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sexta-feira, junho 27, 2014

Vitória insuficiente

Vencemos o Gana por 2-1 e a Alemanha ganhou aos EUA por 1-0, mas ficaram a faltar-nos três golos para podermos seguir em frente no Mundial. Golos esses que poderiam ter surgido todos nos últimos 15', quando o Cristiano Ronaldo teve três excelentes hipóteses para facturar.

Foi a nossa menos má exibição, o que não chega para apagar uma campanha decepcionante. Tivemos sorte ao inaugurar o marcador num autogolo aos 31', mas o Gana empatou aos 57' e deitou por terra todas as (poucas) esperanças que tínhamos. Numa réstia de orgulho, ainda chegámos à vitória aos 80' no único golo do C. Ronaldo neste Mundial.

Isto começou a correr mal logo desde início com as dúvidas acerca da lesão do C. Ronaldo. Depois vieram todas as outras lesões musculares a levantarem muitas suspeitas quanto à preparação da equipa. No jogo com a Alemanha, houve alguns jogadores a perderem a cabeça e outros que nem entraram com ela no jogo. Contra os EUA, a defesa foi uma desgraça (simplesmente não me consigo esquecer da movimentação do Bruno Alves no 2º golo). Ontem, perante os ganeses, o mal já estava todo feito e era muito improvável conseguirmos dar a volta. Apesar de algumas opções do Paulo Bento serem incompreensíveis, também não deixa de ser verdade que não houve um único(!) jogador da selecção que pudéssemos dizer "está em forma". E, quando assim é, os milagres não abundam e a aventura brasileira terminou muito mais cedo do que o previsto.

segunda-feira, junho 23, 2014

Desilusão

Empatámos com os EUA (2-2) e só um milagre nos permitirá passar à segunda fase do Mundial. Já tivemos um meio-milagre que foi conseguir empatar o jogo aos 94’, caso contrário a última partida frente ao Gana serviria mesmo só para cumprir calendário. Assim, ainda dará para não fazermos já companhia à Espanha e à Inglaterra.

Até entrámos bem no jogo com um golo logo aos 5’ pelo Nani. Só que os EUA vieram para cima de nós e tivemos sorte em não sofrer nenhum golo até ao intervalo, porque o Miguel Veloso fazia figura de corpo presente a trinco e os americanos conseguiram rematar uma série de vezes de fora da área sem oposição. Com o William Carvalho no banco, não se percebe esta insistência do Paulo Bento… Perto do fim da 1ª parte, o Nani atirou ao poste e o Éder não acertou bem na bola na recarga permitindo a defesa ao Tim Howard. Claro que, à semelhança do primeiro jogo, tivemos mais um par de lesões musculares (Postiga e André Almeida), o que não pode deixar de levantar muitas dúvidas acerca da preparação da equipa (digam-me outra selecção que tenha tido tantos problemas musculares em tão pouco tempo…).

Na 2ª parte, lá entrou o William Carvalho para o lugar do lesionado André Almeida, mas o Miguel Veloso na lateral-esquerda continuou a ser uma desgraça. Não conseguimos meter um ou outro contra-ataque que nos teria permitido matar o jogo e a igualdade surgiu aos 64’ num remate fora da área depois de um canto, em que o Nani não aliviou bem e depois não saiu ninguém na dobra. Percebeu-se logo que seria muito complicado ganharmos, mas mesmo assim ainda tivemos um ou outro lance em que poderíamos ter feito melhor, porém o Éder esteve desastrado (eu acho-o melhor que o Postiga e Hugo Almeida, mas quando se diz que ele pode ser o substituto do Cardozo até fico com suores frios…! Meu rico Tacuara!). Aos 81’, o Bruno Alves confundiu o relvado com um areal brasileiro e ficou deitado na pequena-área mais tempo do que seria desejável colocando em jogo o Dempsey que, com a barriga, fez o 1-2 para os EUA. Inacreditável! Já estávamos praticamente a fazer as malas, quando o Cristiano Ronaldo fez a única coisa de jeito no jogo todo e centrou largo para o Varela marcar um bom golo de cabeça e impedir a qualificação directa dos EUA, dando-nos uma réstia de esperança.

Quando o melhor de Portugal é o Ricardo Costa, isto diz praticamente tudo acerca da nossa exibição. Tirou uma bola em cima da linha ainda com 1-0 para nós e foi dos poucos a mostrar alguma garra. O Nani também não esteve mal, embora longe da sua melhor forma. O André Almeida não comprometeu a lateral-esquerdo, mas saiu por lesão ao intervalo. E o Varela merece destaque pelo golo do empate. Todos os outros estiveram muito sofríveis, com realce para a não-existência do Miguel Veloso e do Raul Meireles. O Moutinho melhorou ligeiramente em relação à Alemanha, mas está irreconhecível.

E, pronto, preparamo-nos para voltar para casa sem honra nem glória. As culpas terão de ser repartidas por algumas pessoas e não acho que o Paulo Bento seja o grande culpado de tudo. Mas esse balanço será feito depois do último jogo. Não acredito num milagre por duas razões: lembro-me do Alemanha – Áustria do Mundial de 82 e um empate entre alemães e americanos qualificam os dois (e não é preciso dizer quem é o treinador dos EUA…); mas principalmente não acredito que nós ganhemos ao Gana (e muito menos por uma grande diferença de golos).

segunda-feira, junho 16, 2014

Descalabro

Esta selecção já entrou para a história com o pior resultado em fases finais de grandes competições. Perdemos 0-4 com a Alemanha e perdemos muito bem.

Tirando dois remates relativamente perigosos nos primeiros cinco minutos, a nossa exibição foi confrangedora. Sofremos golos aos 12 (penalty do João Pereira), 32, 45’ e 78’, o Mundial acabou para o Fábio Coentrão, o Hugo Almeida e o Rui Patrício também se lesionaram (nestes dois casos, não sei se será necessariamente mau…), mas ainda são recuperáveis para os jogos a eliminar (se lá chegarmos), e o Pepe mostrou onde foi formado e cabeceou o Müller aos 37’, sendo naturalmente expulso. Como se não bastassem todas estas vicissitudes negativas, temos jogadores a anos-luz da sua melhor forma (o caso mais evidente é o Moutinho) e outros que, sendo medianos e com mais dois anos em cima, não conseguem dar a mesma resposta de 2012 (Miguel Veloso e João Pereira, por exemplo).

O Paulo Bento, de quem continuo a gostar (se o homem era bestial por ter feito com que este conjunto de jogadores medianos chegasse ao 3º lugar do Europeu, não é este resultado que o torna automaticamente uma besta), vai ter mesmo que deixar o seu conservadorismo na gaveta e fazer alterações para o jogo com os EUA. Não se percebe porque é que o William não foi titular e, já agora, o Éder, que foi dos mais esforçados frente aos alemães, depois de substituir o Hugo Almeida. No meio-campo, eu também colocaria o Ruben Amorim em vez o Meireles ou do Moutinho. Tem que se tentar fazer qualquer coisa diferente, porque qualquer resultado que não a vitória frente aos norte-americanos, deixar-nos-á quase de certeza de fora do Mundial.

P.S. – Contestámos muito o Sr. Milovan Ristic da Sérvia, mas o seu erro clamoroso (penalty evidente sobre o Éder) aconteceu já com 0-3 no marcador… O penalty contra nós e a expulsão aceitam-se.