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domingo, fevereiro 27, 2011

Épico!

Vencemos o Marítimo (2-1) e continuamos a oito pontos do CRAC. Foi um jogo que vai entrar para a história de todos os disputados na Luz (assim de cabeça, semelhantes a este, lembro-me da vitória para a Taça de Portugal frente ao Nacional na altura do Camacho ou contra a Naval na época passada). Sofrendo o 0-1 aos 77’ ainda fomos capazes de dar a volta ao marcador, com a vitória a surgir no último minuto(!) de compensação, e assim continuarmos na luta pelo título. Continuamos a nossa senda impressionante de resultados: 11ª vitória consecutiva no campeonato, 17ª em todas as competições e 18ª se considerarmos só as provas nacionais.

Alinhámos com o nosso melhor onze, o que considerei logo desde início um erro. Aliás, na senda do que escrevi aqui. Há jogadores a precisar rapidamente de descanso, nomeadamente o Salvio e o Gaitán que são fundamentais, porque são quem mais acelera o nosso jogo. É provável que sejam dos mais dificilmente substituíveis, eu sei, mas os homens não são máquinas e isso ficou manifesto no jogo de hoje. Entrámos não com a dinâmica habitual, nem eu estava à espera disso, mas começámos logo desde o princípio a ter oportunidades para marcar. E que bem nos tinha feito um golito cedo, mas infelizmente o Marítimo continua com a saga dos guarda-redes na Luz. No ano passado, foi o Peçanha a defender este mundo e o outro. Este ano, ainda foi pior: o Marcelo defendeu esta galáxia e a outra! Começou logo na 1ª parte, com uma defesa fabulosa a uma cabeçada do Luisão, o que juntamente com algum desperdício da nossa parte, que incluiu um remate ao poste do Gaitán e a algumas más decisões na altura do último passe, levou a que fôssemos para o intervalo a zeros, o que acontecia pela 1ª vez em 18 jogos nacionais(!). Desde a visita à casa do CRAC que marcámos sempre na 1ª parte. O Marítimo esteve longe de se remeter à defesa e criou-nos bastantes problemas com a rapidez do Djalma e Baba no ataque. O Jardel e o Coentrão perderam alguns lances para eles, mas acabaram por não criar nenhuma grande oportunidade de golo.

A 2ª parte foi bastante diferente. O Marítimo já não saía para o contra-ataque com a rapidez e desenvoltura do 1º tempo, e nós íamo-los empurrando cada vez mais para a área deles. Criámos oportunidades suficientes para ganharmos os próximos três jogos... de goleada! O Cardozo atirou ao poste muito perto da linha, quando tentou desviar um remate do Salvio, e o Marcelo fez pelo menos mais três defesas do outro mundo: remate do Aimar, livre do Cardozo e, principalmente, cabeçada do Kardec já no último minuto. Juntamente com isto, houve alguns remates ao lado quando os nossos jogadores estavam em boa posição, e também muito cansaço da nossa equipa, mas que mesmo assim foi buscar forças até onde parecia impossível. E isso foi especialmente verdade, quando o Marítimo, contra todas as previsões, abriu o marcador a menos de 15’ do fim. O Jesus já tinha posto o Jara e o Kardec e estávamos a jogar com quatro(!) pontas-de-lança ao mesmo tempo. Eu achei que ele deveria ter posto o Carlos Martins, porque basicamente tínhamos avançados e defesas, e ninguém para organizar o jogo no meio. Igualámos a partida aos 82’ pelo Salvio depois de um bom centro rasteiro do Coentrão. E, claro, já cá faltava o Sr. Vasco Santos (lembram-se?) entrar em acção: depois de um penalty por cotovelo não assinalado na 1ª parte, assinalou falta do Cardozo sobre o guarda-redes, quando o paraguaio estava de costas(!) e é o Marcelo que vem chocar com ele, anulando um golo limpo ao Luisão aos 91’! Teríamos uma reedição desta vergonha se o Coentrão, de pé direito(!) aos 94’, não nos tivesse dado a vitória mais que justa. Desde o 2º golo do Cardozo frente ao Rio Ave que não chorava num golo do Benfica. Até hoje.... Logo a seguir o jogo terminou e admira-me como é que o estádio ainda está em pé. Foi uma vitória absolutamente inolvidável, contra tudo e contra todos!

Individualmente, o melhor do Benfica tem que ser o Coentrão, já que fez a assistência para um e marcou o golo da vitória. Também voltei a gostar do Luisão, que teve muito trabalho com os velozes atacantes contrários, e do Javi García, que é o monstro habitual a meio-campo. O resto da equipa esteve regular, o Aimar sobressaiu um pouco, mas nesta fase da época não se pode pedir muito mais: os homens são humanos e nós estamos com um ritmo de jogos diabólico.

Só espero que esta vitória épica não tenha consequências físicas na próxima 4ª feira. É o jogo mais importante da época até agora, uma meia-final e não podemos mesmo fazer poupanças. Por isso, é que eu achava que o Salvio e Gaitán deveriam ter sido suplentes hoje e entrariam aos 60’ caso fosse necessário. O Jesus assim não decidiu e espero no fim que ele é que tenha razão: era sinal que eliminaríamos os lagartos e estaríamos na final da Taça da Liga.

P.S. – Há coisas que me custam muito a entender... Depois do golo do Marítimo vi algumas (muito poucas) pessoas a abandonar o estádio. Perder o que acabaram por perder, só para “fugir ao trânsito e/ou confusão”, seria motivo para eu abrir os pulsos. No mínimo...!

sexta-feira, fevereiro 25, 2011

Imparável

A primeira vitória (2-0) de sempre na Alemanha ao fim de 20 deslocações permitiu-nos eliminar o Estugarda e passar aos oitavos-de-final da Liga Europa. Conseguimos a 16ª vitória consecutiva em todas as competições e concordo com o Jesus quando ele diz que estamos a jogar melhor que o ano passado.

Estava com receio por termos tido apenas três dias de descanso desde a ida ao WC, mas o que é facto é que não se notou nada durante o jogo todo. Estamos com uma frescura física invejável, o que aliado à técnica da maioria dos nossos jogadores nos faz ser uma equipa temível. Entrámos muito fortes na partida, a assumir o jogo para tentar marcar um golo que nos desse uma maior margem de conforto. Um belo remate do Gaitán e uma perdida do Coentrão isolado mostraram que estávamos na Alemanha para matar o borrego. O Estugarda teve um ou dois remates bem direccionados, mas o Roberto esteve muito seguro. Chegámos à vantagem aos 31’ num fantástico remate rasteiro do Salvio fora da área, depois de um canto do Aimar. Até ao intervalo controlámos a partida e não permitimos veleidades aos alemães.

Na 2ª parte, voltámos a entrar fortes porque um segundo golo aumentava a nossa margem de segurança de um para três(!) golos. Poderíamos tê-lo feito logo a abrir, mas o guarda-redes defendeu bem um remate do Jara depois de uma excelente jogada do Aimar. Logo a seguir foi o Gaitán a proporcionar outra boa defesa ao Ziegler, que acabou por sair lesionado deste lance depois de um choque fortuito com o nosso nº 20. O Estugarda criava pouco perigo e nós continuávamos a falhar golos. O Luisão atirou por cima da barra, depois de um livre do Aimar, quando só tinha o guarda-redes pela frente. Não desistíamos e alguns minutos volvidos foi o Cardozo a proporcionar ao Ulreich uma das melhores defesas da noite. A seguir foi a vez de o Estugarda ter as duas únicas oportunidades na 2ª parte, ambas pelo japonês Okazaki, que atirou rente ao poste na primeira e permitiu com que o Roberto fizesse a defesa da noite a um cabeceamento na segunda. Até que aos 78’ marcámos finalmente num grande livre do Cardozo. Estava tudo resolvido e ainda tivemos mais uma chance pelo Carlos Martins, mas o Ulreich voltou a defender bem.

Todos os jogadores estiveram a um altíssimo nível, mas destaco individualmente o Jara, que substituiu à última hora o Saviola. Fartou-se de lutar, as coisas estão a sair-lhe muito bem e a confiança a aumentar. Outro que voltou a fazer uma grande exibição foi o Gaitán, que continua com pormenores de génio. O Aimar também esteve fantástico, numa posição mais recuada do que é normal, a dar maior apoio ao Airton, que apesar de não ser o Javi García não destoou. O Cardozo voltou aos golos e às boas exibições. O Luisão e o Maxi Pereira continuam em super-forma, o Coentrão sempre em alta-rotação, o Sidnei menos certo que no campeonato, mas sem comprometer, e uma palavra também para o Roberto, que fez novamente uma enorme defesa quando a eliminatória ainda não estava garantida. Quanto ao Salvio, se incluímos uma opção de compra aquando do empréstimo, não vejo o que é que o homem tem que fazer mais para que possamos accioná-la. O Carlos Martins entrou bem, mas sinceramente acho que deveria ser multado pelo Benfica por causa daquele amarelo: a eliminatória já estava ganha e o lance nem tinha nada a ver com ele. Foi uma estupidez atroz!

Entre as equipas apuradas para os oitavos-de-final, só nós e o… Glasgow Rangers é que não éramos cabeças-de-série. Iremos agora defrontar o Paris Saint-Germain e acho que somos favoritos. Repito que acho que a Liga Europa deverá ser o maior objectivo da época (já sei que se tem que pensar jogo a jogo…), porque das competições que dependem directamente de nós é a mais importante. Voltar a uma final europeia seria um sonho! Dito isto, resta-me acrescentar que, da forma que estamos a jogar e com uma partida às 18h, será uma grande injustiça se o estádio não estiver praticamente cheio frente ao Marítimo.

P.S. – O CRAC sofreu bastante, já não pode dizer que é invencível na Europa, mas lá eliminou o Sevilha (acho elucidativo que nenhum dos resumos tenha apresentado uma oportunidade flagrante dos espanhóis para fazer o 0-2 muito perto do final…). O Braga marcou o 2º golo em fora-de-jogo, viu uma bola no seu poste em tempo de compensação, mas lá irá defrontar o Liverpool. Quanto aos lagartos, aconteceu o previsível: na Escócia empatou perto do fim, no WC perdeu a eliminatória em tempo de compensação, num erro inacreditável da defesa. Façam o que quiserem, mas por favor mantenham lá o Paulo Sérgio durante só mais uma semana…!

quarta-feira, fevereiro 23, 2011

A entrada no WC

Tal como referi no post anterior, aqui ficam as razões pelas quais perdi os primeiros 15' do jogo e assim pela 1ª vez não vi um golo do Benfica ao vivo quando fui ao estádio. Quando criaturas com o Q.I. ao nível do Rui Oliveira e Costa (ali entre a galinha e o jumento) são os responsáveis pela organização das entradas, está tudo dito.

terça-feira, fevereiro 22, 2011

Sem espinhas

Vencemos no WC e mantivemos esta senda extraordinária de vitórias: nona 10ª para o campeonato, 15ª em todas as competições e 18ª 17ª vitória em provas nacionais. A jogar contra 13 (salvaram-se os fiscais-de-linha), tivemos qualidade e eficácia quando foi preciso, e soubemos sofrer quando quem foi ao WC para entregar o título nos obrigou a jogar com 10 durante toda a 2ª parte.

Por motivos que explicarei noutro post (a organização policial dos jogos no WC é uma vergonha!), só cheguei ao estádio aos 15’ e, portanto, não vi o nosso 1º golo ao vivo. Já revi o jogo na TV e entrámos muito bem na partida, com uma grande oportunidade do Gaitán logo nos primeiros minutos. Marcámos aos 14’ pelo Salvio depois de um centro do Gaitán, em que o argentino ganhou cinco metros ao Grimi em poucos segundos. A partir daqui, entregámos um pouco a bola aos lagartos, mas partimos sempre com grande perigo para o contra-ataque e tivemos possibilidade de aumentar a vantagem, mas mais do que uma vez o último passe não saiu bem. Como a lagartada não estava a conseguir criar perigo, o Sr. Artur Soares Dias resolveu tentar equilibrar as coisas, encharcando-nos de amarelos, alguns deles ridículos (Maxi, Gaitán e Sidnei), o que resultou na expulsão do Sidnei perto do intervalo. A encomenda com que veio do clube da sua cidade estava entregue e, sinceramente, nunca pensei que conseguíssemos manter a vantagem a jogar com menos um na 2ª parte.

Ainda bem que me enganei redondamente. O Jardel entrou para o lugar do Saviola e só se reparou que estávamos a jogar com 10, porque não saíamos tão rápido para o contra-ataque. Os lagartos só criaram um lance de perigo em todo o jogo, num remate do Matias Fernández em que o Roberto fez uma enorme defesa. A jogar com 10 não utilizámos tanta velocidade, porque também temos um jogo importantíssimo na próxima 5ª feira. Mesmo assim, o Carlos Martins teve um remate por cima fora da área e aos 63’ conseguimos aumentar a vantagem: livre do mesmo Carlos Martins, ressalto, centro do Maxi e remate do Gaitán que ainda foi desviado pelo Polga. Tivemos alguma sorte neste ressalto, mas o aumento da vantagem era mais do que justo. Estou convencido que jamais ganharíamos por um golo de diferença, porque o Sr. Soares Dias mostrou bem ao que veio. Até final da partida, controlámo-la perfeitamente e nunca deixámos os lagartos criar situações de golo. E, com um bocadinho de mais sorte da nossa parte, poderíamos ter aumentado a diferença, porque o Cardozo teve uma tentativa de chapéu por cima, o Patrício defendeu um remate do Jara e o Salvio falhou um passe que isolaria o Gaitán e o Jara!

É sempre complicado destacar um só jogador quando a equipa esteve toda bem e demonstrou um enorme espírito de sacrifício na 2ª parte. Mesmo assim, tem que se dar destaque ao Gaitán, porque esteve nos dois golos e exibiu pormenores deliciosos. Só não gosto quando se põe a fintar perto da nossa área, geralmente sai-se bem, mas fico sempre com o coração nas mãos. Também gostei imenso do Javi García e do Maxi Pereira, que raramente perderam um lance. O Luisão também esteve quase imperial, falhando apenas no lance da cabeçada do Postiga. O Roberto foi importantíssimo na defesa que fez, ainda com 0-1 no marcador, e o Salvio revelou novamente que é um enorme jogador (o que defendeu na 2ª parte foi incrível).


O Sr. Soares Dias não conseguiu, como queria, roubar-nos a vitória neste jogo, mas vamos lá a ver o efeito que jogar 45’ com 10 terá daqui a três dias em Estugarda. Gosto imenso do sabor de uma vitória no WC, mas continuo na minha: o nosso principal objectivo deverá ser a Liga Europa. Só uma conquista europeia compensará a perda do campeonato (sim, a arbitragem de hoje demonstrou bem que é impossível que nos sejamos campeões).

P.S. – “Mete o Liedson”, “mete o Moutinho”, “mete o Costinha”. Muuuuuito bom! :-)

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Vantagem escassa

Vencemos o Estugarda por 2-1 na 1ª mão dos 16 avos-de-final da Liga Europa e obtivemos assim a 14ª(!) vitória consecutiva em todas as competições. Mas provavelmente esta terá sido a mais difícil de todas elas. O resultado está longe de ser tranquilizador e esperam-nos grandes dificuldades no jogo da próxima semana.

Teremos tido provavelmente a pior 1ª parte da era Jorge Jesus. Entrámos desconcentrados, sem conseguir ligar o nosso jogo e a dar imensos espaços ao Estugarda, que se foi aproximando com perigo da nossa baliza. Foi sem surpresa que fizeram o 0-1 aos 21’ num chapéu do Harnik ao Roberto. Uma desatenção do Sidnei e do Coentrão permitiu ao extremo-direito adversário aparecer isolado frente ao guarda-redes. Demorámos a responder e nunca o fizemos verdadeiramente na 1ª parte. Perto do intervalo, houve penalty do guarda-redes sobre o Coentrão, mas o árbitro holandês, Sr. Eric Braamhaar, resolveu transformá-lo em amarelo para o nosso jogador. Até final da 1ª parte, ainda criámos algumas dificuldades aos alemães através de uma série de cantos consecutivos, mas sem conseguir rematar à baliza.

A 2ª parte foi totalmente diferente. O Estugarda praticamente não existiu em termos atacantes, não porque não tenha tentado, mas devido ao facto de estarmos muito mais concentrados na defesa. Nós partimos para cima deles e houve altura da partida em que foi um verdadeiro sufoco. Tudo começou num livre directo do Cardozo, que passou perto do poste logo a abrir o 2º tempo. O guarda-redes adversário, Ulreich, também deu nas vistas ao defender remates perigosos do Coentrão, Aimar e Gaitán. Até que finalmente aos 70’ marcámos o merecido golo através do Cardozo, num remate à entrada da área e sem balanço. O Estugarda mal respirava e dava a entender que ainda não era ao 35º jogo oficial da época que iríamos empatar. E não empatámos mesmo, porque aos 81’ um grande remate fora da área do Jara, que ainda tocou num defesa, caiu para lá da linha de golo, mas pelo sim pelo não o Cardozo foi lá meter bola dentro da baliza. A Uefa atribui o golo ao argentino, mas ainda bem que o Tacuara foi lá confirmá-lo, porque nunca fiando... O jogo foi frenético até final, ainda sofremos uma bola no poste num livre, mas também tivemos pelo menos três ocasiões para marcar mais um golo. Os remates do Felipe Meneses e do Cardozo saíram por cima e ao lado, respectivamente (o brasileiro fez o remate à vontade dentro da área e eu ia tendo um AVC ao ver a bola no 3º anel), e a cabeçada do Javi García à figura. Com um bocadinho de sorte poderíamos ter adquirido uma vantagem mais descansada naqueles últimos minutos.

Individualmente destaco o Cardozo, não só pelo golo (e meio...) que marcou, mas porque se fartou de lutar e ganhar bolas de cabeça aos alemães. O Jara, que substituiu o amarelado Saviola, foi muito esforçado, fartou-se de chatear os alemães e também molhou o bico. O Gaitán, Aimar e Coentrão estiveram brilhantes a espaços. Muito batalhador, mas com um jogo menos conseguido (parece-me cansado) foi o Salvio, que acabou substituído pelo Carlos Martins. Só não percebi a atitude do Roberto a atrasar a reposição em jogo depois do 2-1, que contrastou com a vontade da equipa de pressionar para marcar mais um. Terá sido uma falha de comunicação, porque o nosso guarda-redes fez isso mais do que uma vez e não vi nenhum sinal do banco a repreendê-lo. Mas o Carlos Martins estava ansioso por ir para a frente e quando saiu o Jara entrou o Felipe Meneses em vez do Airton... Ou seja, houve sinais contraditórios.

Temos quatro dias de descanso até à ida ao WC e depois entramos numa semana terrível com quatro jogos em dez dias. Tal como já
escrevi, acho muito difícil não fazermos uma gestão do plantel e, como a permanência na Europa é fundamental, eu não sei mesmo se não começaria já no WC. Especialmente os extremos, tão essenciais na nossa manobra atacante, que precisam de estar frescos para poderem fazer as mudanças de velocidade que criam os desequilíbrios. E nomeadamente o Salvio parece-me já em perda física. É uma decisão difícil, mas eu faria uma ou outra alteração nos jogos do campeonato. De qualquer maneira, até porque os lagartos também jogaram hoje em Glasgow, não espero outra coisa na próxima 2ª feira que não a 17ª vitória consecutiva em provas nacionais.

P.S. – As restantes equipas portuguesas tiveram sortes diferentes. O CRAC foi ganhar a Sevilha (1-2) através de um golo em fora-de-jogo e um erro inacreditável de um defesa contrário! Isto depois de o Kanouté ter falhado o 2-1 de baliza aberta! Metem-me ainda mais nojo pela sorte inacreditável que têm neste tipo de jogos. Muito dificilmente não se apurarão. Os lagartos empataram no último minuto(!) em Glasgow, mas acho que vão passar um mau bocado em casa. O Braga perdeu (0-1) na Polónia e, como acho que o Lech Poznan irá marcar um golo cá, não os estou a ver passar a eliminatória.

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Tempo de decisões

A minha já está tomada.

Avassalador

Com a melhor exibição da época, derrotámos o V. Guimarães por 3-0 e, por incrível que pareça, o resultado foi escasso. Duas bolas nos postes, um penalty falhado e um golo invalidado sem que alguém percebesse porquê poderiam ter atirado o marcador para números históricos. Estamos ao nível da época passada e só espero que tenhamos pernas para aguentar a catrefada de jogos que para aí vêm.

Entrámos muito bem na partida, com grande velocidade e a confundir completamente os adversários. Chegámos à vantagem aos 24’ numa boa cabeçada do Sidnei ao primeiro poste na sequência de um canto do Aimar. Prosseguimos o carrossel atacante e logo a seguir poderíamos ter feito o segundo golo se a bola rematada pelo Salvio não tem embatido no poste, depois de um livre do Cardozo que enganou toda a gente e desmarcou o argentino em vez de rematar à baliza. O Nilson fez uma ou outra boa defesa e perto do intervalo atirámos a segunda bola aos ferros, desta feita pelo Gaitán que se antecipou a um defesa. No final dos primeiros 45’ já deveríamos ter o assunto resolvido, mas ainda só estávamos com a vantagem mínima no marcador.

Apesar de o V. Guimarães praticamente não ter criado perigo, eu estava um pouco inquieto para a 2ª parte, porque com tanto desperdício as coisas ainda poderiam dar para o torto. Felizmente, logo aos 49’ um passe magistral de 40m do Sidnei isolou o Aimar, que teve o domínio do campeonato(!) e depois desviou a bola do guarda-redes. Um momento que pagou o bilhete de época! Aliás, já é a 2ª vez este ano que o Aimar justifica o preço do bilhete, pelo que nesta altura já somos nós que lhe estamos a dever dinheiro! O resultado espelhava melhor a diferença entre as duas equipas, mas mesmo assim continuámos a tentar aumentar a vantagem, o que o senhor fiscal-de-linha impediu por duas vezes. Se o Cardozo pode estar ligeiramente adiantado, a anulação do golo do Saviola é um escândalo! Apesar destas benesses da arbitragem, o V. Guimarães raramente conseguia criar perigo e só perto do final pôs o Roberto à prova. Antes disso, ainda tivemos óptima oportunidade para marcar, mas o Cardozo falhou mais um penalty, atirando desta vez por cima da barra. Já no período de compensação, o Carlos Martins resolveu presentear-nos com um magnífico chapéu e fez o 3-0.

Individualmente, destaco o Aimar, o Luisão e o Sidnei. Se o nosso 10 esteve magnífico e aquele domínio de bola merece correr o mundo, os centrais foram intratáveis. O Luisão, no dia do seu 30º aniversário, voltou a fazer um jogão, não perdeu um único lance que disputou e só lhe ficou a faltar um golito que até poderia ter marcado por duas vezes, ainda antes do 1-0, em dois lances de bola parada. Infelizmente, as cabeçadas não saíram com pontaria. Já disse isto mais do que uma vez, mas repito: por mim, o tecto da folha salarial do Benfica deveria ser o vencimento do Luisão. O Sidnei marcou um golo, fez a assistência para outro e está com uma confiança notável que o fazem parecer um novo jogador. Até agora, não temos dado pela falta do David Luiz, o que quer dizer tudo. O resto da equipa esteve num plano elevadíssimo, sendo o Javi García um portento no meio-campo. Como grande admirador do Cardozo, não tenho problemas nenhuns em dizer que talvez seja a altura de lhe dar descanso nos penalties. Durante uns tempos deveríamos colocar outro jogador (Saviola?) a marcá-los, porque o paraguaio de facto nem parece o mesmo e nem quero pensar nalguma vitória que nos possa eventualmente escapar por um penalty falhado por ele...

Os 54.927 espectadores que constituíram a melhor assistência da época de certeza que deram por bem empregue o seu tempo e dinheiro. Fizemos uma exibição memorável e espero que isto tenha continuação já na próxima 5ª feira. Nesta altura da época, a única coisa que me preocupa é a condição física da equipa e por isso era óptimo ter um resultado que nos permitisse encarar o jogo da 2ª mão em Estugarda como calendário para cumprir. Até porque entre as duas mãos teremos a ida ao WC e já se sabe que aquela gente, se nos conseguir roubar pontos e afastar-nos do título, esquece logo a época miserável que está a fazer. Tenhamos MUITA atenção a isso!

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Fundamental

Dois golões deram-nos a vitória em Setúbal (2-0) e mantivemos a impressionante sequência de vitórias desta época: oitava seguida para o campeonato, 12ª consecutiva em todas as competições e 15ª se considerarmos somente as provas nacionais. Depois do brilhante triunfo em casa do CRAC, era muito importante darmos uma boa resposta num terreno que nos é sempre difícil e onde há um ano atrás obtivemos o último(!) empate para o campeonato. Se a exibição esteve longe de ser brilhante, conseguimos o mais importante, como é óbvio, e a justiça da vitória é indiscutível.

Não entrámos nada bem na partida. O V. Setúbal foi bastante agressivo e criou-nos imensas dificuldades na primeira meia-hora. Dava ideia que a equipa não estava bem com a cabeça no jogo, talvez consequência do desgaste físico e anímico do Dragão. Foi do Luisão que vieram os primeiros sinais de inconformismo com duas boas oportunidades na sequência de duas bolas paradas, depois de o Cardozo também ter tido um remate que foi interceptado pelo Miguelito. Não apresentámos a velocidade que é habitual e a equipa estava um pouco presa de movimentos, também resultado do jogo menos conseguido do Aimar. O V. Setúbal teve uma boa oportunidade, mas o Neca não chegou a tempo à bola e, a 1’ do intervalo, adiantámo-nos no marcador num excelente passe cruzado do Saviola para um remate de primeira do Gaitán.

Tivemos sorte no momento do golo, que nos deu bastante mais tranquilidade para a 2ª parte. Naturalmente que o gás do V. Setúbal não poderia ser o mesmo do 1º tempo, mas mesmo assim ainda tiveram duas boas chances para marcar, mas o Roberto esteve excelente em ambas. Com mais espaços no meio-campo, já que o adversário ia metendo avançados e tirando defesas, começámos a criar mais situações atacantes e foi sem surpresa que acabámos com a indefinição em relação ao marcador com o golo do Jara, que entretanto tinha substituído o Saviola, aos 78’. O avançado argentino iniciou a jogada aproveitando um mau passe do Miguelito, abriu na direita no Maxi Pereira e depois concluiu o cruzamento do uruguaio em pontapé de moinho. Até final ainda poderíamos ter ampliado a vantagem, mas o Gaitán preferiu rematar em vez do passar a outro colega em melhor posição.

Individualmente destaco o Luisão e o Sidnei. O capitão está numa forma excelente, em termos defensivos nada passa por ele nem pelo chão nem pelo ar, e nesta partida também criou perigo no ataque. Quanto ao Sidnei, demonstra grande confiança e está no caminho para reeditar as excelentes exibições do início da temporada do Quique. Também gostei do Javi García, que deu continuidade ao que já tinha feito na 4ª feira. O Salvio está num momento de menor fulgor em termos atacantes, mas continua a ser essencial até pela ajuda que dá ao Maxi. O Gaitán marcou um golão e é dos jogadores do Benfica que melhor sabe acelerar o jogo. Os pontas-de-lança acabaram por não ter muita bola e foram relativamente discretos, excepção à grande assistência do Saviola para o primeiro golo. O Roberto teve uma falha numa reposição com o pé na 1ª parte, mas depois defendeu a recarga que ia dando golo ao adversário, e na 2ª parte foi essencial para a vitória. O César Peixoto, que substituiu o castigado Fábio Coentrão, foi eficiente, assim como o Maxi, que me parece a subir de forma. Ao invés, o Aimar terá feito o pior jogo com a nossa camisola. Esteve tão desastrado em quase tudo que só pode mesmo ter sido um jogo mau. Finalmente, o Jara foi muito importante pelo golo que resolveu de fez a partida.

Se tudo correr bem e eliminarmos o Estugarda, teremos esta semana a única 4ª feira sem jogos de 12 de Janeiro até 23 de Março, mas com as partidas das selecções haverá jogadores nossos que não poderão descansar. Resta desejar-lhes que regressem sem lesões. Para a semana, defrontaremos o V. Guimarães e claro que todos esperamos a manutenção desta fabulosa sequência de vitórias.

P.S. – Já esteve no banco no Dragão e hoje outra vez. Fico muito contente por o Jesus ter também chegado à conclusão que, neste momento, o Nuno Gomes é o 4º avançado do plantel.


P.P.S. - Arbitragem muito habilidosa do Sr. Cosme Machado. Cada vez que ganhávamos a bola era falta, encharcou-nos de amarelos e não foi por ele que o V. Setúbal teve poucos livres para bombear bolas para a nossa área. Estes amarelos serão para memória futura, já que nos irão custar suspensões e veremos em que jogos isso será.

quinta-feira, fevereiro 03, 2011

Categórico

Vencemos o CRAC no antro por 2-0 e colocámo-nos em posição muito favorável para voltarmos a uma final da Taça de Portugal. Foi um triunfo brilhante, absolutamente indiscutível e que até poderia ter sido mais dilatado. Fizemos uma exibição tacticamente irrepreensível e conseguimos a 14ª vitória consecutiva em provas nacionais. Desde a 5ª jornada (lagartos em casa) até agora, temos 20 vitórias em 21 jogos nas provas nacionais e só perdemos a tal fatídica partida no antro para o campeonato. É uma estatística fabulosa que demonstra bem que o que sucedeu nas primeiras jornadas foi um acidente, muito ajudado pelos roubos de arbitragem.

Iniciámos muito bem o encontro e abrimos o marcador logo aos 8’ numa insistência do Fábio Coentrão, que aproveitou uma desatenção entre o Helton e o Maicon. Pouco depois, o Luisão poderia ter feito o 0-2, mas o cabeceamento num canto saiu à figura do guarda-redes. O CRAC praticamente não existia, limitando-se a tentar cavar faltas com simulações grosseiras e marcámos mais uma vez aos 26’ pelo Javi García num remate fora da área. Até ao intervalo, o CRAC teve a única verdadeira oportunidade de todo o jogo com um remate do Hulk bem defendido pelo Júlio César.

Na 2ª parte, o cariz da partida alterou-se principalmente a partir dos 59’, quando o Sr. Paulo Baptista cedeu à pressão externa e mostrou o segundo amarelo ao Coentrão. O nosso defesa-esquerdo foi um bocado imprudente, porque se estava mesmo a ver que, à primeira oportunidade, iriam tentar equilibrar as coisas, mas num lance a meio-campo não se justificava de todo a exibição do cartão. O que isto fez foi com que não conseguíssemos sair para o ataque tantas vezes como na 1ª parte e, com isso, não tivéssemos provavelmente acabado já com a eliminatória. Até porque a maior oportunidade de golo da 2ª parte foi nossa quando, a 10’ do final, o Cardozo rematou em jeito para uma defesa com os pés(!) do Helton. Se o paraguaio tem rematado em força, à Cardozo, teria sido certamente o 0-3. Pouco depois, a partida acabava sem que o CRAC tenha criado uma única(!) oportunidade de golo na 2ª parte.

Individualmente é quase injusto destacar um jogador quando toda a equipa esteve muito bem. E, se não for com um colectivo forte, não se consegue ganhar no antro, porque infelizmente não temos que lutar só contra 11 em campo. Dito isto, o Luisão foi para mim o melhor do Benfica. Irrepreensível no jogo aéreo, acho que também não perdeu um único lance pelo chão. O Fábio Coentrão, claro, merece igualmente destaque, porque teve participação directa nos dois golos, mas infelizmente a expulsão forçada fê-lo perder a última meia-hora do jogo. O Javi García foi um monstro na luta a meio-campo e ainda marcou golo. O Gaitán é tecnicamente brilhante e, como o Aimar foi suplente, foi ele que pautou muitas vezes as nossas jogadas atacantes. O Sidnei esteve bem na 1ª parte, mas ainda melhor na 2ª. Uma palavra para o jogo de grande sacrifício do Cardozo, que se fartou de ganhar bolas e deu imensa luta aos defesas. E uma última referência para a grande surpresa no onze inicial, o César Peixoto, que foi importantíssimo na ajuda que deu ao Javi no meio-campo e posteriormente a defesa-esquerdo.

Estamos com uma vantagem importante, o jogo da 2ª mão é só daqui a dois meses e meio(!), mas convém não pensarmos que já estamos na final. Até porque presumivelmente o CRAC já irá jogar com o Falcão e Álvaro Pereira cujas ausências sentiram muito hoje. É um excelente resultado, mas devemos entrar no jogo da 2ª mão com o pensamento que está 0-0 e precisamos de ganhar. Se assim for, as probabilidades de chegarmos ao Jamor é bastante maior.

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

Para memória futura

O Marítimo, através do seu site oficial, teve a coragem de denunciar isto. Como diz o meu amigo Pedro Ribeiro, "hoje é um dia histórico para o futebol português, porque houve um clube que resolveu parar de se encolher e veio a público revelar tudo aquilo que, por norma, fica escondido no lodo do futebol nacional." O problema é que não lhes dou muitos anos para ver uma reedição do que aconteceu ao Portimonense e ao seu presidente Manuel João... Fica aqui este post para ser lembrado num futuro próximo.

Em dia de jogo no antro, e como vem mais que a propósito, cito as palavras do sportinguista (dos poucos que ainda existem, os que o são mesmo e não só "lagartos") Daniel Oliveira que resumem na perfeição o que eu também penso: "Contra o Porto move-nos a civilização contra a barbárie. Os portistas não são nem melhores nem piores do que os outros. Mas a sua direcção é de natureza diferente. Move-se pelo tráfico de influências, a batota e métodos inaceitáveis num Estado de Direito. Baseia a sua paixão num bairrismo provinciano, que se mistura facilmente com o ressentimento contra Lisboa."

terça-feira, fevereiro 01, 2011

Mercado

A janela de transferências de Janeiro levou-nos o David Luiz para o Chelsea por 25M€ mais uns extras (incluindo um jogador de meio-campo, Matic) que podem fazer a transferência chegar perto dos 30M€. Tenho mixed feelings cerca disto. Depois do facto consumado, é fácil fazer previsões, mas objectivamente não ganhámos nada em tê-lo vendido agora em vez de ter sido no final da época, quando o Manchester City ofereceu cerca de 32M€. Claro que tem que entrar em consideração o facto de termos vendido o Di María e o Ramirez naquela altura, mas pronto se se pudesse voltar atrás teria sido melhor vender o David Luiz também. Principalmente por uma simples razão: é que estávamos na pré-época e teríamos tido tempo de entrosar uma nova dupla de centrais, em vez de o fazer agora em plena competição.

Dito isto, nesta altura da época e na conjuntura económica actual foi o negócio possível. Perdemos um dos nossos melhores jogadores, mas enchemos os cofres. Resta-nos agradecer ao David Luiz tudo o que deu ao Benfica. De qualquer maneira, de uma coisa gostei: antecipámo-nos a esta venda e contratámos antes o Jardel. Este, o defesa-esquerdo Carole e o extremo-esquerdo José Luis Fernández são os nossos reforços de Inverno. Veremos o que valem, mas até final da época teremos uma enorme preocupação: Maxi Pereira, tu livra-te de te magoares! Com o Rúben Amorim com a temporada provavelmente perdida, só há o inenarrável Luís Filipe para o substituir. Eusébio nos livre!