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quarta-feira, maio 28, 2025

Desilusão e roubo – parte II

Perdemos frente à lagartada no Jamor no passado domingo (1-3) e ainda não foi desta que voltámos a ganhar a Taça de Portugal. Continuamos, portanto, a aumentar o nosso vergonhoso histórico de apenas três taças ganhas nos últimos 29 anos. No entanto, em relação a este jogo há muito para dizer e não é obviamente por acaso que o post tem o mesmo título do encontro frente ao Arouca. Foi mais do mesmo.

O Bruno Lage surpreendeu ao manter o Samuel Soares na baliza (tal como nos outros jogos da Taça de Portugal) e o Bruma na direita, em vez do Di María, que tinha entrado bem frente ao Braga. A outra alteração foi a entrada do Dahl para o lugar do Leandro Barreiro, dado que o Aursnes ainda não estava a 100% (e foi para o banco). Entrámos bem no jogo e a 1ª parte foi toda nossa, com algumas boas oportunidades, nomeadamente um remate do Pavlidis, que o guarda-redes Rui Silva defendeu para o poste, e outro do Bruma que foi desviado por um defesa e passou a rasar a barra. Já tínhamos tido um penalty assinalado a nosso favor logo aos 12’, mas o VAR Tiago Martins anulou-o por um fora-de-jogo do Kökçü de 20 e tal centímetros. Digo isto desde sempre e não é de agora: esta questão das linhas é ridícula e só estraga o futebol. Por mim, via-se a imagem e, havendo dúvidas, beneficiava-se a equipa que ataca, como se fazia antes do VAR. Ponto final. É uma estupidez anularem-se golos por poucos centímetros, quando é óbvio que o jogador não tirou proveito nenhum dessa putativa vantagem. Em relação a ataques da lagartada, só em cima do intervalo o inevitável Gyökeres teve um remate que o Samuel Soares encaixou sem dificuldade.

A 2ª parte não poderia ter tido um início mais forte da nossa parte. Marcámos logo aos 47’ num grande remate rasteiro de fora da área do Kökçü. Aos 50’, metemos novamente a bola na baliza pelo Bruma, depois de uma tabela maravilhosa com o Pavlidis, com um remate desviado do Rui Silva à sua saída. No entanto, o VAR Tiago Martins conseguiu descobrir uma pretensa falta do Carreras sobre o Trincão no início da jogada, quando o nosso jogador toca na bola primeiro...! O Sr. Luís Godinho, ao contrário do que fez o Sr. António Nobre frente ao Arouca, por exemplo, resolveu seguir a indicação do VAR Tiago Martins e literalmente roubar-nos o golo! Inacreditável! Sentimos imenso essa decisão da arbitragem e não fomos tão afoitos a tentar resolver o jogo com um segundo golo. No entanto, estivemos muito bem em termos defensivos e não permitimos que a lagartada criasse situações difíceis para o Samuel Soares. O Bruno Lage começou a fazer substituições e, por volta dos 70’, colocou o Renato Sanches e o Schjelderup, fazendo sair os turcos, sendo que o Kökçü estava tocado. Pouco antes dos 80’, substituiu o Tomás Araújo e Pavlidis (este de um modo incompreensível, dado que estava a conseguir manter a posse de bola e fazer a equipa defender mais à frente) pelo Aursnes e Belotti. O italiano teve uma boa oportunidade para marcar, mas o Rui Silva defendeu para canto. Entretanto, por causa de algumas entradas em campo da nossa equipa médica, o Sr. Luís Godinho resolveu dar 10’ de compensação! Pena foi que o Sr. João Pinheiro não tenha feito o mesmo na Luz frente à lagartada há umas semanas...! A meio desse período, aconteceu o lance que vai ser falado por muitos e longos anos: numa jogada perto da bandeirola de canto, o Belotti caiu no meio de uma disputa de bola com o Maxi Araújo e Matheus Reis e é agredido pelos dois! O uruguaio dá-lhe uma cotovelada na cabeça e o brasileiro pisa-lhe a nuca! De uma maneira que só se entende por ser propositada, o VAR Tiago Martins não chamou o árbitro e deixou-os continuar em campo. É absolutamente impossível, a não ser por evidente má-fé e intenção de roubar o Benfica, que não tenha visto o que se passou. Impossível! Continuávamos a controlar a partida, mas no último desses 10’ de compensação cometemos o mesmo erro do jogo frente ao Arouca e permitimos um contra-ataque adversário! Tivemos mais de uma ocasião para cortar a jogada com uma falta, pelo Florentino e António Silva, este perante o Gyökeres, que o ultrapassou e foi abalroado pelo Renato Sanches já na área. Foi uma falta difícil de perceber, porque foi por trás, sem hipótese de disputar a bola, quando o sueco ainda tinha o Otamendi pela frente! Que intervenção tão idiota! No inevitável penalty, o Gyökeres rematou de um modo que nenhum guarda-redes no mundo conseguiria lá chegar. Íamos para prolongamento com o momentum todo do lado da lagartada.

Até nem entrámos mal neste período, com o Leandro Barreiro, que tinha substituído o Bruma no início da compensação, a optar mal por fazer uma tabelinha com o Schjelderup, quando poderia ter rematado à baliza. No entanto, a sorte do jogo não estava de todo do nosso lado e, num livre para a área aos 99’, o Harder saltou mais alto do que toda a nossa defesa e fez o 1-2 de cabeça. O Bruno Lage fez entrar o Di María pouco depois, mas foi a vez de a lagartada fazer antijogo e não permitir que se jogasse grande parte do prolongamento. Um grande remate do Di María ligeiramente por cima da barra foi a melhor oportunidade que tivemos, mas foi a lagartada a fazer o 1-3 final em cima dos 120’ pelo Trincão.

Em termos individuais, o Florentino foi de longe o melhor jogador do Benfica. O Pavlidis também foi dos que mais se destacaram e não se percebe esta mania de o Bruno Lage o substituir sem o jogo estar decidido a nosso favor... Apesar de não ter estado nada de acordo com a sua titularidade num jogo tão decisivo, o Samuel Soares não esteve nada mal, sendo muito seguro nas bolas aéreas, embora eu não goste nada de guarda-redes que se põem a fintar adversários... (E fê-lo por duas vezes!). O Renato Sanches não tinha entrado nada mal, mas o penalty escusado e idiota mancha completamente a sua exibição.

Terminámos da pior maneira a temporada, com não-vitórias nos últimos três jogos que nos custaram os dois principais títulos. E perdemo-los de maneira semelhante: a permitir contra-ataques do adversário nos últimos minutos de compensação, quando estávamos em vantagem no marcador! Temos, de longe, o melhor plantel do futebol português e acabar a época com apenas um título (e o menos importante deles todos), a Taça da Liga, é muito frustrante. No final da partida, o Rui Costa veio finalmente insurgir-se contra a arbitragem, mas é manifestamente tarde demais. Temos muitas culpas próprias, mas fomos prejudicados de maneira evidente em lances decisivos. Há muito que reflectir para a próxima época, em que teremos de disputar as pré-eliminatórias de acesso à Champions. No entanto, antes disso teremos o Mundial de Clubes em que iremos colocar o nosso prestígio à prova.

sexta-feira, abril 25, 2025

Na final

Confirmámos na passada 4ª feira a passagem à final da Taça de Portugal com nova vitória frente ao Tirsense, desta feita por 4-0. Com a eliminatória decidida na 1ª mão, os habituais suplentes tiveram nova oportunidade de se mostrar, mas não a aproveitaram muito bem e o jogo foi menos conseguido do que o anterior.
 
Apesar de estar no quarto escalão do futebol português, o Tirsense apresentou-se bem organizado na defesa e quase conseguiu chegar ao intervalo com a baliza a zeros, o que seria um enorme feito. Para isso muito contribuiu o ritmo lento que imprimimos ao jogo, com as oportunidades a escassear: um cabeceamento do Barreiro ao segundo poste num canto com a bola a tocar ainda no ferro e remates do Arthur Cabral e Tiago Gouveia defendidos pelo guarda-redes Tiago Gonçalves foram as únicas ocasiões que tivemos antes do golo em cima do intervalo, num desvio do António Silva a um remate do Leandro Barreiro na sequência de um canto.
 
Esperava-se uma quebra física dos homens de Santo Tirso na 2ª parte, mas nós não a aproveitámos para melhorar o nível exibicional, apesar de termos aumentado um pouco o ritmo. Logo no reinício, o Schjelderup teve um falhanço quase na cara do guarda-redes depois de centro do Bruma e foi só novamente a entrada do Prestianni que voltou a mexer com a partida, tal como no jogo da 1ª mão. O argentino, da primeira vez que tocou na bola, colocou o também entrado Amdouni em boa posição, mas o remate deste saiu ao lado. O Belotti num desvio na pequena-área e o Dahl num livre voltaram a pôr o Tiago Gonçalves à prova, mas foi já perto do final (74’) que conseguimos aumentar a vantagem num desvio do Bajrami ao segundo poste num canto, fazendo assim o seu primeiro golo com a camisola do Benfica. Pouco depois, aos 78’ o Samuel Soares(!) fez uma abertura fantástica para o Tiago Gouveia e este assistiu o Belotti para o 3-0. Já depois dos 90’, fechámos o marcador num novo canto com um golo do Leandro Barreiro numa recarga ao segundo poste, depois de cabeceamento do António Silva defendido pelo guarda-redes.
 
Em termos individuais, achei o Belotti muito comprometido com o jogo, apesar do adversário, e o Schjelderup na 1ª parte também foi dos melhores. A seguir ao intervalo, destaque para o Prestianni, que infelizmente deverá ter-se despedido dos adeptos, porque duvido que volte a jogar até final da época. Aliás, não só não se percebe esta (pouca) utilização do argentino, como mesmo neste jogo o Bruno Lage, que o tinha feito entrar aos 62’, empurra-o para lateral-direito a partir dos 80’, quando estreia o Hugo Félix na equipa principal. Incompreensível...! O Samuel Soares não teve muito trabalho defensivo, mas teve participação directa num dos golos.
 
Iremos defrontar a lagartada na final da Taça, depois de os defrontarmos também no campeonato. Vai ser um final de época muito quentinho, mas temos impreterivelmente de começar a mudar o nosso vergonhoso histórico de três taças de Portugal ganhas nos últimos 28 anos...

sábado, abril 12, 2025

Regresso ao Jamor

Goleámos na passada 4ª feira o Tirsense (5-0) em Barcelos na 1ª mão da meia-final da Taça de Portugal e, sejamos sinceros, só o maior escândalo da história do futebol mundial (uma equipa da 4ª divisão eliminar o 1º classificado da 1ª divisão numa eliminatória a duas mãos) nos tiraria de voltarmos a disputar uma final da Taça de Portugal. Com uma equipa em que só dois jogadores alinharam em Mordor, fizemos um jogo muito sério e a vitória é incontestável.
 
No entanto, a primeira oportunidade foi para o Tirsense, mas felizmente dois jogadores desentenderam-se na altura de rematar à baliza na sequência de um ressalto num livre e a bola acabou tranquilamente nas mãos do Samuel Soares. Inaugurámos o marcador aos 16’ num autogolo de um defesa, depois de um cruzamento do Dahl para a área. O 0-2 surgiu aos 26’ num excelente cruzamento de primeira do Schjelderup para o João Rêgo atirar, também de primeira, sem hipóteses para o guarda-redes.
 
Na 2ª parte, o Tirsense passou mais vezes do meio-campo, mas sem nunca criar verdadeiro perigo, enquanto nós aumentámos o ritmo especialmente depois das substituições, aos 65’, com as entradas do Arthur Cabral, do Tiago Gouveia (regressado após demorada lesão) e, especialmente, do Prestianni, que partiu tudo em apenas 25’ em campo. Logo aos 68’, o jovem argentino marcou um golão, depois de uma assistência fantástica do Schjelderup, que o descobriu isolado na área, quando estava perto da linha lateral. Aos 72’, foi a vez de o Arthur Cabral regressar aos golos, num remate de primeira a bom cruzamento do Tiago Gouveia. E, aos 84’, fechámos a contagem noutra excelente iniciativa do Prestianni, que assistiu o Schjelderup para um remate rasteiro colocado já dentro da área.
 
Em termos individuais, o Schjelderup com duas assistências e um golo foi o homem do jogo. Não percebo a razão de o Lage não gostar muito dele, dado que, pelo que produz em campo, merecia muito mais tempo em campo. Quando foi titular, era invariavelmente o primeiro a sair à passagem da hora de jogo. Incompreensível... Também em relação ao Prestianni, é evidente que o Lage não morre de amores por ele, já que o argentino não jogava na equipa principal desde... Setembro! Espero que, com esta exibição em tão pouco tempo de jogo, as coisas mudem rapidamente. O resto da equipa esteve q.b., com o Samuel Soares a parecer mais seguro do que quando apareceu na equipa.
 
A 2ª mão daqui a duas semanas será uma mera formalidade, mas servirá novamente como uma oportunidade para toda esta gente justificar envergar o manto sagrado. À semelhança deste jogo, espero que isso seja aproveitado da melhor maneira.

sábado, março 01, 2025

A caminho do Jamor

Vencemos o Braga (1-0) na Luz na passada 4ª feira e qualificámo-nos para as meias-finais da Taça de Portugal, onde iremos defrontar o Tirsense do Campeonato de Portugal. Dado que é um adversário do quarto escalão do futebol nacional, que está a lutar para não descer às distritais e que é uma eliminatória a duas mãos, era só o que mais faltava não irmos à final da Taça em Maio. Seria o maior escândalo da nossa história.

Sabedor que este era verdadeiramente o jogo que decidida a ida à final, o Bruno Lage voltou a apostar na equipa mais forte, com as novidades Dahl e Bruma em vez dos habituais Leandro Barreiro e Schjelderup (de quem decididamente o Lage não gosta muito...). Entrámos muito bem na partida e o Aktürkoğlu atirou ao poste, depois de um bom lance individual, com o Pavlidis a não conseguir marcar na recarga. Pouco depois, o Braga teve a única verdadeira oportunidade numa cabeçada do Racic num canto que saiu a rasar o poste, num lance em que o António Silva foi, à semelhança de muitos outros iguais, mais uma vez batido... O Bruma ainda meteu a bola na baliza, mas o Pavlidis estava fora-de-jogo no decurso da jogada e o guarda-redes Horníček defendeu um remate do Aktürkoğlu, bem desmarcado pelo Kökçü, até que aos 38’ marcámos finalmente num bom remate do Pavlidis de fora da área, depois de uma assistência do Dahl, que a aproveitou um mau passe do Paulo Oliveira. Era um golo mais do que merecido tamanhas foram as oportunidades que tivemos e, em cima do intervalo, foi o Kökçü a não conseguir desviar quase sobre a linha um centro do Carreras. Ou seja, deveríamos ter chegado ao descanso com a eliminatória resolvida e o jogo ainda ficou em aberto.

Na 2ª parte, o ritmo não foi tão elevado, mas tivemos uma soberana ocasião para fechar a partida, pouco depois do reinício,  com o Bruma isolado pelo Carreras a permitir a defesa do Horníček. Logo a seguir, foi o Pavlidis a não conseguir acertar bem na bola depois de um centro do Aktürkoğlu, que desviou num defesa. O extremo Roger era o jogador mais perigoso do Braga, mas conseguimos controlá-los minimamente e não permitimos grandes chances para marcarem. Foi, aliás, nossa a melhor ocasião até final, com o entretanto entrado Schjelderup a ter uma boa jogada individual, culminada com um remate defendido pelo guarda-redes, mas o norueguês deveria ter dado para o lado, porque o Belotti estava isolado... Não merecíamos ter ansiado tanto pelo final do jogo pelas enormes oportunidades que tivemos para o resolver mais cedo.

Em termos individuais, o Pavlidis merece destaque por ter decidido a eliminatória. O Kökçü também esteve em bom plano, especialmente na 1ª parte, juntamente com o Aktürkoğlu na direita. O Dahl não esteve tão bem como em partidas anteriores, mas existem já poucas dúvidas sobre termos de exercer a opção de compra. O Bruma fez o jogo mais fraco desde que está no Benfica, o Otamendi esteve imperial na defesa e o Samuel Soares acabou por ter pouco trabalho.

Teremos agora uma semana para preparar o Barcelona, dado que a ida ao Gil Vicente foi adiada para o final do mês. Mas convém não nos esquecermos que o campeonato (e a Taça) são as nossas prioridades.

quarta-feira, janeiro 15, 2025

Difícil

Vencemos ontem o Farense no São Luís por 3-1 e apurámo-nos para os quartos-de-final da Taça de Portugal. Depois de irmos para o intervalo a perder e a jogar muito pouco, facto que me assustou bastante, na etapa completamente demos um resposta convincente, potenciada pelo facto de termos dado a volta ao marcador relativamente cedo e em apenas dois minutos.

Com um intervalo muito curto entre jogos, o Bruno Lage fez algumas alterações na equipa com as entradas do Samuel Soares, Bah, Leandro Barreiro e Arthur Cabral em relação à partida da final da Taça da Liga. Até nem começámos mal, com uma iniciativa do Schjelderup pela esquerda, que centrou para o Di María rematar de primeira no lado direito, ligeiramente por cima. Seria um golão de fazer levantar o estádio. À semelhança do jogo para o campeonato, sofremos um golo muito cedo (7’) numa cabeçada do Tomané num canto, lance em que o António Silva não saltou com suficiente convicção e foi batido no ar. Até ao intervalo, revelámos grandes dificuldades em criar perigo, dado que o Farense se fechava muito bem na defesa e nós, com três trincos, não circulávamos a bola com suficiente rapidez. Para piorar o cenário, o Di María saiu ainda antes dos primeiros 45’, com queixas musculares. Aliás, não se percebe como é que o Lage o colocou a titular com tantos jogos próximos e agora arriscamo-nos a que não esteja disponível contra o Barcelona... Entrou o Amdouni para o seu lugar perto do intervalo, mas não teve grande impacto no jogo.

A 2ª parte foi felizmente bastante diferente. Revelámos muito mais intensidade, com uma pressão maior sobre o adversário, mas, ao contrário da primeira, foi a nossa baliza a ver perigo rondar nos minutos iniciais, valendo-nos o instinto do Samuel Soares a um recarga depois de um livre para nossa área. No entanto, aos 56’, o jogo começou a mudar com outro excelente golo do Schjelderup, numa iniciativa pela esquerda em que passou por um defesa e rematou forte e colocado, sem hipóteses para o guarda-redes Ricardo Velho. Dois minutos depois, passámos para a frente numa bela jogada do Carreras pela esquerda, que centrou largo para o Arthur Cabral ter um bom domínio, deixar a bola rolar e rematar cruzado, também sem hipóteses para o guarda-redes. O Farense acusou naturalmente o golo e a partida ficou praticamente decidida quatro minutos depois, aos 62’, com o 3-1 pelo Bah, depois de uma jogada iniciada por ele, com insistência do Arthur Cabral, que rematou de ângulo difícil para defesa do Ricardo Velho, e o acompanhamento da jogada pelo Bah, que atirou por baixo do corpo do guarda-redes. Até final, fomos conseguindo controlar a partida, sem conceder grandes chances ao Farense e com o Bruno Lage a ir aproveitando para rodar um pouco a equipa.

Em termos individuais, o Schjelderup voltou a ser de longe o melhor e está cada vez mais entrosado com a equipa. O Arthur Cabral merece igualmente destaque por ter tido participação direta em dois dos golos. O Florentino também se exibiu em bom plano, nunca dando muitas veleidades ao meio-campo adversário. De resto, todos os outros subiram de produção da primeira para a 2ª parte e a nossa vitória foi mais do que justa.

Iremos receber o Braga nos quartos-de-final e, se passarmos, uma equipa do Campeonato de Portugal nas meias. Ou seja, temos mais do que obrigação de chegar à final para tentar começar a reverter esta vergonha inominável de termos ganho três taças nos últimos 28 anos...

segunda-feira, novembro 25, 2024

Magia total

Goleámos no sábado o E. Amadora por 7-0 na Luz e qualificámo-nos para os oitavos-de-final da Taça de Portugal. Mas este jogo vai ficar lembrado para todo o sempre pelo hat-trick nos primeiros 18’ de jogo de um jogador absolutamente genial que tivemos o privilégio de ter querido regressar ao Benfica na parte final da sua carreira. O que o Di María fez neste jogo não há muitos jogadores na história do futebol que tenham conseguido fazer. Qualquer um dos três golos que marcou é muito bom, mas claro que o segundo, um pontapé-de-bicicleta que deixou meio estádio com as mãos na cabeça, entra no rol dos melhores golos de sempre que tivemos a fortuna de ver no nosso estádio. Quando me perguntam “mas tu não falhas mesmo um jogo do Benfica na Luz?”, não, falho, porque se por acaso não tivesse visto uma obra-prima como aquela ao vivo, não me perdoaria para todos o sempre!

Quero acreditar que não foi só por estar a defrontar uma equipa da I Liga que o Bruno Lage não fez assim uma rotação tão grande na equipa. Espero que a lição do Pevidém e depois do Feyenoord tenha servido para alguma coisa, porque a equipa titular não teve andamento para os holandeses, dado que quase ninguém tinha jogado na Taça no fim-de-semana anterior (isto e a rábula do nevoeiro na Choupana na semana antes da anterior pausa para as selecções). As maiores novidades no onze foram o Samuel Soares e o Arthur Cabral, dado que o António Silva e o Beste são mais utilizados. Não poderíamos ter entrado melhor, com o Di María a começar o seu show aos 2’ na sua jogada típica de puxar a bola para o pé esquerdo estando na direita e disparando sem hipóteses para o guarda-redes Meixedo. Pouco depois, aos 5’, aconteceu o momento do jogo, com o Di María a tirar um adversário do caminho passando-lhe a bola por cima, e depois fazendo um pontapé de bicicleta A B S O L U T A M E N T E fabuloso! Costumo correr os meus companheiros de bancada a high fives a cada golo, mas neste só deu para ficar com as mãos na cabeça em total estado de incredulidade! Que perfeição absoluta! Por mim, o jogo poderia acabar logo ali aos 5’, porque depois daquilo era impossível melhorar! Para completar uma exibição memorável, aos 18’ o génio argentino fez o 3-0, de pé direito, num lance que seria invalidado se houvesse VAR, porque o Di María estava fora-de-jogo na recuperação de bola do Bah. O E. Amadora ficou naturalmente um pouco abananado depois disto, mas mesmo assim ainda conseguiu colocar o Samuel Soares à prova por duas vezes, com magníficas defesas. Se o Di María se destacou pela positiva, o Arthur Cabral teve um jogo agridoce. Até aos intervalo, falhou dois golos certos, em que só tinha de encostar, depois de cruzamentos na direita. Um deles, porque resolveu dar de calcanhar em vez de fazer um remate simples...!

Ao intervalo, o E. Amadora fez algumas substituições e surgiu mais afoito na 2ª parte. Nós também trocámos o apagado Beste pelo Aktürkoğlu. Mas foi novamente o Samuel Soares a destacar-se numa saída corajosa e muito boa aos pés de um adversário, depois de um cruzamento, que evitou um golo certo. Do nosso lado, à incredulidade pelo que fez o Di María nos primeiros 45’, juntou-se a incredulidade pelo que fez o Arthur Cabral no jogo todo. Se os falhanços na 1ª parte foram incríveis, os da 2ª conseguiram ser piores! Por duas vezes, esteve completamente sozinho à frente do guarda-redes e nem sequer acertou na baliza! Então, o quarto falhanço parecia que era para os Apanhados...! O Di María lá teve de entrar novamente em acção, num lance começado curiosamente pelo Arthur Cabral, e assistiu o Aktürkoğlu aos 59’ para o 4-0. O Bruno Lage começou a rodar a equipa e o Amdouni também molhou a sopa perto do final aos 81’, num lance muito parecido ao quarto falhanço do Arthur Cabral, mostrando-lhe como se faz. A assistência do Kökçü, que também tinha entrado, foi também fabulosa. Já tínhamos esgotámos as substituições ao 15’ do fim, mas o Bruno Lage fez muito bem em não tirar o Arthur Cabral que, apesar dos quatro(!) golos certos falhados, continuava a pedir a bola e a não se esconder do jogo. Comentei com os meus colegas de bancada que o jogo só acabaria quando o Arthur Cabral marcasse. Entretanto, a habitual mini-debandada de pessoas que acham que os jogos só têm 80’ já tinha começado... Estando na altura 5-0, eu bem as avisei no gozo que iriam perder o sétimo golo... Mas assim aconteceu! Depois de tanto falhanço, acrescido de um remate que o guarda-redes defendeu para canto, o Arthur Cabral lá marcou finalmente e que golão foi! Outro pontapé de bicicleta, depois de uma insistência do entretanto entrado Schjelderup aos 86’. O estádio e os colegas festejaram muito um golo que parecia que estava enguiçado. Em cima dos 90’, ainda deu para ele bisar, fazendo o 7-0 final, numa recarga a um remate do Florentino. O Sr. André Narciso devia estar com pressa para chegar a casa, porque não deu nem mais um segundo de compensação.

Individualmente, é óbvio que o destaque vai inteirinho para o Di María. Três golos e uma assistência falam por si. O Samuel Soares foi um dos que aproveitaram bem a oportunidade, ao efectuar três defesas muito boas. Também não desgostei do Rollheiser no lugar do Kökçü, embora sejam obviamente jogadores diferentes. Ao invés, o Aursnes terá feito dos piores 45’ pelo Benfica na 1ª parte, com imensos passes falhados, mas depois subiu de produção na 2ª. Quanto ao Arthur Cabral, foi a primeira vez que vi um ponta-de-lança do Benfica falhar quatro(!) golos feitos. Ou seja, se tivesse feito o que lhe competia, seria hoje notícia em todo o mundo por ter marcado seis golos! Só que não! De positivo acerca dele, o facto que já referi de não se ter ido abaixo com tanto falhanço e ter continuado activo no jogo. Teve a recompensa no final. Mas se o jogo não estivesse já resolvido, de certeza que não teria ouvido as palmas que ouviu...

Teremos nesta 4ª feira um desafio crucial na ida ao Mónaco para a Champions. Os franceses estão a fazer um óptimo campeonato, actualmente no 2º lugar, e não vai ser nada fácil. Mas não podemos de todo perder, caso contrário a qualificação para os play-off começa a ficar tremida.

P.S. – A provas nacionais pararam para a conclusão da Liga das Nações. Portugal goleou a Polónia por 5-1 em casa e depois empatou na Croácia (1-1), ficando em 1º lugar no grupo e indo defrontar agora a Dinamarca nos quartos-de-final desta competição. Nestas duas partidas, parece confirmar-se a tendência de que Portugal do Roberto Martínez só joga a alto nível em meia-parte de cada jogo. Frente aos polacos, a 1ª parte foi pavorosa e na 2ª marcámos cinco golos, com o Rafael Leão a inaugurar o marcador de cabeça, um bis do Cristiano Ronaldo (incluindo um de bicicleta), outro do Bruno Fernandes e o último do Pedro Neto. Na Croácia, foi ao contrário: a 1ª parte foi muito melhor do que a 2ª. O golo foi autoria do João Félix, num domínio delicioso depois de uma abertura igualmente magistral do Vitinha, e tivemos outras oportunidades para fechar o jogo, mas sofremos depois do intervalo e o empate acabou por ser merecido.

terça-feira, outubro 22, 2024

Pevidém

Vencemos no passado sábado o Pevidém em Moreira de Cónegos (2-0) e seguimos em frente, como se esperava, na Taça de Portugal. Não me cansarei de referir que esta prova é o melhor exemplo da nossa degradação futebolística dos últimos (largos) anos, dado que temos o vergonhoso histórico de três taças conquistadas nas últimas 28 temporadas, a última das quais já há sete épocas! Urge corrigir isso rapidamente!
 
Depois da fantochada do nevoeiro na Choupana, que nos fez adiar o jogo do campeonato antes da pausa para as selecções, apresentámo-nos nesta partida perante um adversário do Campeonato de Portugal basicamente com suplentes. Neste tipo de jogos, o primeiro golo costuma desbloquear as coisas e marcámo-lo logo aos 3’ através do Beste (a jogar a extremo-esquerdo), a corresponder bem a um centro do Kaboré na direita. Nem houve tempo para ficar nervoso, com este golo madrugador, que, no entanto, não nos galvanizou para uma boa exibição. A maioria dos jogadores não aproveitou para se constituir verdadeiramente como opção para o Bruno Lage. Até ao intervalo, ainda tivemos um bom remate do Arthur Cabral de fora da área, defendido pelo guarda-redes, e uma cabeçada do Tomás Araújo por cima num canto, que nos poderiam ter feito aumentar o marcador.
 
Na 2ª parte, o Bruno Lage colocou o Schjelderup em vez do apagado Amdouni e o norueguês teve uma ou outra boa iniciativa. Mas foi novamente o Beste a marcar, num lance em que o Arthur Cabral acabou por lhe fazer uma assistência involuntária para um remate colocado do alemão aos 75’. Púnhamo-nos assim a salvaguardo de qualquer imprevisto até final, porque já se sabe que um golo pode sempre surgir a qualquer momento (e todos nós nos lembramos do Caldas há duas épocas...). Até final, ainda deu para estrear o Gerson Sousa na equipa principal.
 
Em termos individuais, óbvio destaque para o Beste com um bis. O resto da equipa apresentou-se a um nível mediano, com o Samuel Soares a nem tocar na bola e o Arthur Cabral a desperdiçar a oportunidade de marcar pontos na discussão com o Pavlidis por um lugar na equipa.
 
Teremos amanhã a Liga dos Campeões de regresso, mas antes o sorteio da próxima eliminatória de uma caminhada que se espera que termine no Jamor com a taça.
 
P.S. – As competições nacionais pararam duas semanas por causa da Liga das Nações. Portugal terá feito das melhores exibições na era Martínez ao ganhar na Polónia por 3-1, com um grande jogo do Rafael Leão, mas três dias depois voltou à modorra do costume com um empate a zeros na Escócia. De qualquer forma, apurando-se duas selecções para os quartos-de-final, essa nossa qualificação só muito dificilmente nos fugirá.