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quinta-feira, outubro 03, 2019

Figura triste

Perdemos na Rússia com o Zenit (1-3) na 2ª jornada da Liga dos Campeões e comprometemos seriamente não só a continuidade nesta prova, como nas próprias competições europeias. Não há como fugir à questão: foi a nossa 12ª derrota nos últimos 15 jogos na Champions! É uma prestação inconcebível que envergonha a nossa história.

Desta feita não houve muitas alterações na equipa (só o Jardel no lugar do Ferro e o regresso do Gabriel, avançando o Taarabt para as costas do Seferovic), mas o marasmo total na Europa mantém-se. Poderíamos ter sofrido um golo quase na saída de bola, com o Jardel a ser batido na grande-área, porém tivemos oportunidade de marcar logo a seguir num canto, com o Seferovic a atirar de cabeça a rasar o poste. O Pizzi ainda teve um remate de longe à figura do guarda-redes, mas aos 22’ sofremos o primeiro de três golos ridículos: troca de bola na nossa defesa, o Vlachodimos a dar para o Fejsa, este a ser pressionado, a perder a bola de maneira infantil, sobra para o Dzyuba que sozinho bateu o Vlachodimos sem dificuldade. Sentimos muito o golo e até ao intervalo não conseguimos criar mais problemas ao guarda-redes contrário.

Esperava-se que na 2ª parte fôssemos capazes de imprimir mais velocidade ao jogo, mas isso raramente aconteceu. Aliás, foi o Zenit a quase conseguir marcar logo no recomeço, mas valeu-nos o Vlachodimos. Por volta da hora de jogo, o Bruno Lage resolveu mexer e tirou o apagadíssimo Pizzi e o infeliz Fejsa para colocar o Carlos Vinícius e o Caio Lucas. Na sua única acção de jeito no tempo em que esteve em campo, pouco depois de entrar, o Caio Lucas teve um remate relativamente perigoso, mas o Lunev defendeu para canto. Aos 70’, as nossas esperanças caíram de vez com o 0-2 através de um autogolo do Rúben Dias, na sequência de uma jogada rápida pela direita que nos apanhou em contrapé, com o nosso central a tentar cortar de carrinho, todavia a colocar a bola na baliza. Ainda houve dúvidas sobre a posição do jogador que fez o centro, mas o VAR validou o lance. Aos 78’, sofremos mais um golo digno dos infantis com um livre no nosso meio-campo a ser marcado rapidamente pelos russos, que isolaram o iraniano Azmoun, que só teve que contornar o Vlachodimos e atirar para a baliza deserta. Confesso que aqui temi a reedição de Basileia… A nove minutos do fim, o Bruno Lage esgotou as substituições com a entrada do Raúl de Tomás para o lugar do Seferovic. E foi do espanhol o único aspecto positivo deste jogo, com o seu primeiro golo pelo Benfica, aliás, um golão, num remate de fora-da-área aos 85’. O mesmo de Tomás poderia ter marcado outro pouco depois, mas o remate saiu muito por cima, depois de ter tirado um adversário da frente. Até final, ainda tivemos dois cantos perigosos, mas a cabeçada do Gabriel saiu à figura e o remate do C. Vinícius muito ao lado da baliza.

Não vou destacar ninguém individualmente, porque a exibição foi mais uma vez paupérrima. O facto de o Pizzi e o Grimaldo andarem a fazer dos piores jogos pelo Benfica, e o Rafa estar muito longe da sua melhor forma explica grande parte do problema: não há ninguém que desequilibre as coisas a nosso favor. Jogamos de modo exasperadamente lento e a equipa parece descrente praticamente desde o início. Algo que não se percebe! Estamos a jogar na Liga do Campeões, caramba, o mínimo que os jogadores devem fazer é mostrarem ganas em campo!

Teremos agora duas semanas sem jogos. Espero sinceramente que a equipa técnica consiga engendrar um plano para melhorarmos (bastante) o nosso futebol. Isto começa seriamente a preocupar-me, porque não vejo a equipa a reagir perante as adversidades que se vão colocando. Antes pelo contrário. Estamos cada vez mais lentos e com menos dinâmica. E deste modo não se augura nada de bom para esta época…

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