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domingo, dezembro 22, 2019

Taças distintas

Vencemos o Braga na Luz (2-1) na passada 4ª feira e apurámo-nos para os quartos-de-final da Taça de Portugal. Ao invés, empatámos ontem em Setúbal (2-2) na 3ª jornada da fase de grupos da Taça da Liga, mas mesmo que tivéssemos vencido não nos teríamos apurado, porque o V. Guimarães ganhou em casa ao Covilhã e vai à final four desta competição.

Em relação ao jogo frente aos minhotos, só entrou o Zlobin em vez do Vlachodimos e o resto da equipa foram os habituais titulares. A partida era bastante difícil, mas a nossa resposta foi positiva e valorizada pelo facto de termos estado a perder relativamente cedo com um autogolo do Ferro aos 14’. A resposta veio pouco depois, com o Pizzi a igualar num remate de fora da área aos 19’. Apanhámos novo susto perto da meia-hora num livre do defesa-esquerdo Sequeira, que passou rente ao poste, mas respondemos em cima do intervalo com um remate rasteiro ao poste do Chiquinho.

Entrámos melhor na 2ª parte e o Carlos Vinícius teve um cabeceamento defendido pelo Tiago Sá, quando estava em boa posição depois de um centro largo do Pizzi. E foi o mesmo C. Vinícius a colocar-nos finalmente em vantagem aos 62’, num remate já de pouco ângulo, depois de desmarcado pelo Taarabt, com o guarda-redes contrário a ser mal batido, ao tocar na bola e fazer com que ela rodopiasse para dentro da baliza. Com a sequência de jogos dos últimos tempos, começámos a quebrar fisicamente e não fomos tantas vezes à procura do terceiro golo quanto seria desejável. O Braga lá foi respondendo, ainda meteu a bola na baliza, mas em claro fora-de-jogo (inacreditável o tempo que o Sr. Artur Soares Dias e o VAR Carlos Xistra – que dupla...! – demoraram a decidir) e teve a melhor ocasião num remate do Paulinho por cima, quando estava em boa posição. Na parte final do jogo, deveríamos ter marcado o golo da tranquilidade, mas o Tiago Sá defendeu bem um remate cruzado do Pizzi e o entretanto entrado Seferovic tirou o golo ao mesmo Pizzi mesmo em cima dos 90’.

Em termos individuais, destaque para o Pizzi, com mais um golo, para o Chiquinho que se vai consolidando no onze, também pelo seu trabalho de recuperação de bola, e novamente para a dupla Gabriel-Taarabt pela dinâmica que imprimem ao nosso jogo.

Uma última palavra para a arbitragem do Sr. Artur Soares Dias: depois do Fábio Veríssimo frente ao Marítimo, pensei que não poderia ver pior. Enganei-me. Há uma sequência de faltas a nosso favor na 1ª parte que inacreditavelmente não foram assinaladas, o tempo que demorou no golo anulado ao Braga (cujo fora-de-jogo é claríssimo) é vergonhoso, por comparação ao tempo que (não) demorou no lance de possível mão na área a nosso favor. Enfim, dá a sensação de que este senhor perde as estribeiras muito facilmente quando o jogo começa a fugir ao seu controlo. O pior é que é sempre contra uma certa equipa...

Ontem, em Setúbal, o Bruno Lage fez o que já tinha avisado e colocou uma equipa sem um único titular (a excepção foi o Tomás Tavares porque o André Almeida continua lesionado). Não estávamos dependentes de nós, mas tínhamos obrigação de ter jogado melhor, especialmente na 1ª parte que foi bastante fraca e só um livre do Gedson deu a sensação de golo. A 2ª parte não poderia ter começado melhor, porque aos 49’ um erro clamoroso de um jogador do V. Setúbal num atraso ao guarda-redes isolou o Raúl de Tomás, que não perdoou. O Seferovic atirou uma bola ao poste, aproveitando a descoordenação entre defesa e guarda-redes, e aos 73’ parecia que tínhamos acabado com o jogo com o 2-0 num golão do Jota, num remate em arco sobre o lado esquerdo. No entanto, aos 83’ foi a vez do Zlobin entrar negativamente na história do jogo com um frango monumental, ao não conseguir desviar uma bola cruzada em balão e permitir ao Hélder Guedes reduzir de cabeça para 1-2. E, já em tempo de compensação (92’), deixámos fugir a vitória com novo golo do H. Guedes num remate acrobático em balão com a canela de fora da área, aproveitando outro falhanço clamoroso, desta feita do estreante Morato e uma má colocação nos postes do Zlobin, que teve tempo para dar um passo atrás, que lhe teria permitido afastar em bola. Deixámos fugir a vitória de uma maneira inconcebível.

Destaque positivo só para o agora titular Tomás Tavares. Todos os outros foram muito medianos para não dizer pior. O Chiquinho, quando entrou, imprimiu logo outra dinâmica, mas não foi suficiente para nos fazer ganhar o jogo. E isto, porque o nosso guarda-redes ofereceu literalmente dois golos. É urgente irmos agora ao mercado buscar um possível substituto do Vlachodimos, porque se este se lesiona toda a nossa época pode estar em causa. É que ou muito em engano ou com o Zlobin ainda teríamos saudades do Bruno Varela... Também o estreante Morato teve uma falha enorme no segundo golo e não me convenceu por aí além. Ou evolui muito ou para Edcarlos já cá tivemos um.

segunda-feira, dezembro 16, 2019

Goleada

Vencemos o Famalicão no sábado na Luz por 4-0 e, como o CRAC irá ganhar hoje em casa frente ao Tondela, iremos continuar quatro pontos à frente deles. Demonstrámos mais uma vez que estamos a subir de forma , mas também apanhámos a (até agora) surpresa do campeonato em fase descendente. Mesmo assim, revelou ser uma boa equipa, que troca a bola em qualquer zona do terreno e criou-nos algumas dificuldades, especialmente na 1ª parte.

O Bruno Lage voltou a apostar no onze dos últimos tempos, mas foi o Famalicão a entrar melhor, com bastante posse de bola a testar a segurança do Vlachodimos. Nós demorámos um pouco a adaptar-nos, mas uma grande jogada do Pizzi por volta da meia-hora só não deu golo, porque o Defendi fez bem a mancha. Pouco depois, foi um remate do Cervi que ia com boa direcção ser interceptado por um defesa. A nossa pressão aumentava e o guarda-redes voltou a negar um golo ao Pizzi, até que aos 39’ inaugurámos finalmente o marcador através do Carlos Vinícius, que só teve que encostar depois de um centro do Chiquinho na direita, na sequência de uma combinação ofensiva em que também participaram Tomás Tavares e Pizzi. Já estávamos a merecer e foi um alívio irmos para o intervalo em vantagem.

A 2ª parte não poderia ter começado melhor, aliás na sequência do que se passou frente ao Zenit. O Taarabt teve um remate de trivela que saiu ligeiramente ao lado logo a abrir e aos 48’ fizemos o 2-0: lançamento lateral rápido do Tomás Tavares, centro do Chiquinho, mau alívio de um defesa na área e o Pizzi rematou de primeira com o pé esquerdo sem hipóteses para o guarda-redes. O Famalicão ainda não tinha desistido e o Vlachodimos teve de sair da área, e cortar com o pé, para impedir um avançado contrário de se isolar. Nós continuávamos a tentar aumentar o marcador e o Tomás Tavares iniciou uma boa combinação atacante com o Pizzi e Chiquinho, mas o seu remate de pé esquerdo saiu com pouca força e foi interceptado para canto. Aos 63’, acabámos de vez com as dúvidas ao fazer o 3-0 num bis do Pizzi, novamente de pé esquerdo depois de receber um passe do Chiquinho e tirar um adversário do caminho. Até final, os treinadores fizeram substituições que foram quebrando o ritmo do jogo e a provar que o Natal é mesmo tempo de milagres ainda fizemos mais um golo, aos 89’, pelo... Caio Lucas! Boa jogada de contra-ataque da nossa parte, com o Pizzi a abrir para o brasileiro sobre a esquerda, que quando entrou na área flectiu para o meio, passou por um defesa e rematou rasteiro para o canto inferior esquerdo da baliza. Já tem muito para contar aos netos: não só teve o privilégio de jogar com a camisola do Benfica, como ainda marcou um golo! É mesmo Natal...!

Destaque individual óbvio para o Pizzi, com dois golos e uma assistência, para o C. Vinícius que continua com uma fantástica média de golos (um a cada 66’ em campo!) e para o Chiquinho, que fez duas assistências para golo. O meio-campo voltou a carburar muito bem e a defesa está praticamente intransponível.

O campeonato só voltará para o novo ano com a sempre difícil ida a Guimarães, mas até 2020 ainda temos dois jogos muito importantes nas Taças. Na da Liga, fruto da incompetência do passado, já não dependemos de nós para ir à final four, mas na de Portugal, frente ao Braga na próxima 4ª feira na Luz, não podemos falhar, porque a ida ao Jamor tem de ser sempre um dos grandes objectivos da temporada (e há que começar a reverter rapidamente o nosso histórico recente na Taça, que nas duas últimas décadas é muito fraco).

P.S. – Houve hoje o sorteio para os dezasseis-avos de final da Liga Europa. Não tivemos muita sorte, porque apesar de sermos cabeças-de-série calhou-nos o Shakhtar Donetsk, crónico campeão da Ucrânia e, tal como nós, vindo da Liga dos Campeões. Aliás, parece sina desta fase do sorteio nós apanharmos uma equipa vinda da Champions. Os jogos serão só em Fevereiro e a nosso favor pode estar apenas o facto de eles estarem em pré-temporada nessa altura. Mas será em todo o caso uma eliminatória bastante complicada.

quarta-feira, dezembro 11, 2019

Continuidade

Vencemos o Zenit na Luz por 3-0 na última jornada da fase de grupos da Champions e conseguimos a qualificação para a Liga Europa. Era o principal objectivo do jogo e lográmo-lo obter com uma boa exibição, que veio confirmar a tendência de subida de forma desde a partida em Leipzig.

Entrámos em campo com a equipa-base destes últimos tempos, só com o Tomás Tavares no lugar do ainda lesionado André Almeida. Os russos entraram em campo no 2º lugar do grupo e não poderiam perder se quisessem manter-se nas competições europeias. Quanto a nós, tínhamos de lhes ganhar por 2-0 ou diferença de três golos, caso o Lyon não perdesse em casa com o Leipzig, porque nesse caso ‘bastaria’ a vitória. Entrámos bem na partida, o Pizzi teve um bom remate de fora da área, mas a bola saiu ligeiramente por cima e o Chiquinho, num óptimo movimento já na área, enquadrou-se com a baliza, mas o remate de pé esquerdo saiu ao lado. Os russos iam tentando responder sempre muito à base de gigantismo do Dzyuba (um óptimo jogador), mas não tiveram ocasiões muito flagrantes. Nós fomos tentando atacar, mas também algo cautelosos, porque se sofrêssemos um golo tudo estaria perdido.

Na 2ª parte, entrámos ainda com mais determinação e inaugurámos o marcador logo aos 47’ numa boa combinação atacante, com o Carlos Vinícius a segurar a bola na área e a abrir para o Pizzi na direita, que centrou para o meio onde apareceu o Cervi de rompante a encostar. Segundo jogo consecutivo do argentino a marcar um golo muito importante e sem dúvida merecido, porque tem sido dos nossos melhores jogadores. O Leipzig chegou ao intervalo a ganhar por 2-0 ao Lyon, mas nunca fiando e por isso tínhamos de continuar a tentar marcar o segundo golo para só dependermos do nosso jogo. Até porque o Lyon reduziu também pouco depois do início da 2ª parte... Esse golo que nos dava a qualificação para a Liga Europa surgiu aos 58’ num penalty evidente por mão na bola de um adversário (que, para além, disso viu o segundo amarelo) muito bem concretizado pelo Pizzi. Ainda faltava mais de meia-hora para o final e estávamos com um dilema: precisávamos de mais dois golos para termos margem de manobra, mas se sofrêssemos um antes seríamos certamente eliminados. Só que, a jogar contra dez, as coisas foram mais fáceis, porque conseguimos circular bem a bola e, de facto, fomos tentando marcar mais golos. Numa jogada entre vários jogadores, com alguns toques de primeira, o Cervi rematou para um defesa salvar perto da linha (embora num dos ângulos da televisão dê a sensação de a bola ir para fora) e o C. Vinícius teve um remate potente de pé esquerdo com a bola a ir às malhas laterais. Já depois dos 15 minutos finais, o Zenit teve a única grande ocasião para marcar, mas o Vlachodimos fez a melhor defesa do encontro. Logo a seguir, tivemos a melhor oportunidade da partida, com o C. Vinícius isolado, depois de uma escorregadela de um defesa, a não conseguiu superar a mancha do guarda-redes, num centro do Pizzi depois de um óptimo contra-ataque. Aos 79’, fizemos o 3-0 com um autogolo do Azmoun depois de um canto do mesmo Pizzi na esquerda. Na prática, este golo não mudava nada, porque só o quarto nos dava tranquilidade, mas a vida começou a correr muito mal aos russos com o empate do Lyon perante o Leipzig, porque isso fez com que tombassem do 2º para o 4º e último lugar do grupo. Logo depois do nosso golo, o Bruno Lage fez entrar o Seferovic e Samaris para os lugares do Cervi e Gabriel, mas os minutos finais foram de nervosismo, porque um golo dos russos colocar-nos-ia fora das competições europeias. Estávamos a jogar contra dez e talvez para equilibrar as coisas, o Bruno Lage resolver fazer entrar o Caio Lucas para o período de compensação. Ou isso, ou é a tal quota da CERCI futebolística brasileira que temos que cumprir...! Apesar de uma ou outra falta escusada, que fez com que a bola fosse bombeada para a nossa área, conseguimos manter o marcador a zeros e assegurar assim a continuidade nas competições europeias.

Em termos individuais, destaque para o Pizzi com participação nos três golos, para a dupla de meio-campo (Gabriel e Taarabt), a grande responsável da nossa melhoria exibicional, para o Chiquinho, imprescindível na manobra ofensiva e com a mais-valia de defender bem, e para o Vlachodimos, cuja defesa perto do final nos garantiu a qualificação. Mas no geral toda a equipa esteve muito bem.

Veremos o que nos reservará o sorteio da próxima 2ª feira, mas já agora era simpático que conseguíssemos ser cabeças-de-série. No entanto, os jogos são só em finais de Fevereiro e até lá ainda temos um 1º lugar no campeonato para cimentar. Como já neste sábado, dia em que receberemos o Famalicão, que está num surpreendente 3º lugar. Esperemos que esta nossa melhoria se confirme.

P.S. – Antes do jogo, cumpriu-se um minuto de silêncio pela morte do Rogério Pipi. E cumpriu-se mesmo! Parabéns a todo o estádio por ter finalmente percebido que um minuto de silêncio não é um minuto de palmas!

segunda-feira, dezembro 09, 2019

Categórico

Vencemos o Boavista no Bessa por 4-1 na passada 6ª feira e, com o inesperado empate do CRAC no Jamor frente ao Belenenses SAD (1-1) ontem, temo-los agora a quatro pontos de nós. Foi uma vitória imaculada que, espero, seja reveladora de que estamos finalmente a voltar à forma da época passada.

Depois da Taça da Liga, o Bruno Lage voltou aos titulares habituais para o campeonato. Introduzimos a bola na baliza logo nos primeiros minutos, numa abertura fabulosa do Ferro para o Pizzi fazer um bonito chapéu, mas o VAR anulou porque o nº 21 estava meia-dúzia de centímetros fora-de-jogo. Qualquer dia dedico um texto a explicar porque é que eu odeio o VAR (pelo menos, no modo como se definiu o protocolo), mas não vai ser agora. À passagem da dezena de minutos, o Sr. Jorge Sousa amarelou o Cervi por pretensamente simular um penalty, mas eu fiquei com dúvidas no lance. Continuámos muito fortes e a não deixar o Boavista responder. À meia-hora, o Chiquinho recuperou uma bola e preparava-se para entrar na área isolado, quando foi derrubado. No CRAC – V. Guimarães, um lance destes mereceu vermelho logo nos minutos iniciais. Neste jogo, só deu amarelo. Típico...! Finalmente aos 34’, lá inaugurámos o marcador, numa rápida e bonita transição ofensiva com um magnífico passe do Pizzi para o Carlos Vinícius dominar muito bem de pé esquerdo e rematar sem hipóteses para o Bracali. Um golão! O Boavista mal respondia, mas na única jogada ofensiva que fez conseguiu o empate aos 44’: centro para a área, o Rúben Dias não chegou à bola, o Ferro ficou nas covas e o Stojilkovic cabeceou desviando do Vlachodimos à sua saída. Foi um balde de água fria completamente imerecido.

Confesso que estava com algum receio que este golo caído do céu (ou melhor, do inferno) pesasse sobre a equipa na 2ª parte, mas felizmente isso não aconteceu e voltámos tão fortes quanto fomos na maior parte da 1ª. O Chiquinho teve um bom remate à entrada da área que o Bracali defendeu para canto e aos 52’ recolocámo-nos em vantagem com um golo do Cervi a corresponder bem a uma assistência do C. Vinícius. O Sr. Jorge Sousa ainda recorreu ao VAR, mas a decisão só podia ser a de validar o golo, porque o Cervi se antecipou ao defesa e tocou a bola para a baliza, antes de ser pontapeado por ele. Sim, era mais que penalty se não fosse golo! Aos 62’, demos uma machadada quase definitiva no jogo com o bis do C. Vinícius, num golão em arco de fora da área de pé esquerdo (a fazer lembrar o grande Tacuara), depois de uma recuperação de bola do Grimaldo a meio-campo, que fez também a assistência. O Sr. Jorge Sousa continuava a sua senda de apitar tudo contra nós nos lances divididos, mas ainda bem que os jogadores do Benfica não se desconcentraram com uma das arbitragens mais habilidosas que vimos nos últimos tempos. Controlámos bem o Boavista no tempo restante e só num par de remates de fora da área é que eles criaram perigo, e mesmo assim relativo, porque o Vlachodimos estava a controlar bem os lances. Já no tempo de compensação (92’), fizemos o resultado final num golo de cabeça do Gabriel na sequência de um livre do Grimaldo.

Em termos individuais, óbvio destaque para o C. Vinícius com dois golos e uma assistência. O Grimaldo também voltou a ser influente com duas assistências e o Pizzi fez o magnífico passe para a abertura do marcador. O Cervi lá um golo, que é um prémio mais que merecido para quem tem sido de uma utilidade enorme e uma grande ajuda ao Grimaldo. A dupla de meio-campo (Gabriel e Taarabt) continua a funcionar bastante bem e parece que finalmente encontrámos a dinâmica que se impunha naquela parte do terreno.

Foi uma vitória muito importante no campo de uma equipa que está a fazer um bom campeonato e que ainda não tinha sofrido mais do que um golo por jogo (não há dúvida de que o Lito Vidigal é bom treinador). Receberemos amanhã o Zenit para a despedida da Liga dos Campeões, mas convinha mesmo que não fosse a nossa despedida das provas europeias, porque seria uma vergonha para o nosso historial vermos a Europa no sofá em 2020. A equipa parece querer regressar às boas exibições da segunda parte da época passada e esperemos que isso se confirme frente aos russos.

quinta-feira, dezembro 05, 2019

Contas (muito) complicadas

Empatámos na Covilhã (1-1) na 3ª feira e, com a vitória de ontem do V. Guimarães em Setúbal (2-0), ficámos dependentes de terceiros para seguir para a final four da Taça da Liga. Ou seja, depois do desaire da não-qualificação para os oitavos da Champions (e com a ida à Liga Europa também nada fácil), somamos o segundo falhanço da temporada em pouco tempo. Claro que a Taça da Liga é o penúltimo troféu na hierarquia nacional (só tem a Supertaça abaixo dela), mas tínhamos um histórico muito bom (sete vitórias nas nove primeiras edições) que conviria manter. No entanto, o mais provável é irmos para o quarto ano consecutivo sem a ganhar.

Com uma série de jogos bastante próximos, o Bruno Lage fez a esperada gestão do plantel, mas surpreendeu ao dar a titularidade ao Zivkovic, proporcionando-lhe os primeiros minutos da temporada. E o que se pode dizer é que o sérvio demonstrou porque não tem jogado... Aliás, a nossa primeira parte foi péssima (à semelhança de Vizela) e só criámos duas boas situações, com uma cabeçada do Gedson à barra quando estava sozinho na sequência de um livre (tinha obrigação de ter feito golo) e um bom movimento de rotação do Raúl de Tomás na área, com o guarda-redes contrário a defender para canto.

A 2ª parte não poderia ter começado pior, com o golo do Covilhã logo aos 13 segundos! Recomeço do jogo, bola para a frente, um ressalto no Samaris isolou o Bonini, que bateu o Zlatan à sua saída. Se as coisas estavam difíceis, mais ficaram. O Carlos Vinícius já tinha substituído o Florentino ao intervalo, mas aos 60’ entraram o Pizzi e o Taarabt e finalmente começámos a jogar um pouco à bola. Dois centros quase seguidos do Nuno Tavares foram bater inadvertidamente no poste e uma cabeçada do C. Vinícius também deveria ter dito melhor direcção. Aos 82’, conseguimos finalmente o empate, através do Jota, que assim se estreou a marcar pela equipa principal, num remate de ressalto de fora da área na sequência de um canto. Ainda tivemos algum tempo até final para dar a volta e, num lance semelhante ao golo, um remate do Jota passou a rasar o poste com o guarda-redes somente a olhar.

Em termos individuais, não houve ninguém a destacar-se por aí além. O Jota estava um pouco trapalhão, mas fica ligado ao resultado pela positiva. O Raúl de Tomás continua a passar muito ao lado dos jogos, mas aquele movimento na 1ª parte merecia ter tido melhor sorte. Dos laterais Tavares, o Tomás deve ter algum futuro, mas o mesmo não me parece que vá acontecer com o Nuno. O Zivkovic já tem pouco tempo para dar a volta à sua situação, no entanto, não sei se estará interessado em tal. Quanto ao Gedson, está uns bons furos abaixo do que mostrou no passado, porém acho que o seu lugar tem de ser a oito e não sobre a direita ou a 10.

Claro que o mais importante é o campeonato, mas custa-me sempre ver-nos perder a oportunidade de disputar troféus oficiais desta maneira. Por outro lado, isto é sintoma de que o plantel é algo desequilibrado e, à semelhança de épocas anteriores, não podemos ter o azar de ver alguns titulares a lesionarem-se (Vlachodimos e Grimaldo à cabeça), senão as nossas hipóteses de títulos estarão muito provavelmente hipotecadas.

P.S. - A arbitragem do Sr. Rui Oliveira foi muito infeliz (para dizer o mínimo). Tenho dúvidas no possível penalty sobre o Raúl e Tomás na 1ª parte (parece-me que ele já vai em queda antes de ser tocado pelo guarda-redes), mas o pouco tempo de compensão para as paragens que houve, mais a inacreditável falta marcada sobre o Jardel mesmo a terminar (que deveria ser ao contrário e resultaria num livre muito perigoso a nosso favor) mostraram exemplarmente ao que o árbitro vinha.

segunda-feira, dezembro 02, 2019

Melhor da época

Goleámos o Marítimo no sábado por 4-0 e vamos manter o 1º lugar no campeonato com pelo menos dois pontos de vantagem (o CRAC só joga hoje). Além disso, com a derrota da lagartada em Barcelos perante o Gil Vicente (1-2) estamos agora 13 pontos à frente deles.

Três dias depois da frustração em Leipzig, fizemos a melhor exibição da época. O Marítimo até entrou bem, com boa circulação de bola decorrente do novo treinador (José Gomes), mas nós tivemos uma eficácia fabulosa: marcámos aos 8’ e aos 17’ nos dois primeiros remates à baliza que fizemos. Os intervenientes nos lances foram os mesmos com os papéis trocados: no primeiro, assistência do Carlos Vinícius para o Pizzi, no segundo foi o inverso, numa excelente combinação ofensiva pela direita envolvendo o Chiquinho, André Almeida e Taarabt, que isolou o Pizzi na área, o qual, perante a saída do guarda-redes, deu um toque para o lado para o C. Vinícius só ter que encostar. Aos 31’ o jogo ficou praticamente resolvido com o nosso terceiro golo, novamente pelo C. Vinícius, numa boa jogada da nossa parte, com um remate cruzado do Pizzi pela direita, que o Amir não conseguiu agarrar, e o C. Vinícius a atirar para a baliza. A bola entraria na mesma, mas um defesa fez um carrinho e desviou-a da trajectória em que ia, tendo obviamente entrado na mesma. Viemos a saber no final do jogo que o Sr. Fábio Veríssimo considerou que foi... autogolo do Grolli! Mas falaremos desta criatura mais adiante... Até ao intervalo, o C. Vinícius falhou o golo mais fácil, ao atirar ao lado depois de um magnífico contra-ataque nosso na sequência de um canto do Marítimo.

A 2ª parte começou com o Tomás Tavares no lugar do tocado André Almeida. O jogo manteve-se na mesma, connosco a aumentarmos o marcador aos 55’: remate de fora da área do Chiquinho, defesa para a frente do Amir e o C. Vinícius a recargar para o poste mais distante, com a bola ainda a bater nele antes de entrar. O Benfica preparava-se para um jogo com números do ano passado, quando o Gabriel teve uma paragem cerebral: no meio-campo deles(!), entra de carrinho sobre um adversário e vê o segundo amarelo aos 60’. O Bruno Lage ficou fulo e não era caso para menos. Ficámos a jogar com dez sem necessidade absolutamente nenhuma! Claro que, a partir daqui, o jogo não foi mais o mesmo: retraímo-nos mais e não tivemos tantas oportunidades. Até final, só um remate cruzado do entretanto entrado Jota, depois de uma boa abertura do Taarabt, deu a sensação de golo.

Em termos individuais, óbvio destaque para os três golos do C. Vinícius, um deles roubado (literalmente) pelo Sr. Fábio Veríssimo. O Pizzi também foi decisivo com um golo e uma assistência, e o Taarabt terá feito das melhores exibições com a gloriosa camisola. O Vlachodimos fez uma intervenção importante ainda com 0-0 e está bastante melhor nas saídas dos postes. O Chiquinho está cada vez mais participativo nas acções defensivas e é um elemento imprescindível nas combinações atacantes. De negativo, só mesmo a estupidez do Gabriel.

Esperemos que esta retoma exibicional seja para manter. Já contra o Rio Ave estávamos melhor e depois voltámos a baixar na qualidade futebolística. Entraremos agora num ciclo infernal com três jogos até à recepção ao Zenit na 3ª feira da próxima semana. O primeiro será já amanhã na ida à Covilhã para a Taça da Liga. E teremos de ganhar para mantermos esperanças em ir à final four.

P.S. – O meu amigo JG escreveu o seguinte no Twitter:
Não poderia estar mais de acordo! Cada vez que marcávamos um golo, demorava meia-hora a falar com o VAR (certamente para ver se o conseguia invalidar), um critério disciplinar inacreditável, cada vez que um jogador adversário ficava no chão parava o jogo, levando a imensas quebras de ritmo, quatro minutos de compensação quando deveria ser pelo menos o dobro e, a cereja no topo do bolo, o roubo do hat-trick ao C. Vinícius no relatório. Numa partida fácil de dirigir, fez questão em tornar-se uma das figuras principais. Costumava dizer-se que havia dois tipos de árbitros em Portugal: os que não eram maus, mas roubavam e os que não roubavam mas eram maus. No caso do Fábio Veríssimo, isto ainda se aplica e ele até faz o pleno: é um ladrão e é um péssimo árbitro!