quinta-feira, outubro 27, 2005
O capitão
Estava com bastante receio deste jogo para a Taça contra o Leixões, por várias razões: vimos de uma série de jogos consecutivos de três em três dias; o Leixões adiou o seu jogo do campeonato no passado fim-de-semana e estaria supostamente mais fresco do que nós; como era contra uma equipa da Liga de Honra, havia a possibilidade de o Benfica relaxar e achar que o jogo seria mais fácil; a maioria dos jogadores titulares não iria jogar de início; como estamos num bom momento no campeonato e Liga dos Campeões poderíamos tender a desprezar um pouco a Taça de Portugal. Só que felizmente temos... Simão!
No entanto, entrámos bem no jogo e foi com naturalidade que chegámos ao golo, aliás, a um golaço do Simão que fez um chapéu por cima do guarda-redes. Já antes o Mantorras tinha-se isolado e caído na área num despique com um defesa num lance que me deixou algumas dúvidas. A seguir ao golo, uma grande defesa do guarda-redes impediu que o Karagounis se estreasse a marcar pelo Benfica. No entanto, nunca conseguimos controlar completamente o meio-campo, apesar de o Leixões não ter propriamente criado situações claras de golo. Só que os adversários tinham liberdade de manobra quase até à nossa grande-área, demonstrando que o Petit faz muita falta à equipa, já que o Beto fez uma 1ª parte muito má e não foi o trinco que precisávamos. Aliás, foi numa falta escusada dele (dominou mal uma bola e ajeitou-a com a mão) que o Leixões chegou ao empate na sequência de um livre perto da linha lateral. Um golo que foi um grande frango do Rui Nereu, que não estica o braço e deixa a bola passar-lhe por cima. Sem ter criado perigo, o Leixões chegou ao intervalo empatado.
Na 2ª parte o Leixões deu o berro em termos físicos, o que é muito estranho dado que não jogavam há 15 (!) dias, e começou a fazer faltas sucessivas que quebraram o ritmo da partida. Quanto a nós, só melhorámos com as entradas do Nuno Gomes e Karyaka. Este falhou duas boas oportunidades antes de a cinco minutos o Simão ter resolvido mais um jogo a nosso favor com um golo monumental fora-da-área. Como disse o Trapattoni no ano passado, “graças a Deus que temos o Simão”! O destaque do jogo vai inteirinho para ele, demostrando mais uma vez que é um jogador insubstituível no nosso plantel (nem quero pensar o que sucederá se ele sair em Janeiro...). Jogando bem ou mal, de uma coisa não pode ser acusado: falta de empenho. Aquela camisola chega ao fim do jogo, seja contra a Oliveirense ou seja contra o Manchester United, sempre ensopada em suor. Faz lembrar o João Pinto que, enquanto esteve no Benfica, também nunca vi fazer um frete em campo. E o que é um capitão senão um jogador destes que dá sempre tudo pela camisola que representa e é um exemplo para os companheiros? (Só no clube diferente é que um capitão tenta separar companheiros desavindos num treino e acaba por agredir um deles a soco; ainda bem que nós somos um clube igual). O Manuel Fernandes demonstrou mais uma vez a sua boa forma e o Léo que é bom jogador e em condições normais (ou seja, se não apanharmos muitas vezes o Lucílio Baptista) é dele o lado esquerdo da defesa. Quanto ao resto toda a equipa esteve num nível sofrível: o Rui Nereu teve culpas no golo, mas não teve que fazer nenhuma defesa digna desse nome; o João Pereira, o Beto e o Mantorras não são o Nélson, o Petit ou o Nuno Gomes; o Anderson teve uma falha imperdoável a 10 minutos do fim (deixando-se bater e fazendo com que o adversário se isolasse) que nos ia custando muito caro; o Carlitos continua a não existir (neste momento é um caso perdido e terá de rodar num outro clube para ver se recupera a confiança e demonstra que pode ser útil no futuro, ou então que vai engrossar o rol de “grandes promessas não concretizadas do futebol português”); o Karagounis tem muita classe, mas continua em má forma física. Na ausência do Miccoli, o Karyaka é definitivamente uma opção a ter em conta, porque cria sempre muito perigo na grande-área contrária com as suas entradas vindo detrás e respectivos remates, além de dar muito mais apoio ao ponta-de-lança que o grego.
Na 2ª parte demos sempre a ideia que estávamos à espera do momento certo para a estocada final e livrámo-nos mesmo a tempo de um prolongamento que seria muito prejudicial nesta altura da época. Enfim, não foi brilhante mas conseguimos o mais importante. Sim, porque eu quero estar pela 3ª vez consecutiva no Jamor!
P.S. – Tenho bastante simpatia de Manuel Cajuda (basta ter tido a coragem de ter dito, há uns anos atrás na casa do clube regional, que ia tirar um jogador seu - do Braga - poucos minutos depois de ter sido amarelado, mas que infelizmente não foi a tempo porque o árbitro se antecipou e mostrou-lhe o segundo amarelo logo na jogada seguinte), todavia não compreendo a sua resposta ao Koeman. Eu também acho que o Benfica teve receio em Manchester, mas se a Naval não teve medo do Benfica porque é que adiou o jogo da Taça? Terá sido culpa do Pontassolense?
No entanto, entrámos bem no jogo e foi com naturalidade que chegámos ao golo, aliás, a um golaço do Simão que fez um chapéu por cima do guarda-redes. Já antes o Mantorras tinha-se isolado e caído na área num despique com um defesa num lance que me deixou algumas dúvidas. A seguir ao golo, uma grande defesa do guarda-redes impediu que o Karagounis se estreasse a marcar pelo Benfica. No entanto, nunca conseguimos controlar completamente o meio-campo, apesar de o Leixões não ter propriamente criado situações claras de golo. Só que os adversários tinham liberdade de manobra quase até à nossa grande-área, demonstrando que o Petit faz muita falta à equipa, já que o Beto fez uma 1ª parte muito má e não foi o trinco que precisávamos. Aliás, foi numa falta escusada dele (dominou mal uma bola e ajeitou-a com a mão) que o Leixões chegou ao empate na sequência de um livre perto da linha lateral. Um golo que foi um grande frango do Rui Nereu, que não estica o braço e deixa a bola passar-lhe por cima. Sem ter criado perigo, o Leixões chegou ao intervalo empatado.
Na 2ª parte o Leixões deu o berro em termos físicos, o que é muito estranho dado que não jogavam há 15 (!) dias, e começou a fazer faltas sucessivas que quebraram o ritmo da partida. Quanto a nós, só melhorámos com as entradas do Nuno Gomes e Karyaka. Este falhou duas boas oportunidades antes de a cinco minutos o Simão ter resolvido mais um jogo a nosso favor com um golo monumental fora-da-área. Como disse o Trapattoni no ano passado, “graças a Deus que temos o Simão”! O destaque do jogo vai inteirinho para ele, demostrando mais uma vez que é um jogador insubstituível no nosso plantel (nem quero pensar o que sucederá se ele sair em Janeiro...). Jogando bem ou mal, de uma coisa não pode ser acusado: falta de empenho. Aquela camisola chega ao fim do jogo, seja contra a Oliveirense ou seja contra o Manchester United, sempre ensopada em suor. Faz lembrar o João Pinto que, enquanto esteve no Benfica, também nunca vi fazer um frete em campo. E o que é um capitão senão um jogador destes que dá sempre tudo pela camisola que representa e é um exemplo para os companheiros? (Só no clube diferente é que um capitão tenta separar companheiros desavindos num treino e acaba por agredir um deles a soco; ainda bem que nós somos um clube igual). O Manuel Fernandes demonstrou mais uma vez a sua boa forma e o Léo que é bom jogador e em condições normais (ou seja, se não apanharmos muitas vezes o Lucílio Baptista) é dele o lado esquerdo da defesa. Quanto ao resto toda a equipa esteve num nível sofrível: o Rui Nereu teve culpas no golo, mas não teve que fazer nenhuma defesa digna desse nome; o João Pereira, o Beto e o Mantorras não são o Nélson, o Petit ou o Nuno Gomes; o Anderson teve uma falha imperdoável a 10 minutos do fim (deixando-se bater e fazendo com que o adversário se isolasse) que nos ia custando muito caro; o Carlitos continua a não existir (neste momento é um caso perdido e terá de rodar num outro clube para ver se recupera a confiança e demonstra que pode ser útil no futuro, ou então que vai engrossar o rol de “grandes promessas não concretizadas do futebol português”); o Karagounis tem muita classe, mas continua em má forma física. Na ausência do Miccoli, o Karyaka é definitivamente uma opção a ter em conta, porque cria sempre muito perigo na grande-área contrária com as suas entradas vindo detrás e respectivos remates, além de dar muito mais apoio ao ponta-de-lança que o grego.
Na 2ª parte demos sempre a ideia que estávamos à espera do momento certo para a estocada final e livrámo-nos mesmo a tempo de um prolongamento que seria muito prejudicial nesta altura da época. Enfim, não foi brilhante mas conseguimos o mais importante. Sim, porque eu quero estar pela 3ª vez consecutiva no Jamor!
P.S. – Tenho bastante simpatia de Manuel Cajuda (basta ter tido a coragem de ter dito, há uns anos atrás na casa do clube regional, que ia tirar um jogador seu - do Braga - poucos minutos depois de ter sido amarelado, mas que infelizmente não foi a tempo porque o árbitro se antecipou e mostrou-lhe o segundo amarelo logo na jogada seguinte), todavia não compreendo a sua resposta ao Koeman. Eu também acho que o Benfica teve receio em Manchester, mas se a Naval não teve medo do Benfica porque é que adiou o jogo da Taça? Terá sido culpa do Pontassolense?
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11 comentários:
Só um reparo: o remate do Karagounis foi quando o jogo ainda estava a zero; portanto, antes do primeiro golo do Simão :)
Obrigado pela correcção, D'Arcy. Não sei por que é que fiquei com a impressão que o remate foi depois do golo...
S.L.B., só por curiosidade, gravaste o golões? É que estes também ficaram na memória!
Parece que os teus receios antes do jogo eram os mesmos que os meus. É que, em termos de capacidades futebolísticas e tácticas, as equipas da liga de honra não diferem muito das da 1ª liga.
Onde acabou por se notar a diferença foi no aspecto físico (se calhar, 15 dias sem competição também não é a melhor forma de preparar um jogo...).
Penso que mais uma vez, e mesmo que a exibição do Benfica só a espaços tenha sido interessante, acabou por ser realista. O Benfica, na verdade, só comprometeu em dois erros defensivos: a deficiente intervenção do Nereu no golo do empate (para não falar da falta de jeito do Beto) e a desconcentração do Anderson, sendo que esta última nos podia ter custado caro.
A verdade é que, mesmo que me custe ver o Benfica a não explorar todo o seu potencial para ganhar o jogo de forma mais categórica, a realidade é que a elevada carga de jogos obriga a que a capacidade de gerir o esforço seja um dos aspectos cruciais na base do sucesso das equipas. Primeiro constrói-se as vitórias, se possível, de forma sustentada. Só se o jogo e as circunstâncias o permitirem é que se poderá tentar "dar brilho" às mesmas. Veja-se, por exemplo, o Chelsea: para além de ter um plantel mais forte e com mais soluções que o do Benfica, sempre que necessário, também preferem resguardar o resultado e conter os esforços a embarcar na euforia das boas exibições (embora no Chelsea a máquina já esteja tão bem oleada que as grandes exibições decorrem naturalmente).
Até agora o Benfica tem-se dado bem com isso. O facto de o golo só ter surgido aos 86 mins pode suscitar alguma apreensão, mas o jogo tem 90 mins (se tivesse ido a prolongamento, certamente que o Benfica não necessitaria de ir a penalties para ganhar), e perante uma equipa que passou uma boa parte do 2º tempo a atirar-se ao chão (com ou sem motivos), aproveitando para queimar tempo, acho até bastante meritória a forma como o Benfica puxou dos galões na fase final do jogo para chegar à vitória sem recurso ao prolongamento.
TMA: claro que gravei! As gravações dos resumos decorrem ininterruptamente desde a época de 81/82... :-)
Focaste um ponto essencial: estamos muito mais "adultos" na procura do resultado. Não atacamos "à maluca" e sabemos ser pacientes. Os jogos têm mesmo 90 minutos e há que saber aproveitá-los, como foi o caso de ontem. Nem sempre se pode jogar bem (mesmo o outro que achava isso, já está a dar mais importância aos resultados...), mas desde que se ganhe está tudo ok.
E já agora, também não precisamos de defender "à maluca" para resguardar os resultados...
em relação ao jogo da Naval ter sido adiado, já sei qual o motivo: é o Pontassolense que tem medo da Sanjoanense (talvez lembrando-se de um escândalo que houve há uma série de anos atrás, na distrital de Aveiro, em que a Sanjoanense subornou a equipa adversária (não me recordo se era o Tarei ou o Bustelo) para lhes dar uma cabazada e vencer a respectiva distrital por goal average. Resultado final, a Sanjoanense ganhou por 21-0...
Para azar, a outra equipa (não me recordo qual), com quem disputava o primeiro lugar ganhou 36-0 (!!!!) a uma das equipas mencionadas (Tarei ou Bustelo).
Obviamente que o escândalo estalou de imediato, mesmo sendo na distrital.
Já agora (mesmo que não tenha nada a ver com isto), adivinhas quem era o presidente da A.F. Aveiro na altura (creio que isto ocorreu na 2ª metade da década de 80)?
Wild guess... Gilberto Madaíl?
foi wild guess, ou já sabias mesmo?...
Foi wild guess, mas dirigentes que tenham presidido à A.F. Aveiro só conhecia esse.
Uma pequena nota sobre a vitória do Benfica sobre o Leixões: o 2º golo do Simão é precedido de uma clara falta... (só para que se lembrem e não mencionem só alguns dos erros das arbitragens)
Grande Choco! Sejas bem aparecido neste cantinho benfiquista. Sim, o lance pode ser considerado falta, mas o árbitro estava atrás dos dois jogadores e com as constantes simulações de jogadores do Leixões durante a 2ª parte é natural que não tenha marcado nada. Além disso, seria um crime se um golo daqueles não tivesse existido! :-)
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