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quarta-feira, março 28, 2012

O possível

Perdemos em casa com o Chelsea (0-1) e temos a nossa vida muito complicada para seguirmos para as meias-finais da Liga dos Campeões. O resultado acaba por não ser muito justo, já que também tivemos oportunidades, mas contou a eficácia dos ingleses.

A 1ª parte foi disputada a um ritmo baixíssimo, com as equipas a mostrar receio mútuo. Caso isto não fosse a Champions até podia parecer que estávamos a poupar os jogadores para o próximo Sábado (assim como se tinham poupado na 6ª feira para hoje…), mas mesmo assim ainda tivemos uma boa oportunidade numa boa rotação do Cardozo, depois de receber a bola no peito, com o remate de primeira a sair ao lado. O Chelsea também só criou uma situação de verdadeiro perigo num remate de longe do Raul Meireles (once a pig, always pig…) que o Artur defendeu bem para canto.

Na 2ª parte, ambas as equipas lembraram-se que havia uma baliza e que o objectivo do jogo é marcar golos. Fomos mais velozes durante os primeiros 20’ e criámos algumas boas situações, com um remate do Cardozo que o David Luiz defendeu com o peito quase em cima da linha e uma cabeçada do Jardel que o Cech defendeu (é a 4ª vez que o Jardel não consegue marcar um golo de cabeça, quando está quase à-vontade na área – duas vezes ao Zenit, Olhão e esta). Aos 69’, o Jesus resolveu tirar o Aimar e o Bruno César e colocar o Matic e o Rodrigo, e nós acabámos. Não percebi a saída de El Mago… Como está castigado no campeonato, será que foi para poupá-lo para daqui a… uma semana e um dia?! O que é certo é que deixámos de criar perigo a partir das substituições. Aos 75’, o jogo ficou resolvido quando um mau passe do Rodrigo dá azo a um contra-ataque do Chelsea, o Ramires passa pela enésima vez pelo Emerson, o Javi García não consegue cortar a bola, que segue para o Torres, que bate em corrida o Jardel e centra para o Kalou encostar. Até final, ainda tivemos um remate do Nolito que deveria ter tido melhor direcção e outro lance em que o centro do Gaitán não conseguiu chegar ao Cardozo.

Em termos individuais, o Gaitán terá sido o melhor, seguido muito de perto pelo Cardozo. O Witsel e o Javi García fizeram uma boa 1ª parte. Todos os outros estiveram medianos, excepção feita ao inenarrável Emerson que começa a raiar o ridículo. Mas não é ele que pede para jogar… No entanto, ainda se percebe menos os assobios a ele durante o jogo.

A eliminatória está muito complicada e vai ser difícil dar a volta no jogo da 2ª mão. Tal como disse aqui, o fundamental é o campeonato e, dado que vamos receber o Braga e depois vamos ao WC, espero que a equipa não se desconcentre com estes jogos de uma competição em que já atingimos os objectivos propostos para esta época. A partida do próximo Sábado é que é fundamental. Só uma vitória interessa, caso contrário não tiraremos proveito nenhum do jogo entre o CRAC A e o CRAC B na jornada seguinte. É preciso meter uma coisa na cabeça: a época vai decidir-se positiva ou negativamente nos próximos dois jogos para o campeonato, não é na próxima 4ª feira…

P.S. – Nem com o árbitro tivemos grande sorte. O Sr. Paolo Tagliavento conseguiu não ver um penalty do tamanho do mundo por braço do Terry (ainda por cima, na zona do fiscal-de-linha e fiscal-de-baliza, que não quiseram mesmo ver…) e um lance que pode bem ser considerado atraso do Terry para o Cech.

sábado, março 24, 2012

Imperdoável

Empatámos em Olhão (0-0) e, caso o CRAC A e CRAC B ganhem, podemos ter dito adeus de vez ao título, para além de termos o 2º lugar igualmente em risco. Foi uma partida muito difícil, como se esperava, já que o Olhanense tinha empatado em casa quer com o CRAC quer com os lagartos, e em que nós não demonstrámos verdadeira vontade de ganhar.

À semelhança de Guimarães e Coimbra, voltámos a oferecer a 1ª parte ao adversário. Só criámos uma(!) oportunidade de golo, com um cabeceamento do Jardel por cima na sequência de um canto. Jogávamos a passo e, como o Olhanense não ultrapassava o meio-campo, era impossível criar desequilíbrios no ataque.

Na 2ª parte, entrou o Aimar para o lugar do Nolito. É verdade que o espanhol não estava a jogar grande coisa, mas colocar o Nélson Oliveira a extremo-esquerdo esteve longe de ser uma boa opção. Lá tentámos ser mais incisivos a chegar à baliza contrária e o Javi García falhou um golo de cabeça só com o guarda-redes pela frente na sequência de um livre. No entanto, tivemos um enorme contratempo com a expulsão do Aimar aos 62’. Se deixarmos de lado as camisolas, acho que é bem expulso. Ambos estão com a pé em riste, mas o nosso jogador roda a perna da frente para o lado e atinge o adversário na coxa. Foi no mínimo imprudente esta entrada do Aimar e prejudicou-nos enormemente. Num jogador com a experiência e categoria dele, não se entende. Curiosamente até final da partida acabámos por ter mais duas boas oportunidades, mas o cabeceamento do Luisão num canto foi desviado pelo braço do Toy (é à queima-roupa, não acho que seja penalty) e mesmo no último minuto de compensação o Saviola (acabámos a partida com os quatro avançados em campo!) permitiu a defesa com o pé do guarda-redes, depois de um bom passe do Cardozo.

Em termos individuais, o Maxi Pereira foi o único a mostrar durante os 90’ que queria ganhar o jogo. Os centrais acabaram por estar bem, ao não permitir que o Olhanense criasse perigo (só teve um remate perigoso perto do fim, já na fase do nosso desespero). O Gaitán não existiu na 1ª parte, mas esforçou-se bastante na 2ª. O Nélson Oliveira mostrou mais uma vez que ainda está muito verde e desapareceu totalmente na 2ª parte. Outro que nunca chegou a aparecer (diria mesmo durante toda a época) é o Emerson. Aliás, arrisco-me a dizer que, com um jogador destes como titular indiscutível, é impossível uma equipa ser campeã…

Terceiro ano consecutivo sem ganhar em Olhão é sintomático. Há dois anos, a meio de uma eliminatória com o Liverpool, resolvemos privilegiar o jogo na Naval e tivemos quatro dias de descanso. Ganhámos depois de estarmos a perder 0-2. Esta época, resolvemos ter três para Olhão depois de jogar com o CRAC, para ter quatro antes do Chelsea. Empatámos, claro. Eu sei que é a Champions, mas claramente não estamos a privilegiar o campeonato. E os quartos ou as meias-finais de qualquer competição não são um título. Como será um bocadinho difícil ganhar a Liga dos Campeões, confesso que não percebo esta nossa opção.

P.S. – Duvido muito que o Sr. João Capela expulsasse um jogador do CRAC num lance semelhante ao do Aimar, mas para mim é expulsão. O Olhanense abusou do antijogo (mais uma vez, verifica-se a enorme pertinência de um alargamento…), mas o árbitro deu nove (dois+sete) minutos de desconto. Não foi por ele que não ganhámos.

quarta-feira, março 21, 2012

F-i-n-a-l-m-e-n-t-e!!!

Vencemos os assumidamente corruptos por 3-2 e estamos na final da Taça da Liga. Aquela taça que os antibenfiquistas desdenham simplesmente porque nunca a ganharam. Já a Supertaça é muito importante, não é, sua cambada de hipócritas com uma coluna vertebral com mais curvas do que o circuito do Mónaco de Fórmula 1?!

Não poderíamos ter entrado melhor, já que fizemos o primeiro golo aos 4’ através do Maxi Pereira, depois de uma boa combinação atacante. Já antes do golo, o Bruno César tinha falhado o pontapé depois de um centro do Nolito e numa altura em que só tinha o Bracalli pela frente. Só que inexplicavelmente entrámos na já habitual fase de bloqueio mental quando defrontamos o CRAC. Durou 25’, custou-nos dois golos aos 8’ e 17’, e poderia ter-nos custado pelo menos mais um. Foram perdas de bola inadmissíveis, deficientes posicionamentos em campo e desconcentrações na disputa dos lances de jogadores tão insuspeitos como o Luisão, Javi García e Maxi Pereira. Parecia que tinham bebido alguma coisa… Felizmente, conseguimos recompor-nos e, se dúvidas houvesse quanto à existência de Deus, elas foram definitivamente dissipadas quando enviámos três bolas aos postes em quatro minutos! Nenhum ser superior daria uma protecção destas a quem é assumidamente corrupto. Antes do intervalo, lá marcámos o merecido golo, através do peito(!) do Nolito, depois de uma assistência do Javi García na sequência de um livre. Era fundamental não ir para o intervalo a perder.

A 2ª parte foi muito menos movimentada que a 1ª. As equipas foram mais calculistas, mas tirando uma boa oportunidade do Lucho logo no início, o CRAC não fez mais nada de relevante. Quanto a nós, tivemos remates do Witsel e Nolito, sozinhos à entrada da área, que saíram por cima da baliza. Aos 65’, o Jesus decidiu que talvez estivesse na hora de ganhar o jogo e lançou o Cardozo para o lugar do Nélson Oliveira. Aos 77’, o Tacuara tabelou bem com o Gaitán, correu isolado para a baliza e rematou ainda de fora da área para fazer o 3-2. Grande golo de um enorme jogador! Até final, o CRAC não conseguiu criar perigo nenhum e fomos uns justos vencedores.

Em termos individuais, não é propriamente fácil destacar ninguém, porque aquela oscilação na 1ª parte envolveu jogadores que estavam a fazer um bom jogo antes e continuaram a fazer depois. Como o Maxi Pereira e o Javi García, por exemplo. Outro que estava a jogar bem era o Bruno César, que acabou por dar lugar ao Gaitán aos 56’, sem perda de qualidade, já que o argentino entrou bem na partida. O Cardozo cada vez está pior… Rematou fora da área, claramente para não ter que correr mais! É lento, não gosta de correr e não luta. Só sabe marcar golos, mas isso não interessa nada! Claramente não serve para o Benfica… Quanto ao Capdevila, andou aos papéis no início da partida, mas depois recompôs-se e teve uma exibição satisfatória, especialmente se tivermos em consideração que teve o Hulk pela frente. Escusado será dizer que acho que deveria merecer mais oportunidades, porque pelo menos é mais inteligente a jogar à bola do que o Emerson. O Jardel demonstrou que a recuperação do Garay é fundamental, porque algumas das ofertas que teve se fosse com os avançados do Chelsea…

Aguardemos agora pelo adversário na final, mas presume-se que seja o Braga. Das competições em que estamos envolvidos, esta é a menos importante, mas também é a que realisticamente temos mais hipóteses de ganhar. O campeonato está à distância de um (dois na prática) ponto, mas não dependemos de nós. E a Liga dos Campeões é uma utopia. Portanto, chegados a uma final, temos obrigação de lutar pela vitória. E trazer a quarta taça consecutiva para a Luz.

P.S. – 28.553 espectadores numa meia-final em casa de uma competição oficial frente ao nosso maior adversário é uma vergonha!

terça-feira, março 20, 2012

Pedido

O outro não foi ouvido. Espero que este o seja.

sábado, março 17, 2012

Alargamento?!

Vencemos o Beira-Mar por 3-1 e, com a vaca que o CRAC teve frente ao Nacional na Choupana (aquele Mateus devia ser processado por falhar tantos golos), mantivemos a desvantagem de um ponto em relação ao 1º classificado. Foi uma partida muito calma, disputada a um ritmo baixíssimo e em que os nossos dois golos na 1ª parte definiram logo o vencedor. Um jogo-modelo, portanto, com 2-0 ao intervalo e o terceiro a abrir logo a 2ª parte. Deviam ser todos assim.

Com o castigo do Maxi, voltou a ser o Witsel o lateral-direito e foi dele a assistência para o Cardozo inaugurar o marcador aos 26’, depois de um passe no timing perfeito de El Mago Aimar. Até aí, só nós é que atacávamos, o Beira-Mar não saía do último terço do seu meio-campo, mas a falta de velocidade fez com que só dois lances do Nélson Oliveira e cabeça do Gaitán é que tivessem criado relativo perigo. Aos 44’, inverteram-se os papéis habituais e foi o Cardozo, com um passe na altura certa, a desmarcar o Gaitán para o segundo golo. Íamos para intervalo com o jogo resolvido, porque para este Beira-Mar a bola é redonda demais…

A 2ª parte iniciou-se com o nosso 3º golo, numa assistência de calcanhar do Nélson Oliveira a desmarcar o Cardozo, que contornou o guarda-redes e rematou para a baliza deserta. Estavam decorridos apenas 48’ e atingíamos a tranquilidade total. A partir daqui, baixámos claramente o ritmo já a pensar nas partidas bastantes mais importantes que se avizinham, até porque o Beira-Mar mostrava muito pouco para uma equipa da I Liga. Só que, já na compensação, um mau alívio do Jardel dá origem a um contra-ataque, o Emerson fica nas covas e lá sofremos o golito da ordem, com o Artur a parecer-me também mal batido. Só a lagartada é que ficou a zeros na Luz para o campeonato, algo que deveria fazer o Jesus reflectir e bem. Sofrer um golo de uma equipa destas é uma vergonha. E, claro, que saí do jogo relativamente chateado. Detesto sofrer golos e ainda por cima no último minuto!

Em termos individuais, o Cardozo com dois golos e uma assistência foi obviamente o melhor em campo. A equipa com o Aimar sabe logo o que tem que fazer à bola e o jogo torna-se mais simples. O Gaitán, no seu segundo jogo consecutivo a marcar, sobe lentamente de forma. Ao Nélson Oliveira fazem-lhe bem estes jogos, porque precisa ainda de crescer muito nomeadamente na altura de soltar a bola em vez de fazer remates disparados e de ângulos quase impossíveis. No entanto, a assistência para o 3º golo é brilhante. Todos os outros estiveram regulares e a partida até deu para estrear o André Almeida no campeonato.

Este jogo devia ser mostrado a todos as alimárias que defendem o alargamento da I Liga para 18 clubes. É para isto?! Para vermos mais dois “Beira-Mares” no campeonato?! Uma equipa nem sequer está nos lugares de descida e que apresenta esta qualidade futebolística?! Tenham lá paciência, mas poupem-nos a isto! Nunca coisa o Ulisses Morais teve razão nas declarações no final, quando disse que mostraram coerência: não jogaram nada durante 90’. Gostei igualmente da declaração de que quem marca um golo na Luz pode aspirar a tudo… Estes tipos vivem noutro mundo, só pode.

sexta-feira, março 16, 2012

Sorteio da Liga dos Campeões

Apoel - Real Madrid
Marselha - Bayern Munique
BENFICA - Chelsea
Milan - Barcelona

Como eu já calculava, Deus não existe. Ou só existe para quem se acha também Deus (não é, Mourinho?). Das sete equipas, calhou-nos em teoria a terceira menos difícil. E, dado que a ordem do sorteio é a que está acima, das três que ficaram para o fim, o Chelsea é de longe a melhor para nós. Preferia que o primeiro jogo fosse em Londres, mas pronto. Se nos qualificarmos, defrontaremos o Barça (uma equipa que ganha 4-0 em casa ao Arsenal e depois leva três em Londres ainda na primeira parte, não tem estofo para a melhor equipa da história do futebol). E, se assim for, estou contente por nesse caso o primeiro jogo ser em casa. Mas não nos vamos antecipar e pensar que podemos ver o Messi ao vivo na Luz. Primeiro, há que eliminar os ingleses. (O idiota do Villas-Boas passa a vida a lixar-nos a vida: no ano passado não devia ter estado onde esteve, este ano já não está onde ainda devia estar...!)

P.S. - No fundo, é um silogismo simples: se a lagartada, que está 11 pontos atrás de nós, elimina quem está 17(!) pontos à frente do Chelsea, é uma vergonha para a nossa história se não os golearmos... ;-)

quinta-feira, março 15, 2012

Agora é que se vai ver

Se Deus quiser provar que existe mesmo, tem aqui uma excelente oportunidade de o fazer! Especialmente pelo que (não) fez há oito anos...

segunda-feira, março 12, 2012

Lisonjeiro

Vencemos em Paços de Ferreira (2-1) e, com o empate da véspera do CRAC em casa frente à Académica (1-1), reduzimos a diferença para um ponto em relação ao 1º lugar. Foi uma vitória sofridíssima, em que mais uma vez demos a volta ao marcador, mas só na 2ª parte. Se há jogo em que podemos dizer que tivemos sorte, foi este, especialmente na altura dos golos, em que nada estávamos a fazer para os justificar.

O Jesus mexeu na equipa e colocou o Capdevila (por castigo do Emerson), o Nolito e o Saviola a titulares. As coisas não correram bem na 1ª parte, apesar de não termos entrado propriamente mal na partida. Achei até que foi melhor que em Coimbra e Guimarães em termos de atitude, mas não conseguimos criar muitos desequilíbrios na defesa contrária, porque eles estavam muito coesos lá atrás e nós sem a velocidade necessária. Tivemos remates do Nolito e Saviola que o Cássio defendeu, e outro lance em que o Cardozo chegou atrasado a um centro do Bruno César, já sem o guarda-redes na baliza. Aos 28’ sofremos o 0-1 num contra-ataque bem conduzido pelo Melgarejo (espero que o saibamos aproveitar, que jogador!) e concluído pelo Michel na recarga, depois de uma óptima defesa do Artur. O Paços desinibiu-se ainda mais depois do golo e voltou a criar oportunidades para marcar.

Na 2ª parte, houve uma dupla substituição com as entradas do Gaitán e Nélson Oliveira para os lugares do Nolito e Saviola, mas tivemos uma reentrada horrível na partida. Durante os primeiros 20’, só não sofremos o segundo golo devido a São Artur, bastante sorte (bola no poste do Melgarejo) e alguma aselhice contrária. Eles eram muito rápidos no contra-ataque e nós parecíamos perdidos em campo. Tivemos bastante sorte durante este período e a primeira coisa de jeito que fizemos foi o golo do empate! Arrancada do Nélson Oliveira pela direita aos 64’, centro rasteiro, o Cardozo deixou passar a bola e o Gaitán rematou ao ângulo inferior esquerdo da baliza. A partir daqui, a equipa voltou a acreditar e teve igualmente sorte em marcar o segundo golo pouco depois. Livre directo do Bruno César ao ângulo superior direito da baliza aos 68’. Dois golos em menos de cinco minutos e estava consumada a reviravolta. Até final, tivemos cabecinha para manter a posse da bola, sem arriscar muito e ainda vimos o adversário acabar com nove jogadores (ambas as expulsões, uma por segundo amarelo, justas).

Em termos individuais, o destaque vai inteirinho para o Artur. Safou para aí uns três golos, dois dos quais de baliza aberta e devemos-lhe sem dúvida os três pontos. O Bruno César estava a fazer um jogo sofrível até ter participação directa nos dois golos. O Nélson Oliveira foi essencial na jogada do primeiro e a vitória também tem a marca dele. Assim como do Cardozo, que interveio no primeiro e no segundo desconcentrou o guarda-redes, que estava à espera que fosse ele a marcar o livre e lançou-se um bocadinho tarde ao remate do Bruno César. O Capdevila teve dois graves erros defensivos, mas também não se pode esperar milagres de alguém que está sem jogar há tanto tempo.

Tinha escrito aqui na semana passada que o único factor que ainda me dava (reduzidas) esperanças em relação ao título era o Vítor Pereira e confirmou-se. Em tempos recentes, nunca na vida o CRAC empataria em casa com a Académica depois de ganhar na Luz. O campeonato está relançado e a esta nossa vitória foi essencial. Como os campeões também se fazem com estrelinha, espero que o facto de ela ter brilhado para nós neste jogo seja um bom prenúncio.

P.S. – Claro está que, pela terceira jornada consecutiva, fomos claramente prejudicados pela arbitragem. Há três lances de possível penalty para nós (agarrão ao Jardel, derrube ao Bruno César e Nélson Oliveira) e o Sr. Bruno Esteves não assinalou nenhum deles. Ainda por cima, mostrou amarelos ao Bruno César e ao Nélson Oliveira por pretensa simulação. Ambos se aproveitaram da situação para cair, mas o que é facto é que os toques que sofreram foram mais do que suficientes para os derrubar. Que os nossos jogadores se tivessem posto a jeito para sofrer esses toques, não invalida que o derrube não tenha mesmo existido.

quarta-feira, março 07, 2012

Personalidade

Uma exibição com grande cabecinha permitiu-nos derrotar o Zenit por 2-0 e atingir pela primeira vez em seis anos os quartos-de-final da Liga dos Campeões. Depois do descalabro das duas últimas semanas, escolhemos o jogo certo para dar a volta por cima. A equipa esteve muito concentrada durante os 90’ e os russos praticamente não tiveram oportunidades de golo. A justiça do desfecho da eliminatória é incontestável.

Sem o Aimar e o Garay, a tarefa não se adivinhava fácil, porque o Zenit é treinado por um italiano e lá especialista no catenaccio são eles. Entrámos no jogo conscientes de que um golo era suficiente e portanto sem grandes precipitações. O que é de louvar, especialmente se nos lembrarmos dos primeiros 20’ de 6ª feira passada. Os russos defendiam bem, mas mesmo assim o Bruno César e o Maxi Pereira tiveram boas chances de marcar. O Artur era mais um dos espectadores, mas uma desconcentração entre ele e o Luisão ia saindo-nos cara. No período de compensação da 1ª parte, fizemos o 1-0 pelo Maxi Pereira depois de uma boa combinação entre o Bruno César e o Witsel, com este a rematar para defesa do Malafeev, e depois a assistir uruguaio de calcanhar. Marcávamos num momento crucial e obrigávamos os russos a mudar a estratégia para a 2ª parte.

Devo dizer que gostei bastante do nosso 2º tempo. Logo eu, que por norma detesto o “controlar o jogo” especialmente só com um golo de vantagem. No entanto, dado o passado recente, é natural que a equipa não estivesse tão confiante para atacar e, verdade seja dita, que o adversário raramente mostrou arte para chegar à nossa baliza. Mas o que mais me satisfez foi que, apesar de termos adoptado uma velocidade menor (como seria de esperar), nunca deixámos de pensar na baliza contrária e as únicas oportunidades foram nossas. O Witsel continuava a grande exibição da 1ª parte e era um monstro a comandar o nosso jogo nas transições atacantes. Tivemos algumas boas oportunidades com duas cabeçadas do Jardel depois de cantos, mas especialmente com um grande falhanço do Cardozo só com o guarda-redes pela frente. Igualmente no período de compensação, acabámos com as (poucas) dúvidas no desfecho da eliminatória e novamente com o Witsel e Bruno César na jogada, este assiste o Nélson Oliveira (entretanto entrado para o lugar do Cardozo) para ele se estrear a marcar na Champions. Logo a seguir, a partida terminou e estou desconfiado que todos os adeptos correram tanto como os jogadores. Foi um apoio tremendo e confesso que fiquei de rastos fisicamente.

O melhor em campo foi, sem sombra de dúvida, o Witsel. A continuar assim, não vamos conseguir segurá-lo por muito tempo. A ajudar o Javi García a defender, a coordenar todo o nosso jogo atacante (na ausência do Aimar era fundamental que alguém o fizesse) e fazer assistências, fez um jogo completo. Igualmente muito bem (embora não tenha tido uma entrada auspiciosa no encontro) esteve o Bruno César, que teve papel determinante nos dois golos. O Gaitán melhorou um bocadinho em relação ao passado recente e o Cardozo fez um jogo de grande sacrifício, mas deveria ter concretizado aquela flagrante oportunidade. O Rodrigo ainda não recuperou a forma que tinha antes de o animal o atingir. Na defesa, estiveram todos muito bem, com destaque natural para o Luisão e menção para a partida muito concentrada do Jardel. Uma última palavra para o Maxi que, com dois golos, foi essencial no desfecho da eliminatória, além de que tem pilhas que não acabam. Quanto aos substitutos, o Nélson Oliveira marcou um bom golo, mas quando meter na cabeça que há alturas em que deve soltar a bola para um colega, em vez de rematar à baliza, vai ser um jogador extraordinário. O Matic também entrou muito bem para dar equilíbrio ao meio-campo e permitir que o Witsel se soltasse para o ataque. Finalmente, o Nolito veio agitar a partida e dar-nos profundidade atacante.

Foi um triunfo justíssimo perante uma equipa de quem eu sinceramente esperava mais. Por isso, é que eu não gosto de treinadores italianos. Veio para defender o 0-0 e, quando foi preciso ir buscar o resultado, a equipa já não sabia o que fazer. Vamos saborear esta vitória e esperava que ela catapulte a equipa para os patamares exibicionais que teve há não muito pouco tempo. Quanto ao adversário dos quartos-de-final, logo veremos quais as outras equipas qualificadas e o que nos reservará o sorteio da próxima semana. Mas com um bocadinho de sorte neste, pode ser que esta não seja a nossa última etapa…

sábado, março 03, 2012

Kryptonite

Perdemos em casa com o CRAC (2-3) e dissemos adeus ao título. Não “matematicamente”, claro está, porque três (quatro, na prática) pontos de desvantagem não são uma distância inultrapassável, mas porque três derrotas em quatro jogos e oito pontos perdidos nas últimas três jornadas não auguram nada de bom para o futuro. É inevitável que o filme de terror da última temporada esteja a passar de novo na minha cabeça. A minha última esperança é o Vítor Pereira, mas acho que mesmo apesar dele o CRAC irá conseguir revalidar o título.

Mais uma vez, entrámos com medo do CRAC. Medo! A jogar em casa. Contra uma equipa treinada pelo Vítor Pereira. Que já não tem o Falcão. Que tem feito jogos miseráveis este ano. Incompreensível! Eles fizeram o 0-1 numa bomba do Hulk aos 6’, com todo o tempo do mundo para preparar o remate, porque o Emerson estar lá ou não estar é a mesma coisa… Demorámos mais de 20’ a perceber que também era suposto jogarmos e não apenas ver o adversário jogar. O Cardozo falhou um golo incrível, mas fez o empate aos 42’. Na 2ª parte, não poderíamos ter entrado melhor e um livre telecomandado pelo Aimar encontrou a cabeça do Cardozo para o 2-1 aos 48’. Conseguíamos o mais difícil, a reviravolta, e com dois golos em momentos decisivos, que tinham tudo para dar cabo da moral do adversário. Aos 58’, o Vítor Pereira tira o Rolando para entrar o James Rodríguez e coloca o Djalma (já com amarelo) a defesa-direito. Comentei com os meus colegas de bancada que, com cabecinha, tínhamos uma hipótese de ouro de vingar os 5-0 da época passada. O CRAC estava todo partido, nós acelerávamos um bocado e conseguíamos contra-ataques perigosos, era só uma questão de não nos deixarmos deslumbrar. Infelizmente, aos 64’, o Gaitán prefere pela enésima vez fintar com a equipa desequilibrada no ataque, em vez de passar a bola a um colega melhor colocado (e o Nolito estava mesmo ao lado), perde a bola, o CRAC faz um contra-ataque perigoso e o Emerson deixa o James Rodríguez rematar à vontade à entrada da área para o golo do empate. Não satisfeito com as duas ofertas, o Emerson rasteira o Hulk por trás, já com um amarelo, e claro que o Sr. Pedro Proença não perdeu a oportunidade de o expulsar aos 77’. Acabámos com o Gaitán(!) a defesa-esquerdo. Aos 87’, o fiscal-de-linha não quis ver dois jogadores do CRAC em fora-de-jogo num livre e o Artur escolheu o pior jogo de todos para imitar o Roberto (mas ainda tem imenso crédito a seu favor, como é óbvio). Vitória do CRAC com um golo ilegal, tal como eles gostam e lhes fica bem.

O Cardozo foi o melhor do Benfica. Há quem prefira olhar para o falhanço, eu prefiro olhar para estes dois golos e para os 123 em 198 jogos. Além de que se fartou de ganhar bolas de cabeça. De todos os outros, não houve ninguém que se tenha destacado mais pela positiva. A boa notícia deste jogo é que o Emerson não vai poder jogar para a semana. Ele que esteve em dois golos do adversário e se deixou expulsar, hipotecando nessa altura as nossas hipóteses de ganhar o jogo. Também ligado a dois dos golos do CRAC está o Gaitán (a falta para o 2-3 é dele). Mas, no fundo, a culpa não é deles…

Não há nada a fazer. O CRAC é a kryptonite do Jesus. Tem sempre uma travadinha contra eles. Neste jogo, deve ter juntado mais um recorde aos que tem conseguido no Benfica: julgo que nenhum treinador nosso deve ter três derrotas CONSECUTIVAS em casa frente ao CRAC. A maneira como entrámos no jogo é absolutamente lamentável. Uma tremideira para a qual é difícil encontrar justificações. Demorámos 20’ a recompor-nos, mas depois desbaratámos uma vantagem no marcador já na 2ª parte. Como já tínhamos desbaratado um avanço pontual que nos permitia, mesmo com este resultado, estar hoje no comando com dois pontos de vantagem. Lamento muito, mas não pode ser. Eu que pensava que as humilhações do ano passado eram insuperáveis, não sei bem o que hei-de pensar da transformação de um +5 num -3 em apenas 11 dias. Não sei como é que ainda se insiste num Emerson. Não sei como é que ainda não se puniu um Gaitán por sair a fintar em zona proibida. Não sei como é que se diz que os outros é que têm estar preocupados por nós estarmos na frente e se empata o jogo seguinte em casa de uma equipa que não ganha desde Setembro. Não sei como é que se diz que o CRAC não melhorou com o Lucho e o Janko. E fico-me por aqui, porque o post já está muito extenso…

Eu trocava de bom grado o recorde das 18 vitórias consecutivas, dos 37 jogos seguidos a marcar e o melhor futebol desde as primeiras épocas do Eriksson, por não ter que ver estas humilhações. Três derrotas seguidas são demais para mim. Não aguento. E ainda vamos ter que os receber para a Taça da Liga… Como disse no post anterior, espero que o Jesus saiba tirar as devidas ilações no final desta época.

P.S. – Como é óbvio, fomos roubados pelo Sr. Pedro Proença. Aquele último golo é um escândalo. Mas não é nada que não se estivesse já a prever. Nos jogos entre os três grandes que ele apitou, nós nunca ganhámos e o CRAC nunca perdeu. Já sabíamos que tínhamos de estar preparados para jogar contra 14. Mas com as abébias que demos, era difícil conseguir ganhar contra quem já começou o jogo em superioridade numérica.

sexta-feira, março 02, 2012

Momento-chave da época

Não nos iludamos: hoje vai decidir-se o futuro desta temporada.