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domingo, maio 11, 2014

Previsível

Com uma equipa constituída maioritariamente por suplentes e até alguns jovens da equipa B, perdemos em Mordor por 1-2 e terminámos o campeonato tal como o começámos. Só que esta derrota não belisca em nada o nosso brilhante percurso e a equipa deu muito boa resposta a uma adversário que estava na máxima força.

Quando o CRAC abriu o marcador aos 4’ confesso que temi uma goleada, mas a superioridade do CRAC só durou meia-parte. Pressionaram-nos, mas não criaram muitas ocasiões flagrantes. Aos 26’, o Sr. Rui Gomes Costa fez história ao assinalar um penalty a favor do Benfica em plena casa do CRAC por derrube do Diego Reyes (que grande jogador…!) ao Salvio. Foi o segundo penalty a nosso favor em 35 anos! Sintomático, até porque foram ambos em jogos em que o título já estava decidido. O Enzo Pérez não tremeu e bateu para o lado contrário do Fabiano. A equipa de Mordor sentiu o golo, mas o Sr. Rui Gomes Costa logo tratou de repor a normalidade dos jogos entre o CRAC e o Benfica ao assinalar uma falta fantasma do André Almeida sobre o Jackson Martínez. Cruzamento para a área e o colombiano sentiu o bafo do nosso jogador para se deixar cair. Desta vez não atirou a bola para as nuvens e fez o 2-1 para as forças do Mal.

Na 2ª parte, melhorámos imenso de rendimento e dominámos o adversário. Podíamos ter marcado logo no início quando o Djuricic atirou à barra aproveitando um desentendimento entre o Maicon e o Fabiano. O André Gomes e o entrado Markovic poderiam ter direccionado melhor os remates e eles só tiveram uma grande hipótese pelo Quintero, que rematou a rasar o poste. Numa das últimas jogadas, foi pena o Bernardo Silva ter centrado mal, porque tinha companheiros em excelente posição.

Em termos individuais, ninguém se destaco por aí além. Desta feita, gostei do Steven Vitória, que acompanhou bem o Jardel. O Salvio fez uma boa 1ª parte, mas agarrou-se muito à bola na 2ª. O Lindelof entrou confiante para o lugar do João Cancelo, que teve um péssimo início de jogo, mas depois melhorou progressivamente. O Djuricic não existiu na 1ª parte, mas melhorou na 2ª, saindo lesionado para entrar o Bernardo Silva. Todos os outros estiveram razoáveis.

Temos duas finais importantíssimas na próxima semana, pelo que este jogo seria sempre encarado como um treino, onde se esperaria que não se magoasse ninguém. Obviamente que os jogadores do CRAC foram tentando e tiveram duas ou três entradas assassinas (o André Gomes e o Salvio que o digam), mas aparentemente iremos ter a equipa completa para o Jamor. Mas antes disso, na 4ª feira, vamos ver se finalmente acabamos com a maldição do Béla Guttmann. Agora que já temos uma estátua dele no estádio, pode ser que consigamos finalmente voltar a ganhar uma prova europeia. Lá estaremos em Turim para apoiar o Glorioso!

segunda-feira, maio 05, 2014

Empate na despedida

Não conseguimos vencer o V. Setúbal (1-1) no último jogo desta temporada na Luz. Depois do épico empate em Turim, a equipa apresentou-se em nítida descompressão e nem a colocação de alguns titulares na 2ª parte permitiu-nos chegar à vitória.

A 1ª parte foi para esquecer. Lento, devagarinho e parado foram as três velocidades que utilizámos. As ocasiões de golo foram muito escassas e foi com alívio que chegámos ao intervalo. A 2ª parte foi um pouco melhor (entrou o Lima para o lugar do Djuricic) e conseguimos marcar aos 60’ numa boa arrancada do André Gomes, que tabelou com o Cardozo e depois bateu o guarda-redes. Felizmente, ainda não foi desta vez que ficámos a zeros para o campeonato na Luz. Pouco depois, o Enzo Pérez, que também entrou na 2ª parte, teve uma ocasião soberana para ampliar a vantagem, mas atirou ao lado quando só tinha o guarda-redes pela frente. Fomos deixando correr o marfim e aos 75’ o Maxi rasteirou um adversário na nossa grande-área. Penalty convertido em força pelo Rafael Martins, que bateu o Paulo Lopes. Até final, pressionámos um bocado e tivemos uma boa chance pelo Lima já nos descontos, mas a bola foi salva quase sobre a linha por um defesa. Confesso que não saí satisfeito do jogo, porque um empate em casa é algo que me chateia sempre. Além disso, perdemos uma boa oportunidade para selar a 12ª vitória consecutiva no campeonato e quebrar estes recordes deixa-me invariavelmente com um amargo de boca.

Em termos individuais, não houve ninguém que se destacasse por aí além. Gostei de algumas arrancadas do Salvio e da entrega do Maxi (que acabou por estragar tudo com o penalty escusado). O Djuricic perdeu a sua enésima oportunidade para mostrar que é algo mais do que um jogador com “bons pés” e, sinceramente (e digo isto com o coração exangue), o Cardozo só deveria voltar quando estivesse em perfeitas condições físicas. O modo como ele se arrasta em campo, saindo-lhe quase tudo mal, é penoso de ver. Claro que um golo de bola corrida poderá modificar isto no imediato, já que a falta de confiança é brutal, mas o que é certo é que esse golo está a demorar tempo demais a surgir. E, enquanto isso, nós continuamos a jogar com 10…

Que esta partida tenha sido um intervalo para as próximas duas semanas. Estaremos em três finais e espero que a equipa dê a resposta que sempre tem dado ao longo da temporada, porque isso garantir-nos-á um mês de Maio inolvidável.

P.S. – Parabéns ao Voleibol pelo primeiro bicampeonato da nossa história!

segunda-feira, abril 21, 2014

Trinta e três


Vencemos o Olhanense e sagrámo-nos pela 33ª vez campeões nacionais de futebol! O grande objectivo da época está cumprido e tudo o que vier a seguir é lucro, se bem que será uma grande desilusão se não fizermos a dobradinha. O Olhanense revelou-se um adversário muito complicado (é impressionante como nunca nada nos é dado facilmente, temos sempre que batalhar por tudo!), mas o primeiro golo no início da 2ª parte libertou a tensão que já se sentia no estádio e o segundo selou a conquista do título.

Entrámos bem na partida e tivemos ocasiões para decidir o campeonato ainda antes do intervalo. Um remate do Gaitán, interceptado por um defesa logo nos minutos iniciais, e dois falhanços incríveis do Rodrigo (acertou mal na bola) e do Lima (atirou por cima já com o guarda-redes batido) foram o saldo da 1ª parte. É verdade que também poderíamos ter sofrido um golo num erro incrível do Garay, mas felizmente o remate passou ao lado. Notava-se alguma ansiedade por parte dos jogadores e bastante por parte do público, que se foi avolumando com o passar do tempo. Em cima do intervalo, o Salvio partiu o braço num lance fortuito e o Markovic substituiu-o ao intervalo.

Na 2ª parte, o jogo continuou na mesma e o Lima voltou a falhar um golo fácil ao atirar por cima da barra. Mas aos 57’ finalmente lá apareceu o tão desejado golo: contra-ataque do Benfica conduzido pelo Rodrigo, passe atrasado para o remate do Gaitán, o guarda-redes defendeu para a frente e o Lima só teve que encostar. A Luz respirava de alívio ao mesmo tempo que explodia de felicidade. Como tem vindo a ser bom hábito nos últimos jogos, a equipa foi à procura do “golo da tranquilidade” que surgiu três minutos depois novamente pelo Lima. Lançamento em profundidade do Maxi Pereira a demarcar o brasileiro, que correu meio campo para rematar relativamente fraco e à figura, mas o guarda-redes deixou a bola passar por entre as pernas. Foi um frango delicioso que praticamente selou a questão do título e soltou de vez a Luz para o delírio absoluto. Até final, tanto o Lima como o Rodrigo tiveram boas chances, mas o resultado já não se alterou e pudemos todos gritar finalmente “campeões, campeões, nós somos campeões!”

Destaque óbvio para o Lima, que estava a ser dos mais perdulários até que resolveu decidir o jogo. O Enzo Pérez foi novamente o pêndulo do meio-campo e o André Gomes aproveitou o jogo inolvidável de 4ª feira para se afirmar como a solução a trinco até que o Fejsa recupere. A equipa esteve toda ela a um bom nível, apesar de revelar uma natural ansiedade, personificada no Garay, com algumas hesitações muito pouco habituais. O prémio azar do ano vai direitinho para o Salvio: depois de estar a recuperar a forma vindo da grave lesão que teve em Setembro, parte o braço no jogo do título e acaba prematuramente a época! Vai fazer-nos muita falta para os importantes encontros que se seguem.

A festa que se seguiu tanto no estádio como no Marquês foi épica e só espero que seja a primeira de algumas deste ano. Temos ainda coisas importantes para conquistar, a começar já na eliminatória frente à Juventus na próxima 5ª feira.


CAMPEÕES, CAMPEÕES, NÓS SOMOS CAMPEÕES!
VIVA O GLORIOSO SPORT LISBOA E BENFICA!

P.S. – A análise da temporada será feita no final da mesma, mas o grande obreiro deste título é obviamente o presidente Luís Filipe Vieira. Contra muita gente dentro do próprio clube, decidiu manter o Jesus depois do catastrófico final de temporada passada e essa decisão deu o resultado que agora vemos. Eu sempre defendi a continuidade do treinador (antes e mesmo depois do descalabro), mas confesso que tive sérias dúvidas com o nosso início de temporada. Felizmente tudo acabou em bem!

P.P.S. – Aquele defesa-esquerdo do Olhanense (Jander) não é nada mau. Não foi fácil ao Salvio passar por ele e mesmo o Markovic não o conseguiu bater em velocidade. Se calhar, era um jogador interessante para nós…

segunda-feira, abril 14, 2014

Mini-Luz

Vencemos o Arouca (2-0) em Aveiro e estamos a meros dois pontos de conquistar o 33º campeonato nacional da nossa história. O que interessa nesta altura é mesmo o resultado pelo que o objectivo foi plenamente cumprido, mesmo que tenha sido longe do brilhantismo de jogos anteriores. Os três próximos jogos, todos em nossa casa, para as três das principais competições vão definir a época.

Sem o Luisão e Fejsa, substituídos pelo Jardel e André Almeida, a nossa 1ª parte resume-se em três palavras: horrível, horrível e horrível. Lentos, sem imaginação, muito marcados, com pouca capacidade de choque e a perder sucessivas bolas divididas (com alguma pancada a mais dos jogadores do Arouca, mas do Sr. Hugo Miguel não se pode esperar grandes punições aos nossos adversários), parecia que os nossos jogadores não tinham entrado em campo num estádio que era 99% nosso. Para complicar as coisas, o Oblak resolveu dar uma arturzada e tentou agarrar uma bola no limite da área, deixando-a obviamente escapar: o que nos valeu foi que o Maxi conseguiu tirar o remate que se seguiu quase em cima da linha de golo, impedindo que o Arouca se colocasse em vantagem, o que a acontecer tornaria o jogo muito complicado para nós. Isto foi aos 38’ e, quando todos esperávamos que a 1ª parte tivesse sido oferecida ao adversário, eis que no último lance dessa mesma 1ª parte inaugurámos o marcador: jogada pela direita do Lima, que centrou para o Cássio falhar a intercepção e o Rodrigo aproveitar a atrapalhação do defesa para atirar para a baliza. Foi literalmente um golo caído do céu que desanuviava muito o ambiente de alguma apreensão que se começava a sentir na mini-Luz, perdão, no Municipal de Aveiro.

Na 2ª parte, contava que o Benfica carregasse para fazer o segundo golo e acabar com as dúvidas, e foi isso que aconteceu logo aos 55’ com uma arrancada do Markovic pelo centro, que depois desmarcou o Gaitán para picar sobre o guarda-redes à saída deste. Foi um golão de um dos melhores jogadores do campeonato (senão mesmo o melhor). O Arouca sentiu imenso o 0-2 e quase não nos criou perigo. Quanto a nós, poderíamos ter aumentado o marcador quase a seguir ao golo com os mesmos Markovic e Gaitán no lance. Aos 65’ deu-se o lance mais aparatoso da partida, com um choque entre o Oblak e um avançado do Arouca (Roberto). Foi de tal forma violento que o nosso guarda-redes teve de sair. Esperemos que o traumatismo craniano não o faça estar de baixa durante muito tempo, porque mesmo com a arturzada desta partida dá muito mais confiança que o Artur… Até final, o Gaitán e o Lima tiveram boas hipóteses para marcar, mas o Cássio opôs-se bem.

Em termos individuais, destaque óbvio para o Gaitán pelo golão que marcou e por uma 2ª parte muito bem conseguida. Aliás, vamos fazer de conta que a 1ª não existiu para toda a equipa… O Rodrigo continua a ser o nosso avançado em melhor forma e marcou outra vez o seu golito da ordem. O resto da equipa esteve mediana, com a já referida melhoria no 2º tempo.

Com jogos em casa frente ao Olhanense e V. Setúbal, só um verdadeiro cataclismo nos impedirá de não sermos campeões, pelo que vamos é apontar todas as baterias do mundo para derrotar as forças do Mal na próxima 4ª feira para termos hipóteses de 27(!) anos depois conquistarmos a dobradinha.

terça-feira, abril 08, 2014

Categórico

Goleámos o Rio Ave por 4-0 e estamos a duas vitórias de podermos celebrar o tão desejado título de campeão. Perante uma equipa que tinha conquistado 21 dos seus 31 pontos fora de casa com apenas sete golos sofridos, esta partida era vista com muitas cautelas, mas a nossa resposta não poderia ter sido melhor. Marcámos dois golos antes do intervalo, como vem sendo salutar hábito ultimamente, e ainda tivemos o bónus de mais dois golos pelo jogador mais necessitado deles na 2ª parte.

Entrámos fortes como tem sido regra e inaugurámos o marcador aos 17’ através do Rodrigo depois de (mais) uma brilhante iniciativa do Gaitán. O argentino assistiu e depois marcou aos 29’, aproveitando um ressalto de bola depois de uma jogada do Rodrigo. O Rio Ave não dava mostras de poder criar-nos perigo e até ao intervalo realce para outra jogada magistral do jogador do momento, Gaitán, que infelizmente não teve ninguém a secundá-lo no momento de atirar à baliza.

Na 2ª parte, o sentido do jogo não se alterou e nós fizemos uma gestão activa do esforço. Nunca deixámos de jogar para a frente, tentando sempre marcar mais golos, mas sem grandes correrias e dispêndios de energia. O Jesus começou a fazer descansar os mais utilizados e lançou o Cardozo, Djuricic e Jardel. E foi o Tacuara a finalmente quebrar a malapata dos golos, ao concretizar um evidentíssimo penalty sobre o Maxi Pereira aos 77’. Já na compensação, outro indiscutível penalty a nosso favor por derrube ao Enzo Pérez e novo golo do Cardozo para o mesmo lado. O jogo terminava da maneira como eu mais gosto: connosco a marcar!

Em termos individuais, destaque óbvio para o Gaitán e para o Rodrigo, que está numa superforma. Também gostei do André Almeida no meio-campo, embora não seja nenhum Fejsa. Os centrais estiveram irrepreensíveis e com várias oportunidades para marcar. O Oblak poderia perfeitamente ter pago bilhete para ver o jogo… O Lima esteve menos em foco do que em partidas interiores, assim como o Markovic, mas ambos fartaram-se de dar ajuda à defesa. Quanto ao Cardozo, foram dois penalties, sim senhor, mas foram dois golos! Ambos muito bem marcados, por sinal. Espero que lhe sirva de lição para os penalties futuros: se correr decidido para a bola e sem ser com aqueles idiotas passinhos pequenos, as probabilidades de êxito aumentam consideravelmente.

Esta nossa vitória acabou com as possibilidades matemáticas de o CRAC ser campeão. Que grande pena…! Mas a lagartada também esta numa boa série de vitórias consecutivas e até isto estar ganho convém ir com muita cautela. No entanto, é óbvio que estou optimista: estamos a jogar com uma serenidade enorme, sem acusar a pressão e com uma segurança defensiva como nunca tivemos na era Jesus. Agora é apontar baterias para 5ª feira para selar a qualificação para as meias-finais da Liga Europa.

domingo, março 30, 2014

Irritado

Vencemos em Braga por 1-0 e demos um passo importantíssimo (quiçá decisivo) rumo ao tão desejado título. Para o conseguir, bastar-nos-á ganhar os três jogos em casa que faltam, mas até estar tudo matematicamente garantido estará sempre na nossa mente que também na época passada bastava ganhar em casa aos dois primodivisionários nas últimas três jornadas e aconteceu o que aconteceu.

No futuro, tudo o que importará é olhar para este resultado, mas como eu já disse se nem tudo é necessariamente uma catástrofe quando perdemos, também nem tudo está sempre bem quando ganhamos. E hoje as coisas não estiveram mesmo nada bem. Perante um Braga desfalcado de nove, repito nove(!) jogadores (como o Alan, Custódio, Nuno André Coelho ou Rafa, tudo titulares indiscutíveis), até entrámos bem na partida e o Gaitán falhou uma boa ocasião logo de início. Mas marcámos aos 13’ na sequência de uma boa iniciativa do Rodrigo e de uma boa movimentação na área do Lima, que lhe permitiu enganar a defesa e rematar sem oposição. O mais difícil estava feito e sinceramente a partir daqui esperei um jogo mais descansado, até porque o Braga também tinha jogado a meio da semana e nós fizemos as poupanças que fizemos no antro. No entanto, nada disto aconteceu: o Braga mostrava mais vontade do que nós e ganhava praticamente todas as bolas divididas. Felizmente, não conseguiu criar grandes situações de perigo, mas nós terminámos a 1ª parte com dois(!) remates feitos à baliza.

A 2ª parte foi melhorzita da nossa parte, mas sem nunca acelerar o suficiente para marcar o golo da tranquilidade. Tivemos algumas oportunidades, é certo, como uma cabeçada do Fejsa, um remate do Rodrigo por cima da barra e um chapéu do Lima que saiu mal, depois de um remate do Markovic defendido pelo Eduardo. No entanto, também do outro lado o Braga teve duas semi-oportunidades, uma das quais com o Oblak a tapar bem a baliza numa recarga de calcanhar. O problema é sempre o mesmo: se não matamos o jogo, pomo-nos a jeito de qualquer eventualidade. Como, por exemplo, o facto absolutamente histórico de o Sr. Pedro Proença não ter expulso por segundo amarelo o Fejsa a 10’ do fim, quando até o poderia ter feito (não percebo como é que um jogador do Benfica, já com amarelo, faz uma falta agarrando a camisola do adversário…!). Esta eventualidade que não aconteceu por acaso (foi a primeira vez na vida que vi o Sr. Pedro Proença a ter uma decisão destas a nosso favor) poderia ter-nos complicado e muito a parte final da partida. Outra coisa que contribuiu sobremaneira para a minha profunda irritação foi a questão do penalty já nos descontos: PORQUE RAIO DE CARGA DE ÁGUA É QUE FOI O RODRIGO A MARCÁ-LO?! Mas estamos a brincar, ou quê?! Com o Lima em campo, lá porque a falta foi sobre o Rodrigo tinha de ser ele a marcar?! Desde quando é que o Rodrigo marcou alguma vez algum penalty pelo Benfica? Quer dizer, não nos serviu de nada o que se passou em Barcelos, não foi? Pusemo-nos a jeito sem necessidade nenhuma (ainda houve um livre bombeado para a nossa área depois disso), ainda por cima porque um eventual golo do Lima aproximá-lo-ia da liderança dos melhores marcadores. Foi uma decisão ABSOLUTAMENTE INCOMPREENSÍVEL E INACEITÁVEL!

Em termos individuais, não se notou nada a folga que a maior parte destes jogadores teve na 4ª feira. Foi, portanto, para isto que quase pusemos em causa uma presença na final da Taça, foi? O Rodrigo estava a ser dos menos maus até falhar o penalty e o Lima foi decisivo por causa do golo. A defesa esteve bem (o Siqueira conseguiu controlar-se depois do amarelo ainda na 1ª parte), mas ao invés o Enzo Pérez não esteve em campo. Assim como o Markovic. O Gaitán foi muito intermitente e o Fejsa deve ter muito mais cuidado no futuro, porque hoje poderia ter-nos feito passar grandes dificuldades na parte final.

A exibição muito sofrível e a cena do penalty fizeram com que depois do apito final não conseguisse festejar logo uma vitória destas como ela merecia. E, também como já disse, só há uma coisa que me irrita mais do que um mau resultado do Benfica: é sair chateado de um jogo depois de um bom resultado nosso. Claro está que o mais importante foi conseguido, mas foi-o de uma maneira muito mais sofrida e sofrível do que deveria. Veremos a resposta que a equipa vai dar na Holanda na próxima 5ª feira, sendo que perante o que se viu hoje talvez não haja necessidade de tanto descanso de muitos titulares…

segunda-feira, março 24, 2014

Absoluta tranquilidade

Vencemos a Académica por 3-0 e mantivemos as distâncias para os rivais. Se alguém me perguntar como é que eu gosto que os jogos de Benfica sejam, este é o exemplo perfeito: marcar cedo, 2-0 antes do intervalo e 3-0 pouco depois do recomeço. Os níveis de ansiedade raramente passaram do zero e por mim poderia ser sempre assim.

Marcámos na primeira oportunidade que tivemos aos 11’: óptima iniciativa do Rodrigo, remate ao poste e no ressalto o Lima foi mais rápido que o Halliche, e este acabou por aliviar a bola contra o pé do nosso jogador. Já se sabe que perante este tipo de equipas o primeiro golo costuma ser sempre um abre-latas, mas neste caso não foi bem assim, porque a Académica nunca se desposicionou defensivamente. Continuava a jogar como se estivesse 0-0 e nós fomos controlando a partida a um ritmo relativamente baixo. Só que, quero acreditar que escaldados com alguns encontros anteriores, nunca perdemos de vista a baliza contrária e de vez em quando acelerávamos. Foi numa bela jogada de sucessivas trocas de bola, em que praticamente participaram todos os jogadores, que fizemos o 2-0 aos 28’ num bis do Lima depois de uma assistência do Markovic. Pouco antes do intervalo, o Ricardo defendeu com a perna um remate do Siqueira naquele que teria sido possivelmente o melhor golo do campeonato, noutra jogada cheia de nota artística da nossa parte, com diversos toques de calcanhar.

Na 2ª parte, esperava-se uma reedição de partidas anteriores connosco a não acelerar muito e a deixar o tempo correr sem grandes sobressaltos, mas felizmente antes de isso acontecer ainda fizemos o 3-0 aos 59’ pelo Enzo Pérez, depois de uma recuperação de bola dele próprio e uma tabela com o Rodrigo. Até final, ainda atirámos duas bolas aos postes (Rodrigo e Salvio), mas a Académica também criou duas vezes perigo. O Jesus aproveitou para rodar a equipa e entraram os habituais Salvio, Cardozo e Rúben Amorim, mas o resultado manteve-se.

Em termos individuais, destaque óbvio para o Lima que, com mais dois golos, está a apenas quatro da liderança dos melhores marcadores, e para o Rodrigo que esteve presente em dois dos golos. O resto da equipa esteve num nível médio-alto, embora com o Gaitán em menor destaque quiçá por ter vindo de uma pequena lesão durante a semana.

Para o campeonato, estamos há inacreditáveis 75 jogos consecutivos a marcar na Luz e há 58 jogos no total. São números impressionantes, mas o que mais se destaca esta época é a segurança com que estamos a jogar, sem o deslumbramento que vimos em anos anteriores, é certo, mas com muito maior consistência. Na próxima 4ª feira, iremos ao antro para a meia-final da Taça de Portugal e espero que os jogadores do Benfica tenham em mente que não ganhamos uma dobradinha há quase 30 anos. Se o campeonato é o principal objectivo, esta questão da dobradinha não é de somenos importância, portanto espera-se um bom resultado em casa dos assumidamente corruptos.

P.S. – Por motivos profissionais, foi-me completamente impossível escrever esta crónica mais cedo. As minhas desculpas por isso.

terça-feira, março 18, 2014

Vital

Vencemos o Nacional na Choupana por 4-2 e demos um passo importantíssimo na luta pelo título. Como a lagartada ganhou ao CRAC (1-0) mantivemo-los a sete pontos e vemos agora os assumidamente corruptos a 12. Esta partida foi complicada como se esperava, mas tivemos uma forte reacção à desvantagem inicial e a vitória é mais do que justa.

Entrámos muito mal no jogo e o Sr. Manuel Mota ajudou ao assinalar um penalty aos 7’ por suposta mão do Luisão. Como já vi escrito por aí, o Luisão vai ter que ser operado para lhe retirarem a mão do joelho… O Candeias fez o 1-0 e andámos aos papéis durante mais uns bons largos minutos. A partir dos 20’, a equipa decidiu que estava na altura de começar a jogar à bola com destaque para o Rodrigo na 1ª parte. Fez a assistência para o Lima igualar aos 24’ e marcou um golão aos 32’ numa bomba de fora da área. O forte vento que se fazia sentir, e a favor do qual jogámos na 1ª parte, tornava imperioso que fôssemos para o intervalo em vantagem. E até conseguimos alargá-la aos 43’ através de um golpe de cabeça do Garay na sequência de um canto, com o vento a dar uma ajudinha na trajectória que a bola tomou. Até ao intervalo, o Sr. Manuel Mota perdoou o segundo amarelo ao defesa-esquerdo do Nacional (empurrou o Rodrigo para os painéis publicitários), mas duvido que fizesse o mesmo se fosse ao contrário.

Com dois golos de vantagem, na 2ª parte voltámos ao modo “gerir o jogo” que tem caracterizado as últimas partidas. Desta feita, estava o Nacional a favor do vento, mas não conseguia chegar perto da nossa área. No entanto, se tivéssemos forçado um bocadinho mais poderíamos ter conseguido o quarto golo, que resolveria de vez a questão. Não o fizemos e o Nacional reduziu aos 80’ através do Djaniny. Perspectivavam-se uns últimos 10’ de sofrimento e colocámo-nos a jeito para que as coisas corressem mal sem necessidade nenhuma. E poderiam, de facto, ter corrido muito mal, porque a quatro minutos do fim na sequência de um livre um jogador do Nacional falha uma cabeçada só com o Oblak pela frente. A estrelinha de campeão protegeu-nos e na jogada seguinte o Garay decidiu de vez o encontro ao fazer o 2-4 novamente de cabeça depois de um bom centro do Sílvio, entretanto entrado. A vitória estava selada, embora com uma dose de sofrimento que era bem evitável.

Em termos individuais, destaque para o Rodrigo e Garay. O hispano-brasileiro fez uma assistência, um golão e ainda teve outro remate bastante perigoso. O argentino bisou e continua um muro intransponível na defesa. Novo bom jogo do Gaitán, com pormenores deliciosos e muita disponibilidade a defender. O Siqueira viu um amarelo por simulação (seria talvez altura de alguém o aconselhar a fazer isto muito menos vezes…) e ainda tive medo de uma reedição de Barcelos (eu tê-lo-ia tirado ao intervalo), mas aguentou-se bem até o Sílvio entrar aos 72’. O Oblak não esteve tão bem como anteriormente (algumas hesitações, principalmente a sair dos postes) e o Salvio, que entrou na 2ª parte está a demorar a readquirir a forma. O resto da equipa esteve muito homogénea, com o Rúben Amorim a substituir bem o castigado Fejsa.

Os nossos adversários estavam muito esperançados neste jogo pelo grau de dificuldade que se antevia, mas a nossa resposta foi categórica. Estamos muito confiantes, a jogar bom futebol e sem dar sinais de ansiedade, mesmo quando estamos em desvantagem. Na próxima 5ª feira, espera-se a confirmação da qualificação para os quartos-de-final da Liga Europa e até agora esta sobrecarga de jogos não se tem reflectido na produção da equipa. Oxalá continuemos assim até final da época.

segunda-feira, março 10, 2014

Modelar

Vencemos o Estoril por 2-0 e, com o empate da lagartada em Setúbal (2-2), aumentámos a distância para sete pontos (oito na prática) em relação ao 2º classificado. Foi uma partida mais fácil do que se previa, porque não só entrámos bem no jogo fazendo o 1º golo muito cedo, como começámos a fazer a “gestão” do resultado só depois de ter feito o 2-0. Algo que, depois dos sustos das duas últimas jornadas, deveria servir de modelo para o resto da época. Parece que aprendemos a lição. Ainda bem!

De facto, não poderíamos ter entrado melhor com o golo do Luisão de cabeça na sequência de um canto logo aos 6’. O Estoril tem uma óptima equipa, troca muito bem a bola, mas, ao contrário das duas partidas anteriores, nós não baixámos o ritmo e respondíamos sempre em rápidos contra-ataques. Ao 19’, o Gaitán (que já tinha marcado o canto do golo) abriu bem para o Siqueira, que cruzou em balão para a área e o Rodrigo fez o 2-0. Três oportunidades (o Lima isolado já tinha permitido a defesa ao Vagner logo no início do jogo) e dois golos era uma excelente média. Até ao intervalo, o Lima ainda falhou à boca da baliza a hipótese para resolver de fez o jogo, e o Maxi e Fejsa viram amarelos que os vão impedir de alinhar na Choupana. O Estoril teve mais posse de bola, mas nós estamos a defender realmente bem e não eles criaram praticamente chance nenhuma de golo.

A 2ª parte foi melhor, porque tivemos mais bola e, tal como disse o Jesus, passámos ao lado de uma possível goleada. O fiscal-de-linha anulou muito mal o nosso 3º golo, porque o Lima estava mais do que em jogo e ainda tivemos outras oportunidades pelo mesmo Lima e Rodrigo, este numa arrancada impressionante desde o meio-campo, que culminou num remate com o pé direito defendido pelo guarda-redes. O Estoril criou perigo num remate logo no início da 2ª parte, que saiu ao lado, e num livre do Evandro perto do final, em que a bola foi desviada pela barreira e bateu no poste. Nos últimos minutos do jogo e com o golo do empate do V. Setúbal, o estádio entrou em ebulição. Futebol às 17h, com jogos em simultâneo e a ouvir pela rádio o que se passa na outra partida dá outra emoção e faz-me lembrar os saudosos tempos antigos. Foi muito bom poder recordá-los, ainda por cima com um final feliz para nós.

O Gaitán voltou a ser o melhor do Benfica e está indiscutivelmente na melhor forma de sempre. O Rodrigo também se destacou não só pelo golo, como principalmente pela arrancada na 2ª parte. A defesa esteve quase perfeita e tivemos a “estrelinha de campeão” naquele livre a 10’ do fim que nos poderia ter dado uns últimos minutos de sofrimento. O Fejsa foi muito importante como barreira ao meio-campo adversário e (ao contrário de Belém) não se descontrolou com o amarelo visto logo aos 8’. Desta vez, o Rúben Amorim não entrou tão bem como nos últimos jogos e o Salvio continua à procura da sua forma.

Temos uma óptima vantagem em relação aos rivais e, numa qualquer outra época que não fosse a que se segue à passada, certamente já teríamos entrado em euforia. Assim sendo, é melhor ir com calma, apesar de os outros quererem (e compreensivelmente) que já comece a haver “reservados” espalhados pelas rotundas deste país. AINDA BEM que não é assim! Agora é apontar baterias para White Hart Lane, porque a carreira na Liga Europa tem que continuar.

P.S. – A lagartada está em polvorosa com a arbitragem do Sr. Vasco Santos em Setúbal. Feitas as contas, objectivamente foram prejudicados num lance (no 1º golo do V. Setúbal, o jogador está ligeiramente adiantado), porque os outros erros anularam-se mutuamente (há um golo mal anulado à lagartada, mas no seu 1º golo é muito duvidoso que a bola tenha entrado; e ambos os penalties para as duas equipas não existiram). Antes deste jogo, a lagartada estava cinco pontos (seis na prática) atrás de nós (já tendo jogado connosco) e com quatro sobre o CRAC (que defronta na próxima jornada). Se perdesse para a semana e ganhasse todos os outros jogos até final, poderia não ser campeão, mas teria o 2º lugar garantido. Depois deste jogo, com os mesmos resultados, perde o 2º lugar. Eu sei que a lagartada só vê vermelho à frente e acha que todos os males do mundo são culpa do Benfica, mas é só pensar um bocadinho e ver quem é que beneficia mais directamente do que se passou em Setúbal. Ah, é verdade, será certamente só coincidência que o Sr. Vasco Santos (cujo historial contra nós convém não esquecer) seja da AF Porto…

domingo, março 02, 2014

A pedi-las…

Vencemos em Belém por 1-0 e, com o empate do CRAC em Guimarães (2-2), aumentámos para nove pontos a vantagem sobre eles. No entanto, não devemos esquecer que a lagartada está a apenas cinco pontos e não tem que se preocupar com mais nada sem ser o campeonato. É o nosso grande adversário no momento e não convém nada menosprezá-los.

Com o regresso de grande parte dos titulares, esperava uma boa exibição e uma vitória tranquila no Restelo. E, de facto, não poderíamos ter entrado melhor: logo aos 7’ o Gaitán voltou a fazer uma obra-prima com um golão de chapéu, depois de tirar uns quantos adversários do caminho. Como o mais difícil estava (supostamente) feito e o Belenenses era praticamente inofensivo, aguardava-se o nosso segundo golo que acabaria de vez com a partida. Só que infelizmente os jogadores do Benfica entraram logo no modo pós-golo que já tinha caracterizado toda a 2ª parte frente ao V. Guimarães. Ou seja, começámos a jogar muito mais devagar, convencidos de que a possibilidade de sofrer um golo era muito remota, e que portanto a vitória estava garantida. Em vez de pressionar um bocado os azuis para marcar durante a 1ª parte, quando a nossa superioridade foi avassaladora, não o fizemos e assim fomos para o intervalo.

Os primeiros 15’ da 2ª parte foram bons, porque tentámos acelerar um bocado o jogo e criámos algumas oportunidades (principalmente uma cabeçada do Garay a rasar o poste). Mas o golo não surgiu e, com as substituições, o Belenenses foi começando a jogar mais no nosso meio-campo. As bolas bombeadas para a nossa área criaram algum frisson e na sequência de um canto marcaram mesmo aos 70’, mas o lance foi anulado por fora-de-jogo. Não do jogador que marcou, mas de outro que está no raio de acção do Oblak. Os anti-Benfica vão ladrar durante a semana toda, mas o golo é bem invalidado. Aliás, é parecido com o golo (mal) validado ao Belenenses na primeira volta e que lhes deu o empate. A 10’ do final, o Fredy fartou-se de protestar com o Sr. Jorge Ferreira e viu dois amarelos praticamente seguidos. O Jesus, e bem, tirou o Fejsa que também estava à beira do segundo amarelo, colocou o Ruben Amorim e isso também ajudou a quebrar de vez o Belenenses. Muito perto dos 90’, o Salvio teve uma boa jogada individual, mas o remate foi defendido pelo pé do guarda-redes.

Em termos individuais, o Gaitán voltou a ser o melhor. O golo que marcou é genial e também se voltou a evidenciar nas tarefas defensivas. O Enzo Pérez melhorou em relação à partida frente ao V. Guimarães, mas o Markovic não esteve tão desequilibrador. Na defesa, o Garay voltou a estar muito bem, tal como o Luisão. O resto da equipa exibiu-se a um nível muito sofrível, nomeadamente o Siqueira e o Rodrigo, ambos com exibições para esquecer.

Felizmente correu novamente bem, mas, tal como o Jesus referiu no final, esta sobranceria que a equipa revela quando nos colocamos em vantagem é bom que se dissipe de vez. Perante uma equipa nitidamente inferior a nós, é quase indesculpável que não tenhamos terminado com o jogo quando tivemos possibilidade. Fiamo-nos muito com um único golo sofrido em 15 jogos, mas convém não esquecer que esse golo representou o único empate nesses mesmos 15 jogos! Hoje as coisas não estiveram nada famosas e o Belenenses chegou a colocar a bola na nossa baliza. “Gerir o jogo”, sim senhor, mas com (pelo menos) dois golos de vantagem, sff! É que senão arriscamo-nos a que um lance fortuito nos tire uma vitória que já deveria estar assegurada. Como hoje. Uma situação a rever rapidamente no futuro, porque é estúpido andarmos a desafiar a sorte desta maneira.

terça-feira, fevereiro 25, 2014

Nervosismo

Conseguimos uma vitória muitíssimo importante frente ao V. Guimarães (1-0) e neste momento estamos com cinco pontos de vantagem perante os lagartos e sete em relação ao CRAC. Aliás, a magnífica vitória do Estoril no antro (1-0) fazia com que esta partida fosse fundamental para podermos alargar a diferença perante os assumidamente corruptos. E, sinceramente, acho que isso provocou algum nervosismo nos nossos jogadores, porque houve uma quantidade anormal de passes falhados e a exibição não foi tão conseguida como as anteriores.

Até entrámos bem na partida, mas aos 5’ houve um choque de cabeças entre o Jardel e o Enzo Pérez, que estiveram a receber assistência durante largos minutos, e isso desconcentrou-nos. O V. Guimarães fez uma excelente partida e criou-nos imensos problemas, inclusive em termos defensivos. O Oblak fez inclusive uma grande defesa a um remate do Maazou. Há que acrescentar que alinhámos muito desfalcados porque o Maxi Pereira e o Gaitán cumpriram castigo, e o Garay e o Cardozo ainda não recuperaram das lesões. O Sulejmani não está ao nível do Gaitán e só através do Markovic é que conseguíamos criar desequilíbrios. Aliás, o sérvio foi de longe o melhor em campo e principalmente na 1ª parte deu um verdadeiro recital, porque cada vez que acelerava criava uma situação de perigo. Tivemos boas oportunidades pelo Rodrigo e Sulejmani, mas foi mesmo o Markovic a decidir a partida aos 40’ numa boa abertura do Rodrigo que o isolou e depois o sérvio fez um golão ao passar a bola por cima do guarda-redes, e a colocá-la calmamente na baliza. Pensei que o mais difícil estava feito (e estava) e, com a necessidade do V. Guimarães procurar outro resultado, a 2ª parte seria mais fácil.

Foi puro engano. Aliás, estivemos bem pior na 2ª parte do que na 1ª. A equipa continuava a revelar alguns sinais de insegurança, persistindo os passes falhados e o desenvolvimento atacante raramente teve a fluidez desejável. O Markovic esteve menos em jogo e disso se ressentiu a equipa. O Salvio entrou aos 70’, mas naturalmente que ainda está longe da forma que o notabilizou. O que faz com que não devesse insistir em lances individuais… A equipa dava mostras de que o objectivo passava mais por defender a vantagem do que procurar aumentá-la, mas por isso mesmo custou-me a perceber que o Jesus tenha demorado tanto tempo a colocar o Ruben Amorim para dar mais solidez ao meio-campo. Só entrou aos 85’ e a partir daí não mais o V. Guimarães teve a bola. Acho que o Jesus arriscou escusadamente jogar com dois pontas-de-lança durante tanto tempo e permitir que o adversário jogasse muito no nosso meio-campo.

Em termos individuais, é óbvio que o homem do jogo foi o Markovic, não só pelo golo de génio que marcou, mas porque foram dele as nossas jogadas mais perigosas. Gostei do Fejsa pela segurança que deu ao meio-campo e o Rodrigo, apesar de algumas falhas, fez a assistência para o golo e outra na 2ª parte que isolou o Lima, que desperdiçou só com o guarda-redes pela frente. O Enzo Pérez foi certamente afectado pelo choque de cabeças, porque fez uma exibição muito distante do que é habitual. Palavra novamente positiva para a nossa defesa que nos últimos 13 jogos só foi batida uma única vez.

Se virmos racionalmente, o V. Guimarães na 2ª parte praticamente não criou perigo, o problema é que só temos noção disso no final da partida. Até lá, há sempre a possibilidade de um lance fortuito que nos custe caro. Confesso que foi dos jogos em que sofri mais, porque depois da grande alegria dada pelo Estoril era absolutamente fundamental não desperdiçar esta oportunidade de ouro. Sofri tanto que demorou algum tempo a bater o facto de estarmos com sete pontos de vantagem perante o CRAC, mas atenção à lagartada que só tem que se preocupar com o campeonato. Nada está decidido e acho bem que todos nos lembremos da época passada para não nos desconcentramos com euforias precipitadas.

segunda-feira, fevereiro 17, 2014

Eficácia

Vencemos em Paços de Ferreira por 2-0 e mantivemos a liderança isolada da Liga com as mesmas distâncias para os rivais. Apesar de os visitados estarem em último lugar, foi uma partida bem complicada e muito por culpa nossa.

A 1ª parte foi verdadeiramente assustadora. Esteve ao nível da de Barcelos. Minto: foi pior ainda porque não tivemos uma única oportunidade de golo! Para além disso, o Sr. Duarte Gomes amarelou três dos jogadores da nossa defesa, dois dos quais por protestos, pelo que estava mesmo a ver uma repetição do filme de Barcelos na 2ª parte a jogarmos com 10… O Paços dava muita luta, chegava constantemente mais cedo às bolas do que nós, mas também é verdade que não criou perigo nenhum. No entanto, valha a verdade, o objectivo deles não era a nossa baliza.

A 2ª parte foi bastante diferente, porque o Paços não conseguiu manter o nível de pressão do 1º tempo e tivemos mais espaços. O Lima e o Luisão poderiam ter feito melhor em duas ocasiões, mas foi o Garay a abrir o marcador aos 54’ depois de um óptimo centro do Ruben Amorim (titular no lugar do castigado Enzo Pérez). O mais difícil estava feito e agora era só uma questão de não haver desconcentrações na defesa. Claro que um segundo golo tranquilizaria ainda mais a equipa e foi novamente o Ruben Amorim a iniciar a jogada que culminou com uma arrancada do Markovic para fuzilar o guarda-redes. Estávamos no minuto 68’ e a sorte do jogo ficou logo decidida. Até final, conseguimos não permitir que o adversário tivesse uma única grande oportunidade de golo, mas também não pressionámos muito mais para marcar o terceiro. De certo que o jogo de 5ª feira frente ao PAOK passou a estar na mente dos jogadores.

Em termos individuais, o Ruben Amorim foi o melhor, estando presente nos dois golos e subindo claramente de produção na 2ª parte. O futebol é fértil nestas coisas: o Markovic estava completamente desastrado, com quase tudo a sair-lhe muito mal e depois marca um golão daqueles! O Gaitán também manteve o nível alto, mas estará de fora frente ao V. Guimarães por ter visto amarelo. Assim como o Maxi Pereira. O Oblak foi mais um dos espectadores e deveria ter pago bilhete. Os centrais (Luisão e Garay) continuam irrepreensíveis.

A parte boa desta partida (descontando o óbvio facto de termos ganho) é que a equipa nunca se perdeu em campo e não entrou em ansiedade depois daquela péssima 1ª parte. O que demonstra bastante maturidade competitiva. De destacar mais uma vez a forma como estamos a defender, tendo sofrido apenas um golo nos últimos 11 jogos. O Oblak explica alguma coisa, mas não tudo. Agora vem a Liga Europa e, se é verdade que o campeonato é o mais importante, convinha não desperdiçar a oportunidade de aumentar uns pontinhos no nosso ranking europeu. Além de que uma equipa vinda da Champions não pode ficar pelos 1/16 de final.

P.S. – Tal como referi aqui, neste fim-de-semana conquistámos o primeiro troféu da época.

quarta-feira, fevereiro 12, 2014

Superioridade frustracional

Depois dos problemas com o efeito da ventania na cobertura que fizeram adiar o derby para esta 3ª feira, vencemos a lagartada por 2-0 e estamos com quatro pontos de vantagem para os assumidamente corruptos e cinco para eles. Foi uma partida em que fomos incomensuravelmente superiores ao adversário e o resultado peca muitíssimo por escasso.

Entrámos “muita fortes” e logo no minuto inicial poderíamos ter aberto o marcador através do Gaitán. O Rodrigo, Lima (de maneira fortuita porque o Rui Patrício rematou-lhe contra a cabeça) e o Luisão tiveram excelentes ocasiões para marcar, mas foi o Gaitán a abrir o marcador aos 27’ de cabeça correspondendo muito bem a um centro (finalmente bem conseguido!) do Maxi Pereira, depois de uma recuperação de bola do Fejsa. Pouco antes do intervalo, foi o mesmo Gaitán a falhar incrivelmente uma óptima oportunidade depois de um passe longo do Garay que o colocou cara-a-cara com o Patrício. Da lagartada, na 1ª parte, só se viram as camisolas.

Voltámos a entrar bem na 2ª parte, mas só durámos 15’. Mesmo assim, um passe genial do Markovic colocou o Rodrigo só com o Patrício pela frente, mas o remate saiu ao lado. Não conseguimos manter a pressão avassaladora da 1ª parte e durante um largo período parecemos estar a dormir à sombra do resultado. É certo que a lagartada era praticamente inofensiva, excepção feita a uma boa iniciativa do estreante Heldon que culminou num remate muito por cima, mas estaríamos sempre sujeitos a um lance fortuito que igualasse a partida. O Enzo Pérez era quem empurrava a equipa para a frente com as suas arrancadas desde o meio-campo e foi ele a terminar com o jogo ao fazer o 2-0 aos 76’ num lance fantástico, que culminou num remate em arco com o pé esquerdo. Até final, controlámos perfeitamente a partida, mas também não nos mostrámos muito interessados em aumentar o resultado. Infelizmente.

Em termos individuais, destaque absoluto para o Enzo Pérez e para o Fejsa. A dupla do meio-campo, apesar de amarelada, esteve irrepreensível na pressão, ganhou inúmeras bolas e o argentino teve a mais-valia de um golo bastante bonito. O Gaitán, curiosamente, não teve dos jogos mais conseguidos (as primeiras intervenções foram quase todas desastradas), mas foi importantíssimo ao marcar o 1º golo. Os centrais estiveram impecáveis (Garay, por favor, não vás para o degredo milionário na Rússia!) e os laterais (Maxi e Siqueira) também estiveram muito concentrados. O Rodrigo esteve duas vezes em frente ao Patrício, mas infelizmente não conseguiu marcar.

A nossa superioridade foi tão evidente que saio deste tipo de jogos com a lagartada sempre algo frustrado por perdemos óptimas oportunidade de vingar os 7-1. Já não é a primeira nem a segunda vez que um pouco de killer instinct arrumaria de vez aquele nefasto resultado. Mas conseguimos reduzi-los à sua insignificância e vamos calá-los durante um bom bocado. É que nem do árbitro se podem queixar como é habitual sempre que perdem connosco. O Sr. Marco Ferreira, à semelhança do jogo do ano passado no WC, fez uma boa arbitragem (prefiro de longe este tipo de árbitro que não carrega nos cartões e não apita faltas por tudo e por nada).

P.S. – Sempre detestei treinadores que inventam em jogos grandes. Qual António Oliveira a colocar o Costa em Old Trafford aqui há uns anos (e a levar 4-0 do Man Utd), o Leonardo Jardim resolveu inventar: a lagartada tem jogado sempre em 4-3-3 só com um ponta-de-lança, mas é precisamente no jogo na Luz que o seu treinador resolve jogar com dois pontas-de-lança pela primeira vez na época! À grande! Mostraram-se sem surpresa nenhuma sempre desligados e foram completamente inofensivos. Mais uma razão para me chatear bastante não termos aproveitado para golear…

domingo, fevereiro 02, 2014

Furioso

Empatámos em Barcelos (1-1) frente ao Gil Vicente e desperdiçámos uma oportunidade de ouro de colocar o CRAC a seis pontos de distância (perdeu 1-0 no Marítimo). Assim, ficamos com quatro de vantagem, o que não só sabe a pouco, como também poderemos vir a ter a companhia dos lagartos caso ganhem à Académica.

Se há coisa que me tira do sério é o Benfica não aproveitar as abébias dos rivais já sabendo delas! Por isso, este é um post conscientemente escrito a quente e com bastante raiva. É certo que o relvado estava complicado por causa da chuva que tinha caído, mas isso não era razão para oferecer a 1ª parte ao adversário. O Rodrigo, em óptima posição, atrapalhou-se na lama na altura do remate e um pontapé de longe do Siqueira foram as únicas oportunidades reais que tivemos.

Na 2ª parte, entrámos muito melhor e o Rodrigo poderia ter marcado num lance em que é claramente agarrado por um adversário. Mesmo assim deveria ter feito o golo, já que chegou a tocar na bola. Aos 58’, acontece o momento decisivo da partida: já depois de ter visto (mal) um amarelo por pretensa simulação, o Siqueira empurra um adversário que se escapava pela linha. Resultado? Segundo amarelo e expulsão. Todavia, quatro minutos depois um jogador do Gil Vicente dá um pontapé nas costas do Gaitán em plena área. Penalty muito bem marcado pelo Lima e colocávamo-nos na frente. Mesmo com menos um jogador, pensei que conseguíssemos manter a vantagem, até porque o Gil Vicente raramente criava perigo. No entanto, o Jesus demorou muito a reorganizar a defesa (e acabou por não o fazer), que passou a ter o Gaitán como lateral-esquerdo. Aos 73’, caiu-nos um balde gélido em cima: na sequência de um canto, remate de primeira de fora da área, o Oblak chega a tempo, mas defende para dentro da baliza. Primeiro golo sofrido pelo guardião esloveno e no limite de ser um frango. O Jesus lá se decidiu mexer na equipa e colocou o Cardozo e Ivan Cavaleiro. O paraguaio teve uma grande oportunidade num canto, mas o guarda-redes defendeu com a perna! Já na compensação, e depois de ter perdoado o segundo amarelo a um central, o Sr. Bruno Paixão assinala penalty por pretensa falta sobre o Djuricic. Para mim, é muito simples: não acho que seja penalty nenhum, mas se seguirmos a lógica de apitar a tudo (como o Sr. Bruno Paixão fez ao longo da partida), é natural que o tenha assinalado. No entanto, a fazer lembrar Setúbal no ano em que fomos campeões, o Cardozo falhou, porque rematou rasteiro e quase ao meio da baliza. Poderia (e deveria) ter feito muito melhor. Aliás, nem deveria ter sido ele a marcar, mas sim o Lima!

Em termos individuais, gostei do Gaitán e do Fejsa. O Markovic fez boas arrancadas e não concordei com a sua substituição. Não percebo porque é que o Jesus não indicou o Lima para marcar o penalty. Tinha marcado bem o primeiro, estava já quente e dentro do jogo, e não vinha de uma lesão de 3 meses. Foi um grande estupidez e que nos custou dois preciosos pontos. Assim como a inexplicável demora do Jesus a reequilibrar a equipa depois do golo, que acabou por não acontecer (a jogar com dois avançados, depois de marcar mandaria a prudência substituir um deles). O Oblak também não ajudou, antes pelo contrário (o remate não é muito colocado e é mais que defensável), mas ainda tem créditos para gastar. Finalmente, o Siqueira: já não é a primeira vez que faz isto (em Guimarães valeu-nos a complacência do árbitro) e o grande culpado da perda de pontos também é muito ele. Entre o que ele fez e o que fez o Carlos Martins no jogo contra o Estoril no ano passado, a diferença é quase nula. Por isso, se fosse eu a mandar, o lateral-esquerdo ir-lhe-ia fazer companhia. Não se pode dar este género de vantagem ao adversário num altura em que ainda estava 0-0 e nós a pressioná-lo.

Na 4ª feira, teremos um encontro muito importante para continuarmos na Taça de Portugal. Iremos a Penafiel e convém só começarmos a pensar na partida frente à lagartada depois disso. Não esquecer que a Taça de Portugal é um dos grandes objectivos da época. Se não oferecermos a 1ª parte ao adversário e não nos fizermos expulsar por idiotices, estaremos mais próximos de o conseguir.

segunda-feira, janeiro 20, 2014

A melhorar

Vencemos o Marítimo por 2-0 e mantivemos a liderança isolada da Liga. O jogo frente ao CRAC fez-nos muito bem e a equipa mostra-se mais confiante. O triunfo de hoje foi conseguido na 1ª parte e não tivemos grandes sobressaltos ao longo da partida.

Entrámos bem no jogo, com dinâmica e vontade de marcar o mais cedo possível. É bom que a equipa tenha sempre em mente que, se não tivesse desperdiçado pontos em casa frente aos dois primodivisionários, estaríamos neste momento com seis pontos de avanço… Inaugurámos o marcador aos 18’ através do Rodrigo, que aproveitou um corte defeituoso de um defesa para fuzilar o guarda-redes. A reacção do Marítimo proporcionou ao Oblak duas defesas atentas e a partida ficou muito bem encaminhada aos 35’ com o bis do Rodrigo, em mais uma oferta da defesa contrária. No entanto, logo no estádio percebi que o golo foi em claro fora-de-jogo e, como felizmente não sou adepto do CRAC, não o consegui comemorar da mesma maneira que um golo legal.

A 2ª parte foi mais calma da nossa parte, a conseguir efectivamente controlar a partida, não dando grandes chances ao Marítimo, mas a não ser capaz de dar o golpe de misericórdia na partida. O Lima falhou com o guarda-redes só pela frente e o Sr. Hugo Miguel não assinalou um claríssimo penalty sobre o Markovic. Perto do final, o Oblak desviou uma bola para o poste e ainda não foi desta que sofreu um golo pelo Benfica.

Em termos individuais, o Rodrigo merece naturalmente destaque pelos dois golos e é neste momento um jogador fundamental na equipa. O Gaitán é outro que atravessa um excelente momento de forma e faz quase tudo bem. O Markovic também melhorou imenso desde a pausa no Natal e o Enzo Pérez continua a ser o pêndulo do meio-campo .O Fejsa esteve bastante bem na partida, embora tenhamos que nos habituar que substituir o Matic é missão (quase) impossível. A defesa esteve muito segura e voltei a gostar imenso do Oblak.

Os dois próximos jogos são frente ao Gil Vicente (Taça da Liga e campeonato) e espero que consigamos manter esta senda vitoriosa. Avizinha-se um mês de Fevereiro, com decisões nas provas a eliminar, pelo que as vitórias são fundamentais.

segunda-feira, janeiro 13, 2014

À Benfica

Onze Eusébios derrotaram hoje o CRAC por 2-0 e homenagearam de forma muito condigna a memória do MAIOR jogador português de todos os tempos. Com o nome do Rei escrito nas camisolas, os jogadores do Benfica encarnaram mesmo o espírito dele e fizeram uma partida plena de mística. Não foi uma exibição de gala, mas em termos de entrega raramente temos visto isto esta época. E, assim sendo, a vitória é mais do que natural, porque qualidade já todos sabíamos que este plantel tinha.

A partida começou mais ou menos equilibrada, até que o Markovic recuperou uma bola a meio-campo, meteu o turbo e fez um passe de morte para o Rodrigo fuzilar o Helton. Estávamos no minuto 13 e o estádio explodiu de alegria. Ao contrário do que é habitual, o CRAC não veio para cima de nós. Para isso muito contribuiu a postura do Benfica, sempre muito concentrado a defender e a cortar todos os espaços ao adversário. Na 1ª parte, não houve mais grandes situações de perigo, excepção feita já perto do intervalo a um falhanço do Jackson Martínez quase tão escandaloso quanto o fora-de-jogo em que estava e que não foi assinalado! Alguns colegas de bancada criticaram ao intervalo o pouco atrevimento atacante da nossa parte, mas todos nós nos lembramos do golo que sofremos em contra-ataque(!) quando estávamos a ganhar 2-1 na Luz há duas épocas, não…?

A 2ª parte foi mais aberta, especialmente na defesa do CRAC, porque nós aproveitámos o balanceamento atacante deles para começarmos a criar perigo. O Markovic teve um bom remate para defesa do Helton e pouco depois aconteceu um lance que nada ficou a dever aos saudosos anos 90 dos Donatos Ramos, José Guímaros, Fortunatos Azevedos e afins: na sequência de um canto, o Mangala cortou ostensivamente a bola cabeceada pelo Matic com a mão (é ver as imagens no final do post). O Sr. Artur Soares Dias estava a cinco metros do lance e nada marcou! O que valeu foi que, na sequência do canto logo a seguir, o Garay fez o 2-0 antecipando-se ao Mangala e ao Helton. Estava feita justiça! A partir daqui, o Sr. Artur Soares Dias descambou completamente e foi uma sorte o jogo não o ter seguido. Nós tivemos mais umas duas ou três boas oportunidades para fazer o 3-0, mas ao invés não deixámos o CRAC criar um único lance de perigo. Nos últimos 15’, estivemos a jogar em superioridade numérica, porque o Danilo viu um segundo amarelo por ter caído na área num lance com o Garay. Não foi falta nenhuma do nosso jogador, mas também achei exagerado o cartão.

Houve uma série de jogadores que se destacaram nesta partida: Matic, Markovic e Rodrigo fizeram grandes exibições, com o Markovic a vir inclusive ajudar o Maxi na defesa bastantes vezes! O Gaitán também esteve bem, igualmente a defender. O Enzo Pérez passou mais despercebido, mas foi muito útil na forma como não deixou o meio-campo do CRAC conduzir o jogo. Os centrais (Luisão e Garay) tiveram algum trabalho com o Jackson, mas ganharam a maioria dos lances. Boas exibições igualmente dos laterais (Maxi e Siqueira) e novo jogo do Oblak sem sofrer golos (já vai em quatro). Confesso que não estava à espera que o Jesus continuasse a apostar nele, mas ainda bem que o fez! O Lima esteve longe do que costuma fazer, mas nunca virou a cara à luta.

Com o empate da lagartada no dia anterior na Amoreira, tínhamos uma oportunidade de ouro de virar o campeonato isolados na liderança. E, desta vez, os jogadores do Benfica não falharam. Infelizmente, já todos sabemos que tem que ser sempre assim: contra tudo e contra todos, porque quando não se marca um penalty daqueles está tudo dito. Outro aspecto que poderá vir a ser muito relevante nas contas finais é o resultado ter sido 2-0, porque nos confere uma vantagem importante em caso de desempate: se marcarmos um golo lá, teremos de sofrer quatro para perdermos no confronto directo. Mas o melhor mesmo seria irmos lá a cima já campeões. Veremos o que acontece no resto do campeonato e como é as possíveis saídas no mercado de Janeiro nos afectarão.

P.S. – Nunca pensei que fosse possível, mas os adeptos do CRAC (tirando umas poucas vozes avulsas) respeitaram o minuto de silêncio em memória do Eusébio! Era bom que o futebol fosse sempre assim, mas o que isto prova é que quando há ordens superiores eles são domáveis. Ou seja, a questão das bolas de golfe e afins é tudo feito com a conivência de quem deveria ser o primeiro a condenar essas situações! Nada que nós já não soubéssemos… Infelizmente.

P.P.S. – Estava a comentar ao intervalo que o Sr. Artur Soares Dias não é mau árbitro. Até aí tinha deixado jogar dentro do razoável e sem ter mostrado cartões. Mas, lá está, cumpre aquela máxima em relação aos árbitros portugueses: “quem é bom, não é honesto; quem é honesto, não é bom”. Este penalty só pode não ser assinalado em duas situações (repare-se bem na posição do árbitro): ou o árbitro é literalmente cego ou é um ladrão. Tire-se as conclusões devidas.

 

 
[Frames retirados daqui.]

sábado, dezembro 21, 2013

Bom resultado, fraquíssima exibição

Vencemos em Setúbal por 2-0 e, no mínimo, vamos manter a distância de dois pontos para o 1º classificado. Quem não tiver visto o jogo, pode ser induzido em erro pelo resultado: se é verdade que a nossa vitória nunca esteve em causa, fizemos um dos piores jogos de que me lembro. Ganhámos (e ainda bem!), mas a jogar desta maneira é impossível irmos muito longe.

Oferecemos a 1ª parte ao adversário ao colocar o Fejsa e o Matic no meio, e o Enzo Pérez desviado para a ala esquerda! Foi de tal forma ridícula, que no final dos primeiros 45’ tínhamos zero remates! Repito: zero remates! Sinceramente, não me lembro de nenhum jogo do Benfica em que não tivéssemos rematado à baliza durante 45’.

Como era impossível fazer pior, lá melhorámos inevitavelmente na 2ª parte. Entrou o Sulejmani para o lugar do inútil Fejsa e marcámos no segundo remate à baliza, através do Rodrigo aos 54’ num bom cabeceamento a um cruzamento do Gaitán (o primeiro remate foi aos 50’!). O Oblak revelava-se seguro na nossa baliza, mas também não teve muito trabalho e nós matámos o jogo aos 69’ através do Lima, num penalty indiscutível por mão na bola. O V. Setúbal foi-se abaixo animicamente e nós também não mostrámos muita vontade de aumentar o marcador. Assim, sendo o jogo arrastou-se penosamente até ao final.

Em termos individuais, não houve grandes exibições. Se na 1ª parte o Maxi Pereira foi dos poucos a mostrar vontade, na 2ª o Gaitán foi importante na assistência para o Rodrigo e o Matic e Enzo Pérez, nas posições em que mais rendem (voilà!), melhoraram bastante. De assinalar igualmente que foi mais outro jogo com os ambos os avançados a marcarem.

Esperemos que esta paragem para o Natal nos faça bem e sirva para recuperar os lesionados (especialmente Cardozo e Salvio) para ver se em 2014 finalmente começamos a jogar um pouco de futebol. É que isto foi mesmo muito fraco e só a pouca qualidade da maioria das equipas do futebol português fez com que não nos fosse difícil ganhar um jogo em que jogámos tão mal.

P.S. – Depois daquela 1ª parte, até fica mal falar disto, mas o Sr. Paulo Baptista conseguiu não expulsar o Nélson Pedroso, que pisou o Gaitán quando este estava no chão, e, apesar de apitar a tudo o que mexia, não assinalou um penalty evidente quando o Luisão foi puxado na área num livre.

segunda-feira, dezembro 16, 2013

Espelho da época

Vencemos o Olhanense no Estádio do Algarve (3-2) e mantivemos a distância de dois pontos para o 1º lugar da lagartada. Foi mais uma partida que exemplifica bem o que tem sido a nossa temporada até agora: perante uma equipa notoriamente mais fraca (e que nunca tinha marcado mais de um golo nas 12 jornadas anteriores!), continuamos a fazer ofertas na defesa que nos impedem de ter um jogo descansado até final.

Logo aos 7’ foi o Sílvio a fazer um mau passe que originou a jogada do 1º golo do Olhanense. Reagimos bem e empatámos aos 19’ num bom centro do Gaitán para a cabeça de Lima, que estava ligeiramente adiantado (de referir que aquele mesmo fiscal-de-linha nos invalidou dois lances em que os nossos avançados ficavam isolados por foras-de-jogo inexistentes). Quando se esperava que, depois do susto inicial, pudéssemos ir para a frente do marcador e construir uma vantagem sólida, aconteceu precisamente o contrário: mais um frango do Artur, desta feita a um remate longíssimo da área, coloca os de Olhão mais uma vez na frente aos 31’. O que vale é que nós temos o Matic (por enquanto…) e um petardo dele fora da área voltou a empatar a partida seis minutos depois.

A 2ª parte não poderia ter começado melhor: logo aos 47’, o (entretanto entrado) Sulejmani fez o 2-3 com um remate de trivela depois de uma boa abertura do Gaitán. Novamente pensei que tentássemos construir um resultado mais dilatado, mas a equipa deu quase sempre mostras de estar confortável com a vantagem mínima. Isto irritou-me sobremaneira, porque ficamos sempre sujeitos a uma bola parada. Aos 62’, o Artur lesiona-se e é substituído aos 69’ pelo Oblak (razão pela qual o Sr. Vasco Santos deu 10’ de compensação). Como entretanto também já tinha entrado o Ola John, ficámos sem mais substituições para fazer, o que ainda com algum tempo para jogar não deixa sempre de me criar apreensão. Até final, tivemos mais uma boa oportunidade pelo Garay e efectivamente não deixámos o Olhanense criar lances de perigo.

Pelo golo que marcou e por ter empurrado a equipa para a frente, o destaque via obviamente para o Matic. Boa exibição igualmente do Gaitán e do Garay. O Sulejmani foi decisivo, mas depois de ter marcado o golo não esteve nada feliz no resto do tempo. Não achei que o Ivan Cavaleiro tivesse estado assim tão mal na 1ª parte, bem como o Rodrigo, que foi substituído pouco depois do intervalo. É sempre bom que o Lima vá marcando golos, para ter mais confiança. Quanto à baliza, já chega de frangos do Artur! Espero que se aproveite esta oportunidade para tirarmos dúvidas sobre a real valia do Oblak, mas pareceu-me seguro nas primeiras intervenções.

O que vai contar para o futuro (e ainda bem que assim é) é o resultado e, só por isso, este jogo valeu a pena. Mas continuamos a produzir muito pouco e a fazer exibições sofríveis. Desde que vamos ganhando, eu não tenho problemas com isso.

P.S. - Ah, e outra coisa, caso se venda o Matic em Janeiro ficamos seriamente lixados.

sábado, dezembro 07, 2013

Vergonhoso!

Empatámos em casa frente ao Arouca (2-2), o último classificado que tinha feito dois pontos nos últimos 21 possíveis, e vamos deixar escapar uma oportunidade claríssima de nos distanciarmos dos rivais. Eu vou repetir: e-m-p-a-t-á-m-o-s  e-m  c-a-s-a  f-r-e-n-t-e  a-o  A-r-o-u-c-a…! Algo que só deveria acontecer com a simultaneidade de um azar destes e de um roubo destes. Caso contrário, é imperdoável e deveria cobrir de vergonha todos os jogadores e equipa técnica, e impedi-los de sair à rua durante uns bons tempos. Aliás, já desperdiçámos quatro(!) pontos em casa frente às duas equipas que subiram de divisão esta época. Se queremos muito ser campeões, estamos a disfarçar muito bem…

Poderia ficar por aqui, mas acho que há algumas ilações para o futuro a tirar deste resultado inconcebível:

1) Artur. Eh pá, não dá mais! Ou melhor, não vai dar mais do que aquilo. Parecia que estava melhor esta época, mas o primeiro golo do Arouca, um livre lateral do David Simão, é mais um frango que nos custa pontos. Tem 32 anos e já não vai melhorar. Está na altura de começar em pensar num substituto que, se calhar, já está dentro do plantel…

2) Bruno Cortez. O responsável pela sua contratação das duas, uma: ou é despedido por justa causa ou tem que ir para um centro de reabilitação para deixar a droga. E eu que pensava que depois do Rojas, Escalona, Pesaresi e Emerson já tinha visto tudo…

3) Arranjem lá o dinheiro onde quiserem, vão pedir à troika, assaltem um banco, mas se o Matic sair em Janeiro vai ser uma tragédia. Neste jogo tivemos um cheirinho do que valemos sem ele. O Fejsa, com ele ao lado, ainda disfarça, mas nestes jogos em que é preciso um pouco mais do que destruir, não dá. Por esta altura no ano passado, o André Gomes fez um grande jogo em Barcelona, logo a seguir um ainda melhor no WC e finalmente frente ao Marítimo. Esta época praticamente desapareceu…

4) Por mais golos que marquem, o Lima e Rodrigo nunca conseguirão ser substitutos do Cardozo. Com ele em campo, muito provavelmente teríamos ganho.

5) Markovic. Antes deste jogo, achava que uns tempitos na equipa B far-lhe-iam bem. Mas estava enganado: com 19 anos, se calhar ainda pode jogar nos juniores. Se há coisa que não admito num jogador do Benfica é falta de vontade! E a idade não é desculpa. O Ivan Cavaleiro, em nove minutos em campo, atirou uma bola ao poste e fez um centro que foi meio-golo. Muito mais do que ele em 62’! Zero absoluto. Só me apetece dar-lhe uns tabefes para ver se acorda e não desperdiça um talento daqueles!

6) Terceiro jogo consecutivo do Rodrigo a marcar e a confiança fez-lhe aumentar sobremaneira a produção, mas mesmo assim tivemos um cheirinho de tempos recentes com duas incursões em fintas pela linha de fundo…

7) O Lima não falhou o penalty, mas teve duas ou três bolas em que deveria ter marcado. Assim como o Luisão: aquela cabeçada na pequena-área com a baliza praticamente descarada já na compensação, a um centro magnífico do Ivan Cavaleiro, TEM que entrar na baliza!

8) Sofrer DOIS golos em casa do Arouca que provocam um empate deveria ser motivo para ¼ do ordenado penhorado a todos os jogadores e equipa técnica neste mês. E falando em penhora de ordenado, espero bem que o Jesus não receba este mês. O castigo deveu-se a uma idiotice sua e vê-se bem a falta que faz no banco.

Não se pode, N-Ã-O  S-E  P-O-D-E desperdiçar oportunidades destas de encostar o CRAC ainda mais à parede! Perderam sete pontos nas últimas três jornadas, estão numa espiral descendente e nós damos-lhes benesses destas! É incompreensível…

P.S. – O Arouca começou a fazer antijogo aos 3’ e o Sr. Rui Gomes Costa deu quatro minutos de descontos na 2ª parte! Sem comentários…

segunda-feira, dezembro 02, 2013

Lima e Rodrigo

Vitória importantíssima em Vila do Conde (3-1) que nos permitiu subir à liderança do campeonato ex-aequo com os lagartos e graças à derrota do CRAC em Coimbra. Foi uma partida bem disputada, mas em que a nossa vitória não merece contestação.

A 1ª parte foi paupérrima no que concerne a criar situações de golo, porém chegámos à vantagem aos 38’ através do Rodrigo (que só teve que encostar) depois de um cruzamento do Lima que o guarda-redes não interceptou. Tirando isso foi um deserto, em que ambas as equipas tinham grandes dificuldades em se acercar da baliza com perigo.

A 2ª parte foi bastante melhor de parte a parte, mas um erro clamoroso do André Almeida (falhou um corte de cabeça) permitiu o golo do empate aos 57’ pelo Ukra. Felizmente reagimos muito bem e voltámos a colocar-nos em na frente aos 63’ num magnífico livre directo do Lima. Com a expulsão (justa, por segundo amarelo) de um jogador do Rio Ave, as coisas tornaram-se muito mais fáceis para nós e foi sem surpresa que chegámos ao 1-3 aos 78' num bom remate de primeira do Lima, assistido exemplarmente pelo Rodrigo. Até final, deu sempre a sensação que poderíamos aumentar o score, o que seria talvez um pouco injusto para o Rio Ave.

Em termos individuais, destaque óbvio para o Lima e Rodrigo. Costuma dizer-se que os avançados vivem de golos e estes dois estavam há demasiado tempo sem marcar. Assim que o fizeram, viu-se logo como o seu nível exibicional e a sua confiança aumentaram. Aliás esta é bem capaz de ser a melhor exibição do Rodrigo desde que o Assassino Alves quase lhe ia acabando com a carreira. O Matic está a subir de forma a olhos vistos e é imprescindível para empurrar a equipa para a frente. A defesa não esteve mal com excepção da oferta do André Almeida. O Enzo Pérez e o Gaitán estiveram a um nível inferior do que em encontros anteriores, o Fejsa precisa de aumentar o ritmo.

Por ter melhor diferença de golos, a lagartada está à nossa frente (o que deixa os seus adeptos em delírio…), mas quem diria que em três jornadas o CRAC desbaratasse uma vantagem de 5 pontos…?! Há que dizer, a bem da verdade, que andam com azar: o Sr. João Capela fez tudo o que pode (não assinalou um penaly evidente a favor da Briosa e inventou outro para o CRAC a cinco minutos do fim). Foi, de longe, o melhor em campo, inacreditavelmente o resto da equipa do CRAC não o secundou.