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domingo, agosto 31, 2008

Estupidez grega

Empatámos com o clube regional corrupto (1-1), mas dadas as incidências do jogo até acaba por não ser um mau resultado. Há coisas que não entendo nem posso admitir. Como é que um jogador internacional de 29(!) anos, depois de ter feito um penalty absolutamente idiota aos 10’ que lhe custou um amarelo, tem uma entrada aos pés de um adversário no meio-campo(!) logo após a sua equipa ter conseguido o empate?! Erros toda a gente pode cometer, mas este atraso mental do Katsouranis tem que ter consequências. É inaceitável que um jogador experiente tenha atitudes desta que custaram a possibilidade de uma vitória numa partida tão importante. Se não quer estar no Benfica que se vá embora de vez, mas prejudicar a equipa desta maneira é que não.

Não poderíamos ter entrado pior, logo com aquele penalty, mas a reacção foi bastante boa. Num livre “à Camacho”, só o corte de um defesa impediu o Reyes de marcar (quando é que voltaremos a conseguir um golo neste tipo de lances?; que eu me lembre, o único foi do Zahovic em Braga na época 2002/03) e logo a seguir foi o Aimar a falhar um desvio na sequência do canto. Na 2ª parte, uma boa jogada de insistência do Yebda (o melhor do Benfica) proporcionou ao Cardozo o golo do empate, depois de um frango do Helton. Como o Sr. Jorge Sousa apesar de tudo não é o Sr. Olegário Benquerença, o golo foi validado já que o tipo que foi para futebolista quando a sua verdadeira vocação é o taekwondo tirou a bola já de dentro da baliza. Com a expulsão do Katsouranis logo a seguir, as nossas chances de tentar ganhar o jogo foram por água abaixo e daí o empate acabar por ser um mal menor.

Gostaria que me explicassem duas coisas:

1) O que é que se passou para acabarmos o jogo de rastos?! Estávamos todos contentes por termos chegado a esta fase sem nenhum lesionado e, de repente, num só jogo temos dois jogadores que saíram com problemas musculares (Aimar e Léo) e outros cinco(!) que se queixaram deles (Yebda, Carlos Martins, Reyes, Di Maria e Cardozo). Alguém me explica o que se passou? É que não me lembro de ver uma equipa do Benfica acabar uma partida neste estado;

2) Como é possível que, estando nós a jogar momentaneamente com nove (Aimar e Yebda de fora), tenhamos perdido a bola a meio-campo, proporcionando ao clube regional um contra-ataque que só não resultou em golo, porque o Lisandro não estava nos seus dias? Estávamos no início da 2ª parte, ainda com 0-1 e certamente teríamos perdido o jogo logo ali. Não se percebe, nem se admite, estes erros de principiante.

Individualmente, destacaram-se o Yebda (grande pulmão, sabe soltar a bola jogável e tem capacidade de sacrifício), o Carlos Martins (grande esclarecimento e deu o litro quando foi preciso defender), o Luisão (assumiu-se como verdadeiro capitão, especialmente na 2ª parte) e o Quim (muito seguro, apesar das defesas difíceis). Também gostei bastante da maneira como o Nuno Gomes e o Sidnei entraram na partida. O capitão, à semelhança de Vila do Conde, voltou a dinamizar o ataque. Parece que a concorrência o despertou e poderemos voltar a ver o Nuno Gomes de antigamente. O jovem defesa brasileiro nem parece que tem 19 anos. Entrou na partida muito concentrado e assume-se como uma alternativa válida para central. Aliás, com a forma do Yebda, o que o Sidnei mostra e a perspectiva de regresso do David Luiz, o Katsouranis deveria fazer um estágio pelo banco de suplentes. Para ver se se acalma. Desilusão foi o Reyes, que se mostrou desfasado da equipa. Muito individualista, a fintar em zonas proibidas e pouco lesto a soltar a bola. Precisa rapidamente de entrosamento. O Di Maria está de facto muito confiante, fez boas jogadas, mas deu o berro aos 60’.

Agora o campeonato pára por causa das selecções e o próximo jogo é já a eliminatória frente ao Nápoles. É das partidas mais importantes da época, porque não nos podemos dar ao luxo de ficar fora das competições europeias logo em Setembro. Espero que os 19 dias que faltam até esse jogo sirvam para a equipa melhorar tanto no aspecto táctico como no físico.

P.S. 1 – Antes do jogo, descobri que os animais têm mãos. Não estava nada à espera que a claque do clube regional corrupto aplaudisse os atletas benfiquistas que foram aos Jogos Olímpicos. Sim senhor, deram o primeiro passo no sentido de serem humanos. Já só faltam 342.658 para atingirem essa condição.

P.S. 2 – Gostei da recepção que a prostituta uruguaia teve. Estou rouco, mas valeu a pena. Em 90’ só fez uma jogada de jeito. Nem valia a pena ter saído do bordel.

sexta-feira, agosto 29, 2008

Sorteio da Taça Uefa

Tinha que ser! A única equipa italiana que não era cabeça-de-série tinha que nos calhar a nós! Vamos defrontar o Nápoles na eliminatória que dá acesso à fase de grupos. Essa mesmo, a eliminatória em que é suposto os cabeças-de-série defrontarem equipas da Eslovénia, Eslováquia, Irlanda e afins para se encontrarem posteriormente na fase de grupos ofereceu-nos a fava de ter uma equipa italiana no bornal. Claro que os anos dourados do Nápoles, com o Maradona, Alemão e Careca já lá vão, e ainda há duas épocas estavam na Série B, mas dado que nós não conseguimos eliminar uma equipa daquele país desde a Sampdória em 1985/86, o sorteio não poderia ser pior.

Da equipa actual, os únicos nomes familiares são o Zalayeta, Blasi (jogaram ambos na Juventus) e o Paolo Cannavaro (irmão do outro). Os outros não conheço, mas todo o cuidado será pouco. A única vantagem é que jogamos fora na 1ª mão. Quanto às outras equipas portuguesas, a única com sorte (mas que também era cabeça-de-série) foi o Braga, que vai defrontar o Artmedia (que tão boas recordações nos traz!). O V. Guimarães ainda pode ter uma hipótese com o Portsmouth, mas o Marítimo com o Valência e o V. Setúbal com o Heerenveen seria uma surpresa se passassem.

segunda-feira, agosto 25, 2008

Má estreia

Para não variar em relação às épocas anteriores, não conseguimos ganhar no 1º jogo da época ao empatar em Vila do Conde (1-1) e ficar desde já com dois pontos de atraso em relação aos rivais. Perante uma equipa que subiu este ano à I Divisão era expectável e quase obrigatório que conseguíssemos vencer, mas alguma falta de sorte misturada com aselhice assim não o permitiu.

Não considero que tenhamos feito uma má partida, mas sinceramente esperava mais. Entrámos bem, mas a partir dos 15’ começámos a perder gás. O Aimar estava muito distante da bola e o Cardozo nem sequer lhe tocava. Só o Urreta fazia a diferença através da velocidade, mas com o senão habitual (é a juventude...) de resolver mal algumas jogadas. Tivemos azar com a lesão do Carlos Martins feita pelo... Yebda(!), logo a meio da 1ª parte, que condicionou (e bastante) o desenvolvimento do nosso jogo atacante, já que o Fellipe Bastos ainda está um pouco verde para estas andanças. Para além disto, tivemos a habitual bola no poste num cabeceamento do Yebda. Mesmo assim, a 1ª parte ficou distante daquilo que esperava.

As coisas melhoraram um pouco na 2ª, em que entrou o Nuno Gomes para o lugar do Ruben Amorim (eu percebo a colocação dele à direita no sentido de dar equilíbrio à equipa, mas perdemos claramente poder de ataque naquele flanco, já que ele está longe de fazer bem de extremo), mas um falha do Quim ao não sair à bola num canto deu o golo ao adversário. A resposta veio logo no minuto a seguir pela cabeça do golo do Nuno Gomes, mas apesar de alguma pressão da nossa parte nunca mais fomos capazes de voltar a atingir com êxito a baliza.

Um dos grandes problemas da equipa foram exibições pouco conseguidas do Cardozo e Aimar. O paraguaio ainda se pode queixar da falta de jogo na 1ª parte, mas na 2ª teve algumas oportunidades para rematar à baliza, mas estava com a mira desafinada. O argentino andou escondido da partida durante os primeiros 45’, melhorou quando derivou para a esquerda, mas não pode falhar um golo daqueles no último minuto, isolado perante o guarda-redes, depois de uma óptima tabelinha do Nuno Gomes. Gostei do Yebda (exceptuando a maneira como se fez à bola no lance em que acabou por lesionar o Carlos Martins), do Urreta (grande velocidade, nenhum medo de enfrentar o adversário e ainda foi dele o centro do golo) e dos centrais, Luisão e Katsouranis (se bem que haja culpas colectivas no golo sofrido, já que ninguém reagiu à recarga depois da falha do Quim). O Balboa entrou bem na 2ª parte e deu a ideia que poderia ter saído do banco mais cedo.

Para a semana há que ganhar ao clube regional para recuperar estes pontos perdidos. Até porque os lagartos jogam em Braga e não acreditam que ganhem. E sobretudo porque há que construir uma dinâmica de vitória. A época é longa, mas estou cansado de andar sempre a correr atrás dos outros.

P.S. – Há coisas que continuo a não perceber: o Reyes jogou frente ao Feyenoord no dia 9 de Agosto (há, portanto, duas semanas) e só na véspera do jogo é que se lembram que o certificado internacional ainda não tinha chegado?! Quem é que anda a dormir?!

sábado, agosto 23, 2008

Jogos Olímpicos



Parabéns Vanessa! Parabéns Nelson! Parabéns Angel!

E parabéns Sport Lisboa e Benfica! Três medalhas (duas de ouro e uma de prata) é melhor que muitos países. Como se confirma
aqui, estamos no 32º lugar no ranking dos mais medalhados, à frente de países como a Suíça, a Argentina e... Portugal.

P.S. - Sei de alguém que, no 4º anel, está a festejar imenso estas medalhas de atletas do Glorioso...

sábado, agosto 16, 2008

Eusébio Cup

Empatámos com o Inter Milão (0-0), mas perdemos nos penalties (4-5) na 1ª edição deste troféu de justa homenagem ao pantera negra. O adversário era muito mais difícil do que o da semana passada, mas a nossa exibição, naturalmente menos exuberante, foi ainda assim bastante bem conseguida. Estamos sólidos na defesa e com movimentações interessantes no ataque. Se continuarmos neste caminho antevêem-se coisas bonitas (como diria o outro) para este campeonato, especialmente porque agora se tem a sensação que os jogadores sabem o que estão a fazer em campo.

Na 1ª parte, com a equipa mais próxima da provável titular, estivemos melhor do que na 2ª, em que as substituições quebraram um pouco o nosso ritmo. Apesar de não termos marcado, fomos a equipa que criou mais perigo, com o Cardozo a atirar ao poste (está a tornar-se uma tradição nesta pré-época). Em termos individuais destaco três óptimas exibições: Quim, Luisão e Katsouranis. Qualquer um deles poderia ser considerado o homem do jogo.


Para a semana começa o campeonato e é fundamental conseguir uma vitória em Vila do Conde. No entanto, pelo que se viu hoje do Sr. Bruno Paixão, poderemos ter que nos haver com mais de 11 adversários em campo.

P.S. – Peço desculpa pela crónica pequena, mas a minha cabeça ainda não dá para mais. Foi uma semana difícil, já que este acontecimento fez dois anos e o meu avô sete dias.

Aliás, a sua presença naquela cadeira é a primeira imagem que me vem à cabeça quando me lembro dele. A partir de hoje, estará em permanência na barra esquerda deste blog com o link do meu texto de homenagem a ele. Na semana passada custou-me bastante ver aquilo, mas agora passado algum tempo não posso deixar de achar uma feliz coincidência o facto de o sócio nº 15, com 99 anos, ter dado o pontapé de saída frente ao Feyenoord precisamente no 1º jogo do Benfica desde há nove décadas sem a presença física do meu avô. Foi como se se quisesse demonstrar que ele continua lá. Além disso, como sugeriu o Guitar nos comentários ao post anterior, a sua alma estará sempre presente no voo da Vitória antes dos jogos (voo esse que eu jamais poderei voltar a ver sem me recordar dele). E em cada golo do Glorioso, acrescento eu.

sexta-feira, agosto 08, 2008

O meu avô

O meu Benfica morreu hoje um bocadinho para mim. O meu Benfica sempre incluiu o meu avô, o meu pai e, mais tarde, o meu irmão. Raras foram as vezes que eu não vi os jogos acompanhados deles os três. A partir de hoje, infelizmente, a companhia restringir-se-á a dois.

O meu Benfica tinha sempre o mesmo ritual: o meu avô ia buscar-nos a casa, deixávamos o carro estacionado na Av. do Uruguai e íamos a pé para a Luz. Eram dois quilómetros de mística benfiquista, por entre o descampado que é hoje o Colombo, onde ultrapassávamos e éramos ultrapassados por magotes de gente vestida de vermelho. Mais tarde, com o estádio novo e o avançar da idade do meu avô, os papéis inverteram-se. Éramos nós que o íamos buscar (estava sempre em pulgas à nossa espera) e estacionávamos o carro no parque do estádio, pois a sua capacidade de locomoção já não se coadunava com maratonas de dois quilómetros. E muitas vezes, depois dos jogos e dos jantares em casa dos meus pais, era eu que o levava de volta a casa dele. As partidas fora da Luz eram sempre vistas na sua casa na sua companhia e da minha avó.

É claro que aos 91 anos já se viveu uma boa vida e bastante longa, mas uma das coisas que mais me custa é que há apenas duas semanas ele ainda andava. Um problema urológico debilitou-o no início de Abril e foi nessa altura que ele em três anos (repito, três anos) perdeu o 1º jogo ao vivo no estádio da Luz. Viu todos os jogos de todas as competições da era Koeman e da era Fernando Santos (na do Trapattoni uma ou outra constipação fê-lo perder alguns, poucos, jogos), e só no ano passado é que perdeu dois dos últimos três jogos na Luz. A última partida que presenciou ao vivo foi a da despedida do Rui Costa. Mal sabíamos nós que seria também a da sua despedida. Não obstante esse problema urológico, e contra todas as nossas previsões e receios, há cerca de um mês ele renovou o seu bilhete de época de título fundador! Mas uma queda em casa com respectiva fractura de vértebras precipitou tudo em nove dias.

Vai-me ser difícil ver um jogo sem ouvir os seus comentários sempre imparciais. Jogador do Benfica no chão era no mínimo falta e cartão amarelo para o adversário!
- “Atacado por trás... amarelo!”
- “Ó avô, foi carga de ombro!”
- “Olha para aquilo... empurrado... penalty!”
- “Ó avô, que disparate, ele deixou-se cair, ninguém lhe tocou”.
Muitas vezes lhe dizia: “se o avô fosse presidente do conselho de arbitragem, não haveria mais nenhum campeonato que nos escaparia!” Ele respondia-me com um sorriso cúmplice de quem sabia que eu tinha razão. Mas apesar desta visão enviesada, ele manteve a lucidez em relação aos nossos jogadores até ao fim. Dizia-me baixinho, geralmente quando o levava a casa, como se tivesse vergonha que o mundo ouvisse: “Este Luís Filipe e Edcarlos não jogam nada”.

Eu posso dizer que devo tudo o que sou ao meu avô, na medida em que sou incapaz de me imaginar sem ser benfiquista e isso nasceu com ele. Foi a sua suprema inteligência e visão de futuro que o fez tornar-se sócio do Benfica quando nos anos 30 foi estudar para o... Porto! E de fazer o meu pai sócio quando nasceu, que por sua vez me fez a mim quando eu vi a luz. Aliás, ainda hoje estava a pensar no facto de o meu avô ter visto todos, repito, todos os títulos conquistados pelo Glorioso: 31 campeonatos, 24 taças de Portugal, duas Taças dos Campeões e a Taça Latina, só para referir os mais importantes.

A sua forma de viver o Benfica, aliada à sua idade, levava-o por vezes a encadear-se. Foi um dos muitos que foi enganado pelo discurso do Vale e Azevedo (como o reconheceu depois), mas no caso dele só após a sua eleição, já que tinha (tal como nós) votado no Tadeu. Grandes discussões tivemos com ele sobre este assunto e tentámos convencê-lo a votar no Vilarinho, mas ele amuou e disse que assim sendo não ia votar nessas eleições. No entanto, depois teve um gesto que jamais esquecerei. Como eu estava nos EUA na altura e não podia votar, ele foi ao estádio e colocou os seus 20 votos no Vilarinho por mim.

Eu percebo a racionalidade com que se deveria encarar uma morte aos 91 anos, mas a vida é muito injusta, porque bastaria ao meu avô ter juntado apenas mais três aos 1098 meses que viveu e poderia ver o seu primeiro bisneto. E isso é o que me custa mais. A deterioração da saúde de uma pessoa idosa num hospital é impressionante. Foram nove dias sempre a piorar, mas mesmo assim ainda mantendo a lucidez. Com o colar cervical, a fala era extremamente difícil de perceber e no passado sábado o meu irmão ouviu-o a dizer Garcia. “Quer que eu chame o enfermeiro Garcia? Ou é algum médico?” Não, o que ele queria saber era se nós já tínhamos contratado o Luis García... Aliás, a última coisa com nexo que ele disse na vida (na passada 3ª feira) foi “gostava muito, gostava muito”, quando eu lhe referi que tinha que se pôr bom depressa porque tinha que levar o seu bisneto ao Estádio da Luz para ver o Benfica...

Mas estando ele internado no Hospital da Luz, ao menos morreu a ver o Estádio do Glorioso, já que a janela do quarto dele tinha essa magnífica vista. E isso, eu sei que ele gostou.

P.S. – O funeral é amanhã à tarde e o nosso luto será feito poucas horas depois onde ele desejaria que nós o fizéssemos: ao vivo no Estádio da Luz. Mas pela 1ª vez desde a existência deste blog, não haverá crónica do jogo. Não terei cabeça para isso. Será a minha derradeira homenagem ao sócio 300 e qualquer coisa do Sport Lisboa e Benfica. Até sempre, avô!

terça-feira, agosto 05, 2008

E fez-se luz

Ao 5º jogo viu-se finalmente um cheirinho daquilo que desejamos poder vir a ser o Benfica 2008/09. Vencemos o V. Guimarães por 2-1 e conquistámos o torneio daquela cidade. A vitória deveu-se acima de tudo à extrema eficácia que demonstrámos na 1ª parte (três remates, dois golos) e a uma boa coesão defensiva na 2ª. E nem o Sr. Jorge Sousa, apesar das inúmeras tentativas principalmente depois do golo do V. Guimarães no 2º tempo, conseguiu inclinar suficientemente o campo para proporcionar o empate.

Em relação à partida de sábado passado, houve grandes melhorias em praticamente todos os sectores. Gostei bastante do Miguel Vítor a defesa-direito e pensar numa comparação entre o Léo e o nº 35 é ofensivo. Os centrais (Luisão e Sidnei) estiveram melhor, embora na 1ª parte o V. Guimarães tenha criado bastante perigo nas bolas paradas. Mas a grande diferença viu-se no meio-campo. Ou muito me engano ou o lugar do Petit vai direitinho para o Katsouranis, que compensa alguma falta de ser carraça com uma grande fluidez na altura de entregar a bola. O Ruben Amorim surpreendeu-me bastante e foram deles as duas magníficas aberturas que resultaram nos dois golos. O Carlos Martins mostrou-se regular, embora mais discreto que no jogo anterior. Ao contrário do Aimar, que subiu imenso. O seu entrosamento com a equipa vai melhorando, a sua condição física também e ele vai começando a espalhar magia no campo. Outro de quem gostei imenso foi do Urreta, que alinhando a extremo-esquerdo foi sempre um perigo para a defesa contrária, para além de ajudar o Léo na defesa. O Cardozo lá esteve irrepreensível a marcar o penalty do 1º golo e movimentou-se bem no ataque. Depois do intervalo ainda entraram o Binya (muito menos faltoso do que no sábado), Nélson (ainda a recuperar a forma), o Nuno Gomes (não se pode falhar o tempo de salto daquela maneira, num lance que nos daria o 3-1) e o Fellipe Bastos.

Confesso que não estava à espera de um melhoria assim tão substancial em relação à partida anterior. É bom ser surpreendido desta maneira e só desejo que esta tendência continue. É que, se tudo correr como está previsto, eu irei interromper as minhas férias e viajar num comboio durante seis horas (ida e volta) para ver a apresentação frente ao Feyenoord ao vivo. Depois deste e deste desgosto no ano passado, espero que o Benfica não me faça a desfeita de não vencer com uma boa exibição.

P.S. – E é impressão minha ou neste jogo não houve defesa em linha para ninguém?

domingo, agosto 03, 2008

Vá lá...

Dois golos nos últimos 15’ salvaram-nos da derrota frente ao PSG no torneio de Guimarães. Aliás, não foram dois golos, foram dois golões! Um remate fora da área do Makukula e um golo à ponta-de-lança do Cardozo disfarçaram uma exibição fraca da nossa parte. É certo que uma equipa não se faz num mês, mas a 1ª parte com alguns potenciais titulares deixou-me bastante preocupado. Uma jogada de tabelas entre o Carlos Martins e o Aimar foi a única coisa de jeito que se viu. Ainda por cima, só a incompetência dos fiscais-de-linha, assinalando foras-de-jogo inexistentes, impediu que a nossa defesa em linha fosse ultrapassada por duas vezes. Antevejo grandes problemas nesta táctica, porque se batida faz com que os adversários surjam isolados.

A 2ª parte foi melhor na medida em que impusemos um pouco mais de velocidade. Mas não o suficiente para que a exibição fosse claramente positiva. Mesmo assim, para além dos dois golos ainda enviámos duas bolas aos ferros da baliza contrária (Carlos Martins e Sidnei). No entanto, jogámos quase sempre em esforço, um pouco aos repelões e continuamos com dificuldades em definir uma equipa-tipo. O Sidnei estreou-se e só teve um erro em toda a partida. Infelizmente foi um erro clamoroso que deu o 0-2 aos franceses. Continuo com a opinião que cinco milhões de euros por metade do passe de um jogador relativamente desconhecido é um risco enorme, mas é um caso a rever. O melhor do Benfica foi o Carlos Martins, com dois remates perigosos e bastante intervenção no nosso jogo atacante. O toque de bola do Aimar não engana, mas ele continua demasiado distante do jogo. Continuo a achar que a possível dispensa do Nuno Assis é um erro, pelo simples facto de não haver mais ninguém que possa alinhar em três posições de meio-campo. Gostei da movimentação do Nuno Gomes, mas não houve muito jogo que chegasse lá à frente. Bastante pior que em partidas anteriores estiveram o Balboa, o Urreta e o Maxi Pereira. E curioso vai ser o facto de à semelhança de há três anos atrás (com o Karadas) nos prepararmos para dispensar o melhor marcador da pré-época: Makukula. Digo isto sem segundas intenções, só para registar o facto (e relembrar que cinco meses depois da saída do Karadas fomos contratar o... Marcel).

Na próxima 2ª feira defrontaremos o V. Guimarães. Espero que estes últimos 15’ nos inspirem para uma melhor exibição. E principalmente que vejamos que a equipa está a crescer e que possamos acreditar que conseguiremos levar de vencida os rivais logo no início do campeonato. Algo que agora, sinceramente, não vejo como possível.