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quinta-feira, julho 28, 2016

Torino na Eusébio Cup

Perdemos com o Torino nos penalties (5-6) depois de uma igualdade (1-1) nos 90’ e, pelo quarto ano consecutivo, a Eusébio Cup não fica em casa. Estamos muito beneméritos neste troféu, mas toda a gente se lembrou que, como nos três anos anteriores conquistámos o tri, pode ser que isto seja bom prenúncio para o tetra.

Esta partida estava carregada de simbolismo pelo que que passou a 4 de Maio de 1949, com o desastre de avião na Basílica de Superga que vitimou toda a comitiva do Gran Torino, tetracampeão italiano, que tinha acabado de defrontar o Benfica no dia anterior, por ocasião de uma homenagem ao nosso jogador Francisco Ferreira. Numa altura em que ainda não havia competições europeias, a nossa vitória por 4-3 foi um grande feito, mas o que se passou no dia seguinte ensombrou obviamente tudo o resto e foi uma das maiores tragédias de sempre do futebol mundial. Por todas estas razões, saúda-se calorosamente a ideia de convidar o Torino para a Eusébio Cup, porque uma grande equipa só tem grandeza se souber honrar a sua história. E, felizmente, nós sabemo-lo.

Em termos de futebol, ao contrário da partida frente ao Wolfsburgo, nesta estivemos uns furos abaixo. Marcámos logo aos 12’, num frango do guarda-redes do qual resultou um autogolo do Vives, mas este bom arranque inicial não teve seguimento no resto do jogo. O Torino empatou aos 32’ num livre do Ljajic (aplaudido, num gesto bonito, por grande parte do estádio). Apesar de ser um pouco longe da área e a bola ter sido bem colocada, acho que o Paulo Lopes poderia ter sido mais rápido a fazer-se ao lance. Na 2ª parte, destaque para dois remates mal enquadrados do Jiménez, quando estava em boa posição em ambas as ocasiões.

O Nelson Semedo e o André Horta, que tinham estado em evidência em encontros anteriores, mostraram-se muito discretos desta vez. Continuo a não ver nada do Cervi que justifique tanto entusiasmo aquando da sua contratação. Ao invés, o Carrillo, que entrou na 2ª parte, lá começou a mexer-se um pouco mais do que anteriormente e a sua produção subiu de maneira lógica. Assustei-me com o facto de o Jardel nem sequer estar no banco (é imprescindível que fique no plantel!), mas foi por causa de uma lesão. O Luisão, um dos poucos a jogar os 90’, subiu em relação a jogo anteriores.

Teremos mais um jogo contra o Lyon antes da Supertaça. Será o momento para vermos qual dos jogos foi uma excepção: se este ou se o frente ao Wolfsburgo.

P.S. – Voltando ainda à tragédia de Superga, em Itália decidiu-se que as equipas que defrontariam o Torino nas quatro jornadas até final do campeonato desse ano jogariam com os juniores por uma questão de respeito, já que o Torino não tinha outra hipótese que não alinhar com eles. Mas o Torino também estava envolvido na primeira edição da Taça Latina em 1949 (que viria a ser ganha por nós na época seguinte), em que se defrontavam os campeões de Portugal, Itália, Espanha e França. Nas meias-finais, cabia-lhe defrontar o campeão português desse ano. E hoje em dia ainda se encontra esta pérola num site da internet ligado a esse clube: “Foi pois num clima de alguma hostilidade, resultante também de uma natural solidariedade e simpatia despertada pelos italianos, que o Sporting garantiu o seu lugar na Final.” Convinha era contar a história completa e acrescentar que a essa “hostilidade” não será alheio o facto de, demonstrando grande espírito competitivo e vontade de vencer, ter sido o único clube que não teve problemas em alinhar com a sua equipa principal (onde pontificavam os cinco violinos) perante os juniores do Torino... Que grandeza...!

segunda-feira, julho 25, 2016

Melhorias

Vencemos o Wolfsburgo por 2-0 na melhor exibição da pré-temporada, que curiosamente surgiu perante o adversário mais difícil até agora. Os golos aconteceram na 2ª parte, mas já na 1ª tínhamos dado mostras de alguma dinâmica, com boas combinações atacantes.

Na equipa que iniciou o jogo, destaca-se a aposta no André Horta e no Cervi, mas enquanto o português foi dos melhores em campo (fabuloso o passe a desmarcar o Gonçalo Guedes para este assistir o Mitroglou para o 1-0 aos 63’), o argentino, apesar do bom toque de bola, ainda não estará adaptado (espero que seja só isso, porque por enquanto ainda não vi nada de especial...). Outro que se exibiu a bom plano foi o Gonçalo Guedes, no papel de segundo avançado. A 2ª parte ainda foi melhor do que a primeira, com o Salvio também a parecer regressar à forma que lhe reconhecemos e o Jonas, a entrar a meio do segundo tempo, mas ainda a tempo de fazer o 2-0 numa recarga a um remate do Jiménez aos 90’. Um jogador que eu espero sinceramente que comece a mostrar mais qualquer coisa é o Carrillo. Quarto jogo do Benfica, quarto jogo em que utilizou duas velocidades: devagar e parado. Bem sei que passou muito tempo sem jogar, mas isto está a começar a ser ridículo...

Neste 4ª feira, teremos a apresentação aos sócios na Eusébio Cup frente ao Torino. Será uma boa oportunidade para confirmar ao vivo esta subida de produção da equipa.

quinta-feira, julho 21, 2016

Derrota em Sheffield

No primeiro jogo do estágio em Inglaterra, averbámos a primeira derrota em casa do Sheffield Wednesday (0-1), uma equipa da II Liga inglesa, treinada pelo Carlos Carvalhal. Foi uma partida disputada num ritmo mais elevado do que as anteriores, em que voltámos a estar melhor na 2ª do que na 1ª parte.

Sofremos o golo logo aos 22’, num lance em que o avançado passou muito facilmente pelo Luisão e depois bateu o Paulo Lopes. Pouco depois, o mesmo Luisão teve uma falha comprometedora, permitindo que um adversário se isolasse, que lhe valeria o cartão vermelho se isto fosse um jogo a sério… Até ao intervalo, só um remate do Rui Fonte é que chegou ao guarda-redes. Na 2ª parte, melhorámos com as substituições, o Gonçalo Guedes foi o que mais se destacou, e tivemos algumas ocasiões para empatar (duas cabeçadas do Lisandro, nomeadamente), mas sem o conseguir. Nenhum dos reforços esteve em particular evidência, com o Carrillo novamente a jogar a passo… Fez uma ou outra abertura boa, mas (lá está) não teve que correr muito para tal…

Sente-se que a equipa ainda está à procura de adquirir ritmo e que as pernas nem sempre correspondem ao que a cabeça pensa. Com a progressiva integração dos jogadores que chegaram mais tarde por causa das selecções (Jonas e Lindelof, por exemplo), será natural que as coisas melhorem.

segunda-feira, julho 18, 2016

Algarve Football Cup

Um empate (0-0) com o V. Setúbal na 5ª feira e uma goleada (4-0) com o Derby County no sábado permitiram-nos ganhar o primeiro troféu de pré-temporada. Tem o valor que tem (o Derby é da II Divisão inglesa), mas é obviamente melhor começar a ganhar e, mais importante do que isso, depois da desgraça que foi a pré-época passada, este ano estamos aparentemente a fazer as coisas como deve ser.

Os resultados não enganam e o segundo jogo foi bem melhor do que o primeiro, em que a equipa ainda pareceu um pouco presa (o que é normal para início de época). Em ambas as partidas estivemos melhor na 2ª do que na 1ª parte, embora a diferença fosse maior frente ao V. Setúbal, o que até é curioso visto que nessa 1ª parte só o Carrillo é que não fazia parte do plantel na temporada passada. Frente ao Derby County, marcaram o Nélson Semedo (bom golo) e na 2ª parte o Rui Fonte (grande cabeçada), o André Almeida (remate em arco de fora da área) e Salvio (boa jogada de combinação com centro do Zivkovic). Ainda tivemos um golo inacreditavelmente anulado ao Salvio por pretenso fora-de-jogo, quando o argentino estava um bom metro atrás do defesa!

Destaque para o Nélson Semedo, que parece querer voltar à boa forma pré-lesão, e para o Salvio, especialmente frente aos ingleses. Dos novos jogadores, o André Horta oferece dinâmica ao meio-campo (vamos a ver se conseguirá substituir o Renato durante uma temporada inteira) e tem inteligência a jogar, o Cervi tem óptimo toque de bola, mas não sei se a sua constituição franzina consegue vingar no futebol europeu, o Benítez também me parece bom tecnicamente, o Rui Fonte fez uma óptima 2ª parte frente ao V. Setúbal e poderá eventualmente ser o substituto do Jonas, quando este não puder jogar, e o Zivkovic já fez uma assistência. Uma boa surpresa foi o defesa-esquerdo Reinildo, internacional moçambicano de 22 anos, que eu desconhecia de vez, mas que jogou bastante descomplexado. Por sua vez, o Carrillo ainda está muito lento e com pouca capacidade de reacção (já não jogava há mais de seis meses), mas já ensaiou uma ou outra aceleração.

Veremos o que nos reservam os próximos jogos, mas parece que o plantel tem mais soluções do que na temporada passada. O problema é que até 31 de Agosto ainda falta muito tempo…

quinta-feira, julho 14, 2016

Obrigado, Nico!

No dia em que fazemos o primeiro jogo de pré-temporada da época 2016/17 e apesar de já se saber disto há umas semanas, não podia deixar de fazer aqui um agradecimento público a um dos mais geniais jogadores que eu vi de águia ao peito. Seis anos não são seis meses, nem seis dias. E eu continuo a gostar de ver bons jogadores durante muitos anos no Glorioso. Porque, para além de todas as vantagens desportivas, é também muito por aqui que se passa a mística do clube. Confesso que estava com esperanças que pudesses acabar a tua carreira com a nossa camisola, mas percebo perfeitamente que tenhas querido fazer o contrato da tua vida aos 28 anos.

Ajudaste-nos a ganhar três títulos de campeão, uma Taça de Portugal, cinco Taças da Liga e uma Supertaça. E és também co-responsável por termos ido a duas finais da Liga Europa e a dois quartos-de-final da Champions. Foram 253 jogos oficiais, 41 golos e incontáveis assistências com o manto sagrado. Às vezes, exasperavas-nos com o teu lema “porquê fazer as coisas fáceis se elas podem ser difíceis?”, mas a maior parte das vezes esse “difícil” era conseguido e então tínhamos o privilégio de assistir a verdadeiras obras de arte. Rui Costa, Aimar e Gaitán. Foste um distinto herdeiro da nº 10!

Espero que voltes à Luz um dia destes para te poder aplaudir (mais uma vez) de pé (estou a torcer para que tornemos a apanhar o Atl. Madrid na fase de grupos). Muito obrigado, genial Nico! Tudo de bom para ti nesta nova aventura.

quarta-feira, julho 13, 2016

Portugal - 1 - França - 0 (a.p.)

E o impensável aconteceu! Somos campeões da Europa de futebol! O dia 10 de Julho vai sempre ser lembrado como o dia mais importante da história do futebol português. Podemos sentir maior alegria quando são os nossos clubes a ganhar (não vejo mal nenhum nisso e obviamente fiquei muito mais contente com o tricampeonato), mas a dimensão que esta conquista atingiu a nível mundial é incomparável. E a alegria que se sentiu no país (e fora dele – as imagens de Timor são incríveis) extravasa (e muito) as fronteiras do futebol. Aliás, basta perguntar a qualquer emigrante (e as televisões entrevistaram centenas deles) a importância que isto tem para a vida deles. E, podem crer, quando vivemos fora de Portugal sentimos o país de outra maneira. Não tenham dúvidas disso! Há quem prefira armar-se em racional e frio, e desvalorizar um triunfo destes. Eu prefiro celebrá-lo.

Disse a algumas pessoas antes do jogo que estava com alguma fezada para o mesmo. Logo eu, que sou um pessimista inveterado! Por três razões:
1) Porque há 12 anos éramos a equipa da casa e, contrariando todas as previsões, perdemos uma final contra a…Grécia;
2) Porque neste Europeu apresentámos um futebol muito parecido ao da… Grécia em 2004!
3) Porque há 41 anos que não ganhávamos à França e nada faria mais sentido do que quebrar este jejum numa final do Europeu em pleno… Stade de France! Ou seja, uma vitória nossa permitiria fechar um círculo quase perfeito.
(Há que dizer que só tive esta fezada, porque para todos os efeitos não era o Benfica e, se perdêssemos, o meu desgosto não seria de todo comparável ao que tive em Amesterdão e Turim, por exemplo.)

Tivemos nos minutos iniciais um bom lance do Nani, que atirou por cima, mas confesso que, quando o C. Ronaldo se lesionou aos 8’ num choque com o Payet, vi (acho que todos vimos) a coisa tornar-se muito negra. Aliás, a cara dele a olhar para o banco logo na altura não augurava nada de bom. Ainda fez um esforço para continuar, saiu duas vezes de campo, mas não dava mais e acabou por ser substituído aos 25’ pelo Quaresma, mais uma vez lavado em lágrimas. Como na final de 2004. E aqui começa a fazer mais sentido o lado verdadeiramente cinematográfico de toda esta conquista. Perdíamos o nosso melhor jogador, como é que era possível ganharmos à equipa anfitriã? A uma selecção que da última vez que derrotámos eu nem era nascido?! A nossa melhor hipótese eram os penalties, mas ainda estávamos a uma hora e meia deles! A França carregou (e bem) e o Rui Patrício foi decisivo. Para mim, foi de longe o melhor jogador da final. Aliás, não foi surpresa para mim, porque o Rui Patrício tem-me dado várias alegrias ao longo dos anos…! :-) Quatro ou cinco defesas decisivas dele e uma bola do Gignac ao poste ao minuto… 92 (eu nem queria acreditar… logo no minuto 92!) e conseguíamos chegar ao prolongamento.

Entretanto, já tinha entrado aos 78’ o Éder para o lugar do Renato Sanches. Foi a última substituição de Portugal (o Moutinho já tinha substituído o Adrien). O Éder?! Perdão, sr. Eng. Fernando Santos, o Éder em vez do Renato?! Mas o senhor está maluco? Agora deve achar que vamos ganhar o Europeu com um golo do Éder, não? Um ponta-de-lança que só tinha marcado três golos pela selecção (em jogos particulares) em 27 internacionalizações! O que é certo é que, logo desde que entrou, a bola começou a ficar mais tempo retida no nosso ataque e o homem ganhou lances de cabeça e fez boas tabelinhas. Afinal, não foi assim tão mal pensado… Mas daí a marcar o golo da vitória… Só se isto fosse um filme, não…?! O filme tornou-se realidade ao minuto 108! Que golão num remate fora da área, quase sem balanço, com o corpo todo desengonçado! Épico, épico! Até final, só faltou ao C. Ronaldo entrar em campo com as indicações que dava no banco, mas a equipa aguentou estoicamente e os franceses quase nem criaram perigo.

Quanto mais penso nisto, mais acho que somos privilegiados por termos assistido a algo deste calibre conseguido desta maneira. Só um argumentista muito rebuscado se lembraria de um guião assim: em sete jogos, só ganhar um nos 90’(!); terceiro lugar num grupo com a Hungria, Islândia e Áustria, e mesmo assim calhar no lado oposto do quadro onde estavam França, Alemanha, Espanha, Itália e Inglaterra(!), selecções que só se encontraria na final; chegar a essa mesma final perante a equipa da casa, que há quatro décadas não se conseguia derrotar, perder o melhor jogador logo no início e ganhar o jogo com um golo do jogador mais contestado e gozado dos 23! Incrível! In-crí-vel!

VIVA PORTUGAL!

quarta-feira, julho 06, 2016

Portugal - 2 - País de Gales - 0

Contra todas as expectativas, estamos na final do Euro! Estou desconfiado que só o Fernando Santos é que se levava a sério ao dizer, desde o início, que íamos à final. O que é certo é que lá estamos. Com um sorteio favorável, não há como esconder isso, mas igualmente com mérito.

No final da 1ª parte, eu disse “espero sinceramente que com o mesmo desfecho, mas os nossos jogos conseguem ser piores do que os da Grécia em 2004”. Tínhamos acabado de assistir a mais uns entendiantes 45’ de um jogo onde Portugal interveio. Na 2ª parte, lá nos consciencializámos que havia uma baliza onde era suposto meter a redondinha e ganhámos com muita naturalidade, porque somos melhores que os galeses. O C. Ronaldo marcou um belo golo de cabeça depois de um centro do Raphael Guerreiro num canto aos 50’ e três minutos depois rematou de fora da área, e o Nani desviou a bola do guarda-redes. Até final, defendemos muito bem, o País de Gales não teve praticamente oportunidade nenhuma de golo e o nosso primeiro triunfo nos 90’(!) foi mais que merecido.

O homem do jogo foi naturalmente o C. Ronaldo com um golo (igualou o Platini com nove golos em Europeus, mas o francês só necessitou de um enquanto o madeirense vai no quarto) e uma assistência (involuntária). O Bruno Alves fez a estreia para substituir o lesionado Pepe e não foi o animal do costume, sendo dos melhores em campo, assim como o José Fonte. O Danilo está em bem melhor forma do que o William Carvalho (e espero que jogue na final), que felizmente estava castigado. O Renato não fez um jogo tão bom como os anteriores, mas estava a subir quando foi substituído pelo André Gomes (que continua a jogar devagar e parado). Também gostei do Adrien.

Amanhã saberemos se iremos defrontar a Alemanha ou a França. Têm sido dois pesadelos sempre que jogámos contra eles, mas acho que preferia os alemães, porque a outra é a equipa da casa que ganhou sempre Europeus e Mundiais quando jogou no seu país.

sexta-feira, julho 01, 2016

Polónia - 1 - Portugal - 1 (3-5 pen.)

Eliminámos ontem a Polónia nos penalties e estamos nas meias-finais do Euro 2016. Mais um empate nos 90’, que desta vez se estendeu para os 120’, mas, ao contrário da partida frente à Croácia, nesta fomos superiores e a vitória assenta-nos bem.

Entrámos completamente desconcentrados e logo aos 2’ o Lewandowski inaugurou o marcador depois de um falhanço incrível do Cédric. No entanto, tivemos o mérito de não nos irmos abaixo e conseguimos a igualdade pelo Renato Sanches aos 33’ num remate fora da área, depois de uma excelente tabelinha com o Nani, que foi ligeiramente desviado por um defesa. Antes disso, pareceu-me que ficou um penalty por marcar por empurrão pelas costas ao C. Ronaldo, mas o sr. Félix Brych traz-nos péssimas recordações… A partir daqui, as equipas foram mais cautelosas e o jogo foi um longo bocejo. O C. Ronaldo falhou duas oportunidades clamorosas (uma em cima dos 90’ depois de uma assistência brilhante do Moutinho e outra já no prolongamento, em que rematou com o pé esquerdo em vez do direito), o Rui Patrício segurou o empate numa outra ocasião, mas ambas as selecções estavam mais preocupadas em não sofrer do que em marcar. Nos penalties, tivemos sorte em sermos os primeiros a marcar e todos os cinco remataram sem hipóteses para o Fabianski. Destaque para o Renato Sanches que não se coibiu de marcar (e que pontapé!) e para o penalty da vitória do Quaresma.

O Renato Sanches voltou a ser eleito o homem do jogo e mais do que justificou a titularidade, aproveitando a lesão do André Gomes. O Eliseu também substituiu em bom nível (especialmente defensivo) o lesionado Raphael Guerreiro. Voltei a gostar do Adrien a meio-campo, ao contrário do João Mário e William Carvalho, cuja lentidão é exasperante (nomeadamente deste último, mas como vai ficar de fora nas meias-finais, pode ser que a coisa melhore). O Rui Patrício esteve muito seguro e defendeu o único penalty da noite. O Pepe foi imperial e o José Fonte também esteve muito bem perante o Lewandowski.

O País de Gales, que ganhou surpreendentemente à Bélgica por 3-1 (mas de forma totalmente merecida), é o último adversário no caminho para a final. Em cinco jogos, temos quatro empates e só uma vitória. Mas estou como o Fernando Santos: é para o lado que eu durmo melhor. Não damos espectáculo, não jogamos um futebol por aí além, não conseguimos sequer ganhar nos 90’, mas estamos nas meias-finais do Europeu de futebol. E o que importa no final é isso.