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domingo, maio 08, 2005

Balde de água fria

Os milagres personificados no Mantorras não acontecem sempre. Depois desta derrota em Penafiel, deixámos de ter margem de manobra. Ou ganhamos os dois próximos jogos ou vamos ter a maior desilusão dos últimos 11 anos. Sim, porque não acredito que o clube regional e os lagartos desaproveitem esta oportunidade de ouro para se aproximarem de nós.

Este jogo não augurava nada de bom. Para começar já sabíamos desde o jogo contra o Belenenses que o Luisão e o Nuno Gomes não actuariam frente ao Penafiel e durante a semana foi o Manuel Fernandes a evidenciar problemas físicos. Sem três titulares indiscutíveis, as coisas anteviam-se muito complicadas. E assim foi. Embora o André Luís tenha estado bem na maior parte do tempo, teve culpas no golo, mas nulidades completas foram o Bruno Aguiar e o Karadas. Junte-se a isto uma marcação cerrada do Penafiel, um Nuno Assis em péssima forma, um Simão esgotado, um Geovanni que se ausenta durante largos períodos e um Miguel ainda a recuperar fisicamente, e temos a combinação perfeita para o desastre. Ficaram por demais evidentes as limitações do plantel. Quem são os substitutos do Petit e do Manuel Fernandes? Parece incrível como o Fernando Aguiar faz falta a esta equipa, já para não falar do Andersson ou do Ednilson. Ou alguém tem dúvidas que todos estes são melhores e mais úteis que o Paulo Almeida, o Everson (ainda estou para saber como é que se vai contratar um jogador com pubalgia...) ou o Bruno Aguiar (que é péssimo na marcação a meio-campo, raramente fazendo pressão sobre o jogador que tem a bola)? Quanto às alas não temos alternativa ao Simão e Geovanni, o Carlitos é simplesmente ridículo. Aliás, apesar de não ser um jogador regular, sempre se pode esperar qualquer coisa do Geovanni (quanto mais não seja um pontapé que decida os nossos jogos como em Alvalade no ano passado ou em Guimarães neste), portanto não se percebeu a sua substituição pelo Carlitos.

A nossa exibição foi paupérrima e ou damos uma volta de 180º, ou então corremos o risco de acabar em 4º lugar (o Braga só está a 4 pontos). O que é realmente preocupante é a incapacidade demonstrada por nós de dar a volta ao jogo quando sofremos um golo. A estatística não engana, em 48 jogos oficiais este ano, só por três (!) vezes demos a volta a um resultado negativo. Duas com o Estoril e uma com a Oliveirense. Ou seja, quando sofremos um golo só temos 6,25% de probabilidades de ganhar o jogo! Já foi por demais referido neste blog como a mentalidade do Sr. Trapattoni dá azo a esta situação. Hoje, quando sofremos o golo, ficámos sem capacidade de reacção. Pareceu que os jogadores não acreditavam que poderiam recuperar (apesar de faltarem quase 30 min. para o fim) e, assim, é difícil ganhar campeonatos.

P.S. – Quando a nossa exibição não o justifica não gosto de me desculpar com erros de arbitragem, mas o Sr. Pedro Proença demonstrou mais uma vez quanto a sua condição de associado do nosso clube influencia as suas actuações. Depois de ter perdoado dois flagrantes penalties (sobre o Mantorras e Simão) no Bessa em 2001/2002 e de ter assinalado dois a favor dos lagartos (um mergulho do Silva e outro do Liedson) no SLB-lagartos do ano passado, hoje decide da mesma maneira quatro lances duvidosos na grande-área do Penafiel: na 1ª parte, derrube ao Geovanni, e na 2ª, mão de um jogador depois de um centro do Carlitos, agarrão ao Mantorras na sequência de um canto e encosto ao Simão pelas costas já no fim do jogo. Apesar de nenhum deles ser absolutamente escandaloso (e não havendo pequenas penalidades), o único que não me parece mesmo penalty é o lance da mão. No entanto, para demonstrar bem o seu benfiquismo, o árbitro não assinalou nenhum deles...

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