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quarta-feira, março 30, 2022

Selecção no Qatar 2022

Vencemos a Turquia (3-1) na passada 5ª feira e ontem a Macedónia do Norte (2-0) no Estádio do CRAC e, dando uma volta bem maior do que era suposto, qualificámo-nos nos play-off para o Mundial do Qatar, que irá ser disputado em Novembro e Dezembro deste ano. Seria uma vergonha se não o tivéssemos conseguido, ainda para mais porque tivemos a benesse de, contra todas as expectativas, a Macedónia do Norte ter ido eliminar a Itália(!) na sua própria casa (1-0) e assim termo-los defrontado na final do play-off em vez de enfrentarmos a campeã europeia.
 
No encontro frente à Turquia, entrámos a todo o gás, mostrando que, de vez em quando, até sabemos jogar à bola... Por causa de lesões (Rúben Dias), covid-19 (Pepe) e castigos (João Cancelo), a defesa foi praticamente toda remendada, com o Danilo, Fonte e Diogo Dalot a substituírem-nos. Na baliza, houve a surpresa de ser o Diogo Costa o titular, com o Rui Patrício a ficar no banco. No meio-campo, o Otávio foi titular nos dois jogos e acabou por ser ele a abrir o marcador aos 15’, ao fazer com êxito a recarga a um remate do Bernardo Silva ao poste. A Turquia não conseguia responder e aos 42’ aumentámos a vantagem através de uma óptima cabeçada do Diogo Jota a cruzamento do mesmo Otávio. Na 2ª parte, padecemos do mal que vem atormentando esta selecção há muito tempo: a sonolência. A mentalidade do “jogo estar ganho” com vantagem de dois golos, sem procurar com muito afinco marcar mais poderia ter corrido pessimamente, porque a Turquia reduziu aos 65’ numa boa combinação atacante concluída pelo Burak Yilmaz, que teve uma soberana oportunidade de igualar a seis minutos do fim, num penalty escusado do José Fonte, mas milagrosamente atirou por cima. O entretanto entrado Matheus Nunes fez o 3-1 já na compensação depois de ser bem desmarcado pelo Rafael Leão, que também tinha entrado.
 
Ao mesmo tempo, em Palermo, acontecia um escândalo que prova que o Fernando Santos é dos tipos com mais vaca de todos os tempos: a Itália, que nunca(!) tinha perdido em casa numa qualificação para o Mundial, fez 32 remates à baliza, mas foi um dos apenas 4 que a Macedónia do Norte fez, e aos 92’(!), a dar-lhe a vitória e a permitir livrarmo-nos de boa.
 
Ontem, perante esta antiga república da Jugoslávia, a partida foi totalmente diferente da frente aos turcos. Muito mais calma, sem grandes esticanços e com aquele futebol vintage do Fernando Santos: chato como a potassa! De tal forma, que marcámos os golos em dois lances de contra-ataque, ambos concretizados pelo Bruno Fernandes, aos 32’ e 65’. Aliás, o futebol tem esta coisa deliciosa de ter sido um jogador que estava a passar completamente ao lado do jogo (tal como já tinha acontecido frente à Turquia) a decidir a partida, com dois bons golos. E assim fazer uma passagem supersónica de ser dos piores para o melhor em campo...! Em termos defensivos estivemos bem melhor do que frente aos turcos, facto a que não será alheio a presença do Pepe, que fez um jogão, tal como o Danilo a seu lado. Ao invés, o Bernardo Silva esteve bastante melhor no primeiro do que no segundo jogo, tal como o Diogo Jota.
 
Iremos ao Qatar e o Fernando Santos já veio dizer que quer uma terceira conquista com a selecção. Eu já nem digo nada, porque com a vaca descomunal que ele tem nunca se sabe. No entanto, continua a ser uma pena que uma selecção com tanto talento exibia um futebol tão medíocre. Mas, como foi isso que nos trouxe um título europeu e como somos treinados pelo Fernando Santos, não irá certamente mudar.

segunda-feira, novembro 15, 2021

Impensável

A selecção nacional precisava de dois pontos em dois jogos para se qualificar directamente para o Mundial do Qatar e, ao empatar na Irlanda (0-0) na passada 5ª feira e perder ontem na Luz frente à Sérvia (1-2), não o conseguiu. É algo difícil de conceber que uma selecção com a qualidade da nossa arrisque a não estar presente num Mundial de futebol.
 
Frente à Irlanda, o Fernando Santos poupou vários titulares por causa dos amarelos e Portugal fez uma das piores exibições dos últimos anos, sem criar praticamente oportunidades de golo. A mentalidade do seleccionador (“o empate ou ganhar aqui por 5-0 era a mesma coisa. É um resultado muito positivo”) foi seguida na prática pelos jogadores e o pior é que se contagiou para o jogo seguinte. Como seria de prever.
 
Ontem até começámos bem, com o Renato Sanches a inaugurar o marcador logo aos 2’. Incompreensivelmente, este golo em vez de nos tranquilizar e lançar para uma exibição consistente teve um resultado contrário. Dito de modo simples: levámos um banho de bola dos sérvios, que mais do que mereceram a vitória, já que atiraram ao poste, empataram aos 33’ pelo Tadic e marcaram em cima dos 90’ pelo Mitrovic, num lance que é um resumo perfeito da desorganização colectiva de Portugal: num canto contra nós, em cima dos 90’, no momento do cruzamento para a área, estão cinco jogadores de Portugal e seis(!) da Sérvia! Conseguimos a proeza de estar em desvantagem numérica num canto contra nós...!
 
O apuramento agora será bastante complicado, porque teremos de defrontar dois adversários no play-off em Março e só temos a garantia de o primeiro jogo ser em casa. Independentemente de o conseguirmos ou não, é mais do que evidente que o caminho do Fernando Santos chegou ao fim. A miséria exibicional que sempre pautou o seu percurso está a ter repercussões nos resultados. Os milagres não acontecem sempre. E, como já várias pessoas disseram, uma selecção com tanta qualidade individual merece ter alguém que a ponha a jogar um futebol decente. Algo que já não fazemos há muitos anos.

quinta-feira, setembro 09, 2021

Irlanda e Azerbaijão

Conseguimos seis pontos nesta jornada de selecções (2-1 em casa frente à Irlanda e 3-0 em Baku) e, com o empate da Sérvia na Irlanda (1-1), estamos agora com dois pontos de vantagem sobre os sérvios. Ou seja, estamos muito bem lançados para nos qualificarmos directamente para o Qatar 2022.

Na 4ª feira, dia 1 de Setembro, recebemos a Irlanda no Estádio do Algarve e não nos livrámos de um enorme susto, quando sofremos o 0-1 em cima do intervalo e estivemos a perder até aos 89'! Foi das piores exibições de que me lembro da selecção, a que eventualmente não será alheio o facto de quase não termos treinado, tal como referiu o Fernando Santos. Esta janela de selecções agora tem três jogos numa semana, o que é uma brutalidade e uma estupidez. Basta ver os resultados de muitas selecções. Um bis do Cristiano Ronaldo de cabeça (89' e 96'), a centros do Gonçalo Guedes e João Mário, salvou-nos de complicarmos (muito) as contas para um apuramento directo e tornou-o o melhor marcador de sempre de selecções, agora com 111 golos. Pronto, agora que o recorde está batido, talvez possamos jogar mais sem ser sempre só para ele, não...?!

Como o C. Ronaldo festejou o golo da vitória tirando a camisola, o respectivo amarelo tirou-o da ida ao Azerbaijão na passada 3ª feira. Mas a nossa exibição foi bastante melhor e resolvemos o jogo logo na 1ª parte, como golos do Bernardo Silva (que golão!) aos 26' e André Silva aos 31'. Desperdiçámos a oportunidade de uma goleada, mas ainda fizemos o 3-0 aos 75' numa cabeçada do Diogo Jota.

Entre os dois jogos, tivemos um particular com o Qatar na Hungria, que vencemos por 3-1, com golos do André Silva, Otávio (na estreia de mais um naturalizado brasileiro que tenho a certeza de que, tal como o Deco e Liedson, manterá muitas raízes em Portugal quando acabar a carreira...) e Bruno Fernandes, de penalty.

quinta-feira, abril 01, 2021

Selecção a triplicar

Iniciámos a qualificação para o Mundial do Qatar de 2022 com sete pontos em três jogos. Poderíamos (e deveríamos) ter feito o pleno, mas descontrações imperdoáveis e um erro clamoroso da arbitragem não nos permitiram ganhar na Sérvia.
 
O primeiro jogo decorreu na casa de Turim (por causa das limitações das viagens para Portugal dos jogadores que actuam em Inglaterra) na 4ª feira da semana passada. Ganhámos 1-0 ao Azerbaijão com um autogolo aos 37’. Pronto, é o único facto positivo a destacar. Foi uma exibição muito fraca da selecção, perante um adversário que se defendeu bem e que nós não tivemos inspiração para ultrapassar.
 
No último sábado, fomos a Belgrado empatar 2-2 com a Sérvia. É o adversário mais forte que temos (a República da Irlanda perdeu em casa com o Luxemburgo neste dia, portanto estamos conversados) e chegámos ao intervalo a ganhar por 2-0, graças a dois golos de cabeça do Diogo Jota, aos 11’ e 36’. O que se passou na 2ª parte foi muito demérito nosso, entrámos literalmente a dormir e aos 46’ e 60’ a partida já estava igualada. Até final, voltámos a reassumir o controlo e, na última jogada, o Cristiano Ronaldo (que esteve praticamente 180’ incógnito até esse lance) fez a bola passar a linha de golo, mas o árbitro holandês Danny Makkelie não validou. É absolutamente incompreensível que a UEFA deixe a cargo das federações onde se realize o jogo a implementação da linha de golo. Sim, não era preciso o inefável e odioso VAR para ter visto isto! Bastaria a tecnologia da linha de golo. Na sequência do lance, o C. Ronaldo irritou-se, atirou a braçadeira ao chão e saiu do campo segundos antes do apito final. Ficou-lhe muito mal a atitude, mas veio retratar-se pouco depois.
 
Nesta 3ª feira, fomos vencer ao Luxemburgo por 3-1, mas entrámos pessimamente na partida e sofremos o 0-1 aos 30’ através do luso-descendente Gerson Rodrigues. As coisas estavam bastante complicadas, mas felizmente conseguimos empatar já no tempo de compensação com novo golo de cabeça do Diogo Jota. A 2ª parte foi melhor e colocámo-nos na frente logo aos 50’ através do C. Ronaldo, que assim chegou aos 103 golos pela selecção (desesperado que anda em tentar bater o recorde de 109 do Ali Daei pelo Irão...). O Luxemburgo reagiu, nós parecemos que adormecemos um pouco, mas o entretanto entrado João Palhinha acabou com as dúvidas aos 80’ com o 3-1 de cabeça na sequência de um canto.
 
Num calendário absolutamente louco, houve três jogos em seis dias. O Fernando Santos rodou razoavelmente a equipa, mas o Cristiano Ronaldo esteve em campo durante os 270’. Recorde a quanto obrigas...! Quem mais se evidenciou foi obviamente o Diogo Jota com três golos e parece-me claro que deve ser titular absoluto da selecção neste momento. O Renato Sanches entrou bem a titular frente ao Luxemburgo, ao contrário do João Félix que esteve muito discreto e até saiu lesionado. O seleccionador tem várias opções de qualidade e acho muito bem que não haja lugares cativos, porque a selecção não deve estar dependente de nenhum jogador, por muito bom que ele seja.