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domingo, julho 28, 2019

Nova vitória

Vencemos a Fiorentina por 2-1 na madrugada de 4ª para 5ª feira, conseguindo mais uma vitória na International Champions Cup. Depois de duas participações em que não conseguimos nenhum triunfo, esta época já são dois seguidos.

O Bruno Lage repetiu grande parte dos titulares do jogo anterior, com a inclusão do Zlobin e Rafa. Ou seja, a ideia é mesmo entrosar a equipa para a Supertaça. E voltámos a começar bem com o golo do Seferovic logo aos 9’, depois de um bom centro do Raúl de Tomás, bem desmarcado pelo Rafa. A Fiorentina empatou aos 29’ pelo jogador que mais dores de cabeça deu aos nossos centrais: Vlahovic. Logo no início da 2ª parte, os italianos tiveram um falhanço incrível com a baliza completamente escancarada, depois de atirarem uma bola ao poste (o Svilar poderia ter fechado melhor o lado por onde a bola passou), mas a partir de metade do segundo tempo fomos nós a ter primazia no jogo. Quando já se estava à espera dos penalties (aos 93’), uma jogada de combinação pela direita desmarcou o Chiquinho que centrou para a área, onde apareceu o Caio Lucas a fuzilar de pé direito e a dar-nos a vitória.

Foi um teste positivo perante o adversário mais complicado até ao momento, que deu para tirar algumas ilações: a dupla atacante (Seferovic e Raúl de Tomás) está a relevar combinações interessantes, o Rafa e o Pizzi ainda estão à procura do seu nível habitual, o Nuno Tavares tem-se mantido na lateral direita, porque não há opções disponíveis no momento, e tem correspondido de modo aceitável, e a dupla de meio-campo (Florentino e Gabriel) ainda não é o tampão habitual.

Veremos o que nos reserva o jogo de mais logo frente ao Milan, o último antes da Supertaça, mas por enquanto estou satisfeito com o que estamos a ver até agora.

segunda-feira, julho 22, 2019

Fortuna

Vencemos no sábado o Chivas Guadalajara por 3-0 no primeiro jogo da International Champions Cup que decorre nos EUA. Perante uma equipa que actuou com muitas reservas porque tinha a 1ª jornada do seu campeonato no dia seguinte (estes mexicanos são fortes na organização, já se vê...), fizemos uma partida razoável, embora com um resultado algo enganador, porque levámos três bolas nos ferros...

Marcámos logo no início do encontro (4’) numa boa jogada do Caio Lucas pela esquerda e concretização ‘só encostar’ do Raúl de Tomás (pois, mas é preciso lá estar e a maneira como ele iludiu o defesa para ficar sozinho foi muito boa). O resto da 1ª parte arrastou-se um bocadinho, sem grandes oportunidades. Depois do intervalo, levámos logo uma bola na barra, situação que se repetiu por volta da hora de jogo, mas com as substituições melhorámos um pouco e foi numa abertura do Jota a isolar o Rafa que aumentámos a vantagem para 2-0 aos 70’. Três minutos depois, o jogo ficou definitivamente sentenciado, com nova abertura muito boa do Taarabt a isolar o Seferovic e este também a não perdoar. Em cima dos 90’, terceira bola nos ferros num livre directo.

Todas as jogadas dos golos foram muito boas, a revelarem já algum entrosamento na equipa. Isso foi o mais positivo. O que já não gostei tanto foi de ver o Nuno Tavares a defesa-direito, porque o André Almeida e o Ebuehi ainda não estão em condições. Estamos a duas semanas da Supertaça. Seria bom que esta situação estivesse resolvida a tempo desse jogo.

domingo, julho 21, 2019

Obrigado, Salvio!



Passado pouco mais de uma semana, despedimo-nos de outro nome grande do Benfica actual. Oito anos com o manto sagrado vestido, um dos apenas cinco jogadores que foram tetracampeões, o grande Salvio despede-se de nós com palmarés invejável: cinco Campeonatos Nacionais, duas Taças de Portugal, quatro Taças da Liga e três Supertaças. Para além destes 14 troféus oficiais, esteve igualmente presente numa final europeia com a camisola do Benfica e só não jogou a outra por causa dos malditos amarelos (e que falta fez…). É o quarto estrangeiro com mais jogos pelo Benfica (266), marcou 62 golos e fez 44 assistências.

Mas mesmo com estes números e esta importância, havia muita gente que não gostava dele. Sim, por vezes abusava um pouco das iniciativas individuais, mas nunca deixou de lutar em campo e tinha o grande mérito de não se esconder do jogo. Fosse contra quem fosse. Faz parte da nossa história de pleno direito e foi um prazer vê-lo com o manto sagrado. Vou ter bastantes saudades das suas arrancadas pelo flanco direito. Muito obrigado, Salvio, volta sempre que esta é a tua casa!

P.S. – Eu sei que a sua saída surgiu pouco antes da partida para a digressão nos EUA, mas aqui está outro jogador que merecia ter uma despedida à Rui Costa ou à Jonas. E não teve. Um post de despedida nas redes sociais é manifestamente pouco para um jogador desta importância. Espero que a Luz o possa aplaudir como merece numa próxima visita dele. (Tal como - ainda - espero em relação ao Cardozo…)

quinta-feira, julho 18, 2019

Goleada em Coimbra

Vencemos a Académica no passado sábado por 8-0 no nosso segundo jogo de preparação. Nos primeiros 15’ foi a Briosa a tomar conta do jogo, mas a nossa eficácia permitiu-nos fazer dois golos em dois minutos (23’ e 25’), através do Rafa e do Raul de Tomás (que se estreou a marcar com o manto sagrado), e a partida ficou definitivamente desequilibrada. O Raul de Tomás bisou em cima do intervalo e na 2ª parte, com uma equipa praticamente nova, marcámos mais cinco golos (Conti, que também bisou, Pizzi, Seferovic e o também estreante a marcar Taarabt).

A Académica ofereceu uns quantos golos, porque tentou sempre sair a jogar desde trás. Mas o que mais gostei de ver, dando obviamente a esta fase da época a importância (relativa) que tem, foi a atitude do Benfica durante grande parte do jogo, mesmo com o resultado a avolumar-se: pressionávamos sempre a saída de jogo deles e praticamente não os deixávamos respirar. Isto é revelar respeito por nós, pelo adversário e pelo futebol. E não a atitude sobranceira dos passes para o lado e dos olés, quando o resultado fica muito desnivelado.

sexta-feira, julho 12, 2019

Recomeço

Perdemos na 4ª feira por 1-2 com o Anderlecht no primeiro jogo de pré-temporada. O mais importante era sem dúvida a despedida do Jonas (o 10 saiu ao minuto 10 do dia 10: perfeito!), mas perante uma equipa que vai começar o campeonato daqui a duas semanas, tendo nós só 10 dias de treino, o que se viu não dá para tirar grandes ilações. Jogaram todos os jogadores disponíveis, o que naturalmente também ajudou a quebrar o ritmo e os internacionais só entraram em campo na 2ª parte (e nem jogaram até ao fim).

Na 1ª parte, gostei do Gabriel e do Salvio a defesa-direito, e o Raúl de Tomás mostrou alguns pormenores interessantes (não pára quieto e ia fazendo um golo de meio-campo, o que teria sido uma estreia inolvidável). Mas fomos a perder 0-2 para o intervalo. Na 2ª parte, o Nuno Tavares a defesa-esquerdo deu nas vistas (e ainda bem, porque o Grimaldo precisa de um substituto em condições) e foi dele a assistência para o nosso golo, marcado pelo Chiquinho, que já antes tinha falhado uma dupla oportunidade. Muita miudagem teve a oportunidade de se estrear com o manto sagrado, mas nem todos vão obviamente ficar no plantel principal. E outros menos miúdos mostraram que ainda não regressaram bem das férias. 

Amanhã iremos a Coimbra defrontar a Académica e veremos como a equipa reagirá...

P.S. - Alguém me consegue explicar como é que, depois deste roubo monumental, deixamos que este sr. Fábio Veríssimo venha arbitrar o nosso jogo de apresentação...?

quinta-feira, julho 11, 2019

Obrigado, Jonas!

 

O jogo de apresentação frente ao Anderlecht passou inevitavelmente para segundo plano, quando uma lenda decide terminar a carreira com o manto sagrado vestido. Claro que o clube está, e estará, sempre acima de qualquer pessoa, mas dado que o clube não existe sem pessoas, quando estas se destacam e contribuem para o seu engrandecimento, nada é mais justo do que prestar-lhes essa homenagem. Em público, no estádio, perante os adeptos, para que estes tenham a oportunidade de se despedirem convenientemente de quem lhes deu inúmeras alegrias. E de quem esteve tempo suficiente dentro do clube para gravar indelevelmente o seu nome na história desse mesmo clube. (Sim, ainda me custa imenso que isto não se tenha passado com o Luisão e Nuno Gomes, por exemplo!)

Tal como o Rui Costa, o Jonas teve uma despedida à sua altura. Tal como o Rui Costa, o Jonas vestiu a mítica camisola 10 (agora, lembrem-se de a dar a um Djuricic qualquer...!). Tal como o Rui Costa, o Jonas esteve cinco anos no Benfica. Mas foram seguidos. E, felizmente, bem mais titulados: quatro Campeonatos Nacionais, uma Taça de Portugal, duas Taças da Liga e duas Supertaças. Duas vezes melhor marcador do campeonato (e não foram três, porque logo na época de estreia lhe foi vergonhosamente roubado um golo no último jogo por inexistente fora-de-jogo), fez 137 golos em 183 jogos (incrível média de 0,75 golos/jogo), o segundo estrangeiro mais goleador só atrás de Cardeuz (para citar o meu amigo João Gonçalves) com 171, dos quais 110 no campeonato. Para além dos números, um perfume inconfundível sempre que a bola tinha a felicidade de encontrar os seus pés, colocando-o indiscutivelmente na galeria dos melhores jogadores de sempre do nosso clube. Até porque o inédito tetra tem a sua marca em três desses títulos. E são os títulos que tornam as lendas imortais.

Foram cinco anos maravilhosos pelos quais te estarei eternamente grato, grande Jonas! Foi um privilégio inigualável ver ao vivo praticamente todos os teus jogos na Luz (a excepção é o Manchester United há dois anos). Porque quando alguém nos oferece Arte (sim, com ‘A’ maiúsculo), manda a decência nós agradecermos. Por tudo isto, muito obrigado, Jonas! Estarás para sempre (bem acompanhados por uns quantos) num degrau abaixo da águia.

domingo, julho 07, 2019

O milagre de Lage

Estava prometido desde o jogo com o Santa Clara, mas excesso de trabalho e consequente falta de tempo fizeram com que este post só pudesse surgir agora. Sim, já é um assunto do passado, mas uma promessa cumpre-se sempre e de qualquer maneira fica para memória futura.

O 37 foi um dos campeonatos mais épicos que conquistámos. Eu só tenho pena de não ter apostado 50€ em como seríamos campeões no dia 2 de Janeiro à noite. Neste momento, estaria certamente a escrever-vos das Seychelles. Quando nessa fatídica noite em Portimão, ficámos a sete pontos do primeiro lugar, a duas jornadas do final da 1ª volta, não havia uma santa alminha que pudesse vaticinar o que viria a suceder. E, verdade seja dita, era preciso ser louco para o fazer. Não só precisávamos de duas derrotas e um empate do 1º classificado, como iríamos visitar o terreno das equipas que acabaram por ficar nos sete primeiros lugares da época que findou (Mordor, WC, Braga, Guimarães, Moreirense e Rio Ave). Era impossível, obviamente! E no entanto…!

Bem pode muita gente vir dizer que teve grande influência nesta conquista (presidente incluído), que a verdade é só uma: o grande responsável foi exclusivamente Bruno Lage. Ponto final! Por uma razão muito simples: todos os outros já lá estavam desde o início da época e não só os resultados eram insatisfatórios, como a qualidade do nosso futebol foi bastante sofrível (para não dizer miserável) durante a maior parte do tempo. Foi só a vinda de Bruno Lage (e da sua equipa técnica) que permitiu potenciar enormemente todas as qualidades do plantel que estavam adormecidas e ainda ir buscar mais-valias à equipa B (Ferro e Florentino acima de tudo). Só assim foi possível, com todas aquelas saídas complicadíssimas, uma inacreditável série de 18 vitórias em 19 jogos (sendo o empate com o Belenenses SAD em casa consentido da maneira que foi). As vitórias no WC e em Mordor, e especialmente o modo categórico como foram conseguidas, ficarão para sempre na memória de todos nós, bem como a 2ª parte em Braga depois de estarmos a perder ao intervalo. Já em Guimarães, tivemos a sorte do jogo com o golo a surgir perto do fim, numa partida muito equilibrada. Mas o jogo de que eu me vou lembrar melhor no futuro é o 10-0 ao Nacional. Porque ele simboliza o que eu quero sempre do Benfica: a buscar constante do golo até o árbitro apitar para o final. O nunca abrandar e tentar sempre mais, independentemente do resultado. Ao contrário de muita estupidez que se disse e escreveu na altura, isso é que é respeitar o jogo, o adversário e o futebol.

Houve vários jogadores que se destacaram durante a época: o Pizzi com 13 golos e incríveis 18 assistências, o Rafa que finalmente atinou com a baliza e ficou em 3º lugar nos melhores marcadores com 17 golos, o Seferovic que foi o melhor marcador com 23 golos, o Rúben Dias que foi um esteio na defesa, o Samaris e o Gabriel como dupla de meio-campo que permitiu que jogássemos muito subidos, e o João Félix que entrou para titular com o Bruno Lage, originado a mudança do sistema para 4-4-2, e fez 20 golos (em todas as competições), 15 no campeonato, na sua época de estreia. Aliás, merece óbvio destaque os 103 golos marcados para o campeonato, que igualaram a nossa melhor marca conseguida em 1963/64, e o facto de termos tido cinco jogadores nos 11 melhores marcadores do campeonato (faltou referir o Jonas com 11 golos). Na baliza, melhorámos imenso com o Vlachodimos (também ficaria sempre a ganhar por comparação), apesar de este ter que melhorar (e muito) as saídas. As entradas do Ferro e do Florentino permitiram suprimir com bastante qualidade as lesões do Jardel e Gabriel em alturas cruciais da temporada.

A nova época já arrancou e estou muito curioso para ver como nos iremos apresentar. As expectativas são naturalmente altas, porque se em apenas quatro meses o Bruno Lage conseguiu melhorar o que conseguiu, eu faço ideia numa temporada inteira… Para já, perdemos o João Félix para o Atlético de Madrid, mas 120 M€ eram absolutamente irrecusáveis. Pontos para o Luís Filipe Vieira que disse que só vendia as pérolas do Seixal pela cláusula de rescisão e assim foi. No entanto, com a sua saída e a previsível reforma do Jonas, temos uma questão sobre o segundo avançado para resolver. Mas estou certo que o Bruno Lage saberá como fazê-lo. Porque já todos vimos que milagres é com ele.