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terça-feira, outubro 27, 2009

No céu

Goleámos o Nacional (6-1) e, com o empate do Braga em Vila do Conde, chegámos finalmente ao 1º lugar, embora em igualdade pontual com eles. A diferença de golos é obviamente a nosso favor (30-5 vs. 13-4). Começam-me a faltar os adjectivos para descrever as exibições do Glorioso. Estamos a jogar como nunca me lembro e os nossos adversários devem estar a ficar seriamente preocupados.

Gostei bastante do jogo na 1ª parte. O Nacional é uma boa equipa e criou-nos inúmeros problemas nesse período. Não entrámos com a velocidade e a pressão do costume muito por mérito deles. Mesmo assim chegámos à vantagem aos 16’ pelo inevitável Cardozo na sequência de um centro do Fábio Coentrão desmarcado genialmente pelo Aimar. O mais difícil estava feito, só que o que não estava no programa era a entrada na partida do Sr. Vasco Santos e dos seus fiscais-de-linha. O Sr. Alexandre Freitas não quis ver um indiscutível fora-de-jogo e o Nacional empatou. Pouco depois, e num lance semelhante, o fiscal-de-linha do outro lado já viu e anulou-nos um golo ao Saviola. O argentino está ligeirissimamente adiantado, mas louve-se a coerência: as decisões foram sempre contra nós. Por estas condicionantes todas era muito importante chegar ao intervalo em vantagem, o que conseguimos aos 39’ em mais uma assistência do Coentrão para a cabeça do Saviola.

A 2ª parte foi demolidora da nossa parte, à semelhança da partida frente ao Everton. O Aimar ganhou um penalty logo aos 48’ naquela que foi a única decisão importante que nos beneficiou. Não foi falta, já que o argentino é que provocou a queda. O Cardozo marcou o penalty em força e quase para meio da baliza. O Nacional mal passava do meio-campo e notou-se a quebra física deles para causa do jogo na Liga Europa. Nós continuámos, como sempre, a atentar marcar mais golos, o que aconteceu novamente aos 63’ pelo Saviola. O Nacional protestou uma falta não assinalada no início do lance, o que até poderá ter acontecido, mas equiparar este lance a um penalty ou fora-de-jogo mal assinalado é desonestidade intelectual. Quanto mais não fosse, porque houve outro erro grave contra nós: fora-de-jogo mal assinalado ao Aimar num lance que resultou em golo. Daqui a bocado estamos a discutir lançamentos laterais... Até final, ainda houve duas expulsões contra eles, por derrube a jogadores nossos que ficariam isolados, e conseguimos marcar mais dois golos: o da ordem pelo Nuno Gomes e mais um penalty do Cardozo.

Individualmente destaco o jogo do Fábio Coentrão a defesa-esquerdo (o César Peixoto lesionou-se no aquecimento) e naturalmente o Cardozo por mais um hat-trick. O paraguaio sozinho tem mais golos marcados que 11(!) equipas da I Liga, onde se incluem os lagartos! E tem apenas menos um que outras duas. O Di María e o Ramires estiveram menos vistoso que na passada 5ª feira, mas mesmo assim as exibições foram positivas. O Saviola é um excelente complemento ao Cardozo e só as suas tabelinhas com o Aimar fazem valer o preço do bilhete. A defesa esteve sóbria e também em alto nível.

47.011 pessoas num jogo numa 2ª feira é noite é algo que só nós conseguimos. No próximo sábado espera-se novamente apoio maciço em Braga, numa partida muito importante, já que se ganharmos vamos colocar muita gente (ainda mais) preocupada connosco. Primeiro era só a pré-época, depois os adversários eram acessíveis, agora ganhamos e goleamos o Everton e o Nacional, mas como estamos sempre em teste, é fundamental uma vitória em Braga. Até para colocar todos os outros definitivamente em sentido.

sexta-feira, outubro 23, 2009

De gala

Goleámos o Everton por 5-0 e fizemos história: foi, a fazer fé no que ouvi na rádio, a nossa maior vitória de sempre na Taça Uefa / Liga Europa e a maior derrota europeia do 5º classificado do campeonato inglês do ano passado. Eu vou repetir: depois do Manchester United, Liverpool, Chelsea e Arsenal, ficaram estes senhores. “Equipa de segundo plano”? Pois, pois…

Estava quase tentado a escrever um post só com o resultado do jogo. É difícil manter a racionalidade quando estamos a jogar da maneira que estamos. Eu já sei que só defrontámos equipazinhas de segundo plano até agora, mas se as coisas correrem bem e ganharmos títulos no fim da época, será que vão continuar a dizer que “faltou um teste a sério” ao Benfica? É que já oiço esta conversa há muito tempo. Como se ganhar em Guimarães, Leiria e golear o Everton (só para referir alguns casos) fossem as coisas mais fáceis do mundo…

Entrámos bem na partida e o Luisão teve duas boas oportunidades para marcar na sequência de dois lances de bola parada, mas foi o Saviola a fazê-lo aos 13’ com um golão depois de um centro do Di María. A 1ª parte foi muito dividida sem grandes oportunidades para qualquer das equipas. Gostei de ver a forma como o Benfica soube posicionar-se em campo não dando grandes espaços aos ingleses e adoptando um ritmo mais baixo do que é habitual. Nem todos os jogos podem ter um ritmo frenético e há que saber jogar-se das duas maneiras.

Ao invés, o início da 2ª parte foi alucinante. Foi dos melhores períodos de sempre desde que vejo o Benfica. Em sete minutos, repito, s-e-t-e m-i-n-u-t-o-s marcámos três golos! Cardozo aos 46’ e 47’ (assistências do Saviola e Di María, respectivamente) e Luisão de canto aos 52’. Para além disso, o nº 20 atirou com estrondo à barra pouco depois. O Everton deixou de saber de que terra é que era e nós abrandámos o ritmo, mas não deixámos de ter a baliza contrária em vista. Com a partida decidida tão cedo, ainda deu para fazer descansar o Aimar, entrando o Carlos Martins, e o Cardozo, entrando o Fábio Coentrão. Possivelmente ao perceber que iria ser substituído pelo Weldon, o Saviola não quis ficar atrás do seu companheiro de ataque e marcou o 5º golo aos 84’, novamente assistido pelo Di María.

Em termos individuais, é impossível não se destacar o Di María. Três assistências para golo, uma bola à barra e toda a partida em excesso de velocidade fazem dele um dos homens do jogo. O outro é indiscutivelmente esse “velho” que veio cá para a “reforma” chamado Saviola (um homem de visão, este). Dois golos e uma assistência provam-no. O Luisão esteve mais uma vez imperial na defesa, ainda com a mais-valia de ter marcado. Gostei igualmente da atenção do Júlio César nas ocasiões em que teve que sair da baliza e na sua autoridade nos lances aéreos. O Ruben Amorim foi a novidade em vez do Maxi Pereira e o melhor que tenho a dizer dele é que não dei pela diferença. O Ramires esteve menos vistoso que em partidas em anteriores, mas só em termos atacantes. A sua acção no meio-campo foi fundamental. Assim como o posicionamento, a inteligência e a percepção do jogo que tem esse Grande jogador (o “g” maiúsculo é propositado) chamado Javi García. Ou muito me engano ou estes dois foram duas pechinchas.

Com a vitória do Bate Borisov sobre o AEK Atenas, ficámos em 1º lugar do grupo em igualdade pontual com o Everton (óbvia vantagem no confronto directo) e com os outros dois a três pontos. Era fundamental que chegássemos à última jornada com o apuramento já garantido, porque o jogo com o AEK é apenas três dias antes de receber o CRAC e convinha ter a equipa principal fresca para essa batalha. Um passo muito importante para isso seria ganhar em Liverpool daqui a 15 dias. E importante igualmente para o nosso ego, já que há quase dois anos que não vencemos fora para as competições europeias. Está na altura de quebrar (em grande) esse enguiço!

sábado, outubro 17, 2009

Goleada na Taça

Vencemos o Monsanto em Torres Novas (6-0) e qualificámo-nos para a 4ª eliminatória da Taça de Portugal. Por causa dos jogos das selecções e da Liga Europa na próxima semana, alinhámos com uma equipa sem vários titulares, mas a boa atitude manteve-se e a vitória foi incontestável.

O 1º golo só surgiu aos 29’ numa boa iniciativa do Felipe Menezes culminada com um remate de fora da área. Até então o Monsanto tinha dado boa réplica, especialmente em termos defensivos, reduzindo-nos os espaços e aproveitando-se da pouca velocidade com que jogávamos. Não criaram perigo para a baliza do Moreira, mas também não nos deixaram ter grandes situações para marcar.

Na 2ª parte tudo foi diferente, porque nós passámos a jogar com mais velocidade e as pernas deles começaram a ceder. O 2-0 pelo Carlos Martins logo aos 46’ colocou-nos a salvo de qualquer imprevisto que uma vantagem mínima sempre traz e a partir daí controlámos a partida tentando sempre marcar mais, uma imagem de marca do Benfica deste ano (e que recupera a tradição gloriosa do nosso clube). O Carlos Martins bisou, o Saviola (entretanto entrado) é o 1º jogador a marcar em todas as competições oficiais em que participamos e tivemos a estreia do César Peixoto (bom livre), e do Fábio Coentrão (até que enfim!) a marcar com a nossa camisola.

Gostei da equipa na generalidade, porque apesar de não termos entrado tão pressionantes como é habitual, tivemos uma atitude séria e de respeito para com o adversário e o público. Podem sempre argumentar que defrontámos uma equipa de um escalão inferior, mas não é preciso recuar muito para verificar em que anos anteriores estes jogos significavam bastantes vezes exibições sofríveis e vitórias muito suadas. Individualmente destaco a boa 1ª parte do Felipe Menezes, a manutenção da veia goleadora do Carlos Martins, mais um bom jogo do Coentrão (abrilhantado pela sua estreia a marcar) e a sempre saudada entrada do Mantorras.

Na próxima 5ª feira, teremos uma partida importantíssima e obviamente bastante mais difícil do que a de hoje. Voltarão os habituais titulares e é fundamental ganharmos em casa ao Everton para darmos um passo importante para a qualificação para os 1/16 avos de final da Liga Europa. Eu sei que a prioridade é o campeonato, mas o prestígio internacional do nosso clube obriga-nos a, pelo menos, ultrapassar a fase de grupos.

quinta-feira, outubro 15, 2009

Portugal - 4 - Malta - 0

Com o expectável triunfo sobre a selecção maltesa, apurámo-nos para o play-off de acesso ao Mundial. Na próxima 2ª feira saberemos quem nos calhará em sorte: Irlanda, Ucrânia, Bósnia ou Eslovénia. Se eu pudesse escolher, sairia esta última. Depois de uma fase de apuramento vergonhosa em que nos deveríamos ter qualificado em 1º lugar, vamos ter que fazer mais dois jogos adicionais. Espero obviamente que Portugal possa estar presente na África do Sul.

A partida de ontem não teve muita história. A superioridade da selecção portuguesa nunca esteve em causa e, com o 1º golo a surgir cedo e o 2º mesmo antes do intervalo, a ansiedade não se sentiu. Individualmente, o Nani foi dos melhores e o Simão marcou mais um golito. Tive pena que o Nuno Gomes não tivesse entrado, porque certamente acrescentaria mais um golo à sua conta pessoal. Mas, se calhar, há alguém que não quer que isso aconteça.

Nas outras partidas em que tivemos jogadores presentes, o escaldante Uruguai - Argentina permitiu à alviceleste apurar-se directamente (ganhou 1-0) remetendo os uruguaios ao play-off de acesso com a Costa Rica. Conto que o Maxi Pereira acompanhe o Aimar, Di María e (espero) Saviola ao Mundial. O Luisão e o Ramires também já lá estão e teremos uma das maiores (senão mesmo a maior) representações de sempre de jogadores do nosso clube nesta competição.

domingo, outubro 11, 2009

Portugal – 3 – Hungria – 0

Lá cumprimos a nossa obrigação e vencemos os coxos dos húngaros no penúltimo jogo de qualificação. Como os dinamarqueses foram nossos amigos e ganharam aos suecos (1-0), conseguimos chegar ao 2º lugar que dá acesso aos play-off. É impensável que não vençamos Malta na próxima 4ª feira e portanto iremos disputar, com o estatuto de cabeças-de-série, a presença no Mundial com uma selecção que estará teoricamente ao nosso alcance.

Para quem está habituado a ver o Benfica jogar este ano naquele palco, não deixou de ser confrangedor verificar a qualidade(?) exibicional da nossa selecção. Nunca esteve em causa a superioridade de Portugal perante uma equipa húngara que apenas queria não perder por muitos, mas mesmo assim manifestámos um nervosismo incompreensível que só acabou quando marcámos o 2º golo.

O Simão lá me deu a alegria de marcar por duas vezes no Estádio da Luz, mantendo velhos hábitos, apesar de não ter feito uma exibição por aí além. O C. Ronaldo só jogou meia-hora, ainda participou no 1º golo, e se eu fosse adepto do Real Madrid estaria fulo, porque agravou naturalmente a lesão e agora estará um mês fora dos relvados, estando inclusive em dúvida para os play-off. Gostei bastante do Pedro Mendes, mas claro está que na próxima 4ª lá jogará o Pepe para que o caceteiro-mor do CRAC mantenha o lugar na defesa. Temos dois problemas gravíssimos na equipa que ou serão resolvidos rapidamente ou então não iremos a lado nenhum: não temos guarda-redes (aquela saída do Eduardo no final da 1ª parte é inacreditável e tivemos sorte de a bola bater no poste) e o Duda como defesa-esquerdo é uma anedota. Aliás, os próprios húngaros confundiram-nos como um jogador deles e resolveram devolver-lhe a bola depois de ele ter feito um grande disparate, o que lhe permitiu realizar a única acção positiva em toda a partida e fazer a assistência para o 3-0.

Aguardemos por 4ª feira e depois pelo sorteio dos play-off, mas aqueles cinco minutos finais em que, com 3-0, resolvemos andar a trocar a bola entre os defesas e o meio-campo (se lá estivesse o Jesus, eles iriam ouvir das boas) diz tudo acerca da valia do Carlos Queiroz como treinador. Medroso.

P.S. – Um grande bem-haja a quem de direito (Deus, Manchester ou outra entidade qualquer) que fez com que este projecto de treinador não viesse para o Glorioso na época passada…

terça-feira, outubro 06, 2009

Regresso ao habitual

Vencemos em Paços de Ferreira (3-1) e recolocámo-nos no 2º lugar a dois pontos do Braga. Com o empate dos lagartos em casa frente ao Belenenses, temo-los agora a oito pontos de distância. Foi um triunfo importantíssimo, especialmente depois do jogo na Grécia e levando em consideração que, para além de Paços de Ferreira não ser um terreno fácil, alinhámos sem três titulares indiscutíveis (Aimar, Di María e Maxi Pereira) que tiveram que ir para as respectivas selecções.

Só que este ano estamos mesmo diferentes. O Jorge Jesus disse na conferência de imprensa antes da partida que o Benfica tinha que ter agressividade e atitude se quisesse ganhar o jogo, e foi exactamente isso que se viu em campo. Com os condicionalismos todos, de certeza que os nossos adversários estavam sedentos de pelo menos um empatezinho nesta deslocação, o problema é que nós entrámos em campo “à Benfica”. Marcámos logo aos 3’ pelo David Luiz na sequência de um canto muito bem marcado pelo Carlos Martins que substituiu, com distinção, o Aimar. Ao invés de baixarmos a guarda com a vantagem no marcador, o Benfica deste ano tenta sempre mais golos. Continuámos a jogar muito bem e a criar oportunidades (Saviola e Cardozo viram o guarda-redes Cássio negar-lhes o golo) e chegámos ao 2-0 aos 21’ num fantástico remate fora da área do Carlos Martins. O jogo estava a ser bom, porque o Paços também tentava ripostar. A 5’ do intervalo o Sr. João Ferreira transforma um vermelho directo num amarelo, por derrube ao Saviola quando ficaria isolado. Felizmente temos no plantel alguém como o Cardozo que chamou a este livre um figo. Golaço do meio da rua! Fomos para o intervalo com uma boa vantagem, que se veio a revelar decisiva para o resultado final.

Na 2ª parte, baixámos claramente o ritmo. Estava a chover, tínhamos tido o jogo na 5ª e o próprio Jorge Jesus disse que já sabia que isso ia acontecer. Daí que tenhamos entrado tão fortes no 1º tempo, para termos margem para um pouco de ronha no 2º. Num passado não muito recente, teria acontecido exactamente o contrário e provavelmente não ganharíamos o jogo. A contribuir para a baixa de rendimento esteve igualmente a substituição por lesão do Carlos Martins pelo Felipe Menezes. O jovem brasileiro mostrou que ainda está no seu processo de adaptação ao futebol europeu e não conseguiu fazer tão bem a posse de bola como o Carlos Martins. Mas também o resto da equipa não ajudou. A bola deixou de chegar jogável aos dois avançados e nós não conseguíamos igualmente mantê-la longe da nossa baliza. O Paços foi criando algumas oportunidades e foi sem surpresa que reduziu a vantagem aos 68’. Logo de seguida, o Jorge Jesus tirou o Rúben Amorim que já tinha um amarelo e colocou o César Peixoto, desviando o Ramires para defesa-direito. O Paços ainda criou mais uma oportunidade através do Cristiano, mas depois conseguimos finalmente controlar melhor a partida e não permitir ao adversário acercar-se tanto da nossa baliza. E o encontro terminou sem que a nossa vitória estivesse minimamente em causa.

Individualmente gostei muito do Carlos Martins, que só jogou a 1ª parte, mas foi fundamental na nossa vitória: uma assistência e um golo, para além de uma série de bons passes a desmarcar os companheiros. O Cardozo e o Saviola estiveram igualmente bem na 1ª parte, destacando-se obviamente o golão do paraguaio. Os centrais estiveram imperiais e ainda por cima o David Luiz abriu o marcador. O Ramires não sabe jogar mal, mas não foi tão decisivo como em partidas anteriores, assim como Javi García. Acho que se notou bem o excesso de jogos e o consequente cansaço. O Shaffer voltou à esquerda, mas não gostei tanto dele como noutros jogos. De qualquer maneira, esteve bem a defender.

O campeonato vai parar agora três semanas por causa das selecções e da Taça de Portugal. E também por isso era importantíssimo manter a pressão sobre o Braga e os rivais atrás de nós. Por outro lado, era uma dupla oportunidade: dar resposta àqueles que estavam à espera que um resultado negativo na Europa tivesse reflexos no campeonato e mostrar que não estamos assim tão dependentes de dois ou três jogadores. Tudo isso foi conseguido e com especial brilhantismo na 1ª parte.

A tendência passada de alternar bons jogos com péssimas exibições parece estar arredada de vez este ano. Talvez por isso se perceba o crescente nervosismo dos adversários, que raramente fazem alguma declaração pública sem falar de nós. Do presidente do CRAC já nem falo, a natureza há-de fazer o seu trabalho espero que proximamente. Agora, do presidente dos lagartos não estava nada à espera daquelas declarações canalhas. Se pensasse mais no seu clube e menos em nós, talvez a época não lhe estivesse a correr como está. A mesquinhez e inveja são sentimentos muito feios.

sexta-feira, outubro 02, 2009

Desprestigiante

Perdemos em Atenas frente ao AEK (0-1) na 2ª jornada da Liga Europa. Foi uma derrota inglória perante um adversário notoriamente mais fraco do que nós e que, ainda por cima, vinha de resultados péssimos no campeonato grego. Descemos para o 3º lugar do grupo e estamos a três pontos do Everton. Este desaire ficou a dever-se principalmente a uma atitude diferente (para pior) da que a equipa vem exibindo internamente. O que não se compreende. É óbvio que o principal objectivo é o campeonato, mas as competições europeias são muito importantes para o prestígio do clube. É bom que os jogadores ponham de vez isso na cabeça. Já é a 2ª vez que a equipa revela uma deficiente atitude em jogos europeus fora de casa.

No entanto, até entrámos bem na partida. O AEK mostrou ter muito respeito por nós e poderíamos ter marcado relativamente cedo, quando um remate do Di María embateu com estrondo no poste. A nossa superioridade era evidente, só que inexplicavelmente depois desse lance começámos a baixar o ritmo da partida e a dar oportunidade ao AEK de subir no terreno. E isto sem estarmos na frente do marcador. Sinceramente, não percebi... Pouco antes do intervalo sofremos o golo na sequência de um canto, em que os dois centrais (Luisão e David Luiz) não ficaram isentos de culpas.

Como era expectável, a 2ª parte foi melhor, mas aí entrou em acção o guarda-redes adversário, que defendeu quatro(!) bolas de golo. Di María, Saviola, Cardozo de livre e Fábio Coentrão teriam festejado golos se não fosse um tal de Sebastián Saja. As substituições que foram feitas também não correram particularmente bem, já que o Coentrão não esteve tão inspirado como em partidas anteriores e o Weldon demonstrou claramente falta de ritmo. Os gregos defenderam-se bem e mantiveram a vantagem até final.

Individualmente só o Di María esteve perto do seu nível. O Luisão também teria feito um bom jogo, se não estivesse ligado ao lance do golo. Muito abaixo do que já nos habituou esteve o Ramires, que acabou a lateral-direito, mas que me pareceu fatigado durante boa parte da partida. O Aimar e Saviola também não estiveram nada inspirados e, quando assim acontece, é-nos difícil conseguir fluidez no jogo atacante. O Javi García esteve discreto e o Cardozo evidenciou pontaria desafinada, com excepção do tal livre. Mas principalmente, e não é para bater no ceguinho, continuo a não perceber a insistência do César Peixoto a lateral-esquerdo. Foi dos piores jogadores da equipa. Acho que é uma posição em que poderia haver mais rotatividade, já que ele jogou no Sábado e o Shaffer estaria de certeza mais fresco. Também não entendi a entrada tão cedo do Weldon em vez do Nuno Gomes, já que se estava mesmo a ver que não vinha com o ritmo ideal depois de uma lesão. O guarda-redes Júlio César não me parece uma mais-valia em relação aos outros dois. Tem qualidade, mas mostra o mesmo problema dos outros nos cruzamentos.

E, pronto, segundo jogo fora nas competições europeias, segunda derrota. Há quase dois anos (desde o Shakhtar Donetsk) que não vencemos fora na Europa, tendência que espero que possamos inverter ainda esta época. Era importantíssimo termos conseguido pelo menos pontuar por duas razões: os próximos dois jogos são contra o Everton e as duas últimas jornadas são em dias próximos dos dois clássicos. Se já estivéssemos qualificados, poderíamos fazer melhor a gestão do plantel. No duplo confronto com os ingleses, precisamos de somar pelo menos quatro pontos se quisermos ter aspirações ao 1º lugar do grupo. É claro que o mais importante é assegurar a qualificação, mas, por um lado, somos a equipa com melhor ranking e, por outro, ficando em 1º defrontaremos teoricamente adversários mais acessíveis nos 1/16 avos-de-final.