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segunda-feira, março 21, 2005

Cruzeiro no Sado

Quando aos dois minutos o Bruno Moraes (curiosamente um jogador emprestado pelo clube regional ao V. Setúbal) se atira sobre o Petit e o lesiona, pensei: “nunca mais venho ver um jogo fora. É a primeira vez esta época e começa logo a correr mal.” E, de facto, os primeiros 20 minutos não auguravam nada de bom, com o V. Setúbal a jogar melhor, apesar de ter havido o lance duvidoso sobre o Geovanni em que se fosse assinalado penalty não teria sido um escândalo. Felizmente tudo se alterou com a (justíssima) expulsão do defesa setubalense e, a partir daí, controlámos completamente o jogo. O futuro guarda-redes do clube regional deu uma ajuda preciosa no golo do Manuel Fernandes e a 2ª parte foi um passeio, especialmente a partir do golo (com alguma sorte no ressalto, diga-se) do Geovanni. A um quarto de hora do fim, o meu amigo H. disse-me: “para isto se tornar interessante, só falta o nosso 3º golo”. Plenamente de acordo! Infelizmente não veio, mas conseguimos o que era essencial: ganhar.

Apesar de não termos o killer instinct que nos permita cilindrar adversários e tentar sempre marcar mais golos, pode ser que estejamos já em velocidade de cruzeiro em direcção ao tão desejado título. Já se sabe que não conseguimos entusiasmar por aí além (ou não fôssemos treinados por um italiano, que, a crer n’ A Bola, disse na conferência de imprensa “se eles marcassem antes de nós seria difícil recuperar”; felizmente as coisas estão a correr bem, mas o discurso da impossibilidade de dar a volta a um jogo mantém-se!), todavia demonstrámos um futebol bastante consistente, razoável e com a tão famosa personalitá. Por isso é que a análise deste jornalista (?) do Record é de morrer a rir. São sete, repito, s-e-t-e, os nossos jogadores que têm nota 2 em 5! E os restantes são corridos a 3! Se fossem outras as cores em campo, a exibição tinha sido “inteligente”, “constante”, “adulta” e sem permitir “veleidades ao adversário”. Como é o Benfica, 2/3 da equipa tem nota negativa!

É sempre bom ver o Glorioso ao vivo e os jogos fora têm uma aura diferente. A seguir ao 2º golo, quando o jogo praticamente acabou e passámos a trocar a bola sem procurar a baliza, o entusiasmo nas bancadas arrefeceu um pouco. Se fosse no Estádio da Luz, toda a gente começava a assobiar e a mandar a equipa para a frente. Não é que eu não gostasse que tentássemos marcar mais golos, mas daí a assobiar a equipa (que ainda por cima está a ganhar) vai uma diferença tão grande como entre a decência e a Carolina Salgado. Por isso é que é mais fácil jogar fora do que em casa, a pressão é bastante menor. Pode ser que agora, isolados em 1º e com a esperança legítima de chegar ao título, a tolerância na Luz (que espero que encha contra o Marítimo) seja um pouco maior.

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