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sexta-feira, abril 26, 2024

Rotação – parte II

Vencemos em Faro o Farense na passada 2ª feira (3-1) e continuamos a sete pontos da lagartada (3-0 em casa ao V. Guimarães), com o CRAC a 11 de nós (2-1 em casa do Casa Pia). Ou seja, com quatro jornadas para disputar só um golpe de teatro nos fará sair da posição em que estamos.
 
Na ressaca do desastre europeu em Marselha, o Roger Schmidt fez alguma rotação no onze, colocando de início o Carreras, João Mário, Kökçü, Tiago Gouveia e Arthur Cabral. E o que se se pode dizer é que, à semelhança do Moreirense, estes jogadores provaram que poderiam (e deveriam) ter tido mais minutos em campo, seja como titulares, seja como substitutos. Entrámos com um bom ritmo e com oportunidades pelo Di María e Arthur Cabral, em remates de longe que o guarda-redes Ricardo Velho não conseguiu segurar. Inaugurámos o marcador aos 16’ numa boa combinação atacante entre o Di María e o Bah, com este a centrar directo para o Kökçü marcar de pé esquerdo. No entanto, o Farense igualou pouco depois, aos 23’, na sequência de um pontapé de canto com um remate do Belloumi de ângulo apertado, em que o Trubin deveria ter tido reflexos mais rápidos. Onze minutos volvidos, aos 34’, voltámos para a frente do marcador em nova combinação na direita entre o Di María e o Bah, com este a assistir desta feita o Arthur Cabral para outro bonito golo de calcanhar. E como os golos dão logo um boost de confiança, especialmente aos avançados, pouco depois o Arthur Cabral atirou uma bola ao poste num remate de longe.
 
A 2ª parte começou mais lenta da nossa parte, naquele ritmo muito perigoso de tentar adormecer o adversário, em vez de tentar forçar um segundo golo de vantagem, mas que invariavelmente nos costuma sair caro. Por volta da hora de jogo o Schmidt começou a mexer na equipa, colocando o David Neres e João Neves para os lugares do Tiago Gouveia e Florentino (este já amarelado). O Farense teve um remate perigoso de fora da área, que o Trubin defendeu, mas fechámos a partida pouco depois com o 3-1, na estreia do Carreras a marcar enquanto sénior, de pé direito(!), depois de uma assistência do Di María. Logo a seguir, tivemos sorte com um remate do Rui Costa, avançado do Farense entretanto entrado (já disse mais de uma vez que este nome deveria estar registado para ser de uma só pessoa...), que saiu a rasar o poste e poderia ter relançado o jogo. Até final, ainda houve dois lances que merecem ser realçados: um choque de cabeças que fez com que o João Neves tivesse de sair (e vamos lá a ver se recupera para o Braga) e um pontapé-de-bicicleta do Cabral, que o guarda-redes defendeu.
 
Em termos individuais, destaque para o Di María, que esteve nos nossos três golos, para o Bah, que fez a assistência para dois deles, e para o Arthur Cabral, que marcou um golão, atirou uma bola ao poste e ainda fez uma bicicleta perigosa. Como é um facto raro, vale a pena mencionar que o João Mário não esteve mal no centro do terreno.
 
Foi um regresso às vitórias já com um ar de fim de ciclo. Temos naturalmente de tentar vencer os jogos todos até ao fim, mas a desilusão que vai ser esta temporada terá de ter consequências.
 
P.S. – Novamente frente ao Farense, e apesar da vitória, houve contestação ao Roger Schmidt desta vez no final da partida, com insultos, arremessos de água e uma garrafa. Claro que se ultrapassou a linha, mas a performance deste ano da equipa merece uma boa assobiadela.

sexta-feira, abril 19, 2024

Auf Wiedersehen!

Perdemos ontem em Marselha (0-1 e 2-4 nos penalties) e fomos eliminados ingloriamente da Liga Europa. Ou seja, iremos terminar uma temporada em que investimos fortemente com apenas um título e o menos importante deles todos (Supertaça). Não só por isso (aqui defendi a continuidade do treinador, mesmo não tendo ganho nada), mas principalmente pelo que (não) mostrámos a nível exibicional e por decisões absolutamente incompreensíveis, espero que o Sr. Roger Schmidt tenha a hombridade de colocar à disposição o seu lugar no final da temporada.

Perante o Casa Pia da Liga Francesa, nós fizemos de Vizela durante 79’ (sem ofensa para nenhum dos clubes, apesar me cinjo à respectiva classificação). E isso é absolutamente indesculpável no Benfica! Somos muitíssimo superiores ao Marselha e tivemos a atitude de uma equipa pequena, a jogar para o empate. E o Sr. Roger Schmidt já tem suficientes anos de futebol para saber o que geralmente significa jogar para o empate... Resultou em Toulouse (com bastante sorte e Trubin à mistura), não resultou em Marselha. Aliás, estou convencido que só passámos o Rangers, porque empatámos a 1ª mão em casa e não fomos para a Escócia jogar para o empate. É escusado o Sr. Roger Schmidt colocar o David Neres, Di María e Rafa juntos no onze, se depois vai jogar para não sofrer... A nossa exibição foi patética a maior parte do tempo, raramente tivemos sequer transições atacantes, o Tengsted fez um óptimo papel enquanto defesa adversário (não conseguir segurar uma única bola!) e deixámos que o Marselha nos fosse empurrando para o nosso meio-campo, raramente conseguindo sair a jogar. Só alguma aselhice do outro lado fez com que chegássemos ao intervalo empatados. Quanto a nós, só um remate de trivela do Rafa, a centro do David Neres, deu a sensação de perigo.

A 2ª parte manteve-se igual. Apesar estarmos a jogar com dez desde o início, o Tengstedt ainda conseguiu ficar 61’ em campo...! O Marselha intensificou a pressão apenas porque nós deixámos, dado que perdemos quase todas as segundas bolas, devido ao facto de eles serem sempre mais agressivos do que nós. Com a entrada do Kökçü e do João Mário para os lugares do Tengstedt e David Neres, conseguimos equilibrar um pouco o meio-campo, mas deixámos de ter um ponta-de-lança na frente e tirámos o nosso jogador mais perigoso (o brasileiro, obviamente). Com o Di María e o Rafa muito apagados, não se percebe esta decisão do Sr. Roger Schmidt. Melhor dizendo, percebe-se, o que a torna ainda pior! O Trubin ia oferecendo um golo, mas depois corrigiu, e fez outra excelente defesa quase em cima da linha. No entanto, aos 79’ o Marselha igualou a eliminatória pelo Moumbagna, depois de um cruzamento à vontade do Aubameyang na esquerda. O António Silva, por não ter parado este, e o Aursnes, por se ter deixado antecipar por aquele, não ficam nada bem nesta fotografia. Depois de estarmos em desvantagem, assumimos as rédeas do jogo e manifestámos a nossa superioridade perante uma equipa que vinha de cinco(!) derrotas consecutivas. A pergunta legítima que se impõe é: porque é que não fizemos isto logo desde o início?!?! Este jogo era para ganhar, nem sequer falo da passagem da eliminatória! O Di María teve duas boas ocasiões, ambas de cabeça, para marcar, mas em ambas permitiu a defesa do guarda-redes Pau Lopez. Com a ida para prolongamento, o Marselha fez as seis substituições permitidas, enquanto nós fizemos... três! O Arthur Cabral entrou no final da 1ª parte do prolongamento (saiu o Rafa), o que significou que jogámos quase uma parte inteira sem ponta-de-lança...! Quando precisávamos de marcar durante grande parte desse período! O brasileiro também teve uma ocasião, mas permitiu igualmente a defesa do Pau Lopez. Os jogadores do Marselha iam acusando o esforço físico, mas o Sr. Roger Schmidt, do alto da sua habitual teimosia, continuou a deixar o Di María em campo durante duas horas, ele que mal aguenta uma... Seria para os penalties, mas, azar dos Távoras, ele foi o primeiro a marcar e atirou ao poste... Quem também falhou foi o António Silva, enquanto os franceses marcaram os quatro, atirando-nos sem honra nenhuma para fora das competições europeias.

Não vou fazer destaques individuais, vou apenas dizer o seguinte: é um crime colocar o Benfica a jogar como um Vizela, ainda para mais perante um Casa Pia francês! Aliás, a nossa campanha europeia desta temporada foi uma absoluta vergonha! Eu não preciso de um treinador que seja genial no banco e que tire coelhos da cartola constantemente. Eu só preciso de um que veja o que toda a gente vê: 1) que o Di María não pode jogar todos os minutos de todos os jogos; 2) que o plantel é suficientemente grande para fazer alguma rotação, especialmente quando os titulares estão desinspirados e/ou cansados, 3) que fazer substituições aos 88’ para alterar o jogo é simplesmente ridículo; 4) que a ganhar por cinco ao Vizela ao intervalo, e no meio de uma eliminatória europeia, é inconcebível que se tire o Rafa para colocar o... Di María! (Com o Rollheiser no banco...). E já nem falo de ir jogar ao WC e a Mordor com o João Mário no meio-campo, em vez do Florentino, mas apenas daquelas outras cuja evidência salta à vista.

Por tudo isto, resta-me agradecer ao Sr. Roger Schmidt o campeonato do ano passado e felicidades para a sua carreira a partir da próxima época. Longe do Benfica, por favor!

quinta-feira, abril 18, 2024

Rotação

Vencemos o Moreirense por 3-1 no passado domingo e estamos com 11 pontos de vantagem para o CRAC no 3º lugar, que empatou em casa com o Famalicão (2-2). Quanto à lagartada, goleou em Barcelos (4-0) e venceu aquele mesmo Famalicão no jogo em atraso (1-0), e já pode encomendar as faixas, dado que ficou com sete pontos de avanço a cinco jornadas do fim.
 
No meio da eliminatória com o Marselha, o Roger Schmidt lembrou-se que o plantel tem mais de 11 jogadores e deu a titularidade a oito(!) habituais suplentes. Incluindo o guarda-redes Samuel Soares, que causou bastantes calafrios na 1ª parte com mais do que um lance em que demorou a aliviar a bola, quase permitindo a intercepção de um adversário... Apesar de revelarmos alguma falta de ligação, o que é normal dado que eram jogadores que não só não jogam muito, como não jogam entre eles, inaugurámos o marcador aos 18’ através do Kökçü, depois de assistência do Tiago Gouveia, num remate em que o guarda-redes Kewin poderia ter feito muito mais. O Moreirense tentava responder e criou bastante perigo por volta da meia-hora, com um remate ao poste, seguido de recarga que foi defendida pelo Samuel Soares numa boa saída da baliza. Pouco depois, foi o Arthur Cabral a permitir uma defesa do Kewin para a barra, num remate de longe, Kewin, esse, que também desviou para canto um remate do Álvaro Carreras de pé direito de fora da área. Já em tempo de compensação surgiu o nosso segundo golo num canto da direita, com o Tomás Araújo a cabecear para defesa do guarda-redes para a barra, o Arthur Cabral e um defesa a atirarem ao poste e na, segunda recarga, o nº 44 a fazer o 2-0. Era uma vantagem muito importante para levar para o intervalo, porque permitia gerir o jogo de outra maneira.
 
Na 2ª parte, o João Neves e o David Neres ficaram nos balneários e entraram o Florentino e Rollheiser. (Ena, ena duas substituições ao intervalo, o Schmidt deve ter bebido algo...!) E o que é facto é que a equipa melhorou. Houve mais dinâmica e velocidade e o Moreirense deixou de conseguir passar tão facilmente para o nosso meio-campo. (Cá está a vantagem de ter o Florentino em campo...!) Fomos criando mais algumas oportunidades, nomeadamente num livre do Kökçü e num slalom do Tiago Gouveia que terminou com um remate de pé esquerdo ao lado, mas só conseguimos fazer o terceiro golo aos 78’ numa boa assistência do Tiago Gouveia para o Rollheiser se estrear a marcar com o manto sagrado. Até final não faltaram as alterações perto dos 90’, com a estreia do Diogo Spencer, e nada de mais relevante se passou.
 
Em termos individuais, destaque para o Tiago Gouveia com duas assistências, o Rollheiser mostrou pormenores interessantes e a sua pouca utilização (pagámos 1M€ a mais para ele vir já em Janeiro!) não se percebe, para o Álvaro Carreras que, perante estas equipas, pode perfeitamente ser titular, e para o Florentino que foi o habitual garante da estanquicidade do nosso meio-campo. O Kökçü marcou um golo e não esteve mal, mas ainda precisa de pedalar um bom bocado para ganhar o carinho do terceiro anel (e não festejar o golo, nem saudar os adeptos que o aplaudem na altura da substituição, não ajuda...). Quanto ao Samuel Soares, tem excesso de calma olímpica na altura de aliviar a bola. Ou é isso ou então é para dar um pouco mais de emoção ao jogo...!
 
Ficou provado que espremer os titulares até ao tutano era perfeitamente escusado e vai causar-nos uma época frustrante (a não ser que ganhemos a Liga Europa...). O plantel tem mais jogadores que já deveriam ter muitos mais minutos em campo. Infelizmente, temos um treinador que nunca conseguiu ver este facto óbvio. Razão pela qual espero que tenha os dias contados na Luz. A não ser, lá está, que nos dê a ganhar aquilo que já não ganhamos há mais de 60 anos.

domingo, abril 14, 2024

Desperdício

Vencemos o Marselha (2-1) na Luz na passamos 5ª feira e estamos na frente dos quartos-de-final da Liga Europa. No entanto, pelo que se viu no jogo, perdemos uma ocasião soberana de, quiçá, resolver já a eliminatória ou, pelo menos, ir ao Vélodrome muito mais descansados.

O Roger Schmidt utilizou a mesma equipa do jogo frente à lagartada, com o Tengstedt na frente. Os franceses vinham com algumas baixas e mostraram-se muito menos perigosos do que eu estava à espera. Adiantámo-nos no marcador relativamente cedo, com um golo do Rafa aos 16’, de biqueiro, depois de uma assistência do Tengstedt, num lance em que o David Neres também participou. O ritmo nunca foi particularmente elevado, razão pela qual também não criámos muito mais chances de golo. Um livre em que a bola sobrou para o David Neres, que resolveu centrar de primeira em vez de dominar, quando estava sozinho na área, terá sido a nossa melhor oportunidade.

Ao intervalo, aconteceu o momento da noite, mas vou deixar isso para o fim do post. A 2ª parte não poderia ter começado melhor, com o 2-0 a surgir aos 52’ num óptimo contra-ataque, com combinação entre o David Neres e o Di María, com este a marcar depois de assistência do brasileiro. O Marselha não mostrava nada e, sinceramente, passou-me pela cabeça que deveríamos aproveitar para deixar isto já resolvido. No entanto, infelizmente, baixámos ainda mais o ritmo e a baliza contrária tornou-se uma miragem. Aos 66’, aconteceu um erro individual do António Silva, que permitiu que o Aubameyang se isolasse e batesse o Trubin. Cinco minutos depois, o Schmidt lá se resolveu a mexer pela primeira vez na equipa, mas o Marcos Leonardo e o João Mário (saíram o Tengsted e o David Neres) não trouxeram nada de novo. Só mesmo o Schmidt para pensar que seria o João Mário, e a sua velocidade estonteante, a dar um safanão no jogo... Convinha muito termos marcado mais um golo, mas, claro, que com três jogos muito intensos, os titulares não tiveram a frescura necessária na parte final. No entanto, infelizmente, para o nosso treinador, as substituições nunca são para esgotar, mesmo que se tenha mais de 50 M€ de jogadores no banco...

 

Em termos individuais, o João Neves foi outra vez dos melhores (começa ser repetitivo, mas não há nada a fazer...) e o David Neres acabou por estar nos dois golos. Ao invés, o Florentino fez a exibição menos conseguida dos últimos tempos, o Di María marcou um belo golo, mas começa a acusar desgaste e não deveria jogar sempre até ao fim, e o Aursnes também não esteve particularmente feliz. O António Silva cometeu um erro que se poderá a revelar decisivo no desfecho desta eliminatória.

 

Para a semana, no Vélodrome, vai ser muito complicado, também porque, ainda por cima, o Marselha não irá jogar para o seu campeonato este fim-de-semana, e estará certamente mais fresco do que nós, mas temos mais do que equipa para ultrapassarmos este adversário e chegarmos outra vez a umas meias-finais europeias. 

 

P.S. – Ao intervalo, aconteceu um dos momentos mais emocionantes desde que o estádio novo foi inaugurado: a homenagem ao ENORME Sven-Goran Eriksson! O primeiro treinador do que me lembro ver no Benfica e o melhor de todos eles. Foi muito bonito vê-lo rodeado de antigos jogadores e poder proporcionar-lhe este tributo tão merecido nesta fase tão complicada da sua vida. Muito obrigado por tudo, Mister!


P.S. 2 – Eu sei que estivemos longe de fazer uma boa exibição, mas assobiar a equipa depois de uma vitória nuns quartos-de-final de uma prova europeia...?! Tenham juízo, pá!

terça-feira, abril 09, 2024

Finito

Perdemos no WC no passado sábado (1-2) e será praticamente impossível voltarmos a ser campeões, dado que estamos com potencialmente sete pontos de desvantagem, com seis jornadas para jogar. O que nos valeu foi que o V. Guimarães foi ganhar a Mordor (2-1) e manteve o CRAC a nove pontos de nós.

Depois da boa exibição na Taça de Portugal, o Roger Schmidt repetiu a equipa, mas não poderíamos ter começado pior, com um golo sofrido ainda antes do primeiro minuto! Passe de risco do António Silva para o Bah, este e o Florentino a serem comidos pelo Pedro Gonçalves, que centrou para o Trubin voltar a aliviar mal a bola (tal como na Taça...) e o Catamo rematar com sucesso. Impensável! Não reagimos mal e dominámos a 1ª parte, sem, no entanto, ter grandes oportunidades de golo, dado que o Rafa rematou por cima quando estava em boa posição e, em mais do que uma ocasião, o último passe ou não saía ou saía mal. No entanto, já em tempo de compensação, conseguimos chegar à igualdade numa óptima cabeçada do Bah a um livre do Di María. Era importantíssimo chegarmos ao intervalo sem estarmos em desvantagem, dado que só a vitória nos interessava.

Na 2ª parte, a posse de bola foi mais equilibrada e houve oportunidades dos dois lados: a lagartada atirou uma bola à barra pelo suspeito do costume, Gyökeres, enquanto nós tivemos duas soberanas ocasiões pelo David Neres, cortada pelo Coate quase sobre a linha, depois de uma abertura magistral do Di María, e por este num remate que o Israel desviou para a barra e que deu canto. Estávamos já nos dez minutos finais e, mais uma vez, não tivemos a sorte do jogo. Pouco depois, foi o João Neves a ver um remate seu, que ia com boa direcção, ser interceptado por um defesa. Do nosso banco, já se sabe, nunca vem nenhum rasgo para alterar o rumo dos acontecimentos e só houve a entrada do Arthur Cabral para o lugar do Tengstedt a 20’ do fim. A lagartada claro que fez as cinco substituições, uma das quais a saída do Hjulmand, cujo segundo amarelo foi poupado pelo Sr. Artur Soares Dias. Se o empate já favorecia a lagartada, o campeonato ficou decidido no início da compensação com o 1-2 novamente pelo Catamo, que se converteu no Kelvin lagarto: canto da esquerda, alívio de cabeça na área e remate do moçambicano de pé direito de primeira ao ângulo da baliza do Trubin. De um jogador que é canhoto! Se isto não é karma, não sei o que é... O Schmidt lá se lembrou que havia mais jogadores no banco e ainda fez entrar o Kökçü e o Marcos Leonardo, e este ainda teve uma última ocasião, mas o remate em carrinho embateu no Diomande, depois de uma insistência fantástica do João Neves na sequência de um livre para a área. Até final, ainda deu para o Aursnes ver o segundo amarelo e desfalcar-nos perante o Moreirense.

Em termos individuais, o Di María esteve em praticamente todos os nossos lances de perigo (mas tem de ter cuidado com as reacções intempestivas, porque colocou-se à mercê do árbitro para um vermelho por ter atingido o Pedro Gonçalves, apesar de este fazer jus aos últimos números 8 lagartos, sempre a exagerarem nas suas atitudes...), o João Neves foi o monstro do costume, especialmente na 2ª parte, o Florentino, apesar de não ter estado bem no primeiro golo, cada vez prova mais que é uma das maiores razões para a época estar a ser a desilusão que está a ser (não ele, obviamente, mas a sua parca utilização). Ao invés, o Rafa esteve completamente desaparecido, o Tengstedt, lá está, dá luta, mas finalizar não é com ele e o David Neres poderia ter sido melhor a definir alguns lances. Menção também para o bom jogo do Bah, com a excepção do primeiro golo sofrido.

Temos, de longe, o melhor plantel e não vamos ser campeões, nem ganhar a Taça de Portugal. Portanto, ou ganhamos a Liga Europa (pausa para assimilar a improbabilidade da ideia....) ou alguém tem de assumir as responsabilidades pelo enorme fracasso desta temporada.

sexta-feira, abril 05, 2024

Desilusão

Empatámos com a lagartada (2-2) na passada 3ª feira e ficámos fora da final da Taça de Portugal. Foi um desfecho inglório dado que, ao contrário do que seria expectável, fizemos provavelmente a melhor exibição da época até agora. No entanto, acabámos por pagar caro alguma ineficácia em momentos-chave do encontro.

O Tengstedt voltou à titularidade e a presença do Florentino no meio permite-nos utilizar o Di María e o David Neres em simultâneo, porque ficamos ali com um muro quase intransponível. A partida começou um pouco equilibrada, mas durante pouco tempo, dado que a nossa superioridade foi-se acentuando com a passagem dos minutos. Foi essencialmente fruto de uma pressão enorme sobre o homem da bola, n recuperações em zonas altas do campo (a vantagem de ter o Florentino, lá está...!) e resultou em duas grandes oportunidades, que infelizmente não concretizámos na 1ª parte. O Tengstedt atirou à barra depois de uma jogada de insistência do Di María e este falhou um golo cantado depois de cruzamento do Aursnes, permitindo a defesa do guarda-redes Israel. Era fundamental irmos para intervalo com a eliminatória igualdada, mas não conseguimos.

Seria expectável que a lagartada viesse diferente para a 2ª parte, dado que a 1ª foi muito fraca, e o Rúben Amorim fez logo três substituições. A entrada do Catamo para a direita criou-nos problemas, mas foi o Gyökeres a fazer a jogada do 0-1 logo aos 47’ assistindo o Hjulmand para um remate indefensável de fora da área. Reagimos muito bem e igualámos o jogo aos 52’ numa cabeçada do Otamendi depois de cruzamento do Neres na direita, na sequência de um canto do lado contrário do Di María. Infelizmente, aos 55’ voltámos a ficar em desvantagem, com um frango do Trubin, que defendeu para a frente um cruzamento para a área e o Paulinho só teve de encostar. O Gyökeres ainda atirou uma bola ao poste, mas regressámos à disputa da eliminatória aos 64’ com o 2-2 pelo Rafa depois de nova jogada do Neres na direita, que abriu de calcanhar para o Aursnes centrar rasteiro e o nº 27 só ter de encostar. Ainda faltavam uns largos minutos para o final e tivemos uma soberana ocasião, num remate em arco do Di María na direita que o Israel defendeu para canto. Antes desse remate, há uma jogada em que o Coates coloca a sua perna em frente à do Rafa, mas o Sr. João Pinheiro não assinalou nada, nem consultou o VAR. Fosse ao contrário... Até final, ainda entraram o Marcos Leonardo e o Tiago Gouveia, e este teve duas ocasiões em que deveria ter feito bem melhor, ao tentar dominar a bola pisando-a, em vez de rematar com a parte interna do pé, anulando assim uma óptima chance de marcar e numa cabeçada em balão ao lado, depois de cruzamento de letra do Di María. Quanto ao ponta-de-lança brasileiro, deveria ter sido obviamente o Arthur Cabral a entrar, porque é muito mais possante e os centrais da lagartada teriam tido muito mais dificuldades com ele. Mas já perdi a esperança em que o Roger Schmidt perceba estas evidências...

Em termos individuais, o João Neves encheu o campo, especialmente na 2ª parte, o Florentino continua a mostrar que jogamos muito melhor quando ele está a controlar o meio-campo (continuo sem perceber o ostracismo que teve até agora na época, que explica em boa parte como ela tem corrido...) e os laterais (Bah e Aursnes) estiveram num nível altíssimo. O Trubin teve culpas no segundo golo, mas fez uma grande defesa a outro remate do Paulinho já na parte final da partida, permitindo manter-nos em jogo. Os centrais António Silva e Otamendi conseguiram limitar os estragos do Gyökeres. Quanto ao Neres, já lhe vi fazer jogos melhores, mas esteve nos nossos dois golos. O Rafa é sempre imprevisível, mesmo não estando no pico de forma, e do Di María esperamos constantemente lances que decidam os jogos, apesar da exasperação que nos causa quando se agarra demasiado à bola... O Tengstedt dá, de facto, muita luta aos centrais, mas tem um enorme contra para quem é avançado: não tem nenhum faro de golo.

Apesar da melhor exibição da época, ainda não é esta temporada que voltamos ao Jamor e continuamos com o nosso vergonhoso histórico de três taças de Portugal ganhas, agora, nos últimos 28 anos...!

segunda-feira, abril 01, 2024

Ridículo

Vencemos o Chaves na passada 6ª feira por 1-0 e temos agora nove pontos de vantagem para o CRAC (derrota no Estoril – terceira na temporada! – por 1-0), mas mantemos um de desvantagem perante a lagartada (com menos um jogo) que venceu na Amadora por 2-1. Depois da pausa das selecções, já se sabe que a retoma da competição interna é sempre complicada, mas perante o último classificado exigia-se BASTANTE mais.
 
Não há outra forma de dizer isto: fizemos uma das piores exibições da temporada! O problema começou logo na equipa inicial, porque claro que o facto de o Roger Schmidt ter colocado o Di María, vindo na véspera de uma viagem transatlântica, a titular não ajudou nada. Se quanto ao Otamendi ainda há alguma justificação, dado que o António Silva estava castigado e mudar os dois centrais de uma só vez poderia ser problemático, quando ao extremo argentino não há desculpas. O plantel tem outras opções que deveriam ter sido utilizadas, porque como seria de esperar o Di María estava longe de estar a 100% e todo o nosso jogo se ressente disso. O corolário disso foi o penalty falhado por ele aos 26’ (uma cotovelada ao Bah bem assinalada pelo VAR), num autêntico passe ao guarda-redes Hugo Souza. Não há suficientes palavras no mundo que ajudem a evidenciar o quanto eu abomino penalties marcados daquela maneira! De resto, uma cabeçada ao lado do Florentino num canto foi a única sensação de golo que tivemos.
 
Na 2ª parte, a tendência do jogo manteve-se, connosco a abusar da lentidão de processos que não ajudava a desmontar a defensiva contrária. O Bah falhou um ressalto em boa posição, rematando muito por cima, mas tivemos nova grande ocasião noutro penalty assinalado pelo VAR a castigar falta sobre o Di María. Então, aconteceu algo que eu nunca tinha visto o Benfica fazer: o Arthur Cabral conseguiu a proeza de falhar duas vezes! A primeira foi repetida, porque os adversários invadiram a área antes de tempo e na segunda ocasião ele marcou exactamente da mesma forma, proporcionando novamente uma defesa ao Hugo Souza! Três penalties falhados num jogo é algo inaudito para nós, certamente! Isto tinha tudo para deitar a equipa moralmente abaixo, mas felizmente inaugurámos o marcador pouco depois, aos 68’, num ligeiro desvio de cabeça do João Neves a um livre do Di María. Foi um enorme alívio no estádio, porque o jogo estava a tornar-se muito complicado. Até final, ainda apanhámos um relativo susto, numa cabeçada por cima em que o Trubin estava batido, mas lá fomos controlando as coisas sem nenhum brilhantismo.
 
Em termos individuais, destaque óbvio para o João Neves, que é dos poucos em boa forma. Apesar de alguns passes falhados, o Florentino continua a justificar a sua titularidade e sinceramente espero que não a deixe até final da época. O Bah também não esteve mal. Quanto à maioria dos outros, foram de uma mediocridade atroz.
 
Os próximos três jogos definirão grande parte do que será nossa temporada, porque serão decisivos para três competições. Espero enganar-me redondamente, mas a jogar desta maneira não sei como conseguiremos ir muito longe...