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segunda-feira, fevereiro 27, 2023

Complicado

Vencemos no sábado em Vizela por 2-0 e, com a magnífica vitória do Gil Vicente ontem em Mordor (2-1, com o CRAC a terminar com nove jogadores e ainda a sofrer um penalty contra; deve estar para cair um meteorito na Terra...!), aumentámos a vantagem para eles para oito pontos (o Braga e a lagartada só jogam hoje).

 

O Roger Schmidt fez entrar o David Neres e o Gonçalo Guedes para o onze inicial, tendo remetido o Rafa e o Chiquinho para o banco. E, de facto, entrámos bem na partida, remetendo o Vizela ao seu meio-campo durante os minutos iniciais. O Guedes foi dos mais interventivos em campo, embora nem sempre tenha tomado as melhores decisões. Foram dele os primeiros remates perigosos, com o Gonçalo Ramos a ter igualmente outra oportunidade num remate interceptado por um defesa. A partir dos 15’, o Vizela equilibrou as coisas e até teve a melhor oportunidade, com um erro do António Silva a atrasar uma bola muito difícil para o Vlachodimos e este a dominar ainda pior de peito, tendo a bola ficado à mercê de um avançado, que conseguiu atirar por cima quando tinha a baliza à disposição. Antes disso, o nosso guardião tinha sido importante ao defender com o pé uma bola que entraria na baliza. Uma boa jogada do Grimaldo foi mal resolvida pelo próprio, quando rematou já na área de pé direito com os Gonçalos ao lado, até que aos 38’ inaugurávamos o marcador, num contra-ataque muito rápido conduzido pelo Guedes, com a bola a sobrar para o David Neres, que depois assistiu o João Mário na área para um remate que ainda desviou num defesa e foi tocado pelo guarda-redes, mas o que interessou foi que entrou...!

 

Na 2ª parte, esperava-se uma exibição mais bem conseguida da nossa parte, mas nada disso sucedeu. Antes pelo contrário. O Vizela foi muito mais agressivo do que nós na disputa dos lances e ganhou a maioria das segundas bolas. Ainda tivemos um remate do Neres à figura no reinício, mas depois sofrermos bastante, porque nunca tivemos engenho para reter a bola e a fazer circular. Num livre em que estávamos a dormir, o Vlachodimos defendeu um remate cruzado que ia na direcção da baliza, mas a melhor oportunidade dos vizelenses, com um duplo remate aos ferros pareceu-me nitidamente fora-de-jogo no primeiro deles (com a Sport TV a ter a habilidade de nunca mostrar uma repetição para esclarecer esse facto...!). O Vizela fartava-se de protestar com cada decisão contrária do árbitro e reclamou um pretenso penalty do Bah, mas, apesar de haver um encosto do nosso jogador, sinceramente não vi onde é que ele terá pisado o adversário. O Chiquinho entrou aos 60’ para o lugar do Guedes e isso ajudou a estabilizar o nosso meio-campo, mas mesmo assim só com as entradas do Rafa e Musa já bem dentro dos 10’ finais voltámos a aproximarmo-nos da grande área contrária, o que foi igualmente ajudado pelo segundo amarelo a um defesa contrário. Já no período de compensação, o Grimaldo foi derrubado na área e o João Mário, desta feita, não falhou o penalty, apesar de ter atirado rasteiro (bastava o guarda-redes ter adivinhado o lado que...). Até final, ainda vimos o nosso treinador ser expulso por ter devolvido uma garrafa da água para a bancada, que lhe tinha sido atirada...!

 

Em termos individuais, destaque para novo bis do João Mário, que assim assumiu a liderança dos melhores marcadores com 14 golos. De resto, mais ninguém se destacou e, aliás, até houve pêndulos da equipa que estiveram muito abaixo do seu nível, como, por exemplo, o Aursnes.

 

Se formos felizes no final da temporada, estes dois jogos com o Vizela serão dois capítulos incontornáveis para esse desenlace. Dependendo do resultado hoje do Braga em Guimarães, logo veremos se ficamos com sete ou oito pontos de diferença para o segundo classificado. É certo que ainda estamos muito longe de final, mas esta é obviamente uma vantagem importante.

terça-feira, fevereiro 21, 2023

A ferros

Vencemos ontem o Boavista na Luz por 3-1 e mantém-se tudo igual na frente do campeonato, porque os outros três também já tinham vencido (o CRAC 1-0 em casa ao Rio Ave, com os vila-condenses a falharem inúmeras oportunidades...(!), o Braga 2-0 em casa ao Arouca e a lagartada 3-2 em Chaves). Portanto, mantemos os cinco, sete e 15 pontos de vantagem, respectivamente. No entanto, quem só olhe para o resultado fica longe de perceber que este foi um dos nossos jogos mais difíceis desta temporada.

Já se sabe que a jornada a seguir às competições europeias é sempre problemática, mas, sinceramente, com cinco dias de intervalo entre os jogos, pensei que conseguíssemos superar esse facto. Puro engano. Alinhámos quase com a mesma equipa da Bélgica, somente com o Gilberto no lugar do Bah (castigado), mas essa estratégia não se revelou a mais correcta, porque o Boavista limitava-se a defender e, com o João Mário e Aursnes nas alas, não tínhamos ninguém rompedor, até porque o Rafa ainda não voltou à forma que tinha pré-lesão. Portanto, a 1ª parte foi completamente desperdiçada e só chegámos duas vezes à baliza contrária: logo no início o Rafa, em boa posição, rematou cruzado ao lado e, em cima do intervalo, o Gonçalo Ramos teve um cabeceamento que poderia ter sido mais potente, porque estava quase me cima da linha de golo e permitiu a defesa do Bracalli.

Era inevitável o Roger Schmidt alterar as coisas após o intervalo e entrou o David Neres para o lugar do apagado Florentino. Melhorámos quase instantemente e empurrámos os axadrezados para a sua grande-área. O Rafa e o Gonçalo Ramos ficaram a pedir penalty em duas jogadas, o David Neres em excelente posição permitiu a defesa do Bracalli, mas aos 55’ finalmente inaugurámos o marcador: cruzamento do Grimaldo na esquerda, cabeçada do Rafa para nova defesa do Bracalli, mas a bola sobrou para o Gilberto que, na recarga, inaugurou o marcador. O estádio explodiu de alegria, porque sentiu que a muralha axadrezada estava difícil de ser derrubada. Infelizmente, foi sol de pouca dura, porque três minutos depois, permitimos a igualdade no primeiro(!) remate do Boavista: centro rasteiro da esquerda e o Yusupha de primeira não deu hipóteses ao Vlachodimos. Foi um balde de água fria que a equipa e o estádio sentiram, e demorámos um bocado a recompormo-nos. Tivemos uma chance caída do céu, com um penalty de VAR a castigar pisão sobre o Rafa, mas o João Mário, que tinha tido bastante sorte nos últimos penalties que marcou, viu essa mesma sorte acabar-se e, com um remate muito fraco e denunciado, permitiu a defesa do Bracalli, tendo o Rafa na recarga rematado também muito mal proporcionando nova defesa ao guardião brasileiro. Estávamos a 20’ do fim e eu estava a ver o caso muito mal parado. Cinco minutos depois entrou o Gonçalo Guedes para o lugar do Rafa e demos novo safanão na partida. Esta nova investida deu frutos aos 82’ num golão do Gonçalo Ramos: o Gilberto está de novo numa jogada de golo, neste caso assistindo o Ramos, que partiu os rins a um defesa e rematou de bico, desviando a bola do alcance do guarda-redes. Foi o delírio no estádio, porque toda a gente percebeu a importância de não escorregarmos nesta altura, quando todos os outros tinham ganho. O Ramos saiu pouco depois para entrar o Musa, tendo o esgotado Gilberto também sido substituído pelo Lucas Veríssimo, com o António Silva a passar para a lateral-direita. Uma das grandes vantagens do Benfica desta época é que não defende resultados, portanto continuámos a jogar para a frente e o Gonçalo Guedes teve um remate muito intencional, que ainda tocou no poste. No entanto, fomos mesmo premiados com o terceiro golo aos 92’ num cruzamento do João Mário para bom cabeceamento do Musa. Num dos últimos lances da partida, o Vlachodimos fez a sua única defesa.

Com um golo e uma assistência, é impossível não destacar o Gilberto, embora, no restante tempo, tenha estado longe de fazer uma boa exibição, provavelmente consequência de já não ser titular há uma série de tempo. O Gonçalo Ramos também passou um pouco ao lado do jogo, mas foi decisivo quando foi necessário. O Aursnes melhorou bastante quando passou para o meio na 2ª parte e o David Neres foi fundamental para abanar a estrutura defensiva do Boavista. Uma última palavra para dizer que o António Silva não pode jogar na lateral-direita. Bem sei que o Gilberto rebentou, mas tivemos alguns calafrios por aquele lado na parte final da partida.

Depois de, em temporadas anteriores, termos passado por isto e isto, confesso que ontem temi bastante uma nova reedição daqueles jogos. Felizmente isso não aconteceu e, se formos felizes no final da época, sabemos que este jogo terá sido muito importante para isso.

sexta-feira, fevereiro 17, 2023

Sabor a pouco

Vencemos em Brugge na passada 4ª feira por 2-0 e estamos muito bem lançados para nos qualificarmos para os quartos-de-final da Liga dos Campeões pelo segundo ano consecutivo. Seria um feito considerável que, sinceramente, já não me lembro quando foi a última vez que alcançámos. No entanto, perante o que se viu, foi um resultado lisonjeiro para os belgas, que deveriam ter saído da partida com a eliminatória já perdida.

Apesar de ter dito na véspera que o Rafa e o Gonçalo Ramos não estavam a 100%, o Roger Schmidt colocou-os a titular em detrimento do Gonçalo Guedes e David Neres. Tivemos logo uma oportunidade no começo do jogo, com um desvio de cabeça do Gonçalo Ramos que não deveria ter saído à figura. No entanto, durante os 15’ seguintes, foram os belgas a criarem-nos dificuldades e a empurrarem-nos para o nosso meio-campo. Reequilibrámos a contenda a meio da 1ª parte, com excelentes chances de marcar pelo António Silva de cabeça e pelo Aursnes em boa posição, mas ambos os remates não atingiram a baliza. Todavia, a nossa maior oportunidade foi num remate do Rafa à quina da baliza, depois de ser desmarcado pelo Chiquinho na sequência de um livre. Em cima do intervalo, os belgas colocaram a bola na baliza, mas o marcador estava em fora-de-jogo.

 

A 2ª parte começou com um grande falhando do Gonçalo Ramos, que desviou ao lado depois de um livre, quando estava completamente desmarcado. Porém, redimiu-se aos 51’ ao antecipar-se a um defesa e sofrer uma falta indiscutível. O João Mário aproveitou para fazer o 1-0 de penalty, tendo tido alguma sorte dado que a bola ainda foi defendida pelo guarda-redes para a barra antes de entrar na baliza. Aos 65’, o Schmidt trocou de avançados e a nossa produção melhorou, porque nem o Rafa nem o Gonçalo Ramos estão na forma que já exibiram este ano. Dominávamos completamente, mas só conseguimos marcar o 2-0 aos 88’ noutro erro da defesa do Brugge, bem aproveitado pelo David Neres com um remate cruzado de pé esquerdo, sem hipóteses para o guarda-redes. Já na compensação, foi o Gonçalo Guedes a rematar com violência de fora da área, mas a bola passou ao lado do poste.

 

Em termos individuais, destaque para o bom jogo do Aursnes descaído sobre a esquerda, para o facto de o Chiquinho continuar a cumprir bastante satisfatoriamente na posição do Enzo, e para o João Mário, que, mesmo não sendo de grandes correrias, mantém muito bem a posse de bola. Nesta altura, parece-me que o Gonçalo Guedes e o David Neres estão melhores do que o Rafa e o Gonçalo Ramos, razão pela qual a titularidade deveria passar por eles.

 

Foi pena não teremos aproveitado para resolver já a eliminatória, até porque poderíamos ter feito a gestão dos amarelos para os limpar, mas a 2ª mão só será daqui a três semanas, pelo que até lá temos de nos concentrar no campeonato. Iremos receber o Boavista na 2ª feira e espero que esta nossa boa fase possa continuar.

sexta-feira, fevereiro 10, 2023

INFAME

Uma extraordinária exibição do Sr. Tiago Martins e do VAR Sr. Fábio Melo eliminou-nos da Taça de Portugal ao perdermos nos penalties (4-5) com o Braga na Pedreira, depois de 1-1 nos 120’. Aliás, foram precisos estes reforços de peso para nos conseguirem derrotar, dado que enquanto houve igualdade numérica fomos indiscutivelmente a melhor equipa e subjugámos o Braga.
 
Não me apetece muito falar deste jogo, porque quando somos CLAMOROSAMENTE ROUBADOS desta forma vil todas as considerações sobre o futebol jogado passam necessariamente para segundo plano. Com a mesma equipa que defrontou o Casa Pia e o Rafa e Gonçalo Ramos no banco, entrámos muito fortes e inaugurámos o marcador aos 15’, numa cabeçada do Gonçalo Guedes na sequência de um centro do David Neres depois de um canto curto. Dominávamos claramente a partida e pouco depois o mesmo Gonçalo Guedes leva um toque no pé de apoio quando se ia virar na área, mas claro que para dois LADRÕES encartados como o Sr. Tiago Martins e o Sr. Fábio Melo não foi nada e nem valeu a pena ir ver as imagens... Aos 31’ o Bah tornou a fazer uma idiotice enorme em Braga, desta vez pisando o tornozelo do Pizzi e indo naturalmente para a rua. Aí já o VAR Sr. Fábio Melo soube chamar o Sr. Tiago Martins para ir ver...! Desconcentrámo-nos com a expulsão e o Braga não demorou muito a empatar, aos 36’, também num canto, com o Al Musrati a desviar ao segundo poste sem nenhuma marcação. O Roger Schmidt, aquando da expulsão, tirou (e mal) o Gonçalo Guedes para colocar o Gilberto na lateral direita. Deveria obviamente ter saído o David Neres, que não tem perfil nenhum para andar a dar luta aos defesas. A situação foi corrigida ao intervalo, tendo entrado o Gonçalo Ramos.
 
Na 2ª parte, apesar de estarmos com menos um, conseguimos equilibrar as coisas e o Braga nunca conseguiu criar grande perigo, tirando dois remates dos Horta bem defendidos pelo Vlachodimos. Até que aos 53’, os Srs. Tiago Martins e Fábio Melo coroaram a sua magnífica exibição com um lance só ao alcance dos predestinados: o Racic pisa o Aursnes da mesma maneira que o Bah fez ao Pizzi, mas num verdadeiro golpe de asa aqueles dois senhores mostraram... amarelo! A razão é muito simples: o jogador em causa não tinha a camisola do Benfica vestida. Ora, como a missão destes dois GATUNOS foi roubarem-nos a possibilidade de seguirmos em frente na Taça, não se poderiam dar ao luxo de deixar o jogo em igualdade numérica, porque nós já tínhamos demonstrado ser muito mais fortes do que o adversário nessas circunstâncias. Lances iguais, decisões diferentes, se isto não é ESPOLIAÇÃO evidente, digam-me o que é, por favor. Até terminar a partida, ainda deu para expulsar também o Morato com um segundo amarelo já em cima dos 120’, o que foi relativamente fácil dado que o primeiro foi mal mostrado...
 
Nos penalties, todos marcaram, excepto o Aursnes, que marcou de um modo igual ao que tinha feito frente ao Portimonense, também defendido pelo guarda-redes. Foi pena, porque o norueguês, juntamente com o João Mário, foi dos nossos melhores jogadores. Mas, no geral, toda equipa se bateu muito bem em condições muito difíceis.
 
Tal como as épicas roubalheiras de Isidoro Rodrigues no célebre Varzim – Benfica de 2001/02, ou esta de 2010/11, o jogo de ontem teve o condão de me tirar do sério e ficar fora de mim. É que, quando é clarinho como a água que estamos a ser ASSALTADOS à vista de todos, a indignação é difícil de conter. Concordo plenamente com as declarações do Rui Costa no final e espero que nunca deixemos de denunciar arbitragens tão MISERÁVEIS como esta.

segunda-feira, fevereiro 06, 2023

Irrepreensível

Vencemos o Casa Pia no sábado na Luz por 3-0 e mantivemos a distância para o Braga e CRAC, qua também ganharam em casa (4-1 ao Famalicão e 2-0 ao Vizela, respectivamente). Perante a equipa-sensação do campeonato, num fantástico 5º lugar, e novamente desfalcados do Rafa e Gonçalo Ramos, demos uma óptima resposta e fizemos uma partida muito inteligente.
 
Entrámos novamente bem no jogo, extremamente pressionantes e o Casa Pia mal saía do seu meio-campo. Tivemos uma grande ocasião logo no início, mas o João Mário atirou incrivelmente por cima quando estava em boa posição. Pouco depois foi o David Neres a ver um remate seu desviado por um defesa e quase enganava o guarda-redes Ricardo Baptista, que, uns instantes depois, defendeu por instinto um calcanhar do Gonçalo Guedes. Aos 35’, inaugurámos finalmente o marcador, numa excelente abertura do Grimaldo para a desmarcação do David Neres, centro atrasado deste para o João Mário atirar sem hipóteses para o guarda-redes. Conseguíamos desbloquear o resultado e ainda aumentámos a vantagem aos 43’, com um bis do João Mário de carrinho a corresponder bem a um centro do Grimaldo na esquerda, depois de uma boa abertura do Chiquinho para o espanhol.
 
Na 2ª parte, o Casa Pia foi mais afoito, mas nós fizemos uma exibição quase perfeita em termos defensivos, praticamente sem lhes darmos hipóteses de criar perigo. Um remate, e mesmo assim torto, do japonês Soma foi a excepção. Do nosso lado, iam avolumando-se as oportunidades, com o Aursnes em boa posição de cabeça a atirar ao lado e um remate de longe do Neres, que não passou muito longe, até que aos 71’ acabámos com todas as dúvidas, ao fazer o 3-0 numa jogada de costa a costa do Bah, que terminou com um remate de pé esquerdo de fora da área, ligeiramente desviado por um defesa, sem dar hipóteses ao guarda-redes. Até final, ainda poderíamos ter aumentado a vantagem com outro desvio de cabeça do Aursnes ao lado, quando seria o culminar perfeito da provavelmente melhor jogada da partida, com o entretanto entrado Rafa a permitir a mancha do guarda-redes e com o Grimaldo, num pontapé de primeira de ressaca à entrada da área, a quase marcar o golo do campeonato, mas a bola passou a rasar o poste!
 
Em termos individuais, óbvio destaque para o João Mário, com o segundo bis consecutivo que o fez igualar o Gonçalo Ramos nos melhores marcadores, para o Chiquinho, que está a aproveitar muito bem a oportunidade no lugar do Enzo que ficou vago, e para o Otamendi, que foi uma parede defensiva e muito responsável pela parca produção atacante do Casa Pia. Mas, em geral, toda a equipa se apresentou num nível muito elevado, sempre pressionante e a recuperar a bola muito rapidamente, numa exibição quase perfeita em termos tácticos. Faltou só a faltar mais um ou dois golinhos para ser uma das melhores desta temporada.
 
Iremos agora a Braga na próxima 5ª feira para a importantíssima eliminatória da Taça de Portugal. Depois de termos lá levado uma banhada para o campeonato, está na hora da vingança, até porque a conquista deste troféu é igualmente crucial (e recordo pela enésima vez o nosso vergonhoso histórico de três taças de Portugal ganhas nos últimos 25 anos...!)
 
P.S. – Antes do jogo, houve a despedida do André Almeida, depois de 12 anos e 12 títulos com a gloriosa camisola. ATÉ QU’ENFIM que fazemos uma despedida como deve ser a um jogador que foi marcante no clube e nos ajudou a conquistar muitos troféus! Antes dele, só o Jonas e o Rui Costa tiveram direito a algo semelhante, o que é ABSOLUTAMENTE incompreensível. Jogador com história no clube TEM DE se despedir dos adeptos antes de um jogo, para poder sentir o carinho e o agradecimento de todos nós! Não é difícil perceber isto quando se gosta de futebol e se entende o jogo! Não basta uma entrevista à BTV e ‘tá feito! Assim de cabeça, Luisão, Cardozo, Fejsa, Jardel e Salvio, todos eles deveriam ter tido tratamento semelhante. Espero que isto mude doravante e que esta despedida do André Almeida faça jurisprudência!

quinta-feira, fevereiro 02, 2023

Categórico

Vencemos em Arouca na passada 3ª feira por 3-0 e temos agora, com mais um jogo, o 2º classificado a oito pontos (o CRAC ganhou no Marítimo por 2-0), porque o Braga foi goleado na lagartada (0-5) e ficou neste momento a dez. No dia em que vimos o Enzo Fernández tornar-se o médio mais caro de sempre e a maior transferência da história da Premier League, demos uma boa resposta num campo difícil.
 
Para além da falta do argentino, também não tivemos o Rafa e o Gonçalo Ramos por lesão. Com três titulares indiscutíveis de fora e perante uma equipa que está a fazer um bom campeonato, tinha bastante receio desta partida. O Gonçalo Guedes e o David Neres jogaram na frente, o que revela igualmente a (não) confiança no Musa, que ficou no banco. No entanto, a nossa resposta foi muito boa, porque entrámos bastante pressionantes, como tem sido habitual ao longo da temporada, e o Arouca mal teve tempo para passar do meio-campo nos primeiros minutos. Todavia, não criámos grande situações de golo, porque eles se fecharam sempre bem lá atrás. Um desvio do Gudes ao primeiro poste, cortado por um defesa, foi a nossa melhor ocasião, antes de inaugurarmos o marcador aos 25’ numa óptima combinação atacante entre o Neres e o Aursnes, com este a centrar para a área, onde o João Mário só teve de encostar. Foi muito importante desbloquear o encontro ainda na 1ª parte e até ao intervalo nada de mais relevante se passou, até porque nunca deixámos o Arouca acercar-se da nossa baliza.
 
Voltámos a entrar bem na 2ª parte e aumentámos a vantagem ainda relativamente cedo. Aos 54’, nova boa triangulação entre o João Mário, Guedes e Aursnes, com o primeiro a bisar de pé esquerdo. Cortámos logo pela raiz qualquer ímpeto do Arouca no recomeço do jogo. No entanto, ainda apanhámos um susto com um remate na nossa área que felizmente embateu num adversário, num lance em que o Bah também foi importante a importunar o atacante. A meio da 2ª parte, o Roger Schmidt fez entrar o Musa para o lugar do Guedes e foi o croata a fazer o 3-0 aos 80’ e selar a nossa vitória: excelente abertura do Aursnes a isolar o Neres, que sofreu uma falta à entrada da área, mas a bola sobrou para o Musa desviar do guarda-redes, salvando o Arouca de ficar a jogar com dez, mas colocando a partida fora de qualquer alcance. Três remates, três golos não foi nada mau.
 
Em termos individuais, destaque para o bis do João Mário e para outro enchimento de campo do Florentino. O Aursnes teve participação activa nos três golos e terá agora um papel mais preponderante, porque deverá ser o substituto natural do Enzo Fernández. O Chiquinho, que neste jogo actuou no lugar do argentino, também não esteve mal. O David Neres não começou muito bem a partida, mas foi melhorando ao longo do tempo e o Gonçalo Guedes dá sempre aquele toque de imprevisibilidade.
 
Enquanto estávamos a jogar, estava o Enzo Fernández a fazer as malas para o Chelsea. Veremos como nos vamos safar sem um dos melhores jogadores do campeonato, que foi uma das principais causas para a nossa melhoria exibicional este ano. Só que pensar que quem jogava naquele lugar no ano passado era o Taarabt até me dá vontade de chorar... No entanto, o Enzo Fernández não se portou nada bem connosco e não irá ficar no nosso coração. Pode ser que no futuro perceba que há que respeitar o clube onde está e os adeptos, e que não é admissível bater no peito e dizer que fica depois de marcar um golo e, à segunda oportunidade, fazer chantagem para se ir embora. Mas provavelmente só lhe interessa ficar de bolsos cheios e lá isso conseguiu. Mesmo que tenha de jogar num clube novo-rico sem qualquer tipo de alma.