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sábado, novembro 22, 2025

Muito sofrível

Eliminámos ontem o Atlético (2-0) para a 4ª eliminatória da Taça de Portugal em jogo que decorreu no Estádio do Restelo. Tenho sempre pena que estas equipas de escalões secundários não possam receber os grandes em sua casa nos jogos da Taça, mas estamos subjugados pela ditadura das televisões.

O Mourinho inovou ao apresentar uma táctica de três centrais, mas a 1ª parte foi do pior que se viu esta temporada. Só se salvou (e, aliás, durou o jogo) a estreia absoluta do Rodrigo Rego, primeiro na lateral-esquerda e, na 2ª parte, como extremo-direito. O miúdo tem toque de bola, tem dinâmica e tem desfaçatez, visível pelas vezes em que não se coibiu de rematar à baliza. O resto foi uma desgraça, com muito gente a desperdiçar a oportunidade, razão pela qual o Mourinho fez quatro(!) substituições ao intervalo (para memória futura, saíram o Ivanović, João Rego, Barrenechea e Tomás Araújo) e disse na flash que, se pudesse, teria feito nove!

Na 2ª parte, o Atlético já não conseguiu chegar tantas vezes à nossa baliza, mas o nosso golo só apareceu aos 73’ na estreia do Ríos (entrado ao intervalo) a marcar com o manto sagrado, num cabeceamento num canto. Quatro minutos depois, o Leandro Barreiro (também entrado ao intervalo) foi derrubado na área e o Pavlidis concretizou o penalty (embora o remate tenha saído quase à figura, com o guarda-redes a não defender por pouco...). O resultado estava feito e só não se avolumou, porque o Otamendi falhou um penalty já nos descontos (o Pavlidis tinha entretanto saído), com uma boa defesa do guarda-redes Rodrigo Dias.

Em termos individuais, só vou destacar mesmo o Rodrigo Rego. Tenho curiosidade para perceber se isto foi só um one shot, tipo o Pepa aqui há uns (largos) anos, ou se terá alguma continuidade. Pelo menos aquele lugar (extremo-direito) vai estar vago nos próximos tempos por causa da lesão do Lukebakio. Fizemos a nossa obrigação, que era passar à eliminatória seguinte, mas sem nenhum brilhantismo e com uma 1ª parte que deveria ser objeto de reflexão por parte de todo o plantel...

Iremos a Amesterdão na próxima 3ª feira jogar a nossa continuidade na Champions frente ao Ajax. Se não ganharmos, podemos esquecê-la e esta época será relembrada no futuro como uma das piores de sempre nas competições europeias.

sexta-feira, novembro 21, 2025

Irlanda e Arménia

As ligas nacionais pararam no passado fim-de-semana por causa da última jornada de qualificação para o Mundial de 2026. Tal como era esperado, Portugal qualificou-se embora tenha precisado do terceiro match-point para o conseguir, dado que perdemos na Irlanda por 2-0 e a qualificação só tenha surgido na goleada (9-1) frente à Arménia.

O jogo frente aos irlandeses foi parecido com o que houve em casa, com eles a defenderem muito bem, muito agressivos e nós a termos grandes dificuldades em entrar na muralha contrária. Só não foi igual, porque eles foram muito mais perigosos quando contra-atacavam, tendo atirado uma bola ao poste antes de nos marcarem dois golos ainda na 1ª parte, ambos pelo Troy Parrott (17’ e 45’). A perder por dois ao intervalo, o Roberto Martínez não se lembrou de mais nada do que... substituir dois defesas...! Na 2ª parte, as esperanças de mudarmos o resultado foram arruinadas aos 59’, quando o Cristiano Ronaldo deu um murro nas costas de um defesa e foi naturalmente expulso. A primeira vez que aconteceu ao serviço da selecção, mas ao menos teve o mérito de não jogar o jogo seguinte, até porque o Gonçalo Ramos, que só entrou a 12’(!) do fim, fez mais remates nesse tempo do que o Cristiano Ronaldo no outro todo.

Frente à Arménia, em casa, era só o que mais faltava se não ganhássemos. Nem mereceríamos ir ao Mundial nesse caso. Inaugurámos o marcador logo aos 7’ num cabeceamento do Renato Veiga na sequência de uma bola parada, mas deixámo-nos empatar aos 18’, quando fomos apanhados em contrapé num contra-ataque. No entanto, chegámos ao intervalo com a qualificação resolvida (5-1) mercê de um bis do João Neves (30’ e 41’) e de golos do Gonçalo Ramos (28’) e Bruno Fernandes (nos descontos, de penalty). A 2ª parte foi apenas um proforma, com mais quatro golos, tendo o João Neves (81’) e o Bruno Fernandes (52’ e noutro penalty aos 72’) chegado ambos ao hat-trick. O último golo foi apontado pelo Francisco Conceição já nos descontos (92’).

Que esta qualificação seja olhada de maneira honesta para que não tenhamos ilusões: dos seis jogos, só frente à Arménia é que passeámos. Nos outros quatro, ganhámos dois nos minutos finais (Hungria fora e Irlanda em casa), empatámos outro (Hungria em casa, com o golo sofrido também nos minutos finais) e perdemos um (Irlanda fora). É uma performance muito fraca, perante adversários bastante secundários, para quem almeja ser campeão do mundo. A selecção padece de vários problemas (vacas sagradas que raramente são substituídas, tudo andar à volta de um jovem de 40 anos e opções tácticas e de escolha de jogadores muito discutíveis) e não se está a ver o Roberto Martínez com capacidade de os resolver (antes pelo contrário...). Mas pode ser que tenhamos uma surpresa (e alguma sorte) como na Liga das Nações.

sexta-feira, novembro 14, 2025

Erros indesculpáveis

Empatámos em casa (2-2) frente ao Casa Pia no passado domingo e deixámos fugir o CRAC (1-0 em Famalicão) e a lagartada (2-1 nos Açores frente ao Santa Clara) na classificação, estando agora a seis pontos do primeiro e a três do segundo. Isto seria sempre um péssimo resultado, mas mais ainda se tornou, porque aos 60’ estava 2-0...

O Mourinho voltou a dar a titularidade ao Dedic, com o Aursnes a ir para o lado esquerdo do tridente ofensivo. (O norueguês é defesa-direito num jogo, extremo-esquerdo no outro, enfim...) Um remate do Barrenechea desviou num defesa e bateu no poste nos minutos iniciais, mas não demorou muito até inaugurarmos o marcador, aos 18’, num óptimo trabalho do Pavlidis (dominou de peito e tocou de cabeça) a assistir o Sudakov para um remate em volley. Uma má saída de bola do Aursnes colocou um adversário em boa posição, mas o remate saiu fraco e o Trubin não teve dificuldades em defender. Um bom passe do Tomás Araújo isolou o Lukebakio, mas pela enésima vez o belga, só com o guarda-redes pela frente, não o conseguiu desfeitear... Chegávamos ao intervalo em vantagem, mas a jogar um futebol muito curto.

Para a 2ª parte, entrou o Prestianni para o lugar do Barrenechea, com o Aursnes a ir para o meio-campo. Não admira que o norueguês passe pela sua fase menos exuberante desde que chegou ao Glorioso, a mudar constantemente de lugar... Melhorámos um bocado, com maior rapidez de processos e logo depois do apito, o Ríos teve um remate de fora da área defendido pelo guarda-redes Patrick Sequeira. Pouco depois, foi o Sudakov a tentar, mas com o mesmo desfecho. À passagem da hora de jogo, num canto, o Ríos cabeceia, mas um defesa toca com a mão na bola, tendo os braços abertos. Penalty que o Pavlidis marcou superiormente, alargando a nossa vantagem para dois golos. Mas a partir dos 65’, tudo mudou... Num remate de fora da área, a bola bate no peito do António Silva e resvala para o braço. Dizem as regras que isto não é penalty, mas o Sr. Gustavo Correia e, principalmente, o VAR João Bento consideraram que sim. O Trubin ainda defendeu o remate, mas o Tomás Araújo, de forma inacreditável, rematou para a nossa baliza, quando pretendia aliviar a bola...! Um lance caricato e incompreensível. O Mourinho lançou o Leandro Barreiro e este meteu a bola na baliza a 10 minutos do final na sequência de um canto, mas estava em fora-de-jogo e os nossos festejos foram em vão. Aos 91’, o Ríos perdeu uma bola no meio-campo, provocando um contra-ataque de cinco para três e o Trubin, com o Tomás Araújo ao lado pronto para aliviar a bola, resolveu sair da baliza e tocar nela, tendo esta sobrado para o Renato Nhaga, que nos gelou a todos... Deixávamos fugir dois pontos, que estavam mais do que garantidos.

Em termos individuais, o Pavlidis, com um golo e uma assistência, foi de longe o melhor. Ou o menos mau, vá. O Lukebakio é quem cria os maiores desequilíbrios, mas ainda não tem o timing perfeito para se libertar da bola e, principalmente, quando está frente-a-frente com o guarda-redes deixa muito a desejar... O Ríos até nem estava a fazer um mau jogo, à semelhança de 4ª feira, mas aquele erro não se pode cometer e custou muito caro. O Trubin também tem culpas no segundo golo e o Tomás Araújo não sei bem o que lhe passou pela cabeça.

Seis pontos perdidos em casa com golos nos últimos minutos perante adversários menos conceituados é o maior factor de destaque desta época. É basicamente a diferença para o 1º lugar, que aumentou de forma exponencial graças a isso. É inexplicável esta tremedeira e esta incapacidade de segurar resultados em pleno Estádio da Luz. Há agora a pausa para as selecções, mas o panorama para esta temporada está muito negro...

P.S. – Temos grandes culpas no cartório, mas o que se passou neste fim-de-semana em termos de arbitragem foi vergonhoso. Este penalty contra nós já foi o que foi e, na véspera, um lance evidente de pontapé de baliza foi transformado em canto pelo fiscal-de-linha Ângelo Pinheiro e validado pelo árbitro João Goncalves, e deu o golo à lagartada no último minuto. Diferenças...

domingo, novembro 09, 2025

93 891

Quinze dias depois, voltámos a bater o recorde mundial de votante de um clube desportivo com este impressionante número de 93 891 pessoas. Aparentemente, desta vez é que fica certificado, dado que o Guiness não aceitou o outro por não se ter eleito um presidente na altura. Deixemo-nos de leituras enviesadas sobre isto: uma tão grande participação é motivo para nos deixar orgulhosos enquanto benfiquistas.

Tal como se esperava, perante os resultados da 1ª volta, o Rui Costa foi reeleito presidente com 65,89%  (58 667 votantes) contra 34.11% (33 669 votantes) do João Noronha Lopes. Algo que não deixa de ser absolutamente relevante salientar é o facto de, em números absolutos, o Rui Costa ter tido mais 25 769 sócios a votar nele, enquanto João Noronha Lopes só teve mais 6 560 votantes do que na 1ª volta. É algo que deveria fazer pensar o candidato que eu apoiei em relação ao que fez de mal para não só não conseguido agregar mais sócios para a sua causa, como ter visto o incumbente aumentar tanto a votação da 1ª para a 2ª volta. Os últimos debates correram bastante mal a Noronha Lopes e isso terá sido decisivo para esta diferença.

Espero sinceramente que o Rui Costa, escudado tanto por esta participação eleitoral como pelo seu próprio resultado, faça um trabalho bastante melhor do que até aqui. Se eu nunca votei nele para presidente do Benfica, é dele uma das duas únicas camisolas personalizadas que tenho (a outra é do Nuno Gomes). Que esse jogador que eu admirei profundamente se possa tornar num bom presidente, mesmo perante tão maus indicadores ao longo do tempo (e já foi bastante...), é o milagre que eu espero que aconteça.

O povo benfiquista falou democraticamente e há que aceitar os resultados, mesmo que não concordemos com eles. Não podemos gostar da democracia só quando ela nos permite ganhar. É preciso baixar a conflitualidade e dar as condições a quem ganhou de poder exercer o seu mandato conforme o programa eleitoral que apresentou. No entanto, estaremos sempre cá para elogiar ou criticar quando se justificar.

VIVA O BENFICA!

sábado, novembro 08, 2025

Perdulários

Perdemos novamente na Champions na passada 4ª feira, em casa frente ao Bayer Leverkusen (0-1). Foi a quarta derrota em quatro jogos e a qualificação para a fase seguinte será uma missão (quase) impossível. Num jogo em que tínhamos de ganhar, fizemos tudo para isso, mas falhámos redondamente na altura de rematar à baliza.

O Mourinho reforçou o meio-campo com o Leandro Barreiro e revelámos sempre bastantes cautelas na saída de bola, especialmente na 1ª parte. Mesmo não utilizando a velocidade que por vezes se exigia, tivemos várias ocasiões para inaugurar o marcador, incluindo duas bolas aos ferros do Lukebakio e Otamendi. Para além disso, o Pavilidis falhou um golo em boa posição, permitindo a intercepção de um defesa, quando o guarda-redes Flekken já não estava na baliza e ainda tivemos alguns remates (do Ríos, Lukebakio e Otamendi) que o guardião defendeu e uma cabeçada do Barreiro que saiu ao lado. Ao invés, o Leverkusen teve uma soberana chance com o Poku isolado a atirar ao lado, quando só tinha o Trubin pela frente.

Na 2ª parte, continuámos a carregar e o Pavlidis num ressalto depois de um canto, ficou frente-a-frente com o Flekken, mas resolveu fintá-lo em vez de rematar e o guarda-redes tirou-lhe a bola com o pé! Foi eventualmente a nossa melhor hipótese de marcar. Pouco depois, o mesmo Pavlidis atirou ao lado de pé esquerdo ainda fora da área, mas aos 65’ apanhámos um enorme balde de água fria com o golo do Patrick Schick de cabeça, depois de um péssimo alívio também de cabeça do Dahl, qua se converteu numa assistência para o checo. Sentimos bastante o golo e não tivemos tão boas hipóteses de marcar até final como até então. Mas, à semelhança do primeiro tempo, foram novamente o Otamendi (de cabeça num canto) e o Lukebakio, por duas vezes, a visar a baliza contrária, mas sem sucesso.

Em termos individuais, o Ríos pareceu-me o melhor do Benfica. Já era tempo de começar a justificar o (enorme) investimento na sua contratação. O Dahl também estava a fazer um jogo muito bem conseguido, mas aquele falhanço no golo deitou tudo a perder. O Lukebakio foi o jogar mais desequilibrador do nosso lado, mas por vezes exagera nas acções individuais. O Pavlidis complicou dois lances de golo, em que se exigia mais rapidez de execução. O Sudakov passa por uma fase de menor fulgor, mas, verdade seja dita, é dos poucos que faz passes a rasgar e sentiu-se a sua falta quando saiu.

Faltam quatro jogos para terminar a Fase de Liga da Champions e devemos mesmo ter de os ganhar a todos para passarmos. Com Nápoles, Juventus e Real Madrid no caminho, será como uma subida ao Monte Everest...

quarta-feira, novembro 05, 2025

Convincente (na 2ª parte)

Vencemos no sempre difícil terreno do V. Guimarães (3-0) no passado sábado, mas continua tudo igual na frente, porque a lagartada ganhou 2-0 em casa ao Alverca e o CRAC também triunfou (2-1) na recepção ao Braga.

Quem olhar só para o resultado, pode pensar que foi tudo muito fácil, mas até ao intervalo a partida foi bastante complicada. O V. Guimarães conseguiu manietar-nos na manobra atacante e não criámos assim tantas jogadas de perigo. Um remate do Sudakov à malha lateral foi a nossa melhor situação.

Na 2ª parte, tudo mudou por via das alterações que fez o José Mourinho logo no reinício: saíram o Sudakov e o Prestianni e entraram o Leandro Barreiro e o Schjelderup. A transformação foi da noite para o dia, também porque o resto da equipa subiu muito de produção. O Lukebakio na direita começou a criar situações para os colegas resolverem, mas uma cabeçada do Leandro Barreiro foi defendida pelo guarda-redes Castillo e o Pavlidis falhou incrivelmente a recarga com a baliza escancarada! O Lukebakio num livre directo voltou a obrigar o guardião contrário a aplicar-se, mas aos 54’ lá abrimos finalmente o marcador, com um canto do belga na direita e o Tomás Araújo a desviar de cabeça ao primeiro poste. Pouco depois, o V. Guimarães ficou a jogar com dez, por pontapé alto do Fabio Blanco ao Leandro Barreiro e a partida tornou-se mais fácil. Por volta da hora de jogo, fizemos o 2-0 pelo Dahl, num pontapé forte de pé esquerdo no enfiamento da pequena-área. Foi a estreia do sueco a marcar com o manto sagrado, curiosamente mais ou menos do mesmo ângulo que o Carreras marcou naquele mesmo estádio na temporada passada. O Schjelderup continuava a criar perigo na esquerda para os colegas, mas os remates de cabeça do Leandro Barreiro e de fora da área do Barrenechea foram defendidos pelo Castillo. Aos 87’, fechámos a contagem numa recarga do entretanto entrado João Rego a um outro remate do Barrenechea, depois de nova incursão do Schjelderup pela esquerda, que o guarda-redes não conseguiu segurar.

Em termos individuais, o Schjelderup foi possivelmente o melhor do Benfica pelo modo como agitou o jogo na 2ª parte, bem secundado pelo Leandro Barreiro, que começa a colocar a titularidade do Sudakov em causa. O Ríos terá feito a melhor exibição desde que chegou e destaque igualmente para o Dahl, que parece a subir de forma desde que ficou no banco em Newcastle. Na defesa, o Tomás Araújo e o Otamendi estiveram imperiais.

Termos hoje uma partida decisiva para a Champions, na recepção ao Bayer Leverkusen, em que só uma vitória nos permite realisticamente continuar na luta pelo apuramento. Esperemos que estas três vitórias consecutivas e a esta exibição no segundo tempo sejam inspiradoras para isso.

sexta-feira, outubro 31, 2025

Enfadonho

Vencemos o Tondela por 3-0 na passada 4ª feira e apurámo-nos para a final four da Taça da Liga, onde iremos defrontar o Braga, competição da qual somos detentores do troféu. Apesar de justiça da nossa vitória não estar em causa, foi uma partida tremendamente desinteressante e, se quem estivesse no banco fosse o Bruno Lage, a equipa teria sido alvo de uma enorme (e justa) assobiadela. Mas como o Mourinho ainda está em estado de graça, não se passou nada disto.

Não fizemos tantas alterações como seria de supor e mais de meia equipa foram os habituais titulares. Houve uma constante neste jogo, que foi a nossa tremenda lentidão de processos. Perante um adversário que está no penúltimo lugar do campeonato (e que rodou muito mais a equipa do que nós), raramente tivemos a intensidade que se exigia, o que aliás foi referido pelo Mourinho no final do encontro. Na 1ª parte, um remate do Lukebakio e outro do Ivanović foram ambos bem defendidos pelo Lucas Cañizares. Só chegámos à vantagem aos 40’ num penalty de VAR a castigar mão na bola, que foi concretizado pelo Otamendi, talvez por ter feito o seu 250º jogo com o manto sagrado.

A 2ª parte começou com um golão nosso pelo Sudakov, depois de uma jogada maravilhosa, mas foi invalidado por um fora-de-jogo de 1 cm!!! Repito: um c e n t í m e t r o!!! É absolutamente ridículo, isto! Não acabem com esta fantochada que não é preciso...! Como se esse 1 cm fosse uma vantagem evidente para o atacante...! A decisão sobre este lance demorou bastante tempo e possivelmente voltou a desconcentrar-nos, porque tínhamos voltado do intervalo com algum ritmo e perdemo-lo depois desta decisão. À passagem dos 65’, o Mourinho lançou o Pavlidis e o Prestianni, na tentativa de agitar as águas. E um pouco mais tarde, também entrou o Ríos. Foi, aliás, deste a óptima jogada aos 83’ que resultou no 2-0, marcado pelo Lukebakio, mas 75% do golo é do colombiano. Já no final da compensação, aos 95’, o Pavlidis fechou  a contagem com um desvio à ponta-de-lança depois de um cruzamento do Leandro Barreiro na direita.

Em termos individuais, nem sei bem quem destacar pela a moleza generalizada da equipa. Talvez o Otamendi por ter atingido outra marca redonda e por ter inaugurado o marcador.

Já amanhã teremos a difícil deslocação a Guimarães, com muito pouco tempo de descanso, antes do jogo decisivo na Champions frente ao Bayer Leverkusen. Estou bastante preocupado com Guimarães, porque os titulares não tiveram assim tanto descanso na Taça da Liga e os vimaranenses não jogaram a meio da semana. De qualquer forma, não podemos perder mais pontos no campeonato, pelo que é obrigatório ganhar.

quarta-feira, outubro 29, 2025

85 710 votantes!

As eleições para os órgãos sociais do Sport Lisboa e Benfica no passado sábado oram absolutamente históricas! Oitenta e cinco mil setecentos e dez sócios(!) exerceram o seu direito de voto, estilhaçando completamente o recorde mundial de votação num clube desportivo, que pertencia ao Barcelona com 58 000...! Superámo-lo por 47% e mais do que duplicámos o nosso anterior máximo de 40 085 votantes nas últimas eleições.

O Rui Costa foi o grande vencedor da 1ª volta, com 42,13% (32 898 voltantes), contra os 30,26% (27 109 votantes) do Noronha Lopes, que irá disputar a 2ª volta com ele. Muito mais longe, tal como se esperava ficaram o Luís Filipe Vieira, com 13,86% (11 816 votantes), o João Diogo Manteigas, com 11,48% (12 259 votantes), e principalmente o Martim Mayer, com 2,10% (1 480 votantes) e o Cristóvão Carvalho, com 0,18% (148 votantes).

Com uma tão grande participação, esperar-se-ia que houvesse um grande desejo de mudança, mas isso não aconteceu, pelo menos para já. A maioria dos benfiquistas está aparentemente satisfeita com o rumo que o clube tem levado nos últimos anos. É-me difícil entender isso, mas é a democracia a funcionar. Veremos o que nos reserva a 2ª volta no dia 8 de Novembro. O caminho é bastante complicado para o Noronha Lopes, mas uma coisa é certa: quem for o presidente depois de uma eleições destas tem enorme legitimidade e acabaram-se as desculpas para não colocar o Benfica no caminho certo.

terça-feira, outubro 28, 2025

Goleada

Vencemos o Arouca na Luz no passado sábado por 5-0, mas mantém-se tudo igual na frente, porque os outros dois também ganharam. O CRAC no último minuto(!) em Moreira de Cónegos por 2-1 e a lagartada em Tondela por 3-0. Num dia histórico para o clube, por causa das eleições para os órgãos sociais, a equipa deu uma boa prenda e ganhou tranquilamente um jogo sem espinhas.

Com o Tomás Araújo a central e a novidade Prestianni no lado esquerdo do ataque, recuando o Aursnes para a lateral-direita por via da lesão do Dedic, abrimos o marcador logo aos 9’ num penalty do Pavlidis a castigar mão na área vista pelo VAR Luís Ferreira. Aos 21’, o mesmo Pavlidis bisou também de penalty a castigar uma rasteira ao Prestianni na área, que o Sr. Hélder Carvalho mandou seguir numa primeira decisão...! Como é possível não ter visto a infracção estando tão perto do lance...?! Teve de ser outra vez o Sr. Luís Ferreira no VAR a corrigir essa decisão... À passagem da meia-hora, o Arouca teve a sua única oportunidade num péssimo passe do Sudakov, que foi interceptado por um adversário, valendo-nos a falta de pontaria deste só com o Trubin pela frente. Quanto a nós, o Pavlidis, bem isolado pelo Ríos, fez um chapéu alto demais sobre o guarda-redes. No entanto, já na compensação da 1ª parte, num canto do Lukebakio na direita, o Otamendi saltou mais alto do que toda a gente e fechou o jogo com o terceiro golo.

A seguir ao intervalo, não demos descanso ao Arouca fazendo o 4-0 logo aos 50’ num hat-trick do Pavlidis. A partir daqui, começámos a gerir o esforço e o Mourinho foi mexendo na equipa precisamente por isso. O Lukebakio e o Prestianni tiveram remates perigosos, por cima e defendido pelo guarda-redes, respectivamente, e o Schjelderup, que substituiu o argentino, atirou rasteiro ao poste. Já na compensação, o também entrado João Rego foi rasteirado na área e o Ivanović, que tinha substituído o Pavlidis, encarregou-se de fazer o 5-0.

Em termos individuais, óbvio destaque para o Pavlidis pelos três golos, mas o Prestianni encheu o campo! Grande regresso do Mundial Sub-20 por parte do argentino, que espero que tenha conquistado de vez o lugar, porque precisamos de mais alguém para além do Lukebakio para ter magia no meio-campo ofensivo. O Tomás Araújo esteve igualmente bem, em especial a colocar a bola na frente e o Dahl também teve um bom regresso à titularidade.

Iremos defrontar amanhã o Tondela para os quartos-de-final da Taça da Liga, numa partida em que o José Mourinho irá certamente fazer várias alterações, dado que temos a difícil saída a Guimarães no sábado.

sexta-feira, outubro 24, 2025

Eleições do Benfica 2025 – Os meus 50 votos

Em 2020, escrevi aqui as razões pela quais votei em João Noronha Lopes. Dado que elas permanecem perfeitamente válidas, amanhã vou voltar a fazer o mesmo. É por demais evidente que o nosso clube precisa de uma mudança. Tanto de rumo, como de pessoas. Passado muitos anos, o poder inevitavelmente corrompe. Ou, pelo menos, cria muitos vícios. Senão do próprio detentor dele, inevitavelmente das pessoas que o rodeiam. É contra isso que urge combater e principalmente é por isso que eu vou votar pela mudança.

Mas não é uma mudança a qualquer custo. É um mudança que assenta em alguém que conseguiu reunir  em seu redor um núcleo de pessoas que sempre admirei e respeitei. Não acho crível que Nuno Gomes, Bagão Félix, Luís Tadeu ou Suzete Abreu estejam completamente equivocados.

Posto isto, espera-se que seja uma votação que bata o recorde do nosso clube (38 102 votantes).
Estas serão as eleições mais concorridas de sempre com seis candidaturas. Com tanta gente, deverá haver uma 2ª volta. No passado, está bom de ver que nunca votaria (portanto, Rui Costa e Luís Filipe Vieira ficam de fora) e dos restantes candidatos, nenhum deles me parece à altura de João Noronha Lopes: Cristóvão Carvalho assustou-me com aquela proposta de endividamento de 100M€/ano, Martim Mayer pareceu-me com uma boa postura, organizado, mas ainda algo inexperiente e João Diogo Manteigas tem o grave problema de ter um ar muito arrogante e pedante (poder ser a melhor pessoa do mundo, mas é isso que passa cá para fora).

Posto isto, espero que tudo decorra dentro do maior civismo e que seja uma enorme manifestação de benfiquismo!

quinta-feira, outubro 23, 2025

Castigador

Na passada 3ª feira, averbámos a terceira derrota seguida nas três primeiras jornadas da Liga dos Campeões, perdendo clamorosamente em Newcastle por 0-3. Foi um resultado bastante pesado perante a nossa exibição na 1ª parte, mas a parte final da partida matou-nos completamente e fomos passados a ferro pelo poderio físico dos ingleses.

Como Tomás Araújo na lateral-esquerda, ficando o Dahl no banco, não entrámos mal na partida e o Lukebakio teve mais de uma oportunidade para inaugurar o marcador, mas o guarda-redes efectuou uma boa defesa já quase sem ângulo na primeira e o poste salvou o Newcastle na segunda, um remate maravilhosa de fora-da-área. Uma má saída de bola da nossa parte (responsabilidade do Aursnes) aos 32' resultou no primeiro golo dos ingleses através do Gordon. Até ao intervalo, ainda tivemos outra oportunidade pelo inevitável Lukebakio num remate fora da área, com boa defesa do Nick Pope.

Na 2ª parte, deixámos de conseguir acercar-nos com perigo da baliza adversária e o Trubin salientou-se na nossa, impedindo que o resultado fosse aumentando. Mas não existem milagres eternos e o Newcastle fez o 0-2 aos 71', num lance inacreditável que começou num canto a nosso favor! O guarda-redes ficou com a bola e lançou com as mãos o Barnes, que correu meio campo e, apesar da oposição do Tomás Araújo, conseguiu bater o Trubin. A partir daqui, baixámos os braços e só sofremos mais um golo (bis do Barnes aos 83'), porque o Trubin foi o nosso melhor jogador.

Este começo tenebroso na Champions deve fazer-nos reflectir. Assim como devemos refletir no facto de termos gasto tanto dinheiro em reforços e termos o Tomás Araújo na lateral-esquerda, com dois laterais-esquerdos de raiz no banco, o Ivanonic que entrou na 2ª parte para jogar a extremo e o Aursnes a acabar a lateral-direito com a lesão do Dedic. Por outro lado, no ano passado tínhamos excesso de extremos e este ano temos... um: o Lukebakio, porque pelos vistos o Schjelderup conta pouco e não há mais nenhum...

No sábado iremos receber o Arouca em dia de eleições. Prevê-se um dia bastante agitado na Luz.

terça-feira, outubro 21, 2025

Pavlidis a sobrar

Estamos a minutos de entrar em campo com o Newcastle para a Champions, mas questões de trabalho impediram-me de postar mais cedo a vitória em Chaves (2-0) para a Taça de Portugal na passada 6ª feira. Depois da pausa das selecções, o Mourinho não cometeu o erro do Lage no ano passado, quando jogou contra o Pevidém com os suplentes e depois os titulares espalharam-se à grande frente ao Feyenoord, por falta de ritmo. Só o Samuel Soares e o João Rego foram novidades, juntamente com o Tomás Araújo no lugar do Otamendi, de resto alinharam os habituais titulares.

Um bis do Pavlidis (8' e 79') decidiu um jogo difícil a nosso favor, mas as coisas não foram fáceis, tal como se previa. O Chaves está na II Liga e, apesar de ser alinhado sem alguns titulares, ainda colocou a baliza do Samuel Soares em perigo, muito por culpa dele, que deixou escapar pelas mãos duas bolas inacreditáveis... O golo cedo tranquilizou-nos (que golão do Pavlidis, a propósito!), mas o resto da 1ª parte foi um marasmo quase total, excepção feita a uma oportunidade soberana do Lukebakio isolado, bem defendida pelo guarda-redes sérvio Gudžulić.

Na 2ª parte, veio o Schjelderup no lugar do apagado João Rego e melhorámos um bocado. O Barrenechea teve duas oportunidades, com o pé e cabeça, mas o guarda-redes voltou a mostrar-se à altura. Antes de entrarmos nos minutos finais, que seriam certamente mais tensos, o Pavlidis resolveu a questão com um remate rasteiro sem hipóteses.

Em termos individuais, destaque total para o ponta-de-lança grego. Iremos defrontar o Atlético na próxima eliminatória na reedição de um derby que tem história no futebol português.

sábado, outubro 18, 2025

Irlanda e Hungria

As provas nacionais pararam na semana passada para mais uma jornada de qualificação para o Mundial 2022. A selecção nacional jogava dois jogos em casa que, em caso de dupla vitória, lhe garantiriam a qualificação ao fim de apenas quatro jornadas.

No passado sábado, defrontámos a Irlanda e houve uma desinspiração generalizada de quase toda a equipa. Os irlandeses fecharam-se muito e bem e só conseguimos marcar no tempo de compensação (91’) pelo Ruben Neves, numa boa cabeçada depois de um centro do Trincão. A 15’ do fim tivemos uma soberana oportunidade, mas o Cristiano Ronaldo permitiu a defesa do guarda-redes num penalty marcado para o meio da baliza. Para (não) variar, o Roberto Martínez demorou bastante a lançar um segundo ponta-de-lança em campo, só o fazendo aos 86’ (já se sabe que o Cristiano Ronaldo tem lugar cativo...) e a presença de mais um jogador na área atrapalhou as marcações contrárias, permitindo o cabeceamento vitorioso do Rúben Neves.

Na passada 3ª feira, recebemos a Hungria e empatámos 2-2. Começámos mal, a sofrer o 0-1 logo aos 9’, mas demos a volta ainda na 1ª parte com dois golos do Cristiano Ronaldo (22’ e 48’) a corresponder bem a centros do Nélson Semedo e Nuno Mendes, respetivamente. Chegámos ao intervalo em vantagem, o que era bastante importante, e esperava-se que na 2ª parte fechássemos o jogo e a qualificação. Atirámos duas bolas aos postes (Rúben Dias e Bruno Fernandes), o João Félix teve um cabeceamento brilhantemente defendido pelo guarda-redes, mas sofremos um balde de água fria aos 91’, com o golo do empate do Szoboszlai. Defendemos muito mal nos minutos finais e, sinceramente, não percebo a insistência no Renato Veiga como central titular...

Daqui a cerca de um mês teremos os dois últimos jogos (ida à Irlanda e recepção à Arménia), onde bastará um ponto para nos qualificarmos. É impensável que isso não suceda, mas com os jogadores que temos continuamos a produzir muito pouco futebol...

quarta-feira, outubro 08, 2025

Trancado

Empatámos 0-0 em Mordor no passado domingo, e mantivemo-nos a quatro pontos deles, não perdendo igualmente pontos para a lagartada (continuamos a de distância), que empatou 1-1 em casa contra o Braga. Perante uma equipa que tinha ganho todos os nove jogos oficiais até agora e que comanda o campeonato, e dado que o nosso histórico dos últimos tempos, tanto em termos de resultados, como principalmente exibicional não era nada famoso, não se pode dizer que foi um mau resultado.

Confesso que, antes do jogo, tinha um certo receio de que acontecesse um descalabro (que nos deixaria a uns imensos sete pontos numa fase tão precoce da temporada), mas nada disso se passou. Até pode ser que o Mourinho já tenha perdido grande parte da aura que já teve (caso contrário, não estaria a treinar em Portugal neste momento), mas não há dúvidas que monta muito bem as suas equipas em termos tácticos, especialmente nestes jogos mais complicados. Conseguimos manietar completamente o CRAC, que teve muito poucas oportunidades de golo. A parte pior foi que também não chegámos muitas vezes à baliza contrária. Com o Aursnes sob a esquerda e apenas o Pavlidis e Lukebakio como homens atacantes, um livre frontal do Sudakov foi tudo o que fizemos na 1ª parte, enquanto do outro lado um calcanhar do Gabri Veiga e, principalmente, um remate do Pepê por cima em excelente posição, depois de um mau alívio do Otamendi, foi o que nos assustou mais.

Na 2ª parte, apesar das substituições que os treinadores foram fazendo (mais o CRAC do que nós), o jogo continuou muito bloqueado e com pouco espaço para a fantasia. No entanto, houve duas bolas na barra para cada um dos lados, com a nossa a ser quase um autogolo do Kiwior num mau alívio e a deles, em cima dos 90’, do Rodrigo Mora, depois de uma perda de bola perigosa do Barrenechea no meio-campo. Porém, não sei se o jogador do CRAC não estaria ligeiramente em fora-de-jogo. O Mourinho veio dizer no final que, por causa do surto viral que sofremos, o Ivanović não estava em condições de ir a jogo e, de facto, sentiu-se déficit no nosso banco em termos atacantes, quando se justificou arriscarmos um pouco mais.

Em termos individuais, o Sudakov mostrou que é um jogador com classe e é bom que apareça nestes jogos, o Lukebakio, enquanto teve pernas, especialmente na 1ª parte, foi por onde tivemos mais esperança de criar perigo na área contrária, o Pavlidis deu bastante luta aos defesas contrários, e a dupla sul-americana de meio-campo (Barrenechea e Ríos) não esteve mal. Na defesa, o António Silva subiu de produção em relação ao que tinha vindo a fazer, e o Dahl não foi o elo mais fraco, apesar de se ter a ver com o Pepê primeiro e o William Gomes depois.

O campeonato vai agora parar por causa da qualificação para o Mundial de futebol, mas quando voltarmos teremos uma deslocação difícil a Chaves para a Taça e depois Champions. O problema é que, como os jogadores estão todos fora nas selecções, continuamos sem poder treinar decentemente.

sábado, outubro 04, 2025

Inglório

Perdemos em Londres frente ao Chelsea na passada 3ª feira na 2ª jornada da Liga dos Campeões. A defrontar os campeões do mundo e depois das últimas exibições tão lamentáveis da nossa parte, esperava o pior, mas a equipa deu uma resposta muito satisfatória. Perdemos na sequência de um autogolo do Richard Ríos, mas o resultado mais justo até era um empate.

As primeiras oportunidades foram inclusivamente nossas com o Lukebakio a atirar ao poste e o Ríos a permitir a defesa do guarda-redes Sánchez num remate de pé esquerdo numa boa combinação colectiva. Isto apesar de a posse de bola ser maioritariamente dos londrinos. Aos 18’, enorme azar da nossa parte, com o Ríos a fazer um autogolo depois de um centro para a área do Garnacho, que tinha sido desmarcado pelo Pedro Neto do outro lado do campo. Até ao intervalo, o Trubin ainda safou um golo com uma defesa perante o remate do George.

Na 2ª parte, o Aursnes apareceu isolado duas vezes frente ao Sánchez, mas não conseguiu meter a bola na baliza em ambas, embora os lances fossem posteriormente invalidados por fora-de-jogo. O Trubin voltou a mostrar-se com uma defesa a dois tempos numa cabeçada do Estevão e o entretanto entrado Ivanović atirou de pé esquerdo ao lado, quando poderia ter feito melhor. Mas a partida esteve sempre muito equilibrada e demos a sensação de que poderíamos marcar a qualquer momento, o que infelizmente não se veio a concretizar.

Em termos individuais, o Lukebakio foi o mais perigoso enquanto teve gás, o Pavlidis voltou a dar muita luta e a aparecer bastante em jogo, e o Trubin impediu o dilatar da vantagem. Mas a equipa esteve globalmente bem, talvez só com o Sudakov a fazer o jogo mais fraco desde que se estreou com o manto sagrado.

Amanhã voltamos a ter campeonato com a muito importante ida a Mordor. Estamos com quatro pontos de desvantagem, eles estão a jogar muito bem, mas não podemos perder de maneira nenhuma, sob pena de se criar já um fosso considerável com apenas oito jornadas decorridas.

sábado, setembro 27, 2025

Lisonjeiro (e muito!)

Voltámos ontem às vitórias na Luz perante o Gil Vicente (2-1), numa partida em que fomos claramente inferiores ao adversário. Sorte e Trubin ajudaram a que conseguíssemos manter a vantagem conquistada ainda na 1ª parte, depois de uma reviravolta no marcador. Mesmo com a condicionante física, a exibição deixou imenso a desejar...

Depois da má imagem deixada perante o Rio Ave, o José Mourinho resolveu (e bem) jogar com extremos, dando a titularidade ao Lukebakio e ao Schejlderup, com o Aursnes a ocupar o lugar do castigado Barrenechea. Mas não podíamos ter começado pior, com o Trubin a fazer uma magnífica defesa pouco depois dos 20 segundos! O Gil Vicente controlava o jogo e foi sem surpresa que chegou à vantagem aos 11’ num livre directo do Luís Esteves (num lance que foi precedido de falta sobre o António Silva que o árbitro, Sr. João Gonçalves, não assinalou). Tivemos uma boa resposta e foi mesmo o nosso melhor momento no jogo o período até à meia-hora, em que conseguimos dar a volta ao resultado. Um centro na esquerda do Schejlderup ressaltou na defesa do Gil e o Pavlidis super-rápido, à ponta-de-lança, aproveitou a fazer a igualdade com um remate por baixo das pernas do Andrew. Estávamos no minuto 18 e oito minutos depois, aos 26’, colocámo-nos na frente na sequência de um indiscutível penalty sobre o Lukebakio, que se desmarcou muito bem e dominou ainda melhor uma bola longa do Otamendi, até ser derrubado já na área. No penalty, o Pavlidis não deu hipótese ao guarda-redes. Em cima do intervalo, o Lukebakio teve uma soberana oportunidade de nos dar tranquilidade, mas o remate de pé direito saiu ao lado da baliza.

Com o terceiro jogo em apenas seis dias, já se esperava que a 2ª parte fosse difícil. Mas faltou concentração competitiva no primeiro quarto-de-hora, onde o Gil só não deu a volta ao marcador por manifesta infelicidade. Duas bolas aos postes, um golo anulado por seis centímetros(!) e o Trubin a efectuar mais uma defesa complicada foram o purgatório que tivemos de atravessar sem que tivemos energia e engenho para criar perigo na baliza contrária. Só com a entrada do Leandro Barreiro a 20’ do fim é que conseguimos estancar os ataques adversários, que até então entravam no nosso meio-campo completamente à vontade. Quando o árbitro apitou para o final, foi uma enorme sensação de alívio.

Em termos individuais, óbvio destaque para o Pavlidis com um bis e para a confirmação que esta temporada ou é o Lukebakio a sacar coelhos da cartola ou estamos bem arranjados. O belga é um óptimo desequilibrador, mas parece caso único no plantel, dado que o Schejlderup baixou de rendimento a partir do momento em que deixou de ter a concorrência do Aktürkoğlu, o que é no mínimo estranho... O Trubin também foi fundamental para a nossa vitória. Do lado menos, o Dahl revela a cada jogo que passa que era bastante melhor como substituo do que como titular indiscutível e o Ríos, lamento muito, continua a não me convencer. Especialmente pelo preço que custou, esperava muito mais.

A Champions regressará na 3ª feira, com a deslocação a Londres para defrontar o Chelsea. Com a inesperada derrota em casa frente ao Qarabağ, temos de ir buscar esses pontos a algum lado...

quinta-feira, setembro 25, 2025

Desilusão

Empatámos com o Rio Ave na Luz (1-1) na passada 3ª feira, no acerto da 1ª jornada que tinha adiada por causa da pré-eliminatória da Champions frente ao Nice e já estamos com quatro pontos de atraso para o CRAC e um em relação à lagartada em apenas seis jornadas...
 
O Mourinho manteve a mesma equipa que defrontou o AVS, mas isso foi um erro por uma razão muito simples: jogámos sem nenhum extremo de raiz, o que fez com que afunilássemos muito o jogo e nunca tivéssemos a rapidez exigida para desequilibrar a muralha defensiva dos vila-condenses. A 1ª parte foi, por isso, uma pasmaceira completa, praticamente sem nenhum lance digno de registo.
 
Na 2ª parte, viemos com outra disposição, com uma cabeçada perigosa do Pavlidis, depois de cruzamento do António Silva(!), mas só melhorámos verdadeiramente depois das entradas de extremos: Lukebakio (principalmente) e Schjelderup (bastante menos). O belga passou a ser o maior, ou melhor, o único desequilibrador da equipa e as jogadas de perigo vieram todas do seu lado. Uns minutos antes destas entradas, já tínhamos metido a bola na baliza aos 61’, mas o VAR chamou o Sr. Sérgio Guelho, que anulou o golo por pisão do Otamendi na jogada. A acção do nosso jogador não só é inadvertida, como o adversário é pisado na ponta da bota, pelo que poderia perfeitamente não ter feito aquela fita toda. Enfim, futebol moderno... O Lukebakio começou a abrir o livro e conseguiu aparecer isolado frente ao guarda-redes, depois de um bom domínio de bola num lançamento em profundidade, mas o chapéu não saiu muito alto e o Miszta conseguiu defender. A cerca de 15’ do final, o belga fez um óptimo cruzamento da direita, mas o Richard Ríos falhou escandalosamente o desvio quase em cima da linha de golo...! Aos 86’, finalmente a explosão de alegria no estádio com o golo do Sudakov, depois de outra jogada brilhante do Lukebakio na direita. No entanto, no primeiro minuto de compensação veio o balde de água gélida, num contra-ataque dos vila-condenses com o André Luiz a conduzir a jogada toda na direita e a fazer um golão num remate em arco. Provavelmente, não chegaria à bola, mas não gosto nada de ver um guarda-redes a não se fazer aos lances e já não é a primeira vez que o Trubin come golos de pé... Só conseguimos chegar perto da baliza adversária mais uma vez, com um cabeceamento do Pavlidis, que perdeu força, porque também bateu num defesa.
 
Em termos individuais, gostei do Sudakov e do Lukebakio, que parece ser o desequilibrador que nós precisamos (é pena é ser caso único...). Do lado dos menos bons, o Ríos ainda não me convenceu nadinha (em especial, se levarmos em consideração o preço que custou) e o Aursnes estará a atravessar a sua fase menos brilhante com o manto sagrado. O Dahl na lateral-esquerda está a demonstrar que era muito melhor substituto do Carreras do que titular indiscutível...
 
Iremos defrontar amanhã o Gil Vicente e espera-se que tratemos de acabar com esta malapata de três jogos seguidos sem vencer na Luz. Para isso ajudará certamente alinhar com jogadores certos nas respectivas posições, como, por exemplo, extremos... E jogar com outra rapidez, já agora.

terça-feira, setembro 23, 2025

Retoma

Derrotámos o AVS na Vila das Aves no passado sábado por 3-0 no regresso do José Mourinho ao banco do Benfica 25 anos depois. Somente com dois treinos, não era possível (nem desejável) uma grande revolução na equipa, mas conseguimos o mais importante, que era ganhar o jogo. E com alguma tranquilidade, que nunca existiu nos jogos fora para o campeonato até agora.

Um grande volume de trabalho tem-me impedido de postar mais perto do final dos jogos, mas vou tentar manter este blog minimamente actualizado apesar do tempo que entretanto passa. Na 1ª parte do jogo, o AVS foi-se fechando mais ou menos bem, embora nós tenhamos revelado mais atitude nas bolas divididas e o Ivanović poderia ter inaugurado o marcador logo nos minutos iniciais, mas rematou ao lado quando só tinha o guarda-redes pela frente. Essa foi, aliás, a única alteração do Mourinho: colocar o ponta-de-lança croata no lugar do Schjelderup. O AVS só teve uma verdadeira ocasião do golo, num remate ao poste do Tomané. Em relação ao nosso posicionamento no relvado, o Sudakov descaiu mais para a esquerda no meio-campo e foi ele a abrir o marcador já nos descontos da 1ª parte (49’), depois de um ressalto na sequência de uma jogada na área do Pavlidis. O ucraniano reagiu muito bem ao seu próprio remate e marcou na recarga.

Por via deste golo, a 2ª parte foi muito mais relaxada da nossa parte, mas não deixámos de tentar sempre alargar a vantagem. E essa foi a maior diferença que se viu em relação aos jogos anteriores fora de casa (E. Amadora e Alverca, nomeadamente). Nesses, o facto de ficarmos na frente do marcador não fez com que a equipa jogasse melhor. Aos 56' aumentámos para 2-0 num penalty muitíssimo bem marcado pelo Pavlidis, a castigar cotovelada (de raspão) na cara do Otamendi na sequência de um livre. E o resultado final foi estabelecido aos 64’ pelo Ivanović, depois de boa jogada individual do Pavlidis e também simulação de corpo excelente do croata antes de rematar.

Em termos individuais, o Sudakov deixou-nos de água na boca. Ainda não deve saber o nome de todos os colegas, mas tem muito futebol associativo. E bom remate! O Ivanović falhou um golo muito mais fácil do que aquele que marcou, porém a sua parceria com o Pavlidis, que este envolvido nos nossos três golos, promete trazer-nos felicidade futura. No aspecto defensivo estivemos bem, especialmente na 2ª parte, em que o AVS pouco incomodou.

Iremos receber daqui a pouco o Rio Ave na partida em atraso da 1ª jornada, dando sequência a uma série de três jogos só com três dias entre eles. No entanto, estamos todos curiosos para verificar se esta melhoria exibicional se mantém e se finalmente entramos nos eixos de vez.

quinta-feira, setembro 18, 2025

Fim de linha

Perdemos com o Qarabag (2-3) na Luz na estreia da Champions na passada 3ª feira. É uma das derrotas mais humilhantes de sempre da nossa história na principal competição europeia de clubes. Não é só a derrota em si, mas como ela aconteceu, dado que aos 16' estávamos a ganhar por 2-0...!

 

O Enzo Barrenechea inaugurou o marcador aos 6' de cabeça num canto marcado pelo Sudakov, estreante no onze, e o Pavlidis fez o 2-0 aos 16', aproveitando um ressalto nos defesas de uma bola que lhe tinha sido endossada pelo mesmo Sudakov. Mas quando os azeris reduziram aos 30' pelo Leandro Andrade, a equipa desmoronou-se e nunca mais se encontrou. Só não chegámos ao intervalo empatámos, porque uma bola bateu no poste e o Trubin safou outras duas. Na 2ª parte, houve a reviravolta, com golos do Duran logo aos 48' e, perto do final (86'), o Kashchuk conseguiu rodar sobre si próprio na nossa área(!), perante metade da nossa equipa, e fazer o resultado final.

 

Perante tamanho descalabro, o Rui Costa veio anunciar nessa mesma noite o despedimento do Bruno Lage. Acreditem que DETESTO relembrar isto, mas não era preciso ter grandes dotes adivinhatórios para antecipar o que aí vinha. Durou um ano, mas daqui a um mês há oportunidade do outro para pôr fim a este desnorte. Saibamos nós, sócios do Benfica, aproveitá-la.

terça-feira, setembro 16, 2025

Horroroso

Empatámos em casa com o Santa Clara (1-1) na passada 6ª feira e perdemos desta forma os primeiros pontos no campeonato. O golo do empate surgiu de um erro colossal do Otamendi já na compensação, embora estivéssemos a jogar contra 10 desde os 38’...!

A vontade de escrever sobre esta nossa exibição miserável é muito pouca, como é fácil de calcular. Enquanto esteve 11 para 11, tivemos sempre muitas dificuldades em quebrar a muralha defensiva do Santa Clara (que não fez antijogo, atenção) e as (escassas) oportunidades foram repartidas. Depois da expulsão, dominámos completamente, mas também sem criar muitas situações de finalização. No entanto, já na 2ª parte, aos 59’, fizemos o 1-0 numa recarga do Pavlidis a um cabeceamento do Otamendi defendido pelo guarda-redes na sequência de um livre para a área. Estava feito o mais difícil e, contra 10, não estava no programa de ninguém não ganharmos este jogo. Pura ilusão... Não o conseguimos fechar em tempo útil e, já depois do 90’, veio o tal erro inacreditável do Otamendi: tentou atrasar uma bola de cabeça, quando o poderia ter feito com o pé, falhando clamorosamente e permitindo ao Vinícius Lopes desfeitear o Trubin. Voaram dois pontos de uma forma absolutamente inconcebível. (E não esqueçamos que foi o empate frente ao Arouca em casa que nos fez perder o campeonato da época passada...)

Se é certo que o empate se deve ao lance infeliz do Otamendi, o que não se deve a ele é a exibição absolutamente miserável que fizemos. Não se pode dizer que tivesse sido uma surpresa, dado que já na Amadora e em Alverca prometemos isto, mas não se compreende que o plantel que temos apresente um futebol deste calibre. Iremos daqui a pouco ter a jornada inaugural da Champions, em casa frente ao Qarabag, onde tudo o que não seja uma vitória tornará o ambiente insustentável.

domingo, setembro 14, 2025

Arménia e Hungria

Na semana passada, o campeonato parou para a qualificação para o Mundial 2026 e, em apenas dois jogos, a selecção nacional praticamente garantiu o bilhete. Inserida num grupo com somente quatro equipas, por via da participação na final four da Liga das Nações, e com o Mundial a ter pela primeira vez 48 selecções(!), convenhamos que seria um escândalo se Portugal não se qualificasse.
 
Tendo ambos os jogos fora, no primeiro jogo, frente à Arménia (na 5ª feira anterior) goleámos por 5-0 com um bis do João Félix (10’ e 62’) e outro do Cristiano Ronaldo (21’ e 46’), tendo o João Cancelo (32’) feito o outro golo. Com o primeiro a surgir aos 10’, o jogo desbloqueou-se muito cedo e ao intervalo já ganhávamos por três. A Arménia mal conseguia passar do meio-campo e praticamente não criou perigo.
 
O segundo jogo (nesta 3ª feira que passou) afigurava-se bastante mais complicado, perante supostamente o adversário mais difícil. O Roberto Martínez inventou, colocando só um central de raiz (Rúben Dias), com o outro Rúben (o Neves) a fazer-lhe companhia. E foi por aí que a corda começou a quebrar, com a Hungria a inaugurar o marcador aos 21’ pelo Varga, de cabeça, na sequência de um contra-ataque, em que fomos apanhámos em contrapé e foi o Vitinha(!) a disputar o lance com ele... Empatámos aos 36’ pelo Bernardo Silva e na 2ª parte passámos para a frente com um penalty do Cristiano Ronaldo (58’). Como o Martínez deixou tudo na mesma, a Hungria empatou novamente pelo Varga, novamente de cabeça, perante um Rúben Neves que não se fez ao cruzamento... Estávamos no minuto 84’ e parecia que uma vitória importante ia voar pela janela... No entanto, reagimos muito bem pouco depois e o João Cancelo fez o 3-2 aos 86’. Livrámo-nos de boa, mas se calhar para a próxima é aconselhável colocar jogadores nas suas posições de origem... Digo eu... Ah, e já agora, se calhar, um jogador de 40 anos não deveria jogar 87’ num segundo jogo (ainda por cima fora de casa) em três dias, não...?
 
Em Outubro, teremos dois jogos em casa (Irlanda e Hungria) e duas vitórias selarão definitivamente a qualificação.

sexta-feira, setembro 05, 2025

Sofrido

Vencemos em Alverca no passado domingo por 2-1 e mantivemo-nos 100% vitoriosos no campeonato. Chegámos ao intervalo a ganhar por 2-0, mas a 2ª parte foi quase toda do adversário e, com o golo sofrido já perto do final, tivemos de sofrer para obter a vitória.

Infelizmente, excesso de trabalho impediu-me de postar mais cedo e, por isso, isto vai ser um pouco mais curto, dado que já passou quase uma semana do jogo. Não poderíamos ter começado melhor com o 1-0 logo aos 6’ pelo Schjelderup, que aproveitou um mau corte de um defesa depois de um cabeceamento para a área do Barrenechea e desfeiteou o guarda-redes. O golo deu-nos alguma tranquilidade, mas o Alverca também não descurou completamente a baliza do Samuel Soares, que teve de se aplicar numa ou outra ocasião. Em cima do intervalo, uma boa jogada do Dedić terminou com um bom golo da sua parte e fomos para o descanso com uma vantagem que nos deveria ter permitido ter um resto de jogo calmo. Revelámos uma grande eficácia com dois golos em três remates à baliza.

Na 2ª parte, já se esperava que abrandássemos (ainda) mais o ritmo, mas foi um pouco demais. Só numa boa jogada do Schjelderup, culminada com um remate ao poste, estivemos perto do terceiro golo, de resto foi basicamente ver o Alverca jogar. Os ribatejanos já tinham criado perigo logo no reinício num livre bem defendido pelo Samuel Soares e aumentaram ainda mais a pressão com o (estúpido) segundo amarelo ao Dedić (puxou um adversário quando já tinha um, parecido com o que o Florentino fez na Turquia). Aos 85’, fizeram o 2-1 pelo Davy Gui, depois de um mau corte do Otamendi, no primeiro golo sofrido por nós na temporada e até final ainda trememos, mas conseguimos manter a vantagem.

Em termos individuais, o Schjelderup foi o melhor do Benfica, mas ainda não se livrou de ser sempre o primeiro a ser substituído. Nem a venda do Aktürkoğlu aparentemente deu para mudar isso. O Dedić também estava a ser dos melhores, mas aquela expulsão idiota acabou por manchar a sua exibição e vai fazê-lo perder a recepção ao Santa Clara. O Ivanović foi titular em vez do Pavlidis, mas continua a revelar alguns problemas em dominar a bola (especialmente ao primeiro toque). Depois do jogo europeu, o Bruno Lage rodou um pouco a equipa, mas a frescura não esteve lá. Menção ainda para o último jogo do Florentino pelo Benfica, que foi depois vendido ao Burnley. Era um dos patinhos feios do plantel (“não sabe passar uma bola” e afins), mas ainda vamos ter saudades dele...

Os campeonatos europeus param esta semana por causa dos jogos de qualificação das selecções para o Mundial, mas quando voltarem estaremos já em vésperas de início de Champions.

quinta-feira, agosto 28, 2025

Cumprido

Vencemos ontem o Fenerbahçe por 1-0 e qualificámo-nos para a Liga dos Campeões. O grande objectivo da fase inicial da época foi atingido de uma forma categórica e não há como não ficar muito contente com isso. A nossa superioridade foi mais do que evidente e devo dizer que esperava mais da equipa turca treinada pelo José Mourinho.

Confesso que, numa partida em que precisávamos de ganhar, iniciar o encontro com apenas dois jogadores de tendência ofensiva (Pavlidis e Aktürkoğlu) me deixou um pouco apreensivo, mas poderíamos (e deveríamos) ter inaugurado o marcador logo aos 3’, quando o Leandro Barreiro permitiu escandalosamente a defesa do Livaković num desvio na pequena-área, depois de uma assistência do Pavlidis, num contra-ataque venenoso da nossa parte. A estratégia do jogo foi essa: chamar os turcos para o nosso meio-campo e lançar transições ofensivas muito rápidas. Metemos a bola na baliza por volta do minuto 10’ num canto, mas o Leandro Barreiro em fora-de-jogo perturbou o Nélson Semedo (que saiu lesionado do lance), impedindo-o de disputar a bola convenientemente com o Pavlidis, que concretizou ao segundo poste um desvio de cabeça do António Silva no primeiro. O VAR demorou imenso tempo a invalidar o golo, o que acabou por enervar bastante tanto o estádio como os nossos jogadores. À passagem dos 20’, novo golo anulado ao Benfica, numa bola parada por pretensa falta do Leandro Barreiro antes de cabecear vitoriosamente. Foi um escândalo inacreditável, porque o esloveno Sr. Slavko Vincic apitou assim que a bola entrou, impedindo deste modo a acção do VAR. E não houve falta nenhuma! Um falhanço inacreditável, dois golos anulados e o resultado mantinha-se a zeros, quando a eliminatória já deveria estar decidida. Jogávamos bem e o Pavlidis falhou um desvio depois de boa jogada do Aktürkoğlu na direita, mas aos 36’ marcámos finalmente noutra transição ofensiva rápida com bela assistência do Leandro Barreiro para o Aktürkoğlu, que rematou sem hipóteses para o Livaković. Até ao intervalo, o Leandro Barreiro teve mais duas ocasiões para marcar, mas não tentou o remate na primeira delas e falhou o desvio a centro do Dahl na segunda. Do outro lado, não se viu nada dos turcos em termos atacantes.

Na 2ª parte não fomos tão intensos como na 1ª, mas mesmo assim o António Silva num cabeceamento num canto proporcionou ao guarda-redes Livaković um boa defesa. A única verdadeira ocasião do golo do Fenerbahçe foi a cerca de 15’ do fim, num cabeceamento do marroquino En Nesyri à barra, depois de um centro da direita. Pouco depois, o Talisca atirou ao lado num remate rasteiro, mas ajudou-nos ao ver dois amarelos em 2’ e reduzir os turcos a 10 jogadores aos 82’. O Lage já tinha lançado o Schjelderup e o Ivanović aos 76’, talvez até um pouco tarde dado que estávamos a perder o controlo da partida e alguns dos nossos jogadores mostravam alguma fadiga, mas depois da expulsão nunca mais o Fenerbahçe conseguiu criar perigo e a nossa qualificação foi mais do que justa, tendo o resultado sido muito escasso para o que produzimos, especialmente na 1ª parte.

Em termos individuais, o meio-campo com o Ríos e Barrenechea exibiu-se em bom plano, o Leandro Barreiro, apesar de ter sido importante na primeira fase de pressão, não pode falhar um golo daqueles logo no início, a defesa esteve toda ela muito segura, com destaque para o capitão Otamendi, e o Pavlidis foi essencial para reter a bola à espera do apoio dos médios. O Aktürkoğlu, não obstante o golo, não teve das suas melhores exibições, assim como Aursnes, que me pareceu um pouco fatigado.

Sete jogos, seis vitórias, zero golos sofridos, um troféu conquistado e uma qualificação para a liga dos Campeões não poderíamos almejar muito melhor do que isto. Iremos no domingo a Alverca tentar fechar esta primeira fase da temporada com mais uma vitória, antes da paragem para as selecções. Veremos se a equipa consegue manter este nível competitivo nos jogos fora para o campeonato, dado que aquele na Amadora esteve longe de ser brilhante (para ser simpático). No entanto, mesmo sem grande nota artística, conseguimos até agora o que era essencial.

terça-feira, agosto 26, 2025

Ensaio

Vencemos o Tondela no sábado na Luz por 3-0 e tudo correu de feição antes de um jogo decisivo para a entrada na Champions. Já se sabe que estes jogos nacionais antes de compromissos europeus podem ser uma fonte escusada de stress, mas desta feita resolvemos as coisas da melhor maneira e ainda antes do intervalo.

O Bruno Lage rodou a equipa, mas só na baliza e defesa, dado que na frente a única alteração em relação a Istambul foi a entrada do Schjelderup e a saída do Aktürkoğlu. O Obrador estreou-se na lateral-esquerda, o Samuel Soares foi para a baliza e o Tomás Araújo voltou após lesão. A 1ª parte, apesar do nosso ritmo a espaços lento, foi um festival de oportunidades perdidas. Concretizámos duas, pelo Ivanović depois de uma jogada fantástica do Dedić aos 32’, e pelo Aursnes depois de uma brilhante assistência do Schjelderup aos 42’, mas tanto o Ivanović como o Pavlidis poderiam ter feito mais dois golos cada um, com o guarda-redes Bernardo Fontes a defender a maior parte dos remates, um dos quais com a cabeça! Do outro lado, o Tondela só se mostrou antes de sofrer o primeiro golo, mas o Samuel Soares resolveu a contento as (poucas) bolas que foram à baliza.

Com 2-0 ao intervalo, já se esperava que a 2ª parte fosse a uma rotação bastante mais baixa e isso aconteceu. De tal forma, que só voltámos a criar uma grande oportunidade já perto do final, quando uma bola picada pelo Pavlidis foi atirada para a barra por um cabeceamento de um defesa. Em termos defensivos, estivemos bastante bem com o Tondela a nunca conseguir chegar perto da baliza do Samuel Soares, excepção feita a um lance logo no reinício, em que o Obrador é batido por um defesa e fez falta no limite da área, com o Sr. Anzhony Rodrigues a assinalar penalty num primeiro momento e depois o VAR a corrigir, porque foi fora da área. Mas foi muito mal jogado pelo Obrador... Já na compensação, o entretanto entrado Prestianni fechou o marcador em 3-0, numa recarga a um remate seu, que tinha sido interceptado por um defesa.

Em termos individuais, e apesar de não ter feito os 90’, o Dedić foi quem mais sobressaiu, sendo um autêntico cavalo na direita e teve o extra nesta partida de fazer a assistência para o primeiro golo. O Ivanović estreou-se a marcar no campeonato e, não obstante revelar ainda alguns problemas no domínio de bola, é um perigo dentro da área, com um remate muito fácil. O Aursnes marcou um golo, jogou o que é costume nele (ou seja, bastante bem) e não percebi porque é que não foi poupado pelo Lage na altura das substituições, tendo acabado a lateral-direito. Por sua vez, o Obrador ainda tem de pedalar um bom bocado para chegar aos calcanhares do Dahl e o Tomás Araújo acusou um pouco a (natural) falta de ritmo. O Schjelderup fez uma boa assistência, mas jogue bem ou mal é sempre o primeiro a sair... Outro que acho que deveria ter sido poupado é o Barrenechea (e atenção que se exibiu em bom plano), porque ainda por cima o Florentino está castigado por causa do duplo amarelo, mas o entendimento do Lage foi outro.

Dois jogos no campeonato, duas vitórias era o que se pedia. Com ou sem brilhantismo. Mas teremos amanhã um dos momentos-chave da época, com a hipótese de chegar à Fase Liga da Champions. Porém, teremos de derrotar o Fenerbahçe. Haja competência para isso, se faz favor.

quarta-feira, agosto 20, 2025

A zeros

Empatámos hoje em Istambul com o Fenerbahçe (0-0) na 1ª mão do play-off de acesso à Champions e será na próxima semana na Luz que tudo se irá resolver. Depois do jogo pavoroso na Amadora, tivemos inevitavelmente de subir o nível e controlámos a partida durante a maior parte do tempo, embora não tenhamos sido muito afoitos em termos ofensivos.

Como seria de calcular, o Bruno Lage não foi à Turquia jogar com dois pontas-de-lança, tendo deixado o Ivanović no banco e colocado o Florentino para povoar o meio-campo. A outra alteração foi a saída do Schjelderup (claro...) para a entrada do Aktürkoğlu. O jogo foi sempre muito dividido, connosco a tentar controlar a posse de bola, sem acelerar muito o que resultou em pouquíssimas oportunidades da nossa parte. O lado positivo foi que defendemos bem e não demos igualmente muitas chances aos turcos. Um livre do Aktürkoğlu, um cabeceamento do marroquino En-Nesyri e um remate de fora da área do Oosterwolde foram os lances mais perigosos, mas ambos os guarda-redes defenderam.

A 2ª parte não diferiu muito da primeira, mas pouco depois dos 60’ o Lage resolveu arriscar, colocando o Ivanović no lugar do amarelado Barrenechea. Infelizmente, o Florentino viu dois amarelos em dois minutos (imperdoável!) e a estratégia do Lage foi por água abaixo. O Mourinho colocou o Talisca e foi o brasileiro que sacou o amarelo ao Florentino, mas o Fenerbahçe acabou por não ter grandes oportunidades de desfeitear o Trubin, excepção feita aos 82’ quando o Trubin deu um grande frango e viu a bola posteriormente entrar na baliza num cabeceamento na recarga, mas felizmente o avançado que marcou estava em ligeiro fora-de-jogo. O Lage colocou o Leandro Barreiro pouco depois da expulsão e o luxemburguês foi importante para cortar o ritmo dos turcos. O objectivo, claramente assumido depois da expulsão, foi conseguido sem dificuldades de maior.

Em termos individuais, o Dedić foi dos melhores, mostrando grande personalidade e alguma qualidade na saída de bola. O resto da defesa esteve em geral muito segura, bem comandada pelo Otamendi. O Trubin mostrou-se seguro durante grande parte do jogo, mas teve um falhanço clamoroso, que só graças a um fora-de-jogo não foi golo. Do meio-campo para a frente, não houve grandes exibições, antes pelo contrário. O Florentino até nem estava a fazer um mau jogo, mas não pode pura e simplesmente levar dois amarelos em dois minutos! É indesculpável! O Pavlidis também esteve a léguas do que costuma fazer, mas o Aktürkoğlu não se exibiu em mau plano, enquanto teve pernas. O Richard Ríos continua com o andamento do Brasileirão, que é manifestamente pouco para o futebol europeu, além de ter falhas gritantes no capítulo do passe. Por 27M€, espera-se muito mais.

Daqui a três dias, receberemos o Tondela na Luz antes do jogo da 2ª mão. É expectável que o Lage faça algumas alterações e espero que isso aconteça mesmo, dado que a equipa titular tem sido basicamente igual e é preciso um pouco de descanso para a recepção aos turcos.

domingo, agosto 17, 2025

Imerecido

Vencemos ontem o Estrela da Amadora na Reboleira por 1-0 e estreámo-nos com uma vitória no campeonato. É isto que vai ficar para a história e é o mais importante. Mas é bom que tiremos ilações deste jogo, porque o resultado é muito mentiroso e estivemos a léguas de merecer esta vitória.

O Bruno Lage voltou a repetir o onze das últimas partidas, mas nunca nos conseguimos encontrar em campo. Campo, esse, que há que frisar estava um autêntico batatal, o que é de difícil compreensão, ainda por cima estando nós em pleno Verão e no início da temporada... O Estrela fechou-se sempre muito bem na 1ª parte e nós nunca acelerámos convenientemente o nosso jogo. Um remate de fora da área do Dahl, que passou ao lado do poste, e um calcanhar falhado do Pavlidis, depois de remate do Aursnes, com o mesmo destino, foram as nossas duas ocasiões. As do Estrela foram bastante mais perigosas, com um desvio na pequena-área do Chernov que saiu inacreditavelmente por cima e uma defesa do Trubin a remate do Gastão, que desviou a bola para o poste. Em cima do intervalo, o Schjelderup dominou bem a bola na área depois de um centro do Aursnes, mas um defesa interceptou o remate.

Quando lhe esperava uma melhoria exibicional da nossa parte depois do intervalo, nada disso aconteceu. A partida continuou muito dividida, mas o Estrela esteve muito perto do marcar num livre directo, muito mal defendido pelo Trubin, que socou a bola para a frente, com o Godoy a falhar clamorosamente o cabeceamento, quando tinha tudo para inaugurar o marcador. Ao invés, fomos nós que o fizemos, com um penalty caído do céu, aos 60’: empurrão indiscutível ao Ivanović, quando este se preparava para receber um centro largo do Dahl, e o Pavlidis marcou o respectivo penalty com força para o meio da baliza, não dando hipóteses ao guarda-redes Renan Ribeiro. Estando em vantagem no marcador e com o expectável avanço no terreno dos anfitriões, esperava-se que nós tivéssemos mais espaço e produzíssemos melhor futebol, mas mais uma vez as expectativas saíram defraudadas. A 20’ do final, lá saiu o do costume (Schjelderup), que desta vez nem fez uma exibição por aí além (aliás, como a maioria da equipa), e entrou o Prestianni, que assistiu o Ivanović para a nossa outra grande ocasião da 2ª parte, já dentro dos últimos 10 minutos, com um remate de pé esquerdo, superiormente defendido pelo Renan Ribeiro. Por incrível que possa parecer, no tempo de compensação, o Estrela teve duas enormes oportunidades(!), com o Kikas a atirar por cima depois de um erro clamoroso do António Silva, que proporcionou uma jogada rápida do adversário, e num livre do Rodrigo Pinho ainda muito longe da área, que o Trubin ficou a olhar(!) com a bola a passar muito perto do poste. Àquela distância, não se compreende que o nosso guarda-redes não se tenha ao menos feito ao lance.

Em termos individuais, não vou destacar ninguém, porque a exibição colectiva foi má demais para ser verdade.

Sim, conseguimos algo inédito no nosso clube, que foi ganhar os primeiros quatro jogos da temporada sem sofrer nenhum golo, mas fizemo-lo sem brilho absolutamente nenhum e com uma elevada dose de sorte nesta partida. Na 4ª feira, iremos ao inferno de Istambul defrontar o Fenerbahçe e a melhoria exibicional tem de ser substancial, sob pena hipotecarmos logo ali o acesso à Champions.

sábado, agosto 16, 2025

Tranquilo

Voltámos a vencer o Nice pelo mesmo resultado (2-0) na passada 3ª feira na Luz e iremos defrontar o Fenerbahçe no play-off de acesso à Liga dos Campeões. Realizámos uma boa exibição, especialmente na 1ª parte, em que conseguimos os dois golos, e não demos a mínima chance aos franceses.

O Bruno Lage repetiu a equipa da 1ª mão, mas não entrámos muito bem na partida, apresentando-nos algo desconcentrados e tendo permitido aos franceses os primeiros sustos à baliza do Trubin, que se revelou atento, nomeadamente numa saída a punhos. No entanto, a primeira vez que criámos perigo foi fatal para o Nice, com o Aursnes a fazer um 1-0 depois de assistência do Schjelderup, brilhantemente desmarcado pelo Enzo Barrenechea. Estávamos no minuto 19 e aos 27’ os papéis inverteram-se, com o Aursnes a centrar atrasado para o Schjelderup fazer o 2-0 num remate rasteiro sem hipóteses para o guarda-redes. Estava resolvida a eliminatória ainda antes da meia-hora. O único lance de verdadeiro perigo do Nice aconteceu precisamente aos 30’ com um remate de primeira ao poste, com o Trubin batido. Perto do intervalo, foi o Otamendi a fazer um cruzamento-remate com defesa para canto do guarda-redes Diouf.

A 2ª parte decresceu bastante em termos de qualidade, dado que nós estávamos satisfeitos com o resultado e o Nice nunca mostrou argumentos para colocar a baliza do Trubin em real perigo. Até porque, quando esteve perto disso, havia sempre um jogador do Benfica a cortar o lance, como aconteceu com o António Silva. Na baliza contrária, o Schjelderup esteve à beira de bisar, mas o remate de pé esquerdo bateu na trave, depois de jogada do Pavlidis. Claro está que o nº 21 foi dos primeiros a sair, pouco depois, quando o Lage começou a fazer substituições e o Prestianni, que entrou para o seu lugar, mexeu bastante com as águas. O pequeno argentino ia fazendo um golão, com um remate em arco do lado esquerdo a passar perto da trave. O Leandro Barreiro também não entrou mal e teve uma ocasião para marcar, todavia perdeu tempo na altura do remate. O último a entrar foi o Aktürkoğlu, que deste modo, se for transferido para o Fenerbahçe, não poderá jogar contra nós. Gosto bastante quando a estrutura do Benfica está atenta a estes pormenores. O Henrique Araújo, entretanto entrado, foi o protagonista da derradeira oportunidade, mas não conseguiu ter velocidade quando ficou isolado e deu hipótese ao defesa de recuperar a posição.

Em termos individuais, o Aursnes e o Schjelderup, cada um com um golo e uma assistência, foram os maiores destaques. Do Aursnes, já nada há mais a esperar, é fundamental e ponto final, mas finalmente que o Schjelderup está a ter oportunidade de mostrar a qualidade que quase todos nós víamos nele. Só falta agora ao Lage deixá-lo jogar mais tempo e não o escolher sempre que tem de fazer a primeira substituição... O Enzo Barrenechea a meio-campo está a consolidar-se, especialmente com os seus passes a rasgar, e o Dedic na direita está a revelar-se um autêntico cavalo. O Ivanović não esteve tão em destaque como em França, mas não há dúvidas de que é grande jogador.

O último obstáculo para chegar à Champions, o Fenerbahçe, vai ser complicadíssimo, mas antes disso temos hoje a estreia no campeonato frente ao E. Amadora na Reboleira. Dado que estamos com um jogo em atraso, é ainda mais importante entrarmos bem na Liga, que, convém nunca esquecer, é sempre o principal objectivo da temporada.

segunda-feira, agosto 11, 2025

Superioridade

Vencemos em Nice na passada 4ª feira por 2-0 na 1ª mão da 3ª pré-eliminatória de acesso à Liga dos Campeões. Perante o 4º classificado do campeonato francês, em teoria o mais difícil que nos poderia calhar nesta fase, demos uma boa resposta e temos a eliminatória bem encaminhada para o nosso lado.

Houve uma grande surpresa no onze inicial que foi a inclusão do recém-chegado Ivanović, em detrimento do Leandro Barreiro, e, com a lesão do Aktürkoğlu, avançou igualmente o Schjelderup. Logo desde o apito inicial, demos mostras de que somos bem melhores do que os franceses, que também estavam com problemas de lesões e de transferências dos melhores jogadores. Tivemos duas excelentes ocasiões na 1ª parte, com uma insistência do Schjelderup a bater um defesa contrário e atirar para defesa do guarda-redes Yehvann Diouf para canto e outra jogada do norueguês pela esquerda, com um centro para o Pavlidis, que só tinha de encostar, mas acertou mal na bola e o guarda-redes defendeu com o pé. Um livre directo do Ríos, ainda a uma certa distância da baliza, também foi defendido com alguma dificuldade pelo Diouf, enquanto do outro lado só houve um lance do ponta-de-lança que bateu o Otamendi, mas rematou ao lado da baliza do Trubin.

Na 2ª parte, foram os franceses os primeiros a criar perigo, com o lateral-direito Clauss a passar por dois defesas nossos, mas felizmente a rematar fraco para as mãos do Trubin. No entanto, aos 53’ fomos nós a inaugurar o marcador num golo à ponta-de-lança do Ivanović, a desviar na área um centro do Aursnes na direita, depois de jogada do Dedić. Bom cartão-de-visita do avançado croata! Os franceses acusaram o golo e nunca mais foram capazes de criar perigo para a nossa área. Por seu lado, o Ivanović teve uma boa chance de fazer um hat-trick logo na estreia, mas um remate em boa posição saiu muito por cima e noutro lance foi o guarda-redes a impedi-lo de ser feliz. O Bruno Lage ia refrescando a equipa e foi um dos substitutos, o Florentino, o outro herói improvável a fazer o 2-0 aos 88’ num remate de fora da área!

Em termos individuais, o Ivanović fez-se notar (e bem) e poderemos ter uma boa dupla de pontas-de-lança com ele e o Pavlidis, pelo menos na maioria dos jogos em que temos de atacar. Também gostei bastante do Schjelderup, que foi o nosso melhor jogador na 1ª parte, ao levar a equipa para a frente. No entanto, para (não) variar, foi o primeiro a ser substituído... A dupla de meio-campo (Barrenechea e Ríos) começa a pegar de estaca, mas o Florentino promete dar luta e o golo que marcou não deixará de o tornar mais confiante. O Aursnes, já se sabe, não consegue jogar mal e o Dedić também se exibiu em bom plano. A defesa esteve segura e o Trubin não teve muito trabalho.

Amanhã, voltaremos a defrontar o Nice no Estádio da Luz, onde se espera mais uma vitória e confirmação da ida ao play-off, onde já sabemos que nos irá calhar (outra vez) o pior adversário possível (Feyenoord ou Fenerbahçe).

terça-feira, agosto 05, 2025

Lisonjeiro

Vencemos a lagartada no Estádio do Algarve na passada 5ª feira e conquistámos a 10ª Supertaça do nosso historial. Foi uma vitória feliz da nossa parte, mas o que conta são os troféus que levamos para o museu. E, ao contrário da Taça de Portugal em que fomos claramente melhores e merecíamos ganhar, mesmo que o jogo tenha sido muito mais equilibrado, neste caso ganhámos com absoluta lisura.

Com três reforços no onze (Dedic, Barrenechea e Ríos), não entrámos nada bem na partida e a lagartada foi bastante melhor e mais perigosa na 1ª parte. Teve um golo invalidado por fora-de-jogo logo aos 7’, mas conseguiu desmontar a nossa defesa um bom par de vezes, enquanto nós praticamente não criámos perigo, dado que o nosso meio-campo tinha bastante tracção atrás, com os dois reforços já referidos juntamente com o Aursnes e Leandro Barreiro. Faltou (falta...) claramente magia e rasgos de génio ofensivo naquela zona.

Na 2ª parte, entrámos melhor, com as linhas mais juntas e a lagartada não pôde jogar tão à vontade. Claro que o facto de marcarmos relativamente cedo, aos 50’, num remate do Pavlidis e um enorme frango do Rui Silva ajudou a que tivéssemos controlado melhor as coisas. No entanto, pouco mais fizemos, dado que só noutro remate do Pavlidis, defendido para canto pelo guarda-redes, é que voltámos a criar perigo, enquanto do outro lado o António Silva foi um gigante a segurar a nossa muralha defensiva. A lagartada ainda ameaçou (aquele Luis Suárez parece-me bom jogador e o último avançado do Almería que veio para o futebol português chamava-se... Darwin), mas felizmente o resultado manteve-se até final.

Em termos individuais, o António Silva foi de longe o melhor em campo. É muito bom que comece assim a temporada e esperamos que tenha continuidade ao longo dela, para confirmar a qualidade que revelou no seu ano de estreia e que andou algo apagada nos últimos tempos. O Pavlidis merece menção por ter sido o protagonista dos nossos momentos de perigo. O Ríos fez uma 1ª parte péssima (só passes transviados e más conduções de bola), mas subiu exponencialmente na 2ª e a jogada do golo começou nele. O Barrenechea é um pêndulo a meio-campo, mas o Dedic precisa de treinar melhor os cruzamentos.

Começamos a jogar amanhã grande parte do que será a nossa temporada com o início da qualificação para a Champions frente ao Nice. O plantel ainda não está fechado (espero eu) e precisamos urgentemente de alguém com magia para o meio-campo e eventualmente outro extremo, fruto da lesão do Bruma na Eusébio Cup. Foi óptimo ganhar o primeiro troféu oficial da temporada, mas o jogo esteve longe de me encher as medidas. Aqueles reforços precisam-se e com urgência.

domingo, junho 29, 2025

Burrices

Perdemos com o Chelsea por 1-4 após prolongamento e estamos fora do Mundial de Clubes. Depois de uma vitória histórica frente ao Bayern, esperava-se que isso inspirasse o Benfica a também derrotar os ingleses, mas ao invés aumentámos o nosso registo para quatro derrotas em quatro jogos com eles. No entanto, se há algo a dizer sobre este jogo é que a nossa derrota é merecida, mesmo que seja fruto de vários erros individuais da nossa parte.

Com o Florentino de regresso ao onze, o Bruno Lage manteve o Aursnes na lateral-direita (também não há outro...!), o Leandro Barreiro no centro e o Schjelderup na esquerda, com o Kökçü a entrar para o lugar do “fatigado” (segundo o treinador) Renato Sanches. Um lance do Pavlidis semelhante ao que teve frente aos alemães, em que também não conseguiu rematar foi o nosso único ataque com algum perigo na 1ª parte. De resto, limitámo-nos a defender, não conseguíamos sair a jogar, e mal passámos do meio-campo, numa partida, em que durante a maior parte dela, fez lembrar esta de má memória. Parecíamos uma equipa pequena, de tal maneira que até ao intervalo não fizemos um único remate! Do lado contrário, o António Silva salvou de cabeça uma bola em cima da linha e o Trubin fez novamente bem uma mancha desta vez ao Cucurella.

Na 2ª parte, o sacrificado do costume (Schjelderup) lá saiu, embora ninguém estivesse a jogar nada, e entrou o Aktürkoğlu, que passou também ao lado do jogo... Grande vantagem na substituição, sem dúvida nenhuma...! Até aos 64’ continuámos sem nos lembrar que havia uma baliza do outro lado do campo, excepção a um centro do Aursnes que o guarda-redes Robert Sánchez ia deixando escapar. Se o Trubin tinha sido um dos destaques até esta partida, borrou a pintura toda no tal minuto 64’ ao permitir que o James, num livre lateral, conseguisse meter a bola na baliza, dado que o ucraniano estava mal colocado à espera do cruzamento. Erro de principiante! A partir daqui, lembrámo-nos finalmente de que o objectivo do futebol é meter a bola naquele rectângulo com redes no outro lado do campo e o Di María desmarcou bem o Pavlidis, mas este perdeu no corpo-a-corpo com o Badiashile, quando o tentou fintar para ficar isolado. Entretanto, o Bruno Lage foi fazendo substituições e colocou o Belotti e Prestianni a 20’ do fim, e foi o argentino a ter uma soberana ocasião para empatar, depois de uma óptima jogada do Aursnes na direita, mas falhou de forma clamorosa o remate quando praticamente só tinha o guarda-redes pela frente. Quando faltavam só cinco minutos para terminar o jogo, a organização deu ordens para o interromper por causa do mau tempo. Sendo que, com a previsível compensação de outro tanto, dez minutos depois ainda não tinha caído uma única pinga de água e trovões nem vê-los. Ou seja, em qualquer outro país do mundo, o jogo teria terminado sem problemas. Mas nos EUA não, tivemos à semelhança do Auckland outras duas horas(!) à espera desta vez para jogar 10’...! Inacreditável! (Vão fazer isto no Mundial de selecções para o ano, vão... Vai correr muitíssimo bem...!). Quando finalmente voltou a haver jogo, já depois dos 90’ tivemos um penalty a nosso favor caído do céu, por mão do Gusto num livre para a área. O jogador estava de costas e o braço levantado por causa do salto. Para mim, estes lances não são penalty nenhum, mas as regras agora são estas e beneficiámos dela. O Di María marcou pessimamente o penalty, rasteiro e para o meio da baliza, mas felizmente conseguiu enganar o guarda-redes e fazer o 1-1. Íamos para prolongamento sem saber bem como...

Logo no início do tempo suplementar, o Prestianni que, para além daquele falhanço, tinha errado praticamente todas as acções que tinha feito no jogo, incluindo um cartão amarelo por falta dura, falha outra intercepção e acerta de sola num adversário vendo naturalmente o segundo amarelo. Imperdoável! Curiosamente, foi com dez e durante a 1ª parte do prolongamento que melhor jogámos em toda a partida. Num contra-ataque, bem conduzido pelo Belotti, o Aktürkoğlu rematou à figura do Sánchez e noutro o Di María também permitiu a defesa do guarda-redes. Com alguma sorte, poderíamos perfeitamente ter chegado à vantagem. Em termos defensivos, fechámo-nos bem e não permitimos chances do outro lado. Só que na 2ª parte do prolongamento, tudo descambou. O Leandro Barreiro perdeu a bola no meio-campo, o Chelsea contra-atacou, o Trubin teve o segundo enorme erro do jogo ao deixar que o remate passasse por baixo do corpo, a bola ficou perto da linha, o Otamendi tentou aliviar, mas a bola ressaltou no Nkunku, que se conseguiu virar e fazer o 1-2 aos 108’... Aselhice e muito azar neste lance! Pouco depois, o entretanto entrado Tiago Gouveia tem uma boa iniciativa pela direita, mas centrou mal e um defesa atirou para canto. Aos 112’, o jogo acabou com o 1-3: perda de bola do Di María na zona de meio-campo, equipa descompensada, contra-ataque rápido e o Pedro Neto isolado frente ao Trubin não falhou. Aos 116’, o Chelsea fez o 1-4 final pelo Dewsbury-Hall, aproveitando igualmente o facto de estarmos completamente perdidos em campo.

Em termos individuais, o António Silva e o Otamendi foram os melhores do Benfica. Aliás, o António sai valorizado deste Mundial de Clubes o que é muito bom, dado que a temporada não lhe correu especialmente bem. O Di María marcou quatro penalties e foi o nosso melhor marcador na competição. Despede-se do Glorioso de uma forma mais positiva e consentânea com a sua valia, do que seria a seguir à final da Taça de Portugal. Do lado negativo, está indiscutivelmente o Prestianni que colocou em causa toda a equipa com a sua expulsão. Eu gosto dele, acho que tem potencial para se afirmar, faz coisas diferentes em campo, mas muito possivelmente colocou em cheque a sua permanência no Benfica com este jogo. Não se pode falhar desta maneira quando está todo o mundo a ver! O Trubin também acabou por estar em evidência pela negativa, depois de estrondosas exibições anteriores. Foi pena.

Conseguimos os serviços mínimos nesta competição, que era chegar aos oitavos-de-final, mas, depois de ficarmos em 1º lugar no grupo do Bayern, sinceramente esperava mais. Há muito para reflectir em relação ao plantel antes de começar a nova época, em que teremos logo no início a Supertaça e os jogos de qualificação para a Champions. Com este calendário disruptivo do Mundial de Clubes, não se avizinham tarefas nada fáceis.

sábado, junho 28, 2025

Trubin show

Vencemos o Bayern Munique na passada 3ª feira (1-0) e não só nos qualificámos para os oitavos-de-final do Mundial de Clubes, como o fizemos no 1º lugar no grupo. Ao fim de 14 jogos perante os alemães, conseguimos finalmente vencê-los!

Com a qualificação garantida, o Bayern entrou em campo sem alguns titulares, o que acabou por ser decisivo para o resultado. Quanto a nós, o Bruno Lage manteve o Prestianni a titular, colocou o Schjelderup na esquerda e o Aursnes na lateral-direita, voltando o Renato Sanches à equipa inicial e com ambos os turcos no banco. A partida disputou-se às 15h de Charlotte, perante uma temperatura de 39ºC, o que a condicionou bastante. Entrámos bem no jogo, com um remate do Di María para defesa do Neuer e inaugurámos o marcador logo aos 13’ num remate rasteiro do Schjelderup já dentro da área, depois de uma boa combinação atacante entre o Di María e o Aursnes na direita, culminada com centro atrasado deste para a entrada de rompante do norueguês. Pouco depois, o Pavlidis conseguiu isolar-se, mas dentro da área preferiu esperar pelo encosto do Upamecano em vez de tentar rematar... Imperdoável, porque poderia ter feito o segundo golo! Até ao intervalo, conseguimos controlar bem os alemães, que não colocaram a baliza do Trubin em perigo, também por causa da falta de pontaria do Sané e Muller, em particular.

Para a 2ª parte, entraram os pesos pesados do Bayern (Kimmich, Kane e Olise) e a história foi outra. Nos primeiros dez minutos, praticámos não saímos do nosso meio-campo, com o Trubin a começar a evidenciar-se, defendendo com mestria um remate do Sané isolado e outro do Muller. O Bruno Lage, vendo-nos perder gás, colocou os turcos no lugar do Prestianni e Schjelderup, e conseguimos sacudir um pouco a pressão com uma boa iniciativa do Leandro Barreiro e um bom movimento do Aktürkoğlu, que proporcionou ao Neuer uma excelente defesa. Foi a nossa única oportunidade na 2ª parte. O resto do tempo foi defender o melhor que pudemos e assistir a um verdadeiro “Trubin show”! O ucraniano defendeu tudo e mais alguma coisa, incluindo outra vez um lance com o Sané isolado à frente dele...! Inacreditável! O Bayern conseguiu meter uma vez a bola na baliza, mas o Kane passou à frente do Trubin no momento do remate do Kimmich e o golo foi naturalmente invalidado pelo VAR. Também atiraram uma bola ao poste, mas novamente em fora-de-jogo. Beneficiámos igualmente de falta de pontaria do Bayern num ou dois lances, mas tivemos capacidade de sofrimento para aguentar uma vitória muito preciosa.

Em termos individuais, destaque inteirinho para o Trubin, como é óbvio! Terá sido das melhores prestações de um guarda-redes neste Mundial e chamou certamente a atenção de muitos dos tubarões... Menção igualmente para o Schjelderup pelo bom remate que deu o golo da vitória. Toda a equipa esteve muito bem pelo empenho que colocou em campo, com o Renato Sanches a ter feito a melhor exibição desde o seu regresso.

Iremos defrontar daqui a uma horas outra besta negra com quem temos três derrotas em três jogos: o Chelsea. Uma delas imensamente sofrida e outra que foi dos maiores roubos a que já assisti em competições europeias, mas três derrotas. No entanto, temos agora uma óptima chance de matar outro borrego e seguirmos para os quartos-de-final desta competição. Veremos se temos capacidade para tal, mas pode ser que esta vitória saborosa frente ao Bayern nos inspire.