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segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Có-có-ró-có!

Obrigado, Baía! Com um frango descomunal na sequência de um livre marcado quase do meio-campo pelo Robert (até que enfim que marca os livres!), que talvez só o Sr. Olegário Benquerença tivesse dúvidas sobre se a bola entrou ou não, esteve indelevelmente ligado à nossa vitória por 1-0. Este triunfo foi mais que merecido, mas peca por escasso já que fomos a única equipa que quis ganhar o jogo.

Como se esperava de um homem teimoso até à última, o Adriaanse veio jogar com três defesas, enquanto no Benfica a única alteração em relação ao Liverpool foi a entrada do Karagounis para o lugar do Beto. Até ao nosso golo a partida foi enfadonha e a culpa foi maioritariamente nossa, porque jogámos sem velocidade que era essencial para ultrapassarmos uma defesa de apenas três homens. A importância de ter um jogador que possa decidir um encontro num pontapé-livre ficou hoje mais uma vez demonstrada e o Robert já justificou a sua contratação pelo Benfica. É um grande frango, mas o arco que a bola descreve fez lembrar os livres do Roberto Carlos. A seguir ao golo melhorámos a nossa produção e, antes do intervalo e só com o Baía pela frente, o Nuno Gomes tem um falhanço clamoroso e imperdoável, na sequência de um passe magistral do Simão. Tivesse ele marcado o 2-0 o jogo teria acabado por aí.

Na 2ª parte controlámos a partida e o clube regional praticamente não teve oportunidades. Todavia, acho que deveríamos ter feito mais para tentar marcar o golo da tranquilidade. Neste aspecto, o Nuno Gomes salientou-se pela negativa, com uma série e maus passes no meio-campo que inviabilizaram lances de contra-ataque. Notou-se alguma fadiga, o que será normal por causa do intenso jogo de 3ª feira passada. Perto do final há um lance duvidoso na grande-área do clube regional em que parece que o Petit foi puxado e impedido de chegar à bola. Claro está que o Sr. João Ferreira nada assinalou o que foi conforme a uma arbitragem muito habilidosa, com uma série de faltas duvidosas a favorecer o clube regional.

Em termos individuais começa a ser cansativo e repetitivo, mas lá tivemos os três suspeitos do costume em destaque: Luisão, Léo e Petit. O Quaresma só teve um lance em que criou perigo e teve que ser do lado direito da nossa defesa, porque pela esquerda era impossível. O Luisão esteve imperial no jogo aéreo e os outros dois brasileiros da defesa (Alcides e Anderson) também estiveram muito concentrados. O Manuel Fernandes sobe lentamente de forma, mas continua muito lento a soltar a bola, o que emperra muito a nossa fluidez atacante. O Karagounis não fez um jogo de “encher o olho”, mas tem muita classe e é muito importante para definir o timing dos nossos ataques. O Simão também lutou muito e notou-se uma melhoria da sua produção em relação aos jogos anteriores. O Robert (ainda) não é constante nos 90 minutos, mas vê-se que é um excelente jogador (aquele toque de calcanhar para o Léo, perto da linha lateral, na 2ª parte é delicioso) e tem a capacidade de desequilibrar nas bolas paradas. O Nuno Gomes batalhou imenso, ganhou bastantes bolas de cabeça, mas esteve péssimo em termos de passe e não pode falhar um golo daqueles. O Marco Ferreira não entrou muito bem e manifestou igualmente deficiências a soltar devidamente a bola. Ao invés, o Beto foi importante para segurar o ataque final do adversário.

Em suma, foi uma vitória justíssima e ainda nos mantemos com algumas esperanças na revalidação do título. Não podemos é relativizar os jogos menos importantes, já que nos que foram decisivos até agora (clube regional por duas vezes, Manchester e Liverpool) tivemos um aproveitamento de 100%. Infelizmente não chega e é preciso vencer também os outros para se ser campeão.

P.S. – Espero que o autocarro do clube regional chegue rápido ao Porto, porque se a claque chegar antes dele nem quero pensar no vai acontecer ao pobre do carro do Adriaanse. Perder duas vezes na mesma época com o Benfica é algo de imperdoável para aquelas bandas e nem a possível conquista do campeonato poderá limpar esta nódoa!

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Não resisto...

Porque foram (alguns) anos de bocas e humilhações, porque os outros consideravam que éramos um has been e que iríamos ser a “vergonha da Europa” deste ano, tomem lá! Enviaram-me isto por email, provavelmente alguns de vocês já conhecem, mas acho que vale um post. Grande cachecol!

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Orgulho

Gostaria desde já de pedir desculpa aos adeptos ocasionais do Liverpool, que já estavam preparados para fazer a festa com a vitória dos ingleses, eles, coitados, que só podem ver a Champions na televisão, dado que os seus clubes de origem foram eliminados por uns eslovacos e uns suecos que nunca ninguém ouviu falar. Não só nos batemos de igual para igual com o campeão da Europa, como ganhámos por 1-0 e demos pontos para o ranking de Portugal. Os que auguravam que iríamos ser o “Anderlecht” deste ano na Liga dos Campeões, que disseram que só ganhámos ao Manchester porque eles estavam em má forma que digam agora qual é a desculpa para termos ganho ao campeão europeu. Estou muito curioso para sabê-la…

A partida desenrolou-se de um modo já esperado, já que o Liverpool defendeu muito bem, deu-nos pouco espaço, mas julgo que também nos terá subestimado, caso contrário o Gerard e o gigante Crouch não teriam ficado no banco. Nós voltámos ao esquema de três trincos do início da época que tão poucos resultados deu e a primeira parte foi um desperdício. Quase não existimos no ataque porque não havia ninguém para transportar a bola para a frente. Já aqui escrevi que o Koeman deve achar que temos um superplantel para ter alguém como o Karagounis no banco. Não aguenta os 90 minutos? Como é que ele sabe, só por uma vez é que alinhou esse tempo todo (em Setúbal) e fez uma óptima 2ª parte. Como o Liverpool também não pressionou no ataque, quase não houve oportunidades de golo durante a etapa inicial. A lentidão do Beto sobressaiu nuns quantos lances e não deixou que o nosso ataque tivesse a fluidez necessária. A única jogada de algum perigo foi um excelente passe do Robert que o Simão não apanhou.

Na 2ª parte entrámos melhor e dominámos a maior parte do tempo, especialmente desde a entrada do Karagounis que só aconteceu por volta dos 60 minutos. Já havia alguém a quem passar a bola para conduzir o nosso jogo e passou a haver mais perigo nas imediações da área do Liverpool. O golo acabou por surgir a seis minutos do fim num lance já habitual no Benfica, em que o Luisão parte do local da falta a correr para a área e a bola é-lhe colocada na cabeça. Até hoje nunca tinha dado golo, mas criávamos sempre perigo nesta jogada (o golo anulado em Guimarães é deste género). Felizmente, a malapata quebrou-se e foi o delírio no estádio. Estávamos a ganhar aos campeões da Europa! Até final tivemos uma clara oportunidade (talvez a melhor de todo o jogo) em que o Petit, praticamente isolado, em vez de rematar com força tentou o chapéu proporcionando ao Reina uma defesa fácil. Foi pena, porque com 2-0 as coisas tornar-se-iam muito negras para o Liverpool.

A equipa lutou bastante, mas não fizemos um jogo do outro mundo. Individualmente sobressaíram os do costume nos últimos jogos: Petit, Luisão e Léo. O Luisão tem um amor especial por aquela baliza que eu muito prezo. Não a faz balançar muitas vezes, mas quando isso acontece geralmente é decisivo (não é, Ricardo?). O Petit teve o pulmão do costume, tal como o Léo que raramente foi batido pelos atacantes contrários. O Nuno Gomes também esteve bastante bem, embora muito desapoiado na frente. O Robert finalmente demonstrou alguma coisa, mas é pena que não dure os 90 minutos. No entanto, não percebo a hierarquia que continua a haver na marcação dos livres que o relega sempre para a 3ª posição. O Simão e o Petit não concretizam um golo de livre há imenso tempo, mas o francês continua a não ser a 1ª opção para os marcar. Quando chegou o 3º livre frontal, já ele tinha saído... O Anderson voltou a fazer um jogão tal como contra o Manchester e o Alcides deu a sua casa habitual, mas desta vez sem consequências nefastas. O Manuel Fernandes esteve um pouco perdido em campo na 1ª parte (não é um “nº 10”), mas melhorou com a entrada do Karagounis que foi fundamental para a mudança que o nosso jogo teve (tal como contra o Nacional). Será que o prémio é voltar para o banco no próximo domingo? O Beto teve (mais) uma noite infeliz em termos de passe e desenvolvimento atacante, mas é inadmissível que seja assobiado pelos próprios adeptos. O Moretto teve uma falha na 1ª parte que poderia ter sido prometedora e uma saída completamente disparatada na 2ª parte em que felizmente a bola foi cabeceada para fora. Continuo a não estar convencido e a lamentar a injustiça que foi feita ao Quim. O Simão está de facto em má forma, mas é dele a abertura fantástica para o chapéu do Petit já no fim do jogo. Alguns também mostram já impaciência para com ele, mas gostaria de os relembrar que é a PRIMEIRA VEZ em cinco anos que vemos o Simão em sub-rendimento! Não tenham a memória curta! O homem tem direito a ser humano de vez em quando…

Apesar de não ter sido um jogo tão épico quanto o do Manchester, devemos estar orgulhosos da nossa equipa. Com alguma sorte mas também bastante mérito estamos em vantagem na eliminatória. O jogo de Anfield vai ser terrível, mas se tentarmos e conseguirmos marcar um golo temos chances de passar aos quartos-de-final. Convém não esquecer que somos a única das 16 equipas que saiu do 4º pote e que, tirando o Glasgow Rangers, todas as outras vêm do pote 1 e 2, portanto já fizemos mais do que a nossa obrigação. Este ano parece que estamos talhados para os grandes momentos (casa do clube regional, Manchester e Liverpool). A chama imensa renasce sempre nestas alturas e é por isso que somos um clube mítico. Só falta voltarmos a ser regulares para conseguirmos algo mais do que (apenas) jogos memoráveis. Um titulozinho não fazia mal a ninguém…

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Só peço isto...

Independentemente de tudo o que se possa vir a passar, estamos entre as 16 melhores equipas europeias este ano. Saibamos nós, adeptos, redespertar este lugar mítico e temido por toda a Europa, e tudo é possível. Tenho a certeza que no final do jogo estarei orgulhoso dos nossos jogadores qualquer que seja o resultado, porque...
SOU DO BENFICA E ISSO ME ENVAIDECE!

domingo, fevereiro 19, 2006

Péssimo ensaio

Começou muito mal a nossa semana decisiva com a derrota por 2-0 em Guimarães. Pior do que a derrota foi a exibição do Benfica que não criou tantas oportunidades de golo como nos últimos jogos e nunca demonstrou verdadeira capacidade para ganhar. Não estava com um bom pressentimento para este jogo, porque quer se queira com não, com o Liverpool e o clube regional aí à porta, os jogadores poderiam encarar esta partida de ânimo mais leve. Por outro lado, o Guimarães estava motivado com a vitória da semana passada no Marítimo e tem uma massa adepta que empurra o clube. Para (não) ajudar à festa, choveu copiosamente durante o encontro todo, o que em termos teóricos não era nada benéfico para o nosso tipo de jogo, como se veio a confirmar.

Se foi por causa destas condicionantes ou não, o que é facto é que entrámos pessimamente na partida e a primeira meia-hora foi de domínio absoluto do Guimarães. O Moretto fez duas boas defesas e há dois cabeceamentos para fora de jogadores do Guimarães, que saltaram à vontade na nossa área, antes do primeiro golo num remate de sorte de 30m. O Ricardo Rocha ainda tenta cortar de cabeça, mas acaba por dar um efeito à bola que entra na baliza. Reagimos lentamente, mas acabámos por marcar um golo pelo Marcel que infelizmente estava fora-de-jogo. Antes disso, há um lance do Léo que me parece de penalty, já que ele foi empurrado por um defesa e pouco depois o Guimarães deveria ter ficado a jogar com 10, porque o Cléber tem uma entrada violenta sobre o Nuno Gomes que seguia na direcção da baliza, apesar de estar ladeado de dois defesas. Enfim, pormenores que infelizmente não chegam a ser as coincidências que refiro no post anterior.

Na 2ª parte entrámos melhor e mantivemos alguma pressão sobre o Guimarães. Todavia, não criámos grandes oportunidades de golo, sendo as duas mais flagrantes do Nuno Gomes, que se as tivesse marcado, como era sua obrigação, talvez o resultado tivesse sido outro. O Guimarães praticamente não existiu na 2ª parte e da única fez que foi lá à frente matou o jogo a 20 minutos do fim, aproveitando um mau corte o Ricardo Rocha que acaba por estar ligado aos dois golos. Pouco depois entrou o Karagounis e ganhámos alguma consistência no meio-campo, mas já era tarde demais. Não fizemos um jogo bem conseguido e considero que o Koeman cometeu dois erros: o Beto deveria ter jogado no lugar do Manuel Fernandes que, ameaçado pelo 5º amarelo, foi muito menos lutador do que é costume o que se reflectiu na suavidade que o nosso meio-campo revelou; o Karagounis deveria ter entrado de início, já que ficou mais uma vez demonstrado que precisamos de um jogador que saiba transportar a bola para a frente e colocá-la jogável nos avançados. Por falar em avançados, jogámos com 10 porque o Marcel continua a ser um corpo estranho na equipa. Fez um jogo razoável em Leiria e daí para cá tem sido uma nulidade. Por outro lado, se o Koeman já sabia que ia jogar com dois pontas-de-lança, porque é que não convocou o Mantorras para o ter no banco?! Em vez disso, o Koeman optou por convocar o Karyaka que não joga há dois meses. O resultado é que só fizemos duas substituições e o angolano teria sido muito útil para entrar para o lugar do inofensivo Marcel. Incompreensível…

Na próxima 3ª feira recebemos o Liverpool e as perspectivas não são as mais animadoras. Hoje vi um pouco do jogo deles contra o Manchester para a Taça e teremos pela frente um adversário que simplesmente não dá espaços para jogar. A velocidade terá de ser a arma principal, mas a falta do Geovanni pode deitar tudo a perder (aliás, o Rafa Benitez já mostrou contentamento ao saber desta ausência). Atravessamos uma fase má na altura crucial da época. Os jogadores mais importantes como o Simão e o Nuno Gomes estão em baixo de forma e três derrotas nos últimos quatro jogos do campeonato não auguram nada de bom. Haverá outro milagre como o do Manchester?

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Que curioso…

Realmente eu achei estranho que dois jogadores de uma equipa do nosso campeonato, cujo nome não me ocorre agora, tenham provocado amarelos para ficarem excluídos do próximo jogo contra um adversário da metade superior da tabela, porque daqui a duas jornadas vão visitar a casa de um concorrente directo e “mais vale prevenir…”. Ainda por cima, esses dois jogadores têm sido fundamentais nessa tal equipa. Um é extremo e é uma das figuras do campeonato, e o outro é o único central de um esquema arrojado de três defesas e parece que tem cumprido bem a sua função.

Acontece que o jogo desta semana do seu adversário da próxima jornada foi, curiosamente, arbitrado por um árbitro da terra do tal clube cujo nome não me recordo agora. Esse adversário que vem da Madeira perdeu o jogo, mas mais do que isso, em mais uma daquelas coincidências em que o futebol português é pródigo, viu dois dos seus jogadores expulsos com vermelhos directos. Um deles é central e é um dos esteios da equipa há vários anos e o outro é avançado e tem dado nas vistas neste ano. Estando a equipa que vai jogar em casa já desfalcada de duas das suas unidades nada melhor do que se restabelecer o equilíbrio de forças. É assim mesmo, o futebol quer-se é competitivo!

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Doze

É por jogos com formações como o Penafiel que eu sou defensor de um campeonato com 12 equipas (para não dizer dez) a quatro voltas. A nossa vitória por 4-0 é inquestionável e nem sequer fizemos um bom jogo. O Penafiel é que é tão fraquinho que não tivemos que carregar no acelerador. Com menos equipas no campeonato, este tornar-se-ia mais competitivo e com melhores jogos. Era preferível receber o Braga em casa duas vezes do que ter que receber o Penafiel uma só. Os jogos seriam certamente mais interessantes.

O Koeman voltou a mexer na equipa ao colocar o Nuno Gomes no banco e jogando somente com o Petit como médio mais recuado. O Karagounis alinhou em vez do Manuel Fernandes e o Robert também entrou de início. Na frente o Geovanni voltou a ser o ponta-de-lança com o Manduca nas suas costas. Este foi um dos erros do nosso treinador. Na 4ª feira, o Manduca fez o seu melhor jogo pelo Benfica, mas actuando a extremo. Contra o Penafiel voltou à posição de 2º avançado e foi uma nulidade. Uma outra opção que não me agradou foi a manutenção do Alcides na direita em vez do Nélson. O jogo contra o último classificado pedia velocidade nos extremos, algo que o brasileiro é incapaz de dar. O Karagounis também me desiludiu um pouco depois da excelente performance da Taça, mas a não ser que tivesse algum problema físico achei que poderia ter continuado para a 2ª parte. Na etapa inicial fizemos uma partida muito pausada confiantes que o golo iria acabar por surgir. O que aconteceu, mas não sem antes o Penafiel ter obrigado o Moretto à 1ª das suas duas melhores defesas do jogo. Uma grande abertura do Petit isolou o Geovanni, que não falhou. Espero que o Koeman se capacite de vez que o Geovanni tem lugar a titular neste Benfica e naquela posição. Na 2ª parte melhorámos um pouco, com o Nuno Gomes e o Manuel Fernandes em vez do Manduca e Karagounis. Graças a um autogolo na sequência de um canto matámos o jogo a meia-hora do final. Sempre num ritmo pausado e sem grandes correrias aumentámos a vantagem, com um golo do Nuno Gomes, e mesmo no fim o Simão fechou o marcador. No golo do Nuno Gomes houve alguns comentadores que alegaram falta de fair-play do Benfica por o Léo não ter atirado a bola para fora, já que estava um jogador do Penafiel deitado no chão na sua grande área. Resta dizer que no lance anterior os jogadores do Penafiel continuaram a jogar e não colocaram a bola fora. Assim sendo...

Individualmente há que destacar o Léo e o Petit que foram os únicos que mantiveram um nível uniforme durante todo o jogo. O Léo é um óptimo defesa-esquerdo e cada vez menos se percebe a opção do Koeman de deixá-lo no banco contra os lagartos. O Petit joga sempre da mesma maneira quer seja contra o Manchester quer seja contra o Penafiel. O Simão também não fez turismo durante a partida, apesar de as coisas nem sempre lhe terem saído bem (especialmente os livres). Na defesa foi tudo muito calmo com o Luisão a ser imperial como de costume e a mostrar que as críticas que lhe têm feito são muito injustas, porque é o melhor central a alinhar em Portugal. Quanto ao Anderson não gostei tanto já que esteve desastrado nalguns cortes, embora sem comprometer. O Robert também alinhou os 90 minutos, mas foi baixando de produção e acabou o jogo em dificuldades físicas. Como já tínhamos feitos as três substituições teve que se manter em campo (eis a desvantagem de se ter feito duas trocas logo ao intervalo).

Este jogo foi um oásis no deserto, já que era o único desta altura em que poderíamos respirar um pouco. Segue-se uma sequência muito difícil (Guimarães, Liverpool e clube regional) em que se vai decidir muito do que será a nossa época. A equipa já esteve a jogar melhor do que agora, mas mantemos as esperanças intactas em todas as competições. Só temos que estar confiantes.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Karagounis

Estamos nos quartos-de-final da Taça de Portugal depois de termos ganho nos penalties (5-3) ao Nacional da Madeira. Previa-se um jogo difícil o que se confirmou, pois em 120 minutos não conseguimos marcar nenhum golo. A nossa exibição foi bastante fraca e só na 2ª parte do prolongamento conseguimos criar verdadeiro perigo para a baliza dos madeirenses. A boa notícia é que estivemos bem defensivamente já que o Nacional não criou nenhum lance de golo durante duas horas.

O principal aspecto positivo a tirar do jogo é o título deste post. Não se percebe como é que o Koeman se dá ao luxo de ter um jogador como o Karagounis no banco durante os últimos jogos. A sua 2ª parte no jogo em Setúbal foi muito boa e depois disso estranhamente desapareceu. Espero que depois de ontem as coisas mudem, porque mesmo apesar de só ter entrado a menos de 10 minutos do fim do tempo regulamentar foi o jogador do Benfica que mais se destacou em termos ofensivos. Durante grande parte da partida não tivemos ninguém com capacidade para furar a defesa do Nacional, que transportasse jogo para a frente e que criasse desequilíbrios no meio-campo. O Karagounis trouxe isso tudo e na 2ª parte do prolongamento colocou o Marcel por duas vezes frente-a-frente com o guarda-redes, mas infelizmente o brasileiro falhou em ambas. Essas duas oportunidades surgiram depois de duas arrancadas do Karagounis em jogadas individuais do melhor que se tem visto esta época. Para além disto fez ainda o nosso melhor remate de longe, proporcionando ao Hilário uma defesa difícil. Até à entrada do grego a nossa exibição foi muito fraca. Não tivemos velocidade e a maioria dos jogadores não estavam inspirados. Só o Luisão e o Léo estiveram na sua bitola habitual. O Nuno Gomes não deveria ter alinhado de início, já que me pareceu muito cansado e o Simão também está em baixo de forma, apesar de continuar a lutar muito e a ter um louvável espírito de sacrifício em termos defensivos. O Manduca teve duas ou três boas arrancadas em velocidade pela direita, só que é claramente um extremo-esquerdo e foi-se perdendo ao longo do tempo. O Geovanni foi o nosso melhor jogador na 1ª parte, ao desmarcar colegas ao 1º toque, mas não esteve bem no remate. Mesmo assim ganhou um penalty num erro clamoroso do Hilário, mas infelizmente o Simão atirou à barra. Na 2ª parte as bolas não lhe chegaram em condições e o Geovanni desapareceu, no entanto ficou mais uma vez provado que rende muito mais a ponta-de-lança do que à direita. Tê-lo a extremo é o mesmo que ter o Ricardo Rocha a defesa-esquerdo. Cumpre mas não rende tudo o que pode. O Alcides perdeu confiança depois do jogo contra os lagartos e foi um dos grandes problemas do Benfica ontem, já que raramente subiu pela direita, o que nos impediu de criar os desequilíbrios habituais que o Nélson constrói. Tivéssemos nós jogado com ele e talvez as coisas fossem diferentes.

Como era de prever a assistência não era muita, mas os que estiveram ontem no estádio apoiaram a equipa durante grande parte do jogo. Estava à espera de ouvir mais assobios do que os que aconteceram principalmente com o desenrolar da partida, mas não gostei que tivessem assobiado o Simão depois de alguns lances dele mal conseguidos. O homem não está em forma, mas a memória dos homens é de facto muito curta.

Agora que venham os lagartos! Nunca de lembro de ter duas derrotas na mesma época frente a eles, pelo que a desforra é absolutamente necessária.

P.S. – Não me venham com histórias! Os hipotéticos dois penalties contra nós não existem! No 1º lance, o Léo mal toca no adversário que sente o bafo do nosso jogador e deixa-se cair. No 2º lance, o braço do Ricardo Rocha está junto ao corpo e NÃO SE MOVIMENTA enquanto ele está a cair (revi o lance várias vezes em slow motion). A única maneira de ele não ter tocado na bola com o braço era cortá-lo.

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Deixem-me ver se eu percebo...

Após duas derrotas consecutivas, o Benfica desceu para 4º lugar no campeonato com os mesmos pontos do 2º e 3º, mas está apenas a uma derrota e um empate de distância do 1º lugar (cujo clube ainda virá ao Estádio da Luz). Para além disso, está nos oitavos-de-final da Taça de Portugal e das Liga dos Campeões. Já conquistou uma Supertaça este ano e obteve dois resultados memoráveis, um deles inédito (ganhar ao Manchester) e outro que já não acontecia há vários anos (vitória na casa do clube regional). Há apenas duas semanas tinha uma série de nove vitórias consecutivas não tendo consentido golos em sete desses jogos. A defesa era toda elogiada. Duas semanas e duas derrotas depois, já é tudo mau. Particularmente o Luisão que, após o seu 1º erro grave deste ano, “já não presta”, está com “falta de confiança” e outras coisas afins. Sim, porque o Polga, o Pedro Emanuel ou o Pepe nunca dão erros...

É certo que fizemos um jogo muito mau, mas no outro tivemos muito azar por defrontarmos um guarda-redes que só joga bem frente ao Benfica. Apesar de termos tido dois maus resultados, somos a única equipa nacional que ainda pode ganhar todas as competições em que está envolvida. Será legítimo que após duas derrotas, que nada comprometeram de modo definitivo, se ponha tudo em causa? Teremos sido eliminados das competições europeias por equipas de gabarito como o Artmedia ou o Halmstads? Teremos adeptos que batem nos treinadores e administradores que ganham fortunas por mês? Estaremos a tentar vender todo o património construído juntamente com o novo estádio? Teremos a direcção e um grupo de sócios a acusar-se mutuamente por causa do valor do passivo?

É impressão minha, ou estão a querer fabricar (artificialmente) uma crise para os nossos lados?!

domingo, fevereiro 05, 2006

Massacre infrutífero

Nem sempre a melhor equipa ganha. A nossa derrota por 3-1 em Leiria tem duas explicações: Costinha e falhas defensivas. Criámos mais oportunidades, jogámos melhor, fomos massacrantes em grande parte do jogo, mas mesmo assim saímos derrotados. Estes são os jogos que mais me custam perder. Os profetas da desgraça virão provavelmente culpar o Koeman, os jogadores, o presidente ou sabe-se lá quem mais. Mas quem tem dois olhos na cara, sabe ver e não se deixe contaminar pelas opiniões que saem na comunicação social pode verificar que acima de tudo tivemos muito azar neste jogo.

O Koeman trocou cinco jogadores em relação ao jogo contra os lagartos e viu-se a diferença. Com o Nelson à direita, o Léo à esquerda, o Manuel Fernandes no meio-campo, o Marcel com o Nuno Gomes na frente e dois extremos nas alas fizemos uma meia-hora inicial do melhor que se tem visto esta época. Infelizmente em apenas dois lances, a U. Leiria atira uma bola ao poste e faz um golo contra a corrente do jogo. Até aí também nós tínhamos rematado à barra pelo Manuel Fernandes, o Nuno Gomes falha um golo incrível logo nos minutos iniciais e o Costinha tinha começado o seu festival a remates do Robert e Marcel. O resultado ao intervalo já era muito injusto. Na 2ª parte também entrámos bem, só que a U. Leiria teve um lance perigoso logo no início num contra-ataque em que o Moretto volta a sair mal da baliza e o Maciel falha um golo isolado. Logo a seguir o Costinha volta a fazer uma defesa incrível a um remate do Robert, mas pouco depois o Luisão tem uma fífia descomunal e dá-se o 2-0. Trememos um pouco, demorámos algum tempo a recompormo-nos, mas voltámos a carregar nos últimos 20/25 minutos exercendo uma pressão sobre a baliza adversária em que só por manifesto azar não marcámos mais de um golo. O Marcel tem mais um bom cabeceamento para outra defesa impossível do Costinha e noutro lance, desmarcado pelo Nuno Gomes, tenta o chapéu, mas o guarda-redes leiriense volta a desviar a bola da baliza. O 2-1 chega a pouco menos de 10 minutos do fim, num grande golo do Manduca a corresponder a um excelente passe do Robert. Ainda acreditei no empate e o Marcel teve-o nos pés, numa óptima iniciativa individual em que passa a bola por cima da defesa, mas infelizmente remata por cima só com o Costinha pela frente. A três minutos do fim outro contra-ataque da U. Leiria resulta no 3º golo com grandes culpas do Nelson, que pára a pedir o (inexistente) fora-de-jogo em vez de tentar perturbar o remate do Maciel. Estou convencido de que se o Nelson tem ido à bola, o Maciel não teria feito golo. Uma situação DEFINITIVAMENTE a rever.

Cheguei ao fim do jogo com um sabor amargo na boca. Tudo fizemos e merecíamos tê-lo ganho. Lutámos bastante, mas cometemos erros indesculpáveis na defesa Curiosamente foram os jogadores da espinha-dorsal que pior estiveram. O Luisão tem grandes culpas no 2º golo, o Nuno Gomes pouco fez e não pode falhar um golo daqueles logo no início do jogo, o Simão passou ao lado da partida e só nos minutos finais deu um ar da sua graça. Só se salvou o Petit que no seu estilo habitual tentou empurrar a equipa para a frente, mas viu-se muito só na luta a meio-campo, já que o Manuel Fernandes fez um jogo irregular. O miúdo é muito melhor que o Beto a transportar a equipa para a frente, mas tem que ter mais atenção às compensações defensivas (para o comentador da TVI passou de bestial a besta da 1ª para a 2ª parte. Ahhh, coerência!). O Nélson teve uma entrada desastrada no jogo, tendo falhado completamente as primeiras intervenções, mas depois lá recuperou e fez uma partida razoável, assim como o Léo. O Robert fez o melhor jogo pelo Benfica até agora, mas tem mesmo que jogar à esquerda. Ainda por cima com o Simão numa fase de menor fulgor há razões para que as suas posições sejam trocadas. O francês sempre que rematou à baliza fê-lo com perigo, o que também aconteceu quando cobrava as bolas paradas. O Manduca, que entrou para o lugar do Léo (numa substituição muito arrojada do Koeman, mas que se impunha já que estávamos a perder por 2-0), pouco se viu, mas marcou um excelente golo.

Infelizmente, é muito provável que esta derrota faça esvaziar a química entre os adeptos e a equipa. É sempre assim quando há maus resultados, independentemente da forma como jogámos. A fronteira entre bestiais e bestas é muito ténue e, emprenhados pelos ouvidos através da comunicação social e sem sentido crítico, os adeptos geralmente voltam costas à equipa quando ela mais precisa. Na próxima 4ª feira temos um jogo importantíssimo com o Nacional para a Taça. Com os bilhetes a preço único de 5€ para sócios e 10€ para não-sócios é preciso uma razão de força maior para não se ir apoiar a equipa. Estou muito curioso para ver quantos adeptos estarão no estádio. Ao menos estas alturas dão para se perceber quem são os verdadeiros benfiquistas…

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Levanta-te e ri

A SAD do clube regional, ao emitir o seguinte comunicado na sua página da net (não vou linkar por motivos óbvios), resolveu tornar-se uma séria candidata ao programa da SIC:

Apesar de todas as ameaças de cariz intimidatório por parte de elementos ligados à claque Super Dragões, nomeadamente a de, através de canais televisivos, tecer acusações falsas e difamatórias em relação a pessoas da estrutura do F.C. Porto, vem o Conselho de Administração da F.C. Porto – Futebol, SAD reiterar a sua total e absoluta firmeza em relação às decisões que tomou nos últimos dias e afirmar a sua intransigência na defesa de valores que considera fundamentais. (o sublinhado é meu.)

Hahahahahahahaha!!!! “Valores fundamentais”?!?!? Serão porventura estes? Serão os valores do fair-play e respeito pelos adversários demonstrados pelo presidente deste clube quando numa das últimas declarações apelidou um dos rivais de “inimigo”? Ou os “valores fundamentais” serão poder bater e intimidar todos menos o treinador?

P.S. – Mais uma vez a crónica desta semana da Leonor Pinhão n’ A Bola é imperdível.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

E agora?

FCP corta apoio aos Super Dragões

Em que sítio é que a prostit..., perdão, a acompanhante do presidente do clube regional vai ver o jogo na Luz no final deste mês? Aposto que esta enérgica tomada de posição só vai ter efeitos em termos institucionais. A nível pessoal vão continuar todos a ser muito amigos, até porque o comunicado da claque do clube regional nunca refere o nome do presidente nas suas críticas, mas somente o de alguns administradores. Caso contrário, quem é que de futuro escoltaria a tal pessoa até ao tribunal? A cumplicidade entre esta escumalha é tão muito grande que duvido que seja uns empurrõezinhos ao carro do treinador que a deite abaixo. Já alguém se esqueceu que os telefonemas de um elemento da claque a ameaçar de morte o Mourinho na véspera (!) da final da Liga dos Campeões foram feitos através do telemóvel do chefe do departamento de futebol do clube regional?!