segunda-feira, março 24, 2014
Absoluta tranquilidade
Vencemos a Académica por 3-0 e mantivemos as distâncias para os rivais. Se
alguém me perguntar como é que eu gosto que os jogos de Benfica sejam, este é o
exemplo perfeito: marcar cedo, 2-0 antes do intervalo e 3-0 pouco depois do
recomeço. Os níveis de ansiedade raramente passaram do zero e por mim poderia
ser sempre assim.
Marcámos na primeira oportunidade que tivemos aos 11’: óptima iniciativa do
Rodrigo, remate ao poste e no ressalto o Lima foi mais rápido que o Halliche, e
este acabou por aliviar a bola contra o pé do nosso jogador. Já se sabe que
perante este tipo de equipas o primeiro golo costuma ser sempre um abre-latas,
mas neste caso não foi bem assim, porque a Académica nunca se desposicionou
defensivamente. Continuava a jogar como se estivesse 0-0 e nós fomos
controlando a partida a um ritmo relativamente baixo. Só que, quero acreditar
que escaldados com alguns encontros anteriores, nunca perdemos de vista a
baliza contrária e de vez em quando acelerávamos. Foi numa bela jogada de
sucessivas trocas de bola, em que praticamente participaram todos os jogadores,
que fizemos o 2-0 aos 28’ num bis do
Lima depois de uma assistência do Markovic. Pouco antes do intervalo, o Ricardo
defendeu com a perna um remate do Siqueira naquele que teria sido possivelmente
o melhor golo do campeonato, noutra jogada cheia de nota artística da nossa parte, com diversos toques de calcanhar.
Na 2ª parte, esperava-se uma reedição de partidas anteriores connosco a não
acelerar muito e a deixar o tempo correr sem grandes sobressaltos, mas
felizmente antes de isso acontecer ainda fizemos o 3-0 aos 59’ pelo Enzo Pérez,
depois de uma recuperação de bola dele próprio e uma tabela com o Rodrigo. Até
final, ainda atirámos duas bolas aos postes (Rodrigo e Salvio), mas a Académica
também criou duas vezes perigo. O Jesus aproveitou para rodar a equipa e
entraram os habituais Salvio, Cardozo e Rúben Amorim, mas o resultado
manteve-se.
Em termos individuais, destaque óbvio para o Lima que, com mais dois golos,
está a apenas quatro da liderança dos melhores marcadores, e para o Rodrigo que
esteve presente em dois dos golos. O resto da equipa esteve num nível médio-alto,
embora com o Gaitán em menor destaque quiçá por ter vindo de uma pequena lesão durante
a semana.
Para o campeonato, estamos há inacreditáveis 75 jogos consecutivos a marcar
na Luz e há 58 jogos no total. São números impressionantes, mas o que mais se
destaca esta época é a segurança com que estamos a jogar, sem o deslumbramento
que vimos em anos anteriores, é certo, mas com muito maior consistência. Na próxima
4ª feira, iremos ao antro para a meia-final da Taça de Portugal e espero que os
jogadores do Benfica tenham em mente que não ganhamos uma dobradinha há quase 30 anos. Se o campeonato é o principal
objectivo, esta questão da dobradinha
não é de somenos importância, portanto espera-se um bom resultado em casa dos
assumidamente corruptos.
P.S. – Por motivos profissionais, foi-me completamente impossível escrever esta crónica mais cedo. As minhas desculpas por isso.
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