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terça-feira, fevereiro 27, 2024

Fim-de-semana perfeito

Goleámos o Portimonense por 4-0 no passado domingo e beneficiámos dos empates da lagartada em Vila do Conde frente ao Rio Ave (3-3) e do CRAC em Barcelos frente ao Gil Vicente (1-1) para ter agora dois pontos de vantagem perante o primeiro (com mais um jogo) e nove perante os representantes de Mordor. Seria difícil que o fim-de-semana nos tivesse corrido melhor.
 
Confesso, no entanto, que não concordei nada com a táctica que o Roger Schmidt apresentou de voltar a jogar sem um ponta-de-lança perante o (com todo o respeito) Portimonense na Luz. A 1ª parte foi de uma pobreza confrangedora, connosco a não meter velocidade no jogo e assim a não ter grandes chances de marcar, excepção feita a um falhanço incrível do Kökçü logo no início (a bola saiu ligeiramente no centro do David Neres, pelo que o golo seria eventualmente anulado) e a outro do Otamendi, bem desmarcado pelo turco, que o guarda-redes Nakamura defendeu. O Rafa no meio de centrais altíssimos perdia-se frequentemente e nunca revelámos arte para colocar a bola nas costas deles.
 
Para a 2ª parte, o Schmidt insistiu nos mesmos contra todas as expectativas. E desta vez correu-lhe bem, porque marcámos três golos relativamente cedo e em apenas quatro minutos! Aos 55’, o Rafa de trivela inaugurou o marcador depois de uma assistência do Bah, aos 57’ foi o Kökçü com possivelmente o melhor passe longo da época a desmarcar o Neres, que contornou o Nakamura e fez o 2-0 e aos 59’ foi o Di María a fazer o terceiro com um toque de classe depois de uma assistência do Rafa também de trivela. Estes minutos alucinantes resolveram a partida e o Schmidt aproveitou para fazer alguma gestão da equipa mais cedo do que é costume. No entanto, continuámos a procurar a baliza contrária e o Kökçü teve um bom remate de longe, defendido pelo guarda-redes. Entraram o Florentino e o Tiago Gouveia e saíram o João Neves e o Neres, e foi o nº 47 a fazer uma boa jogada pela esquerda aos 75’, com um centro atrasado para o Kökçü assistir (pareceu-me um pouco por acaso) o Rafa para o seu bis. Até final, ainda entraram os dois pontas-de-lança (Cabral e Marcos Leonardo), mas o resultado não se alterou.
 
Em termos individuais, óbvio destaque para o Rafa com dois golos e uma assistência. O Neres também esteve muito bem e não vai sair da equipa tão cedo. O Kökçü veio dizer no final que gosta de jogar mais avançado no terreno e vai ter certamente oportunidade de fazer isso nos dois próximos jogos no WC e em Mordor, porque, como esta táctica resultou agora, não estou nada a ver o Schmidt não a aplicar nas próximas duas saídas. O Trubin não teve grande trabalho, para variar um bocado em relação aos últimos jogos. O Aursnes voltou à lateral-esquerda e de lá não deve sair nas próximas partidas, dado que o Bah está a recuperar a sua forma a olhos vistos na direita. Já se sabe que é muito difícil o João Neves estar mal e o João Mário disfarça melhor no meio a sua incapacidade de imprimir velocidade ao jogo.
 
Iremos na 5ª feira à lagartada para a 1ª mão da meia-final da Taça de Portugal e no domingo a Mordor para o campeonato. Serão dois jogos importantíssimos com apenas 72h entre eles. Veremos com a equipa se portará, porque sinceramente não sei o que esperar dado que a nossa época tem sido uma verdadeira montanha-russa em termos exibicionais. Aliás, basta ver a diferença abissal entre a 1ª e a 2ª parte neste jogo frente ao Portimonense para se perceber isso.

sexta-feira, fevereiro 23, 2024

Inconcebível

Empatámos em Toulouse (0-0) e qualificámo-nos para os oitavos-de-final da Liga Europa. Era o mais importante, mas também é a única coisa de positivo que se pode dizer do jogo de ontem.
 
Com esta sucessão de jogos e poucos dias de descanso, seria expectável que o Roger Schmidt rodasse a equipa, certo...? Errado! Dos 11 jogadores que foram titulares com o Vizela, nove foram-nos igualmente ontem! No meio-campo, o Florentino já não joga há dois jogos e o Kökçü há um, mas o nosso treinador preferiu o João Mário no meio, numa partida em que era importante defender a vantagem e ser agressivo naquela zona do terreno. Mesmo assim, na 1ª parte foram nossas as melhores ocasiões, com o Di María e o António Silva a falharem dois golos certos, e o Rafa a atirar por cima, quando estava em boa posição na área. Jogávamos muito devagar e não parecíamos interessados em fechar de vez a eliminatória, mas ainda tivemos aquelas ocasiões.
 
A 2ª parte foi um descalabro completo. Só não estamos aqui a chorar uma eliminação ou, na melhor das hipóteses, 120’ de futebol em vez de 90’, por causa de Trubin e de bastante sorte. Houve alturas da partida que fazia lembrar o célebre Marselha – Benfica de 1990, com a pequenina diferença que este Toulouse é o 13º classificado do campeonato francês...! O Schmidt colocou logo no reinício o Arthur Cabral e o Álvaro Carreras nos lugares do Tengstedt e do Morato, mas nenhum deles resultou. O espanhol, então, esteve completamente desastrado e a fazer lembrar o Jurásek... A única ocasião em que criámos perigo foi num balão de meio-campo do Aursnes (entrado aos 68’ para o lugar do David Neres), depois de uma má intervenção do guarda-redes, que falhou o passe. Na nossa baliza, só uma tremenda dose de aselhice fez com que não sofrêssemos. Isso e um Trubin que defendeu tudo o que lhe chegava. Perante este verdadeiro horror, o Schmidt mostrou a sua habitual faceta hiperconservadora e mais uma vez não ajudou a equipa em campo. Estava na cara que o Florentino deveria entrar para estancar o meio-campo, mas para além do Aursnes só entrou o Kökçü já nos cinco minutos finais (para variar...!) saindo o Di María. Quando o árbitro apitou finalmente foi um tremendo alívio, mas também, pelo menos para mim, uma irritação enorme.
 
Em termos individuais, o Trubin foi de longe o melhor, bem coadjuvado pelo João Neves, cujo espírito de sacrifício é de louvar, dado que perdeu a mãe esta semana. Todos os outros passaram completamente ao lado do jogo e dizer isto assim é um eufemismo...
 
O sorteio dos oitavos colocou-nos uma prenda no sapatinho, o Rangers, que, olhando para as hipóteses, era dos menos difíceis. No entanto, da maneira como nos estamos a exibir este ano, especialmente nas provas europeias, ainda nos arriscamos a ser eliminados por quem é teoricamente mais fraco do que nós.

terça-feira, fevereiro 20, 2024

Goleada, mas...

Vencemos o Vizela por 6-1 no passado domingo e continuamos em igualdade pontual com os lagartos, que venceram em Moreira de Cónegos por 2-0, mas continuam com um jogo a menos. O CRAC venceu em casa o E. Amadora (2-0) e mantém-se a sete pontos de nós.

Com a eliminatória frente ao Toulouse a meio, o Roger Schmidt rodou a equipa e entraram o Bah, Tiago Tomás Araújo, Morato, David Neres, Tiago Gouveia e Tengstedt em relação à partida frente aos franceses. Com sangue novo na equipa, voltámos a pressionar muito o adversário e abafámo-lo na 1ª parte, fazendo cinco golos: o Neres bisou (16’ e 46’), o Otamendi fez o 2-0 aos 25, o Tiago Gouveia aos 30’ e o Rafa fez o quinto aos 49’. O tempo de compensação na etapa inicial justificou-se, por causa da lesão do guarda-redes Ruberto, que teve de ser substituído mesmo antes do segundo golo. Para a 2ª parte, confesso que sonhei com a reedição do Nacional, ou, pelo menos, ultrapassar os lagartos na maior goleada do campeonato até agora (8-0 ao Casa Pia). Não poderia ter estado mais longe da realidade...!
 
Com o jogo completamente decidido, esperava-se que o Schmidt poupasse os titulares que sobravam ao intervalo, nomeadamente o Rafa. Assim o fez, mas inexplicavelmente, com os dois novos argentinos (Rollheiser e Prestianni) no banco, fez entrar o... Di María! Deve precisar também de rodagem... A 2ª parte foi uma sensaboria total, porque estando tudo decidido e não se poderia esperar que o Di María viesse agitar totalmente as águas, certo...?! Revelámos enorme descontração pelo Trubin aos 48’, ao oferecer o golo ao Essende, mas redimiu-se ao defender um penalty (escusado) provocado pelo Morato aos 71’. Finalmente(!) o nosso guarda-redes atirou-se para a bola só depois de perceber para onde ela ia! Já não era sem tempo, porque com a sua altura, a não ser que a bola vá muito colocada, é quase certo que lhe chega. Tivesse ele feito isto contra o Estoril e, se calhar, teríamos mais uma Taça da Liga no palmarés... Aos 66’, o João Neves teve direito a descanso, entrando o Aursnes para a sua posição de origem no meio-campo. A 15’ do fim, foi a vez de trocar de ponta-de-lança, entrando o Marcos Leonardo, mas inexplicavelmente o Schmidt deixou as duas últimas substituições para os 88’(!), quando era por demais evidente que o Álvaro Carreras e o Rollheiser deveriam ter tido muitos mais minutos para se irem adaptando à equipa... Até porque o Morato continua a demonstrar as suas enormes limitações como lateral-esquerdo... O público estava a começar a mostrar-se impaciente com a pasmaceira habitual no banco e acho que o Schmidt só se livrou de ouvir uns quantos assobios com as substituições tardias, porque no minuto anterior fizemos o 6-1 final pelo Marcos Leonardo.
 
Em termos individuais, destaque óbvio para o David Neres com um bis e duas assistências (canto para o Otamendi e passe para o Marcos Leonardo). O Rafa continua com uma veia goleadora muito acentuada e o Tiago Gouveia voltou a marcar, mas não fez um grande jogo, infelizmente. Quem esteve bem melhor do que é habitual foi o João Mário, que jogou no meio (se calhar, está aí a solução, porque disfarça melhor a sua falta de velocidade). O Tiago Tomás Araújo fez duas aberturas fantásticas na diagonal, mas facilitou num lance, quase isolando um adversário, corrigindo depois o erro.
 
Parece um pouco estúpido eu não ter saído do estádio eufórico com esta goleada, mas aquela 2ª parte foi muito desapontante. Não se tratava aqui de fazer uma cavalgada heróica depois do intervalo, mas apenas de ter dado oportunidades a quem precisa de as ter. Continuo sem perceber a lógica do Schmidt nas substituições e parece-me que não sou o único. Enfim, vêm aí jogos bastante complicados e veremos se a equipa dá uma resposta à altura. Uma coisa é certa: não é por falta de plantel que não a dará.

sábado, fevereiro 17, 2024

Fraco

Vencemos o Toulouse (2-1) no play-off da Liga Europa na passada 5ª feira e colocámo-nos em vantagem na eliminatória. Perante o 14º classificado(!) da Liga Francesa, fizemos uma exibição muito sofrível (para dizer o mínimo) e só conseguimos a vitória através de dois penalties, o último dos quais já no fim do tempo de compensação.
 
A 1ª parte foi de um marasmo quase total. O Roger Schmidt lá voltou a utilizar um ponta-de-lança (hélas!), mas continua sem perceber que a equipa ataca melhor com o Florentino em campo, porque este permite que defendamos bastante mais à frente. Com os franceses bem fechados na defesa e sem grande inspiração no ataque, só um remate em arco do Rafa, que levou a bola ao poste, criou algum perigo. Perto do intervalo, o João Mário  tinha de fazer um passe para a baliza, mas atirou ao lado...
 
Esperava-se outra postura na 2ª parte, ela aconteceu, mas só depois de os franceses terem entrado melhor. O Schmidt até fez as substituições mais cedo do que o costume (aos 59’), mas resolveu tirar o Álvaro Carreras, que até estava a criar algum jogo atacante, para entrar o Bah, colocando o Aursnes a defesa-esquerdo. Resultado? Deixámos de criar perigo pelo defesa desse lado. Também entrou o David Neres, o que nos permitiu começar finalmente a jogar com 11, dado que saiu o João Mário... Aos 68’, num canto a nosso favor, um defesa contrário coloca estupidamente o braço na bola, mas o VAR demorou 3’(!) para tomar uma decisão juntamente com o árbitro. O Di María, naquele tipo de penalties que eu detesto, em que o jogador vai a passo para a bola, enganou o guarda-redes atirando para o meio da baliza. A partir daqui o jogo partiu-se um bocado, porque os franceses subiram e nós ensaiámos uns quantos contra-ataques, mas a falhar invariavelmente qualquer coisa no processo que nos impediu de colocar a bola na baliza. Ao invés, foi o Toulouse a chegar ao empate aos 75’, num lance em que a nossa defesa esteve péssima, com o Aursnes a fazer um mau alívio e o António Silva a não tirar a bola de dentro da área. Marcaram eles a 15’ do fim, a equipa estava longe de fazer um jogo brilhante e o que faz o nosso treinador? Demora 12’(!) a fazer mais uma substituição. E só fez mais uma! Entrou o Marcos Leonardo e saiu o Arthur Cabral. Portanto, arriscar... Zero! E foi esse mesmo Marcos Leonardo a proporcionar-nos um milagre, ao sofrer uma pisadela na compensação, que permitiu ao Di María bisar, enganando novamente o guarda-redes, que mesmo assim ia defendendo o remate...
 
Em termos individuais, não vou destacar ninguém tão fraco que foi a nossa exibição e concentro-me apenas no nosso treinador. O Florentino e o Kökçü não vão poder jogar no domingo por causa dos amarelos. O turco jogou os 90’, mas o Florentino nem um único! Em vez disso, o Schmidt anda a espremer o João Neves, como se não houvesse amanhã, e o que é facto é que os seus últimos dois jogos estiveram longe de ser brilhantes. Por outro lado, não percebo porque é que temos um plantel de mais de 20 jogadores, se o nosso treinador deixa sempre substituições por fazer... Com o Rafa fora dela na 2ª parte e o Kökçü estoirado, não se compreende que o Schmidt não tenha lançado sangue novo para a equipa. A questão do defesa-esquerdo é outra: o Álvaro Carreras claramente saiu cedo demais. Depois troca de pontas-de-lança, o que é arriscar zero! Enfim, um sem-número de equívocos, que sinceramente custam a perceber.
 
Apesar da exibição paupérrima, a vitória foi muito importante, porque nos permite começar o jogo em Toulouse na frente da eliminatória, o que se espera que nos proporcione mais espaços, dado que o adversário tem necessariamente de atacar. Todavia, há que não facilitar, até porque seria uma enorme vergonha sermos eliminados por estes tipos.

segunda-feira, fevereiro 12, 2024

Incapacidade

Empatámos ontem em Guimarães por 2-2 e estamos em igualmente pontual com a lagartada que trucidou o Braga por 5-0 (aliás, é o terceiro 5-0 consecutivo em casa perante eles... Fôssemos nós e diriam que o Braga estava comprado...). No entanto, a lagartada tem o jogo em atraso em Famalicão, pelo que pode ficar três pontos à nossa frente.
 
No jogo deste campeonato com as condições climatéricas mais adversas até hoje, o Roger Schmidt fez o que qualquer um certamente faria...: tirou o ponta-de-lança possante, Arthur Cabral, e um peso-pesado do meio-campo, Florentino, e fez alinhar dois pesos-plumas (Rafa e Di María) na frente...! 🙄 Claro que todos nós ficámos muito surpreendidos por isto não ter resultado, certo...?! 🙄🙄🙄 O nosso futebol é baseado em bola na relva e troca constante dela entre os nossos jogadores, o que naquele terreno era obviamente bastante complicado. A partida foi por isso bastante dividida e o V. Guimarães chegou à vantagem aos 35’ através de um penalty convertido pelo Tiago Silva, a castigar falta escusada do Kökçü. Finalmente o Trubin só se atirou depois de ver para onde a bola ia, mas o remate foi indefensável (se tivesse sido como a maioria dos penalties do Estoril, teria defendido...). Era importante não chegar ao intervalo a perder e conseguimo-lo com o golo do Rafa aos 40’, depois de assistência do Di María.
 
Para a 2ª parte, o Schmidt fez entrar logo desde o início o Arthur Cabral e o Florentino... Ou seja, perdemos 45’ para nada, mas a cabeça do nosso treinador tem mistérios insondáveis... Até entrámos bem, pressionámos mais (pudera!), mas a enésima vez que o Morato foi batido na lateral-esquerda, conjugado com uma abordagem ao lance muito pouco convicta do António Silva, permitiu ao André Silva fazer o 2-1 aos 61’. Foi um pouco contra a corrente do jogo, mas tornou as coisas bastante complicadas, até porque estávamos a atacar para o lado do terreno que estava pior. Todavia, tivemos uma benesse aos 64’ numa entrada idiota e quase assassina do Borevkovic sobre o Florentino. Felizmente, não lhe acertou em cheio, caso contrário ter-lhe-ia de certeza partido uma perna. Ora muito bem, a jogar contra dez e em desvantagem, o nosso treinador tomou logo as rédeas do jogo para inverter a situação, certo...? Até porque tínhamos um banco cheio de opções válidas, correcto...? Não, errado!! Demorou 13’ a mexer na equipa, para colocar o Marcos Leonardo no lugar do inexistente Morato, puxando o Aursnes para defesa-esquerdo. Aurnes que, no entanto, para grande surpresa de todos nós adiantava-se no terreno, mas na hora de centrar tinha de passar a bola para o pé direito, perdendo completamente o timing da jogada... Aconteceu uma, duas, três vezes...! Ele há lá com cada uma...! É que não se estava mesmo a ver nada isto... Só aos 87’(!), ou seja, 23’ depois da expulsão, o Schmidt colocou um lateral-esquerdo de raiz, o Álvaro Carreras, que nos permitisse ter largura por aquele lado! Que, ainda por cima, não estava tão alagado quanto o lado direto do campo! Vinte e três minutos depois da expulsão!!! O espanhol entrou juntamente com o David Neres, que ainda conseguiu mostrar que também deveria ter entrado mais cedo. Conseguimos empatar 2-2 em cima dos 90’ numa boa cabeçada do Arthur Cabral a centro do Di María, mas já não tivemos tempo para mais, porque o Sr. Luís Godinho só deu seis minutos de desconto...! (Como disse, e bem, o Di María no final, os outros têm às dezenas de minutos de compensação, nós é isto...!) Ficou mais do que evidente que, tivéssemos nós feito as substituições e arriscado mais cedo, poderíamos perfeitamente ter ganho o jogo. Ficou mais do que evidente para toda a gente que estivesse a ver o jogo com olhos de ver, caso que infelizmente raramente acontece com o nosso treinador, que vê sempre uma outra coisa totalmente diferente...
 
Em termos individuais, o Di María com duas assistências merece uma palavra, embora tenha acabado o jogo de rastos (como é óbvio, dado que jogou os 90’ de Vizela há três dias...!), o Rafa só fez o golo e pouco mais, mas o melhor do Benfica terá mesmo sido o Trubin que impediu o 3-1 com o V. Guimarães já com dez, além de outra magnífica defesa na 1ª parte a um remate cruzado. Quanto aos menos, o António Silva não esteve nada bem, o João Neves terá feito o pior jogo desde que está na primeira equipa e já nem há adjectivos para o Morato (por estar a jogar num lugar que não é claramente o dele) e principalmente para o João Mário.
 
Esta era uma partida que tínhamos de fazer tudo para ganhar, depois de os lagartos terem feito o que fizeram ao Braga. E obviamente não fizemos. Só há um responsável por isso. Alguém com uma incapacidade gritante de perceber o que se passa em campo durante os jogos. Ou então, alguém que vive noutro mundo, que não é de todo o da realidade que o resto do mundo vê. Não vaticino nada de bom para o que resta da época.

sábado, fevereiro 10, 2024

Perdulários

Vencemos em Vizela (2-1) na passada 5ª feira e estamos nas meias-finais da Taça de Portugal. Foi uma partida que deveria ter ficado resolvida a nosso favor aos 15’ e em que acabámos por sofrer um bocado no final.
 
O Roger Schmidt promoveu a estreia a titular do Álvaro Carreras e, especialmente na 1ª parte, viu-se bem a diferença de jogar com um lateral-esquerdo de origem. Para além do espanhol, o Kökçü e o João Mário também voltaram à titularidade. No final do primeiro quarto-de-hora, poderíamos estar a golear: Rafa por duas vezes, Arthur Cabral, João Mário e Kökçü tiveram nos pés e cabeça hipóteses flagrantes de marcar, mas ou por aselhice, ou por intervenção do guarda-redes italiano Ruberto, não o conseguiram. Os falhanços do Rafa foram imperdoáveis (especialmente o primeiro)! Comecei a ficar com um mau pressentimento que seria daqueles jogos em que massacramos, mas não conseguimos marcar. Felizmente, aos 34’ o Arthur Cabral desmentiu-me ao fazer o primeiro golo: o João Mário desmarcou o Rafa na esquerda, que depois assistiu o ponta-de-lança brasileiro para inaugurar o marcador, com um remate colocado indefensável. Do outro lado, havia muitas dificuldades para criar perigo para a baliza do Trubin.
 
Na 2ª parte, a partida foi mais equilibrada, com a resposta natural do Vizela. Mesmo assim, continuamos a dominar grande parte dela, mas só conseguimos aumentar a vantagem aos 65’ através do João Mário, depois de um cruzamento do Aursnes na direita, falhanço incrível do Arthur Cabral e remate de pé esquerdo do nº 20 um pouco enrolado, mas a bola acabou por entrar e isso é o mais importante. Todos pensámos que estava tudo decidido e podíamos começar a poupar a equipa para Guimarães, mas foi puro engano. Logo três minutos depois, aos 68’, o Vizela reduziu pelo Petrov, depois de duas intervenções infelizes do António Silva, que fez um mau corte e, ainda por cima, não avançou no terreno, colocando o marcador do golo em jogo. A 20’ do fim, o Schmidt começou finalmente a refrescar a equipa e entraram o Marcos Leonardo e o Morato para os lugares do Arthur Cabral e Álvaro Carreras. E foi do Morato uma excelente oportunidade, a passe do Di María, mas não conseguiu acertar na baliza. O jogo pedia o Florentino, mas este só entrou a seis minutos do fim, juntamente com o Bah para os lugares do Kökçü e Aursnes. Conseguimos fechar bem os caminhos para a nossa baliza e o último lance de perigo foi um estoiro do Di María para boa defesa do Ruberto.
 
Em termos individuais, voltei a gostar bastante do Arthur Cabral, embora o falhanço na jogada do nosso segundo golo seja inacreditável. O Álvaro Carreras mostrou que deve ser opção perante equipas mais fechadas, porque ainda apresenta algumas limitações a defender. Caso contrário, seria titular absoluto já! O Rafa esteve muito activo, como habitualmente, mas voltou a falhar golos de baliza aberta. Não percebi porque é que o Roger Schmidt, com um jogo complicadíssimo em Guimarães três dias depois, insistiu em ter o Di María em campo até final...! Com o David Neres no banco! O João Mário acabou por estar nos dois golos e deve ser isso que os jornais relevaram para ser o melhor do Benfica... É que só podem ter visto outro jogo! Foram as duas únicas coisas de jeito que fez, em contraponto com emperrar constantemente a nossa fluidez atacante, manobrar sempre duas velocidades abaixo dos colegas, enfim... Somos tão melhores com o Aursnes naquela posição (bem sei que não se pode espremer o Bah, mas ainda assim...). Incompreensível!
 
Teremos duplo derby frente à lagartada nas meias-finais da Taça. Com a agravante da 1ª mão ser antes da ida a Mordor e da 2ª ser antes da ida ao WC...! Irão ser duas semanas muito intensas, mas há que não nos desviarmos desse objectivo fundamental que é começar a reparar o nosso vergonhoso histórico nas últimas duas décadas na Taça de Portugal.

terça-feira, fevereiro 06, 2024

Modelar

Vencemos o Gil Vicente no domingo (3-0) e chegámos provisoriamente ao 1º lugar, dado que a lagartada viu o seu jogo em Famalicão adiado por falta de policiamento. Por outro lado, na véspera, o Rio Ave tinha-nos dado uma grande alegria ao empatar em Mordor (0-0) e assim colocar o CRAC a seis pontos de nós.

Senhores jogadores e equipa técnica do Glorioso Sport Lisboa e Benfica: tomem bem nota do que aconteceu neste jogo, revejam-no vezes sem conta, que ele é exemplificativo do que queremos para o resto da época. Vitória tranquila, com dois golos na 1ª parte e outro no início da 2ª, e quase nenhumas oportunidades para o adversário, enfim aquela monotonia boa de que eu tinha grandes saudades. E calculo que os meus consócios também. Claro que para isso ajudou (e de que maneira!) entrarmos em campo com 11 jogadores ao fim de não-sei-quantos meses! O Schmidt resolveu (FINALMENTE!) colocar o João Mário no banco, alinhando o Aursnes no seu lugar e fazendo regressar o Bah à lateral-direita. Fez toda a diferença ter o norueguês e não um morte lenta naquele lugar! Para além disso, também o Florentino foi titular em detrimento do Kökçü, o que fez com que a equipa defendesse muito mais à frente, mesmo que ele não tenha feito um jogo brilhante. Os dois primeiros golos surgiram de pontapés de canto (coisa raramente vista, ena, ena!) do Di María: aos 15’, excelente cabeçada do Arthur Cabral e aos 34’ jogada de insistência do João Neves, concretizada por ele próprio, quiçá para grande alívio dos lagartos que já deviam achar que o nº 87 só lhes marcava golos a eles.

Na 2ª parte, o Rafa fez o 3-0 logo aos 49’, depois de uma boa combinação atacante em que também participaram o Aursnes e o Morato, e a partida ficou logo ali resolvida. De tal forma, que o Schmidt fez substituições bem mais cedo do que o costume e deu para ver que o Álvaro Carreras tem de ser titular rapidamente na lateral-esquerda, porque ao menos é nativo do lugar. Ainda tivemos mais algumas oportunidades, nomeadamente uma trivela do Rafa, mas não conseguimos marcar mais nenhum. Os jogadores que entraram também não conseguiram abanar com o jogo da forma que era suposto. Do lado do Gil Vicente, só por uma vez e já perto do final é que o Trubin foi posto à prova.

Em termos individuais, o destaque vai novamente para o Arthur Cabral, com mais um golo e uma cabeçada ao poste ainda antes dele. É incrível a transformação que teve, depois de uma entrada no clube completamente em falso. O Rafa está igualmente numa grande veia goleadora e deve estar a fazer a Direcção considerar seriamente a possibilidade de perder a cabeça na tentativa de renovar o contrato. O João Neves, já se sabe, não consegue simplesmente jogar mal e mantenho a minha: o Florentino é essencial naquele meio-campo. O Di María tem o condão de estar na maioria dos nossos golos e o Bah regressou como se nunca tivesse estado de fora: que pulmão!

Vamos entrar numa sequência terrível de jogos e é bom sinal que a equipa esteja a melhorar em termos exibicionais. Além de que o regresso de lesionados de longa data (Bah e Neres), juntamente com os três reforços que já estão disponíveis, aumentou bastante o leque das nossas opções. Nesta 5ª feira, iremos a Vizela para a Taça de Portugal e não podemos falhar. Já bastou a desilusão da Taça da Liga, além de que (repito pela enésima vez!) urge rapidamente começar a inverter o nosso vergonhoso histórico dos últimos 25 anos na Taça de Portugal.

quinta-feira, fevereiro 01, 2024

Reviravolta

Vencemos o E. Amadora na Reboleira (4-1) na passada 2ª feira, mas manteve-se tudo igual na frente porque a lagartada atropelou o Casa Pia (8-0) e o CRAC foi vencer a Faro (3-1). Esta nossa época está a ser um case study de quão enganador um resultado de futebol pode ser. Neste caso não porque não tenha sido justo, mas porque ninguém diria que até aos 40’ a nossa exibição foi paupérrima e 12’ (já na 2ª parte) o jogo estava praticamente decidido a nosso favor.
 
O Roger Schmidt voltou a dar a titularidade ao Arthur Cabral com o Musa a ficar fora do banco (por via da sua iminente saída). (Não se percebe é que, nestas condições, o croata tenha sido titular na meia-final da Taça da Liga, mas adiante...). Entrámos completamente a dormir, sem dinâmica nenhuma e, por conseguinte, sem criar perigo, excepção feita a um livre do Kökçü. O nosso estado letárgico fez com que o E. Amadora inaugurasse o marcador aos 28’ pelo Léo Jabá, que passou pelo António Silva e Otamendi como se eles não estivessem lá, e ainda teve tempo de fazer a recarga a um primeiro remate seu(!), fazendo a bola passar por entre as pernas do Trubin, que o tinha defendido! Inacreditável! Pouco depois, devemos ao guarda-redes ucraniano continuarmos a perder só por um golo, quando desviou ligeiramente a bola perante um isolado Regis N’Do, que depois ficou sem ângulo para marcar. Sem oportunidades criadas, pensei que o segundo tempo seria muito problemático para dar a volta ao marcador. Mas pensei mal, porque chegámos ao intervalo a ganhar! Aos 44’ o Di María descobriu o Arthur Cabral na área e este fez o empate de bicicleta! E aos 46’, o mesmo Di María lançou outra bola na frente, com o Arthur Cabral a ganhá-la depois de um ressalto e a desmarcar o Rafa, que marcou outro golão num remate cruzado indefensável! Era uma total surpresa para toda a gente como é que, depois de uma 1ª parte tão má, conseguíamos ir para o descanso na frente do marcador!
 
Para a 2ª parte, o Schmidt colocou o Florentino tirando o Kökçü e melhorámos sobremaneira. Fizemos o terceiro golo logo aos 52’, numa recarga do Otamendi a uma cabeçada do Arthur Cabral ao poste na sequência de um canto. A partir daqui, o jogo tornou-se mais fácil e o Rafa voltou a desperdiçar uma boa oportunidade acertando na cara do guarda-redes, quando estava sozinho perante ele, depois de uma excelente combinação ofensiva em que participaram o Di María, Aursnes e João Mário. O E. Amadora criou alguma apreensão numa cabeça num canto que saiu por cima, mas a 20’ do fim fez hara-kiri ao ver o Regis N’Do levar o segundo amarelo. O nosso ex-jogador Rodrigo Pinho ainda obrigou o Trubin a uma das melhores intervenções do encontro, numa cabeçada num canto, mas fomos nós a marcar mais um pelo entretanto Marcos Leonardo, já em tempo de compensação (93’), a desviar bem a bola do guarda-redes, quando só tinha pela frente.
 
Em termos individuais, destaque inteirinho para o Arthur Cabral, que teve acção directa nos nossos três primeiros golos. O Di María também se envolveu nos dois primeiros , mas quem mudou a nossa exibição foi o Florentino, dado que com a sua entrada a equipa passou a defender muito mais à frente, como é habitual, e é muito mais pressionante. Quanto mais tempo irá o Schmidt demorar a perceber que a equipa melhora toda com ele em campo (até o João Mário!)...?! O Trubin foi fundamental naquele lance da 1ª parte que poderia ter dado o segundo golo e na parte final na cabeçada do Rodrigo Pinho. O Marcos Leonardo continua a manter o seu óptimo rácio de golos marcados por minuto. Não tão bem esteve o Otamendi, com falhas comprometedoras na 1ª parte e o Morato continua a ser uma inexistência na lateral-esquerda. Assistimos igualmente à estreia do Rollheiser, mas não deu para ver grande coisa.
 
Esta é das poucas semanas dos próximos tempos em que não teremos jogos a meio dela e iremos receber o Gil Vicente no próximo domingo. Estou curioso para ver que Benfica iremos ter: se o da 1ª ou o da 2ª parte deste jogo.