sábado, julho 13, 2024
Benfica FM | Temporada 1994/95
terça-feira, julho 09, 2024
Portugal – 0 – França – 0 (3-5 pen.)
Naquela que terá sido a mais bem conseguida prestação de sempre frente aos franceses, enfermámos do mal que perpassou por este Euro: entrar em campo com 10 jogadores. Estivemos três jogos consecutivos sem marcar um único golo, dois deles com prolongamento (330 minutos), e o Roberto Martínez insistiu sempre não só na titularidade, como na presença em campo do Cristiano Ronaldo durante praticamente todo o tempo. Junte-se a isto um Bruno Fernandes muito apagado e um Bernardo Silva não tão vistoso como no Manchester City, e temos as principais razões para a nossa incapacidade de concretização. O Rafael Leão foi o único a conseguir criar perigo de forma regular, com as suas arrancadas pela esquerda, e o Vitinha um esteio a meio-campo. Com estas duas boas exibições, comentei lá em casa que não haveria substituições o jogo todo, porque não haveria jogadores para sair (aqueles estava a jogar bem e os outros eram intocáveis...). Afinal, enganei-me e o Bruno Fernandes saiu aos 74’ para entrar o Francisco Conceição, juntamente com o João Cancelo, que deu o lugar ao Nélson Semedo. Melhorámos um pouco com esta nova ala direita, mas, lá está, meter a bola na baliza é que era o cabo dos trabalhos...
No prolongamento, as coisas não se alteraram, com ambas as equipas a serem cautelosas a maior parte do tempo e acabámos novamente nos penalties, onde os franceses foram muitíssimo eficazes e o João Félix, entretanto entrado, acertou no poste, no único penalty que falhámos. Desta vez, o Diogo Costa não foi herói e viemos recambiados para casa.
Foi um Europeu q.b., em que cumprimos os mínimos de chegar aos quartos-de-final, mas longe do brilhantismo que este conjunto de jogadores nos fazia antecipar. Decisões precisam de ser tomadas, mas duvido que haja coragem para tal. Mesmo que o grande desígnio deste Euro não tenha sido cumprido (falo naturalmente de o Cristiano Ronaldo ser o único a marcar em seis Europeus), quase de certeza que ilações não serão tiradas a este respeito. Não irá haver coragem para lhe dizer “muito obrigado, mas se calhar aos 39 anos já chega, não...?” e assim continuaremos a jogar para os seus recordes na qualificação para o Mundial 2026. A não ser que ele próprio colocasse um fim ao seu percurso na selecção, mas eu não sou assim tão ingénuo para acreditar no Pai Natal...
sexta-feira, julho 05, 2024
Portugal – 0 – Eslovénia – 0 (3-0 pen.)
O Roberto Martínez esteve bem ao voltar ao 4-3-3, a selecção até nem entrou mal no jogo, mas foi-se perdendo ao longo do tempo. E aí, parece que o espírito do Roger Schmidt se abateu sobre o seleccionador. Não só não fez todas as substituições que se exigiam, perante o descalabro físico de alguns jogadores, como ainda por cima, quando as fez, tirou quem até estava a ser dos melhores e a criar perigo (Rafael Leão e, principalmente, Vitinha). Já se sabe que o Cristiano Ronaldo é inamovível enquanto não se atingir o grande objectivo da selecção nacional neste Europeu (ele tornar-se o primeiro, e muito provavelmente único, jogador da história do futebol a marcar em seis Europeus) e teve uma enorme oportunidade de o fazer nesta partida, mas o Oblak defendeu um penalty seu aos 105’. Aliás, as lágrimas do C. Ronaldo no intervalo do prolongamento eram obviamente por causa disto e não pela perspectiva de poder não conquistar o título europeu (objectivo naturalmente secundário em relação ao outro). Que ele tenha esse desígnio até se pode aceitar, mas que o seleccionador caucione isto não o tirando de campo, quando deixa de responder em termos físicos (o que é mais que natural para alguém que tem já 39 anos...), é que já não se percebe. Como não se percebe que o Bruno Fernandes e Bernardo Silva, em sub-rendimento neste jogo, também não tenham saído. É que toda a gente viu que a selecção não foi pressionante como deveria ter sido, especialmente no prolongamento, caso tivesse sangue fresco na equipa. E com a qualidade de quem está no banco, é incompreensível que esse refrescamento da equipa não tenha acontecido.
Enfim, iremos defrontar os franceses hoje à noite e, perante o que temos visto, será preciso um milagre para passarmos. Como também era preciso um milagre em 2016. Pode ser que a história se repita.
domingo, junho 30, 2024
Geórgia – 2 – Portugal – 0
terça-feira, junho 25, 2024
Turquia – 0 – Portugal – 3
Claro que um golo relativamente cedo (21’) do Bernardo Silva e o 2-0 apenas oito minutos depois, num autogolo inacreditável do Akaydin (para mim, com culpas do guarda-redes que não o avisou que não estava na baliza), contribuíram imenso para isso, libertando os jogadores para mostrar toda a sua categoria. A seguir ao intervalo, o 3-0 logo aos 56’ através do Bruno Fernandes fechou definitivamente o jogo para nós. Quanto à Turquia, teve uma boa oportunidade ainda antes do nosso primeiro golo, mas depois foi completamente abafada.
Em termos individuais, destaque para a dupla Bernardo Silva – Bruno Fernandes, que deu show no meio-campo, para o pouquíssimo egoísmo do Cristiano Ronaldo no terceiro golo, a passar a bola ao Bruno Fernandes quando estava sozinho frente ao guarda-redes (foi de tal ordem inusitado, que até o Roberto Martínez elogiou no final do jogo...!), e para o Pepe que, apesar da sua provecta idade, não deixou nenhum turco passar por ele. Palavra igualmente para a estreia de dois dos nossos, António Silva e João Neves, no Europeu e para o Kökçü do outro lado, que só jogou meia parte. Do lado negativo, o Rafael Leão irá falhar a partida frente à Geórgia por ter visto o segundo amarelo, no segundo jogo, pela segunda simulação de uma falta... Comigo, estaria lixado...!
Espera-se rotação da equipa frente à Geórgia e que se estreiem alguns do que ainda não saíram do banco (João Félix e Gonçalo Ramos, por exemplo). Ainda não se sabe quem defrontaremos na fase seguinte, mas esta exibição elevou bastante os nossos níveis de confiança.
sexta-feira, junho 21, 2024
Portugal – 2 – Rep. Checa – 1
quinta-feira, maio 23, 2024
Roger Schmidt – o erro iminente
a) Na Supertaça, sem ponta-de-lança, poderíamos ter chegado ao intervalo com o troféu perdido. Isso só não aconteceu graças à aselhice do pior CRAC dos últimos 40 anos.
b) Na Luz, frente ao CRAC, vimo-nos e desejámo-nos para derrotá-los por 1-0, apesar de termos jogado 70’(!) em superioridade numérica. (Escrevi na altura: “se fosse ao contrário (expulsão nossa aos 20’), teríamos sido completamente atropelados”. Parecia que estava a adivinhar a 2ª volta...).
c) Frente à lagartada na Luz, estávamos a levar um banho de bola, até acontecer aquele milagre na compensação, mas duvido que ele tivesse sucedido se eles não estivessem também com 10 jogadores...
d) Em Mordor, cometemos a enorme façanha de conseguir levar 5 do pior CRAC nos últimos 40 anos... Sem comentários.
segunda-feira, maio 20, 2024
Despedida triste
quarta-feira, maio 15, 2024
Despedida do Rafa
Com o Arthur Cabral e o Marcos Leonardo lesionados, o Rafa jogou na frente apoiado pelo Kökçü. O próprio teve duas boas ocasiões logo no início, mas atirou por cima numa delas e permitiu um desvio importante ao Arruabarrena na segunda. O João Mário, assistido pelo Rafa, desviou uma bola ao poste, antes de o Di María fazer o 1-0 de penalty aos 25’ a castigar mão na bola de um adversário, depois de um cruzamento do João Mário. O argentino ainda tentou oferecer o penalty ao Rafa, mas este tem, de facto, um feitio muito especial e recusou... Aos 27’, todo o público da Luz se levantou para aplaudir o Rafa, mas este nem esboçou reacção... Aos 32’, aumentámos para 2-0 com novo penalty, desta feita por derrube do guarda-redes ao Kökçü, que o próprio turco marcou com sucesso. Em cima do intervalo, surgiu o tão desejado golo do Rafa apareceu, num bom remate já dentro da área ao ângulo da baliza. Grande festa no estádio, mas o Rafa fez um festejo normal...
Com o jogo ganho ao intervalo, não poderíamos ter entrado melhor na 2ª parte, com o bis do Rafa aos 46’, a rodar bem sobre um defesa, manter o equilíbrio e picar a bola sobre o guarda-redes à sua saída, fazendo o 4-0. Ao igualar o Pizzi na lista dos melhores marcadores do Benfica, festejou fazendo a continência característica do seu amigo. Por volta a hora de jogo, o Di María fez um golo absolutamente genial, num chapéu ao guarda-redes, mas foi anulado por fora-de-jogo do Rafa no início da jogada... O jogo já estava decidido, eu acho que, a bem do futebol, deveria ter sido deixado passar...! O Schmidt começou a fazer substituições e foi o Tengstedt, acabadinho de entrar, a fechar o resultado aos 77’, contornando bem o guarda-redes, depois de ter sido isolado pelo Rafa. Aos 86’, saída do Rafa para a grande ovação final, retribuída por este por um bater de palmas ao público. Qualquer outro jogador provavelmente emocionar-se-ia, mas não o Rafa... No último minuto, ainda deu para o Rollheiser falhar um golo feito, atirando ao lado à saída do guarda-redes, depois de ter sido isolado pelo também entretanto entrado Tiago Gouveia.
Destaque individual óbvio para o Rafa, com dois golos e uma assistência. Iremos ter saudades dele, nomeadamente da sua velocidade. Mas aquele feitio está muito longe de ser típico de um jogador de futebol... O resto da equipa exibiu-se a um nível aceitável, mas o adversário deu menos luta do que se esperava.
Fecharemos esta temporada triste em Vila do Conde na última jornada, ainda sem sabermos se irá ser o último jogo do Roger Schmidt enquanto treinador do Benfica. Será bastante arriscado se ele continuar e, se as coisas começarem a correr mal (e o histórico do treinador nas terceiras épocas nos clubes não é nada famoso...), a própria continuidade do Rui Costa estará certamente em causa. Para mim, a decisão seria óbvia, mas esse balanço far-se-á no final do campeonato.
segunda-feira, maio 06, 2024
Humilhante
terça-feira, abril 30, 2024
Reviravolta
sexta-feira, abril 26, 2024
Rotação – parte II
sexta-feira, abril 19, 2024
Auf Wiedersehen!
Perante o Casa Pia da Liga Francesa, nós fizemos de Vizela durante 79’ (sem ofensa para nenhum dos clubes, apesar me cinjo à respectiva classificação). E isso é absolutamente indesculpável no Benfica! Somos muitíssimo superiores ao Marselha e tivemos a atitude de uma equipa pequena, a jogar para o empate. E o Sr. Roger Schmidt já tem suficientes anos de futebol para saber o que geralmente significa jogar para o empate... Resultou em Toulouse (com bastante sorte e Trubin à mistura), não resultou em Marselha. Aliás, estou convencido que só passámos o Rangers, porque empatámos a 1ª mão em casa e não fomos para a Escócia jogar para o empate. É escusado o Sr. Roger Schmidt colocar o David Neres, Di María e Rafa juntos no onze, se depois vai jogar para não sofrer... A nossa exibição foi patética a maior parte do tempo, raramente tivemos sequer transições atacantes, o Tengsted fez um óptimo papel enquanto defesa adversário (não conseguir segurar uma única bola!) e deixámos que o Marselha nos fosse empurrando para o nosso meio-campo, raramente conseguindo sair a jogar. Só alguma aselhice do outro lado fez com que chegássemos ao intervalo empatados. Quanto a nós, só um remate de trivela do Rafa, a centro do David Neres, deu a sensação de perigo.
A 2ª parte manteve-se igual. Apesar estarmos a jogar com dez desde o início, o Tengstedt ainda conseguiu ficar 61’ em campo...! O Marselha intensificou a pressão apenas porque nós deixámos, dado que perdemos quase todas as segundas bolas, devido ao facto de eles serem sempre mais agressivos do que nós. Com a entrada do Kökçü e do João Mário para os lugares do Tengstedt e David Neres, conseguimos equilibrar um pouco o meio-campo, mas deixámos de ter um ponta-de-lança na frente e tirámos o nosso jogador mais perigoso (o brasileiro, obviamente). Com o Di María e o Rafa muito apagados, não se percebe esta decisão do Sr. Roger Schmidt. Melhor dizendo, percebe-se, o que a torna ainda pior! O Trubin ia oferecendo um golo, mas depois corrigiu, e fez outra excelente defesa quase em cima da linha. No entanto, aos 79’ o Marselha igualou a eliminatória pelo Moumbagna, depois de um cruzamento à vontade do Aubameyang na esquerda. O António Silva, por não ter parado este, e o Aursnes, por se ter deixado antecipar por aquele, não ficam nada bem nesta fotografia. Depois de estarmos em desvantagem, assumimos as rédeas do jogo e manifestámos a nossa superioridade perante uma equipa que vinha de cinco(!) derrotas consecutivas. A pergunta legítima que se impõe é: porque é que não fizemos isto logo desde o início?!?! Este jogo era para ganhar, nem sequer falo da passagem da eliminatória! O Di María teve duas boas ocasiões, ambas de cabeça, para marcar, mas em ambas permitiu a defesa do guarda-redes Pau Lopez. Com a ida para prolongamento, o Marselha fez as seis substituições permitidas, enquanto nós fizemos... três! O Arthur Cabral entrou no final da 1ª parte do prolongamento (saiu o Rafa), o que significou que jogámos quase uma parte inteira sem ponta-de-lança...! Quando precisávamos de marcar durante grande parte desse período! O brasileiro também teve uma ocasião, mas permitiu igualmente a defesa do Pau Lopez. Os jogadores do Marselha iam acusando o esforço físico, mas o Sr. Roger Schmidt, do alto da sua habitual teimosia, continuou a deixar o Di María em campo durante duas horas, ele que mal aguenta uma... Seria para os penalties, mas, azar dos Távoras, ele foi o primeiro a marcar e atirou ao poste... Quem também falhou foi o António Silva, enquanto os franceses marcaram os quatro, atirando-nos sem honra nenhuma para fora das competições europeias.
Não vou fazer destaques individuais, vou apenas dizer o seguinte: é um crime colocar o Benfica a jogar como um Vizela, ainda para mais perante um Casa Pia francês! Aliás, a nossa campanha europeia desta temporada foi uma absoluta vergonha! Eu não preciso de um treinador que seja genial no banco e que tire coelhos da cartola constantemente. Eu só preciso de um que veja o que toda a gente vê: 1) que o Di María não pode jogar todos os minutos de todos os jogos; 2) que o plantel é suficientemente grande para fazer alguma rotação, especialmente quando os titulares estão desinspirados e/ou cansados, 3) que fazer substituições aos 88’ para alterar o jogo é simplesmente ridículo; 4) que a ganhar por cinco ao Vizela ao intervalo, e no meio de uma eliminatória europeia, é inconcebível que se tire o Rafa para colocar o... Di María! (Com o Rollheiser no banco...). E já nem falo de ir jogar ao WC e a Mordor com o João Mário no meio-campo, em vez do Florentino, mas apenas daquelas outras cuja evidência salta à vista.
Por tudo isto, resta-me agradecer ao Sr. Roger Schmidt o campeonato do ano passado e felicidades para a sua carreira a partir da próxima época. Longe do Benfica, por favor!
quinta-feira, abril 18, 2024
Rotação
domingo, abril 14, 2024
Desperdício
O Roger Schmidt utilizou a mesma equipa do jogo frente à lagartada, com o Tengstedt na frente. Os franceses vinham com algumas baixas e mostraram-se muito menos perigosos do que eu estava à espera. Adiantámo-nos no marcador relativamente cedo, com um golo do Rafa aos 16’, de biqueiro, depois de uma assistência do Tengstedt, num lance em que o David Neres também participou. O ritmo nunca foi particularmente elevado, razão pela qual também não criámos muito mais chances de golo. Um livre em que a bola sobrou para o David Neres, que resolveu centrar de primeira em vez de dominar, quando estava sozinho na área, terá sido a nossa melhor oportunidade.
Ao intervalo, aconteceu o momento da noite, mas vou deixar isso para o fim do post. A 2ª parte não poderia ter começado melhor, com o 2-0 a surgir aos 52’ num óptimo contra-ataque, com combinação entre o David Neres e o Di María, com este a marcar depois de assistência do brasileiro. O Marselha não mostrava nada e, sinceramente, passou-me pela cabeça que deveríamos aproveitar para deixar isto já resolvido. No entanto, infelizmente, baixámos ainda mais o ritmo e a baliza contrária tornou-se uma miragem. Aos 66’, aconteceu um erro individual do António Silva, que permitiu que o Aubameyang se isolasse e batesse o Trubin. Cinco minutos depois, o Schmidt lá se resolveu a mexer pela primeira vez na equipa, mas o Marcos Leonardo e o João Mário (saíram o Tengsted e o David Neres) não trouxeram nada de novo. Só mesmo o Schmidt para pensar que seria o João Mário, e a sua velocidade estonteante, a dar um safanão no jogo... Convinha muito termos marcado mais um golo, mas, claro, que com três jogos muito intensos, os titulares não tiveram a frescura necessária na parte final. No entanto, infelizmente, para o nosso treinador, as substituições nunca são para esgotar, mesmo que se tenha mais de 50 M€ de jogadores no banco...
Em termos individuais, o João Neves foi outra vez dos melhores (começa ser repetitivo, mas não há nada a fazer...) e o David Neres acabou por estar nos dois golos. Ao invés, o Florentino fez a exibição menos conseguida dos últimos tempos, o Di María marcou um belo golo, mas começa a acusar desgaste e não deveria jogar sempre até ao fim, e o Aursnes também não esteve particularmente feliz. O António Silva cometeu um erro que se poderá a revelar decisivo no desfecho desta eliminatória.
Para a semana, no Vélodrome, vai ser muito complicado, também porque, ainda por cima, o Marselha não irá jogar para o seu campeonato este fim-de-semana, e estará certamente mais fresco do que nós, mas temos mais do que equipa para ultrapassarmos este adversário e chegarmos outra vez a umas meias-finais europeias.
P.S. – Ao intervalo, aconteceu um dos momentos mais emocionantes desde que o estádio novo foi inaugurado: a homenagem ao ENORME Sven-Goran Eriksson! O primeiro treinador do que me lembro ver no Benfica e o melhor de todos eles. Foi muito bonito vê-lo rodeado de antigos jogadores e poder proporcionar-lhe este tributo tão merecido nesta fase tão complicada da sua vida. Muito obrigado por tudo, Mister!
P.S. 2 – Eu sei que estivemos longe de fazer uma boa exibição, mas assobiar a equipa depois de uma vitória nuns quartos-de-final de uma prova europeia...?! Tenham juízo, pá!
terça-feira, abril 09, 2024
Finito
Depois da boa exibição na Taça de Portugal, o Roger Schmidt repetiu a equipa, mas não poderíamos ter começado pior, com um golo sofrido ainda antes do primeiro minuto! Passe de risco do António Silva para o Bah, este e o Florentino a serem comidos pelo Pedro Gonçalves, que centrou para o Trubin voltar a aliviar mal a bola (tal como na Taça...) e o Catamo rematar com sucesso. Impensável! Não reagimos mal e dominámos a 1ª parte, sem, no entanto, ter grandes oportunidades de golo, dado que o Rafa rematou por cima quando estava em boa posição e, em mais do que uma ocasião, o último passe ou não saía ou saía mal. No entanto, já em tempo de compensação, conseguimos chegar à igualdade numa óptima cabeçada do Bah a um livre do Di María. Era importantíssimo chegarmos ao intervalo sem estarmos em desvantagem, dado que só a vitória nos interessava.
Na 2ª parte, a posse de bola foi mais equilibrada e houve oportunidades dos dois lados: a lagartada atirou uma bola à barra pelo suspeito do costume, Gyökeres, enquanto nós tivemos duas soberanas ocasiões pelo David Neres, cortada pelo Coate quase sobre a linha, depois de uma abertura magistral do Di María, e por este num remate que o Israel desviou para a barra e que deu canto. Estávamos já nos dez minutos finais e, mais uma vez, não tivemos a sorte do jogo. Pouco depois, foi o João Neves a ver um remate seu, que ia com boa direcção, ser interceptado por um defesa. Do nosso banco, já se sabe, nunca vem nenhum rasgo para alterar o rumo dos acontecimentos e só houve a entrada do Arthur Cabral para o lugar do Tengstedt a 20’ do fim. A lagartada claro que fez as cinco substituições, uma das quais a saída do Hjulmand, cujo segundo amarelo foi poupado pelo Sr. Artur Soares Dias. Se o empate já favorecia a lagartada, o campeonato ficou decidido no início da compensação com o 1-2 novamente pelo Catamo, que se converteu no Kelvin lagarto: canto da esquerda, alívio de cabeça na área e remate do moçambicano de pé direito de primeira ao ângulo da baliza do Trubin. De um jogador que é canhoto! Se isto não é karma, não sei o que é... O Schmidt lá se lembrou que havia mais jogadores no banco e ainda fez entrar o Kökçü e o Marcos Leonardo, e este ainda teve uma última ocasião, mas o remate em carrinho embateu no Diomande, depois de uma insistência fantástica do João Neves na sequência de um livre para a área. Até final, ainda deu para o Aursnes ver o segundo amarelo e desfalcar-nos perante o Moreirense.
Em termos individuais, o Di María esteve em praticamente todos os nossos lances de perigo (mas tem de ter cuidado com as reacções intempestivas, porque colocou-se à mercê do árbitro para um vermelho por ter atingido o Pedro Gonçalves, apesar de este fazer jus aos últimos números 8 lagartos, sempre a exagerarem nas suas atitudes...), o João Neves foi o monstro do costume, especialmente na 2ª parte, o Florentino, apesar de não ter estado bem no primeiro golo, cada vez prova mais que é uma das maiores razões para a época estar a ser a desilusão que está a ser (não ele, obviamente, mas a sua parca utilização). Ao invés, o Rafa esteve completamente desaparecido, o Tengstedt, lá está, dá luta, mas finalizar não é com ele e o David Neres poderia ter sido melhor a definir alguns lances. Menção também para o bom jogo do Bah, com a excepção do primeiro golo sofrido.
Temos, de longe, o melhor plantel e não vamos ser campeões, nem ganhar a Taça de Portugal. Portanto, ou ganhamos a Liga Europa (pausa para assimilar a improbabilidade da ideia....) ou alguém tem de assumir as responsabilidades pelo enorme fracasso desta temporada.
sexta-feira, abril 05, 2024
Desilusão
O Tengstedt voltou à titularidade e a presença do Florentino no meio permite-nos utilizar o Di María e o David Neres em simultâneo, porque ficamos ali com um muro quase intransponível. A partida começou um pouco equilibrada, mas durante pouco tempo, dado que a nossa superioridade foi-se acentuando com a passagem dos minutos. Foi essencialmente fruto de uma pressão enorme sobre o homem da bola, n recuperações em zonas altas do campo (a vantagem de ter o Florentino, lá está...!) e resultou em duas grandes oportunidades, que infelizmente não concretizámos na 1ª parte. O Tengstedt atirou à barra depois de uma jogada de insistência do Di María e este falhou um golo cantado depois de cruzamento do Aursnes, permitindo a defesa do guarda-redes Israel. Era fundamental irmos para intervalo com a eliminatória igualdada, mas não conseguimos.
Seria expectável que a lagartada viesse diferente para a 2ª parte, dado que a 1ª foi muito fraca, e o Rúben Amorim fez logo três substituições. A entrada do Catamo para a direita criou-nos problemas, mas foi o Gyökeres a fazer a jogada do 0-1 logo aos 47’ assistindo o Hjulmand para um remate indefensável de fora da área. Reagimos muito bem e igualámos o jogo aos 52’ numa cabeçada do Otamendi depois de cruzamento do Neres na direita, na sequência de um canto do lado contrário do Di María. Infelizmente, aos 55’ voltámos a ficar em desvantagem, com um frango do Trubin, que defendeu para a frente um cruzamento para a área e o Paulinho só teve de encostar. O Gyökeres ainda atirou uma bola ao poste, mas regressámos à disputa da eliminatória aos 64’ com o 2-2 pelo Rafa depois de nova jogada do Neres na direita, que abriu de calcanhar para o Aursnes centrar rasteiro e o nº 27 só ter de encostar. Ainda faltavam uns largos minutos para o final e tivemos uma soberana ocasião, num remate em arco do Di María na direita que o Israel defendeu para canto. Antes desse remate, há uma jogada em que o Coates coloca a sua perna em frente à do Rafa, mas o Sr. João Pinheiro não assinalou nada, nem consultou o VAR. Fosse ao contrário... Até final, ainda entraram o Marcos Leonardo e o Tiago Gouveia, e este teve duas ocasiões em que deveria ter feito bem melhor, ao tentar dominar a bola pisando-a, em vez de rematar com a parte interna do pé, anulando assim uma óptima chance de marcar e numa cabeçada em balão ao lado, depois de cruzamento de letra do Di María. Quanto ao ponta-de-lança brasileiro, deveria ter sido obviamente o Arthur Cabral a entrar, porque é muito mais possante e os centrais da lagartada teriam tido muito mais dificuldades com ele. Mas já perdi a esperança em que o Roger Schmidt perceba estas evidências...
Em termos individuais, o João Neves encheu o campo, especialmente na 2ª parte, o Florentino continua a mostrar que jogamos muito melhor quando ele está a controlar o meio-campo (continuo sem perceber o ostracismo que teve até agora na época, que explica em boa parte como ela tem corrido...) e os laterais (Bah e Aursnes) estiveram num nível altíssimo. O Trubin teve culpas no segundo golo, mas fez uma grande defesa a outro remate do Paulinho já na parte final da partida, permitindo manter-nos em jogo. Os centrais António Silva e Otamendi conseguiram limitar os estragos do Gyökeres. Quanto ao Neres, já lhe vi fazer jogos melhores, mas esteve nos nossos dois golos. O Rafa é sempre imprevisível, mesmo não estando no pico de forma, e do Di María esperamos constantemente lances que decidam os jogos, apesar da exasperação que nos causa quando se agarra demasiado à bola... O Tengstedt dá, de facto, muita luta aos centrais, mas tem um enorme contra para quem é avançado: não tem nenhum faro de golo.
Apesar da melhor exibição da época, ainda não é esta temporada que voltamos ao Jamor e continuamos com o nosso vergonhoso histórico de três taças de Portugal ganhas, agora, nos últimos 28 anos...!
segunda-feira, abril 01, 2024
Ridículo
quarta-feira, março 20, 2024
Difícil, mas justo
sábado, março 16, 2024
Em frente
sexta-feira, março 15, 2024
Sofrível
sábado, março 09, 2024
Lei de Murphy
terça-feira, março 05, 2024
O rei já ia nu
Como é bom de ver pelo resultado final, o que se passou foi um completo descalabro, cujos sinais, convenhamos, já estavam presentes desde há muito. Perante a lesão do Bah, o Aursnes voltou para a lateral-direita, com o Morato a regressar à equipa para a esquerda, e o Tengstedt na frente em vez do David Neres. E foi do dinamarquês a nossa única verdadeira oportunidade de golo, ao atirar por cima quando só tinha o Diogo Costa pela frente, com o resultado ainda a zeros. O CRAC abriu o marcador aos 20’ pelo Galeno, que estava completamente sozinho(!) na área num canto, com o Trubin a ficar mal na fotografia, porque ficou a meio do cruzamento. O Rafa teve o nosso único remate à baliza ainda na 1ª parte, defendido pelo guarda-redes, antes de o CRAC fazer o 0-2 em cima do intervalo, também pelo Galeno, num lance em que o António Silva foi demasiado anjinho.
Na 2ª parte, entraram o Álvaro Carreras e o Florentino para os lugares do amarelado Morato e do Kökçü, mas o CRAC acabou com o jogo logo aos 55’ com o 0-3 pelo Wendell, numa bola desviada ainda pelo Florentino, em que me pareceu que o Trubin se lançou um pouco tarde. O Schmidt fez mais duas substituições logo a seguir, entrando o David Neres e o Arthur Cabral para os lugares do Di María e Tengstedt, mas o descalabro começou a antever-se quando o Otamendi se fez estupidamente expulsar por duplo amarelo aos 61’ (um capitão do Benfica, especialmente já tendo jogado naquele antro, não pode ser expulso desta maneira!). A partir daqui, estava na cara que o CRAC viria para cima de nós tentar a goleada. Algo que nós nunca fazemos em situação semelhante (basta lembrar o jogo da 1ª volta na Luz...)! Ainda falharam duas bolas de baliza aberta pelo Nico González de cabeça e pelo Galeno, mas aos 75’ fizeram o 0-4 pelo Pepê, num remate em que o Trubin é muito mal batido, com a bola a entrar no poste mais próximo. Em cima dos 90’, fizeram o 0-5 pelo Namaso de cabeça. Ambos estes golos nasceram do nosso lado esquerdo e mostraram as enormes limitações que o Álvaro Carreras tem a nível defensivo.
Numa partida destas, claro que praticamente ninguém se salvou. A única excepção foi o João Neves, que foi o único a perceber o que defrontar este adversário significa. Ele e os adeptos do Benfica que estiveram presentes no estádio, que não se coibiram de se fazer (e bem) ouvir quando já estavávamos a perder 0-4.
Sem nenhuma ordem de importância, vou então justificar o título do post:
1) Sim, tínhamos ganho os quatro jogos frente a adversários directos até à passada 5ª feira, mas convém não nos deixarmos cegar pelos resultados. Na Supertaça, com um pouco mais de qualidade do CRAC, poderíamos ter chegado ao intervalo a perder por 0-3; no jogo frente a eles no campeonato, estivemos com mais um desde os 19’ e ganhámos à rasca; em Braga, foi o Trubin que nos salvou na 2ª parte; contra a lagartada na Luz, estávamos a levar um banho até ficarmos a jogar contra 10 e só demos a volta completa já nos descontos. Já para não falar da vergonhosa campanha europeia deste ano.
2) A gestão do plantel pelo Schmidt é verdadeiramente patética. Dou o exemplo do Vizela: 5-0 ao intervalo, jogo resolvido, segundo de seis jogos em 17 dias(!), o que faz o nosso treinador? Tira o Rafa para pôr o... Di María! Jogador jovem a precisar de ter minutos de jogo, certo...?! Quando é que roda mais a equipa? Aos 88’(!) com duas substituições...! O Arthur Cabral estava finalmente a marcar golos e a jogar bem, e o que faz o Schmidt? Mando-o para o banco em Guimarães e utiliza-o intermitentemente desde aí... E há muitos mais exemplo, eu não estou é para escrever os Maias...
3) Seis jogos em 17 dias e qual é o nosso meio-campo nos cinco últimos? João Neves e João Mário...! Tirando o frente ao Vizela, em que não podia jogar por estar castigado, em 360’ possíveis, o Florentino jogou... 69’! Claro que, se fosse numa eliminatória europeia fora e na casa dos nossos dois maiores rivais, seria gravíssimo, mas como estamos a falar de jogos fáceis, fez sentido, não foi...?!
4) A equipa leva um amasso na 2ª parte em Toulouse e que reacção se vê do nosso banco? Nenhuma. A equipa não consegue sair a jogar na lagartada na 1ª parte e que reacção se vê no nosso banco? Nenhuma. A equipa perde todos os duelos no meio-campo em Mordor na 1ª parte e que reacção se vê do nosso banco? Nenhuma. Não há nada que venha do banco que possa ajudar a equipa. E isto passa-se há n jogos. Mesmo a brilhante ideia de jogar sem um ponta-de-lança frente ao Portimonense em casa só resultou em golos, porque marcámos o primeiro muito cedo na 2ª parte e mais dois em contra-ataque em três minutos. Não esqueçamos que a 1ª parte foi hedionda...!
5) No ano passado, podíamos ter colocado o CRAC a 13 pontos e concentrarmo-nos nos quartos da Champions e todos nos lembramos do que aconteceu, depois de inclusivamente sermos os primeiros a marcar! Estão a ver isso acontecer ao contrário...? Pois, eu também não! Trocando as equipas, com uma expulsão aos 20’ como na 1ª volta, estão a ver não sermos goleados...? Pois, eu também não! Esta equipa do CRAC é de longe a mais fraca dos últimos largos anos, mas entrou em campo no domingo da maneira que entra sempre contra nós, ou seja, com os dentes de fora. Estão a ver isso acontecer ao contrário...? Pois, eu também não!
6) Isto está a ser igual ao Lage: primeira época a jogar um futebol de sonho, campeões, e segunda um verdadeiro pesadelo (sete pontos de vantagem à 3ª jornada da 2ª volta desperdiçados naquela altura)! O que é que se passa com o Benfica?! Será só culpa do treinador...?
7) Parece que, para as redes sociais do Benfica, o jogo ainda não acabou, porque deixaram de publicar o que quer que fosse desde o 0-4... Tenham vergonha na cara, pá! Sejam homenzinhos e assumam o que se passou! O resultado envergonha-nos...? Claro que sim, mas não se esconde (ou deturpa) a história! No ano dos 7-1, ganhámos a dobradinha, só para dar um exemplo. Isto ainda não acabou! (Ou já...?)
Sim, se “o rei já ia nu”, não sei até que ponto é só o treinador. Claro que este tem grande parte da culpa, em especial nos cinco primeiros pontos que elenquei, porque o nosso plantel (mesmo sem laterais) é claramente superior ao dos rivais e estamos a apresentar a qualidade futebolística que estamos desde o início da época... Não é justificável o que se está a passar até agora! Tanto o que (não) estamos a jogar, como a maneira como, por exemplo, nos deixámos ser eliminados frente ao Estoril nas meias-finais da Taça da Liga. E esta eliminação é sintoma do ponto nº 6. E é esse que me preocupa mais. Porque se não quero mais uma ‘solução Nélson Veríssimo’ até final da época, também tenho consciência que as coisas não podem continuar como estão até agora...
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"Esse mundo de fadistas, de faias, parecia a Carlos merecer um estudo, um romance... Isso levou logo a falar-se do Assommoir, de Zola e do realismo: e o Alencar imediatamente limpando os bigodes dos pingos de sopa, suplicou que não se discutisse, à hora asseada do jantar, essa literatura latrinária. Ali todos eram homens de asseio, de sala, hem? Então, que não se mencionasse o excremento!"
Eça de Queiroz, in Os Maias
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