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quarta-feira, dezembro 30, 2015

Lisonjeiro

Vencemos o Nacional (1-0) na estreia da fase de grupos da Taça da Liga. Os jogadores regressaram das miniférias de Natal, mas o futebol infelizmente continua ausente das nossas bandas. O golo da vitória foi marcado a um minuto do final da partida, mas as oportunidades mais flagrantes pertenceram aos insulares, pelo que a nossa vitória terá de ser considerada muito feliz.

O Rui Vitória rodou boa parte da equipa e lançou o Ederson, Lindelof, Cristante e Sílvio. A 1ª parte foi jogada a dois ritmos pelos nossos jogadores: devagar e parado. Só o Carcela imprimia alguma velocidade e pertenceram-lhe os nossos melhores lances. Na 2ª parte, o Nacional subiu bastante de produção e teve pelo menos duas ocasiões de baliza aberta: uma não entrou por causa de uma excelente corte do Lisandro e noutra o avançado mostrou que errou na profissão. Quanto a nós, melhorámos com a entrada do Renato Sanches ao intervalo, e posteriormente com as do Jonas e Jiménez, que acabou por marcar o golo da vitória aos 89’ numa óptima antecipação depois de um centro do Pizzi.

Os menos maus foram o Lisandro (apesar de um agarrão a um adversário quando já tinha um amarelo e que lhe poderia ter valido o segundo), o Jiménez pelo golo e o Jonas e o Renato pelo que a equipa melhorou com a sua entrada. O Carcela, depois de uma boa 1ª parte, desapareceu completamente na 2ª. Quanto aos que tiveram oportunidades: o Cristante poderia bem ter ficado em Itália nas férias, foi uma nulidade durante os 45’ que esteve em campo, com a agravante de fazer pelo menos duas ofertas aos adversários que permitiram contra-ataques perigosos; o Sílvio fez um centro para trás da baliza, quando estava completamente sozinho, que o define enquanto jogador; e o Ederson e o Lindelof estiveram longe de ser os piores. O Talisca fez um jogo de fugir, o Pizzi também o estava a fazer até que tirou da cartola a assistência para o golo. O Eliseu deverá ter feito o pior jogo com a camisola do Benfica e o Samaris idem, idem, aspas, aspas.

Na competição que mais hipóteses temos de ganhar, os jogadores deram mostras de não se importarem muito com isso. Não percebo, sinceramente. A vitória caiu do céu, mas o nível exibicional continua a ser deveras preocupante. É tudo feito com enorme esforço, raramente conseguimos ter fluidez no ataque e a defesa também está longe de estar segura. Temos um compromisso importantíssimo em Guimarães no próximo fim-de-semana e, só em caso de triunfo, poderemos aproveitar o confronto entre a lagartada e o CRAC. Pode ser que o novo ano traga de volta o velho futebol da primeira metade deste…

sexta-feira, dezembro 25, 2015

Feliz Natal

Os meus desejos habituais de um Glorioso Natal a todos os que me lêem.

segunda-feira, dezembro 21, 2015

Resultado enganador

Vencemos o Rio Ave por 3-1 e, com a inesperada derrota da lagartada na Madeira frente ao União, reduzimos a distância para eles para quatro pontos, estando agora o CRAC na frente a cinco de nós. O resultado está muito longe de espelhar as dificuldades que tivemos, porque só marcámos  segundo golo aos 81’.

A partida não poderia ter principiado melhor, porque inaugurámos o marcador logo aos 4’ numa recarga do Jonas a um seu próprio remate. Com o inadmissível empate frente ao União, a equipa entrou naturalmente pressionada e esperava-se que este golo fosse um bálsamo para o resto do jogo. O problema foi que o Rio Ave empatou pouco depois, aos 13’, num livre bem marcado pelo Bressan. Livre, esse, que resultou de uma falta do Lisandro sobre um adversário que estava no meio de três(!) jogadores nossos! O golo sofrido não nos fez nada bem e, até ao intervalo, o nosso futebol foi aos repelões e não criámos grandes oportunidades. Claro está que o árbitro, o sr. Manuel Oliveira, conseguiu não ver dois penalties a nosso favor por empurrão ao Pizzi e um braço na área depois de um cabeceamento do Jonas.

Na 2ª parte, o Rui Vitória teve que fazer entrar o Fejsa, porque o Samaris tinha-se livrado de um segundo amarelo por pouco na primeira. Gosto muito do grego, mas de vez em quando tem estas paragens cerebrais que me custam a aceitar: já com um amarelo, continua a jogar como se nada fosse e poderia bem ter-nos feito a alinhar com 10 ainda antes do intervalo... O sr. Manuel Oliveira voltou a fazer vista grossa logo no recomeço a mais um braço na área. Três penalties por marcar num só jogo deve ser recorde mundial... A nossa qualidade exibicional continuava sofrível. Uma das coisas que mais confusão me mete é a falta de velocidade nas transições: nas (poucas) vezes que ganhávamos a bola, os jogadores chegavam ao meio-campo adversário e reduziam-na, quiçá com medo de uma multa por excesso de velocidade... O Rio Ave nunca utilizou o autocarro e chegava sempre muito mais rapidamente à nossa área. A entrada do Carcela veio aumentar um pouco a velocidade da nossa parte e foi num cruzamento dele que o Jonas cabeceou para o 2-1 aos 81’. Foi um alívio enorme, aumentado aos 83’ numa abertura fantástica do Jonas para o Jiménez selar a nossa vitória.

O destaque individual vai obviamente para o Jonas: dois golos e uma assistência só não o tornam o melhor em campo para quem escolhe os MVP na Luz... (A sério, Pizzi....?!) O Jiménez entrou bem na partida e desmarcou-se muito bem no seu golo. O Renato Sanches fez uma exibição em crescendo, ao invés do Gonçalo Guedes que atravessa nitidamente uma fase de menor fulgor.

Dos 12 pontos que tínhamos para recuperar, conseguimos reduzi-los para nove. Mas o que continuamos a (não) mostrar não me deixa nada descansado. Sinceramente, não se vê evolução nenhuma na equipa desde o início da época. Defendemos muito mal e em termos atacantes estamos muito dependentes do Gaitán. Sem ele, não há quem tenha um rasgo, quem faça algo diferente. Aos 80’, estávamos teoricamente a nove pontos do primeiro lugar, mas, como acabámos por ficar a cinco, tivemos uma semi-prenda de Natal antecipada. No entanto, ou acontece um milagre natalício e comecemos finalmente a jogar qualquer coisa de jeito, ou isto vai ser uma época muuuuuito longa...

quarta-feira, dezembro 16, 2015

2016/2017

Empatámos com o União da Madeira (0-0) e, a quatro jornadas do fim da 1ª volta(!), entregámos o campeonato. Com sete pontos para o primeiro e cinco para o segundo, este ano nem chegámos ao Natal! Nós, que somos bicampeões nacionais! Que nos últimos seis anos, só por uma vez é que não disputámos o campeonato até ao fim. Que há apenas dois anos ganhámos tudo em Portugal e perdemos uma final europeia. Dois anos! Parece que foi no século passado, não é?

O União da Madeira é penúltimo classificado e nos últimos dois jogos tinha um score de 0-10! Quiçá por causa disto, os jogadores do Benfica entraram na Choupana a pensar que tudo seria muito fácil. De tal modo que, seguindo o espírito natalício, oferecemos os primeiros 45’ ao União. Na 2ª parte, tivemos algumas oportunidades, se bem que acertámos muito pouco na baliza e as bolas que lá foram tiveram o guarda-redes como obstáculo. O União fez o que lhe competia e jogou sempre com dois autocarros, mas isso já era mais do que esperado e não serve como desculpa para tão miserável exibição.

Com um jogo destes, acho ofensivo estar a fazer destaques individuais. Também poderia estar aqui a discorrer sobre o facto de (incompreensivelmente) o Rui Vitória achar que o Fejsa é melhor do que o Samaris perante equipas muito defensivas. Ou de o ter conservado em campo durante 80’(!). Ou de ter optado pelo Talisca quando o Djuricic tinha entrado bem em Setúbal. Mas não vale a pena bater no ceguinho. O Rui Vitória é o menos culpado de toda esta situação. Aliás, ele foi o responsável pelo cumprimento do principal objectivo para esta época: o Nelson Semedo, o Gonçalo Guedes e o Renato Sanches são já certezas. Ninguém duvida que são bons jogadores e, portanto, podemos já começar a pensar a próxima época. Ah, não, espera: com campeonato e Taça no galheiro, ainda temos a Champions para ganhar, não é? Peço desculpa pelo esquecimento… 

Não, ilibo quase completamente o Rui Vitória do descalabro que vai ser esta época. Não se pode pedir a um Fiat 600 que compita com um Porsche. O problema está a montante disso: é precisamente alguém ter prescindido do Porsche para buscar um Fiat 600. Mas não, nunca me ouvirão dizer “eu avisei”. Se alguém decidir atravessar a A1 a pé, é uma decisão tão estúpida e as probabilidades de correr mal são tão grandes, que é escusado dizer “eu avisei” se de facto acontecer alguma coisa. Porque era demasiado óbvio. Só não via quem não queria. À semelhança deste caso.

terça-feira, dezembro 15, 2015

Sorteio da Liga dos Campeões

BENFICA - Zenit

Quando, a meio do sorteio dos oitavos-de-final da Champions, tendo já saído Wolfsburgo e Chelsea (e Real Madrid) e não podendo defrontar o Atlético de Madrid, sobravam Barcelona, Bayern Munique, Manchester City e Zenit, eu vi a nossa vida andar seriamente para trás. É que, não sendo nós obviamente favoritos contra nenhuma destas oito equipas, é MUITO diferente sermos eliminados com honra ou levarmos uma bela dose como a do CRAC no ano passado ou há uns anos.

Posto isto, não se pode considerar à partida que tenha sido um mau sorteio para nós. Ainda por cima, o campeonato russo vai parar por causa do Inverno e, quando voltar a Champions, o Zenit não estará certamente na melhor forma da época. Mesmo assim, não vejo grandes hipóteses de passarmos, mas espero que consigamos fazer dois jogos (no mínimo) competitivos. Quanto às datas, é que não tivemos grande sorte, porque iremos receber os russos poucos dias depois de recebermos o CRAC e, na 2ª mão, iremos a São Petersburgo a seguir à visita ao WC.

domingo, dezembro 13, 2015

Agridoce

Vencemos em Setúbal por 4-2 e mantivemos as distâncias para os da frente. Em mais um jogo teoricamente complicado (o V. Setúbal está a fazer, de modo surpreendente, um bom campeonato), conseguimos tornar as coisas fáceis na 1ª parte, mas depois sofremos um pouco escusadamente na 2ª.

O jogo principiou a alta velocidade, algo incaracterístico no futebol português. Não houve propriamente oportunidades de baliza aberta, mas a possibilidade de haver um golo esteve quase sempre presente. A meio da 1ª parte, a balança começou a pender para o nosso lado, já que o V. Setúbal deixou de pisar a nossa área. Aos 35’, inaugurámos o marcador num óptimo lance do Pizzi depois de uma assistência do André Almeida, embora o guarda-redes Ricardo talvez pudesse ter feito mais para parar o remate. Quatro minutos depois, alargámos a vantagem através do Jonas, que só teve de encostar a cabeça para corresponder a um cruzamento do André Almeida, depois de um defesa contrário ter tido uma paragem cerebral e ter deixado passar a bola. Foi uma boa 1ª parte e a nossa exibição era agradável.

A 2ª parte começou com um enorme desperdício do Jonas que, isolado, não conseguiu sequer rematar. Aos 54’ lá marcámos o terceiro golo numa boa abertura do mesmo Jonas que isolou o Mitroglou, tendo este desfeiteado o guarda-redes com um remate por entre as pernas. A partir daqui, pensou-se que a partida estava decidida, mas o V. Setúbal nunca parou de lutar e fartou-se de nos criar problemas. Para isso contribuiu a redução do marcador pouco depois, aos 59’, pelo Vasco Costa num lance em que o Júlio César deveria ter feito muito mais. Com mais de meia-hora para jogar, tínhamos novamente dois golos de vantagem e o adversário acreditou que poderia conseguir algo mais. Tudo muito devido ao facto de nós estarmos a defender de modo muito sofrível (para ser simpático...): cada cruzamento acaba invariavelmente num remate à nossa baliza (sem o Luisão, a quantidade de bolas aéreas ganha na nossa área baixou exponencialmente) e a entrada da nossa área é uma terra de ninguém, que permite ao adversário rematar à sua bela vontade. Entretanto, o Rui Vitória estreou o Djuricic no campeonato e, pouco depois de entrar, o sérvio sofreu uma falta evidente na área à qual o sr. Manuel Mota fez vista grossa. Era o V. Setúbal que estava completamente por cima do jogo, mas felizmente contra a corrente fomos nós a fazer mais um golo aos 79’: boa iniciativa do Djuricic na direita, cruzamento para a área, o Guedes a rematar contra um defesa, a sobra vai para o Mitroglou que remata ao poste, a bola bate no guarda-redes e entra. Foi uma sorte tremenda, que naquela altura sinceramente não merecíamos. Ficava tudo decidido, mas como estamos a defender muito mal, ainda permitimos mais um golo aos 88’ pelo Suk, num desvio na área a um remate de fora dela, que nós naturalmente não impedimos.

Em termos individuais, destaque para o Pizzi, que atravessa possivelmente a sua melhor fase desde que chegou à Luz: grande trabalho no primeiro golo e uma série de boas intervenções. A dupla Mitroglou-Jonas facturou mais uma vez e foi importante no nosso melhor período. O Samaris fez uma grande asneira da qual ia resultando o 2-3, mas gosto muito mais dele do que do Fejsa naquele lugar perante equipas mais fracas do que nós. O Renato Sanches esteve bem na 1ª parte, mas caiu a pique na 2ª e deveria ser saído muito antes dos 80’. O Djuricic entrou muito bem e vamos ver se o conseguimos despachar a bom preço agora em Janeiro.

Foi um importante triunfo, mas a forma como (não) estamos a defender preocupa-me muito. Longe vão os tempos em que praticamente não deixávamos o adversário rematar à baliza, quanto mais criar oportunidades. Com 3-0 a nosso favor, não deveríamos ter sofrido tanto ao deixar o adversário crescer no jogo. Perante equipas mais fortes e com mais pontaria, a coisa poderia ter-se tornado muito mais complicada.

quarta-feira, dezembro 09, 2015

À espera do tubarão

Perdemos na Luz com o Atlético de Madrid (1-2) e ficámos em 2º lugar no grupo C da Liga dos Campeões. Dado que bastaria o empate para ficarmos em 1º, este resultado é algo decepcionante. Ficamos assim à mercê dos tubarões no sorteio dos oitavos-de-final da próxima 2ª feira.

O Rui Vitória resolveu apostar só no Jonas na frente, numa tentativa clara de jogar para o empate. Veio o nosso treinador dizer na conferência de imprensa final que o objectivo era ter “grande mobilidade na frente sem um jogador que fixasse os centrais”. Claro que isto é tudo muito bonito em teoria, mas a prática é uma chatice… As equipas entraram com receio uma da outra, mas enquanto o Atlético de Madrid dava trabalho ao Júlio César, o Oblak nem sequer tinha muitas oportunidades para ser assobiado, porque a bola mal lhe chegava. Os colchoneros ganharam vantagem aos 33’ com um golo do Saul Niguez, numa jogada rápida em que alguém do nosso meio-campo não acompanhou o adversário, que rematou sozinho perante o Júlio César, depois de um centro atrasado.

Na 2ª parte, entrou o Mitroglou para o lugar do apagado Gonçalo Guedes e logo no primeiro lance poderia ter feito a igualdade, mas o remate saiu ao lado. Aos 55’, o Atlético dá praticamente o golpe de misericórdia ao fazer o 0-2 pelo Vietto, num desvio subtil depois de um centro da esquerda. O Jonas saiu pouco depois para entrar o Jiménez e a equipa foi melhorando aos poucos muito baseada na táctica “dá a bola ao Renato Sanches e depois logo se vê”. E o que é certo é que o miúdo, depois de uma 1ª parte em que pareceu algo preso de movimentos, abriu o livro na 2ª e transportou a equipa para a frente praticamente sozinho. Reduzimos a diferença aos 75’ numa boa jogada do Jiménez e conclusão do Mitroglou depois de uma excelente rotação dentro da área. Tínhamos 15’ para conseguimos o desejado empate e podê-lo-íamos ter feito numa cabeçada do Jiménez que saiu a rasar o poste. Foi de longe o nosso melhor período e acho que merecíamos ter tido um pouco mais de sorte.

Em termos individuais, destaque para o Renato Sanches, que encheu o campo na 2ª parte. A continuar assim, vai ser complicado mantê-lo cá já no próximo ano… Grande jogo igualmente do Lisandro, muito concentrado e com bom sentido de antecipação. O Jardel e o Eliseu também estiveram bastante bem. Ao invés, o Gaitán e o Jonas não foram tão decisivos como habitualmente, se bem que o argentino tenha aparentado não estar na sua melhor condição física.

Com esta derrota, o panorama torna-se muito negro no sorteio dos oitavos-de-final. Ou nos calha um Wolfsburgo ou um Zenit, ou temo que se faça história pela negativa. Então se for o Barça ou o Bayern, isso será quase garantido…

domingo, dezembro 06, 2015

Renato Sanches

Vencemos na 6ª feira a Académica por 3-0, mas como os outros dois também venceram ficou tudo na mesma na frente. Foi um jogo muito enfadonho, em que, como a diferença entre as equipas era abismal, nós parece que jogámos mais a pensar no Atlético de Madrid.

À semelhança do Boavista e Tondela, não se percebe muito bem o que é que esta Académica está a fazer na I Liga. Para quê 18 clubes? È para isto?! O jogo só teve um sentido, porque o adversário não sabia como é que se passava do meio-campo. Infelizmente, nós não jogámos com a velocidade com que deveríamos, razão pela qual as oportunidades de golo escassearam. O Pizzi teve duas oportunidades, mas rematou muito por cima numa delas e noutra o guarda-redes defendeu. Guarda-redes esse, Pedro Trigueira, que aos 35’ derrubou desnecessariamente o Gaitán, porque o argentino já não chegava à bola. Penalty indiscutível que o Jonas concretizou num remate muito forte e colocado.

Na 2ª parte, a Académica tentava que o nosso meio-campo não fosse terra de ninguém, mas não tinha arte para nos criar problemas. O jogo ficou definitivamente resolvido aos 69’, noutro penalty escusado por mão ostensiva de um defesa: o Jonas voltou a marcar, em novo remate bem colocado. As coisas seguiam sem grande interesse até final, quando aos 85’ deu-se o momento do jogo: remate de muito longe do miúdo Renato Sanches e a bola a entrar como um míssil na baliza contrária! Que golão! Um lance que salvou o jogo de ser um enorme bocejo.

O destaque vai obviamente para o Renato Sanches que teve uma estreia inesquecível a titular na Luz. Aliás, o miúdo não engana e, infelizmente, não há-de estar muito tempo cá. Faz tudo com muito critério, joga sempre para a frente e só o jogo de cabeça é que tem que ser muito melhorado. O resto é excelente e neste momento ninguém lhe tira a titularidade. Destaque igualmente para os dois golos do Jonas, que não tremeu no momento dos penalties e parece que está a batê-los melhor: remates colocados em que o guarda-redes, mesmo que adivinhe o lado, não tem hipótese de defesa. O Rui Vitória resolveu deixar o Gonçalo Guedes e o Samaris no banco (já a pensar em 3ª feira?), mas ambos entraram no decorrer do jogo. Gosto do Fejsa, mas só para determinados jogos: neste tipo, contra equipa que só sabem defender, o grego parece-me bastante melhor, porque muito mais dinâmico.

Na próxima 3ª feira, temos um jogo vital, porque a diferença entre ficar em 1º ou 2º na Champions, é a diferença entre apanhar o Bayern ou o Olympiacos. Como nos basta o empate para conseguirmos ficar na frente, seria muito frustrante se isso não acontecesse.

terça-feira, dezembro 01, 2015

Importante e inesperado

Vencemos em Braga (2-0) e mantivemos as distâncias para os da frente. Confesso que não estava nada à espera desta vitória, ainda por cima porque jogámos muito desfalcados (Luisão e Sílvio lesionados, e Samaris castigado), mas parece que os jogadores interiorizaram bem que um resultado negativo na Pedreira deixar-nos-ia praticamente arredados do título ainda antes de Dezembro.

O jogo não nos poderia ter corrido melhor, já que aos 11’ estávamos a ganhar por dois. O Pizzi inaugurou o marcador aos 3’, depois de um óptimo trabalho e assistência do Mitroglou, com a bola a entrar porque um defesa cortou o remate do nosso jogador contra as costas do guarda-redes (na realidade, deveria ser autogolo). Pouco tempo depois, na sequência de um canto largo do mesmo Pizzi, o Jardel cabeceia para o centro da área, com o Lisando a matar no peito e rematar de primeira sem hipóteses para o guarda-redes. Em condições normais, teríamos o jogo praticamente ganho, mas infelizmente a nossa equipa está longe de ser um primor a defender e, por isso, eu continuava algo céptico quanto ao resultado final. E o que é certo é que o Braga enviou duas bolas aos postes (embora numa delas o Júlio César parecesse controlar a sua trajectória, que a levou à parte de cima da barra) e criou-nos bastantes dificuldades. Praticamente cada centro acabava em remate, o que nos valeu foi que os avançados contrários estavam sem pontaria. Quanto a nós, fizemos muito pouco para criar perigo e só por uma vez, através do Mitroglou, demos trabalho ao Kritsyuk.

Se o intervalo terminou com uma posse de bola de 58%-42% para eles, até aos 65’ da 2ª parte deve ter aumentado ainda mais. Claro que estivemos perto da machadada final logo no seu início, com um livre do Gaitán à barra, mas durante muitos períodos da 2ª parte parecíamos o Paços Ferreira a defender, esquecendo-nos que do outro lado havia uma baliza. O que nos safou, para além da segurança do Júlio César, foi que os bracarenses não atinavam com as redes e foram perdendo gás ao longo do tempo. Mesmo assim, ainda atiraram outra bola aos ferros num livre, mas nós tivemos um penalty do tamanho do mundo que o Sr. Hugo Miguel curiosamente não assinalou, depois de um derrube ao Pizzi, que o impediu de fazer a recarga a um remate de fora da área do entretanto entrado Jonas. Nos minutos finais, conseguimos controlar o último fôlego adversário e selámos uma vitória fundamental.

Gostei bastante do Pizzi, que parece que voltou a saber jogar desde que regressou à posição de extremo. O miúdo Renato Sanches já não vai sair mais da equipa, porque parece que já lá está há muito. Não engana ninguém: é mesmo craque! Enquanto teve pernas, exibição muito interessante do Mitroglou, com muita participação nas nossas jogadas atacantes. O Fejsa, regressado de lesão, fez muito bem o lugar do Samaris. O Gaitán é que não foi tão genial como habitualmente e o Júlio César garantiu o nulo num bom par de vezes.

Se o Tondela não tivesse falhado um penalty frente ao CRAC perto do fim e se o Tonel não tivesse oferecido um penalty à lagartada já no período de descontos (é que, como se viu nas declarações finais, nem disfarçou a oferta: uma mão daquelas na bola já depois dos 90’ é demasiado evidente), teríamos conseguido reduzir as distâncias. Assim sendo, fica-nos a consolação de termos vencido num campo em que isso aconteceu muito poucas vezes nos últimos anos.