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segunda-feira, novembro 29, 2004

Era de esperar...

Sem quatro titulares indiscutíveis, com o penalty do costume por marcar (o Sr. António Costa rouba-nos dois penalties em anos consecutivos em Leiria, quando será que acaba a carreira?), com uma bola ao poste com 0-0, sendo o guarda-redes adversário o melhor em campo e com o abono de família (Simão) desinspirado é natural que tenhamos sido derrotados. Isto tudo não invalida que a exibição tenha sido fraquíssima, na senda de exibições anteriores. Falta-nos alegria a jogar, alguns jogadores (Paulo Almeida e Geovanni, por exemplo) pura e simplesmente não existem, a quantidade de passes que efectuamos para o lado e para trás na zona de meio-campo é enorme, não há velocidade de processos, nomeadamente na transição da defesa para o ataque, enfim, há um sem-número de coisas que estão mal. Finalmente fizemos as três substituições e, de facto, melhorámos um pouco com o Zahovic, que, apesar de ter falhado um golo de baliza aberta, ao menos apareceu isolado à frente do guarda-redes e deu outra movimentação à equipa. A substituição de defesas-esquerdos já é mais difícil de entender e a não-utilização do Everson, com o meio-campo a não dar mostras de conseguir fazer pressão sobre o adversário, também (afinal, foi contratado para quê?).

O problema principal reside no discurso do treinador e na sua correspondência prática. Quando empatámos com o Braga em casa foi bom, porque "ao menos não perdemos e conquistámos mais um ponto". Quando perdemos com o clube regional (roubados, é certo), não havia motivos para alarme porque "ainda continuamos na frente". O empate com o Gil Vicente, o empate com o Rio Ave e a derrota em Leiria fazem parte de um "campeonato longo" e é importante "manter a cabeça fria". A equipa está formatada para jogar para trás, sempre na retranca, sem fazer pressão atacante sobre o adversário e assim é difícil ganhar jogos. Ontem, segundo o nosso treinador, "merecíamos pelo menos o empate" e a "equipa estava cansada do esforço (?) de quinta-feira". Lá está, se tivéssemos empatado o treinador estaria satisfeito porque, pelo menos, não teríamos perdido. Com este género de discurso, não estou a ver como é que os jogadores se capacitam e metem na cabeça que têm que fazer TUDO para ganhar e que o empate, para o Benfica, é quase sempre um mau resultado! E, já agora, que "esforço" fizemos na quinta-feira?! Foi a primeira meia-hora onde ainda jogámos qualquer coisita que nos cansou? Ou "esforçaram-se" muito durante a restante hora, onde nos limitámos a controlar o jogo e criámos somente duas oportunidade de golo? (Não houve uma outra equipa que também jogou quinta-feira, por acaso num sítio bem perto na ex-URSS? É estranho que, neste caso, o cansaço lhes tenha dado para marcar oito golos em dois jogos...)

Pelas minhas contas, ficaremos hoje a três pontos do 1º classificado e é um facto que "nada está perdido". Vamos ver é até quando...

sexta-feira, novembro 26, 2004

Um grande problema

Ganhámos por 2-0 num jogo que, felizmente, acabou por não ser muito difícil. E, para isso, muito contribuiu o bom desempenho defensivo, se exceptuarmos uns 10 minutos a meio da 2ª parte, onde pareceu haver algum desnorte e o Zagreb criou duas oportunidades de golo quase consecutivas. O problema é que, mais uma vez, a 2ª parte foi uma total nulidade em termos atacantes, tirando a jogada do Sokota à barra e o falhanço do Simão quase no fim do jogo. E, como a última imagem é a que fica, a equipa foi assobiada no final por alguns adeptos. Como dizia o avô da Leonor Pinhão, citado pela própria, "assobiar o Benfica é pior do que bater na mãe" e acho inadmissível que se assobie a equipa num jogo europeu e em que estamos a ganhar por 2-0! Se uma equipa não tem os adeptos do seu lado não consegue ir a lado nenhum e, neste momento, deve ser mais fácil para os jogadores jogarem fora da Luz do que na Nova Catedral.

Isto não equivale a dizer que eu aprecie a maneira como estamos a jogar, bem pelo contrário. Não acho normal que nos cantos a favor do adversário não haja nenhum jogador do Benfica sequer a meio do nosso meio-campo! Está tudo acantonado na nossa grande área! Até o Rio Ave, já empatado 3-3 na Luz, tinha dois (!) jogadores na linha de meio-campo. O problema é que a equipa está formatada para jogar para trás e para o lado assim que está em vantagem. Não criamos situações de contra-ataque e lances de perigo nem vê-los. Futebol atacante é algo que não consta do dicionário do nosso treinador. Quando estamos em vantagem esquecemo-nos que existe uma baliza no outro lado do meio-campo. E os adeptos lidam mal com a falta de ousadia da equipa. Isto não quer dizer que eu pense que devêssemos partir à maluca para cima do adversário, a ganhar por 2-0, mas entre isto e não ter a mínima tendência para passar do nosso meio-campo vai uma grande diferença.

Já aqui escrevi e volto a repetir: é óbvio que não me importo de ser campeão a ganhar todos os jogos por 1-0, mas duvido que o consigamos ser a jogar desta maneira. Basta aparecer um Rio Ave, a jogar mais atrevido, que dois golos de vantagem já se viu não serem suficientes, porque a equipa não mostra nem capacidade de reacção nem cria situações de perigo para colocar o adversário em sentido. Se o Zagreb tem marcado um golo na 2ª parte, lá acabaríamos o jogo à rasca.

Acho que ficaríamos muito melhor se o Camacho voltasse, mas assobiar o Benfica é que nunca!

P.S. - O que é que o clube regional fez para merecer a sorte de ter, num jogo decisivo, um adversário a marcar um penalty daquele maneira?!

quarta-feira, novembro 24, 2004

Razão vs. Coração

Diz a razão que seria melhor o clube regional ganhar hoje para ainda manter esperanças de continuar nas competições europeias. E seria melhor porque teria os jogos europeus para se cansar e distrair e não se preocuparia exclusivamente com o campeonato (já que parece que conquistar a Taça de Portugal irá ser difícil este ano...). Ou seja, pela lógica deveria torcer pelo clube regional.

Só que... queremos mesmo que uma equipa (infelizmente) portuguesa continue na Europa a tentar marcar golos depois de simular a devolução da bola ao adversário, na sequência da lesão de um jogador deste, como aconteceu recentemente no jogo com o PSG? Não me parece... Mesmo ficar indiferente a uma vitória do clube regional seria muito contra-natura e é quase sempre impossível ir contra o coração, portanto: FORÇA CSKA!

P.S. - Gostaria de saber quem é que vai ser responsabilizado pela utilização do Miguel no passado Domingo que fez com que ele vá parar, pelo menos, três semanas. E, também, quem teve a brilhante ideia de o colocar a jogar na 2ª parte contra o Oriental depois de estarmos a ganhar por 1-0. Não será incompetência a mais?

segunda-feira, novembro 22, 2004

Arriverdeci, Sr. Trapattoni!

Pois é, a paciência e o benefício da dúvida esgotaram-se de vez. Nunca fui a favor de mudanças de treinador a meio da época, não só por não ser uma tradição centenária do Benfica, como por geralmente não haver benefícios directos disso. O novo treinador demora sempre algum tempo a conhecer os jogadores, e a equipa, e raramente se conseguem cumprir os objectivos imediatos. Mas neste caso é diferente. Ok, se o Florentino Pérez não tivesse despedido o Del Bosque depois de ser campeão, provavelmente teria ganho o campeonato no ano passado e, mais importante ainda, o Camacho ainda seria treinador do Glorioso. O resto da história é conhecida, mas o que é facto é que agora o Camacho é um treinador livre outra vez. E do ano passado para este ano, na equipa principal só saiu o Tiago, ou seja, o Camacho conhece muito bem o Benfica e a grande maioria dos seus jogadores, e consequentemente não haveria o tal período de adaptação. Então, DO QUE É QUE ESTAMOS À ESPERA?!

Não é preciso ser bruxo para ver que com o Sr. Trapattoni será muito difícil nós ganharmos algo este ano. Contra o Anderlecht fiquei bastante preocupado, contra o Estugarda mais preocupado ainda, contra o clube regional (apesar da Benquerença ajuda) a 1ª parte foi miserável, contra o último classificado perdemos uma oportunidade rara para nos distanciarmos do clube regional e hoje foi a gota-de-água. Depois da perda de pontos dos adversários, ou ganhávamos hoje ou mostrávamos que não tínhamos estofo de campeões. E o que é que mostrámos? Uma 1ª parte fabulosa, mas esquecemo-nos de entrar em campo depois do intervalo. E é aqui que deveria ter entrado a mão do treinador, caso tivéssemos um. Algumas perguntas que gostaria muito de ver respondidas:

- Depois de ter saído o Karadas, numa clara demonstração de receio do adversário e sinal inequívoco para a equipa recuar, e não haver mais nenhum avançado no banco para se juntar ao Sokota, porque é que não acabámos o jogo com o Luisão ou Argel a ponta-de-lança (lembram-se do jogo da Taça contra o Nacional no ano passado?) para o chuveirinho final? Ah, é verdade, se calhar eram precisos cá atrás, não fosse o Rio Ave marcar outro golo...
- Como é que o Miguel faz os 90 minutos depois de vir de uma lesão e em evidente dificuldades físicas? Não estaria o João Pereira no banco?!
- Como é que, tendo o meio-campo (Petit, Manuel Fernandes e Geovanni) dado o berro na 2ª parte, não entra ninguém para equilibrar as coisas? O plantel é curto, mas também o era no ano passado e raramente não fazíamos as três substituições.
- Como é que é possível só fazermos uma substituição num jogo em que sofremos o empate a 10 minutos do fim? O Zahovic nem para 10 minutos dá?

O que é trágico é que não criámos um único lance de perigo a seguir ao empate. Pior ainda, só criámos um lance de perigo (pelo Luisão) na 2ª parte inteira! Os golos do Rio Ave não foram fortuitos, todos perceberam que eles poderiam acontecer a qualquer momento. Menos o nosso treinador... Ou se se apercebeu disso, nada fez para os contrariar. E depois, no fim, vieram as declarações do costume, "a Superliga é longa, nada está perdido, blá, blá, blá". Curiosamente, hoje não disse que foi bom, porque sempre é um ponto e poderíamos ter perdido (e é verdade, a haver um vencedor temos que reconhecer que era justo que fosse o Rio Ave). Não me venham com a história que o Sr. Trapattoni ganhou muitos títulos na carreira. Também o Pélé e o Eusébio, mas não é por isso que ainda jogam hoje. Há um tempo para tudo e o tempo do Sr. Trapattoni infelizmente esgotou-se. Não é por acaso que em Itália já não pode treinar por causa da idade. Como disse num post anterior gostaria imenso de engolir estas palavras no final do ano, mas como referiu hoje o Sokota "muito dificilmente vamos ganhar o campeonato se jogarmos assim". Eu acrescentaria: "muito dificilmente vamos ganhar qualquer coisa com este treinador". O discurso sempre cauteloso ("não podemos é perder") e atitude sempre defensiva (será que ainda não reparou que é preferível ganhar um jogo e perder outro do que ter dois empates?), os sucessivos desaires em jogos importantes, o desperdício de ocasiões de ouro para nos distanciarmos dos rivais, a falta de resposta no banco para diferentes situações de jogo só podem levar a uma conclusão: Arriverdeci, Sr. Trapattoni! Ainda vamos a tempo, se queremos ganhar algo este ano.

domingo, novembro 21, 2004

Um dia maravilhoso!

Melhor era impossível! Ok, era possível com duas derrotas em vez de dois empates, mas também não vamos ser muito gananciosos. Três resultados excelentes com a particularidade dos golos do nosso contentamento terem surgido nos minutos finais dos três jogos. Que é quando são mais saborosos e tornam os festejos mais intensos.

No único jogo que vi um bocado (a parte final), os lagartos estavam a dominar, mas um canto salvador fez com que o Beira-Mar empatasse. Entretanto, e pelas repetições, parece-me que há um penalty a favor do Beira-Mar, mas enfim...

Em Stamford Bridge, o melhor treinador da história do futebol lá teve de se contentar com um empatezinho depois de estar a ganhar por 2-0. Se ele disse que não gostou do Tottenham-Arsenal da semana passada, porque se uma equipa sua sofresse 4 ou 5 golos ficava envergonhado, o que é que ele dirá esta semana quando perdeu uma vantagem de dois golos a jogar em casa? A sorte deste ser cuja arrogância está sempre a atingir novas fronteiras foi que o Arsenal empatou em casa, caso contrário lá estaria de volta ao 2º lugar.

E o melhor fica para o fim: o clube regional perdeu pela 1ª vez no seu novo estádio! Eu estava a conduzir e quase ia tendo um acidente com a alegria dos festejos. Igualmente pela 1ª vez em vários anos, o clube regional teve um jogador expulso por agressão ao adversário. Se as arbitragens fossem sérias, toda a gente sabe que este clube jamais acabaria os jogos com 11, mas o McCarthy excedeu-se hoje. Se se tivesse ficado pela habitual cotovelada, não aconteceria nada (o Jorge Costa, o Costinha, o Maniche ou o Derlei certamente já o instruíram nesta arte), mas resolveu aplicar um gancho de esquerda e o árbitro, coitado, não teve outro remédio. Gostaria de fazer um apelo ao Conselho de Disciplina da Liga e da Federação para nunca mais castigarem o Victor Fernandez. Está mais que provado que o lugar dele tem que ser no banco! Para que as coisas ainda fossem mais belas, efectivamente o Cafú está ligeiramente adiantado (como diz aqui, tantos centímetros quantos a bola entrou na baliza do Baía na Nova Catedral) quando marca o golo. Pensei que, também pela 1ª vez em vários anos, o clube regional fosse prejudicado pela arbitragem (o que, pelas minhas contas, faria com que faltassem 450 jogos de prejuízo para equilibrar a balança entre benefícios e prejuízos nestes 20 anos, em que dos cerca de 600 jogos disputados para o campeonato, o clube regional foi beneficiado em pelo menos 75% deles), mas constou-se-me que o Toñito marcou um golo que foi mal anulado. Afinal a balança ainda não começou a reequilibrar...

Para ser um fim-de-semana de sonho, só falta ganharmos amanhã ao Rio Ave. Espero que, para variar um bocado, não copiemos as abébias dos adversários, porque dádivas destas (e ainda por cima a dobrar) não acontecem todos os fins-de-semana.

segunda-feira, novembro 15, 2004

Fim-de-semana para esquecer

Para além do (infelizmente) já habitual discurso do Trapattoni do "foi um bom resultado porque poderíamos ter perdido", voltámos a cair num outro erro: um jogador isola-se em frente ao guarda-redes, tem possibilidade de marcar e prefere atirar-se para o chão para simular um penalty. Ia-nos custando a eliminação frente ao Rosenborg no ano passado e quiçá custou-nos a vitória na Madeira este ano. Espero que o Sokota leve uma multa por isto. O empate contra este Marítimo foi um resultado normal (apesar de não devermos entrar num jogo a pensar que empatar não é mau...), mas perdemos o 1º lugar por causa de não aproveitarmos há duas semanas a dádiva do fcp contra o Nacional. Deveríamos ter, obviamente, ganho o jogo contra o último e assim estaríamos agora ainda um ponto à frente do clube regional.

Apesar de tudo, e mesmo tendo sido a nossa 2ª parte contra o Marítimo muito fraca, jogámos melhor que o fcp contra o Gil Vicente. Continua tudo na mesma: lance duvidoso e decisivo? É sempre assinalado a favor do clube regional. Neste caso, efectivamente, parece-me que não há penalty do Nuno, mas a pergunta (de retórica, obviamente) é: se fosse ao contrário, o que teria o árbitro assinalado? Dois golos caídos do céu, um falhanço clamoroso do Braima a oito minutos do fim, ainda com 1-0, e eis como se ganham 3 pontos a não jogar nada.

Quanto aos lagartos só uma pergunta: será que uma equipa que até deixa o Pinilla marcar merece estar na Superliga?

terça-feira, novembro 09, 2004

Os lagartos não são de confiança

Quando o Ricardo oferece um golo ao clube regional, o árbitro pode respirar de alívio por não ter que dar a ajudinha necessária (embora, claro, o Jorge Costa e o Maniche tenham feito as agressões do costume na disputa da bola, mas ainda está para vir o dia em que um jogador do clube regional é expulso numa situação destas). O Moreira nunca sofreria aquele golo, porque obviamente socaria a bola. Espero que o Scolari se convença de vez sobre quem é o melhor guarda-redes português. Embora haja outro que, de facto, tem qualidades únicas: defende com as mãos fora-da-área e nunca lhe acontece nada, e ultimamente até consegue defender golos. Mas como é Scolari é inteligente certamente saberá que a Benquerença nos jogos da selecção é diferente...

E eu que pensava que os lagartos me poderiam dar uma alegria se o jogo corresse anormalmente. Afinal, correu anormalmente, mas perderam. Contra grandes equipas nacionais (como o Glorioso) galvanizam-se, contra grandes equipas regionais já não mostram o mesmo empenho. Nunca se pode confiar neles...

segunda-feira, novembro 08, 2004

Antevisão do clube regional vs. lagartos

Uma das duas vezes por ano que eu torço pelos lagartos vai acontecer daqui a pouco. Se tudo correr anormalmente, teremos um jogo equilibrado. Se tudo correr normalmente, o 12º, 13º e 14º elementos da equipa da casa (habitualmente vestidos com umas camisolas diferentes) ajudarão o clube regional ganhar. Se o clube regional ganhar sem casos, teremos assistido a um autêntico milagre. Mas é quase certo que o Sr. António Costa não nos desiludirá.

P.S. - Vamos ter oportunidade de ver, pela primeira vez, se o maior caceteiro do futebol português actual, a.k.a. Costinha, depois de ter provado do seu próprio veneno em Guimarães, mudou finalmente a sua maneira de jogar. Seria um outro milagre.

Será que ainda há dúvidas?

- De que o Karadas é, de longe, o ponta-de-lança mais decisivo do Benfica? E de que, quando joga de início, marca sempre e/ou dá a marcar? Infelizmente por maus motivos (a lesão grave do Nuno Gomes), parece que finalmente irá ser titular.
- De que o Benfica rende muito mais a jogar com dois pontas-de-lança?
- De que com o Petit jogamos com 12 em vez de ser com 10?
- De que o Benfica tem que jogar sempre, COMO É ÓBVIO, para ganhar?

Finalmente fizemos uma boa exibição e marcámos quatro golos para o campeonato na Nova Catedral. Se nos mantivermos assim, e naturalmente com o Miguel (aquele Amoreirinha a defesa-direito é um autêntico passador), estamos definitivamente no bom caminho. O coitado do Paulo Costa bem tentou (começou logo por marcar falta a um corte limpíssimo do Luisão aos 20 seg. e não assinalou dois faltas do tamanho dos Himalaias sobre o Karadas, tendo inclusivamente numa delas, quando o adversário se atirou para cima dele, marcado falta ao Karadas!), e de certeza que as coisas se tornariam complicadas caso o jogo fosse mais equilibrado, mas estes pequenos pormenores, que são elucidativos sobre a forma com um árbitro quer condicionar uma das equipas, felizmente acabaram por não ter importância no resultado.

quinta-feira, novembro 04, 2004

"Podemos sofrer, mas não perder" - Trapattoni dixit

Pois é, alguém se importa de explicar ao Sr. Trapattoni que o Sport Lisboa e Benfica joga SEMPRE para ganhar? Não foi, não é e nunca será nossa tradição jogar para não perder! O nosso glorioso passado jamais o permitirá. Alguém lhe explica que uma das máximas do futebol é "quem joga para empatar acaba quase sempre por perder"? Foi demasiadamente má a nossa exibição hoje, sem velocidade, sem vontade e sem confiança. E porquê? Quem é que deu ordens aos jogadores para se fecharem todos lá atrás e partirem para o ataque à velocidade de caracol? Porque é que era importante "não perder"? Estaremos porventura numa eliminatória em que só uma das equipas é apurada? Serão estes jogos a eliminar? Porque é que não poderíamos jogar para ganhar? As declarações do Sr. Trapattoni ontem não auguravam nada de bom e, infelizmente, confirmaram-se na prática. O Benfica fez uma exibição paupérrima e foi goleado outra vez por uma equipa relativamente secundária e perfeitamente ao nosso alcance (ou melhor, ao alcance de uma equipa do Benfica que não fosse treinada por um senhor que se limita a jogar para "não perder").

Poderíamos até jogar mais na expectativa, mas tínhamos obrigação de, quando estivéssemos com a posse de bola, partirmos em velocidade para o contra-ataque. Até tínhamos jogadores para isso (Simão, Geovanni, João Pereira), mas nunca o fizemos. Houve várias coisas que correram muito mal: enquanto o Petit não voltar, continuaremos a jogar com 10; não tínhamos outra vez o Miguel e o Amoreirinha não é lateral-direito; o Geovanni desperdiça consecutivamente as oportunidades que lhe são dadas no seu lugar de "origem" (segundo ele); o nosso atacante em melhor forma continua a sentar-se no banco; o Nuno Gomes está irreconhecível e é sistematicamente impedido de jogar com outro ponta-de-lança ao seu lado; estamos a perder por 2-0 e trocamos um ponta-de-lança por um médio, com o Sokota no banco. O perigo que criámos ou foi por passes errados do adversários (quando o Simão se isolou) ou através de remates fortuitos (Manuel Fernandes ao poste e Karadas de cabeça). Raramente construímos uma jogada com princípio, meio e fim.

O Sr. Trapattoni veio dizer no final que, depois de sofrer o 1º golo, começou a pensar mais no jogo contra o V. Setúbal! Perdão?! Está 1-0 e já damos o jogo como perdido?! [correcção: afinal o Sr. Trapattoni fez este comentário a seguir ao 2-0, mas pela maneira como (não) jogámos bem poderia ter sido a seguir ao 1º golo; de qualquer modo, 2-0 é irrecuperável?! Nacional-clube regional, Benfica-Heerenveen?!] Mas o que é isto?! Ou se assume que o jogo pode ser perdido (como efectivamente poderia sem ficarmos eliminados de nada) e aí jogamos com os suplentes para poupar os titulares, ou temos um prestígio a defender e não é com derrotas consecutivas por 3-0 que o defendemos. Um "anderlecht" por época ainda se atura, mas este já é o segundo... No ano passado sofríamos muitos golos, apesar de também os marcarmos. Realmente estamos diferentes este ano, continuamos a sofrê-los, mas não os marcamos. Será preferível perder 4-3 contra o Inter ou 3-0 contra o Estugarda? Não se conseguirá arranjar um lugarzito de "prestígio" na FIFA ou UEFA para este senhor (como o clube regional fez há uns anitos com o Ivic) para irmos buscar o Camacho de volta? Espero, com toda a sinceridade, estar redondamente enganado e ter que fazer mea culpa no fim da época, mas, se continuarmos com esta mentalidade de "não perder", não vejo que possamos chegar a algum lado com o Sr. Trapattoni.

quarta-feira, novembro 03, 2004

A equipa que envergonha o desporto

Por volta dos 85 minutos de jogo, o árbitro interrompeu uma jogada do PSG a meio-campo porque estava um jogador francês caído na área. Quando o jogo é retomado com o lançamento da bola ao solo, os jogadores do PSG nem se fizeram ao lance e deixaram o Maniche à vontade para lhes devolver o esférico. Só que o Postiga começa a correr em direcção à baliza, o Maniche passa-lhe a bola e só não foi golo porque o guarda-redes defendeu. Por um lado, até preferia que o clube regional tivesse ganho o jogo com este lance para que todo o mundo civilizado verificasse (caso ainda tenha dúvidas) o quão EXECRÁVEL este clube é! Em Inglaterra, um jogo foi repetido porque o Sr. Arsène Wenger achou que o seu clube não tinha tido fair-play numa jogada semelhante. Estão a ver o mesmo acontecer no Dragon? Eu também não...

É por estas e por outras que eu não percebo como é que há pessoas que ficam contentes com as vitórias deste clube que não só envergonha o nome de Portugal, como é uma afronta aos valores que estão na base do desporto. É indiscutivelmente o clube mais NOJENTO do mundo! Felizmente, se tudo correr como desejamos, estará rapidamente fora das competições europeias e não veremos mais atitudes ESCATOLÓGICAS como estas (habituais cá dentro, como todos sabemos) embaraçarem o nosso país lá fora.

P.S. - Ainda por cima, queixam-se do árbitro. Só nos últimos cinco minutos houve uma carga sobre o guarda-redes do PSG convertida num canto, um livre perigoso inventado à entrada da área que o Carlos Alberto desperdiçou e o jogo termina com um jogador do PSG a correr isolado em direcção à baliza... Serão burros ou acham que somos todos cegos?!

terça-feira, novembro 02, 2004

Dois desejos para hoje

Espero que quem é desonesto, quem é mentiroso, quem utiliza meios ilícitos para atingir os seus fins, quem envergonha o país de que faz parte, tenha a derrota que merece. Go Kerry! Allez PSG!

segunda-feira, novembro 01, 2004

O desperdício do costume

Desde há alguns anos que é (quase) sempre assim. Quando jogamos a seguir ao clube regional, e este perde pontos, nós costumamos retribuir a dádiva. No Sábado, ainda por cima depois de mais um golito do clube regional em claro fora-de-jogo (o Derlei não toca na bola, mas perturba o guarda-redes) e de um penalty por assinalar (os erros do costume desse tal Paulo Costa), o Nacional conseguiu proporcionar uma grande alegria à população portuguesa nos últimos 5 minutos de jogo. O clube que todos nós pagamos e que tem um estádio para 3.000 (!) pessoas justificou finalmente a sua existência.

Estava com um mau pressentimento em relação ao nosso jogo por três motivos: não tínhamos nem o Miguel nem o Petit, o clube regional tinha empatado e o Gil Vicente tinha trocado de treinador (e estaria, como se verificou, muito mais motivado). No entanto, e pela primeira vez nos últimos três jogos, não temos razões de queixa da arbitragem. Se empatámos o jogo foi por culpa nossa. Claro está que acabámos por ter sorte com um golo daqueles (um livre muito mal marcado pelo Simão, com a bola a ir ao ombro do adversário) aos 95 minutos, mas, por outro lado, tivemos pelo menos sete oportunidades de golo (João Pereira 2x, Simão 2x, Manuel Fernandes, Ricardo Rocha, Sokota) contra duas do Gil Vicente, que na 2ª parte nem sequer rematou à nossa baliza. O Trapattoni errou ao colocar o Amoreirinha em vez do Giovanni (caramba, estávamos a jogar contra o último classificado), com o João Pereira (o melhor do Benfica neste jogo) a defesa direito, mas esteve muito bem nas substituições. Todavia, não se percebe como é que o Karadas, o nosso avançado em melhor forma actualmente, não é titular. O Nuno Gomes parece que já se esqueceu do jogo com o Rosenborg e simulou outra vez um penalty em vez de rematar à baliza. Acho que lhe fazia bem um estágio pelo banco e espero que o Trapattoni tenha percebido a utilidade de ter dois pontas-de-lança no banco e não deixe mais um deles na bancada. O Fyssas foi o coveiro pela 2ª vez (já tinha sido contra o clube regional) e duplamente, já que foi inacreditável a forma como se deixou bater pelo Nandinho no golo e como se fez expulsar por uma simulação grosseira.

Lá mantivemos o 1º lugar, mas para além do clube regional já só temos os lagartos a 3 pontos (voltou o Rochemback e começaram a jogar). Claro está que, para a semana e se ganharmos, estarão novamente a 6, seja por erros próprios, seja por uma mãozinha do 12º, 13º e 14º jogador que estão sempre presente no Dragon. Vai uma apostazinha?