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segunda-feira, dezembro 24, 2007

Feliz Natal

Neste dia especial, renovo o meu desejo habitual de um Natal GLORIOSO a todos os que merecem.

sexta-feira, dezembro 21, 2007

Sorteio Uefa

Menos mal. Vamos defrontar o Nuremberga e pode ser que nos inspiremos na gloriosa campanha europeia de 61/62, quando fomos bi-campeões europeus. Outra curiosidade é que vai haver uma reunião dos “amigos do Ricardo”: Luisão e Charisteas. Se passarmos, iremos defrontar o vencedor do AEK Atenas – Getafe, o que tomando em conta algumas equipas que estão em prova (Bayern Munique, Tottenham, Fiorentina, Werder Bremen, Everton e PSV) não se pode considerar mau de todo. Acho que temos obrigação de chegar aos quartos-de-final, mas eu também fiquei contente por nos ter calhado o Espanyol e pelo grupo da Champions do ano passado, e fomos eliminados em todos eles, pelo que todo o cuidado é pouco. Mas lá que o sorteio poderia ter sido pior, lá isso poderia. E, sonhando um pouco alto, se no ano passado comemorei o meu aniversário em Paris, pode ser que este ano seja em Madrid...

Quanto aos outros, o clube regional lá teve a sua habitual sorte em sorteios europeus e irá defrontar o Schalke 04, os lagartos também tiveram brinde com o Basileia (pode ser que o Carlitos finalmente justifique a sua contratação pelo Benfica) e ao Braga calhou-lhe a fava com o Werder Bremen. Mas o mais engraçado é ver que, se os lagartos passarem, irão defrontar o vencedor do Bolton – Atlético Madrid! Até seria capaz de ir ao WC só para matar saudades do Simão... :-)

Ligeiras melhorias

Voltámos às vitorias ao derrotar o E. Amadora por 3-0. No entanto, estivemos longe de fazer uma boa exibição, tendo a 1ª parte assemelhado-se (e de que maneira!) ao hediondo jogo do Restelo. Após o intervalo as coisas melhoraram e o golo logo aos 52’ ajudou a estabilizar a equipa. Mas é indesmentível que algo vai mal no Benfica. Aquele 1º tempo foi muito estranho.
O Camacho voltou a apostar na mesma equipa do Restelo, só o Binya entrou para o lugar do lesionado Petit. Quanto a mim, ele voltou a errar ao não colocar o Nuno Gomes ao lado do Cardozo. Caramba, estávamos a jogar em casa frente ao Estrela! No entanto, e muito sinceramente, não percebi os jogadores durante os primeiros 45’. Jogaram sempre devagar ou parados. A velocidade era um termo chinês para a maioria deles. Qual foi a ideia? Uma repetição do jogo de Belém era tudo o que nós não queríamos ver. Querem tramar o treinador? O presidente? Os adeptos? Mesmo assim, como o E. Amadora é bastante mais fraco do que o Belenenses, ainda conseguimos criar duas oportunidades, com cabeceamentos do Cardozo e C. Rodríguez. Nada justifica a 1ª parte de certos jogadores, especialmente do Maxi Pereira. Parecia que tinha aterrado de pára-quedas na equipa, tal a forma como tudo lhe saiu mal. O Katsouranis, Nélson e C. Rodríguez também estiveram irreconhecíveis. O Cardozo estava muito desacompanhado e o Rui Costa fazia o que podia, embora não estivesse a fazer um grande jogo. O Di María e o Nuno Gomes começaram a aquecer ainda antes do intervalo, o que indiciava alterações na equipa.

Estranhamente na 2ª parte ficaram o Nélson e o Rui Costa nos balneários para entrarem aqueles dois jogadores. Caiu-me o queixo ao chão! Se o Nélson estava a jogar mal, o Maxi Pereira nem se fala! Mas o que mais me espantou foi mesmo a saída do maestro. O Benfica está acima de tudo e não deve haver vacas sagradas no plantel. No entanto, só quem não tem olhos na cara é que pode achar que o Rui Costa merecia sair ao intervalo. E é isto que me preocupa no Benfica. O que é que se passa? Como é que o Rui Costa sai e o Maxi Pereira ou o Katsouranis ficam? Não foi por uma questão de merecimento, isso é certo, então porque foi? Eu tenho o Camacho por um treinador justo, mas ele não o foi neste jogo. Porquê? Tenho medo que se passe alguma coisa menos boa dentro do plantel. Melhorámos a produção, não porque o Rui Costa saiu, mas devido ao facto de toda a equipa se entregar mais à luta e começar a ganhar mais bolas ao adversário. O golo cedo ajudou e o E. Amadora nunca criou verdadeiro perigo. Não deslumbrávamos, mas controlámos perfeitamente a partida. Com dois avançados na frente, criámos bastantes mais desequilíbrios (ó Camacho, por favor, percebe lá isto!) e as oportunidades foram surgindo, nomeadamente pelo Cardozo, Katsouranis e Nuno Gomes. Até que aos 70’, o David Luiz sofreu uma falta do tamanho do mundo dentro da área e o Cardozo converteu bem o respectivo penalty, atirando para o lado esquerdo da baliza, quando até agora tinha sempre marcado para o lado direito. A partida estava ganha, mas ainda tivemos tempo de marcar mais um, aos 90’, numa boa jogada de contra-ataque do Di María que assistiu muito bem o Nuno Gomes, e de o Cardozo falhar outro, já perto do apito final do árbitro.

Individualmente destacou-se o Di María, que foi o principal desequilibrador da 2ª parte, porque utilizou uma coisa muito simples: velocidade. O Binya esteve bem a recuperar bolas, mas mal no passe. O C. Rodríguez não parece o mesmo jogador que quando chegou, mas mesmo assim melhorou no 2º tempo. O David Luiz também não esteve mal, especialmente quando se incorporou no ataque. Outro que fez um jogo bem acima da média é o maior mistério do Benfica neste momento: Léo. Gostaria muito que me explicassem qual é a dúvida em relação à sua renovação. O homem é titular indiscutível, dá sempre tudo em campo, tem qualidade, está mais que identificado com o Benfica e com os adeptos, mostra interesse em ficar: qual é o problema? Queremos ir buscar outro Cristiano, Rojas ou Escalona, é isso?

Só uma nota final para dizer o seguinte ao Luisão: um capitão do Benfica, depois de acabar um jogo na Luz, NÃO PODE ser o primeiro a correr para os balneários. Nunca em caso de derrota e também não quando ganhamos. Qual foi a pressa? Ias apanhar o avião? TODOS os jogadores têm obrigação de saudar os adeptos no final da partida, especialmente se ganhamos, e um capitão ainda mais. Nós não atiramos as vossas camisolas de volta para o campo como outros, merecemos ser respeitados e a simbose entre a equipa e os adeptos faz-se muito nestes momentos. Ainda bem que estava alguém em campo como o Nuno Gomes, que ficou incrédulo com a deserção da maioria dos colegas, mas ainda conseguiu saudar os adeptos com o Léo (olha, que coincidência...!), Quim e Adu. Espero que tenha sido apenas um momento menos bom da tua parte, Luisão.

P.S. – Para o sorteio da Uefa amanhã, era bom que evitássemos a Fiorentina e o Tottenham. Quanto aos outros, prefiro o Spartak Moscovo (estará em pré-época na altura dos jogos), Helsingborg ou Basileia. O Nürnberg e o Panathinaikos também não são inacessíveis (até porque os gregos são treinados pelo... Peseiro!), mas presumem-se mais complicados que os anteriores.

domingo, dezembro 16, 2007

Miserável

A pior exibição da época só podia resultar numa derrota. Perdemos em Belém (0-1) e devemos ter dito de vez adeus ao título. Em duas jornadas passámos de uma possível distância de um para 10 pontos em relação ao 1º classificado. Se perder é sempre péssimo, uma prestação como a deste jogo é inqualificável. O Camacho tinha avisado durante a semana, mas parece que os jogadores não lhe deram ouvidos. De tal maneira, que o Petit e o Rui Costa se viram obrigados a pedir desculpa aos adeptos no final da partida. Quem levou com o frio que estava e com 30€ em cima (como foi o meu caso, na boa companhia do D’Arcy) merecia um pouco mais de respeito.

Sinceramente nem tenho vontade de escreve sobre o jogo. Não se aproveitou nada. Entrámos pessimamente e nunca conseguimos ser superiores ao Belenenses. A nossa lentidão de processos foi exasperante e também há alguns jogadores que demonstram uma clara quebra de forma. O mais notório é o caso do C. Rodríguez, que desde que voltou da selecção, não parece o mesmo. O Maxi Pereira também não existiu (aquele domínio falhado que lhe permitiria seguir isolado para a baliza foi patético) e o Katsouranis andou sempre perdido no meio-campo. O desgraçado do Cardozo, apesar de ter falhado um golo relativamente fácil, teve muito pouco jogo e é bom que o Camacho se convença que tem que jogar com ele e o Nuno Gomes na maioria dos jogos. As nossas melhores oportunidades (embora fossem muito poucas) deram-se com os dois em campo. O Rui Costa foi o único que fez alguma coisa de jeito na 1ª parte, mas na 2ª esteve irreconhecível. Além disso, falhou muitos passes para o que é habitual. A defesa também não esteve brilhante, sendo o Luisão muito mal batido no lance do golo, ao dar muito espaço ao avançado contrário. O Nélson melhorou na 2ª parte, mas nunca criou desequilíbrios atacantes. O David Luiz também foi dos menos maus, assim como o Léo.

Era importantíssimo conseguir duas vitórias nestes dois jogos antes das férias natalícias, não só para não perder mais pontos para o 1º, como para ganhar confiança, até porque vem aí o mercado do Janeiro e teoricamente podemos melhorar a qualidade da equipa. Mas não, fizemos um jogo displicente e pareceu que entrámos vencidos. Depois de duas vitórias que nos permitiram seguir em frente nas taças, muito sinceramente não percebi esta atitude da equipa.

P.S. – Estes tipos do Belenenses inventam sempre uma nova. No ano passado foi o inefável “e quem salta é pastel... é pastel... é pasteleeeeee”. Este ano lembraram-se de colocar nos altifalantes do estádio em altos berros durante o jogo(!) os cânticos da meia-dúzia de membros da sua claque. Ridículo!

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Inútil sofrimento

Um golo do Luisão e o segundo bis consecutivo do Cardozo permitiram-nos derrotar a Académica (3-1) e seguir em frente na competição em que temos a obrigação de chegar à final. A Taça de Portugal é realisticamente o troféu mais ao nosso alcance e um clube como o Benfica não pode estar mais um ano sem nada ganhar. Chegámos ao intervalo a ganhar por 2-0, mas o Butt resolveu dar um pouco de emoção ao jogo ao conceder um frango descomunal aos 53’, que o Sr. Carlos Xistra aproveitou (e de que maneira!) para inclinar o campo a favor da nossa baliza. No entanto, nem com meia-dúzia de livres inventados, a Académica foi capaz de igualar. Paciência, Sr. Xistra, para a próxima tem que ser mais eficiente. Experimente um penaltizinho, que é mais fácil! Foi inacreditável a mudança da arbitragem da 1ª para a 2ª parte.

O Camacho aproveitou para fazer algumas alterações na equipa e saíram o Quim, David Luís, Katsouranis, Maxi Pereira e Rui Costa, entrando o Butt, Edcarlos, Binya, Nuno Assis e Nuno Gomes em relação ao último jogo. A 1ª parte foi muito lenta, mas mesmo assim poderíamos ter marcado antes dos 40’. O Edcarlos atirou ao poste logo aos 7’ e o Cardozo também teve uma boa oportunidade, mas rematou por cima. A Académica era inofensiva e o golo do Luisão veio dar justiça ao marcador. Cinco minutos depois, uma excelente jogada do Léo, pontuada com uma óptima tabelinha do Nuno Gomes, isolou o Cardozo que só com o Pedro Roma pela frente fez o que se pede a um matador. Pensava eu que íamos assistir a uma 2ª parte bem calma, mas pelos motivos acima referidos isso não se passou. Para além desses, também estivemos estranhamente nervosos e não criámos nem de perto nem de longe tantas oportunidades como no 1º tempo. O Léo lesionou-se num choque de cabeças logo aos 48’ e isso foi determinante para a viragem da partida, porque entrou o Luís Filipe para defesa-esquerdo e a Académica naturalmente aproveitou para fazer o seu ataque todo por esse lado. A 15 minutos do fim, lá entrou o Adu que, para não variar, ia metendo um golo na primeira vez que tocou na bola. E para manter a tradição, lá marcámos um golo nos últimos cinco minutos com ele em campo. Foi um belo cruzamento do Nuno Gomes, a que o Cardozo correspondeu com uma óptima cabeçada. Acho impossível que o paraguaio não ande a treinar este tipo de lances, já que é o segundo jogo consecutivo em que um excelente cabeceamento resulta em golo.

Em termos individuais, o Cardozo merece novamente destaque. Mais dois golos para a conta pessoal e um nunca desistir de lutar pela bola. O que a confiança faz, parece outro jogador. Gostei igualmente do Nuno Gomes (participou activamente em dois golos), mas mantém o terrível hábito de ter medo de rematar à baliza. No entanto, continuo a achar que na maioria dos jogos só temos a lucrar em jogar com dois avançados, até porque quando partimos para contra-ataque (e isso foi muito visível nesta partida) faz imensa diferença ter dois homens na frente em vez de um só. O resto da equipa esteve a um nível regular. O Nélson precisa de mais alguns jogos para atingir o seu nível, mas é infinitamente melhor que o Luís Filipe. O Petit e o Binya falharam muitos passes no meio-campo e a equipa ressentiu-se disso, em especial na 2ª parte. O Di María, apesar de não ter estado mal, continua a ter mais minutos que o Adu, o que é algo que não percebo. Por fim, se dúvidas houvesse em relação à titularidade na baliza, ficaram de vez dissipadas.

Numa partida em que tive a agradável companhia do JAS, do Jota e, ao intervalo, da Magnolia Azul, alcançámos o objectivo estar na próxima eliminatória da Taça de Portugal. Não fomos brilhantes, mas fomos eficazes. E isso é muito mais importante.

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Somos GRANDES!

É por estas e por outras que os outros nunca chegarão aos nossos calcanhares! Foi uma exibição de raça, querer, determinação, humildade (que não é para todos) e capacidade de sacrifício, afinal aquilo que está no código genético do nosso clube. Ganhámos em Donetsk (2-1) e garantimos a passagem à Taça Uefa. Depois de uma semana complicadíssima, com três jogos de elevado grau de dificuldade seis dias, conseguimos superar-nos e mantivemo-nos nas competições europeias, cujo afastamento seria catastrófico em termos financeiros e de prestígio.

Com o Nélson, Di María e Cardozo na equipa não poderíamos ter melhor começo. Logo aos 5’, uma falha defensiva dos ucranianos, é bem aproveitada pelo paraguaio para nos colocar em vantagem. Desta vez não precisámos de 21 remates para meter um golo, se bem que o remate do Cardozo por pouco não tenha embatido no poste, o que seria uma perdida escandalosa, já que estava isolado. O Shakhtar respondia, imprimindo muita velocidade ao jogo e passámos por momentos de algum apuro junto da nossa baliza. Mas aos 22’ fizemos o segundo remate à baliza e marcámos o 2º golo! Excelente centro do Maxi Pereira a que o Cardozo respondeu com um cabeceamento à Rui Águas. Será que já anda a treinar o jogo de cabeça? Mas oito minutos depois, o David Luiz (que estava a ser dos melhores em campo) demonstrou que ainda precisa de crescer e empurrou desnecessariamente o Lucarelli na área. Foi o italiano quem marcou o penalty e o Quim esteve pertíssimo de o defender, mas a bola bateu no seu pé e infelizmente entrou na baliza. Faltavam jogar 2/3 da partida e a tarefa não se afigurava nada fácil. A pressão dos ucranianos foi bastante intensa até ao intervalo, mas perto do fim da 1ª parte tivemos uma boa ocasião pelo Maxi Pereira, que rematou de pé esquerdo por cima, quando estava em excelente posição na área.

O início da 2ª parte foi muito mau. Durante 5’ não conseguimos sair do nosso meio-campo e fartámo-nos de oferecer bolas ao adversário, que todavia não aproveitou para criar nenhuma situação clara de golo. Depois disso controlámos melhor a partida e o Shakhtar não foi capaz de criar tanto perigo como na 1ª parte. Infelizmente não saímos com a regularidade necessária para o contra-ataque e quando o fizemos muitas vezes os passes eram mal direccionados, o que nos impediu de criar situações de golo na baliza contrária. O tempo demorou imenso a passar, mas visto agora a frio nunca estivemos verdadeiramente em xeque. No entanto, a história do futebol está cheia de casos de golos fortuitos que deitam tudo a perder, pelo que o nervosismo foi enorme até final. O Camacho fez entrar o Nuno Assis para o lugar do Di María aos 67’ e passámos a controlar mais as subidas do lateral direito, já que o médio português defende bastante melhor. Na parte final entraram ainda o Luís Filipe e o Nuno Gomes (este deveria ter entrado mais cedo, porque o Cardozo deu mostras de bastante cansaço a partir de meio da 2ª parte) e conseguimos manter o resultado.

Em termos individuais, o Cardozo merece obviamente destaque. Esperemos que estes dois golos decisivos na Champions sejam o despertar da sua veia goleadora. Saúdo o regresso do Nélson, que, apesar de um ou outro disparate, demonstrou (como se fosse preciso...) ser muito melhor que o Luís Filipe. O Petit foi importantíssimo a meio-campo, assim como o Katsouranis, se bem que este com alguma intervenções menos felizes, especialmente quando atrasava a bola e esta calhava em pés adversários. Tirando o enorme disparate do penalty, o David Luiz esteve irrepreensível, mas a defesa depois dos calafrios da 1ª parte, lá se recompôs na 2ª. O Rui Costa está bastante cansado, o que é perfeitamente normal, mas apesar de algumas más opções na hora de libertar a bola, é essencial na marcação do timing do nosso ataque. O Di María necessita de melhorar o apoio ao lateral esquerdo, mas subiu de rendimento no 2º período. Finalmente, o Quim esteve lá quando foi preciso.

Vamos ver o que o sorteio nos reservará daqui a duas semanas, mas espero que cheguemos pelo menos tão longe como no ano passado, apesar desta época haver melhores equipas na Taça Uefa. Mas por enquanto saboreemos esta magnífica vitória!

sábado, dezembro 01, 2007

Sem pernas

Perdemos 0-1 com uma equipa que, se Portugal fosse um país onde o crime não compensasse, deveria estar neste momento a fazer o seu périplo na II Divisão. Por tudo o que aconteceu talvez o resultado mais justo fosse o empate, mas o resultado reflecte muito o que se passou na 4ª feira passada. O clube regional foi fazer turismo a Liverpool, enquanto nós dominámos o campeão europeu durante grande parte do jogo. Só que as pernas não dão para tudo e hoje isso notou-se muito claramente. Não conseguimos ser a equipa pressionante, que luta até ao último minuto e consegue resultados, que vínhamos sendo.

A posteriori é mais fácil dizer isto, mas acho que não era preciso ter dotes de adivinho para suspeitar que muito dificilmente poderíamos, com os mesmos jogadores, manter o ritmo de jogo que aplicámos frente ao Milan. O clube regional jogou com quatro jogadores novos em relação ao glorioso jogo europeu e notou-se a diferença. Se é verdade que há jogadores insubstituíveis, acho que o Camacho esteve mal ao não colocar o Binya de início. O Petit vem de uma lesão e já na 4ª feira tinha demonstrado não estar a 100%, o que é perfeitamente natural. Ainda por cima, na próxima 3ª feira vai ter que jogar de certeza por causa do castigo do camaronês. Perdemos muitas bolas no meio-campo e não havia ninguém com capacidade física para as recuperar. Por outro lado, o C. Rodríguez confirmou hoje o que se viu frente ao Milan, não parecendo o mesmo jogador que nos levou às costas durante uma série de jogos. A selecção, a lesão que teve e as viagens não lhe fizeram nada bem. E aqui o Camacho esteve novamente mal, ao mantê-lo em campo durante os 90’. Quando entrou o Adu deveria ter sido ele a sair e não o Nuno Gomes, que finalmente estava a jogar com o Cardozo ao lado. Por último, considero que o Camacho também errou ao fazer entrar o Di María antes do Adu. Já frente ao Milan, o argentino não esteve nada feliz e hoje voltou a não estar. Releva-se demasiado individualista e demora muito tempo a soltar a bola, enquanto o americano teve logo um remate perigoso assim que entrou e é mais objectivo.

Mas o mais importante é que em jogo decisivos não se podem falhar golos como o do Nuno Gomes logo no primeiro minuto. Ainda por cima, vi na TV que a bola nem sequer ia à baliza! Perdemos logo aí a melhor oportunidade que tivemos em todo o jogo. Os primeiros 10’ foram mesmo o período em que conseguimos empurrar mais o clube regional, mas a partir daí e até ao intervalo foram eles a tomar conta do jogo. A muito habilidosa arbitragem do Sr. Jorge Sousa nesses minutos iniciais, ao inventar uma série de faltas inexistentes a favor do clube regional, cortando muitas vezes a pressão que fazíamos, também teve a sua quota-parte de influência na mudança das coisas. Assim, foi natural que eles criassem mais oportunidades do que nós e não espantou o golo com que chegaram à vantagem pouco antes do intervalo. Golo esse que aconteceu numa perda de bola do C. Rodríguez em zona proibida que permitiu ao artista de circo fazer a única coisa de jeito durante a partida toda. Mas infelizmente acabou por ser decisiva. Na 2ª parte, o clube regional consentiu-nos o domínio e tivemos logo aos 46’ uma grande oportunidade outra vez pelo Nuno Gomes, mas desta vez com um bom remate que o Helton defendeu para canto. Rematámos mais que o adversário, mas as bolas que não iam para fora eram invarialvelmente chutadas com muito pouca força. E sem força física não conseguimos fazer a pressão que nos tem dado tantas vitórias nos últimos minutos.

Individualmente acho que o Nuno Gomes foi dos menos maus do Benfica, mas a exibição da equipa não foi mesmo nada de especial. O Rui Costa esteve razoável, mas quando assim é dificilmente conseguimos criar desequilíbrios suficientes. O Maxi Pereira foi outro que mudou do dia para a noite em relação ao Milan e o Katsouranis também esteve muito discreto. A defesa teve algumas dificuldades com a velocidade que o meio-campo do clube regional imprimiu especialmente durante a 1ª parte, mas o Léo foi importante na 2ª quando se fartou de descer pelo seu flanco.

O clube regional voltou a alargar a diferença quando ainda nem chegámos a meio do campeonato. Continuo com bastante fé nesse ser que trocou valores morais por títulos (um prostituto, portanto) de seu nome Jesualdo Ferreira, mas o campeonato ficou mais longe. Estou bastante pessimista para 3ª feira, especialmente em termos da resposta física que iremos dar, mas quem sabe se uma prematura eliminação das competições europeias (que será sempre uma desgraça) não nos permitirá melhorar em termos de campeonato. As coisas estão mais difíceis, mas em teoria estamos a quatro pontos do 1º lugar.