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quinta-feira, setembro 29, 2016

Podia ter sido (ainda) pior

Perdemos em Nápoles por 4-2, um resultado que mascara um pouco o que se passou em campo. Fizemos uma exibição que foi uma autêntica montanha-russa, chegámos a estar goleados, mas os danos acabaram por ser minimizados no fim.

O Rui Vitória tirou o Salvio e o Gonçalo Guedes, lançando o André Almeida para o meio-campo e o Carrillo. Por princípio não acho grande piada a grandes alterações na equipa nos jogos da Champions, mas o que é certo é que depois de uma entrada em que permitimos ao Nápoles ter duas situações perto da nossa baliza, poderíamos ter feito também dois golos pelo Mitroglou, que viu um defesa cortar a bola quase sobre o risco e o Reina fazer uma boa defesa perante remates seus. No entanto, quem se adiantou no marcador foram os italianos, pelo Hamsik aos 20’, num cabeceamento na sequência de um canto, em que o Fejsa se deixou adormecer e foi antecipado pelo eslovaco. Até final da 1ª parte, os italianos fecharam-se bem e nós revelámos sempre bastante cerimónia para rematar à baliza.

Na 2ª parte, esquecemo-nos de entrar em campo: o Nápoles fez três golos em apenas sete minutos! Uma falta do Lisandro permitiu ao Mertens fez o 0-2 num livre directo em que, à semelhança do Talisca com o Ederson, me pareceu que o Júlio César poderia ter feito mais. Aos 54’, um remate desviado isolou inadvertidamente o Callejón e o Júlio César não foi tão lesto a sair da baliza como deveria e derrubou-o. O Milik fez o 0-3 no penalty. Aos 58’, uma saída em falso do nosso guarda-redes deu origem ao 0-4 pelo Mertens, em novo lance em que os italianos beneficiaram de um ressalto. Jogo para esquecer o Júlio César. Claro que nesta altura, tive medo de uma reedição de Vigo, não só no resultado, como principalmente nas repercussões para o futuro (o contexto é obviamente diferente, mas na altura de Vigo também estávamos em primeiro lugar no campeonato e depois viemos por aí abaixo na classificação). Entre o terceiro e o quarto golo, o André Horta agarrou-se à coxa e foi substituído pelo Salvio (mais um para o estaleiro…). Felizmente, os italianos baixaram o ritmo e, verdade seja dita, nós continuámos comprometidos com o jogo e conseguimos reduzir a diferença pelo entretanto entrado Gonçalo Guedes aos 70’, com o Salvio a marcar o seu primeiro golo desde a grave lesão de há dois anos aos 86’, numa brilhante abertura do André Almeida.

Com uma derrota deste calibre, não é fácil referir ninguém em termos individuais, mas a 1ª parte do Grimaldo não foi má (desapareceu na 2ª). O Gonçalo Guedes provou que não deveria ter sido sacrificado, porque é dos nossos jogadores em melhor forma. O Carrillo continua com o problema de sempre que é a falta de corrida e intensidade. O Mitroglou deveria ter aproveitado melhor as duas oportunidades ainda com 0-0. Se o Rui Vitória estava com dúvidas na baliza, com esta partida elas ficaram dissipadas de vez: neste momento, o lugar é do Ederson.

Aos 60’, a catástrofe estava à vista, mas os dois golos e, principalmente o empate (1-1) no Besiktas – Dínamo Kiev acabou por amenizar bastante os estragos. O primeiro lugar do grupo deve ser do Nápoles, mas estamos igualados com os ucranianos e a apenas um ponto dos turcos. É fundamental, pelo menos, empatar em Kiev na próxima jornada.

domingo, setembro 25, 2016

Sofrido

Vencemos ontem em Chaves (2-0) e mantivemos a liderança do campeonato, já que ambos os rivais também tinham ganho. Tal como se previa, foi um jogo muito difícil onde só através de duas bolas paradas na 2ª parte obtivemos o triunfo.

O Rui Vitória colocou o Ederson no lugar do Júlio César e foi a única alteração em relação ao Braga. Na 1ª parte, o Chaves foi muito mais agressivo do que nós e criou-nos diversos problemas. Nós tivemos um bom remate do Mitroglou defendido pelo António Filipe e um golo mal invalidado ao grego que não estava fora-de-jogo, mas os transmontanos também tiveram um golo (bem) anulado e a melhor oportunidade dos primeiros 45’, com dois remates ao poste e uma recarga de cabeça do Rafael Lopes para fora com a baliza escancarada, tudo na mesma jogada! O André Horta passou completamente ao lado do jogo e, como o Fejsa esteve abaixo do que é habitual, o nosso meio-campo era um passador e a defesa via-se muito vezes em igualdade numérica perante os avançados contrários.

A 2ª parte começou com uma grande oportunidade de cabeça do Salvio (que terá provavelmente feito o pior jogo de sempre pelo Benfica), mas depois tivemos grandes dificuldades para criar perigo. O Chaves já não contra-atacava com o mesmo ritmo (era impossível mantê-lo) e começava a saga das lesões do guarda-redes. Felizmente, à semelhança do Braga, estava lá o Dr. Mitroglou para acabar com elas! Livre do Grimaldo muito bem marcado e desvio de cabeça do grego aos 69’ para acabar de vez com as maleitas dos adversários. Pouco depois, o ex-lagarto (entretanto entrado) Vukcevic atirou às malhas laterais na única chance dos flavienses na 2ª parte e, aos 84’, acabámos com o jogo, com novo livre do Grimaldo que bateu na barreira e sobrou para a entrada da área, onde o Pizzi rematou rasteiro em arco para o 2-0. Até final, ainda deu para o António Filipe impedir que o Carrillo aumentasse o marcador, depois de uma boa abertura do Cervi, e para ver que o Celis deve ter perdido o voo para Bogotá, mas que continua a justificar-se que ele o apanhe.

Em termos individuais, gostei bastante do Gonçalo Guedes, apesar de não estar directamente envolvido em nenhum dos golos, do Grimaldo, cujos livres se estão a tornar uma séria mais-valia para nós, e da eficácia do Mitroglou (um golo, outro mal anulado e ainda um terceiro bem anulado na 2ª parte). Também o Pizzi merece uma palavra, porque apesar de muitas vezes não tomar as melhores decisões, já não é a primeira vez que se torna decisivo com golos e/ou assistências. No pólo oposto, temos os já referidos Salvio e André Horta. O Nélson Semedo também estava a fazer uma exibição muito sofrível, mas é sobre ele a falta que dá origem ao 1º golo.

A manter este nível exibicional, não vai ser fácil ganhar em Chaves. O facto de o termos conseguido com uma série de jogadores importantes ainda de fora (Jonas, Jardel, Jiménez, Samaris) só valoriza o triunfo. A exibição não vai ficar na memória, mas nesta altura, e perante todas aquelas ausências, ainda mais importante é a vitória.

terça-feira, setembro 20, 2016

Na frente

Vencemos ontem o Braga por 3-1 e, depois de um magnífico domingo em que o CRAC empatou em Tondela (0-0) e a lagartada levou um banho em Vila do Conde (1-3), passámos para o nosso lugar natural: a frente do campeonato com 3 e 1 ponto de vantagem respectivamente. Como diz, e bem o nosso treinador, não há campeões à 5ª jornada, mas claro que é óptimo estar na frente principalmente pela pressão que isso coloca nos outros.

Da catrefada de lesionados, o Mitroglou recuperou (e em boa hora) e ia abrindo o marcador logo no primeiro minuto com um remate rasteiro que passou rente ao poste. A partida foi bastante interessante, porque o Braga também atacava e criou oportunidades para marcar, mas o Júlio César por três(!) vezes negou o golo e noutra o Hassan felizmente não aproveitou um erro do Fejsa, que o isolou, atirando ao lado. Quanto a nós, tivemos remates do Gonçalo Guedes, Salvio e Grimaldo, mas o Marafona também defendeu. Aliás, o guarda-redes do Braga lesionou-se sozinho numa saída dos postes e teve que ser assistido por duas vezes! No entanto, ainda bem que o Mitroglou estava em campo, porque o curou de vez: inaugurou o marcador aos 27’, depois de uma boa abertura do Grimaldo para o Gonçalo Guedes, que centrou atrasado para o grego fazer um golo parecido ao terceiro do grande Cardozo frente à lagartada nos 4-3 da Taça. A partir daqui, o Marafona, milagrosamente, nunca mais precisou de ser assistido!

Na 2ª parte, o Braga começou a acusar o facto de ter jogado na 5ª feira e foi baixando progressivamente o ritmo. Poderíamos ter feito o segundo golo logo de início num livre do Guedes, que desviou na barreira e foi defendido in extremis pelo Marafona, e a meio do segundo tempo o mesmo Guedes tem outro bom remate rasteiro igualmente defendido. O Braga não conseguia criar perigo e nós fizemos o 2-0 aos 74’.À entrada da área, o Mitroglou tenta fazer um passe ligeiramente atrasado, um jogador do Braga estica a perna para cortar a bola, esta sobra para o Pizzi que remata para golo com a bola ainda a tocar ligeiramente no guarda-redes. O Braga protestou fora-de-jogo, mas não só o passe do Mitroglou é num sentido completamente oposto onde estava o Pizzi, como o jogador do Braga estica a perna para lhe tocar. Repito: estica a perna para lhe tocar. Não é um desvio nem um ressalto. É um corte propositado. Quatro minutos depois, selámos definitivamente a vitória com novo golo do Mitroglou, desta feita de cabeça, depois de um centro do Pizzi na esquerda. Até final, ainda deu para o José Gomes se estrear na Luz (e só não marcou, porque o Marafona voltou a defender) e o Rui Vitória fazer a substituição que deveria ter feito frente ao Besiktas: entrar o André Almeida para o lugar do Fejsa nos últimos minutos. Um dos últimos lances foi, como infelizmente se vem tornando hábito, o golo sofrido: canto e cabeceamento à vontade do Rosic na pequena-área. Creio que naquele sítio a bola deveria ser do Júlio César.

Em termos individuais, destaque óbvio para o Mitroglou com dois golos. O Gonçalo Guedes continua muito mexido e à procura do seu golito. O Pizzi estava a ter um jogo muito sofrível, mas no fim lá deixou a sua marca com um golo e uma assistência. Não nos podemos queixar! O Salvio entrou bem na partida, mas foi perdendo gás ao longo do tempo, assim como o André Horta, que a acabou de rastos. O Grimaldo fez um bom jogo na esquerda, já o Nélson Semedo na direita deu imenso espaço aos adversários principalmente na 1ª parte. Não sei se, de futuro, não seria melhor estar lá o André Almeida, porque a consistência defensiva é fundamental. O Lindelof ao seu nível, já o Lisandro fez três(!) passes errados na saída de bola na 1ª parte. Espero que o Jardel recupere depressa, porque não sou mesmo nada fã do argentino. O Fejsa teve aquele erro que isolou o Hassan, mas no resto do tempo fez um jogo monstruoso como é habitual. Uma palavra igualmente para o Júlio César que na 1ª parte foi fundamental para chegarmos ao intervalo a ganhar.

Num jogo em que a vitória era fundamental, conseguimo-la. Com tantos jogadores importantes lesionados, estarmos isolados na frente do campeonato não deixa de ser um forte factor motivacional. No próximo sábado, iremos a Chaves defrontar a outra única equipa invicta no campeonato. Passados tantos anos, esperemos que este regresso a Trás-os-Montes seja vitorioso.

quarta-feira, setembro 14, 2016

Inglório

Terceiro jogo da época na Luz, terceiro empate por 1-1. Desta feita foi com o Besiktas para a 1ª jornada da Liga dos Campeões e foi o que custou mais, porque sofremos o golo aos 93’. Fruto de termos um idiota acéfalo a vestir a nossa camisola, mas já lá vamos…

Estava com expectativas bastante baixas para esta partida. Continuávamos sem Jonas, Mitroglou e Jiménez, tal como em Arouca, mas tivemos o bónus de também ter o Jardel e o Rafa de fora. Todos por lesão! O Rui Vitória apostou no Cervi na frente para fazer companhia ao Gonçalo Guedes e foi o argentino a inaugurar o marcador logo aos 12’: abertura fabulosa do André Horta para o Salvio, remate cruzado com o pé esquerdo, o guarda-redes não conseguiu agarrar e o Cervi, muito oportuno, atirou para dentro da baliza. Não poderíamos ter começado melhor e até ao intervalo não permitimos grandes veleidades aos turcos que só pelo Quaresma num livre incomodaram o Ederson (que aparentemente vai substituir o Júlio César nos jogos extra-campeonato). Quanto a nós, só num remate de fora da área do André Horta é que criámos perigo.

Na 2ª parte, os turcos fizeram entrar o Talisca e melhoraram de produção. Quando ele entrou, eu aplaudi, porque não me esqueço de alguns bons momentos que nos proporcionou no passado, nomeadamente o golo frente ao Bayern e, principalmente, o livre na Madeira que nos permitiu respirar na penúltima jornada da época passada e abriu-nos definitivamente as portas do título. Tudo o que se disse depois para mim é folclore. Interessa-me o que um jogador faz em campo. Ponto final. Desde que depois não vá para um rival directo, por mim, ainda por cima sendo bicampeão, terá sempre o meu respeito. Mesmo que, como é o caso, os neurónios não sejam em grande quantidade. Com a entrada dele, o Besiktas começou a acercar-se com mais perigo da nossa área. Nós estávamos a perder gás e pedia-se a entrada do Samaris, que só aconteceu aos 70’. O Besiktas teve duas grandes oportunidades, mas o Ederson foi muito rápido a sair ao isolado Quaresma e noutro lance o avançado Tosun atirou por cima em muito boa posição. A cinco minutos do fim, o Quaresma brincou perto da sua área, o Gonçalo Guedes roubou-lhe a bola, ficou isolado, mas permitiu que o Tolga defendesse com o pé. Aos 89’, o Fejsa deve ter pedido para sair e ficámos a jogar com 10, porque entrou um tal de Celis, que acabou por ser a arma secreta do Besiktas. No terceiro dos quatro minutos de compensação que o árbitro deu, aquela alimária resolveu disputar um lance com a mão(!!) perto da nossa área! Livre que o Talisca obviamente não perdoou. Não tenho nada a acrescentar ao que já escrevi aqui e espero que a esta hora ele já esteja na porta de embarque do aeroporto. Que burro acéfalo!

Em termos individuais, voltei a gostar do Salvio (embora tenha rebentado a meio da 2ª parte) e do Gonçalo Guedes (só foi pena o falhanço isolado). O Cervi marcou um golo de oportunidade, mas continua um pouco inconsequente em termos ofensivos, apesar de se ter fartado de defender. O Fejsa foi o monstro do costume e, caso tivesse estado até ao fim, teríamos certamente ganho. O Samaris tem que passar a entrar mais cedo em jogos destes. O Nélson Semedo melhorou em termos defensivos em relação a jogos anteriores e o Ederson teve umas quantas intervenções de nível altíssimo, embora no livre do Talisca me dê a sensação que se poderia ter esticado mais.

Com os próximos dois jogos em Nápoles e Kiev, este empate frente à equipa do pote 4, se bem que é o campeão turco, pode custar-nos muito caro. Partimos de trás logo na 1ª jornada. Temos as condicionantes das lesões, mas tendo estado tão perto da vitória, este empate tem mesmo sabor a derrota. Pode ser que aprendamos que, para o futuro, convém jogar sempre com 11 até final e que atrasados mentais não podem ter lugar no plantel. (O Fejsa não estava em condições, havia o André Almeida no banco, porra!)

P.S. – Só me fez lembrar outro jogo europeu, em que também empatámos por causa de outra alimária cuja permanência no Benfica foi obviamente muito curta. De vez em quando, vamos buscar com cada um…! (Também no caso presente, a fazer fé no que se escreveu, andámos a disputar o, digamos, jogador, ao… Braga. Com o devido respeito, ao Braga! E depois estamos à espera de milagres…)

terça-feira, setembro 13, 2016

A/C do sr. Celis

Já o que o senhor fez no particular frente ao Lyon (para quem não se recorda: abalroar um adversário que estava quase de costas para a baliza no limite da grande área(!) fazendo um dos penalties mais estúpidos de todos os tempos) me tinha deixado muito mal impressionado. Dizem que não fazia mal, porque era jogo particular e eles servem mesmo para erros desses.

Pois, mas para mim não servem, porque um tal erro revela que o senhor não tem algo essencial que um jogador do Benfica deve ter se quer ser jogador do Benfica: não ser COMPLETAMENTE IDIOTA a jogar à bola e perceber o jogo. Ora, alguém que vai disputar a bola com a mão(!) perto da sua área no último minuto de jogo, sabendo que do outro lado está alguém especialista em bola paradas e que ainda no ano passado marcou dois golos importantes dessa maneira pelo clube que agora esse alguém até representa é, não há outro termo para o definir, BURRO QUE NEM UMA PORTA! E não me venham com a desculpa da idade: quando se é BURRO, é-se BURRO! Podem vir dizer: “ah e tal, o Gonçalo Guedes também tem culpa: falhou o 2-0 completamente isolado.” Certo, mas isso faz parte do jogo, todos falham, acontece. E o Guedes até foi dos melhores em campo. Agora, para se jogar com a mão(!), repito, com a mão(!) naquelas circunstâncias é preciso uma grande dose de atraso mental. É que nem sequer tentou disputar a bola com o pé ou peito: foi com a mão! E peço imensa desculpa, mas um jogador do Benfica não pode ter uma falta de neurónios deste género.

Por tudo isto, vou poupar trabalho ao sr. Celis apresentando-lhe o plano abaixo. É já amanhã de manhã e desejo que faça uma boa viagem. Os dois pontos que voaram hoje frente ao Besiktas são irrecuperáveis, mas espero que se prontifique a devolver os 500 mil o milhão de euros(!) que nos custou a sua falta de neurónios através do seu salário. Obrigado e boa continuação de carreira longe do Estádio da Luz. Até sempre.




* Publicado em simultâneo com a Tertúlia Benfiquista.

segunda-feira, setembro 12, 2016

(Muito) Desnecessariamente sofrido

Vencemos em Arouca na 6ª feira por 2-1 e continuamos no 2º lugar a dois pontos da lagartada. Perante um adversário que ficou num lugar europeu na época passada, esperava-se uma partida difícil e foi-o, mas essencialmente devido à nossa ineficácia, porque se a tivéssemos tido duvido que houvesse mais algum jogo no campeonato doravante com um resultado tão desnivelado.

Confesso que estava bastante apreensivo para este encontro, porque não me recordo de algum jogo em que não tivéssemos nenhum ponta-de-lança disponível. E é também por isso que eu detesto os jogos de selecções (desde o Bento, passando pelo Simão, se eu fosse fazer uma lista de jogadores nossos com lesões graves por causa das selecções este post ficaria quilométrico): graças a eles, perdemos o Jiménez e o Mitroglou! A isto juntou-se a lesão do Jonas (aparentemente ainda não recuperado a 100% da operação) e íamos para Arouca com a necessidade de ter o Rafa (com apenas dois treinos de Benfica!) a titular como ponta-de-lança, juntamente com o Gonçalo Guedes. O nosso primeiro lance de perigo coincidiu com o primeiro golo: aos 16’, abertura do Salvio para o Nélson Semedo na direita, o Bracalli sai, um defesa tenta o corte, mas acaba por rematar contra o nosso defesa-direito e a bola vai directa para a baliza. Foi um golo com uma grande dose de sorte à semelhança do primeiro frente ao Nacional. No entanto, a partir daqui mais que justificámos a vantagem e tivemos inúmeras oportunidades para a goleada (sim, goleada!). Rafa, por três vezes (uma das quais isolado e outra sem o guarda-redes na baliza!), Gonçalo Guedes e Pizzi poderiam (e deveriam) ter-nos feito ir para intervalo com o jogo decidido.

Para a 2ª parte, eu estava já a ver uma reedição da Choupana, em que também nos ficámos a dever uma vantagem segura e deixámos o Nacional empatar, antes de conseguirmos voltar para a frente do marcador. Porém, à falta de eficácia da 1ª parte, correspondeu uma boa entrada na 2ª: aos 51’, canto do Grimaldo na direita e cabeçada do Lisandro ao primeiro poste para o 0-2. Como o Arouca pouco ou nenhum perigo tinha criado, era expectável que tudo estivesse bem encaminhado, mas as coisas voltaram a ficar instáveis aos 56’ com o Walter González a reduzir num bom cabeceamento, com o Nélson Semedo a ficar nas covas. No entanto, na jogada anterior ao golo, há um empurrão claríssimo ao Rafa por trás na área, quando estava isolado, com o sr. Fábio Veríssimo a nada assinalar. Penalty e vermelho indiscutíveis! Uma vergonha! A nossa última aquisição saiu lesionada do lance (vai para um mês! O melhor seria abrirmos um hospital no Seixal, ainda fazíamos algum dinheiro…) e entrou o velocíssimo Carrillo. Até final, o Arouca ainda criou perigo em dois lances e nós também poderíamos ter dado a machadada final já perto dos 90’, numa óptima jogada do André Horta com o miúdo José Gomes (entretanto entrado) a não conseguir chegar e o Carrillo a rematar para boa defesa do Bracalli.

Em termos individuais, gostei bastante do Salvio (parece que finalmente está a voltar ao que era! Óptimas notícias!), do pique e de alguns pormenores do Rafa (tem que treinar mais os remates à baliza!) e do Gonçalo Guedes (que, com a profusão de lesões na frente, se arrisca a fazer boa parte da época a titular). A defesa não está muito segura e, se calhar, será preciso rever alguma coisa, porque atacar é muito bonito, mas a função primordial de um defesa é… defender. Quando entrou o Samaris, para (não) variar o nosso meio-campo ficou trancado (é aconselhável que passe a entrar mais cedo) e o José Gomes foi pena que não tenha mais 5 cm de comprimento nos pés, caso contrário teria tido uma estreia de sonho.

Num jogo em que não tínhamos nenhum ponta-de-lança, fizemos do melhor que se tem visto até hoje, com boas combinações atacantes e inúmeras oportunidades. Há que só melhorar o pequeno pormenor de meter a bola na baliza… Amanhã haverá Champions na Luz contra o Besiktas e veremos como a equipa vai responder perante um adversário mais poderoso. Depois deste bom aperitivo frente ao Arouca, estou muito expectante para ver.

* Publicado em simultâneo com a Tertúlia Benfiquista.

quarta-feira, setembro 07, 2016

Suíça - 2 - Portugal - 0

Depois da brilhante vitória no Euro 2016, entrámos mal na qualificação para o Mundial da Rússia de 2018 ao perder em Basileia com a Suíça por 0-2. Já se sabia que ia ser uma partida difícil, não só porque o Cristiano Ronaldo ainda não recuperou da trancada do Payet na final de Paris, como pelo facto de a Suíça só não nos ter defrontado nos quartos-de-final do Euro, porque perdeu com a Polónia nos penalties, sendo portanto uma boa equipa.

Ainda assim, entrámos bem na partida, com duas boas ocasiões pelo Eder e Bernardo Silva, mas em sete minutos (23’ e 30’) atirámos tudo ao ar ao sofrer dois golos perfeitamente evitáveis. Ao ver-se com dois golos de vantagem, os helvéticos fecharam-se bem e nós tivemos muito poucas ocasiões claras, com excepção de um cabeceamento do Nani ao poste já nos 10’ finais.

O Raphael Guerreiro terá sido dos melhorzitos, com o William Carvalho no polo oposto. Aliás, muito gostava eu que me explicassem o que é que se vê nele... Já no Euro achei o Danilo muito melhor, com bastante mais velocidade e poder de desarme, mas ontem o William Carvalho foi simplesmente ridículo: jogou parado e sentado durante os primeiros 45’ (revejam a movimentação dele no segundo golo da Suíça se quiserem rir-se um pouco).

Como neste apuramento só o primeiro classificado é que se qualifica directamente para o Mundial, as coisas ficam complicadas logo à partida. Teremos de ganhar cá por 3-0 para termos vantagem no confronto directo. O que nos valeu foi que a Hungria empatou a zero nas Ilhas Faroé, pelo que poderemos ter alguma vantagem para um possível play-off dos segundos lugares.