o Marcos Leonardo e o Tiago Gouveia, e este teve duas ocasiões em que deveria ter feito bem melhor, ao tentar dominar a bola pisando-a, em vez de rematar com a parte interna do pé, anulando assim uma óptima chance de marcar e numa cabeçada em balão ao lado, depois de cruzamento de letra do Di María. Quanto ao ponta-de-lança brasileiro, deveria ter sido obviamente o Arthur Cabral a entrar, porque é muito mais possante e os centrais da lagartada teriam tido muito mais dificuldades com ele. Mas já perdi a esperança em que o Roger Schmidt perceba estas evidências...

Em termos individuais, o João Neves encheu o campo, especialmente na 2ª parte, o Florentino continua a mostrar que jogamos muito melhor quando ele está a controlar o meio-campo (continuo sem perceber o ostracismo que teve até agora na época, que explica em boa parte como ela tem corrido...) e os laterais (Bah e Aursnes) estiveram num nível altíssimo. O Trubin teve culpas no segundo golo, mas fez uma grande defesa a outro remate do Paulinho já na parte final da partida, permitindo manter-nos em jogo. Os centrais António Silva e Otamendi conseguiram limitar os estragos do Gyökeres. Quanto ao Neres, já lhe vi fazer jogos melhores, mas esteve nos nossos dois golos. O Rafa é sempre imprevisível, mesmo não estando no pico de forma, e do Di María esperamos constantemente lances que decidam os jogos, apesar da exasperação que nos causa quando se agarra demasiado à bola... O Tengstedt dá, de facto, muita luta aos centrais, mas tem um enorme contra para quem é avançado: não tem nenhum faro de golo.

Apesar da melhor exibição da época, ainda não é esta temporada que voltamos ao Jamor e continuamos com o nosso vergonhoso histórico de três taças de Portugal ganhas, agora, nos últimos 28 anos...!

sábado, março 02, 2024

Desvantagem

Perdemos no WC na passada 5ª feira por 2-1 na 1ª mão das meias-finais da Taça de Portugal. Numa partida em que globalmente a lagartada foi melhor do que nós, uma decisão arbitral bastante duvidosa impediu-nos provavelmente de empatar o jogo.
 
Tal como se esperava, o Roger Schmidt voltou a jogar sem ponta-de-lança, o que se revelou um enorme erro. Não poderíamos ter começado pior o jogo, ao sofrer o primeiro golo logo aos 9’ numa cabeçada do Pedro Gonçalves. E poucos mais lances de monta houve na 1ª parte, dado que a lagartada se fechou muito bem e nós éramos exasperamente lentos a circular a bola, o que lhes dava mais do que tempo para se organizarem na defesa. A jogar sem avançado de raiz, a nossa única hipótese seria apanhá-los em contrapé, tentando aproveitar a velocidade do Rafa, mas a jogar a 10 à hora isso é completamente impossível...! Em termos de oportunidade, só em cima do intervalo houve mais uma flagrante com o João Neves a Aursnes (novamente na lateral-esquerda) a impedir o Edwards de marcar e um canto quase directo do Di María, que o guarda-redes Israel defendeu.
 
A 2ª parte foi bastante mais dinâmica e houve uma alteração logo no reinício com a entrada do Morato para a saída do Bah, tendo passado o Aursnes para a lateral-direita. Aos 53’ sofremos o segundo golo pelo inevitável Gyökeres, que ultrapassou em velocidade o Oramendi e desfeiteou o Trubin. As coisas estavam muito negras para nós, porque não conseguíamos chegar à área contrária e já estávamos a perder por dois. O Schmidt lá se lembrou que tinha três(!) pontas-de-lança no banco e fez entrar o Tengstedt aos 61’ saindo o David Neres. Aos 68’, na nossa primeira jogada de perigo, reduzimos para 1-2 pelo Aursnes depois de um centro do Di María. Até que cinco minutos depois deu-se o caso do jogo, com o Sr. Fábio Melo no VAR a chamar o sr. Fábio Veríssimo para anular aquele que seria o 2-2 do Di María, por pretenso fora-de-jogo do Tengstedt, que teria impedido o Israel de ver o remate. Ora, o próprio Israel não esboçou o mínimo protesto, aliás, nenhum jogador lagarto o fez! Mais, o Israel vê perfeitamente a bola a ser rematada e a trajectória que vai percorrer, porque o Tengstedt não faz a mínima tenção de a jogar, até se desvia dela! A visão do guarda-redes sobre o lance é total! Ficámos todos embasbacados com esta decisão inacreditável. Até final, houve oportunidades de ambos os lados, com uma cabeçada do António Silva, que infelizmente saiu à figura e um golo anulado ao Nuno Santos (seria um golão) por fora-de-jogo anterior na jogada.
 
Em termos individuais, o António Silva foi de longe o melhor do Benfica, ao anular completamente o Gyökeres. O nosso azar foi que, no lance do golo dele, quem disputou a bola com o sueco foi o Otamendi... O João Neves também jogou bem, com especial relevo para a 2ª parte. O Di María estava a passar completamente ao lado da partida e de repente faz uma assistência e marca um golo (mal) anulado. O Aursnes merece igualmente uma palavra por ter deixado a eliminatória ainda em aberto e por manter um rendimento quase constante, apesar de andar sempre a saltar de posição... 
 
Temos um plantel bastante melhor do que a lagartada, infelizmente o nosso treinador é muito pior. Estou convencido de que, com os treinadores trocados, teríamos ganho folgadamente. A nossa 1ª parte é de fugire a melhoria que houve na 2ª resulta mais da mais-valia dos nossos jogadores do que propriamente de um rasgo vindo do banco. Porque, já se sabe, que esse nunca vem. Voltámos a ver substituições aos 88’ e já na compensação, que é algo que nunca perceberei. Acabámos por conseguir um resultado bastante melhor do que a exibição, o que nos permite ainda sonhar com o Jamor.

sábado, fevereiro 10, 2024

Perdulários

Vencemos em Vizela (2-1) na passada 5ª feira e estamos nas meias-finais da Taça de Portugal. Foi uma partida que deveria ter ficado resolvida a nosso favor aos 15’ e em que acabámos por sofrer um bocado no final.
 
O Roger Schmidt promoveu a estreia a titular do Álvaro Carreras e, especialmente na 1ª parte, viu-se bem a diferença de jogar com um lateral-esquerdo de origem. Para além do espanhol, o Kökçü e o João Mário também voltaram à titularidade. No final do primeiro quarto-de-hora, poderíamos estar a golear: Rafa por duas vezes, Arthur Cabral, João Mário e Kökçü tiveram nos pés e cabeça hipóteses flagrantes de marcar, mas ou por aselhice, ou por intervenção do guarda-redes italiano Ruberto, não o conseguiram. Os falhanços do Rafa foram imperdoáveis (especialmente o primeiro)! Comecei a ficar com um mau pressentimento que seria daqueles jogos em que massacramos, mas não conseguimos marcar. Felizmente, aos 34’ o Arthur Cabral desmentiu-me ao fazer o primeiro golo: o João Mário desmarcou o Rafa na esquerda, que depois assistiu o ponta-de-lança brasileiro para inaugurar o marcador, com um remate colocado indefensável. Do outro lado, havia muitas dificuldades para criar perigo para a baliza do Trubin.
 
Na 2ª parte, a partida foi mais equilibrada, com a resposta natural do Vizela. Mesmo assim, continuamos a dominar grande parte dela, mas só conseguimos aumentar a vantagem aos 65’ através do João Mário, depois de um cruzamento do Aursnes na direita, falhanço incrível do Arthur Cabral e remate de pé esquerdo do nº 20 um pouco enrolado, mas a bola acabou por entrar e isso é o mais importante. Todos pensámos que estava tudo decidido e podíamos começar a poupar a equipa para Guimarães, mas foi puro engano. Logo três minutos depois, aos 68’, o Vizela reduziu pelo Petrov, depois de duas intervenções infelizes do António Silva, que fez um mau corte e, ainda por cima, não avançou no terreno, colocando o marcador do golo em jogo. A 20’ do fim, o Schmidt começou finalmente a refrescar a equipa e entraram o Marcos Leonardo e o Morato para os lugares do Arthur Cabral e Álvaro Carreras. E foi do Morato uma excelente oportunidade, a passe do Di María, mas não conseguiu acertar na baliza. O jogo pedia o Florentino, mas este só entrou a seis minutos do fim, juntamente com o Bah para os lugares do Kökçü e Aursnes. Conseguimos fechar bem os caminhos para a nossa baliza e o último lance de perigo foi um estoiro do Di María para boa defesa do Ruberto.
 
Em termos individuais, voltei a gostar bastante do Arthur Cabral, embora o falhanço na jogada do nosso segundo golo seja inacreditável. O Álvaro Carreras mostrou que deve ser opção perante equipas mais fechadas, porque ainda apresenta algumas limitações a defender. Caso contrário, seria titular absoluto já! O Rafa esteve muito activo, como habitualmente, mas voltou a falhar golos de baliza aberta. Não percebi porque é que o Roger Schmidt, com um jogo complicadíssimo em Guimarães três dias depois, insistiu em ter o Di María em campo até final...! Com o David Neres no banco! O João Mário acabou por estar nos dois golos e deve ser isso que os jornais relevaram para ser o melhor do Benfica... É que só podem ter visto outro jogo! Foram as duas únicas coisas de jeito que fez, em contraponto com emperrar constantemente a nossa fluidez atacante, manobrar sempre duas velocidades abaixo dos colegas, enfim... Somos tão melhores com o Aursnes naquela posição (bem sei que não se pode espremer o Bah, mas ainda assim...). Incompreensível!
 
Teremos duplo derby frente à lagartada nas meias-finais da Taça. Com a agravante da 1ª mão ser antes da ida a Mordor e da 2ª ser antes da ida ao WC...! Irão ser duas semanas muito intensas, mas há que não nos desviarmos desse objectivo fundamental que é começar a reparar o nosso vergonhoso histórico nas últimas duas décadas na Taça de Portugal.

quinta-feira, janeiro 11, 2024

Arthur Cabral

Vencemos ontem o Braga por 3-2 e qualificámo-nos para os quartos-de-final da Taça de Portugal. Há jogos em que o resultado não espelha o que foi o jogo, mas não foi este o caso. Foi uma partida tremendamente difícil perante um adversário que nos eliminou desta competição no ano passado. Competição, esta, que nunca é demais realçar é a nossa grande vergonha. Três títulos em 27 anos fazem de nós uma espécie de lagartada da Taça. Urge corrigir isto rapidamente!
 
O Roger Schmidt utilizou a mesma equipa que venceu em Arouca, ao passo que o Artur Jorge do Braga trocou de guarda-redes (o que foi bom para nós, diga-se de passagem, mas já lá vamos). Até nem entrámos mal, mas foi o Trubin o primeiro a intervir, defendendo para canto um remate cruzado. Desse canto aos 7’ surgiu o 0-1 pelo Zalazar num remate de fora da área, que foi desviado pelo João Mário e traiu o nosso guarda-redes. Abanámos um bom bocado com o golo e demorámos a reencontrar-nos. Um remate de fora da área do João Neves e um cabeceamento do António Silva num canto foi o perigo (relativo) que conseguimos criar. Seria problemático ir para intervalo a perder, mas o Braga estava muito coeso e não nos dava muitas chances para criarmos perigo. Até que os 42’ conseguimos fazer um contra-ataque, com o João Neves a libertar para o Kökçü e este a isolar o Rafa, que desfeiteou bem o Hornicek. Relembrando o que se passou frente à lagartada para o campeonato, conseguimos dar a volta ao jogo em poucos minutos, dado que aos 44’ o Arthur Cabral recebeu um lançamento lateral de costas para a baliza, tirou o adversário do caminho com um toque de calcanhar e rematou de pé esquerdo, fazendo a bola passar por entre as pernas do Hornicek. Não sei se o Matheus teria sofrido este golo, mas de qualquer forma foi um movimento brilhante do nosso avançado.
 
A 2ª parte começou praticamente com o 2-2 num tiraço de fora da área novamente do Zalazar, que infelizmente para nós honrou a memória do Eusébio, cujo 10º aniversário da sua morte foi lembrado antes da partida. À semelhança da 1ª parte, este golo mexeu connosco e foi o Braga a mostrar-se mais à vontade nos minutos seguintes. Mesmo assim, ainda tivemos uma boa jogada colectiva muito mal finalizada pelo Otamendi com um remate à entrada da área para as nuvens e outra iniciativa do Arthur Cabral, que rematou para defesa do Hornicek. Na nossa baliza, o Trubin respondeu bem perante novo remate do Zalazar, desta feita num livre. Até que aos 70’ passámos novamente para a frente com o 3-2 através do Aursnes, depois de ser brilhantemente desmarcado pelo calcanhar do Arthur Cabral. Fantástico! O Schmidt colocou logo a seguir o Florentino, saindo o inenarrável João Mário e passando o Kökçü para a esquerda, e conseguimos conter a reacção adversária. Mesmo assim, acho que o nosso treinador demorou muito a fazer mais substituições, que só aconteceram aos 88’! Os da frente estavam muito desgastados e não se compreende que o Schmidt tenha demorado séculos a perceber isso. Felizmente, não houve consequências nefastas desta lentidão nas substituições.
 
Em termos individuais, óbvio destaque para o Arthur Cabral. O futebol é maravilhoso também por situações como esta. Num minuto, a sua carreira no Benfica estava acabada, com tentativas de marcar golos de costas para a baliza e com o rabo(!), e principalmente com um pirete aos adeptos. Noutro minuto, consegue a nossa qualificação europeia e transforma-se em campo a olhos vistos. Está muito mais leve, mais entrosado com os colegas e a fazer valer o seu físico para causar danos às defesas contrárias. O Rafa também está em grande forma e marcou mais uma vez. O João Neves só sabe carburar em grande no meio-campo e o Trubin voltou a ser decisivo nas suas intervenções. Só o João Mário destoa completamente na equipa e espero sinceramente que o Schmidt compreenda que ficamos muito melhor com o Florentino e Neves no meio, e o Kökçü na esquerda no lugar dele. É que seria bom voltarmos a jogar com onze...!
 
Veremos o que nos reserva o sorteio dos quartos (e possíveis meias-finais), mas voltar a colocar as nossas mãos na Taça de Portugal é bom que seja um objectivo fulcral nesta temporada.

quarta-feira, novembro 29, 2023

Apuramento

Por estar ausente de Portugal em trabalho, para grande vergonha minha, perdi o meu quinto jogo ao vivo na nova Luz desde que ela foi inaugurada. Depois deste, deste, deste e deste, o jogo com público nº 505 também não teve a minha presença. Felizmente, não fiz muita falta, porque ganhámos ao Famalicão por 2-0 e seguimos para os oitavos-de-final da Taça de Portugal. Não me canso de repetir ad nauseam a ENORME vergonha que é termos três Taças de Portugal ganhas nos últimos 27(!!) anos, pelo que espero que levemos muito a sério esta edição.

Mantendo o Aursnes e o Morato nas laterais, e com o Tengstedt na frente, a nossa 1ª parte até foi agradável, com um número razoável de oportunidades, embora tenhamos igualmente permitido ao Famalicão acercar-se com perigo da baliza do Trubin. O Tengstedt esteve em particular evidência ao conseguir colocar-se em posição de marcar por mais de uma vez, mas a ver os seus intentos gorados quer pelo guarda-redes Luiz Júnior, quer pelos defesas. O Di María também teve um bom remate de pé direito ainda fora da área, mas o Luiz Júnior por mais uma vez impediu que marcássemos. Do outro lado, foi o Trubin a salvar-nos por duas vezes perante remates do Puma Rodríguez.

Na 2ª parte, a nossa produção baixou consideravelmente com inevitável repercussão na diminuição de oportunidades de golo. Uma cabeçada ao lado do Otamendi num livre e um remate do Rafa em que acertou mal na bola, depois de assistência do Aursnes na direita, foram as únicas verdadeiras oportunidades que tivemos. Começava a cheirar a prolongamento até que aos 72’ o Florentino abriu no Tengstedt na direita, depois de uma bola recuperada pelo Aursnes, aquele centrou largo para a área e o Riccieli antecipou-se à saída do guarda-redes e colocou a bola na sua própria baliza. Dois minutos depois, as coisas ficaram mais fáceis, com nova investida do Tengstedt na direita, a fazer com que o Otávio o derrubasse quando se ia isolar, resultando naturalmente num vermelho directo (azar onomástico, se fosse o outro e ainda jogasse cá, provavelmente veria amarelo...). O destino da partida ficou selado aos 77’ com o 2-0 através do Rafa, depois de assistência do João Mário na sequência de uma bola recuperada por este a meias com o João Neves. O nº 27 flectiu da esquerda para o meio e rematou cruzado sem hipóteses para o guarda-redes. Até final, o Schmidt ainda fez algumas substituições, tendo promovido o regresso do Kökçü depois de lesão e também do Tiago Gouveia, que continua a justificar mais minutos em campo, porque é dos poucos jogadores que temos a quebrar linhas.

Em termos individuais, destaque para o Tengstedt que esteve em dois lances fundamentais na nossa vitória: o primeiro golo e a expulsão. O João Neves, já se sabe, não consegue jogar mal, assim como o Aursnes, que esteve bastante activo na direita. O Morato na lateral-esquerda não resulta em jogo em casa em que temos maioritariamente de atacar, porque simplesmente... não vai à linha dado que... é defesa-central! Era bom que o Schmidt percebesse isso. O João Mário lá continua com o seu lugar cativo no onze, apesar de continuar a funcionar a diesel. Do século passado. A única coisa que fez de jeito em 90’ foi ter participado na jogada do segundo golo. Já o Trubin, foi importante na manutenção a zeros da nossa baliza.

Iremos ter hoje o sorteio dos oitavos-de-final da Taça, mas teremos de elevar o nosso nível de jogo se quisermos chegar ao Jamor.

segunda-feira, outubro 23, 2023

Em frente na Taça

Vencemos o Lusitânia nos Açores por 4-1 na passada 6ª feira e apurámo-nos para a 4ª eliminatória da Taça de Portugal. Ao contrário da época passada, encarámos esta partida com outro nível de concentração e não passámos por sobressaltos. Claro que também ajudou o facto de o Roger Schmidt só ter deixado de fora os jogadores que estiveram nas selecções nacionais.
 
Inaugurámos o marcado logo aos 9’ através do João Mário, de calcanhar, depois de assistência do Aursnes. O mais complicado foi feito relativamente cedo, o que me tranquilizou até porque não parava de chover nos Açores e perspectivava-se que o relvado começasse a ficar pesado, o que teoricamente não nos favoreceria. Aos 36’, aumentámos a vantagem através do Rafa, a corresponder muito bem à assistência do Chiquinho, que o isolou. Como nesta eliminatória ainda não há VAR, pudemos festejar os golos à vontade e não tivemos de esperar pela confirmação de que o Rafa estava mais do que em jogo. Em cima do intervalo e na sequência de um canto, o Aursnes teve uma paragem cerebral e saltou à bola com os braços esticados, tendo atingido um adversário. O óbvio penalty foi convertido pelo Ferrara e fomos para o descanso com a vantagem mínima, quando tudo já deveria estar decidido.
 
Na 2ª parte, entraram o Gonçalo Guedes e o Jurásek para os lugares do apagado Tengstedt e do Bernat. O Lusitânia começou a acusar o facto de estar num campeonato inferior ao nosso e as pernas foram cedendo, não lhes permitindo quase passar do meio-campo. Nós fomos pressionado mais, tivemos algumas oportunidades e acabámos por fazer o 3-1 aos 68’ na estreia do Arthur Cabral a marcar pelo Benfica: assistência do Gonçalo Guedes e o avançado brasileiro picou a bola por cima do guarda-redes, tendo esta ainda batido no poste antes de entrar. O Guedes ainda viu dois golos seus invalidados (um por fora-de-jogo e outro por falta sobre o defesa), mas fechámos a contagem aos 87’ num óptimo golo do Tiago Gouveia, entretanto entrado, que correu desde o meio-campo, bateu um defesa e também picou a bola sobre o guarda-redes.
 
Em termos individuais, o João Neves encheu o campo todo. O Guedes entrou muito bem na 2ª parte e deu um dinamismo que o Tengstedt não conseguiu. Também o Jurásek me parece com melhor pedalada neste momento do que o Bernat, mas nenhum deles nos vai deixar de ter saudades do Grimaldo... O Arthur Cabral lá marcou finalmente, mas não acho de todo que esteja em condições de assumir a titularidade, até porque o Musa é muito mais dinâmico do que ele, especialmente quando se trata de dar luta aos defesas.
 
O nosso histórico na Taça de Portugal no último quarto de século é algo que não pode deixar de nos envergonhar enquanto benfiquistas. Gosto muito que o nosso treinador tenha percebido isso (especialmente depois da estreia miserável com o Caldas na época passada) e tenha dito que quer ir ao Jamor em Maio. Eu também!