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sábado, dezembro 31, 2016

Enfadonho

Vencemos na passada 5ª feira o Paços de Ferreira por 1-0 na fase de grupos da Taça da Liga, mas, como no dia seguinte o V. Guimarães foi marcar o 2-1 em Vizela aos 92’(!), estamos em igualdade pontual com eles, mas atrás na diferença de golos.

Basta só lembrarmo-nos deste primeiro jogo a seguir à pausa natalícia nas últimas épocas para vermos que é sempre a mesma coisa: fazemos indiscutivelmente uma das piores exibições do ano. No entanto, nunca deixámos de ganhar! E isso faz toda a diferença. Toda! Em relação à partida com o Rio Ave, o Rui Vitória colocou o Jardel em vez do Lindelof (será que está em trânsito para Manchester?) e o Celis no lugar do castigado Pizzi. Na frente, voltou o Jiménez em vez do Mitroglou e o mexicano foi dos menos maus na 1ª parte. Até entrámos bem no jogo, com remates do Cervi, cabeçada do Luisão e do Celis, este proporcionando ao guarda-redes uma boa defesa do Mário Felgueiras (foi a primeira coisa de jeito que fez com a nossa camisola…). Ainda antes do quarto-de-hora, o Jiménez isolou o Rafa, mas este como de costume, quando tem só o guarda-redes pela frente, não o conseguiu desfeitear. A partida entrou numa fase mais monótona também devido às lesões dos jogadores do Paços (que ficaram milagrosamente curadas depois do nosso golo…). Quando eu já pensava que íamos para o intervalo a zeros, eis que surge o único golo do encontro: excelente abertura do Rafa a isolar o André Almeida na esquerda, o guarda-redes sai ao seu encontro, o Almeida assiste o Gonçalo Guedes, cujo remate é intercepcionado por um defesa quase sobre a linha e sobra para o Cervi, que na recarga fuzila para dentro da baliza. O argentino, logo na sua primeira época na Europa, já marcou em todas as cinco competições!

À semelhança da primeira, também entrámos bem na 2ª parte. O Jardel quase ia conseguindo antecipar-se de cabeça ao guarda-redes, o Gonçalo Guedes proporcionou outra boa defesa ao Mário Felgueiras e o Jiménez teve um bom lance individual que só pecou pelo remate ligeiramente ao lado. Isto tudo novamente nos primeiros 15’. A partir daí, e apesar da entrada do Jonas, a nossa exibição foi perdendo fulgor e ainda tivemos que levar com mais uma lesão muscular, desta feita do Jiménez, que foi substituído pelo Mitroglou. Vamos lá a ver se o mexicano não fica muito tempo no estaleiro. O Paços de Ferreira só criou relativo perigo perto do fim num remate fora da área que o Ederson agarrou muito bem. No entanto, já se sabe que jogos com a vantagem mínima são sempre muito arriscados de gerir e eu só consegui descansar com o apito final.

Em termos individuais, destaque para o Cervi pelo golo e para o Jiménez, especialmente na 1ª parte. Saúda-se igualmente o regresso para uns minutos do André Horta. Todos os outros não saíram muito da mediania.

Era bom que chegássemos a Guimarães na última jornada com dois resultados a nosso favor, mas para isso temos de ganhar ao Vizela (e preferencialmente com uns quantos golos). Não gosto nada de jogos seguidos com o mesmo adversário e vamos à Cidade Berço com três dias de intervalo. Felizmente que o primeiro jogo é para o campeonato, mas eu também gostava muito de manter a tradição e ir longe na Taça da Liga.

domingo, dezembro 25, 2016

Feliz Natal

Os meus sinceros desejos que todos os que têm a pachorra de passar por aqui tenham um Natal Glorioso!

quinta-feira, dezembro 22, 2016

Calmo

Vencemos com relativa tranquilidade o Rio Ave por 2-0 e vamos fechar o ano de 2016 na liderança do campeonato com quatro pontos de vantagem para o CRAC no 2º lugar. Aliás, este ano na Luz foi excepcional em termos nacionais, porque em 18 jogos só perdemos com o CRAC e empatámos contra o V. Setúbal. Ou seja, tivemos 88,9% de vitórias.

Estava com algum receio deste jogo, porque o Rio Ave tinha igualado a melhor série da sua história com quatro vitórias seguidas e nós já estivemos a jogar melhor do que actualmente. Para além disso, era um encontro a meio da semana antes das férias do Natal e a cabeça dos jogadores já poderia estar noutras festas. No entanto, entrámos bem na partida e, depois de um remate em arco à entrada da área do Mitroglou que passou rente ao poste, há um penalty claro sobre o Gonçalo Guedes aos 8’ (atropelamento e fuga) que o Sr. Rui Gomes Costa não assinalou (aliás, esta peça já é bem nossa conhecida desde há muito tempo... Acrescentem-lhe o “Gomes” no meio, sff, não poluam o nome!). Continuávamos a tentar e o Pizzi proporcionou uma boa defesa ao Cássio antes de o Mitroglou abrir a contagem aos 14’: centro do Cervi na direita, o grego tentou o calcanhar, mas um defesa cortou para a entrada da área, onde o Pizzi rematou de pé esquerdo muito enrolado e acabou por involuntariamente colocar o nº 11 só com o guarda-redes pela frente (a defesa ficou a dormir). O Mitroglou só teve de escolher o lado da baliza para onde atirar. Um golo relativamente cedo era óptimo e pensei que tentássemos rapidamente o segundo para nos tranquilizarmos de vez. No entanto, acabámos por deixar adormecer o jogo e só uma tentativa de chapéu do Luisão praticamente desde o meio-campo (seria o golo do século e o jogo poderia acabar logo ali!) e uma grande jogada do Mitroglou, a fintar vários adversários à Messi mas a rematar fraco, abanaram um pouco as coisas. Verdade seja dita que o Rio Ave não conseguiu criar perigo nenhum. Quando pensei que as coisas iriam assim para o intervalo, aos 42’ o Pizzi resolveu inventar o segundo golo: faz uma simulação à entrada da área que tira um adversário do caminho, tabela com o Rafa, isola-se e pica a bola por cima do Cássio. Que golão!

A atacar para a baliza grande na 2ª parte, estava à espera que a equipa se galvanizasse mais, mas o jogo foi ainda mais morno. Nós controlávamos a partida sem dar grandes hipótese ao Rio Ave de criar perigo, todavia também não impúnhamos a velocidade necessária para provocar desequilíbrios. No entanto, há que dizer que houve pelo menos um fora-de-jogo muito mal assinalado ao Mitroglou que ficaria isolado. O lance de maior perigo do segundo tempo foi um remate do Rúben Ribeiro muito bem defendido pelo Ederson para canto. Nem a entrada do Jonas conseguiu agitar as coisas e um dos destaques negativos foi o amarelo por protestos ao Pizzi (inacreditável como se leva uma amarelo por isto, quando se está tapado, num jogo sem cartões!) que o tiraria da difícil partida em Guimarães se não tivesse provocado o segundo e respectiva expulsão já em tempo de desconto.

O destaque do jogo terá de ir para o Pizzi, porque marcou um golo e assistiu (involuntariamente) noutro. Gostei igualmente do Mitroglou e não só pelo golo: pareceu muito mais comprometido com o jogo, mais activo e lutador (o bem que faz uns joguitos no banco...!). O André Almeida também sobressaiu, o  que diz muito sobre a exibição geral da equipa. Uma palavra final para o Ederson, que manteve a nossa baliza a zeros com uma excelente defesa.

Podemos ir comer o bacalhau e o peru tranquilos e recuperar energias para a segunda parte da época, que promete ser muito trabalhosa. Como diz, e bem, o nosso treinador, somos a única equipa portuguesa em todas as competições. Quando voltarmos, haverá dois jogos da Taça da Liga para digerir as festas e eventualmente dar minutos aos menos utilizados, mas atenção que eu quero ir ao Algarve no final de Janeiro...!

segunda-feira, dezembro 19, 2016

Complicadíssimo

Vencemos o Estoril na Amoreira por 1-0 e mantivemos a distância de quatro pontos para o CRAC, tendo agora a lagartada a oito de distância devido à magnífica vitória do Braga (que passou para 3º lugar a seis) no WC. A partida no Estoril foi das mais difíceis que tivemos este ano e, se a nossa vitória é justa, também devemos à sorte (e aselhice adversária) não termos empatado.

Com o Salvio lesionado, jogámos com Rafa e Cervi nas alas. Mas foi o Gonçalo Guedes a ter a primeira grande oportunidade do jogo, com um remate na atmosfera quando estava em óptima posição depois de um centro do Jiménez. O Luisão, na sequência de um canto, teve outro falhanço incrível quando cabeceou à vontade muito por cima. E o Jiménez obrigou o Moreira a uma grande defesa num pontapé fora da área. No entanto, o maior calafrio da 1ª parte surgiu na nossa baliza, com um cabeceamento ao poste depois de um livre, embora o jogador estivesse em fora-de-jogo (que não foi assinalado).

Ou melhorávamos muito na 2ª parte, ou as coisas tornar-se-iam muito negras. O que é certo é que depois do intervalo aumentámos o ritmo do jogo, embora não tivéssemos oportunidades flagrantes. Até que aos 60’, uma boa jogada do Cervi é cortada pelo braço de um defesa na sequência de um carrinho. O Jiménez, com toda aquela calma que me exaspera bastante(!), bateu para o lado esquerdo da baliza, com o Moreia a mal se mexer (estava à espera da bola para o meio, certamente). Estávamos a conseguir controlar o Estoril, até com outra chance de golo sem que o Guedes tenha conseguido chegar à bola, quando aos 68’ o Rui Vitória resolveu seguir aquela regra muito particular que diz que o primeiro a sair é sempre o Cervi! Entrou o Mitroglou para o seu lugar, quando o Guedes tinha levado uma pantufada e o próprio Rafa já estava a perder gás (além de que o argentino é muito mais generoso a defender do que aqueles dois). Consequência: perdemos completamente o controlo do meio-campo e o Estoril começou a criar bastante perigo! Valeu-nos, como já vem sendo habitual, São Ederson com três defesas fundamentais. Só 10’ depois, com o muito aguardado regresso do Jonas, é que a equipa voltou a estabilizar. O brasileiro é indiscutivelmente um jogador de eleição e, na dezena de minutos que esteve em campo, viu-se bem a diferença. Foram dele duas excelente ocasiões para marcar, com duas cabeçadas muito perigosas na sequência de dois cantos (uma a rasar o poste, a outra bem defendida pelo Moreira). Até final, uma recarga do Pizzi foi parar às mãos do Moreira e, já no período de descontos, o coração de todos nós parou quando num canto há um desvio ao primeiro poste e um jogador do Estoril completamente solto no segundo cabeceou ao lado com a baliza à sua mercê. Falhanço inacreditável!

Em termos individuais, destaco novamente o Ederson por ter sido o garante da nossa vitória. O Jiménez, como autor do golo da vitória, também merece uma palavra, assim como o Jonas por ter lançado um pouco de perfume sobre o nosso futebol em tão pouco tempo. A velocidade do Rafa causa sempre embaraços a qualquer defesa, mas tem que decidir melhor os lances. Voltei a gostar do Cervi e viu-se bem o que a equipa perdeu quando ele saiu. Ao invés, nota menos positiva para o Luisão (que, com duas escorregadelas a fazer lembrar o Marítimo, ia permitindo golos ao adversário), Gonçalo Guedes (muito batalhador como sempre, mas um pouco inconsequente) e Pizzi (muitas bolas perdidas a meio-campo e complicativo em demasia, especialmente na parte final do encontro).

Esteve longe de ser uma exibição memorável, mas conseguimos o mais importante. O regresso do Jonas faz-nos ter esperança que a qualidade do nosso futebol aumente, mas desde que continuemos a ganhar eu não me vou queixar nunca.

quinta-feira, dezembro 15, 2016

Superioridade

Vencemos o Real Massamá por 3-0 na sua casa emprestada de Belém e qualificámo-nos para os quartos-de-final da Taça de Portugal. Perante um adversário do terceiro escalão do futebol português, mas que está na frente do seu campeonato, fizemos uma 1ª parte para esquecer, mas melhorámos bastante na 2ª.

Em relação à lagartada, o Rui Vitória só manteve o Ederson (até porque o Júlio César está lesionado) e o André Almeida. Ou seja, havia outros nove jogadores que tinham uma óptima oportunidade para se afirmarem como opção. Mas tal não pareceu especialmente durante a 1ª parte. Esperava que tivessem aprendido alguma coisa com o susto com o 1º de Dezembro, mas os primeiros 45’ foram uma cópia ipsis verbis. Já se sabe que, quando o Carrillo está em campo, é como se estivéssemos com 10, mas o Danilo também fez um primeiro tempo de fugir. Só um remate do Zivkovic e uma cabeçada do Mitroglou é que criaram perigo, ao passo que o Real Massamá também teve um remate desviado pelo Lisandro que ia na direcção da baliza.

Na 2ª parte, o Rui Vitória achou por bem voltar a jogar com 11 e entrou o Gonçalo Guedes. A mudança foi da noite para o dia. Claro que, marcar logo aos 47’, ajudou a tranquilizar a equipa: canto do Zivkovic e cabeçada do Mitroglou ao primeiro poste. Depois do golo não abrandámos e tivemos algumas oportunidades para fazer o segundo, nomeadamente num remate do Guedes muito por cima quando estava em boa posição e noutro do Cervi, quando só tinha o guarda-redes pela frente. O Real Massamá teve um livre perigoso, mas o Ederson fez uma boa defesa. Até que aos 81’, fizemos finalmente o golo que dissipou todas as dúvidas, num penalty indiscutível sobre o Guedes muito bem concretizado pelo Mitroglou. Entretanto, já tinha entrado o Pizzi e entrou a seguir ao golo o Jiménez, que ainda foi a tempo de fazer o 0-3 aos 86’ num remate forte depois de tirar um defesa da frente.

Em termos individuais, destaque óbvio para o Gonçalo Guedes pelo que mexeu no jogo da nossa equipa. Bem sei que, entrando para o lugar do Carrillo, basta-lhe correr para ser imediatamente melhor, mas para além disso teve participação activa nos golos. O Cervi foi outro que se destacou enquanto esteve em campo e dos poucos que, na 1ª parte, tentou combater a marasmo geral. Regresso que se saúda é o do Jardel. O Zivkovic subiu imenso na 2ª parte, mas ainda não está de todo ao nível do Markovic quando chegou à Luz. O Danilo foi péssimo na 1ª parte e passou mais despercebido na 2ª. Quanto ao Carrillo, vamos entrar em período de Natal, espero sinceramente que não volte do Peru depois das férias. O problema não é tanto a nulidade que é, mas sim a falta de vontade que demonstra!

Já disse aqui várias vezes que adoro ir ao Jamor e, portanto, é com satisfação redobrada que assisto às nossas vitórias na Taça. Veremos o que nos reserva o sorteio dos quartos-de-final.

P.S. – Na passada 2ª feira, aconteceu o sorteio dos oitavos-de-final da Champions: eu preferia o Leicester, mas acabou por nos calhar o Dortmund, com a 1ª mão na Luz a 14 de Fevereiro e a 2ª na Alemanha a 8 de Março, uma data muito especial para mim. Por isso e porque aquele estádio é mítico para quem gosta de futebol, se tudo correr bem, lá estarei a apoiar o Glorioso.

segunda-feira, dezembro 12, 2016

Importantíssimo

Vencemos a lagartada por 2-1 e voltámos a aumentar a vantagem sobre eles para cinco pontos, mantendo o CRAC os quatro de distância. Depois de duas derrotas seguidas, era fundamental dar uma boa resposta e principalmente não deixar que se visse o mesmo filme da época passada ao contrário: uma equipa com sete pontos de vantagem que os vai perdendo e é ultrapassada quando recebe o 2º classificado. Era isto que mais me importava neste jogo, porque estava plenamente convencido que, se isso acontecesse, o momentum passava todo para o lado deles. Mas voltando a estar a cinco pontos e ainda por cima fora da Europa (grande Legia!), a pressão aumenta muito para aqueles lados (então se o V. Setúbal fizer uma gracinha na 4ª feira…!).

O Rui Vitória apostou no Rafa em vez do Cervi e devo dizer que me pareceu um grande disparate: o Cervi estava a ser dos nossos melhores jogadores, ajudava imenso o André Almeida a defender e, ainda para mais, o Gelson iria atacar por aquele lado. Temi o pior, mas felizmente nada disso se confirmou, com o Rafa a ser dos melhores em campo (mas, para mim, não o man of the match). A lagartada entrou muito pressionante e a não nos deixar jogar. Aparentemente o descalabro da Polónia (onde perderam com uma equipa que não ganhava um jogo na Champions há 21 anos! Há coisas que só eles conseguem e, por isso, há que ter a hombridade de lhes agradecer por tornarem a nossa vida bem mais divertida!) não se fazia sentir em campo e, durante os minutos iniciais, eles conseguiram ligar mais o jogo do que nós. Num contra-ataque perigoso nosso, vi uma coisa que nunca tinha visto num campo de futebol: o árbitro interromper essa jogada de perigo, porque estavam cartolinas amachucadas dentro de campo! Pontos para o sr. Jorge Sousa pela inovação… Que roubo inacreditável! A lagartada ia incomodando, teve um ou outro remate que o Ederson parou, mas fomos nós a abrir o marcador aos 24’: contra-ataque conduzido pelo Gonçalo Guedes, passe para o Rafa na esquerda e centro deste de trivela para o Salvio fazer um grande golo do lado contrário! Foi o delírio na Luz! Até ao intervalo, a grande oportunidade foi nossa, com o Jiménez a ficar isolado num ressalto, mas a permitir que o Rui Patrício tocasse na bola com a mão quando a tentou levantar.

A 2ª parte começou frenética, com o Gonçalo Guedes quase a chegar à bola num mau atraso e do outro lado uma bola ao poste do Bas Dost, depois de um centro em esforço do Campbell que entrou para o lugar do Bruno César (que, para mim, até nem estava a jogar mal) ao intervalo. No entanto, na jogada seguinte, o Jiménez redimiu-se do falhanço e fez o 2-0 aos 47’ numa cabeçada em voo depois de um centro do Nélson Semedo. Grande golo! Aos 55’, o Salvio, que tinha ficado tocado no ombro na 1ª parte, não aguentou mais e entrou o Danilo. Achei outro tremendo disparate, mas aqui tive razão: com o Samaris no banco, não se compreende que o Rui Vitória coloque num jogo destes, com 35’ (mais descontos) para jogar, alguém que só fez 90’ esta temporada (e já foi há dois meses!). Perdemos (ainda mais) o meio-campo e a lagartada começou a criar ocasiões em catadupa. Aí sobressaiu (e de que maneira) o Ederson: defendeu remates do William e Bas Dost. No entanto, já não pode fazer nada aos 69’, quando o Campbell meteu o turbo na esquerda e centrou para o Bas Dost só ter que encostar. Com o tempo que ainda faltava até final, confesso que achei que não iríamos conseguir segurar a vantagem, porque estávamos completamente encostados às cordas. Pouco antes do golo da lagartada, tinha entrado o Cervi para o lugar do Guedes e finalmente voltávamos a ter bola na frente. O Rafa rematou mal de primeira uma bola centrada pelo argentino na esquerda e pouco depois fez uma grande jogada, mas falhou na assistência ao mesmo Cervi com um passe com muita força, quando o Rui Patrício já não estava na baliza. Foi pena…! A dez minutos do fim, o Jesus fez-nos um grande favor ao tirar o Bas Dost para pôr o André. Deixaram de conseguir ganhar lances de cabeça na nossa área, o que nos facilitou imenso a vida. Como se disse numa pergunta ao Rui Vitória na conferência de imprensa, acabámos por defender melhor o 2-1 do que o 2-0. Mantivemos a lagartada longe da nossa área até final e alcançámos um triunfo preciosíssimo.

O melhor em campo foi o Ederson, essencial naquela fase a seguir ao 2-0, com várias defesas que foram mantendo a vantagem. Se não fosse o Ederson, votaria no Jiménez, porque, para além do golo, fartou-se de batalhar e esteve muito bem nas tabelinhas com os colegas (algo que não costuma ser habitual nele). O André Almeida, que teve que enfrentar o melhor jogador deles, manteve-se muito concentrado, ganhou e perdeu lances, mas, volto a dizer, é dos jogadores mais úteis do nosso plantel. Os centrais melhoraram imenso em relação aos jogos anteriores, mas o Nélson Semedo passou um mau bocado depois do intervalo, com o Campbell muito activo. O Rafa teve pormenores de grande classe, contabilizou uma assistência, mas precisa de melhorar (e muito) o capítulo do remate à baliza. O Salvio marcou um golão e esteve melhor do que em partidas anteriores, já o Pizzi não está a atravessar a melhor fase da época. O Guedes também trabalhou e lutou muito, assim como o Fejsa que teve que enfrentar o meio-campo deles muitas vezes sozinho. O Cervi entrou muito bem e cada vez me convence mais.

Por todas as razões, era uma partida transcendental e estivemos muito bem, tendo em conta todas as condicionantes. Estamos longe de estar a actuar na máxima força, mas vemos os rivais a quatro e a cinco pontos. Com a recuperação progressiva dos lesionados, as coisas só podem ter tendência a melhorar. Não estamos a fazer exibições deslumbrantes (com tanta gente importante de fora, convenhamos que também seria difícil), mas para esse peditório da nota artística eu já dei! Volto a repetir: já perdemos mais do que um campeonato nos últimos anos em que fomos de longe a melhor equipa. Jogando bem ou mal, eu quero é o tetra!

P.S. – A lagartada já está a vir com a ladainha do costume em relação a dois pretensos penalties ambos na 1ª parte: no primeiro, o Pizzi nem sequer está a olhar para a bola, que é cabeceada muito à queima pelo Lindelof para o seu braço; no segundo, o Nélson Semedo está com o braço inclinado para trás e nem sequer o mexe quando a bola lhe toca. Tenham juízo!

quarta-feira, dezembro 07, 2016

Segundo

Perdemos em casa com o Nápoles por 1-2, mas como o Besiktas foi goleado em Kiev (0-6) conseguimo-nos qualificar para os oitavos-de-final na Champions pela primeira vez em duas épocas consecutivas. E, pronto, este foi o único aspecto positivo do jogo de hoje. Não é de somenos, evidentemente, mas duas derrotas seguidas é algo que já não estávamos habituados há muito tempo e um mau prenúncio para o próximo domingo.

Em relação à Madeira, entrou o Jiménez em vez do Mitroglou. Já se sabe que o Nápoles tem uma boa equipa, especialmente do meio-campo para a frente, mas a 1ª parte acabou por ser muito repartida. Houve oportunidades para ambos os lados, embora nós tivéssemos um grande problema em acertar na baliza, o que só aconteceu por uma vez numa cavalgada do Jiménez, que rematou rasteiro para defesa do Reina. Na nossa área e por mais do que uma vez, foi o Ederson a resolver problemas e a conseguir levar-nos empatados até ao intervalo.

A 2ª parte foi totalmente dos italianos. Tendo o jogo na Ucrânia ido para o descanso com 4-0 a favor dos ucranianos e já com um turco expulso, a probabilidade de acontecer o mesmo que nos aconteceu na Turquia era, convenhamos, ínfima. Deu a nítida sensação de que os jogadores do Benfica sabiam isso e, portanto, não era preciso arriscar correr e batalhar muito… Os italianos abriram então o marcador aos 60’ pelo Callejón aproveitando um enorme buraco na zona central da nossa defesa com o Luisão e o Lindelof a ficar muito mal no lance (especialmente o sueco). Com bastante tempo ainda para jogar, nós nunca mais nos reencontrámos e a bola raramente chegava lá à frente. Um livre directo do Pizzi passou perto do poste, mas foi o Nápoles a fazer o 0-2 aos 79’: o Mertens partiu os rins ao Luisão e viu o seu remate ainda embater no poste antes de entrar. Verdade seja dita que Rui Vitória já tinha começado a fazer poupanças para domingo, caso contrário não teria colocado a abécula Carrillo em vez do Cervi. A três minutos dos 90’ e numa altura em que, puxados pelo topo sul, todo o estádio começou a cantar pelo Benfica, fizemos o 1-2 pelo Jiménez depois de aproveitar um erro inacreditável do Albiol. Até final, exasperei-me porque não conseguimos colocar a bola na área para aproveitar qualquer ressalto.

Em termos individuais, destaque para o Jiménez não só pelo golo, como também por nunca ter virado a cara à luta e se ter farto de ganhar lances divididos. Também voltei a gostar do Cervi e, mais uma vez, quando ele saiu nós apagámo-nos. Pela negativa, há que dizer que os centrais se perderam nalgumas partes do jogo e o Pizzi passou completamente ao lado dele. Por sua vez, espero que o Carrillo aproveite este Natal para passar mais tempo com a família e até escusa de regressar da América do Sul. Que nulidade!

O mais importante foi conseguido, mas esta exibição não pode deixar de nos preocupar, até porque vêm aí jogos decisivos no campeonato. E vamos receber a lagartada na pior fase da época.

domingo, dezembro 04, 2016

Afogamento

Perdemos na 6ª feira nos Barreiros com o Marítimo por 1-2 e, com as vitórias da lagartada em casa frente ao V. Setúbal (2-0) e do CRAC em Mordor perante o Braga (1-0 aos 95’!), ficámos agora com dois e quatro pontos de vantagem respectivamente. As derrotas nunca vêm em boa altura, mas a primeira da época em provas nacionais na véspera do derby ainda é pior. Ainda por cima, uma derrota que aconteceu por exclusiva culpa nossa, com erros defensivos de principiante e inabitual ineficácia atacante.

Com o Eliseu e o Grimaldo lesionados, o Rui Vitória apostou previsivelmente no André Almeida para a lateral-esquerda e voltou a dar a titularidade do Mitroglou em detrimento do Jiménez. Por norma, eu não gosto nada de jogar contra a mesma equipa em pouco tempo. Porque se correu bem da primeira vez, tendo sempre a pensar que eles estão melhor preparados para nos defrontar na segunda. As idas a Moreira de Cónegos na época passada foram uma excepção, mas estava com bastante receio deste jogo frente ao Marítimo. Infelizmente, não foi infundado. Começámos pessimamente e sofremos logo um golo a frio, aos 5’ pelo arménio Ghazaryan num lance em que, para além de o Luisão ter escorregado na pior altura, se a bola não tem ressaltado no Nélson Semedo, iria ligeiramente para fora. Sentimos muito o golo e o Marítimo só não fez o segundo à passagem dos 20’, numa perda de bola inacreditável do Pizzi a meio-campo que deixou um adversário isolado, porque o Ederson fez duas magníficas defesas (na recarga, a defesa ainda é melhor do que a mancha). Depois de um remate do Mitroglou que deveria ter tido melhor direcção, igualámos a partida aos 27’ num golo inadvertido do Gonçalo Guedes, porque a bola rematada pelo Nélson Semedo iria muito para fora se não tivesse ressaltado no seu pé. Logo a seguir, o Mitroglou tem um excelente movimento, em que na meia-lua recebe com o pé esquerdo e remata de primeira com o direito, mas a bola saiu muito perto do poste. Até ao intervalo, foi o Salvio com um remate em boa posição que deveria ter tido muito melhor direcção.

A 2ª parte começou praticamente com a nossa melhor oportunidade: lance do Almeida pela esquerda e centro para a cabeça do Salvio que já na pequena-área atira ao poste! (Não foi tão escandaloso como na Turquia, mas andou lá perto…) Tive um mau pressentimento logo ali, porque teria sido fundamental colocarmo-nos em vantagem cedo no reinício. O Marítimo continuava a dar pancada de meia-noite com a complacência do Sr. Vasco Santos e a partida prometia sofrimento até ao fim. Entretanto, entrou o Rafa para o lugar do apagadíssimo Salvio e teve uma excelente oportunidade de cabeça que eu ainda estou para saber como o Gottardi foi buscar. Pouco depois, aos 69’ aconteceu um balde de água fria: canto para o Marítimo, o Ederson foi estorvado por um adversário (à semelhança de um lance na 1ª parte que só não deu golo, porque a cabeçada foi ao lado; não percebo como é que nenhum jogador do Benfica chamou a atenção para o árbitro logo nessa altura!), o Lindelof salta mas não chega à bola e o André Almeida deixa o Maurício meter-se à frente dele e cabecear na pequena-área! Entretanto, o Ederson fez-se tarde à bola, porque tinha acabado de empurrar o adversário que lhe estava a fazer obstrução. Ou seja, uma série de erros incríveis na mesma jogada! Logo a seguir, só não igualámos, porque o Rafa continua a não acertar na baliza com os pés, depois de uma excelente jogada do Cervi na esquerda. Cervi que também assistiu pouco depois o Jiménez para uma cabeçada que saiu a rasar o poste, mas que tinha obrigação de ter ido lá para dentro. Incompreensivelmente o Rui Vitória achou que para os últimos oito minutos era melhor tirar o argentino para colocar a nulidade Carrillo! Há coisas que definitivamente não percebo…! O Marítimo lá começou a ver amarelos por causa das sucessivas faltas e fez dos antijogos mais nojentos que me lembro de ter visto. Houve seis minutos de compensação (deveria ter havido mais), mas curiosamente (ou talvez não…) não conseguimos criar grandes situações desde a saída do Cervi.

Em termos individuais, talvez o Cervi seja mesmo o grande destaque. Raramente faz os 90’, mas é algo que o Rui Vitória tem que rever, já que também na Turquia foi a sua saída que deu início à nossa inoperância atacante e consequente descalabro posterior. Eu até estava a gostar do André Almeida, mas a forma infantil como foi batido no segundo golo deitou tudo por terra. O Ederson tem que resolver de outra forma os bloqueios de que é alvo nas bolas paradas e que não lhe permitem chegar a tempo à bola. O resto da equipa esteve longe do nível habitual.

Este resultado não estava nada nas previsões e reduzimos a nossa margem de manobra a zero. Temos dois jogos importantíssimos na Luz nesta semana que poderão decidir muito do que vai ser esta época. Não só pelos resultados, mas principalmente pelo acréscimo (ou decréscimo) de motivação que lhes está inerente. Se a qualificação para os oitavos na Champions, será um tónico muito importante para domingo, há que não esquecer que no ano passado também uma equipa teve sete pontos de vantagem e perdeu a liderança em casa quando defrontou o segundo classificado. E nenhum de nós quer ver essa situação repetida ao contrário este ano.

segunda-feira, novembro 28, 2016

Velocidade de cruzeiro

Vencemos o Moreirense por 3-0 e aumentámos a distância para sete pontos em relação ao CRAC (empate a zero no Restelo), mantendo os cinco para a lagartada (vitória no Bessa por 1-0). Esteve longe de ser uma exibição deslumbrante, o Moreirense raramente passou de meio-campo e só por uma vez obrigou o Ederson a defender, mas continuamos nesta onda de, jogando melhor ou pior, ganharmos sempre com relativa tranquilidade os jogos em casa.

Em relação a Istambul, o Rui Vitória deu a titularidade ao Jiménez em vez do Mitroglou. No entanto, aos 16’ tivemos que fazer a primeira substituição, porque o Eliseu se lesionou, entrando o André Almeida para a lateral-esquerda. Basta ver os jogos do fim-de-semana seguinte da maioria das equipas que participam na Champions para ver que raramente são fáceis e nunca há grandes exibições. Ainda para mais, com uma equipa que defendia com 11 jogadores no último terço do terreno, a coisa torna-se ainda mais complicada. Rodámos muito a bola entre os nossos jogadores, mas ocasiões só tivemos uma num centro do Salvio que o Jiménez correspondeu com um remate de primeira, que saiu por cima (foi pena, porque seria um golão). No entanto, aos 32’ lá começámos a desatar o nó, com o 1-0 pelo Pizzi: jogada do Cervi na esquerda, passe para o meio, o André Almeida deixa passar a bola (não percebi se de propósito ou não) e o Pizzi à entrada da área engana o guarda-redes e atira-lhe a bola para o lado contrário. Parecia um penalty. Suspirei de alívio, porque seria muito mau para a nossa estabilidade (e também para o nosso aspecto físico) se chegássemos ao intervalo sem estar em vantagem. O Moreirense abusava das entradas duras e finalmente, na parte final da 1ª parte, o sr. Luís Godinho lá começou a mostrar cartões.

Na 2ª parte, o jogo manteve-se igual: o Moreirense fechava-se lá atrás certamente na esperança de chegar perto do fim só com um golo de desvantagem para então poder tentar qualquer coisa no ataque. Por isso mesmo, era essencial marcar o segundo golo para acabar de vez com as dúvidas. O Pizzi e o Cervi na mesma jogada tiveram hipótese de o fazer, mas o remate do primeiro foi interceptado por um defesa e o do segundo viu o Makaridze (georgiano de 1,93m, bom guarda-redes) fazer a mancha. Aos 58’, fizemos então o 2-0 numa boa abertura do Salvio (a única coisa de jeito que fez no jogo todo) para o Pizzi, que rematou cruzado de pé esquerdo para fazer o bis. A partir daqui, o Rui Vitória começou a gerir a equipa, fazendo entrar o Carrillo para o lugar do apagado Salvio e mesmo o Moreirense deu o jogo por perdido ao tirar o lagarto Podence (bom jogador, mas armou-se em vedeta e saiu chateado), que estava a ser o melhor deles. O Makaridze lá ia adiando o terceiro golo, por duas vezes frente ao Cervi, mas aos 88’ nada pode fazer: o Pizzi isolou o Rafa (entretanto entrado para o lugar do Gonçalo Guedes), que passou o guarda-redes ainda fora da área, mas depois rematou fraco para a baliza, um defesa cortou e o Jiménez na recarga lá molhou o bico. Saio sempre mais satisfeito da Luz com golos a nosso favor no final dos jogos.

Em termos individuais, o Pizzi foi o homem do jogo, porque esteve nos três golos. Também o Cervi continua a dar nas vistas tanto a atacar como a ajudar o lateral. O Jiménez é muito esforçado, mas tem o grave defeito de sair muito da área, o que faz com que muitas vezes não tenhamos lá ninguém para corresponder ao jogo pelas alas. O lugar é claramente do Mitroglou e a equipa sente-se muito mais à vontade com aquela referência no ataque. A acusar o desgaste europeu, o Nélson Semedo, Gonçalo Guedes e Salvio estiveram bastantes furos abaixo do habitual. Quanto ao André Almeida, temos aqui um potencial jogador vitalício: não há palavras para descrever a utilidade de quem faz quatro(!) lugares no campo, cumpre sempre que é chamado, tem consciência das suas limitações (e portanto raramente inventa) e nunca faz grandes ondas por não ser titular indiscutível. Grande André!

Fizemos a nossa obrigação, sem grandes stresses, mesmo que sem o brilhantismo que já vimos esta época. Teremos agora a ida aos Barreiros que antecederá dois dos jogos mais importantes da época: as recepções ao Nápoles e à lagartada (para a qual, a menos de duas semanas, inacreditavelmente ainda não há data nem hora!!!). Até pelo que virá depois, será importantíssima uma vitória na Madeira.

P.S. - A jogar perante o penúltimo classificado, num domingo às 18h, estiveram 55.970 espectadores na Luz! Em cinco jogos para o campeonato, sem ainda termos recebido nenhum dos outros dois rivais, temos uma assistência média de 55.174 pessoas. Impressionante!

quinta-feira, novembro 24, 2016

Inglório

Empatámos 3-3 em Istambul com o Besiktas e adiámos para a última jornada a questão da qualificação para os oitavos. Se, à partida, um empate fora perante um adversário directo não seria de desdenhar, o facto de ter acontecido depois de chegarmos ao intervalo a ganhar por 3-0 deixa um inevitável sabor muito amargo. Ainda para mais, porque uma vitória nossa selaria a qualificação e assim teremos de ganhar em casa ao Nápoles na última jornada, para não estarmos dependentes de um favor do Dínamo Kiev.

O jogo começou muito vivo, logo com um golo anulado ao Aboubakar por fora-de-jogo na recarga a um mau alívio do Lindelof (que jogo para esquecer!) que o Ederson defendeu. Pouco depois, foi o Eliseu a rematar de fora da área com a bola ainda a embater no poste. Aos 10’, inaugurámos o marcador com um grande golo do Guedes, isolado pelo Salvio, a aguentar a carga do defesa e a contornar o guarda-redes. Os turcos acusaram muito o golo e nunca se encontraram na 1ª parte. Fizemos o 0-2 aos 25’ num golão do Nélson Semedo com um remate de fora da área com o pé esquerdo! As coisas não poderiam estar a correr melhor e ainda se superaram com o 0-3 aos 31’ num dos lances mais inacreditáveis que eu já vi num campo de futebol: na sequência de um livre, o Mitroglou cabeceia à barra, no ressalto volta a cabecear à trave(!), a bola fica à mercê do Salvio que, com um defesa sobre a linha mas a baliza escancarada, também atira ao poste(!!), para finalmente o Fejsa fuzilar lá para dentro com um remate de pé esquerdo. Até ao intervalo, o Aboubakar teve uma oportunidade na área, mas o remate foi interceptado e o Salvio cabeceou por cima quando estava em boa posição.

Porque inacreditavelmente há pessoas que não sabem que, quando o Benfica joga, o mundo pára, compromissos parentais impediram-me de ver a 1ª parte em directo (revi-a no final do jogo). Por isso mesmo, quando o Mitroglou falhou isolado o 0-4 aos 54’ depois de uma abertura fabulosa do Salvio, que já tinha proporcionado uma boa defesa ao guarda-redes minutos antes, tive um mau pressentimento (ok, tenho-os sempre mesmo que estejamos a ganhar por 3-0 a 10’ do fim). No entanto, não conseguindo dar a machadada final no resultado e estando a jogar no terreno do campeão turco, as coisas poderiam inevitavelmente complicar-se com um golo madrugador deles. E assim foi: reduziram para 1-3 aos 58’ através do Tosun num remate acrobático, mas pareceu-me em ligeiro fora-de-jogo. Apesar deste golo, conseguimos adormecer o jogo, mas não me pareceu nada bem que o Rui Vitória tirasse o Cervi (que estava a ser dos melhores, dando inclusive muita ajuda defensiva ao Eliseu) para colocar o Rafa logo aos 64’. Ainda faltava muito tempo, o Salvio estava a ajudar menos o lateral do que o Cervi e dar rodagem ao Rafa a golear contra o Marítimo é uma coisa, em jogos da Champions e tão longe do final é outra. Curiosamente ou talvez não, não conseguimos mais produzir ataques com perigo a partir dessa altura. A 10’ do fim, entrou o Samaris para segurar o meio-campo, mas o que é certo é que os turcos não faziam aquela pressão que era expectável. Até que aos 83’, o cérebro do Lindelof parou e ele cortou uma bola com o braço em plena grande-área! O penalty do Quaresma ainda bateu no poste, mas entrou na baliza. Como o Ederson já tinha estado por duas vezes lesionado, era expectável que o árbitro desse mais tempo de compensação, e por isso ainda faltavam uma boa dezena de minutos para o final. E, infelizmente, não conseguimos mesmo manter a vantagem: aos 89’, centro do Quaresma na esquerda, o Lindelof falhou a intercepção e o Aboubakar antecipou-se ao Eliseu para fazer a igualdade. O apuramento imediato escapava-se-nos perante os dedos de um modo muito doloroso.

Na prática, jogámos 55’ e durante esse período grande parte da equipa merece destaque: o Gonçalo Guedes, por ter insistido no lance em que fez golo, o Nélson Semedo por um golão que vai correr mundo, o Fejsa por ser o tampão habitual no meio-campo (com a mais-valia do golo), o Cervi tanto no ataque como a ajudar na defesa e o Pizzi por comandar tudo a meio-campo. Na 2ª parte, a equipa começou a desconcentrar-se com o golo sofrido relativamente cedo, antes disso já o Mitroglou tinha obrigação de ter acabado de vez com o resultado e na parte final o Lindelof teve dois erros crassos (um bastante maior do que o outro) que nos custaram muito caro.

Esperemos que não venhamos a lamentar amargamente daqui a duas semanas a maneira como deixámos escapar uma vantagem de três golos ao intervalo. Que este jogo nos sirva de lição para não desperdiçarmos ocasiões soberanas para matar de vez os jogos. E um bocado mais de concentração a defender também não seria mau de todo. Já em Kiev, depois do 0-2, desconcentrámo-nos e permitimos que o Dínamo Kiev tivesse mais do que uma chance do golo. Valeu-nos na altura o Ederson. Agora, saímos deste jogo muito frustrados.

P.S. – O Sr. Skomina fez uma arbitragem tremendamente caseira, como é seu apanágio (recordam-se deste ladrão, não se recordam…?). É inacreditável como pactuou com entradas muito duras do Besiktas sem mostrar amarelos. A dualidade de critérios foi enorme e mesmo a justeza dos foras-de-jogo variava consoante a camisola.

segunda-feira, novembro 21, 2016

De gala

Goleámos o Marítimo no sábado por 6-0 e estamos nos oitavos-de-final da Taça de Portugal. Há casos em que o resultado coincide com a exibição e esta foi indiscutivelmente a melhor da época. O que mais saltou à vista foi a consistência que apresentámos (espelhada nos 3-0 da 1ª parte e 3-0 na 2ª), dado que jogámos os 90’ como se estivesse sempre 0-0. E isso é algo que me agrada imenso.

Claro que marcar logo aos 2’ é o melhor tónico que se pode pedir para uma partida: recuperação do Samaris perto da área adversária, a bola vai ter com o Mitroglou, que permite a defesa do Gottardi, o Salvio não desiste do ressalto, rouba a bola a um adversário e assiste o Cervi para marcar. Os primeiros minutos foram sufocantes para o Marítimo, que praticamente não saía do seu meio-campo. Tivemos oportunidades pelo Guedes (desarmado quando ia rematar), Salvio (isolado pelo Pizzi, viu o guarda-redes fazer-lhe a mancha), Eliseu (remate de longe desviado para canto) e livre directo do Pizzi (defendido para canto pelo Gottardi). Eu começava a ficar apreensivo, porque era essencial chegar ao intervalo com dois golos de vantagem e lembro-me sempre de ‘n’ jogos destes, com oportunidades falhadas e que depois nos custam caro. Mas aos 38’, lá fizemos o segundo, numa combinação entre Mitroglou, Salvio e Pizzi, com alguns ressaltos à mistura, que permitiu ao nº 21 atirar cruzado e rasteiro para o fundo da baliza. Estava tudo bem encaminhado e melhor ficou aos 43’ com o terceiro golo: grande jogada do Nélson Semedo, a não permitir que a bola saísse pela linha de fundo, a tirar magistralmente o defesa do caminho, a ter sorte de a bola ter voltado para ele depois de ter sido interceptada no primeiro centro e finalmente a assistir a cabeça do Mitroglou, que só teve que encostar para a baliza deserta.

Em vésperas de uma partida muito importante para a Champions e com a eliminatória praticamente resolvida, era expectável que a equipa baixasse o ritmo na 2ª parte. E se o Júlio César continuou a ser um espectador, resto da equipa, não! Continuámos a jogar da mesma maneira e, depois de ter rematado por cima numa boa jogada individual, o Gonçalo Guedes repetiu a dose em termos de jogada, mas desta feita assistiu o Mitroglou para o 4-0 aos 53’. Até para mim, a eliminatória ficou fechada! Entretanto, entrou o Jiménez para a poupança do Mitroglou e foi o mexicano a marcar o 5-0 aos 68’. Penalty a punir braço de um defesa que impediu que o remate do Salvio entrasse, expulsão respectiva, e o Jiménez lá marcou no seu estilo peculiar (que eu não gosto nada, porque se o guarda-redes acerta no lado defende facilmente, mas pelos vistos resulta porque nunca falhou um penalty na vida e já lá vão 16). Também deu para o Rafa regressar mais de dois meses depois da lesão e de fecharmos o marcador aos 88’ num golão do Gonçalo Guedes, com um remate de primeira de fora da área depois de um canto do Pizzi directamente para ele.

Em termos individuais, o Gonçalo Guedes destacou-se sobremaneira. Aliás, o melhor elogio que se lhe pode fazer é que, em termos objectivos, não temos sentido a falta do Jonas: a equipa continua a jogar bem e a ganhar. Também o Pizzi está bastante à vontade a manobrar a equipa a meio-campo e, com a reincidência da lesão do André Horta, o lugar será dele por um bom bocado. Menção igualmente para o Mitroglou, porque dois golos são sempre de realçar. O Salvio esteve muito activo e com participação directa nos golos. E, last but not least, o Nélson Semedo confirmou que não vai passar muito tempo na Luz. Que exibição!

Como já disse várias vezes ao longo dos anos, gosto imenso da Taça de Portugal, porque adoro ir ao Jamor no final da época. E fico sempre bastante chateado quando somos eliminados precocemente. Espero que possamos finalmente lá voltar este ano.

segunda-feira, novembro 14, 2016

Portugal - 4 - Letónia - 1

Vencemos ontem a Letónia no Algarve e continuamos três pontos atrás da Suíça na qualificação para o Mundial de 2018 na Rússia. O resultado está longe de espelhar as dificuldades que tivemos, até porque aos 67’ os letões igualaram a partida.

Na 1ª parte, fizemos uma exibição sofrível e só chegámos ao golo de penalty a castigar uma falta sobre o Nani aos 28’. O C. Ronaldo não rematou muito colocado, mas fê-lo com força e a bola passou por baixo do corpo do guarda-redes. A 2ª parte foi um pouco melhor e tivemos novo penalty aos 59’ por derrube ao André Gomes. O C. Ronaldo atirou colocado demais e a bola foi ao poste. Em 13 penalties por Portugal, falhou cinco. Em 2016, tem quatro penalties marcados e seis(!) falhados. Se calhar, é melhor começar a pensar em dar a bola a outro, não…? Oito minutos depois desta grande oportunidade para fecharmos o jogo, a Letónia empatou quando nada o fazia prever. O Quaresma, que tinha entrada um bocado antes do empate, foi decisivo para a nossa vitória, porque fez as assistências para o segundo e terceiro golo: o segundo surgiu logo aos 69’, dois minutos depois do empate, numa cabeçada do William e foi o melhor que nos aconteceu, porque nem deu para a equipa ficar nervosa, e o golo da tranquilidade aconteceu aos 85’ num pontapé de moinho do C. Ronaldo. Já na compensação, um livre para a área do Raphael Guerreiro encontrou a cabeça do Bruno Alves para o resultado final.

Num ano inesquecível para a selecção, fechámos com uma goleada que pode vir a ser útil na definição do vencedor do grupo, dado que o primeiro critério de desempate é precisamente a diferença de golos. O resultado foi bastante melhor do que a exibição, mas também foi assim que nos sagrámos campeões europeus, portanto presume-se que a receita seja para manter.

segunda-feira, novembro 07, 2016

Doce sabor

Empatámos em Mordor e mantivemos os cinco pontos de vantagem para o CRAC, que está agora em igualdade pontual com a lagartada, (3-0 em casa ao Arouca). Foi maravilhoso como tudo aconteceu, dado que empatámos aos 93’. Poderia ser sido aos 92’, mas aos 93’ também está bem! [Correcção: é o que dá confiar nos jornais... Bem me parecia na transmissão que tinha sido aos 92', mas a definição da imagem não estava muito boa. De qualquer maneira, fica aqui a correcção: foi mesmo aos 92'! O que torna tudo ainda mais perfeito!] Dói, não dói? E a dor deles não é nada comparada com a que nós tivemos, porque estamos apenas na 10ª jornada.

Por motivos profissionais, vi este jogo através da net perto de Los Angeles, com este post a ser escrito em pleno aeroporto LAX. Como já estou no aeroporto, acho que não vou ter problemas com a polícia, porque aquando do golo do Lisandro tive receio que os hóspedes do hotel ou o staff a chamasse, porque berrei como nunca! Empatar um jogo em Mordor em tempo de desconto tem um sabor bastante especial, tomando em consideração aquilo que sofremos naquele (e no outro) antro durante anos a fio.

A net não esteve sempre perfeita e houve partes em que pausava, mas deu para ver a maior parte do jogo. O primeiro tempo foi praticamente todo deles e o Ederson safou-nos porque mais do que uma vez. Como se já não bastasse o Jonas, Jardel e Rafa, ficámos sem o Grimaldo e o Fejsa depois do jogo frente aos ucranianos, e sem o Luisão ainda no decorrer da 1ª parte, tendo entrado o Lisandro. Confesso que, quando vi o capitão sair, a minha apreensão aumentou. Afinal, estávamos sem (pelo menos) cinco titulares (para não dizer seis...). Apesar de termos visto a nossa baliza passar perigo por mais do que uma vez (especialmente o remate de ressaca do André Silva), a grande oportunidade foi nossa com um cabeceamento do Lindelof ao poste num canto já em cima do intervalo.

A 2ª parte começou praticamente com o golo do CRAC aos 50’, através do Diogo Jota num lance em que o Ederson foi muito mal batido, com a bola a passar entre ele e o poste num remate do lado esquerdo. A partir daqui, o CRAC foi recuando progressivamente e nós passámos a ter o controlo do jogo. Tivemos uma boa oportunidade num remate do Samaris bem defendido pelo Casillas, com o mesmo Samaris e o André Horta a terem outros dois muito tortos. O Nuno Espírito Santo revelou o seu espírito de equipa pequena e foi trocando jogadores ofensivos por defensivos. Claro está que o CRAC deixou praticamente de criar perigo. Obrigado, Nuno! Até que chegámos ao minuto 93, o penúltimo de descontos: o Herrera, também entretanto entrado, tenta rematar contra um nosso jogador, mas acaba por atirar a bola para a linha de fundo. Canto do Pizzi e cabeçada do Lisandro lá para dentro! Foi o completo delírio num hotel perto de LA...! Servimos a vingança fria, como deve ser!

Em termos individuais, o Pizzi foi um gigante em campo! Não só a comandar as operações a meio-campo, como a ajudar defensivamente. O Lisandro fica inevitavelmente ligado à história do jogo, mas também em termos defensivos esteve praticamente perfeito. E marcar um golo nestas condições em Mordor garante-lhe entrada directa para uma certa eternidade benfiquista (fazendo companhia ao Mostovoi e o Sabry, por exemplo). O Eliseu realizou igualmente uma óptima exibição e raramente foi batido, assim como Nélson Semedo. Apesar de não ser o Fejsa, o Samaris dá sempre tudo em campo e cumpriu. Na frente, Salvio, Cervi, Gonçalo Guedes e Mitroglou é que estiveram uns furos abaixo do que é habitual. Foi pena o frango, porque o Ederson estava a ser essencial a manter a nossa baliza a zeros.

Foi um resultado muito importante não só para manter a distância para o segundo classificado, mas também pela maneira como foi obtido, que obviamente aumenta a nossa confiança e mina a dos outros dois. Continuamos invictos no campeonato e a vê-los no retrovisor. Que continuemos assim até final!

VIVA O BENFICA!

quarta-feira, novembro 02, 2016

Complicado

Vencemos o Dínamo Kiev por 1-0 e, com o empate do Nápoles no Besiktas, estamos igualados com os italianos no 1º lugar do grupo com 7 pontos, tendo os turcos seis pontos. Os ucranianos, com apenas um ponto, já não têm hipóteses de chegar aos oitavos da Champions.

Foi um encontro bastante mais difícil do que eu estava à espera. Nós não tivemos a dinâmica habitual e os ucranianos mostraram porque é que são mais perigosos fora do que em casa. Na 1ª parte, dominámos completamente a partida, mas sem criar grandes oportunidades de golo. Uma cabeçada do Grimaldo defendida pelo guarda-redes e um desvio do Mitroglou por cima a centro do Gonçalo Guedes foram as nossas melhores ocasiões. Do lado ucraniano, foi o Derlis González a ter uma óptima oportunidade, mas o Lindelof cortou in extremis. Quando já todos pensávamos que íamos para o intervalo empatados, num livre lateral a nosso favor, o Vida quis levar o Luisão para casa e o árbitro naturalmente assinalou o respectivo penalty. O Salvio voltou a ser o escolhido para marcar e atirou rasteiro para o meio da baliza, ligeiramente para o lado esquerdo (lado oposto ao habitual), enganado o guarda-redes. Tenho que dizer que não sou nada fã da maneira como o Salvio marca os penalties: é invariavelmente para o meio da baliza e, se o guarda-redes acerta no lado ou nem se mexe, defende facilmente. So far, so good, mas prefiro muito mais os penalties que são desviados do guarda-redes mesmo que este acerte no lado, porque esses têm mais de 50% de possibilidade de serem golo.

Esperava eu que na 2ª parte jogássemos melhor, com os espaços que inevitavelmente os ucranianos abririam. Só que não. Tivemos duas enormes ocasiões, num tiraço do Guedes à barra (a sua potência de remate está a tornar-se um caso sério) e através do Mitroglou que picou bem a bola sobre o guarda-redes quando este saiu, mas esta passou ao lado. Aliás, o grego teve um jogo muito infeliz, porque já tinha tido outras duas hipóteses de marcar logo no início da 2ª parte, mas numa delas rematou por cima e noutra, num lance de um-para-um, rematou frouxo. A pior notícia da noite foi uma entrada dura sobre o Fejsa que obrigou à sua substituição pelo Samaris. Vamos lá a ver se recupera para domingo... Tanta oportunidade falhada poder-nos-ia ter saído muito cara com o disparate do Ederson aos 68’: saída aos pés de um avançado, este muda de direcção para a linha lateral, mas o nosso guarda-redes esticou os braços na mesma e derrubou-o. Sem que nada o fizesse prever, os ucranianos tinham uma hipótese soberana, todavia o Ederson corrigiu o erro e defendeu o penalty. Até final, ainda passámos por alguns calafrios especialmente nas bolas paradas, mas lá conseguimos manter a importantíssima vantagem. Em termos ofensivos, a equipa começou a ressentir-se fisicamente e não esteve tão solta como é habitual.

Não é muito fácil destacar alguém num jogo como estes. O Pizzi foi o maestro a meio-campo e todo o nosso jogo ofensivo passou por ele. Teve uma percentagem de passes certos muito alta e, ou muito me engano, ou vai ser difícil tirá-lo daquela posição agora. Até porque os argentinos nos extremos estão bem: o Salvio, apesar de uma exibição mais fraca do que as anteriores, teve uma das suas arrancadas habituais e marcou o penalty, enquanto o Cervi sobe a olhos vistos, com grande comprometimento defensivo e confiança na forma como enfrenta os adversários. O Guedes não esteve tão em destaque como na passada 6ª feira, mas continua absolutamente indiscutível no onze. A defesa revelou-se segura na maior parte do tempo e o Ederson corrigiu bem o enorme disparate que fez.

É absolutamente fundamental não perder na Turquia daqui a três semanas. Já garantimos os serviços mínimos (a Liga Europa), mas claro que queremos mais. Uma boa campanha na Champions não só valoriza o nosso prestígio internacional, como também nos dá uma enorme confiança para o grande objectivo da época: o tetra.

domingo, outubro 30, 2016

Perfeito

Foi um fim-de-semana inesquecível! Na sexta-feira, ganhámos ao Paços Ferreira por 3-0 e vimos a lagartada ir empatar a zero na Choupana. Ontem foi a vez de acontecer história, porque o CRAC empatou também a zero em Setúbal, algo que já não acontecia há quase duas décadas! Ou seja, a uma semana de irmos a Mordor, temos agora cinco e sete pontos de vantagem respectivamente. Que sonho!

A partida frente ao Paços começou muito disputada, com eles a não se cingirem a defender. Tivemos inúmeras oportunidades para marcar, mas só o conseguimos aos 26’ pelo Gonçalo Guedes, numa bomba já dentro da área sob o lado direito. Até ao intervalo deveríamos ter resolvido o jogo, já que tivemos mais que oportunidades para tal. Quanto ao adversário, teve a única oportunidade de golo já perto do descanso numa saída do Ederson que não aliviou a bola tanto quanto deveria, mas felizmente a recarga saiu por cima.

Com somente um golo de vantagem e na véspera da Champions, tive medo que a equipa fosse deixando arrastar o jogo à espera do apito final. Não foi isso que aconteceu, mas voltámos a ver o Paços entrar bem na partida e criar perigo num remate do Pedrinho a rasar o poste. O Gonçalo Guedes respondeu com uma boa jogada em que o remate saiu ao lado, mas aos 64’ marcámos mesmo: centro do Eliseu na esquerda, o Mitroglou deixou passar a bola e o Salvio rematou na passada. Podíamos finalmente respirar um pouco melhor e até deu para entrar o Carrillo (que poderia ter marcado, não fosse o defesa cortar quase sobre a linha). Aos 87’, na enésima boa combinação entre Pizzi e Salvio, desta feita com o Jiménez, foi o português a atirar sob as pernas do guarda-redes e a fazer o resultado final.

Em termos individuais, destaque para ao Gonçalo Guedes. Está numa superforma e neste momento é titular indiscutível. Também muito bem está o Nélson Semedo, cujo pulmão atacante parece não acabar. O Pizzi teve um jogo ao seu nível, a falhar alguns passes e a não tomar, de vez em quando, as melhores decisões, mas depois lá marca um golito ou faz uma assistência. Voltámos a manter a baliza intacta, o que é muito importante para a manutenção da confiança de Luisão & Cia. O Cervi continua bastante lutador e numa fase bem positiva.

Sinceramente, no meu tempo de vida, não me lembro de ir a Mordor com esta margem de segurança. Mas estamos só na 9ª jornada e há que manter a calma. Esta exibição não foi tão conseguida como a de Belém, mas a solidez defensiva não permitiu ao Paços ter grandes hipóteses de marcar. E relembro que continuamos com jogadores fundamentais de fora. Nos últimos 30 jogos para o campeonato, temos 28 vitórias, um empate e uma derrota. Impressionante!

segunda-feira, outubro 24, 2016

Categórico

Vencemos em Belém por 2-0, mantivemos a distância de três pontos para o CRAC e aumentámos para cinco pontos em relação à lagartada, que empatou em casa com o Tondela (1-1) com um golo aos 96 minutos. Fizemos a melhor exibição da temporada e o resultado é bastante escasso para as oportunidades de que usufruímos.

Com mais uma alegria que o grande Petit nos deu na véspera (é definitivamente o maior!), estava com grande expectativa para ver como a equipa reagiria não só a isso como também ao jogo europeu em Kiev. E o que é certo é que a resposta não poderia ter sido mais concludente. O Mitroglou teve uma óptima oportunidade logo a abrir, mas não demorou muito a colocar-nos em vantagem: canto muito bem marcado pelo Pizzi aos 10’ e cabeçada fulgurante do grego a fuzilar o guarda-redes. A 1ª parte foi um festival de bom futebol da nossa parte e golos falhados. Numa das melhores jogadas da partida, entre Mitroglou, Pizzi e Salvio, o argentino rematou à figura. Até ao intervalo, o Cervi viu um remate seu que ia para a baliza ser desviado por um defesa, o Mitroglou atirou ao poste com a bola a percorrer a linha de golo e a sair pela linha de fundo do outro lado (o guarda-redes desviou-a ligeiramente, impedindo o golo, mas o árbitro não viu e marcou pontapé de baliza), e o mesmo Mitroglou tentou servir o Gonçalo Guedes num lance em que deveria ter rematado cruzado. Quanto ao Belenenses, só uma cabeçada do Yebda obrigou o Ederson a uma boa defesa.

Saí para o intervalo bastante chateado por o jogo ainda não estar decidido, porque nas ressacas dos encontros europeus as nossas segundas partes costumam ser mais fracas e menos intensas, além de que, com a chuva a aparecer em força a espaços, o campo poderia ficar impraticável aumentando o nível de aleatoriedade. O Belenenses entrou e durante dez minutos jogou no nosso meio-campo, mas sem criar verdadeiras oportunidades de golo com excepção de um livre na meia-lua, que foi (felizmente) três pontos para o País de Gales. Logo a seguir, uma arrancada do Salvio que permitiu nova defesa ao Joel Pereira voltou a colocar-nos no controlo do jogo. Poderíamos (e deveríamos) ter feito o segundo pelo Mitroglou noutra grande jogada colectiva, após um centro rasteiro do Grimaldo, em que o grego só com o guarda-redes pela frente remata contra ele, quando tinha a baliza completamente escancarada (pareceu o falhanço frente ao CRAC na Luz na época passada, quando atirou ao lado com o Casillas batido). No entanto, aos 65’ marcámos mesmo pelo Grimaldo com um remate cruzado rasteiro do lado esquerdo, depois de uma abertura magnífica do Gonçalo Guedes. A partida estava bem encaminhada, mas pouco depois o Ederson largou uma bola fácil e o Belenenses só não marcou, porque o muro Fejsa ofereceu o corpo à bola bloqueando o remate. Até final, ainda tivemos mais uma bola à trave pelo Cervi e um remate do Jiménez, entretanto entrado para o lugar do Mitroglou, que foi desviado por um defesa para canto.

Em termos individuais, há vários destaques a fazer: Nélson Semedo, que terá feito provavelmente a melhor exibição desde que voltou de lesão; Grimaldo, pelo golo e por ter conduzido imensos ataques pela esquerda; e Salvio, por estar aparentemente de regresso aos bons velhos tempos. O Gonçalo Guedes é já uma certeza e não vai ser fácil sair da equipa, porque tem uma aceleração como poucos e fisicamente está muito mais poderoso, o que lhe permite aguentar muito bem o choque com os defesas. O Cervi atravessa igualmente uma fase de grande confiança e é uma grande ajuda também a defender. O Fejsa é absolutamente intransponível e termos de volta o Luisão dos bons velhos tempos é priceless!

Fizemos um jogo brilhante e conseguimos a 16ª vitória consecutiva fora de casa, batendo o recorde de mais de 40 anos do Jimmy Hagan. O que é mais de realçar quando continuamos a ter uma série de jogadores importantes indisponíveis (Jonas, Jardel, Rafa, André Horta e Samaris), aos quais espero que não se junte o Grimaldo que saiu tocado desta partida. A equipa parece muito focada neste objectivo histórico que é atingir o tetracampeonato. Esperemos que possa manter esta regularidade até final.

quinta-feira, outubro 20, 2016

Supremacia

Vencemos o Dínamo em Kiev por 2-0 e colocámo-nos de novo na luta não só pelo apuramento, como inclusive pelo primeiro lugar no grupo, já que o Besiktas foi surpreendentemente ganhar a Nápoles.

Foi uma exibição categórica em que demonstrámos muita maturidade e a justiça do nosso triunfo é incontestável, porque o Dínamo praticamente só criou perigo quando já estava a perder por 0-2. Com o André Horta lesionado, o Pizzi voltou a actuar no meio e o Rui Vitória, ao contrário de Nápoles, resolveu entrar com 11 jogadores e o Carrillo ficou no banco com o Cervi a saltar para a titularidade. Entrámos bem e marcámos logo aos nove minutos num penalty indiscutível do Antunes sobre o Gonçalo Guedes que o Salvio concretizou enganando o guarda-redes. Na 1ªparte, os ucranianos praticamente não criaram perigo e, nas situações de remate que tiveram, este saía invariavelmente por cima. Quanto a nós, também só tivemos mais uma ocasião, pelo Salvio, com um remate fraco e à figura depois de uma boa combinação com o Nélson Semedo.

A 2ª parte foi mais movimentada e nós aumentámos a vantagem logo aos 55’: o Salvio ganha um ressalto na direita, centra atrasado para o Cervi que remata com a bola a embater no Mitroglou, sobra de novo para o argentino que finta um defesa e atira para o lado contrário do guarda-redes. Bom golo do Cervi e grande mérito ao nunca desistir da jogada. A partir daqui, o Dínamo aumentou a pressão e nós possivelmente teremos relaxado um bocado. O que nos valeu foi que na baliza estava o intransponível Ederson que por umas quantas vezes impediu que sofrêssemos um golo (uma das quais com o Yarmolenko isolado perante ele). Só teve uma falha numa saída dos postes, mas o mesmo Yarmolenko não estava à espera e a bola bateu-lhe no corpo e saiu para fora. Da nossa parte, tivemos remates do Salvio (à figura do guarda-redes) e Gonçalo Guedes (muito por cima) que nos poderiam ter dado uma tranquilidade ainda maior.

Pelo golo que marcou, pelo que lutou e pela qualidade individual em duas ou três fintas fantásticas, o destaque maior tem que ir para o Cervi. Parece começar a ficar mais adaptado ao futebol europeu e, se seguir as pisadas dos dois últimos extremos-esquerdos argentinos que tivemos, ficaremos muito bem servidos. Gostei mais uma vez do Gonçalo Guedes, cujo nome está ligado à nossa vitória pelo penalty que sofreu depois de uma boa jogada individual. O Fejsa voltou a ser o muro do costume e o Ederson também foi fundamental para a manutenção da nossa baliza a zeros. O Salvio só começou a jogar a partir dos 60’, mas acabou por ter uma exibição positiva no global. Continuo muito contente por ver o Luisão a voltar os bons velhos tempos. Quanto ao Nélson Semedo, continua com as mesma virtudes a atacar e alguns defeitos a defender (a forma como foi batido já perto do final num canto, em que o avançado só não marcou de cabeça por aselhice, foi ridícula).

A cerca de oito minutos do final e certamente para estimular as relações bilaterais entre Portugal e a Ucrânia, o Rui Vitória resolveu ser generoso para com o Dínamo de Kiev e colocou o Celis em campo para equilibrar as coisas e dar mais emoção ao jogo. No entanto, desta feita o colombiano não esteve ao seu nível habitual e não ofereceu nenhum golo ao adversário. Na última substituição e também porque não convém abusar, o Rui Vitória colocou (e bem) e Eliseu em vez de dar mais uma benesse ao adversário fazendo entrar o Carrillo.

O triunfo do Besiktas em Nápoles é que não estava no programa e, mais do que o empate, eu até preferia a vitória dos italianos. Desta forma, continuam eles na frente com seis pontos, os turcos com cinco, nós com quatro e os ucranianos com um. Convém não esquecer que estes mesmos ucranianos nos deram uma grande alegria em Mordor na época passada, pelo que daqui a duas semanas teremos de estar muito concentrados para ganhar o jogo na Luz. Da forma com a classificação está, essa vitória é fundamental.

segunda-feira, outubro 17, 2016

À rasca

Vencemos o 1º de Dezembro no Estoril por 2-1 e qualificámo-nos para a 4ª eliminatória da Taça de Portugal. Perante uma equipa do terceiro escalão do futebol português (agora denominado Campeonato de Portugal), tivemos dificuldades acima do esperado e só conseguimos o golo da vitória no sexto e último minuto de compensação.

Já se sabe que os jogos depois das selecções são sempre complicados e, perante adversários de divisões inferiores, há a tendência para os desvalorizar. O Rui Vitória apostou numa equipa de segundas linhas e pode dizer-se que o chumbo foi quase colectivo. A 1ª parte teve duas velocidades da nossa parte: devagarinho e parado. O 1º Dezembro, expectavelmente, fechou-se na defesa e nós não conseguimos imprimir o ritmo necessário para os desposicionar. Só uma cabeçada do José Gomes, perto do intervalo, deu a sensação de golo.

Na 2ª parte, voltámos a jogar com 11, porque saiu a nulidade exasperante Carrillo e entrou o Gonçalo Guedes. O aumento do ritmo deu frutos logo aos 50’, num bom lance do Danilo, que simulou perante um adversário, tirou-o do caminho e meteu a bola por baixo das pernas do guarda-redes. Estávamos a controlar mais ou menos o jogo, quando o Celis resolveu oferecer um penalty ao adversário, ao atrasar mal a bola ao Ederson e fazendo com que este fizesse penalty. Como agora acabou a lei da tripla penalização (penalty, expulsão e suspensão), desde que tente jogar a bola, um jogador não é expulso mesmo que derrube um adversário que está em vias de fazer golo. Só me lembrei disto a posteriori, pelo que durante o jogo pensei que o sr. Hélder Malheiro (má arbitragem, muito permissivo com as entradas duras do 1º Dezembro) tinha errado ao não expulsar o nosso guarda-redes. O Martim Águas (filho do grande Rui e neto de enorme José) fez a igualdade aos 62’. Até final, pressionámos mais, o Pizzi já tinha entrado antes do golo e ainda entrou o Mitroglou, mas teve que ser o grande Luisão a marcar possivelmente um dos golos mais tardios da nossa história, aos 96’ (confesso que não percebi o porquê de tanto tempo de desconto), com um óptimo cabeceamento num canto do Pizzi. Respirávamos todos de alívio, porque seria muito mau termos que disputar um prolongamento nestas circunstâncias.

O Luisão foi, claro, o grande destaque da equipa. Estou muito contente por esta subida de forma do capitão, pela sua reentrada em pleno no onze titular e espero que isto se mantenha ao longo da época. O Danilo marcou um bom golo, mas está naturalmente sem ritmo. O José Gomes batalhou muito na frente, mas sozinho durante grande parte do jogo era difícil. O Cervi e o Zivkovic poderiam ter aproveitado melhor a oportunidade, mas nada que se compare aos dois do costume: o Carrillo continua sem interiorizar que tem um processo de higienização a fazer e nem 10% faz; o Celis, eu juro que até estava a gostar minimamente dele (e há testemunhas disso), mas depois resolve voltar ao seu estado natural de oferecer golos aos adversários (é a terceira vez!). Ou muito me engano, ou são dois jogadores que escusam de regressar depois do Natal.

Foi um jogo que não vai deixar saudades. Salvou-se o resultado e pouco mais. Na próxima eliminatória, seria bom que jogássemos melhor, porque eu gosto muito de ir ao Jamor em Maio.

terça-feira, outubro 11, 2016

6-0

Na jornada dupla de qualificação para o Mundial de 2018, goleámos na 6ª feira Andorra e ontem as Ilhas Faroé por este resultado. Tivemos o mérito de marcar cedo em ambos os jogos, o que os tornou fáceis, e depois mantivemos a concentração para marcar mais golos que podem ser muito importantes na qualificação, porque o primeiro critério de desempate passou a ser a diferença de golos e não o confronto directo entre as equipas.

Dois nomes sobressaíram nestes dois jogos: Cristiano Ronaldo e André Silva. Em Aveiro, na passada 6ª feira, o jogador do Real Madrid fez quatro golos e ontem o jovem avançado fez um hat-trick. No total dos dois encontros, fizeram cinco e quatro golos, respectivamente. Frente a Andorra, aos 4’ já estávamos a ganhar por 2-0 e, para além do C. Ronaldo e André Silva, o João Cancelo também marcou. Ontem, marcámos o primeiro aos 12’ e o segundo aos 22’, tendo os restantes golos sido marcados pelo João Moutinho e novamente pelo João Cancelo. Aliás, o nosso defesa-direito tem o excelente registo de três golos em três jogos pela selecção.

A menos boa notícia foi a Suíça ter ido ganhar à Hungria na 6ª feira (com o golo da vitória a ser marcado no último minuto), o que a mantém líder isolada do nosso grupo. Receberemos os suíços no último jogo do grupo, mas serão as partidas frente à Hungria a decidir grande parte da nossa sorte.

segunda-feira, outubro 10, 2016

Empate na Vila Belmiro

Empatámos no sábado com o Santos (1-1) no jogo de despedida do Léo e que serviu igualmente para festejar o centésimo aniversário do estádio do Santos, a casa do grande Pelé.

Com a maior parte dos jogadores nas selecções, mesmo assim fizemos uma exibição bem interessante, especialmente nos primeiros 20’. Já se sabe que o interesse maior destas partidas é ver em acção aqueles que não são titulares indiscutíveis e, neste sentido, o Cervi teve bons pormenores no papel de segundo avançado, o Danilo, enquanto teve pernas, mostrou personalidade, e o Zé Gomes veio mexer com o nosso ataque na 2ª parte. Aliás, foram sobre ele os dois penalties indiscutíveis de que beneficiámos: o primeiro concretizado pelo Salvio aos 47’ e o segundo falhado pelo próprio Zé Gomes. Aos 87’, consentimos a igualdade num grande frango do Ederson, depois de uma cabeçada num livre. De negativo, salientar o toque que o André Almeida levou na 1ª parte, que o fez sair ao intervalo (esperemos que não seja nada de grave).

Foi pena que tivéssemos consentido a igualdade num jogo em que fomos claramente melhores. Tempos houve em que estas partidas eram um suplício de ver, porque o marasmo geralmente tomava conta dos nossos jogadores, mas é bom verificar que hoje em dia mantemos a atitude competitiva em alta cada vez que entramos em campo.

A festa do Léo foi bonita e gosto bastante de ver este género de homenagens a jogadores que deixam saudades por onde passam. O brasileiro foi um dos melhores defesas-esquerdos que passaram pela Luz nos últimos 10 anos e só foi pena que tenha saído de forma relativamente discreta, porque tivemos um treinador que achou que o Jorge Ribeiro era melhor do que ele…

segunda-feira, outubro 03, 2016

Goleada

Vencemos o Feirense na Luz por 4-0 e, com um sábado fantástico em que o V. Guimarães, depois de estar a perder com a lagartada por 0-3 aos 70’, conseguiu igualar a partida(!), estamos agora ainda mais isolados na frente com três pontos de vantagem sobre os rivais. O nosso resultado não espelha as dificuldades que tivemos, mas a vitória é incontestável.

Já se presumia, desde Nápoles, que o André Horta não pudesse jogar e assim passou o Pizzi para o meio, reentrando o Salvio na equipa. Regressaram também o Gonçalo Guedes e o Ederson, mas a maior novidade foi (felizmente!) a entrada do Luisão para o lugar do Lisandro. E que jogo fez o nosso capitão! O encontro não começou nada bem e o Feirense só não se colocou em vantagem logo aos 2’, porque um jogador seu conseguiu falhar isolado na pequena área o desvio a um cruzamento da esquerda. Pouco depois, foi uma boa jogada do Gonçalo Guedes que não deu golo do Mitroglou, porque a bola encontrou um defesa no seu caminho e, na recarga, o Pizzi rematou com força, mas outro defesa cortou quase sobre a linha. O Feirense não se remetia à defesa, mas verdade seja dita não criou muito perigo. Ao invés, o Salvio teve duas boas oportunidades, mas o Peçanha defendeu bem uma cabeçada e noutro lance (em que me pareceu que houve penalty sobre o Mitroglou), a bola sobra para o argentino que atirou em boa posição ao lado. Até que aos 35’, inaugurámos o marcador através de um autogolo do Luís Aurélio num corte muito defeituoso depois de um lançamento lateral do Salvio. Num lance caricato, mas chegámos finalmente à vantagem.

Na 2ª parte, o Feirense já não conseguiu exercer o mesmo tipo de pressão e, depois de um remate do Salvio ao lado, fizemos o 2-0 aos 61’ noutro lance atípico, em que um defesa tenta aliviar a bola, mas o mesmo Salvio estica-se todo e consegue cortá-la na direcção da baliza. Muita sorte, mas também muito mérito do argentino na sua acção defensiva. Pouco depois, voltávamos a jogar com 11, porque saiu a nulidade Carrillo e entrou o Cervi, e foi mesmo ele a fazer o 3-0 de cabeça(!) aos 70’ depois de um belo cruzamento do Nélson Semedo na direita. Para todas as equipas, à excepção dos lagartos, o terceiro golo significa a vitória, mas, já agora e só para variar, eu gostaria de não sofrer nenhum até final… O que esteve para acontecer não fosse uma defesa por instinto do Ederson. No último minuto de compensação, o entretanto entrado Zivkovic fez uma boa jogada e foi derrubado à entrada da área. O árbitro, sr. Luís Ferreira, estava com problemas em controlar a barreira, até que lá vai o grande Luisão meter ordem naquilo e o Grimaldo só teve que colocar brilhantemente a bola na baliza. Um golão! Ao invés de sofrer, marcar perto do fim é algo que faz com que saia do estádio contentíssimo!

Em termos individuais, há vários destaques a fazer: grande jogo do Salvio, especialmente a partir do seu golo, a fazer-nos salivar por (finalmente) um regresso à sua forma habitual; exibição também excelente do Nélson Semedo; e, last but not least, gostei imenso do regresso do capitão Luisão, que ganhou praticamente todos os lances de cabeça, comandou magnificamente a defesa e, para quem ainda tivesse dúvidas acerca da sua enorme mais-valia, basta ver o que fez no livre do quarto golo. Eu ia tendo uma apoplexia quando houve aquela história do Wolverhampton: basta nós olharmos para uma equipa mais a norte para vermos o que é que acontece quando se perde as referências no plantel. Ainda bem não se cometeu esse disparate e que o Luisão ficou! Voltei a gostar do Guedes (que, repito, não devia ter ficado do fora em Nápoles) e do Fejsa (mais isto não é novidade). Pelo contrário, o Carrillo precisa urgentemente de perceber que isto é o Benfica: jogadores como ele, que já vêm com o pecado original, têm que fazer o dobro dos outros para que nós nos esqueçamos da sua proveniência. Ora, este tipo nem 10% faz…! Ou muda rapidamente, ou, à semelhança do outro, começo a ver horários dos voos para o Peru…!

O Benfica anunciou lotação esgotada para este jogo, mas estiveram na Luz 58.637 espectadores. Era o jogo das Casas do Benfica e foi a partida com mais assistência da Liga até agora, mas mesmo assim eu não percebo onde é que estavam as restantes 5.000 pessoas… De qualquer maneira, uma assistência destas contra o Feirense é obra! Tricampeões, primeiro lugar e jogos às 16h é o que dá.

quinta-feira, setembro 29, 2016

Podia ter sido (ainda) pior

Perdemos em Nápoles por 4-2, um resultado que mascara um pouco o que se passou em campo. Fizemos uma exibição que foi uma autêntica montanha-russa, chegámos a estar goleados, mas os danos acabaram por ser minimizados no fim.

O Rui Vitória tirou o Salvio e o Gonçalo Guedes, lançando o André Almeida para o meio-campo e o Carrillo. Por princípio não acho grande piada a grandes alterações na equipa nos jogos da Champions, mas o que é certo é que depois de uma entrada em que permitimos ao Nápoles ter duas situações perto da nossa baliza, poderíamos ter feito também dois golos pelo Mitroglou, que viu um defesa cortar a bola quase sobre o risco e o Reina fazer uma boa defesa perante remates seus. No entanto, quem se adiantou no marcador foram os italianos, pelo Hamsik aos 20’, num cabeceamento na sequência de um canto, em que o Fejsa se deixou adormecer e foi antecipado pelo eslovaco. Até final da 1ª parte, os italianos fecharam-se bem e nós revelámos sempre bastante cerimónia para rematar à baliza.

Na 2ª parte, esquecemo-nos de entrar em campo: o Nápoles fez três golos em apenas sete minutos! Uma falta do Lisandro permitiu ao Mertens fez o 0-2 num livre directo em que, à semelhança do Talisca com o Ederson, me pareceu que o Júlio César poderia ter feito mais. Aos 54’, um remate desviado isolou inadvertidamente o Callejón e o Júlio César não foi tão lesto a sair da baliza como deveria e derrubou-o. O Milik fez o 0-3 no penalty. Aos 58’, uma saída em falso do nosso guarda-redes deu origem ao 0-4 pelo Mertens, em novo lance em que os italianos beneficiaram de um ressalto. Jogo para esquecer o Júlio César. Claro que nesta altura, tive medo de uma reedição de Vigo, não só no resultado, como principalmente nas repercussões para o futuro (o contexto é obviamente diferente, mas na altura de Vigo também estávamos em primeiro lugar no campeonato e depois viemos por aí abaixo na classificação). Entre o terceiro e o quarto golo, o André Horta agarrou-se à coxa e foi substituído pelo Salvio (mais um para o estaleiro…). Felizmente, os italianos baixaram o ritmo e, verdade seja dita, nós continuámos comprometidos com o jogo e conseguimos reduzir a diferença pelo entretanto entrado Gonçalo Guedes aos 70’, com o Salvio a marcar o seu primeiro golo desde a grave lesão de há dois anos aos 86’, numa brilhante abertura do André Almeida.

Com uma derrota deste calibre, não é fácil referir ninguém em termos individuais, mas a 1ª parte do Grimaldo não foi má (desapareceu na 2ª). O Gonçalo Guedes provou que não deveria ter sido sacrificado, porque é dos nossos jogadores em melhor forma. O Carrillo continua com o problema de sempre que é a falta de corrida e intensidade. O Mitroglou deveria ter aproveitado melhor as duas oportunidades ainda com 0-0. Se o Rui Vitória estava com dúvidas na baliza, com esta partida elas ficaram dissipadas de vez: neste momento, o lugar é do Ederson.

Aos 60’, a catástrofe estava à vista, mas os dois golos e, principalmente o empate (1-1) no Besiktas – Dínamo Kiev acabou por amenizar bastante os estragos. O primeiro lugar do grupo deve ser do Nápoles, mas estamos igualados com os ucranianos e a apenas um ponto dos turcos. É fundamental, pelo menos, empatar em Kiev na próxima jornada.

domingo, setembro 25, 2016

Sofrido

Vencemos ontem em Chaves (2-0) e mantivemos a liderança do campeonato, já que ambos os rivais também tinham ganho. Tal como se previa, foi um jogo muito difícil onde só através de duas bolas paradas na 2ª parte obtivemos o triunfo.

O Rui Vitória colocou o Ederson no lugar do Júlio César e foi a única alteração em relação ao Braga. Na 1ª parte, o Chaves foi muito mais agressivo do que nós e criou-nos diversos problemas. Nós tivemos um bom remate do Mitroglou defendido pelo António Filipe e um golo mal invalidado ao grego que não estava fora-de-jogo, mas os transmontanos também tiveram um golo (bem) anulado e a melhor oportunidade dos primeiros 45’, com dois remates ao poste e uma recarga de cabeça do Rafael Lopes para fora com a baliza escancarada, tudo na mesma jogada! O André Horta passou completamente ao lado do jogo e, como o Fejsa esteve abaixo do que é habitual, o nosso meio-campo era um passador e a defesa via-se muito vezes em igualdade numérica perante os avançados contrários.

A 2ª parte começou com uma grande oportunidade de cabeça do Salvio (que terá provavelmente feito o pior jogo de sempre pelo Benfica), mas depois tivemos grandes dificuldades para criar perigo. O Chaves já não contra-atacava com o mesmo ritmo (era impossível mantê-lo) e começava a saga das lesões do guarda-redes. Felizmente, à semelhança do Braga, estava lá o Dr. Mitroglou para acabar com elas! Livre do Grimaldo muito bem marcado e desvio de cabeça do grego aos 69’ para acabar de vez com as maleitas dos adversários. Pouco depois, o ex-lagarto (entretanto entrado) Vukcevic atirou às malhas laterais na única chance dos flavienses na 2ª parte e, aos 84’, acabámos com o jogo, com novo livre do Grimaldo que bateu na barreira e sobrou para a entrada da área, onde o Pizzi rematou rasteiro em arco para o 2-0. Até final, ainda deu para o António Filipe impedir que o Carrillo aumentasse o marcador, depois de uma boa abertura do Cervi, e para ver que o Celis deve ter perdido o voo para Bogotá, mas que continua a justificar-se que ele o apanhe.

Em termos individuais, gostei bastante do Gonçalo Guedes, apesar de não estar directamente envolvido em nenhum dos golos, do Grimaldo, cujos livres se estão a tornar uma séria mais-valia para nós, e da eficácia do Mitroglou (um golo, outro mal anulado e ainda um terceiro bem anulado na 2ª parte). Também o Pizzi merece uma palavra, porque apesar de muitas vezes não tomar as melhores decisões, já não é a primeira vez que se torna decisivo com golos e/ou assistências. No pólo oposto, temos os já referidos Salvio e André Horta. O Nélson Semedo também estava a fazer uma exibição muito sofrível, mas é sobre ele a falta que dá origem ao 1º golo.

A manter este nível exibicional, não vai ser fácil ganhar em Chaves. O facto de o termos conseguido com uma série de jogadores importantes ainda de fora (Jonas, Jardel, Jiménez, Samaris) só valoriza o triunfo. A exibição não vai ficar na memória, mas nesta altura, e perante todas aquelas ausências, ainda mais importante é a vitória.