origem

segunda-feira, abril 26, 2010

Campeões Europeus de Futsal

Muitos parabéns a toda a secção de futsal do Sport Lisboa e Benfica! Grande vitória por 3-2 após prolongamento perante o Interviú Madrid, que já tinha sido por três vezes campeão da Europa. Fizemos história!

domingo, abril 25, 2010

Um pontinho

Vencemos o Olhanense por 5-0 e estamos a um ponto de nos sagrarmos, com a maior justiça do mundo, campeões nacionais. Aliás, mais um golinho contra o Braga, o não-falhanço do penalty em Setúbal ou uma arbitragem honesta no Braga – V. Guimarães e estaríamos agora mesmo a festejar o título… Independentemente disto, acho inacreditável que as três últimas jornadas não se joguem à mesma hora, para que as equipas possam começar a celebrar no relvado. Assim, arriscamo-nos a ser campeões no sofá, o que, como diz o Jesus, tem um sabor menos bom do que se fosse no campo. No entanto, é óbvio que mais logo vou estar a torcer pela Naval.

Esta partida não teve muita história. Voltámos a entrar praticamente a ganhar, já que aos 3’ o Sr. Lucílio Baptista assinalou, e bem, um penalty a nosso favor por mão evidente, depois de um enorme passe do Aimar e uma óptima arrancada do Weldon. O Cardozo marcou para o lado esquerdo, ao contrário do que é habitual, e fez o 1-0. Aos 8’, o mesmo jogador que tinha feito o penalty, Delson, teve uma entrada duríssima sobre o Di María e deveria ter visto o vermelho directo. No entanto, o Sr. Lucílio Baptista mostrou-lhe o segundo amarelo, mas o Olhanense ficou à mesma a jogar com 10. Aos 18’, o Aimar fez outra abertura das dele e o Di María marcou um muito pouco habitual golo com o pé direito. O jogo ficou praticamente decidido e a nossa intensidade baixou até ao intervalo.

Na 2ª parte, os jogadores devem ter ouvido no balneário e entrámos a todo o gás. Em dois minutos (54’ e 56’) resolvemos de vez a questão com dois golos do Cardozo, que assim se colocou na frente dos melhores marcadores com 24 golos, mais um que o Falcao. Ambos foram a passe do Di María, sendo o primeiro de letra. Até final, a equipa preocupou-se essencialmente em jogar para o Cardozo, o que acho muito bem porque, desde o Rui Águas em 1990/91, que nenhum jogador do Benfica conquista o título de melhor marcador. E o Tacuara teve mais do que uma possibilidade para marcar mais golos, mas uma cabeçada saiu por cima e um remate já dentro da grande-área foi interceptado por um defesa. Entretanto, aos 78’ o Aimar fez o resultado final.

Individualmente há que destacar o trio Di María, Aimar e Cardozo. Entre assistências e golos, eles estiveram presentes em quase todos os momentos decisivos do jogo. Como já vi escrito por aí, a sorte do Di María é a polícia andar distraída, porque senão multava-o por excesso de velocidade… Também gostei bastante dos laterais (Rúben Amorim e Fábio Coentrão), que estiveram muito activos nas jogadas atacantes. Desta feita, o Weldon não marcou nenhum golo, mas teve uma participação essencial no penalty de que resultou o primeiro. Quanto aos centrais, já vão faltando palavras para elogiar o Luisão e David Luiz.

Veremos o que fará mais logo o Braga na Figueira da Foz para ver se podemos ir já para o Marquês ou ainda teremos de esperar um pouco mais. Está quase…!

segunda-feira, abril 19, 2010

Xeque

Ganhámos em Coimbra (3-2) e estamos a apenas quatro pontos de ser campeões nacionais. Foi um jogo bastante complicado, como o resultado demonstra, mas a nossa vitória é justíssima. O Sr. Carlos Xistra mostrou-se um reforço importante para a Académica, porém este ano é muito difícil pararem-nos.

Entrámos logo a ganhar com um golo do Weldon de cabeça aos 3’ na sequência de um lançamento lateral. No entanto, durante boa parte do 1º tempo cedemos o domínio ao adversário, se bem que a Académica não tivesse criado grandes oportunidades de golo. Embora o Sidnei seja um bom jogador, sentiu-se a falta do Luisão no meio e isso pode ver-se principalmente na actuação do David Luiz, que não esteve tão brilhante nos primeiros minutos como é habitual. O Quim fez uma óptima defesa numa cabeçada num canto, mas aos 28’ sofremos o golo do empate. O Sr. Carlos Xistra, a meia-dúzia de metros de lance, fingiu que não viu uma descarada bola no braço que antecedeu um remate fora da área, que desviou no Javi García e enganou o Quim. Estava difícil fazer o nosso jogo habitual, porque a Académica correu como se não houvesse amanhã. Fosse assim em todas as partidas e teríamos um campeonato bem mais interessante, mas há incentivos que só são dados quando se defronta o Benfica. A cinco minutos do intervalo, o Di María que até nem estava a fazer uma boa exibição fez uma jogada bestial, centrou e o Weldon marcou um golão: bom domínio de bola e forte remate em queda que não deu hipóteses ao guarda-redes.

Na 2ª parte, e ao contrário do que se esperava, não entrámos fortes para dar a estocada final. Tentámos controlar a partida e, tirando as bolas paradas, não permitimos perigo ao adversário. Só que, lá está, este tipo de táctica, por muito boa que seja, pode vir por água abaixo com um único lance. Uma falta desnecessária do Javi García, quando o adversário estava de costas para a nossa baliza, resultou num livre para a área e uma cabeçada que ainda tocou no poste. O Cardozo estava nitidamente inferiorizado e foi substituído pouco antes daquele lance pelo Carlos Martins. Logo a seguir à oportunidade da Académica, o Di María poderia ter resolvido de vez a partida ao aparecer isolado pelo Weldon, mas rematou fraco e à figura do guarda-redes. Pouco depois, o Carlos Martins teve um tiraço ao poste. Aos 79’ acabou-se a dúvida sobre o vencedor da partida, com mais uma grande jogada do Di María pela esquerda, centro e remate de primeira do Rúben Amorim. Só que, contra todas as expectativas, ainda sofremos mais um golo ao 88’ num grande frango do Quim, que deixou que um remate a mais de 30 metros da baliza entrasse quase ao meio desta. Até final, conseguimos manter a bola longe da nossa baliza e só um livre inventado pelo Sr. Carlos Xistra é que a fez chegar à nossa área.

Individualmente, é óbvio o destaque ao Weldon, provavelmente a melhor contratação de sempre do Benfica na relação produtividade/preço. Dois bons golos, decisivos para a vitória, e ainda uma óptima assistência de cabeça que isolou o Di María justificam que se considere o melhor em campo. O argentino também tem que ser destacado, por ter inventado dois lances que foram duas assistências. Também gostei bastante do Fábio Coentrão, cada vez mais seguro a defesa-esquerdo. O Rúben Amorim é outro que não sabe jogar mal e fez com que não nos lembrássemos do Ramires. Quanto ao Quim, esteve no pior e melhor. O resto da equipa esteve ao nível alto habitual.

Está quase… quase… Esta vitória representou o xeque e o “mate” está muito perto. Com dois jogos em casa e quatro pontos para conquistar, acho que ninguém acredita que não sejamos campeões. Mas ainda não o somos. Há que continuar a encarar os jogos com a seriedade que temos feito até agora, porque temos oito vitórias consecutivas (que seriam 14 caso o Cardozo não tivesse falhado o penalty em Setúbal…) e era muito bonito só perder dois pontos na 2ª volta. O que é inacreditável é esta calendarização da Liga. Para já, o facto de ter deixado de ser obrigatório jogar as três últimas jornadas à mesma hora e depois a questão de, para a semana, o Braga não jogar antes de nós. Durante quase toda a época o fez, mas na jornada decisiva vão jogar depois. Ou seja, podemos arriscar-nos a ser campeões no sofá, quando esta equipa o merece ser dentro do campo.

P.S. – Excelente a intervenção do João Gabriel no fim de jogo acerca do preço dos bilhetes. Com estes preços pornográficos, é muito bem feito que o estádio não tivesse estado cheio. Gente proxeneta e mesquinha!

P.P.S. – O Sr. Carlos Xistra mais uma vez confirmou aquilo que todos já suspeitávamos dele. É um ladrão! Só que, este ano, nós temos seguro contra isso.

quarta-feira, abril 14, 2010

O olfacto e o tacto

Vencemos a lagartada por 2-0 e demos um passo fundamental para a conquista do tão desejado (e mais que merecido!) título. Faltam sete pontos para sermos campeões e, nesta altura, acho que já ninguém acredita que não o sejamos. Espero que os únicos que tenham dúvidas sejam os jogadores, porque são eles que vão ter que conquistar esses pontos no campo. Estamos quase lá, mas ainda falta o “quase”. Seguindo a lógica, e com dois jogos em casa, apenas precisaremos de um ponto num dos dois fora. Mas, se conquistarmos os 12 que ainda falta, tanto melhor!

Ao invés do que é habitual, entrámos muito mal na partida e fizemos uma das piores primeiras partes que me lembro esta época. Os lagartos surpreenderam-nos com uma pressão muito alta, o que nos impedia de ligar uma jogada. Claro que o facto de o Saviola ainda não ter recuperado e o Aimar estar no banco não ajudava nada o nosso jogo. O Jorge Jesus resolveu testar os limites dos lagartos e disse-lhes: “mostrem lá o que valem, porque nós vamos entrar em campo com 10”. E assim foi, até ao intervalo jogámos claramente com um a menos. Eu até percebo a colocação do Aimar no banco, já que não está no seu melhor em termos físicos, e o Weldon também recuperou de uma lesão recentemente, mas sinceramente custa-me ver o Nuno Gomes na bancada e o Éder Luís a titular. Esperava muito honestamente estar errado, mas o brasileiro continua a dar-me razão… Voltando ao jogo, nós só criávamos lances de perigo nas bolas paradas e mesmo assim não tivemos nenhuma clara situação de golo, aliás como os lagartos cujo domínio não se traduziu em oportunidades.

Na 2ª parte, o Jesus achou por bem acabar com a brincadeira e entrar finalmente com 11 em campo. O jogo virou completamente com a entrada de El Mago. O domínio dos lagartos evaporou-se e, durante quase toda a 2ª parte, eles mal se aproximaram da nossa baliza. Ao contrário de nós, que começámos a pressioná-los cada vez mais perto da área. Um remate do Carlos Martins à entrada desta anunciou o nosso golo. Surgiu aos 67’ pelo Cardozo que, mesmo inferiorizado fisicamente (levou um pontapé no tornozelo um pouco antes), marca golos: boa jogada do Rúben Amorim na direita, centro largo que encontrou o Fábio Coentrão na esquerda, este fez um centro-remate que o paraguaio desviou para a baliza. Logo a seguir teve que ser substituído pelo Kardec. O mais difícil estava feito, mas era fundamental ter uma vantagem mais alargada para nos pormos a salvo de qualquer imponderável. E foi o que aconteceu aos 77’, quando o Aimar isolado marcou um golo de grande classe depois de fintar o Rui Patrício. Até final, controlámos completamente a partida, mantendo os lagartos fora da nossa área, e a nossa vitória é mais que justa.

Individualmente há que destacar o Aimar, pois claro. Revolucionou o nosso futebol e o próprio jogo. Ainda por cima, marcou um golo. A defesa também esteve muito bem, com o Rúben Amorim a substituir muito bem o Maxi Pereira. O Cardozo fez um jogo muito esforçado, marcou um golo “à ponta-de-lança” e acabou por sair lesionado. Gostei bastante da entrada do Kardec, que confirma cada vez mais a boa impressão que tinha dele: lutador e com bom jogo de cabeça. O resto da equipa esteve sofrível na 1ª parte e bastante bem na 2ª, e o melhor exemplo disso é o Javi García. O Di María parece-me estoirado e o Éder Luís continua a ser… o Éder Luís.

Já se fala por aí que “cheira a título”. Mas entre o olfacto e o tacto vai uma grande diferença. Neste caso, uma diferença de sete pontos. E só quando pudermos colocar as mãos no troféu é que devemos festejar. O jogo em Coimbra vai ser muito importante para confirmarmos que este ano nós não damos hipóteses nenhumas. Bem podem falar das eliminações da Liga Europa, do cansaço, do que quiserem, que nós somos indiscutivelmente a equipa mais forte e a que merece mais ser campeã.

P.S. – Sinceramente não acho que a entrada do Luisão seja para vermelho directo. Os pés dele vão rente à relva e dá-me a impressão que ele escorrega. De qualquer maneira, a lagartada não tem mesmo noção do ridículo. Estão a 26(!) pontos de nós e querem fazer um escarcéu da arbitragem deste jogo. Houve erros? Claro que sim (o Miguel Veloso também poderia ter ido para a rua, por exemplo), mas não tiveram nenhuma influência no resultado.

sexta-feira, abril 09, 2010

Anjinhos

Perdemos em Liverpool por 1-4 e fomos eliminados da Liga Europa. Cumprimos os objectivos mínimos, já que o nosso orçamento contemplava a presença nos quartos-de-final desta competição, mas sinceramente estou bastante chateado com este desfecho. Não fiquei nada convencido acerca da superioridade do Liverpool e acho que este resultado é fruto de algumas circunstâncias que actuaram a nosso desfavor.

Entrámos muitíssimo bem na partida e calámos os adeptos do Liverpool durante os primeiros 20’. Não tivemos uma clara oportunidade de golo, mas alguns remates deveriam ter sido melhor dirigidos. Contra a corrente do jogo, o Liverpool marcou aos 28’ num lance que não via desde os famosos 3-6 em Alvalade: um guarda-redes do Benfica a sofrer um golo de cabeça dentro da pequena-área! Enorme frango do Júlio César (não me parece falta nenhuma do Kuyt) que deitou tudo a perder. Até porque o 2-0 surgiu pouco depois aos 35’, numa jogada de contra-ataque, em que o Javi García ficou desposicionado e abriu-se um buraco pelo meio onde entrou o Lucas. Houve um primeiro remate em que a bola raspou por baixo da mão do Júlio César (deu-me a sensação que poderia ter feito melhor) e no ressalto o mesmo jogador fez golo. Em pouco tempo, ficámos com uma desvantagem que não merecíamos de todo e até ao intervalo poderíamos ter reduzido através de um livre do Cardozo, bem defendido pelo Reina, ou de outro livre em que um remate do Sidnei é desviado por um defesa.

Na 2ª parte, voltámos a entrar seguros, a fazer circular a bola, mas deitámos tudo a perder aos 59’ ao sofrer mais um golo de contra-ataque. Um livre mal marcado pelo Carlos Martins (a meia-altura para a cabeça do Di María!) resultou numa transição rapidíssima do Liverpool que terminou nas nossas redes por culpa do Fernando Torres. As coisas complicavam-se bastante e nesta altura precisávamos de dois golos para passar. Ainda marcámos um aos 70’ pelo Cardozo na cobrança de um livre e tivemos outra grande oportunidade também pelo paraguaio noutro livre, desviado pela barreira e quase traindo o guarda-redes. Sinceramente cheguei a ver a bola dentro da baliza! A cara dos adeptos do Liverpool dizia tudo e pensei que poderíamos passar a eliminatória. Só que veio uma inoportuna lesão do Júlio César, que obrigou à entrada do Moreira, e nos cortou o ritmo. Praticamente a seguir, aos 82’, o Torres acabou com a eliminatória noutro contra-ataque! Foi um resultado muito pesado para o que fizemos em campo. Sofrer um golo de enorme frango e três em contra-ataque em Anfield Road(!) é um pouco inglório. Fomos anjinhos.

Individualmente não houve ninguém que tivesse feito uma grande exibição. Não acho que a inclusão do Sidnei e a deslocação do David Luiz para a esquerda fosse o problema, até porque estes dois foram dos melhores do Benfica. Era necessário que o Kuyt não ganhasse muitas bolas de cabeça como aconteceu na Luz, logo o David Luiz dava mais garantias nesse sentido que o Fábio Coentrão, como é óbvio. O resto da equipa esteve num plano regular, mas notou-se, e de que maneira, o cansaço que os apenas três dias de descanso provocaram na nossa equipa. Por exemplo, o Di María não existiu e o Cardozo também só esteve bem nos livres, falhando quase todas as tabelinhas. No entanto, foi pena que o Jorge Jesus não tivesse mantido o que disse em Janeiro, quando anunciou o fim da rotatividade dos guarda-redes. Já no golo em Marselha teve uma saída disparatada e duvido que o Quim sofresse um primeiro golo destes.

Era útil que a Uefa revisse as datas das eliminatórias da Liga Europa, porque, dos oito clubes presentes nestes quartos-de-final, não é por acaso que o Benfica é o único que está na frente do respectivo campeonato. Jogos à 5ª feira é muito bonito, mas em semanas consecutivas não dá tempo de descanso ainda por cima com partidas do campeonato ao fim-de-semana. Como o jogo com os lagartos é na 3ª feira, temos mais que tempo para descansar e apresentarmo-nos melhor fisicamente. É uma partida importantíssima, já que, como se sabe, o principal objectivo da época dos lagartos ainda pode ser cumprido: ganhar ao Benfica. Eu sei que jogar com os lagartos depois de defrontar o Liverpool é como sair de uma refeição gourmet para um McDonald’s, mas todo o cuidado é pouco. Faltam 10 pontos para sermos campeões e é fundamental que, depois deste jogo, fiquem a faltar sete.

P.S. – Os anti-Benfica que festejem bem este desaire, porque agora, com descanso suficiente entre os jogos, não vamos dar hipóteses nenhumas! Viva o Benfica!

terça-feira, abril 06, 2010

Reviravolta

A primeira vez que conseguimos dar a volta ao marcador no campeonato nacional fizemo-lo em grande estilo. Vencemos 4-2 na Figueira da Foz depois de estarmos a perder por 0-2. Mais um mito que se quebra (provavelmente ainda havia quem dissesse que o Benfica só virava resultados perante as equipas menores de Liga Europa…), mas este sinceramente dispensava-o. Estar a perder por 0-2 aos 12’ numa partida absolutamente decisiva não me fez nada bem ao coração. Felizmente tivemos uma resposta avassaladora e conseguimos a vitória.

Como é óbvio, entrámos pessimamente no jogo. Duas falhas individuais (David Luiz e Maxi Pereira) resultaram em outros tantos golos, se bem que no primeiro (aos 2’!) a movimentação do Javi García também não tenha sido nada famosa. Levámos dois socos no estômago e mal tínhamos entrado em campo. O facto de termos feito o 1-2 pouco depois (16’) ajudou a que a equipa e os adeptos acreditassem que iam acordar do pesadelo. Foi o Weldon (que fez de Saviola) que marcou depois de dois remates defendidos pelo Peiser. O brasileiro saltou muito bem e fez o golo de cabeça aproveitando o segundo ressalto. Dois minutos depois, a partida ficou igualada novamente pelo Weldon e novamente de cabeça. Canto do Aimar na esquerda, o David Luiz não chega a tocar na bola, mas desposiciona a defesa e o Weldon percebeu muito bem a jogada, e cabeceou à vontade. Voltava tudo ao início, mas até ao intervalo continuámos com algumas desconcentrações defensivas que permitiram à Naval criar lances de perigo. Um azar num ressalto isolou um avançado deles, mas o Quim defendeu bem e logo a seguir ficámos finalmente na frente. Um passe longuíssimo do David Luiz isolou o Di María, que desviou muito bem a bola do guarda-redes. Estávamos no minuto 38 e senti que, se não houvesse mais falhas defensivas (tão pouco habituais este ano), a vitória não nos fugiria.

A 2ª parte foi completamente diferente da 1ª e era essencial marcarmos mais um golo para termos uma vantagem confortável. Foi o que aconteceu logo aos 55’ num lance que começou e acabou no Cardozo, com o Weldon a ter papel fundamental ao fazer a assistência para um remate do Rúben Amorim que o Peiser defendeu. Na recarga, o paraguaio não perdoou. A partir daqui, era difícil a vitória fugir-nos. A dúvida estava mais em saber se marcaríamos mais golos. O Benfica deste ano faz jus à ideia de que “o ataque é a melhor defesa” e o jogo continuou a desenrolar-se principalmente no meio-campo adversário. O Jorge Jesus começou a fazer substituições, mas confesso que estranhei que o Weldon fosse o primeiro a sair logo um minuto depois do golo. Esteve em três dos nossos quatro tentos, não jogava há uma série de tempo e só entendo a saída por eventuais dificuldades físicas que não descortinei. Entrou o Carlos Martins, mas se fosse eu teria tirado o Aimar, porque estávamos a ganhar por dois golos e vamos a Anfield na 5ª feira. Aos 70’, saiu o Aimar e entrou o Ramires, mas a toada da partida manteve-se. Passávamos mais tempo no meio-campo adversário, mas a pontaria passou a estar desafinada. Mesmo assim ainda houve tempo para um petardo do Carlos Martins à barra. Uma incrível perda de bola do Di María no nosso meio-campo proporcionou à Naval a única situação de golo do 2º tempo, mas o jogador que estava isolado atirou por cima. Faltavam pouco mais de 10’ para os 90 e foi um lance que nos poderia ter causado um final de jogo intranquilo. Felizmente isso não aconteceu e a vitória é mais que justa.

Individualmente há que destacar o Weldon. Dois golos e a participação noutro justificam-no absolutamente. O David Luiz também teria feito uma partida irrepreensível não fora a falha no 1º golo. O Di María foi muito importante pela velocidade (só ele é que chegava ao lançamento do David Luiz no 3º golo), mas partilha com o Carlos Martins de um facto que me irrita sobejamente: é incapaz de fazer as coisas pelo modo mais simples. Complicado é que é bom! Felizmente esta época as coisas têm-lhe saído bem, mas há ocasiões que se perdem por falta de simplicidade de processos… O Rúben Amorim também fez uma partida muito boa e pode considerar-se um titular da equipa. Acho que o Fábio Coentrão está a perder um pouco da acutilância atacante que tinha no passado, mas está um fantástico defesa-esquerdo. Faria bem em se assumir como tal, já que é uma posição muito carenciada no nosso futebol. O Cardozo lá marcou mais um golito, mas atravessa indiscutivelmente uma fase de menor fulgor (enquanto continuar a molhar a sopa, menos mal).

Prova dificílima superada e manutenção dos seis pontos de vantagem (cinco na prática) para o Braga (cuja partida frente ao V. Guimarães foi das maiores - senão mesmo a maior - vergonhas deste campeonato, cortesia do Sr. Artur Soares Dias). As contas são muito simples: ganhando as três partidas em casa, só precisamos de mais um ponto em dois jogos fora para sermos campeões. Mas claro que o que quero são mais cinco vitórias! Antes de recebermos os lagartos, teremos a partida em Anfield. Que a moral em alta depois deste jogo sirva para superar o eventual cansaço que a maioria dos jogadores inevitavelmente sentirá é o meu maior desejo. Força Benfica!

P.S. – O cartão amarelo ao Maxi Pereira (que o afastará do jogo com os lagartos) por tocar com o ombro(!) na bola demonstra a incompetência do Sr. Elmano Santos.

sexta-feira, abril 02, 2010

Justo

Vencemos o Liverpool por 2-1 e estamos em vantagem na eliminatória. Como se previa foi uma partida extremamente difícil, mas a nossa vitória é inquestionável. É claro que a expulsão do Babel aos 30’ ajudou a que fôssemos dominantes, mas mesmo antes disso já éramos nós que estávamos por cima do encontro. E na 2ª parte praticamente só houve uma equipa em campo.

Entrámos bastante mal e sofremos um golo escusado logo aos 9’ num livre “à Camacho” que defendemos muito mal. O Agger rematou completamente sozinho quase na pequena-área. Foi um rude golpe, porque era fundamental não sofrermos golos, mas a equipa conseguiu recompor-se e começou a acercar-se com perigo da baliza do Liverpool. O Cardozo iniciou a sua senda de golos falhados de forma incrível, mas também o Ramires e o Aimar tiveram oportunidades de marcar. À meia-hora aconteceu o tal lance da expulsão do Babel, que colocou a mão na cara do Luisão depois de este ter feito uma falta por trás sobre o Torres (e levado o amarelo). Sinceramente pareceu-me uma expulsão um pouco exagerada. Até final da 1ª parte, continuámos a pressionar, mas os ingleses lá conseguiram chegar ao intervalo em vantagem.

Na 2ª parte, o Liverpool praticamente abdicou de atacar e nós elevámos o ritmo. O Cardozo tem um enorme falhanço de cabeça na pequena-área depois de um canto do Di María, mas redime-se pouco depois ao atirar uma bomba ao poste num livre directo. A bola ressalta para o Aimar que é carregado na área. Penalty indiscutível que o Cardozo marcou muitíssimo bem aos 59’. Alguns minutos depois, o paraguaio é derrubado na área com um pé no ombro, mas o árbitro não marcou o respectivo penalty. Aos 76’ o Liverpool teve a sua grande oportunidade de golo, mas felizmente o Torres rematou ao lado quando estava só com o Júlio César pela frente. Três minutos mais tarde, uma arrancada do Di María na esquerda foi cortada pela mão num carrinho do Carragher. Os árbitros de baliza demonstraram finalmente a sua utilidade. Desta feita, o Cardozo marcou em jeito e enganou o Reina. Até final, conseguimos controlar o ataque dos britânicos, mas já não tivemos pernas para ir à procura de novo golo.

Individualmente acho que o melhor do Benfica foi o Javi García. Fartou-se de lutar, apanhou com o Gerrard durante grande parte do 1º tempo e raramente falhou um passe. O Aimar melhorou muito na 2ª parte, mas ainda não voltou à forma de início da época. Ainda por cima, com a inoportuna lesão do Saviola, teve que jogar numa posição mais adiantada. O Cardozo também merece destaque por ter tido a coragem de marcar dois penalties numa partida que não lhe estava a correr nada bem (já para não falar no histórico dele nas últimas grandes penalidades…). O Coentrão voltou a fazer uma excelente partida a defesa-esquerdo e será um escândalo se não for o titular da selecção no Mundial. A dupla de centrais foi amarelada (o cartão do David Luiz foi muito escusado) e teve alguns problemas com o Torres. O Júlio César teve grandes culpas numa saída falhada que só não deu golo, porque houve um fora-de-jogo no lance, mas o Liverpool acabou por não o pôr muito à prova. O resto da equipa esteve num plano regular, mas o Maxi Pereira e o Di María terão feito dos jogos menos conseguidos desta época. Ah, e aqui fica um recado ao Carlos Martins: uma coisa é rematar à baliza e outra é fazer passes para os colegas. Não se pode fazer ambos a 80 km/h… Quanto aos substitutos, gostei bastante da entrada do Nuno Gomes cuja movimentação criou alguns problemas à defesa do Liverpool (aliás, acho que, com a lesão do Saviola, o capitão é a escolha mais óbvia para o onze), não tanto do Rúben Amorim, não tão desequilibrador quanto desejava, e o Airton esteve poucos minutos em campo.

Vamos ver o que sucede em Anfield para a semana. Mas antes disso temos uma partida muito difícil na Figueira da Foz. Não teremos muitos dias de recuperação e isso é o que mais me preocupa. É fundamental vencer a Naval, mas dava algum jeito que o Braga não ganhasse ao V. Guimarães para termos alguma margem de manobra. É que se eliminarmos o Liverpool julgo que nos poderemos considerar como um dos grandes candidatos a vencer a “Euroliga”. E era tão bom fazermos esta dobradinha

P.S. – Acho a presença dos No Name Boys imprescindível nos nossos jogos. O seu apoio é constante e na maior parte das vezes são eles que puxam pelo resto do estádio. Agora, não compreendo mesmo nada como é possível haver elementos que fazem o que fizeram hoje. Atirar petardos para o campo, para perto do árbitro de baliza é absolutamente lamentável, mas fazê-lo ainda por cima numa altura em que nós estávamos por cima do jogo é simplesmente estúpido. Quebrou completamente o nosso ritmo e ajudou o Liverpool. Iremos levar uma multa pesadíssima da Uefa e só espero que o nosso estádio não seja interditado. Não percebo porque é que há pessoas que se esquecem do cérebro em casa antes de ir ao futebol…