Entrámos em campo sem o Jardel e o Fejsa, que constavam no boletim médico, mas, como estão com quatro amarelos, é sempre de desconfiar se não foi essa a verdadeira razão. Se o foi, foi um erro enorme, porque o Luisão acusou (e de que maneira) o facto de não jogar há quatro meses e meio (esteve presente nos três golos que sofremos) e o Samaris também não tem grande ritmo de jogo nesta altura. Mesmo assim, colocámo-nos em vantagem logo aos 12’ através do Pizzi depois de uma assistência do Rafa. Comentei com os meus companheiros de bancada que esperava que não fizéssemos como no Estoril e tirássemos o pé do acelerador, mas foi exactamente isso que aconteceu! O Cervi ainda teve um remate cruzado defendido pelo Cláudio Ramos (apesar de o árbitro ter marcado pontapé de baliza), mas foi um mau passe do mesmo Cervi que deu origem a um contra-ataque adversário aos 31’, do qual resultado o empate pelo Miguel Cardoso num chapéu sobre o Bruno Varela: bola metida nas costas do Luisão, o Douglas (entretanto entrado para o lugar do lesionado André Almeida) ficou nas covas, o Bruno Varela ficou a meio caminho entre sair ou não (para variar...), e a bola foi lá para dentro. Aos 39’, o incrível aconteceu num lançamento lateral para a nossa área, com o Luisão a aliviar mal de cabeça para a marca de penalty, o Douglas a nunca saber a quantas anda em termos defensivos e remate de primeira do Miguel Cardoso para um bis, com a bola a entrar a meio da baliza (estar lá o Bruno Varela ou não estar ninguém é praticamente a mesma coisa...). Até ao intervalo, lá acelerámos um pouco, mas não conseguimos marcar.
Para a 2ª parte, entrou o Salvio para o lugar do (novamente inoperante) Cervi e as coisas melhoraram ao início. O mesmo Salvio teve duas magníficas oportunidades logo no reinício, mas atirou contra um adversário na recarga a uma defesa do guarda-redes e muito por cima depois de um centro do Douglas. Logo aqui poderíamos ter dado a volta ao jogo. Um remate do Rafa sob a esquerda foi igualmente defendido pelo Cláudio Ramos, assim como remates do Jiménez e Luisão quase à queima-roupa num canto. Finalmente, a pouco mais de dez minutos do fim, o Rafa assistiu o Jiménez, mas o desvio deste tabelou num defesa e saiu a rasar o poste. Das poucas vezes que o Tondela foi à nossa baliza na 2ª parte (a outra foi num lance em que o Varela defendeu com a cabeça(!) e o golo na recarga foi anulado por pé em riste sobre o Luisão), acabou com o jogo: aos 81’, o Tomané deu um nó cego no Luisão e atirou cruzado desfeiteando o Varela (eu não quero estar sempre a bater no ceguinho, mas um bom guarda-redes poderia ter defendido aquela bola). Já no final do tempo de compensação (94’), o Salvio reduziu para 2-3 num chapéu ao Cláudio Ramos depois de um passe do Jiménez e um bom domínio de cabeça do argentino.
Em termos individuais, o Pizzi, provavelmente estimulado pelo golo, foi dos menos maus. O Zivkovic era outro que estava a tentar levar a equipa para a frente, mas o Rui Vitória inexplicavelmente tirou-o aos 62’ para fazer entrar o inoperante do Seferovic. Foi tão inacreditável que o estádio veio abaixo com assobios e foi das poucas vezes que eu me lembro de ter assobiado uma substituição do Benfica (a outra terá sido esta). Como toda a gente (menos o Rui Vitória) antecipou, piorámos imenso com a saída do sérvio e passámos a fazer as coisas sem critério, com o próprio Seferovic a aparecer mais do que uma vez na linha para centrar! Perfeitamente incompreensível...! Outra coisa em que temos que pensar urgentemente é nesta dependência do Jonas: quatro jogos sem ele, duas derrotas em casa e duas vitórias fora ambas em tempo de desconto. E, fundamentalmente, a qualidade do nosso futebol a descer a pique.
Portanto, chegamos à penúltima jornada de uma época onde só ganhámos a Supertaça a lutar pelo acesso à Champions. Acesso esse que passará sempre por não perder e marcar pelo menos um golo no WC. Tudo o que não for isso, tornará esta temporada um pesadelo ainda pior do que o que já é. Principalmente, num aspecto muito valorizado pela estrutura nos dias de hoje: o financeiro. Espero é que, de uma maneira ou de outra, as consequências desta debacle sejam tiradas. E os responsáveis as assumam.