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domingo, maio 01, 2005

Benfica - 1 - Autocarro à frente da baliza - 0

Para (não) variar lá ganhámos com sofrimento, num jogo que os nossos adversários vão-se fartar de contestar. Esclareçamos desde já: indiscutível é o penalty sobre o Nuno Gomes (puxão do Neca) na 1ª parte. Discutível é o penalty assinalado a nosso favor por mão na bola. O remate é muito à queima, se bem que o jogador do Belenenses estivesse com os braços um pouco levantados. Enfim, compensou o penalty não assinalado da 1ª parte. Quanto ao lance entre o Lourenço e o Ricardo Rocha só se tiram as dúvidas com uma das quatro (!) repetições. Há, de facto, um ligeiro toque do Ricardo no pé do adversário, que não o impede de rematar, mas talvez o tenha impedido de acertar melhor na bola. Mas dado que o lance é bastante rápido e o remate é efectuado, percebe-se que não tenha sido nada assinalado (compare-se com o lance do Belenenses - clube regional e veja-se as diferenças).

Quanto ao jogo, é mais um só com um sentido. E se nos jogos anteriores ainda se compreendia que as equipas adversárias se fechassem muito na tentativa de conseguir pontos para cumprir os seus objectivos (Rio Ave – Europa; Leiria – 12º lugar para ser elegível para a Taça Intertoto; Estoril – não descer), neste jogo não se compreendeu a atitude do Belenenses. Veio jogar à Luz com um autocarro à frente da baliza como se o pontinho que queria levar fosse de primordial importância. Para quê? Estão mais que a salvo da descida e longíssimo da Europa, porque é que não vieram para jogar à bola? Este artigo (num jornal que se é conotado com algo não é certamente com o Benfica) deixou-me extremamente preocupado e talvez contenha a explicação para a atitude do Belenenses. Não se tratava de vir jogar à Luz para estender uma passadeira ao Benfica (porque nós, ao contrário de outros, gostamos de jogos leais, sem frutas), mas tentar jogar para ganhar. Não quer dizer que não tivessem cuidados defensivos, o que não se compreende é o completo abdicar do ataque ou contra-ataque. Nem sequer tentaram criar lances de perigo até sofrerem o golo. Muito estranho mesmo, especialmente quando comparado com outras equipas que, por exemplo, vão jogar com os suplentes perante alguns dos nossos rivais.

Tivemos bastante azar durante quase todo o jogo, a bola parecia (mais uma vez) que não queria entrar. Desta vez não foram uma, mas duas, as bolas ao poste. No global, a equipa jogou de um modo bastante razoável. O Dos Santos está definitivamente em melhor forma que o Fyssas e o Nuno Assis melhorou em relação aos últimos jogos. Só não percebi a troca de guarda-redes, que nos ia saindo bastante cara, já que o tal lance do Ricardo Rocha resulta num frango do Quim que soca a bola para a frente. E infelizmente o Trapattoni deu a entender que vai mantê-lo a titular... O Simão já não consegue disfarçar os seus problemas físicos e o Miguel também não esteve ao seu nível. Mas colectivamente nunca perdemos a calma e mantivemos sempre um ritmo bastante elevado. A vitória é mais que justa e merecida.

Para a semana em Penafiel, o jogo afigura-se outra vez extremamente difícil. O presidente deste clube vai querer certamente dar uma alegria ao seu verdadeiro clube. Vamos lá a ver se não temos mais um autocarro à nossa espera. Para a grande alegria nacional, só temos que vencer os dois próximos jogos. FORÇA BENFICA!

P.S. – Que moral é que tem um treinador para vir falar da arbitragem num outro jogo quando no seu "só" aconteceu o seguinte: o golo que dá a vitória é marcado em indiscutível fora-de-jogo; é assinalado um penalty (falhado) a seu favor que não existiu; são tirado dos foras-de-jogo inexistentes ao adversário quando os respectivos jogadores ficariam isolados? (Para além de tudo, um jogador do Marítimo, já amarelado, mete a mão à bola para impedir... que ela saia pela linha lateral! Consequência? Certamente a pretendida por esse jogador: expulsão. Que diferença de atitude se vê nas equipas que jogam contra nós e contra o clube regional.) De facto, é preciso ter muita lata!

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